C_44_net

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CADERNO ESPECIAL

100 MAIORES EMPRESAS DO DISTRITO DE COIMBRA

EMPREGO

PASSEIO TT

RITA BLANCO

NINGUÉM QUER SER PEDREIRO, SOLDADOR OU ELETRICISTA

C FOI À DESCOBERTA DA BONITA REGIÃO DA BEIRA SERRA

"NÃO PRESCINDO DA MINHA VIDA PRIVADA"

PORQUE NOS

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REVISTA SEMANAL •

Substâncias ou comportamentos proporcionam prazer e outro tanto de prejuízo. A crise aumenta as tentações.

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30 NOVEMBRO 2011 • Nº 44

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Passagem de Ano 2011-2012


editorial

Grupo

1640 SOARES REBELO Diretor

CNotícias

Diretor:

Soares Rebelo (soares.rebelo@cnoticias.net) Chefe de Redação:

Foi com a Restauração que voltámos a ser livres. Acabar com o feriado do 1.º de Dezembro não é admissível.

O POVO português recusou, há precisa-

mente 371 anos, a tutela castelhana. Os tempos são agora, obviamente, outros, pelo que evocar a independência nacional poderá parecer um arcaísmo sem sentido. Assim o terá entendido o Governo, ao inscrever a data na lista de feriados a abater - embora seja o mais antigo feriado civil português. Ao que tem sido noticiado, o 1.º de Dezembro será, como provavelmente outras datas simbólicas, retirado da memória da nossa cada vez mais debilitada autoestima - o que nem a austera I República ousou fazer. Não é, no mínimo, razoável este economicismo de borracha – foi com a Restauração que, afinal, do jugo externo, voltámos, e desta vez para sempre, a ser livres. HISTÓRIA é História. Tudo se precipitou

quando, em Alcácer-Quibir, morreu D. Sebastião. O cardeal D. Henrique, seu tio e inquisidor-mor do reino, mas homem já velho e doente, ainda pediu autorização a Roma para se casar, na esperança longínqua de que surgisse, da união, algum rebento. O Papa dir-lhe-ia, no entanto, peremptoriamente, não. A nossa dependência relativamente a Espanha ficava, assim, irreversivelmente consumada. INICIOU-SE, então, o saque ao Império. E se

a Ásia era distante, pelo que se foi aguentando como que numa espécie de autogestão, o marfim e a madeira de África tornaram-se cobiça de holandeses, o Brasil passou a ser olhado pelos britânicos. Espanha, na altura quase senhora do Mundo, decidiu enfrentar o desafio. Recrutou militares, trabalhadores e mendigos e aparelhou aquela que, pomposamente, eufemisticamente, ficaria conhecida como "Armada Invencível". Só que os ingleses, com grande prática de pirataria (o corsário

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Propriedade/ Editora: MEDINFORMA, LDA; NIPC: 509711537; Capital Social: 50.000€; Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 - Taveiro - Coimbra; email: geral@cnoticias.net Tel.: 239981303; Fax.: 239981304;Tlm.: 916987300 Gerência: António Gomes Abrantes; Maria Eugénia C. Figueiredo Abrantes; Inês Micaela Figueiredo Abrantes Capital Social da Entidade Proprietária: Beirastexto, SA – 87%; Outros – 13%

Francis Drake não foi ele um "Sir"?), acabaram por desbaratar o gigantesco aparelho militar espanhol. A humilhação foi, é claro, imensa. Teve, inclusivamente, o efeito catastrófico de destruir a própria unidade nacional espanhola: a Catalunha e outras regiões passaram, num ápice, a lutar pela sua independência.

Mário Nicolau (mario.nicolau@cnoticias.net) Redação:

Bruno Vicente (bruno.vicente@cnoticias.net) Marco Roque (marco.roque@cnoticias.net), Marta Varandas (marta.varandas@cnoticias.net) Sílvia Diogo (silvia.diogo@cnoticias.net) Vasco Garcia (vasco.garcia@cnoticias.net) Colunistas:

Alexandra Dinis, António Alegre, António Pedro Pita, Carlos Fiolhais, Helena Albuquerque, Hélio Loureiro, Joana Benzinho, Jorge Bento, José Carlos Neves, Luís Lavrador, Luís de Matos, Luís Pirré, Manuel Rebanda, Margarida Regêncio, Mário Ruivo, Mira Lagoa Sobral, Paulo Leitão Colaboradores: José Lorena, Márcia de Oliveira; José Manuel Alves Fotografia:

Pedro Ramos (pedro.ramos@cnoticias.net)

EM PORTUGAL , alguns (poucos…) nobres,

que vinham resistindo ao domínio castelhano, tomaram, com isso, novo alento e, ainda certamente lembrados do exemplo deixado pelo prior do Crato, aí estão a puxar, finalmente, das armas. A conspiração ganha mesmo a Casa de Bragança e, de novo confiante, a população vinga-se, atirando pela janela o traidor Miguel de Vasconcelos, um dos grandes senhores que se aliara aos Filipes. OUTROS NOBRES havia, no entanto, que não estavam dispostos a prescindir dos favores e riquezas do paço em prol dos que tinha lutado pela recuperação da soberania – e a guerra emerge como inevitável no horizonte do novo rei, D. João IV. Funcionou, então, a aliança inglesa. Não tão desinteressadamente, é certo, como nos tentaram fazer crer na escola, porque aos bancos de Londres, ao tempo bem mais poderosos que os bancos judeus da Flandres, interessava procurar o máximo lucro, que tanto podia vir de África como do Brasil… Mas funcionou. SEJA COMO FOR , o dia 1 de dezembro de 1640 marca o fim da derradeira dependência territorial do nosso país; por isso, a não esquecer. O exemplo de então deverá continuar a merecer até lugar indescartável no nosso imaginário coletivo. Outros tempos, talvez não menos difíceis, nos aguardam…

Direção de Arte:

Inês Abrantes e Jorge Caninhas Relações Públicas- Diretora:

Eugénia Abrantes Produção:

André Navega e Tiago Carvalho Serviços Comerciais Diretor Comercial:

Luís Figueiredo (luis.figueiredo@cnoticias.net) Técnicos de Vendas:

Fernando Gomes (fernando.gomes@cnoticias.net) José Alberto (jose.alberto@cnoticias.net) PUBLICIDADE E ASSINATURAS

CNotícias Rua Combatentes da Grande Guerra, 109; 3045-469 Taveiro - Coimbra Tel.: 239 981 303 - Fax: 239 981 304 Tlm: 916 987 300 Email: publicidade@cnoticias.net

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30 NOVEMBRO 2011


índice

OPINIÃO

AO MICROSCÓPIO

6 Pedro Passos Coelho em Coimbra Primeiro-ministro entregou prémio Nuno Viegas Nascimento 11 Integrar inaugura Cozinha Solidária Oito homens, antigos sem-abrigo, estrearam infraestrutura 20 Vidas Vítor Serôdio trabalhou para a Briosa durante quase meio século

FIGURA

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"Não trabalho com quem não gosto"

SOCIEDADE 24 Empregos que ninguém quer Poucas pessoas querem ser soldadores, pedreiros ou eletrecistas

CÉREBROS 34 48 horas a programar na FCTUC Maratona de programação apelou à criatividade da equipa

Rita Blanco conquistou o prémio de melhor atriz no festival Caminhos do Cinema Português e revelou quais os trilhos que espera seguir na sua profissional.

10 Magalhães Cardoso

Zonas industriais em Coimbra

DINHEIRO 38 Freguesia Inundações em Torre de Vilela com fim à vista 40 Sucesso Chama S.A. aposta nos setores da biomassa e da energia

SOCIAL 44 50

Passear pelo distrito de Coimbra de jipe 1.º Passeio TT da Revista C reuniu cerca de quarenta participantes Desfile em Condeixa-a-Nova Afonso Vilela foi o destaque da passerelle

VIVER 53 54

Viajar Granada é um destino onde relaxar é a palavra de ordem Moda Casacos de pêlo e malha aquecem este inverno

CAPA

22 Paulo Freire

A perversa busca da felicidade

ESPECIAL

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As 100 maiores empresas da região Centro Perto do final de um ano em que a crise dominou todas as notícias, a apresenta um ranking com as empresas que são líderes na região e que mantêm a vitalidade económica do Centro.

Jogo, álcool, drogas pesadas. O ser humano vive, desde sempre, sob o espetro do vício e de todas as reações adversas que vêm com ele. A partiu à descoberta do que faz uma pessoa ficar viciada e trocar tudo pela próxima "dose".

62 Luís de Matos

Chaos TOPO DE GAMA MAIS 56 VIDA NOVA Marília Filipa de Jesus ganhou um novo look

42

Opel Ampera vence troféu

59 À MESA Receita de lombo de porco com castanhas 60 CULTURA Marionet apresenta o feroz embate entre Newton e Leibniz

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Pedro Passos Coelho, Patrícia Viegas Nascimento, António Almeida Santos e João Bragança ao microscópio

atual

SÍLVIA DIOGO

NO DIA em que a Fundação Bissaya Barreto

(FBB) comemorou o seu 53.º aniversário, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, foi convidado para presidir a cerimónia e entregar o Prémio Nuno Viegas do Nascimento 2011, no valor de 50 mil euros, à ACREDITAR – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro. Sob o tema "Saúde na Criança: Alavanca de Cidadania", João Bragança, presidente da Acreditar, aproveitou o momento para deixar algumas palavras às pessoas presentes. "Façamos felizes as crianças da nossa terra. A Acreditar existe para que as crianças que são confrontadas com uma guerra injusta, a do cancro infantil, possam dizer a palavra felicidade quando se vêem ao espelho", afirmou João Bragança, acrescentando que"este prémio é algo que muito nos honra, dada a dimensão de Nuno Viegas do Nascimento. O valor do prémio será aplicado nas nossas casas, tanto na de Coimbra, como na de Lisboa e, futuramente, na do Porto".

adiantou. Patrícia Viegas do Nascimento, presidente do Conselho de Administração da Fundação Bissaya Barreto, explicou os motivos pelos quais o prémio foi atribuído.

O que faz a Acreditar?

"ESTE PRÉMIO VISA distinguir o mérito de

O prémio teve como finalidade distinguir projetos, tecnologias ou práticas de cuidados de saúde inovadores e integradores, desenvolvidos em Portugal. Entregue pelo terceiro ano consecutivo, este prémio deve o seu nome a Nuno Viegas Nascimento, que foi presidente da Fundação Bissaya Barreto entre 1981 e 2008, e, mais do que uma homenagem a uma figura histórica, é já uma das maiores distinções pecuniárias atribuídas, a nível nacional. Os 50 mil euros respeitantes ao prémio atribuído pela FBB serão aplicados nas unidades do Funchal, Lisboa e Coimbra. João Bragança, aproveitou a cerimónia para relembrar que em 2010, a Acreditar apoiou 500 famílias através das suas casas. "Devemos olhar para o prémio como um estímulo para o futuro",

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personalidades ou instituições que pelo impacto da sua ação ou conhecimento tenham contribuído de forma inovadora para a dignificação e desenvolvimento da pessoa humana, em áreas de intervenção e sob a égide dos valores que enformam a Fundação Bissaya Barreto", afirmou a presidente do conselho de administração da Fundação Bissaya Barreto. O primeiro-ministro, também fez questão de sublinhar a importância deste tipo de galardões. "Iniciativas como esta que a Fundação Bissaya Barreto promove são essenciais para irmos fazendo o nosso caminho de um estado mais justo, por um produto social que é cada vez mais exigente, pois são cada vez mais aqueles que necessitam de receber apoios sociais", acrescentando que "devemos repensar a maneira como o nosso produto social é trabalhado, pois sabemos que precisamos de ter o modelo de desenvolvimento económico mais equilibrado". Em 2011, incidindo sobre a área da Saúde e sobre o tema específico "Saúde na Criança:

AS CASAS Acreditar acompanham crianças com cancro, bem como as famílias, em internamento fornecendo apoio emocional e social. Fazem voluntariado de dadores e dão cursos de formação para voluntariado. Realizam ainda campanhas de sensibilização e promovem atividades como campos de férias, passeios e viagens e atividades recreativas e culturais. A casa de Coimbra é composta por vinte quartos distribuídos por três pisos.

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PEDRO RAMOS

Primeiro-ministro presidiu a sessão solene do Dia Nacional do Engenheiro

FUNDAÇÃO BISSAYA BARRETO

Pedro Passos Coelho entregou Prémio Nuno Viegas Nascimento '11 A ACREDITAR FOI A VENCEDORA DA EDIÇÃO DESTE ANO DO PRÉMIO DO FILANTROPO NO VALOR DE 50 MIL EUROS. O TRABALHO DA IPSS, QUE APOIA CRIANÇAS COM CANCRO, É ASSIM RECONHECIDO E PREMIADO.

PEDRO PASSOS COELHO também presidiu a sessão solene do Dia Nacional do Engenheiro, no Teatro Académico de Gil Vicente, e no arranque das comemorações 75 anos da Ordem dos Engenheiros, em Coimbra. O primeiro-ministro concordou com o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, defendendo que "o modelo de desenvolvimento do país tem de assentar numa aposta no conhecimento avançado e na inovação". As comemoração dos 75 anos decorreram no passado dia 24 de novembro. Na sequência dessa data, foi comemorado também o dia nacional do engenheiro que assinalou a data de criação da ordem. "A comemoração dos 75 anos serãoum pretexto para, envolvendo de forma empenhada os membros da ordem, procedermos a uma análiase do passado e o futuro da engenharia portuguesa e do seus engenheiros", afirmou o Carlos Matias Ramos, bastonário da Ordem dos Engenheiros.

Alavanca da Cidadania" o prémio visou "distinguir projetos, tecnologias e/ou práticas de cuidados de saúde inovadores e integradores, desenvolvidos em Portugal, que demonstrassem, pelo seu cariz solidário e humanitário, acrescentar valor de diferenciação positiva ao processo de dignificação e promoção das condições de vida da criança e, em particular, da criança vítima de doença". Considerando o alargado âmbito de ação da fundação, o prémio incide, anual e rotativamente, sobre uma das suas principais áreas de intervenção: social e de proteção à infância e aos idosos, educação, formação e cultura.

Como foi escolhido o trabalho do vencedor? O trabalho vencedor foi selecionado de entre 18 candidaturas que foram submetidas à apreciação de um júri presidido pela Presidente da Fundação Bissaya Barreto, Patrícia Viegas Nascimento, e constituído por José Veiga Simão, Luís Braga da Cruz, Júlio Pedrosa, José Cruz Vilaça, António Meliço - Silvestre e Henrique Monteiro.

BISSAYA BARRETO trabalhou sempre a favor das crianças

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ao microscópio

sete sóis, sete luas

COIMBRA

Tecnologia de Castelo Branco na Alemanha

Ossos param obras no centro da Guarda

UM DOS AUTORES de uma apli-

cação para gerir redes sem fios desenvolvida no Politécnico de Castelo Branco foi contratado pelo instituto da radiodifusão alemã. A aplicação pretende organizar todas as comunicações sem fios, acabando com a atual manta de retalhos na utilização de frequências. A ideia passa por gerir numa só aplicação todo o tipo de serviços sem fios, tais como comunicações móveis, emissões de televisão ou redes informáticas.

AS OBR AS de regeneração

urbana a decorrerem no largo da Igreja da Misericórdia, no centro da Guarda, encontram-se suspensas devido ao aparecimento de ossos humanos. Segundo o vice-presidente da autarquia, Virgílio Bento, numa sondagem arqueológica realizada junto da Igreja da Misericórdia, no largo João de Almeida, apareceram "ossos a uma profundidade muito reduzida". Devido a esta situação, os técnicos propuseram a suspensão dos trabalhos.

Cabazes solidários em Castelo Branco

Equipas CIE em preparação

Empreendedorismo começa a dar frutos

A ASSOCIAÇÃO EcoGerminar,

de Castelo Branco, lançou um cabaz com produtos regionais, que reúne sete produtores, com o objetivo de valorizar os produtos locais. O projeto Arlampar-Gourmet Solidário do Interior reúne vinho, azeite, queijo, ervas de chá e peças de artesanato em ferro forjado. O objetivo é valorizar os produtos que estão associados ao desenvolvimento sustentável, ou seja, que têm um impacto social, ambiental e económico muito positivo no seu território de produção.

"Rota dos Museus" leva mais visitantes a Celorico da Beira A CÂMARA de Celorico da Bei-

ra tem em atividade uma rota turística, que abrange museus e locais de interesse histórico, com o objetivo de aumentar o número de visitantes ao concelho. Segundo José Luís Cabral, vice-presidente da autarquia, a "Rota dos Museus" apresenta já resultados positivos, funcionando como "mais um atrativo para os turistas".

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O CLUBE de Inovação e Empre-

endedorismo (CIE) da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC), criado em janeiro de 2011, e de cuja equipa fazem parte alunos, funcionários e docentes desta escola, prepara-se para ver os frutos do seu trabalho materializados em breve, no lançamento das primeiras empresas na área dos

serviços de saúde, ambiente e segurança. Por outro lado, o CIE está a preparar, em parceria com a Associação de Estudantes da ESTeSC a sessão "Ideas Lab", que decorrerá no dia 14 de dezembro, pelas 17H00. O CIE pretende assumir-se como uma plataforma de fomento, apoio e divulgação a toda a comunidade da ESTeSC.

Guarda enfrenta neve sem meios O SERVIÇO MUNICIPAL de pro-

teção civil da Guarda alerta que neste inverno vai voltar a enfrentar neve e o gelo com meios "obsoletos", face aos atrasos na criação de um Centro de Limpeza de Neve na cidade. "Em pleno século XXI, não se compadece andar a espalhar o sal à pazada, para derreter a neve", quando, "há meios mecânicos, até muito evoluídos, que fazem esse trabalho", lamenta Eduardo Matas, coordenador da proteção civil municipal da Guarda.

COIMBRA

Semana europeia da robótica ATÉ 4 DE DEZEMBRO, universidades, centros de investigação e empresas vão mostrar os impactos que a robótica tem atualmente na sociedade e virá a ter no futuro. Trata-se da Primeira Semana Europeia de Robótica. Em Portugal, a iniciativa é coordenada pela Universidade de Coimbra e pela Sociedade Portuguesa de Robótica.Mais de meia centena de eventos, de norte a sul do país, estão a sublinhar e promover o crescimento da robótica na europa, numa enorme variedade de áreas.

Em Portugal, a iniciativa é coordenada pela UC

30 NOVEMBRO 2011

Autarquias e empresários promovem Monte Real A CÂMARA Municipal de Leiria, a Junta de Freguesia de Monte Real e empresários ligados à hotelaria e à restauração vão reativar o Gabinete de Promoção Turística de Monte Real. "A ideia é envolver todos num mesmo projeto à volta das termas de Monte Real, procurando realizar atividades e ações concertadas que garantam movimento durante o ano inteiro", explica o autarca leiriense, Raul Castro.


CASTELO BRANCO

Joaquim Morão voltou a ser bancário

DE NOVEMBRO A ABRIL

WWW.CAMINHOS.INFO

FINANCIAMENTO &ASPECTOS LEGAIS VÍTOR FERREIRA 10 DEZ ultrapassar este momento mais complicado da nossa sociedade", sublinhou o autarca, deixando uma rasgado elogio ao trabalho desenvolvido pelo secretariado de Castelo Branco do SBSI, coordenado por António Augusto. Rui Riso, presidente da estrutura sindical, congratular-se-ia, por seu turno, com o sucesso do evento, que provou, em seu entender, que "os bancários estão unidos e prontos a enfrentar as dificuldades com que estamos confrontados".

PRÉ-PRODUÇÃO

JOSÉ FARINHA

IMAGEM

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EDUARDO MORAIS

3 & 4 MAR

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MY

CY

CMY

K

17 & 18 MAR

CM

18 & 19 FEV

JOÃO BRÁS

Sul e Ilhas promoveu, em Castelo Branco, um encontro a que aderiram cerca de duas centenas de profissionais do setor. Joaquim Morão, presidente da câmara albicastrense, também ele antigo bancário, aproveitou a oportunidade para que a classe se mantenha unida nesta altura difícil. "Os bancários sempre souberam empenhar-se na defesa dos seus direitos, prestando relevantes serviços ao país. Estou certo que conseguirão

MONTAGEM

O SINDICATO dos Bancários do

foto legenda

SOM

VASCO PIMENTEL 10 MAR

2

A N IZ RTI AL MA V RE ELMO26 FE T 5&

O ÇÃ S

DIRECÇÃO ACTORES ARTUR PINHEIRO Interior do "ATLASCAR", carro transformado em robô com capacidade de executar manobras de condução autónoma e dispensando condutor. A apresentação da viatura teve lugar no âmbito da iniciativa "Ciência Underground", da Semana Aberta da Ciência e Tecnologia da Universidade de Aveiro.

11 MAR

EDIÇÃO DE SOM & VÍDEO TIAGO SANTOS 24 & 25 MAR

PROJECÇÃO CINEMATOGRÁFICA

PROMOÇÃO E

01 ABR

31 MAR

JOÃO SILVA

COMERCIALIZAÇÃO SÉRGIO LOPES SERVIÇOS DE ACÇÃO SOCIAL


consultório de

urbanismo

MAGALHÃES CARDOSO * Coimbra precisa de mais zonas industriais? COIMBRA assume-se como grande pólo de conhecimento tecnológico, dispondo de uma das maiores concentrações, em termos nacionais, de ensino superior, centros tecnológicos, institutos de novas tecnologias, centros de transferência tecnológica e unidades de investigação e de incubação de empresas. Dispõe ainda de um conjunto de áreas vocacionadas para o acolhimento de atividades empresariais. Coimbra apresenta-se, assim, como um município que oferece excelentes oportunidades de investimento. O Parque de Taveiro insere-se numa mancha destinada a atividades económicas com cerca de 120 hectares. Podemos considerar que está consolidado. O Parque de Eiras localiza-se numa mancha com cerca de 260 hectares (que inclui a área do Plano de Pormenor da Estaco e Zona Envolvente). Corresponde a uma área com capacidade de acolhimento de novas empresas, mas cujo desenvolvimento estará, em minha opinião, condicionado pela concretização da nova Estação Ferroviária de Coimbra-C. O iParque tem uma área de 100 hectares e será para esta área que se encaminharão os inves-

sete sóis, sete luas

timentos mais estruturantes para o desenho de uma nova economia local. Será essencial para este projeto uma ligação muito forte à melhor incubadora mundial e ao projeto de instalação de uma aceleradora de empresas, ambas sob a égide do prestigiadíssimo Instituto Pedro Nunes. Ora, estas três zonas, já numa visão alargada, correspondem a cerca de 480 hectares. Mas Coimbr a tem um total de 25 áreas de localização de atividades económicas, representando cerca de 1.270 hectares. Apostaremos em duas dessas áreas num futuro mais ou menos próximo: a Plataforma Logística Souselas/Pampilhosa e o Parque Empresarial de Coimbra /Nor te, ambos beneficiando das excelentes condições de acesso rodoviário, ferroviário e até portuário. É possível aproveitar o espaço disponível junto ao Mondego? ESTAMOS a falar de uma área da cidade com uma concentração assinalável de sítios notáveis: o próprio Parque Verde, o Parque Dr. Manuel Braga, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, o Convento de São Francisco, a Quinta das Lágrimas, o Portugal dos Pequenitos, o Exploratório e o Estádio Universitário progressivamente vir ado par a o rio Mondego. Consequentemente, mais do que replicar o que já existe, parece-me essencial que nos concentremos no aproveitamento sinergético desta conjugação de ocorrências/oportunidades. É neste âmbito que refiro que iremos brevemente proceder à instalação de uma nova sinalética dos Parques do Mondego, que certamente ajudará a esta perspetiva integrada.

* Magalhães Cardoso é o diretor Municipal da Administração do Território na Câmara Municipal de Coimbra. Envie as suas questões para redacao@cnoticias.net, que serão respondidas neste espaço

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COIMBRA

PEDRO RAMOS

ao microscópio

Autarquia ajuda idosos a prevenir o inverno

Câmara aposta em ações para idosos A CÂMARA Municipal de Coimbra, através da Divisão de Atividade Física, promoveu, no passado dia 25 de novembro, uma ação de esclarecimento sobre alimentação, saúde e exercício físico no Salão do Instituto Missionário do Sagrado Coração – Dehonianos. "Como prevenir o Inverno" foi o tema da ação. Segundo Marta Prata, chefe da Divisão da

Atividade Física, "existe pela parte da câmara uma tentativa de alertar as populações para diversas temáticas. Nesse sentido conseguimos auxiliá-los, porque não conseguimos fazer a intervenção diária". A Câmara Municipal de Coimbra quer ter um papel interventivo nesta população, na tentativa de que os idosos tenham melhor qualidade de vida.

MIRANDA DO CORVO

Animais para apadrinhar O PARQUE Biológico da Serra da Lousã sugere para este Natal uma prenda singular, como símbolo de solidariedade: apadrinhar um dos animais do parque. "Animais não faltam, o difícil será certamente escolher", garante a Fundação ADFP, responsável pelo espaço. O apadrinhamento tem um custo de 60 euros anuais, recebendo os padrinhos um comprovativo da sua generosidade e um livre-trânsito que lhes permitirá visitar o parque e observar o animal que apadrinhou sempre que desejar.

30 NOVEMBRO 2011

O lince é um dos animais que pode ser apadrinhado


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O Fado é Património Imaterial da Humanidade BEIRA INTERIOR

COIMBRA

Rota divulga vinhos produzidos na região

Integrar inaugura Cozinha Solidária

Montarias ao javali e ao veado em Góis

A COMISSÃO Vitivinícola Regio-

nal da Beira Interior (CVRBI) está a preparar o lançamento de uma rota para promover os vinhos produzidos e dinamizar a economia da região. "Neste momento, estamos a dimensionar a rota do vinho que queremos fazer para avançarmos muito rapidamente para a sua concretização", revelou João Carvalho, presidente da direção da CVRBI. A futura rota será semelhante à Rota dos Vinhos Verdes e deverá englobar "adegas, quintas, hotéis e restaurantes" da região. O percurso resultará de uma parceria entre produtores e outros agentes locais que ofereçam produtos complementares aos turistas que procurem ofertas relacionadas com vinhos, gastronomia e património.

ECO-MUSEU

pretende atrair mais visitantes ao concelho de Almeida

OITO HOMENS, antigos sem-abrigo, são os primeiros utilizadores da cozinha solidária inaugurada em Coimbra, onde irão aprender a preparar refeições e a gerir e poupar no orçamento familiar. Financiada pela Fundação EDP, a Cozinha Solidária é um projeto da Associação Integrar, que apoia grupos populacionais desfavorecidos, como pessoas sem-abrigo, de etnia cigana e imigrantes. Um dos objetivos é permitir à população apoiada pela associação o "treino de competências pessoais e sociais", de forma a "aproximar estas pessoas desfavorecidas da vida real, da gestão da casa", explica Dora Rigueiro, secretária-geral adjunta da Integrar e responsável pelo departamento de formação. Outro dos propósitos é "reforçar e melhorar o apoio aos sem-abrigo", através da confeção de algumas refeições para este público-alvo. A Cozinha Solidária é orientada por uma cozinheira voluntária da associação e tem como "padri-

Cozinha solidária permite o treino de competências

nhos" a relações públicas Maya e o chefe cozinheiro Luís Lavrador. Nesta cozinha será ministrada formação aos utentes da Integrar, sendo os oito antigos sem-abrigo, hoje a viver no Centro de Acolhimento e Inserção Social da associação, os primeiros a participar no "Programa de Treino de Competências de Gestão Doméstica – Economia Alimentar".

O MUNICÍPIO de Góis, em colaboração com a Associação Florestal do Concelho de Góis, programou duas montarias nas zonas de caça municipais. A Montaria ao Javali está marcada para o dia 3 de dezembro. No dia 25 de fevereiro terá lugar a Montaria Mista (javali e veado).

PINGO DOCE OFERECE MELHOR PREÇO O Pingo Doce apresenta o preço mais barato no cabaz de compras escolhido pela para esta semana. A diferença entre o valor mais baixo e o mais alto é de 1,33 euros. Preços verificados a 27.11.11, das 11H00 às 13H00.

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PREÇOS/KG/L Água Luso (1,5L)

mais barato

PINGO DOCE CONTINENTE

JUMBO SUPERCOR

0,46 €

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Manteiga mimosa s/sal (250g) 1,49 €

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Ferrero Rocher (16 un)

3,49 €

4,49 €

4,49 €

4,79 €

Sumol Laranja (1,5L)

1,12 €

1,12 €

1,12 €

1,12 €

Chá Lipton Camomila (20un) 1,39 €

1,39 €

1,39 €

1,39€

TOTAL

8,95€

8,95€

9,28€

7,95€

Ler ou não ler em Tábua A BIBLIOTECA Municipal João Brandão, em Tábua, irá promover, de dezembro de 2011 a março de 2012, o projecto "Ler, ou não ler: eis a questão!". Esta iniciativa pretende reunir um grupo de crianças do 1.º ciclo e os seus pais, com uma ação focada na literacia da saúde em contexto parental.

:(

mais caro

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ao microscópio

sete sóis, sete luas

ÁGUEDA

Ana Carolina Sérvolo conquista lugar no Mundial de futsal O DISTRITO DE COIMBRA

vai ter uma representante no II Torneio Mundial de futsal, que arranca a 5 de dezembro, no Brasil. Ana Carolina Sérvolo, que nasceu em Gatões, concelho de Montemor-o-Velho, é estudante na Escola Superior de Educação de Coimbra. A jogadora do Vilaverdense (concelho da Figueira da Foz), é a mais jovem das 14 convocadas da seleção portuguesa. Zulu, como é conhecida no mundo do futsal, tem apenas 20 anos.

Praia do Pedrógão está isolada A PRAIA do Pedrógão está iso-

lada desde o dia 28 de outubro, quando a Ponte das Tercenas, localizada na Praia da Vieira, foi interditada pela Câmara da Marinha Grande, na sequência de um despacho do secretário de Estado do Ordenamento do Território e de um ofício do Instituto da Água. A população manifestou-se na semana passada contra esta situação, preocupada com eventuais prejuízos no turismo e comércio locais.

Câmara "sem responsabilidade" na queda da Ponte de Lamas A CÂMARA Municipal de Águe-

da está disposta a recuperar a Ponte de Lamas, cujo tabuleiro caiu no passado dia 12 de novembro, se o Governo financiar a obra. "Nós não estamos contra a ponte, mas a autarquia não tem capacidade financeira para a realizar", revelou o vice-presidente da edilidade, Jorge Almeida. Seg undo o autarca, mesmo antes da ponte desabar, a opinião de vários técnicos foi de que sairia mais caro reabilitar a ponte do que fazer uma nova e, comparado o custo e o benefício, atendendo a que há uma ponte recente "ao lado" (do IC2), a câmara optou por não realizar as obras necessárias e para as quais não tinha dinheiro. Jorge Almeida enjeita responsabilidades do executivo no desmoronamento da Ponte de Lamas, que "foi uma surpresa".

Coimbra lança prémio literário

Bombeiros com novos quartéis no distrito da Guarda

Autarquia garante que foi feita a vigilância que se impunha

O relatório da inspeção "feita em 2010 apontava as situações que precisavam de intervenção, mas não dizia que a ponte estava para cair". O autarca garante que foi feita "de forma cuidada a vigilância que se impunha à ponte", tendo A CÂMARA de Coimbra decidiu

instituir o prémio literário João José Cochofel, poeta que teve a sua residência de família no edifício onde hoje funciona a Casa da Escrita. A iniciativa, com início em 2012 e uma dotação de dois mil euros, destina-se a promover a literatura em língua portugue-

a travessia sido fechada "quando se entendeu que devia ser fechada e foi uma surpresa o pilar ter cedido". Jorge Almeida adiantou ainda que "nem era aquele o pilar que o relatório apontava como sendo o mais fragilizado". sa. A vereadora da Cultura, Maria José Azevedo Santos, celebrou para o efeito um protocolo com a Faculdade de Letras destinado, nomeadamente, a estreitar as relações de intercâmbio nacional e internacional com escritores interessados em realizar residências na Casa da Escrita.

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A BANCA portuguesa é segura e tem, garantiu o Presidente da República, um elevado grau de solvabilidade, apesar de estar confrontada com alguns problemas de liquidez.

PORTUGAL vai ter que pagar à troika 34.400 milhões de euros, só em juros, quase metade do que o país vai receber através dos empréstimos do programa de assistência financeira. 30 NOVEMBRO 2011

má notícia

ção Interna, Miguel Macedo, esteve no passado domingo no distrito da Guarda, onde presidiu às cerimónias de inauguração dos novos quartéis das corporações dos Bombeiros Voluntários de Almeida e de Vila Nova de Foz Côa. Em Almeida, o governante participu também numa cerimónia de homenagem aos ex-presidentes e comandantes.

boa notícia

O MINISTRO da Administra-


C234


via do leitor

ao microscópio

cartas

ENVIE A SUA OPINIÃO CARTA: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra EMAIL : redacao@cnoticias.net

de Património da Humanidade. Após um período de visível estagnação, a chamada canção nacional voltou a ter, nos últimos tempos, um novo naipe de cultores de referência. Mariza, Camané, Cristina Branco, Ana Moura, entre outros (estas são as minhas preferências), deram realmente ao fado outro impulso, uma nova dinâmica, a que os grandes meios de comunicação, designadamente rádios e televisões, não ficaram alheios. Sou suspeita, pois gosto muito de fado. Não deixo, ainda assim, de manifestar aqui, publicamente, a minha satisfação por ter passado a ser património mundial.

As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos

Não fiz greve. Nestes tempos, greves para quê? Infelizmente, nada irá mudar no futuro próximo.

Afinal, Carlos Martins está a ajudar-nos a todos Muitas hipócritas reações tenho ouvido e lido relativamente ao apelo lançado pelo jogador de futebol Carlos Martins, figura pública, para encontrar um dador de medula óssea que permita curar a aplasia medular que acomete o seu filho. A grande maioria dos comentários hipócritas alinham pelo diapasão de que apenas se está a fazer tanto alarde da questão porque a criança é filha de uma figura pública que se socorreu dos media para lançar o apelo aos possíveis dadores. Sejamos francos, qualquer pai recorreria a tudo o que pudesse para salvar um filho. Este pai pode recorrer aos media e fá-lo sem pudor pois a sua cria corre risco de vida. Ninguém ouse criticá-lo porque se o fizer não estará a ser verdadeiro e incorrerá em hipocrisia grave. Nunca sabemos se amanhã não nos toca a nós semelhante adversidade. Quanto maior for o banco de dadores maiores serão as nossas hipóteses. Pegando no exemplo da Via Verde e dos multibancos sugiro que façamos o mesmo relativamente à constituição de um banco de dadores de medula óssea. Ou seja que facilitemos a vida às pessoas. Todos nós pelo menos uma vez por ano fazemos análises clínicas e nos su-

SARA LOPES, Leiria

A travessia do açude-ponte sobre o Mondego em Coimbra

RUI GUEDES, Figueira da Foz

jeitamos aos exames da medicina do trabalho. A minha sugestão é que quando formos fazer essas análises nos seja colocado o tal questionário à frente e nos seja proposto ser dadores. Perderemos mais dez minutos a preencher o questionário e provavelmente tirar-nos-ão um pouco mais de sangue. Sacrifício pequeno face ao benefício. Atrevo-me a alvitrar que 80% das pessoas aceitaria perder esses dez minutos e entraria para o banco de dadores. Facilitem-nos a vida que nós não regatearemos na generosidade e solidariedade tão marcadamente inscritas no ADN português. ORLANDO RAMOS, Coimbra

Fado, património mundial Depois do flamengo espanhol e do tango argentino, aí temos também o fado português distinguido, pela UNESCO, com o estatuto

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Moro na margem direita do Mondego, em Santo António dos Olivais, mas trabalho na margem esquerda do rio, mais precisamente, em S. Martinho do Bispo. O meu trajeto habitual era Santo António dos Olivais-Rotunda da Fucoli-Açude Ponte-S. Martinho do Bispo. Era. As obras em curso no açude ponte estão a causar, sobretudo nas horas de ida e vinda do trabalho, engarrafamentos enormes. Assim, optei por outro trajeto - Santo António dos Olivais-Ponte Rainha Santa-S. Martinho do Bispo. É mais longe, mas mais rápido. É, sobretudo, mais seguro. Não há praticamente um dia sem incidentes, alguns até bastante graves, designadamente na rotunda da Escola Agrícola. Ora, a ter em conta a situação atual, como será quando vier o inverno a sério? Já se sabe que basta cairem umas pingas para os carros começarem por aí a bater uns nos outros. Na ponte açude, valha-nos Deus! CLARA RODRIGUES, Coimbra

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inquérito Sindicatos são culpados pela violência nas ruas? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net

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COIMBRA

INICIATIVA REVISTA C

COIMBRA

Prémio Nuno Viegas do Nascimento

Primeiro passeio TT percorreu região

Governo elogia iParque

30 NOVEMBRO 2011


cartas

texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista

Exm.º Sr. Reitor on Fraser, minha saudosa universidade Sim Escrevo-lhe, senhor reitor dessa ê-lo ainda faz a , os meus sentimentos. Era par para lhe confessar, abertamente sa ma , ar sobre o Orçamento de Estado ano que a antes mesmo do debate parlament mitiu elaborar o raciocínio cartesi per me não s paí ível ens pre om eu, onde malvada oposição deste inc minha sempre leal cidade de Vis ta des ui, daq , ana -sem -de fim diz já não se justificar o confissão requer ia. Faço-o este uês (o nosso primeiro -ministro tug por bro em Dez de 1.º mo últi envolver. vim celebrar o a, rever a farsa em que me deixei ram lod me u me o ar iuç esm e a) investimento na fest cá passei a ser conhececido, , simplesmente Álvaro, como por aro Álv o eu, que -lhe car uni com o; estar num convento Tenho a desejava ser monge - não ministr eu bém tam is: Ass de sco nci Fra ntes, a ouvir sou tal qual S. boa; passear pelas brenhas dos mo Lis da lva ma ta nes não – do ore tranquilo, entre o arv pegos dos rios e as rãs coaxam dos vales, onde a água canta nos des ida cav con as pel e os, sar pás didos do meu desencanto. os s de S. Bento, por esses Passos Per ore red cor os pel não e – a lam de com a sua friagem seca e nas poças Beira, chegam sempre mais cedo, alta na i, aqu , que , ono out de e, estonar-me. Nestas noites com a fralda. A querer, obviament nar aba a bo Dia o pre sem vejo , escuridão aparatosa cumprido com lealdade, tal sementes, como Canã, mas tenho 100 das ra ter ra, ped da er faz icável o tratamento Não sei . É por isso de todo em todo injustif das fia con am for me que s çõe fun os da política, os como jurei, as egimentam contra mim os jagunç arr se que Por o. alv o sid ho ten á, como possidónico de que da crise no próximo ano – bastar fim o ei nci anu que e ent tam vic olviasseclas do insulto? Foi con uecem que sou professor de Desenv Esq a. cot cha a um Foi e. cot chi blemáticas universidaexpliquei, retornar ao tempo do em Vancouver, numa das mais em aí, , ica nóm Eco a ític Pol e ico a os portuguemento Económ inglês. E tenho um blogue. Mas par em so pen e falo E a. étic tm ari tam para a des do Canadá. E sei os minutos ou as semanas, não con que do mo o sm me do , nos me a ses, dez passos a mais ou o, vida larga? o voltar a ter casa rica, estado nov com im, Ass a! tim lás a Um . ade eter nid beatamente a está adormecida, com os olhos sal a que em nte que paz ta nes erro de Aqui, junto ao fogão, , na escolha do Gover no, tremendo fui que o clu con e – so pen , ate o postos na boa brasa escarl licas, rezo orações abundantes, faç ngé eva es tud vir suo Pos . nge mo . Portugal é uma ter ra casting. Insisto: desejava, era ser scano descalço e mal remendado nci fra bom um to, tan por , ria á sapiente. Aí, penitência. Da que se compare com o "meu" Canad da Na s. osa rap e os lob de , iva Eça: "Uma achavascada, primit Uma maçada! Mais, como dir ia ". ika "tro a é ia nom eco a i, aqu a economia é economia, o? seca"! Para quê, então, um ministr s Com os melhores cumprimento

Viseu, 3 de dezembro de 2011

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ex(sic)tações

ao microscópio

frases desfeitas

Estamos sob ocupação estrangeira. CARVALHO DA SILVA, presidente da CGTP O país que precisa de um salvador, realmente, não merece ser salvo.

ANTÓNIO ARNAUT, advogado

Realmente, a maior qualidade dos grandes homens é estarem mortos…

… mas quem não vê em Deus o lucro líquido da crença existencial, descontados todos os pecados devidos?

A promiscuidade política foi um lugar de alavancagem para a construção de enormes fortunas pessoais. CARLOS AMARAL DIAS, diretor do Instituto Superior Miguel Torga

E porquê? Simplesmente, porque os juízes mergulhados em processos mediáticos seguem um impulso de baixo para cima igual ao volume dos presos por eles condenados…

Atenção: ver trabalhar não é ainda um dos maiores prazeres que temos na vida?

Paulo Júlio, secretário de Estado da Administração Local

Como dizia Benjamim Franklin, só há, de facto, duas coisas certas na vida: morrer e pagar impostos…

FRANCISCO QUEIRÓS, vereador da câmara de Coimbra

ESTA REFORMA (ADMINISTRATIVA) NÃO É PARA NENHUM DE NÓS, QUE NÃO ESTAREMOS CÁ QUANDO ENTRAR EM VELOCIDADE DE CRUZEIRO.

TANTO O MINISTRO DAS CAPITAL PERVERTE FINANÇAS COMO O MINIS- GRANDE PARTE DOS TRO DA ECONOMIA ESTÃO POLÍTICOS… CHEIOS DE RAZÃO. PEDRO VAZ SERRA, economista

ANDAS A VER PASSAR NAVIOS E PORTA-AVIÕES, BPNS E DUARTES LIMAS. NÃO SABES QUE UM ANO SÓ TEM DOZE MESES, EMBORA AGORA OS DIAS TENHAM MAIS MEIA HORA DE TRABALHO.

HOJE OS MÉDIA ESTÃO CONTAMINADOS POR ECONOMISTAS-GESTORES QUE OPINAM SOBRE TUDO E CONDICIONAM A OPINIÃO PÚBLICA. LUÍS FILIPE TORGAL, professor do ensino secundário

Os grandes órgãos de comunicação social não foram inventados quando ninguém tinha nada para dizer?

toma lá dá cá Governo tem abertura, se houver evolução do PS, para fazer alguma modelação na aplicação de medidas de austeridade com impacto social mais pesado. PEDRO PASSOS COELHO

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Haverá fortíssima conflitualidade em Portugal se o Governo persistir, por exemplo, na recusa da negociação e no aumento do horário de trabalho. JOÃO PROENÇA

30 NOVEMBRO 2011


retrato falado

elevador do mercado

figura da semana

Patrícia Viegas do Nascimento

O PRÉMIO Nuno Viegas do Nascimento, no valor de 10 mil euros, que a Fundação Bissaya Barreto anualmente atribui a entidades com projetos relevantes para a sociedade, contemplou, desta vez, no dia do 53.º aniversário da instituição, a ACREDITAR - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro.

JOÃO BRAGANÇA mantém a Acreditar a "tratar a criança com cancro e não só o cancro na criança". A sociedade agradece a entrega.

A CERIMÓNIA, que teve lugar no Campus da Bencanta, contou com a presença do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, a quem a fundação e a iniciativa, este ano subordinada ao tema "Saúde na Criança - Alavanca da Cidadania", mereceram rasgados elogios. PATRÍCIA VIEGAS DO NASCIMENTO, atual presidente da fundação, continua a honrar os princípios filantrópicos que estiveram na origem da sua constituição pelo professor Bissaya Barreto: "fazer felizes as crianças da nossa terra".

FERNANDO CARVALHO, ex-

-autarca da Lousã, vai receber a Medalha de Mérito Concelhio. A votação mereceu unanimidade do executivo.

se eu mandasse

Terminava com a zona franca da Madeira que inflaciona falsamente o PIB RUI FONSECA lidera o úni-

judicial que só pode ser usado com eficácia por quem tem dinheiro. É necessário que os políticos sérios se esforcem para redigir leis eficazes de modo a que todos, sem exceção, possam aceder rápidamente ao sistema judicial. NA EDUCAÇÃO promoveria um diálogo constante com todos os intervenientes nomeadamente os professores. O sucesso do processo educativo depende em boa parte de um acompanhamento direto e de uma adaptação permanente às novas exigências e desafios da sociedade. NA SAÚDE, as unidades de saúde privadas

não têm capacidade (porque prestam contas aos acionistas) para resolver os problemas. Os portugueses são maioriariamente pobres demais para pagar um tratamento. Assim, o Estado tem a obrigação de assegurar cuidados de saúde à população ou subsidiar os tratamenRAFAEL MOTA Animador da STAR FM

tos nas unidades de saúde privadas. Para todos. Sem exceção. NA ECONOMIA terminava om todas as formas legais existentes no nosso país de fuga aos impostos nomeadamente a zona franca da Madeira, que para além de não transferir dividendos para o Estado ainda inflaciona falsamente o nosso PIB.

co clube com campeões em todos os escalões. O Judo da Académica, a celebrar 50 anos, é um caso de sucesso.

SOUTO MOURA é o mais recente confrade dos Enófilos da Bairrada. O premiado arquiteto será certamente um ótimo embaixador da região.

a subir

É IMORAL continuarmos a ter um sistema

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ao microscópio

Corrida de bonecas insufláveis na Rússia

acredite se quiser

teve apenas 60 participantes. Hoje, a inusitada competição atrai ao rio Vouska mais de 800 pessoas, apesar de durar apenas três minutos. Na prova participam pessoas – e bonecas – de ambos os sexos.

Exame de condução acaba no mar O EXAME de condução dificil-

CHAMA-SE Bubble Baba Chal-

lenge. Começou em 2003, quando um grupo de amigos (que, surpreendentemente – ou não – estavam bêbedos) pensaram que seria hilariante "montar" bonecas insufláveis e fazer uma corrida num rio de Losevo, uma cidade perto de São Petersburgo, na Rússia. A primeira edição

mente poderia ter corrido pior para esta chilena. Quando circulava no molhe histórico da localidade de Antofagasta, um veículo passou muito perto da carrinha que conduzia. A aspirante a condutora assustou-se e, em vez de travar, acelerou. Acabou o exame no mar e teve mesmo de ser resgatada e transportada para o hospital, em estado de choque. O instrutor, que não conseguiu parar a viatura a tempo, pôs-se em fuga sem ajudar a condutora. Acabou por ser uma comerciante, de 30 anos, a lançar-se à água e salvar a mulher.

Detidos fazem sexo no carro da polícia HÁ UMAS SEMANAS, demos-

-lhe conta da história de um homem que roubou um carro da polícia para ter relações com a companheira e acabou por ser preso. Já o casal do episódio que se segue estava preso quando fez sexo na viatura policial. Após serem detidos por posse de drogas em Porter, no estado do Texas (EUA), Howard Windham, de 30 anos, e Tina Arie, de 44, foram apanhados em pleno ato no banco de trás do automóvel. O agente notou um movimento estranho na parte de trás do carro patrulha, olhou pelo espelho retrovisor, mas não conseguia ver Tina. Quando se virou, viu a mulher com a cabeça sobre o colo de Windham. Ela alegou que estava a descansar mas, quando o agente a puxou, descobriu que Windham estava com calças abertas e Tina estava a fazer-lhe sexo oral.

Johnny Depp quer ser destilado num barril de whisky JOHNNY DEPP não pára de

surpreender. O ator declarou que, quando morrer, quer ser destilado num barril de whisky

para que toda a gente possa beber. Depp foi inspirado pelo humorista Hunter S. Thompson, que como último desejo pediu que as suas cinzas fossem disparadas de um canhão. O ator desembolsou dois milhões de dólares para cumprir o desejo de Thompson e agora também quer uma despedida pouco comum.

Condenado a pagar 100 porcos

A MÁ prestação da seleção de Samoa no Campeonato do Mundo de Râguebi (que já terminou há algumas semanas), continua a dar dores de cabeça ao selecionador Tuala Matthew Vaea. A aldeia de onde é natural não lhe perdoou os resultados e as exibições menos conseguidas, assim como alguns problemas disciplinares e decidiu castigá-lo com uma multa de… cem porcos! O homem pediu desculpa à aldeia e à nação e entregou dois mil dólares em vez dos animais.

Madonna tinha sovacos peludos quando era jovem A CANTORA norte-americana, que poderá vir a Coimbra no próximo ano, sempre pautou pela diferença, desde os tempos de liceu: "Recusava a depilar-me. Tinha os sovacos peludos. Quando andava na secundária, via a forma como as raparigas mais populares se comportavam para atrair a atenção dos rapazes. Resolvi fazer o oposto", revelou. 18


lente de contacto FILHO "MESSI" - MAS MELHOR! Afinal, o futuro da Académica, como equipa de topo no panorama nacional e, até, internacional, poderá estar devidamente garantido. Um conhecido professor da Faculdade de Direito, também político, agora municipal, continua, embora os anos já lhe pesem, a jogar, todas as manhãs de domingo, partidas de futebol com amigos e conhecidos. E não é modesto - não a seu respeito, evidentemente, que não nasceu para isso. Os elogios vão, inteiros, para o filho, que o acompanha nessas partidas. Garante: é um autêntico Messi. E logo acrescenta: mas melhor. Um destes dias vamos espreitar, com o Pedro Emanuel, tão promissora juventude...

POBRES BICHOS Existem muitas pessoas que dedicam a sua vida à defesa dos animais. Caminham pelo campo, sentem a natureza, são unos com o universo. E lutam contra quem não se atreve a usar cosméticos que foram testados em bichos ou, até, roupas de pele. Há outras que, também passeiam pelos verdejantes campos de Coimbra e pela lama, mas não têm o mesmo amor pelos bichos. Depois do dia atribulado, chegaram na hora do refresco, bem tapadinhas. Se a cerveja era boa, o aspeto era ainda melhor, os bichos pouco interessam. Resta saber qual a marca dos casaquinhos, que dão para toda a família, da mãe à tia.

A FUGA DOS PORCOS O leitão é uma das iguarias gastronómicas da região. A maioria dos amantes da boa mesa gosta de provar o pequeno bácoro na Mealhada, antes ou depois de uma passagem por Coimbra. Mas

praça de

táxis A greve geral teve resultados positivos ou negativos?

ABEL BICA

O bispo e os autarcas A pontualidade com que o novo bispo de Coimbra se apresentou na cerimónia de entrega, à Associação Acreditar, do Prémio Nuno Viegas do Nascimento, suscitou afetuosas boas-vindas... autárquicas. O mediático elogiador comparou-a ao empenho que, ele próprio, põe em chegar sempre a horas - apesar de, na sua cidade, os relógios públicos quase nunca andarem certos. Terá ficado, por isso, chocado quando a última personalidade a chegar seria, precisamente, a presidente da câmara de um município vizinho. Então, já o primeiro-ministro, no seu discurso, ia a meio... há outros que optam pelos (bons) restaurantes que servem o prato à saída da cidade. À partida não haveria nenhum problema. A não ser que a passagem dessas pessoas por Coimbra não tenha agradado a ninguém, principalmente àqueles que defendem, até à morte, o seu emblema maior. Por pouco, quatro intervenientes dum verdadeiro filme de terror que se realizou na passada sexta-feira na cidade, não substituíram os leitões num dos fornos desses estabelecimentos e acabaram bastante queimados. Valeu-lhes o facto de terem mais jeito para conduzir do que para ajuizar.

Acho que esta greve geral não resolve nada. De facto as pessoas conseguiram mostrar a sua indignação, mas não houve resultados práticos. Penso que as greves não são a solução para sair da crise.

ALEXANDRE MARTINS

Acho que as greves resultam sempre. É pena que uma grande parte das pessoas não tenha tido a oportunidade de aderir a este protesto. É muito importante que os cidadãos mostrem que estão revoltados. Faz parte da democracia.

espelho meu

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ao microscópio

vidas

VÍTOR SERÔDIO

Quase meio século a trabalhar para a Briosa

FOTOS PEDRO RAMOS

O FUNCIONÁRIO MAIS ANTIGO DA ACADÉMICA, VÍTOR MANUEL SERÔDIO FIGUEIREDO, REFORMOU-SE 47 ANOS DEPOIS DE TER INICIADO FUNÇÕES NA BRIOSA

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VÍTOR SERÔDIO entrou tími-

precisamente no dia em que completou 15 anos de idade, que Vítor Serôdio entrou para o serviço da Académica. Foi a prenda de aniversário que lhe deu o rumo para toda a vida. Ao tempo estudante na Escola Comercial e Industrial Avelar Brotero, Vítor Serôdio soube, por um amigo, que se abrira uma vaga no corpo de funcionários da secção de futebol da Associação Académica de Coimbra. Não perdeu tempo, candidatou-se ao lugar e foi admitido numa casa onde permaneceu em funções até dia 22 de novembro de 2011. Na altura, não imaginaria certamente que, quase meio século depois, estaria ainda a trabalhar em prol do seu clube de sempre. São muitas as histórias, os episódios e as memórias que ficaram por contar e que são impossíveis de transportar para a escrita, mas uma coisa é certa: por uma vez, a frase "Os homens passam mas a Instituição fica", parece não ter razão… É que, aqui, o homem também ficou.

do na Académica e outra coisa não seria de esperar. Aos 15 anos exercia a função de paquete, era o moço dos recados… Ia aos bancos, aos correios, percorria a Baixa de Coimbra e era conhecido como o "miúdo que já trabalhava na Briosa". Mas a sua afirmação foi rápida, pois apenas dois anos mais tarde já era chefe de Secretaria, tendo passado depois para secretário-geral, a função que exercia

quando se reformou, na semana passada. "Para mim, tudo isto tem um significado especial. Quase que posso dizer que nasci na Académica. Trabalho aqui desde os 14 anos, foi o meu primeiro emprego e nunca tive outro… A Académica para mim é tudo, é uma grande Instituição que devemos apoiar e respeitar cada vez mais", afirmou Vítor Serôdio, ao site oficial dos "estudantes".

Quase que posso dizer que nasci na Académica. Foi o meu primeiro emprego e nunca tive outro

QUARENTA E SETE ANOS não

são 47 dias e as histórias que ficaram para contar são mais do que muitas. "Recordações? São tantas, tantas… Os anos 60 foram os anos de ouro da Académica, tínhamos uma equipa belíssima e esse período foi espetacular. Era tudo tão bonito… Quanto aos jogadores, houve muitos que ficaram na minha memória mas o Zé do Carmo, o Artur Jorge, o Manuel António… esses, nunca vou esquecer", afirma. "Hoje, por exemplo, gosto do Orlando porque é um bom jogador e é muito simpático, é uma excelente pessoa. Já em relação aos treinadores, sempre tive grande simpatia e admiração pelo Juca. Sem dúvida, era o meu preferido, mas também gostava do Mário Wilson. Souberam-me cativar, não sei explicar porquê…", lembra. Terminada a conversa, restam duas certezas. A primeira é que ficou muito para contar. A segunda é que haverá muitas mais histórias pela frente, mas agora com outros intervenientes.

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FOI A 30 DE JUNHO de 1964,


O PERCURSO de Vítor Serôdio na Briosa já lhe mereceu algumas distinções, nomeadamente o Prémio "Briosa", em 1986, e a Medalha de Mérito Desportivo, atribuída pela Associação de Futebol de Coimbra. Será também homenageado pela direção da Académica, o clube da sua vida, em data e local que brevemente serão dados a conhecer. Será uma das formas de toda a família da Académica poder agradecer a dedicação do Vítor Serôdio, e assim retribuir um pouco do muito que ele deu à Instituição.

FOTOS PEDRO RAMOS

Vítor Serôdio vai ser homenageado pela Académica

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opinião

A perversa busca da felicidade PAULO FREIRE

A FELICIDADE , classicamente o mais democrático e transversal dos sentimentos, é cada vez mais uma ditadura da atualidade que vivemos. A felicidade, mais até que o amor, é uma imposição tácita dos nossos dias. Arroga-se com facilidade, coragem e determinação a ausência do enamoramento, da paixão e do amor, mas ninguém é capaz de assumir, com tranquilidade e esperança, um estado que não seja de felicidade. Não estar feliz passou a ser um feito ilícito, uma fraqueza, até mesmo um acto de cobardia se não for acompanhado duma qualquer atitude reativa que destrua tudo o que se construiu. A felicidade tornou-se um dever, uma obrigação, algo a que somos permanentemen-

A FELICIDADE É UM MOMENTO ONDE PODE CABER UMA VIDA

te coagidos. A felicidade deixou de ser algo que acontece para ser algo que se procura, converteu-se em algo que se pode encontrar em vez de algo que se pode dar. A FELICIDADE não se pode preparar como quem segue uma receita ou erige um edifício previamente planeado. Não é programável, conjeturável nem passível de indução. Não vai lá com uma ajudinha, com umas velas a compor um jantar nem com umas ilhas gregas a disfarçar os problemas. A felicidade é simples e imprevisível. Mora na conivência dum olhar, na ternura dum beijo, no conforto do silêncio, na obscuridade dum gesto, nos despretensiosos e imponderáveis momentos de vida de que o acaso se incumbe com a cumplicidade do amor. A FELICIDADE não é algo que se seja. O ser implica constância, continuidade, quotidiano, rotina, crescimento e maturação, características que a felicidade não pode con-

gregar. A felicidade é algo que se pode estar. Que se pode estar hoje, agora, neste momento, sem condições, sem promessas, com ilusões mas sem cobranças. É um desejo que adicionado de tempo se transforma na esperança de vir a estar feliz. Querer ser feliz em vez de querer estar feliz, é hiperbolizar o protagonismo do desejo desprovendo-o da indispensável ponderação que o tempo lhe confere, asfixiando a esperança no futuro, criando a urgência dum presente que não existe, instalando a angústia onde antes reinava a expectativa. Não ser feliz é ser infeliz. Não estar feliz não implica necessariamente que se esteja infeliz. Ser alguma coisa é dicotómico: ou se é ou não se é, ponto final. O estar é diferente. Pode estar-se uma coisa ou outra, ou simplesmente não estar coisa nenhuma, uma espécie de intervalo até que alguma coisa aconteça de novo. A maioria dos problemas das nossas vidas resulta disto mesmo: de querermos ser o que afinal só podemos estar. Exasperados com aquilo que não somos nem sequer nos resta lucidez, tempo e longanimidade para estar o que queríamos ser. No final não somos nem estamos nada do que queríamos e acabamos por ser exatamente aquilo que não desejávamos: infelizes. HÁ CAMINHOS que não têm retorno e há retornos que não são caminhos. Os sensatos procuram a felicidade nos caminhos, os infelizes perdem-se nos retornos. A felicidade é irrepetível. Poderemos estar felizes várias vezes, até com a mesma pessoa, mas nunca da mesma maneira. A felicidade renova-se mas não se repete. É por isso que nos move a busca da felicidade. É por isso que é bom estar feliz. É por isso que custa viver depois da felicidade. A FELICIDADE regenera-se mas não se substitui. Nenhum momento feliz relativiza a importância e a memória duma felicidade passada. Cada felicidade vive de si própria e vale por si mesma e quando decide morrer, morre, mesmo que não haja outra felicidade para ser vivida. E quando morre deixa-nos a memória, que é como quem diz, a sua alma, lembrança indelével para quem se iludiu e acreditou que a viveria para sempre. A felicidade é um momento. Um momento onde pode caber uma vida e valê-la também…

| Paulo Freire é médico e assina regularmente este espaço de opinião |

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30 NOVEMBRO 2011


revista

ACADEMIA DO LEITÃO

C231

AGRADECE ÀS SEGUINTES MARCAS O CONTRIBUTO IMPRESCINDÍVEL PARA O SUCESSO DO 1.º PASSSEIO TT REVISTAC / AUTOINDUSTRIAL / JEEP


sociedade

emprego

E PRECISAM-S S E R SOLDADO

-SE PROCURAMTAS ELETRICIS

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ACEITA-SE PADEIRO

OS CONTRATAM ORES CANALIZAD SOLDADORES, padeiros, eletricistas e outros ofícios mais técnicos são ofertas muitas vezes recusadas

30 NOVEMBRO 2011


REGIÃO TEM EMPREGOS QUE NINGUÉM QUER

PROCURAM-SE TRABALHADORES EMBORA O MERCADO SEJA FAVORÁVEL PARA OS SOLDADORES, PEDREIROS OU ELETRICISTAS, SÃO POUCOS OS INTERESSADOS NESTAS FUNÇÕES

MARTA VARANDAS

NOS DIAS QUE correm, recusar trabalho po-

de considerar-se um luxo. Mas embora a crise económica e o desemprego tenham tornado mais aliciantes determinadas tarefas, ainda há vagas que ficam por preencher nos centros de emprego. Carpinteiro de limpos, pedreiro ou armador de ferro, soldadores, eletricistas, técnicos de gás e outras tantas profissões, que em comum têm a ligação ao trabalho manual ou industrial, são as que menos interessam a quem procura emprego.

Hoje, é difícil ter gente para fazer formação em carpintaria, porque não há interessados, explica Cidália Pereira, do Centro de Emprego de Coimbra Ocupações que há décadas eram vistas como "ofícios e artes", considerados os profissionais que nelas trabalhavam "artistas", o que demonstrava como eram socialmente reconhecidos, são hoje "empregos que têm uma conotação negativa", explica Maria Cidália Pereira, diretora do Centro de Emprego de Coimbra (CEC), que se insere na Delegação Regional do Centro e tem como área de intervenção cinco concelhos: Coimbra, Cantanhede, Mealhada, Penacova e Condeixa. A extinção das escolas industriais terá estado na origem do mito que divide as profissões em dois ramos: as que são valorizadas socialmen-

te e as que são desvalorizadas. Um mito que "tem de ser desmistificado", de acordo com a dirigente do CEC, que tem "feito trabalho nesse sentido", garante. "Há um desajustamento. Os empresários pedem ao centro de emprego eletricistas, soldadores, técnicos de gás... Mas as pessoas com formação nestas áreas são insuficientes para responder à procura". São ofertas de "difícil satisfação", remata a responsável pelo Centro de Emprego de Coimbra. OS CENTROS DE Formação Profissional (CFP), que existem para dar oportunidades aos desempregados, no entender de Cidália Pereira estão "muito bem apetrechados". Contudo, nos dias que correm é "difícil ter gente para fazer formação em carpintaria", porque não há interessados, facto que a dirigente atribui à "alteração de mentalidades, que está relacionada com o próprio olhar da sociedade para o que é valorizável". No caso dos soldadores, "temos poucos, porque os que existem conseguem rapidamente emprego, muitos deles nos países nórdicos, para trabalhar nos barcos do bacalhau ou em empresas petrolíferas". As pessoas que o CEC vai formando, através dos CFP, "perdemos grande parte para o mercado externo". TODA A FORMAÇÃO que se faça, de acordo

com a diretora do CEC, não chega para as necessidades do mercado. É necessário um ano para formar entre 12 a 14 soldadores. Por tratar-se de uma profissão altamente qualificada, é usada uma cabine por pessoa, que vai simular todas as condições de trabalho do soldador. Por esta razão são for-

mados menos de duas dezenas por ano e para toda a região. SALÁRIOS SÃO ATRAENTES. Um técnico ad-

ministrativo ganha metade do valor que ganha um soldador. Mas mais depressa há resposta à primeira oferta do que à segunda. Cidália Pereira afirma que o salário praticado no setor (soldador) é por norma acima do salário mínimo nacional e "sempre negociável", de acordo com o nível de conhecimento técnico e da experiên-

DESEMPREGO EM NÚMEROS A 31 DE OUTUBRO de 2011, o Centro de Emprego de Coimbra tinha 9675 desempregados inscritos. Deste número, 4815 são subsidiados. ATÉ AO DIA 23 de novembro de 2011, o Centro de Emprego de Coimbra fez 1579 colocações. CERCA DE 22 por cento das vagas do Centro de Emprego de Coimbra ficam por preencher. O número refere-se à anulação de ofertas pela entidade empregadora ou a áreas ligadas a profissionais qualificados como soldadores, pedreiros. ATÉ OUTUBRO, 860 pessoas fizeram estágios profissionais através do Centro de Emprego de Coimbra.

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sociedade

CENTRO DE EMPREGO APOIA EMPREENDEDORISMO O CENTRO DE EMPREGO desempe-

nha o papel de mediador, facilitando o acesso ao emprego. Contudo, assume também o papel de empreendedor, ao apoiar a criação de empresas. O trabalhador passa a ser também empresário. O centro de emprego ajuda a viabilizar o seu negócio, por norma em atividades que deram origem ao desemprego, o que também pode não acontecer. A pessoa, através dos conhecimentos, técnicos e profissionais, que adquiriu, dá origem a uma pequena empresa, constituída pelo próprio mais um ou dois postos de trabalho. Também há programas especiais através de entidades bancárias, que apoiam com juros bonificados, o que pode ser acumulado com acesso ao microcrédito (10 mil euros).

cia profissional. As formações nos CFP além de "valorizarem o técnico" ainda dão algum apoio ao nível financeiro, como são exemplos os pagamentos de um seguro e do transporte, um subsídio de alimentação e uma bolsa. QUAIS SÃO AS RAZÕES PARA RECUSAR EMPREGO? São vários os fatores que afastam os

ativos de determinadas profissões. A começar, como já foi dito pela diretora do CEC, pelo reconhecimento social. "As ofertas de difícil satisfação são aquelas onde existe desajustamento entre quem pede e quem oferece", esclarece Cidália Pereira. Há ofertas que "nem sempre se adequam às expectativas salariais" de quem procura emprego, nem às áreas profissionais onde se concentra a procura, explica aquela responsável. Contudo, "há licenciados que aceitam trabalhar em restaurantes ou em centros comerciais, mas é normal que tenham outras expectativas e que não estejam disponíveis para qualquer tarefa". Os horários que não encaixam na vida familiar, mulheres sem retaguarda familiar ou famílias monoparentais, o trabalho por turnos, as empresas fora da área de residência e em locais mal servidos de transportes também explicam as vagas que, todos os meses, sobejam, nos centros de emprego. "Mas na generalidade dos

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emprego

casos, as pessoas querem mesmo trabalhar", sublinha Cidália Pereira, que defende que o desempregado não deve ser visto como "um bandido". DESEMPREGADOS E SUBSIDIADOS. Os

desempregados subsidiados podem recusar emprego, caso as ofertas não obedeçam ao conjunto de regras que a lei definiu para proteger quem se encontra no patamar mais frágil da escala profissional. Ao abrigo do artigo 13.º "Emprego Conveniente", do decreto-lei n.º 220/2006 de 3 de novembro, um salário inferior ao valor do subsídio de desemprego é a primeira das regras que permite recusar um emprego. O trabalho considerado conveniente permite a recusa dos desempregados para uma dada oferta. "Os subsidiados que vêm de empresas onde trabalharam durante muitos anos, recebem ofertas com salários abaixo do que recebem com o subsídio de desemprego", refere Cidália Pereira. A recusa está também relacionada com fatores de ponderação, já atrás mencionados, onde depois de ser feito "um balanço, a pessoa prefere não aceitar".

Conseguir emprego "não foi fácil" ANA PAULA SILVA, 44 anos, é cozinheira e um exemplo da trabalhadora que não quer "viver à custa do subsídio de desemprego", mas que sentiu "na pele" as dificuldades para conseguir trabalho. Foi cozinheira 12 anos numa pizaria em Coimbra. A vida mudou no dia que o patrão decidiu alugar o espaço a outras pessoas, com quem Ana Paula não se identificava, acabando por vir embora um mês depois. Com cinco filhos, estando apenas o mais velho, com 21 anos, independente e os restantes quatro - dois, nove, 16 e 18 anos - a seu cargo, ficou desempregada a receber 425 euros do subsídio de desemprego. Renda da casa para pagar, creche do bebé, marido sem trabalho. Ana Paula Silva vai a entrevistas de emprego e per-

cebe que os quatro filhos, assim como o transporte, são o principal entrave para conseguir trabalhar. "Conseguir emprego não foi fácil. Têm medo que os meus filhos adoeçam e que eu tenha de faltar. Mas em 12 anos na pizaria, não faltei uma vez", conta. Tanta luta e tanto esforço não terão sido em vão. A cozinheira começou a trabalhar, num novo restaurante que abriu em Coimbra, no dia 26 de novembro. Já o marido, que também gosta de cozinhar, "por ter tatuagens nos braços", diz Ana Paula, está a ter sérias dificuldades em conseguir trabalho.

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PEDRO RAMOS

CENTRO DE EMPREGO é o mediador que tenta encontrar a melhor oferta para determinado perfil

QUEM ESPERA DESESPERA. A responsável pelo CEC refere que quem espera muito tempo por uma colocação que tarda em chegar, acaba por diminuir a autoestima, que "vai ser um obstáculo para se afirmarem num posto de trabalho". O CEC, que tem o papel de mediador na conquista de um trabalho, aconselha os desempregados a adotarem uma postura pró-ativa. E Cidália Pereira menciona alguns exemplos, ao referir que há pessoas disponíveis para fazer qualquer coisa, encarando o desemprego como algo passageiro, querendo estar ocupadas nesse período. "São pessoas muito pró-ativas e afirmativas, que ao aceitarem trabalhar num centro comercial, encaram essa experiência como uma preparação técnica. São pessoas com uma energia e força muito grandes, que por vezes conseguem boas oportunidades por tomarem esta postura", explica a dirigente. DESEMPREGADOS COM MAIS ESTUDOS

O aumento dos níveis de escolaridade dos desempregados de hoje é também um fator a ter em conta e que pode levar as empresas a ter receio de que vão embora, por terem mais capacitação, revela Cidália Pereira.

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Lei protege os mais frágeis e permite subsidiados recusarem ofertas sempre que o valor do salário seja inferior ao valor do subsídio de desemprego

Os estágios profissionais, na sua maioria, são feitos por licenciados, sendo que áreas como a inovação, informática, eletrónica e saúde têm "empregabilidade total", garante a responsável. No que às ciências sociais e humanas diz respeito, o nível de empregabilidade "é menor". Em setembro de 2010, nos cinco concelhos que o CEC abrange, havia 1876 desempregados inscritos, licenciados, com mestrado ou doutoramento. No período homólogo de 2011 eram 1940. Entre as razões evocadas pelos empresários, que são os empregadores, e as razões dos trabalhadores, fica a certeza de que, embora não sejam abundantes, ainda há empregos à espera de serem ocupados. Podem é não corresponder às expectativas desejadas.


sociedade

saúde

DEPENDÊNCIAS

PORQUE NOS

VICIAMOS? "O PRAZER QUE CERTAS SUBSTÂNCIAS OU COMPORTAMENTOS PROPORCIONAM É MUITO MAIS FORTE QUE O PREJUÍZO QUE CAUSAM, QUE SE CONHECE MUITO BEM, MAS QUE É FUTURO E INCERTO". CRISE PODE VIR A AGRAVAR O PROBLEMA

AS DROGAS clássicas, mais conhecidas, ainda são aquelas que mais trabalho dão e que mais atenção suscitam às autoridades


VASCO GARCIA

"CHEGUEI AO FUNDO DO POÇO. Já nada

fazia sentido. Era acordar para consumir. Não trabalhava, não queria nada. Estava difícil seguir um rumo. Não me interessava por estudos, trabalho, família, nada… Entrei em desespero". "Eu gostava da droga mas, ao mesmo tempo, à parte desse amor, começava a perder tudo e a perder-me a mim próprio". "Consegui destruir tudo o que juntei. Não só a mim mas também à minha família. Destruí a relação que tinha com toda a gente que me rodeava. Era só consumos e pouco me preocupava com o meu filho, que tem cinco anos". "Consumi drogas durante 24 anos. Tenho duas filhas, de meios diferentes, e, derivado ao mundo em que andei, não me dou com nenhuma". Exemplos como os de Ana (25 anos), Pedro (30), Pedro (também 30) e Tó Zé (34), recolhidos numa clínica de tratamento da toxicodependência e alcoolismo são, infelizmente, mais comuns do que todos nós desejaríamos. Mas, se todos sabemos os prejuízos que determinadas substâncias e comportamentos nos podem causar, por que razão caímos nas suas teias? Por que motivo nos viciamos? A foi à procura de respostas. "A grande maioria das vezes, começamos a manifestar ou a manter determinado comportamento ou atitude porque gostamos, porque nos dá prazer, porque sentimo-nos bem a fazer aquilo", afirma António Reis Marques, diretor do Serviço de Psiquiatria dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC). Por exemplo, "uma pessoa vai ao café porque se sente bem". À partida, este hábito não teria nada de negativo. O problema é quando essa pessoa já não consegue viver sem ir ao café. Ou seja, quando a ausência desse comportamento "provoca grande perturbação na pessoa", explica António Palha, presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM). "NO QUE DIZ RESPEITO A SUBSTÂNCIAS

como o álcool ou as drogas, "é muito mais difícil passar sem elas". Porque, explica Reis Marques, "além da dependência física ser muito mais frequente, as substâncias aditivas criam também dependência psicológica, associando as duas".

Quando uma pessoa já não pode viver bem sem uma substância ou comportamento, é considerada dependente

CAFÉ há quem tenha o hábito ou quem tenha o vício. A diferença mede-se pelo nível de perturbação na pessoa que a privação pode causar.

SUBSTÂNCIAS ADITIVAS presentes em álcool ou drogas potenciam dependências físicas e psicológicas

JOGO PATOLÓGICO Comportamento evidencia forte desiquílibrio entre fatores depressivos e fatores excitatórios

O QUE ELES SENTEM "COM OS CONSUMOS de álcool

e cocaína que fazia diariamente, mal descansava. (...) até que vi que a minha cabeça estava quase a rebentar". (Marco, 32 anos) "TINHA UMA RELAÇÃO de amor e ódio com a minha droga de escolha, a heroína" (Pedro, 30 anos) "NADA FAZIA SENTIDO. Era acordar para consumir. Não me interessava por estudos, trabalho, família, nada..." (Ana, 25 anos) "HÁ SEIS ANOS que consumo

heroína e cocaína. Consegui destruir tudo o que juntei. Não só a mim mas também à minha família" (Pedro, 30 anos)

"O sistema nervoso central, para funcionar, tem de estar equilibrado em dois fatores: o fator depressivo e o fator excitatório. Normalmente, os dois pratos da balança estão equilibrados. Quando nós ingerimos uma substância, seja ela qual for, ela é sempre um depressor do sistema nervoso central. Portanto, um dos pratos da balança fica desequilibrado", começa por explicar António Pisco Preto, diretor clínico do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra (CHPC). "Segue-se um mecanismo de adaptação neuroquímico que vai fazer com que o outro prato tenha fatores excitatórios, que acabam por equilibrar a balança", ilustra. "Ficamos com um equilíbrio instável: temos a droga de um lado e o organismo a compensar do outro. Quando falta a droga, o prato da depressão desequilibra-se para o lado dos mecanismos excitatórios. Por isso temos as chamadas ressacas", conclui. É precisamente para evitar essa sensação desagradável que voltamos a consumir a substância, porque "a capacidade de o organismo se adaptar é mais lenta do que a droga, que é imediata".

A crise pode trazer um certo desespero face ao futuro, que leve as pessoas a baixarem os braços e a optarem por soluções que lhes dêem prazer, conforto e satisfação imediata "EM RELAÇÃO AOS COMPORTAMENTOS, o mecanismo é essencialmente o mesmo", afirma Pisco Preto. Carlos Ramalheira, delegado regional do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT) dá um exemplo: "Sabe-se hoje que certas alterações em circuitos cerebrais e em núcleos cerebrais bem específicos, que se conhecem muito bem, que ocorrem em pessoas que são viciadas no jogo – o chamado jogo patológico – são em tudo semelhantes àquelas que um dependente de heroína tem". A diferença é apenas uma questão de grau. "Há uma enorme similitude. O substrato físico, fisiológico e patológico é semelhante", reforça. Por outro lado, "sabe-se também que há uma taxa de associação entre dependências extraordinariamente elevada", salienta o psiquiatra. "Por exemplo, as pessoas dependentes do jogo são pessoas que são mais dependentes e têm mais facilidade em tornarem-se dependentes do álcool ou do tabaco; as pessoas dependentes do haxixe têm maior facilidade e com maior frequência

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sociedade

saúde

António Pisco Preto, diretor clínico do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra

Carlos Ramalheira, delegado regional do Instituto da Droga e Toxicodependência

aparecem com outras dependências concomitantes". De tal forma que, considera Pisco Preto, "hoje já não faz muito sentido falar em álcool, droga ou jogo em separado. São mecanismos aditivos, para as pessoas poderem funcionar e para se poderem sentir bem". Opinião corroborada por Ramalheira: "Só numa fase em que as drogas eram extremamente raras é que havia monodependência. Hoje, o cenário com que nos deparamos é, muitas vezes, a polidependência". Ainda assim, o delegado regional do IDT salienta que, "apesar de haver evidência de que, nos últimos anos, estiveram a diminuir, as clássicas drogas mais conhecidas ainda são aquelas que nos dão mais trabalho e que

António Reis Marques, diretor do serviço de Psiquiatria dos HUC

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suscitam a nossa maior atenção". Mas a droga mais preocupante de todas, no nosso país, é, "seguramente, o álcool", garante. A S CON SEQUÊ NCIA S SÃO MUITAS. "A dependência pode

levar até à morte, se a pessoa não conseg uir controlar as substâncias que consome. Uma pessoa que está dependente tem como primeira necessidade arranjar a substância, é uma atitude que preenche. Essas pessoas são capazes de fazer quase tudo para obter essa substância", afirma Reis Marques. Naturalmente, esta necessidade causa "desorganização" na vida da pessoa, com repercussões "a nível laboral, social, familiar, económico, além, obviamente,

da saúde", acrescenta António Pisco Preto. Com tanta informação existente hoje em dia, como se compreende que haja tanta gente a cair nestes erros? Carlos Ramalheira responde: "Os seres humanos não pautam o seu comportamento apenas por critérios de racionalidade. São seres com impressões, com relações e que têm de se adaptar a um contexto social. E nem sempre é fácil compaginar ou trocar benefícios de longo prazo com formas de recompensa e de reforço imediato. Sobretudo quando a vida é difícil". No fundo, é tudo uma questão de prazer: "o prazer é muito mais forte que o prejuízo futuro, que se conhece muito bem, mas que é futuro e incerto". Se algumas

António Palha, presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental

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pessoas conseguem "canalizar de forma criativa, socialmente produtiva e pessoalmente enriquecedora essa necessidade que todos temos de obter gratificação, outros não terão os mesmos meios, o mesmo contexto, as mesmas oportunidades e a mesma criatividade e encontram-se a fazer más escolhas", conclui o delegado regional do IDT. CARLOS RAMALHEIRA consi-

dera que, em termos de dependências, a situação na região está "em larga medida, completamente controlada", tendo sido mesmo registado "um decréscimo nos novos utentes com drogas ilícitas". No entanto, o responsável manifesta-se receoso com o cenário que se avizinha.


Vinho da Quinzena avizinha. "Há condições, quer do ponto de vista do mercado internacional – nomeadamente a saída das forças ocidentais do Afeganistão – quer do ponto de vista do período de crise que estamos a atravessar, que possam ser fatores de um recrudescimento dessas problemáticas antigas que estão relativamente controladas na nossa região", declara. A experiência diz a Carlos Ramalheira que as dificuldades económicas podem levar a aumento dos problemas: "há um certo desespero face ao futuro, uma falta de esperança que leva as pessoas a baixarem os braços, a optarem por soluções que lhes dêem prazer, conforto, alguma satisfação imediata e aí estão criadas as condições para o aumento do consumo de substâncias como as bebidas alcoólicas". CONTRARIAR A TENDÊNCIA para a de-

pendência é uma tarefa que "tem de se começar desde criança", através da educa-

Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena:

ção e dos valores e de muito trabalho por parte da família, afirma António Palha. "Há necessidade de atacar as raízes do problema, proporcionando espaços e modos alternativos das crianças crescerem acompanhadas e terem comportamentos saudáveis e atividades reforçadoras e integradoras, favorecendo a coesão social, a cidadania, a ordem social, com estratégias de proximidade e com o envolvimento da comunidade", acrescenta Carlos Ramalheira. Já António Reis Marques deixa uma palavra de ordem: "Esclarecimento, esclarecimento, esclarecimento!". Para a saída, o primeiro passo é reconhecer o problema. "Trabalhei durante mais de dez anos no centro regional de alcoologia e não me lembro de algum doente, numa fase em que já se via que tinha alguns problemas, que não me dissesse que deixava de beber quando quisesse. A negação é sempre a melhor defesa", termina António Pisco Preto.

Vinho da Quinzena: Vinho da Quinzena:

Novas drogas exigem atenção CARLOS RAMALHEIRA , delegado

regional do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), reconhece que "as clássicas drogas mais conhecidas ainda são aquelas que dão mais trabalho e que suscitam maior atenção", mas não deixa de estar preocupado com as novas drogas que vão surgindo no mercado e que são, muitas vezes, vendidas legalmente, em estabelecimentos que se estão a espalhar a todo o país. "É um fenómeno que merece a nossa atenção. Felizmente, ainda não é preocupante, ainda não assume entre nós

proporções de gravidade, mas estamos atentos", revela. "Hoje existem verdadeiras indústrias, uma ilícitas, outras que, sendo lícitas, são moralmente sancionáveis, a todos os títulos, como o famoso 'miau-miau', que é vendido em Portugal como fertilizante para plantas. Estou convencido que as pessoas que o colocam à venda sabem que ele está a ser comprado para outros fins. As autoridades têm de considerar quando é que isto começa a ser um problema que é preciso identificar e sinalizar", alerta.

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opinião

MIRA LAGOA SOBRAL

Sinais dos tempos ENTRE O DIA em que se escreve o presente e o dia em que o presente é lido muito acontece. E o risco de alguma desatualização é efetivo. Mas, mesmo assim, há há sempre temas que são de maior longevidade, ainda que mais urgentes e muito mais impactantes. COMO a III Guerra Mundial, que aí está. E, tal como as anteriores, ainda que ditas mundiais, tiveram sempre como palco maioritário em extensão territorial, humana e de danos a Europa. Esta é uma guerra diferente. Sem balas. Provocada pela Europa. Que deixa a olho nu uma Europa sem coesão, sem rumo, sem líderes. Uma inequívoca guerra de poder. Interno e externo. Uma guerra atualizada. Tecnologicamente de guerrilha. De nervos. De clarividência. De resistência. De afirmação. GUERRILHA que se alastra por contágio dos mais fracos aos mais fortes. É a guerrilha da "química da finança". Que atacou os extremos geográficos. O Noroeste (Irlanda), o Sudoeste (Portugal) e o Sudeste (Grécia). E a partir daqui repete-se a

A EUROPA XXI AINDA NÃO NASCEU. ESTÁ DE GESTAÇÃO LENTA E PARTO DIFÍCIL célebre frase de Teixeira Ribeiro aplicada à noção de inflação: é nódoa de azeite a alastrar em folha de papel vegetal. E SEGUNDO as notícias de fim de domingo, talvez ainda este mês a Itália necessite de um plano de ajuda de seiscentos mil milhões de euros. E logo depois, lá mais para janeiro do ano que vem, seguir-se-á a Espanha. O lado sul já está tratado! Umas "flechas" a oeste começam a aparecer. Que o diga a Bélgica. O cerco começa a fechar-se. O circo está montado. MAS, mesmo assim, há sempre temas que são de maior longevidade, ainda que mais urgentes e muito mais impactantes. Se se pensar que Portugal por setenta e oito mil milhões vai

pagar de juros e encargos trinta e cinco mil milhões, a ajuda Troikiana leva Portugal a pagar cento e treze mil milhões de euros. No prazo curto do acordo. COM ESTA rentabilidade da Sociedade Anónima TROIKA, será que alguém pode dizer em que Bolsa se transacionam as ações deste ACE (agrupamento complementar de empresas)? Estou comprador. Investimento certo e garantido. Rentabilidade assegurada. Os aflitos pagam a aflição. Desculpem: os capitais aplicados na ajuda são de uma rentabilidade assegurada. A pergunta surge inevitável: como é que Instituições Internacionais, supranacionais, com escopo de excecional atuação de auxílio, alcançam ganhos de dimensão especulativa? Onde aplicam tais ganhos? SE SE JUNTAREM os países já "ajudados" aos que estão "em vias de vir a ser ajudados", os proveitos da ajuda são paquidérmicos. Ou será esta realidade a confirmação, por excelência, do sucesso de um novo e florescente ramo da economia: a economia social? Ou será como na Grécia que ainda recentemente contratou "nos mercados" uma operação a uma taxa superior a 100 por cento? Alguém pensa que quem emprestou vai receber tais juros? E que, quem em comprovado estado de necessidade assinou aceitar pagar tal preço, alguma vez vai pagar este preço? Isto não é especulação? Ou "assalto de caneta em riste"? Ou seja: internacionalmente há um inimigo quase universal: o euro. Finança contra euro. E não é que o euro não se sabe defender? E não é que há quem se arvorando em "casal de tutores" (Merkl e Sarkozy) merece que a tutoria lhe seja retirada de pronto? A EUROPA XX ainda não desapareceu. A Europa XXI ainda não nasceu. Está de gestação lenta e parto difícil. Uma coisa é certa: sempre que a "finança" engorda, a economia "definha". Gordura, de facto, pode ser formosura. Mas saúde, garantidamente, não é. Finança Gorda, Morbilidade Certa. Até que a própria Finança acaba por morrer por a própria língua morder. Estarão todos míopes? Sem futuro? Até os mercados? Será por isso que estão a fazer um "agiornamento" e a moldar um re-styling do "fartar vilanagem"? BOM SENSO: Volta! Onde estás? Ninguém te sente!...

| Mira Lagoa Sobral assina todas as semanas este espaço de opinião |

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especial

empresas

As 100 maiores

do distrito de Coimbra

Liderar em tempo de crise


head entrevista

especial

ANTÓNIO ALMEIDA HENRIQUES

Portugal vai crescer e honrar os seus compromissos O SECRETÁRIO DE ESTADO DA ECONOMIA NÃO TEM DÚVIDAS: AS EMPRESAS PORTUGUESAS VÃO REAGIR POSITIVAMENTE À CRISE, SE OLHAREM PARA O MUNDO COMO O SEU ESPAÇO NATURAL

SOARES REBELO Vivemos um período que alguém já classificou como de desinfeção da economia. Que estratégia está a ser seguida em Portugal? Este Governo iniciou o mais amplo processo de profundas reformas estruturais de que há memória em Portugal. Encetou

temos vindo a tomar são fundamentais para a reposição de um conjunto de equilíbrios, assegurando o crescimento sustentado da economia portuguesa no médio e longo prazo. O Orçamento 2012, com as restrições tidas como essenciais para a redução do défice, no âmbito do acordo com

As empresas têm de se qualificar, de se preparar e de investirem na sua internacionalização

inúmeras reformas concretas, capazes de reforçar as instituições favoráveis à inovação, à concorrência. Sem reformas profundas e sem políticas económicas, que reforcem a produtividade e incentivem o investimento, Portugal continuaria a enfrentar um penoso período de desinflação competitiva. Que fazer, então? Neste período persistente de fraco crescimento económico e de elevado nível de desemprego é preciso estancar e ultrapassar esse problema. As medidas que

a "troika", irá certamente provocar depressão no crescimento. Assim, como criar emprego? Certo. Mas, ao contrário do que dizem, não esquecemos o crescimento. Este Governo tem uma política para o crescimento. Por um lado, estamos a trabalhar em instrumentos de apoio e revitalização empresarial. Nesta matéria, vamos proceder a uma profunda reforma no domínio das insolvências, em particular com o aprofundamento de processos extrajudiciais que salvaguardem os activos e mantenham as empresas em

especial 100 maiores empresas | II

perfil António Almeida Henriques nasceu em Viseu, em 1961. Casado, três filhos, é advogado e dedicou os últimos vinte e cinco anos à atividade empresarial e associativa empresarial em diversos setores. Deputado nas IX, X e XI legislaturas, foi vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD na XI Legislatura com a coordenação da área económica, tendo também exercido as funções de vice-presidente da Comissão de Assuntos Económicos da Assembleia da República e de vice-presidente da Delegação da OSCE. Na vida associativa foi vice-presidente da CIP- Confederação da indústria Portuguesa, presidente do CEC/CCIC-Conselho Empresarial do Centro-Câmara de Comércio e Indústria e Presidente da AIRV- Associação Industrial da Região de Viseu. No âmbito autárquico é presidente da Assembleia Municipal de Viseu e da Comunidade Intermunicipal Dão Lafões.

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funcionamento, em linha com o procedimento Chapter 11 aplicado nos EUA. Por outro, temos uma política para o investimento empresarial que se estrutura em torno do QREN e na reorientação dos seus recursos para as empresas e para o investimento produtivo. É pelo investimento que vamos potenciar o desenvolvimento económico e a atratividade de Portugal enquanto espaço económico.

na sua internacionalização. Se o consumo interno está débil em Portugal, há que olhar para novos mercados. Nos últimos seis meses, enquanto secretário de Estado Adjunto da Economia e do Desenvolvimento Regional, estive em missões empresariais em Angola, Moçambique, Colômbia e Venezuela. São mercados com procuras muito interessantes, onde os nossos produtos têm taxas de aceitação muito elevadas.

O QREN é instrumento fundamental neste contexto? Estamos conscientes de que o QREN é um dos grandes instrumentos de que o país dispõe. Já concluímos a sua reprogramação técnica e em breve encerraremos o processo de reprogramação estratégica, de forma a colocá-lo, finalmente, ao serviço da economia e das empresas.

Como poderão as empresas crescer? Com ou sem crise no consumo interno, Portugal, e as suas empresas, só conseguem crescer se tiverem a capacidade de olhar para o mundo como o seu espaço natural. Aliás, só quando Portugal teve esta disposição e vontade é que se afirmou no mundo e cresceu. Quando se fechou em si mesmo, minguou.

Tem havido, portanto, dificuldades na sua execução. Estando conscientes das dificuldades na execução do QREN. Contudo, fomos capazes de negociar uma linha do BEI que vai permitir estimular o investimento produtivo privado, o fomento das exportações e o reforço da internacionalização da economia portuguesa. Que falta ainda executar? Faltam ainda executar 15.000 milhões de euros em quatro anos. Isto quer dizer que deverão ser executados cerca de 3.500 milhões de euros por ano. Devidamente aplicados, poderão ter um excelente efeito na nossa economia. Com o consumo em baixo, como poderão as empresas continuar a produzir e a garantir riqueza ao País? As empresas têm de se qualificar, de se preparar e de investirem

É generalizadamente reconhecido que só aumentando significativamente as exportações e reduzindo as importações, Portugal conseguirá honrar os compromissos da dívida soberana. Será isso possível? Estou convencido que sim. A economia portuguesa e as empresas portuguesas já demonstrarem ser capazes de reagir positivamente a circunstâncias difíceis. Ainda me recordo de Portugal ser um caso de sucesso mundial, de ser o campeão do crescimento. O problema é que tivemos, durante as últimas duas décadas um acumular de bloqueios ao crescimento, fruto de erros sistemáticos de governação, que acentuaram as dificuldade de adaptação às novas condições do mercado global. Se conseguirmos desatar esses bloqueios, Portugal vai crescer e honrar os seus compromissos.


head universidade

especial

NOVO PARADIGMA

EXORCIZAR ANGÚSTIAS E REPOR A CONFIANÇA SOARES REBELO - JORNALISTA UM ESTUDO em tempos ela-

borado pela Associação das Pequenas e Médias Empresas de Portugal concluiu que só com mais educação/formação a nossa economia se tornará competitiva no contexto da globalização. As empresas confrontam-se com um desafio que lhes exige agora novas formas de gestão e acrescida capacidade inovadora. OS ECONOMISTAS são, praticamente, unânimes no diagnóstico: o tecido empresarial português continua a debater-se, garantem, com três problemas fundamentais - esgotamento do modelo de desenvolvimento, dificuldade em prosseguir a trajetória de convergência real com as unidades produtivas congéneres dos países mais desenvolvidos e a perda sistemática de quotas de mercado. Para sobreviverem, terão, portanto, de tornar-se mais intensivas em conhecimentos e formação profissional dos respetivos recursos humanos.

OS EMPRESÁRIOS têm de capacitar-se, de uma vez por todas, de que o sucesso radica, fundamentalmente, no acréscimo de competências dos seus trabalhadores. Sem quadros altamente qualificados, promoção de atividades de investigação e desenvolvimento experimental de novos produtos ou processos, o futuro será sempre uma incógnita. LIDERAR em tempo de crise impõe a adesão a novos paradigmas, que não podem, inclusivamente, descurar, nesta sociedade do conhecimento em que nos movimentamos, hábitos de formação contínua, para que surjam profissionais economicamente mais produtivos e cidadãos estrategicamente mais ativos. O COMBATE À CRISE tem de ser assumido como uma causa nacional. A conjuntura é difícil, mas, de forma alguma, inultrapassável.

O REFORÇO da cooperação

entre as escolas de ensino superior e o mundo empresarial, no domínio das áreas económicas, tornou-se uma exigência sem fuga. A universidade não pode investigar para arquivar, tem de empenhar-se, também ela, no desenvolvimento do seu território e do próprio país. O sucesso de cada uma delas é hoje, de resto, essencialmente aferido pelo maior ou menor grau do êxito dos seus alunos no mercado.

especial 100 maiores empresas | IV

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COIMBRA tem uma das melho-

res universidades da Europa, escolas de ensino superior de referência, empresas e serviços de qualidade; não lhe escasseiam, por isso, potencialidades para vencer o desafio. Bastar-lhe-á mobilizar-se coletivamente, não só ao nível dos poderes públicos, também no seio das entidades privadas, para exorcizar angústias, conter as dúvidas, repor a confiança.


Excelência Perseguimos a Excelência em tudo o que fazemos. A Gestão de Pessoas é apenas uma das nossas paixões.

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inovação

especial

UMA "NOVA AVENTURA" NORBERTO PIRES - PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO COIMBRA IPARQUE

INOVAÇÃO? Alguns estudos sugerem que

existe "uma correlação positiva entre o empreendedorismo e o crescimento económico", e que o "crescimento sustentável baseado na inovação depende da existência de um número cada vez maior de start-ups, que apresentam um potencial de criação de mais e melhores empregos". Na verdade, "os países que registam um maior aumento do empreendedorismo são, em muitos casos, os que subsequentemente apresentam maiores descidas das taxas de desemprego". Consequentemente, "se a Europa quiser preservar com êxito o seu modelo social, necessitará de um maior crescimento económico, mais novas

empresas, mais empreendedores dispostos a lançar-se em projetos inovadores e mais PME de rápido crescimento". INOVAÇÃO significa conhecer melhor, ser capaz de fazer e de correr os riscos inerentes. Significa apostar de forma séria e consequente no aproveitamento e desenvolvimento da nossa capacidade de transformar conhecimento em atividade económica. Só isso conduz a iniciativas empresariais de crescimento rápido, resultantes de empreendedorismo de oportunidade, isto é, aquele que é competitivo no cenário internacional, gera valor e tem impacto no PIB.

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AS PALAVRAS CHAVE nesta "nova aventura"

são, por isso, conhecimento, empreendedorismo e risco. É a melhor forma de obter crescimento rápido e sustentável, ser competitivo, ter impacto social e económico, conseguir mais e melhor emprego e ser uma garantia segura do Estado Social. E COIMBRA?

Coimbra é uma cidade especial. Tem uma excelente qualidade de vida, sendo uma cidade tranquila, limpa, com boas acessibilidades, e bons serviços. A cidade vive ainda muito da sua universidade, e é através dela que projeta grande parte da sua influência. É talvez a cidade portuguesa que mais se confunde com a sua universidade, fazendo da vida académica uma parte significativa da vida da cidade, a qual se organiza para proporcionar à comunidade académica os serviços necessários para a sua atividade. Coimbra é, antes de mais, uma cidade universitária por excelência. Apesar de um espírito próprio, algo conservador e aristocrático, a cidade de Coimbra revela excelentes potencialidades que devem ser exploradas. Tem uma universidade clássica que revela uma boa capacidade de adaptação às mudanças e desafios que caracterizam este mundo globalizado. Precisa, no entanto, de se agili-

especial 100 maiores empresas | VI

30 NOVEMBRO 2011


zar, precisa de levantar a cabeça e olhar em volta para o espaço europeu e medir-se com as melhores universidades europeias, estabelecendo parcerias que abranjam o ensino, a organização e a investigação. Talvez devesse antecipar o momento, muito próximo, em que cada universidade terá de saber dizer, para além dos sucessos científicos e académicos: 01. Quantas empresas foram criadas pelos seus alunos. 02. Quantos empregos foram criados por essas empresas. 03. Q ual o volume de negócios dessas empresas. 04. Quanto representam do PIB nacional. 05. Dos seus docentes e investigadores quantas patentes resultaram. 06. Quantas foram vendidas e deram lucro. 07. Quantas deram origem a spin-offs. 08. Qual o impacto da universidade nas exportações portuguesas. 09. Qual o valor acrescentado de um aluno da universidade: custa quanto e vale quanto. 10. Q ual o impacto da universidade no cenário internacional de I&D: docentes e

investigadores. 11. Quantos projetos europeus tem a universidade. 12. Quanto valem os projetos europeus em percentagem do orçamento. É esta a força da aposta na investigação como diferenciação competitiva.

A UC TEM DE SE AGILIZAR, PRECISA DE LEVANTAR A CABEÇA E MEDIR-SE COM AS MELHORES UNIVERSIDADES EUROPEIAS

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especial

inovação

O TECIDO INDUSTRIAL tradicional existente em Coimbra, essencialmente baseado nos têxteis, cerâmica e indústria alimentar, desapareceu num curto período de tempo, devido às dificuldades em competir num mundo global. No entanto, as TIC, os serviços e as áreas ligadas à saúde tiveram um desenvolvimento muito significativo. E verificou-se um fenómeno muito interessante e encorajador. Coimbra foi capaz de gerar e acarinhar um conjunto de novas empresas, algumas delas de boa dimensão, tendo por base a universidade e a qualidade da sua atividade de I&D. Demonstrou com isso a sua capacidade de transformar boas ideias em iniciativas empresariais, mas acima de tudo demonstrou que percebe, pelo menos em alguns sectores, o valor do I&D de risco e a sua capacidade de gerar valor. É a percepção desta realidade que vai mudar a face da cidade. Tenho a certeza disso.

especial 100 maiores empresas | VIII

HÁ TRÊS MENSAGENS FORTES que é necessário ser capaz de transmitir para que se possam desenvolver de forma eficaz as ações que as tornem consequentes e permitam que gerem resultados consistentes.

tivos, daqueles que souberam tirar partido da sua formação para produzir melhor, mais barato e de forma mais eficiente. 3. Cultura de mérito: o valor do trabalho e do esforço individual é crucial. É fundamental que todos saibam que fazem parte de uma meritocracia avançada, isto é, de uma sociedade que premeia tendo por base os resultados que cada um apresenta, colocando o foco nas ações que tenham como consequência conquistas colectivas e civilizacionais

1. Licença para errar: é preciso dizer com clareza às pessoas que o sucesso só aparece depois de muito insucessos. Falhar faz parte da atividade empreendedora, faz parte de uma cultura responsável que não rejeita o risco, nem estigmatiza a falha, antes as considera como componentes essenciais de um processo de desenvolvimento.

COIMBRA tem condições para desenvolver

2. E stímulo à iniciativa: na escola, na investigação e nas empresas, os ganhos resultam da atividade daqueles que ultrapassaram expectativas, que fizeram para além do que lhes era solicitado, daqueles que quiseram saber mais, daqueles que foram mais cria-

as ações que permitam colocar estes três desafios em marcha. Isso significa ser capaz de formar pessoas criativas, com pelo menos razoáveis capacidades empreendedoras, habituadas a estudar e trabalhar para ter sucesso. Pessoas que não temem o risco, antes o têm como parte do seu modo de vida.

30 NOVEMBRO 2011


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C Incentivo Feder

Investimento Total

3,8

RCD – RESIDUOS DE CONSTRUÇÃO E DE DEMOLIÇÃO, S.A.

Incentivo Feder

3,5

Investimento Total

1,8

AF

IRA D

UNITED RESINS – PRODUÇÃO DE RESINAS SA

Incentivo Feder

OZ

Investimento Total

O projecto da RCD visa a ativação de uma Unidade de Tratamento de Resíduos de Construção e Demolição, que receberá os resíduos nas suas instalações contra o pagamento de um valor/tonelada, separando-os em grupos e segregando-os conforme o seu destino: valorização dos resíduos para a actividade de construção civil, obras públicas e privadas, para a indústria dos aglomerados de betão, para venda a outros especialistas ou para entregar a quem tem responsabilidade de eliminar. Desta forma, serão adquiridos todos os meios produtivos necessários ao desempenho da actividade descrita, assim como o equipamento informático, de comunicação e de segurança necessários, e implementados Sistemas de Gestão da Qualidade e Ambiental.

3,5

especial 100 maiores empresas | X

A UNITED RESINS, S.A. é uma empresa que tem como objeto social a investigação, desenvolvimento, produção e comercialização de resinas e de outros produtos químicos na mesma área. Com o projeto a empresa visa a criação e implementação das condições de funcionamento, contemplando a conceção e montagem de uma unidade fabril tecnologicamente focada para a produção, investigação e comercialização de derivados resinosos. Para tal a empresa irá proceder à aquisição de diverso equipamento produtivo, informático e laboratorial e implementar sistemas conducentes a maiores eficiências ao nível da gestão, da produção e do consumo energético. Irá ainda proceder ao registo comunitário de três marcas e implementar a sua página web vocacionada para o mercado internacional.

Investimento Total

Incentivo Feder

O projeto respeita à criação de um Hotel 5 estrelas, na Praia da Tocha, concelho de Cantanhede. O Hotel disporá de 34 quartos duplos e seis suites, restaurante, bar com esplanada de apoio à piscina exterior e um spa (três salas de tratamentos, sala de hidroterapia). Pretende-se que a unidade hoteleira, cujo projeto é da responsabilidade do arquiteto Souto Moura, seja integrada nos "Design Hotels". Foi celebrado um contrato de cooperação e fornecimento de bens ou serviços, entre a promotora e a empresa Haut de Gamme – Mestres em Mobiliário, Lda., para que o Hotel seja mobilado com aquela marca, estando definido que haverá uma substituição periódica do mobiliário, em regra de seis em seis meses, sem custos para a promotora, assim como o respetivo re-styling. O objetivo é tornar o Hotel uma montra daquele mobiliário de alta qualidade.

0,08

PATRIGOLD - INVESTIMENTOS E SERVIÇOS, LDA A Patrigold – Investimentos e Serviços, Lda. é uma microempresa cuja actividade é a gestão de patrimónios e a consultoria e gestão de empresas. Com o projecto a empresa pretende o reforço da gestão operacional e sinergias internas, abrangendo as seguintes áreas: reforço das capacidades de gestão (que engloba a aquisição de um software ERP), qualidade (certificação ISO 9001) e marketing (plano de marketing e marketing cooperativo).

1.2

Investimento Total

Incentivo Feder

E

CA N

ED

6,1

F IG U E

1.9

WORLDHOTEL – INVESTIMENTOS HOTELEIROS, LDA

NH TA

MB OI

RA

head investimento

especial

0,6

MEDICINEONE, LIFE SCIENCES COMPUTING, LDA A Ideias Sem Fim, Software Multimédia, Unipessoal, Lda foi constituída em março de 2002 e iniciou a sua atividade nessa mesma data, tendo como objeto social o desenvolvimento e comercialização de soluções de software para gestão integrada de unidades de saúde. A sua família de produtos é reconhecida pela marca "MedicineOne", sendo composta por módulos adequados a cada tipo de unidade de saúde (cuidados primários e hospitalares, públicas e privadas) e a cada perfil de profissionais interveniente no processo de prestação de cuidados de saúde. Com a implementação do presente projeto, designado por "Global MedicineOne" a empresa pretende criar versatilidade à plataforma criada e disponibilizada aos utilizadores, permitindo aos parceiros tecnológicos desenvolver novos componentes e funcionalidades sobre a plataforma base, assim como efetuar alterações dos componentes de alto nível que os tornem adequados a dar resposta a necessidades específicas do seu mercado.

30 NOVEMBRO 2011


SISTEMAS DE INCENTIVOS ÀS EMPRESAS

10 maiores projetos em investimento total do distrito de Coimbra aprovados no âmbito do Mais Centro

0,45

O projecto da IHT tem em vista a criação das condições necessárias ao desenvolvimento da actividade da empresa, contemplando, para tal, a aquisição de equipamentos directamente produtivos, bem como a realização de investimentos em diversos factores dinâmicos de competitividade, abrangendo designadamente as áreas da qualidade, do ambiente, da internacionalização e organizacional.

2,9

Investimento Total

2

DUECITÂNIA - TURISMO LÚDICO-CULTURAL, LDA O projecto de investimento respeita à criação de um Hotel de 4 estrelas em Santa Eufémia, concelho de Penela. O projecto insere-se num programa mais amplo de desenvolvimento de um futuro complexo turístico (Hotel com SPA, Parque de Campismo, Centro de Eventos e Centro Hípico, 4 valências distintas, autónomas e separadas, em termos localização) temático, inspirado na Antiguidade Clássica, especialmente focado na cultura romana.

Incentivo Feder

O projecto de investimento, tem como objectivo a criação de um Hotel Rural, de nome Estrela do Norte, na freguesia de Pombeiro da Beira, concelho de Arganil, com uma capacidade máxima de 10 quartos duplos.

HO

SA D

4,5

Investimento Total

Incentivo Feder

E EN L

Incentivo Feder

IHT, LDA

P

Incentivo Feder

S

O U RE

Trata-se de um projeto de construção de um Hotel Rural - o primeiro no distrito - que pretende captar para a região turistas que valorizem o ambiente rural e o contacto com a natureza e Touring (Penacova, Coimbra...). A aposta na inovação poderá estar na diferenciação do serviço prestado e na tipologia de oferta do alojamento. A grande mais valia do mesmo resulta do facto de oferecer um serviço bastante diversificado assente na criação de um SPA e em atividades de animação turística muito interessantes atenta à envolvente onde se insere. Um dado importante prende-se com o facto das valências existentes contribuírem para a redução do factor de sazonalidade. O projeto apresenta-se economica e financeiramente viável e permitirá a criação de 10 postos de trabalho. Ao mesmo tempo considera-se que os serviços a prestar neste empreendimento enquadram-se nos objetivos estabelecidos no PENT no que respeita à Região Centro.

A

2,2

ENIOL - EMPREENDIMENTOS TURÍSTICOS, LDA

SERR A

Investimento Total

AN

1

A

3,0

RG

MPIL PA

HOTEL RURAL QUINTA DA CONCHADA, LDA

A

Investimento Total Incentivo Feder

CO NA

1,7 IL

PE

Investimento Total

1

VA

Existem no QREN três grandes sistemas de incentivos focalizados nos fatores mais fortemente geradores de crescimento económico: o conhecimento e a inovação nas suas múltiplas dimensões e a internacionalização. No Mais Centro, assim como nos outros programas operacionais regionais, apoiam-se micro e pequenas empresas, enquanto que no Programa Compete apoiam-se as empresas de média e de grande dimensão.

3,4

VILA PAMPILHOSA HOTEL, LDA O projeto visa a criação de um Hotel de 4 estrelas, localizado no concelho da Pampilhosa da Serra. Trata-se de um projeto classificado de âncora no âmbito do PROVERE "Rede de Aldeias de Xistos". No concelho não existem estabelecimentos hoteleiros, conferindo desta forma o perfil diferenciador exigido no âmbito do enquadramento ao SI Inovação.


investimento head

especial

SISTEMAS DE INCENTIVOS ÀS EMPRESAS

10 maiores projetos em Investimento total do distrito de Coimbra aprovados no âmbito do PO FC (Compete)

IMB

RA

CO

A F OZ

GU FI E

IRA D

Promotor – Celulose Beira Industrial (Celbi), Sa | Descrição – Projeto 550 Kton Investimento Total – 320,0 | Investimento FEDER – 51,6

Promotor – Vila Galé Coimbra – Investimentos Turísticos e Imobiliários, SA | Descrição – Construção de nova unidade hoteleira de 4 estrelas ( com 229 quartos) na cidade de Coimbra Investimento Total – 22,8 | Investimento FEDER – 5,7 Promotor – Bluepharma Indústria Farmacêutica, SA | Descrição – Blueinov Investimento Total – 6,2 | Investimento FEDER – 2,6

A

BU TÁ

Promotor – Climax Portuguesa, SA | Descrição – Construção de novo e moderno edifício fabril e aumento da capacidade através da melhoria do processo de produção Investimento Total – 19,4 | Investimento FEDER – 5,8

L

Promotor – Eurotabua – Indústria de Móveis, SA | Descrição – Ampliação das atuais instalações, aquisição de equipamentos básicos e reengenharia de processos Investimento Total – 4,6 | Investimento FEDER – 1,0

O US Ã Promotor – EFAPEL | Descrição – Expansão da capacidade de produção com introdução de novos produtos e processos Investimento Total – 16,1 | Investimento FEDER – 5,9

OND

A

C

N TA H

EDE

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-NOV

XA-A EI

especial 100 maiores empresas | XII

Promotor – Dominó – Indústrias Cerâmicas, SA | Descrição – inovação e reforço da competitividade da empresa, apostando num novo e inovador produto cerâmico em Portugal Investimento Total – 8,8 | Investimento FEDER – 4,9

Promotor – Mahle – Componentes de Motores, SA | Descrição – Driven by Performance Investimento Total – 7,0 | Investimento FEDER – 2,5 Promotor – Santos & Santos, LDA | Descrição – Nova unidade industrial de pisos e revestimentos de madeira Investimento Total – 6,3 | Investimento FEDER – 3,0

30 NOVEMBRO 2011


C08


especial

opinião

LÍDERES COMPETENTES JOSÉ COUTO | PRESIDENTE DO CONSELHO EMPRESARIAL DO CENTRO

especial 100 maiores empresas | XIV

30 NOVEMBRO 2011


A TEMÁTICA da liderança é recorrente, em

especial nos tempos onde se geram processos que afetam o desenvolvimento regular da atividade das organizações, quando se julga que inevitavelmente o caos se abaterá sobre o regular funcionamento da sociedade e que tudo que tínhamos como certo desaparecerá. Mas, na verdade, sempre que este tipo de cenário se manifestou, com mais ou menos custo, com mais ou menos devastação, com mortalidade de empresas e prolapso de empresários e das suas famílias, verificou-se que das crises resultaram possibilidades de crescimento, o surgimento de novas janelas de oportunidade e a renovação do processo de criação de valor. Invariavelmente estiveram presentes mulheres e homens que souberam interpretar os sinais, procuraram respostas e anteciparam soluções, mostraram capacidade de liderança num processo mais ou menos solitário. HOJE, A INFORMAÇÃO e as coisas que im-

portam à atividade económica movem-se e transformam-se a uma velocidade estonteante, primeiro porque se verificou um enorme crescimento do conhecimento e da capacidade de circulação da informação, o que já constitua um problema para as pequenas médias empresas, a gestão destas variáveis, foi agravado pela alteração permanente da conjuntura pela volatilidade dos pressupostos. As empresas são diferentes do que eram há poucos anos, a organização alterou-se por força da necessidade de conseguir suster os efeitos das alterações do quadro económico, da capacidade para resistir e responder com a flexibilidade necessária à sua continuidade. Esta é uma competência identificável que está intimamente ligada à cultura das empresas que procuram crescer e afirmar-se de forma competitiva em cenários de contrariedade – a resiliência –, é uma característica que se encontra sobejamente nas empresas

DADAS AS CARACTERÍSTICAS DO TECIDO EMPRESARIAL DO CENTRO, E MESMO DO PAÍS, DETETAMOS QUE HÁ MUITO PARA FAZER AO NÍVEL DAS EMPRESAS

da região Centro. É uma característica da cultura das organizações que está muito ligada à liderança, e no Centro é claramente percetível e identificável nos últimos anos, porque, perante a adversidade, as empresas e os empresários foram capazes de redefinir objetivos e mobilizar recursos, manter a coesão e o enfoque no desenvolvimento da empresa. Contudo, dadas as características do tecido empresarial do Centro, e mesmo do país, detetamos que há muita coisa para fazer ao nível das empresas – das médias, pequenas e muito pequenas empresas –, desde logo o necessário acréscimo de competências dos empresários para os dotar da capacidade de definirem estratégias empresariais cada vez mais complexas, de serem agentes de mudança, de aproveitarem as iniciativas dos colaboradores, promoverem a capacidade empreendedora da equipa. A formação e o conhecimento enriquecem o desempenho da liderança nas organizações, e sendo o papel do líder, nos dias atuais, muito importante, decisivo, porque da sua atuação dependerá o sucesso, a capacidade das suas empresas serem competitivas no mercado global, de enfrentarem as concorrentes, não podem descurar o processo de valorização pessoal. ESTAMOS PERANTE uma realidade económica que parecia não vir para ficar mas que teima em ficar, o que torna importante aprender a lidar com as dificuldades e, sobretudo, aproveitá-las como uma oportunidade de crescimento e desenvolvimento das empresas, sendo nestes momentos que a qualidade da liderança faz parte da solução e da resposta. Teremos todos a ganhar se os empresários, os líderes das empresas, reforçarem as suas competências e capacidades de definir o futuro a partir do que for capaz de decidir hoje. Neste caso não basta parecer é preciso ser – líder e competente.


opinião head

especial

ESCOLHER O RUMO VICTOR CARDIAL – DIRECTOR GERAL DA BICS – ASSOCIAÇÃO DOS CENTROS DE EMPRESA E INOVAÇÃO PORTUGUESES

OS BIC'S PODEM DESEMPENHAR UM PAPEL FUNDAMENTAL E DECISIVO NA PROMOÇÃO DE BOAS PRÁTICAS E DA COOPERAÇÃO EMPRESARIAL

PORTUGAL dispõe de infraestruturas, de investigadores e conhecimento científico e de um discurso político que apoia e incentiva a inovação e o empreendedorismo. A distribuição de recursos de excelente qualidade é relativamente homogénea por todo o território nacional, incluindo a Madeira e os Açores, embora com núcleos de excepcional relevância em Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Marinha-Grande e Lisboa. Por outro lado, tal como Richard Florida enunciou, temos adicionalmente uma cultura de tolerância, e dispomos de talentos em áreas tão diversas como o empreendedorismo, gestão, ciência, cultura e outras, e ainda de um número crescente de investigadores, cientistas e laboratórios que criam e desenvol-

vem tecnologia, criando assim as condições para o nosso sucesso como nação e sociedade. No entanto, os resultados são escassos. Assim, apesar do esforço de todos, não conseguimos o sucesso global e o mais universal possível que ambicionamos. Muita da nossa fraqueza reside na nossa falta de cooperação e na fragmentação do tecido associativo. No entanto, o calçado, condenado, ab initio, desenvolveu uma estratégia de sucesso e é um caso de estudo de inovação, agressividade comercial e posicionamento competitivo. Constatamos, então, que Portugal dispõe de todas as capacidades necessárias para o sucesso, mas que está a competir num campeonato que não é o seu, tentando adaptar-se a modelos

especial 100 maiores empresas | XVI

que não têm nada a ver com a sua raiz cultural e social, perdendo a sua autenticidade e diferenciação. O problema é fundamentalmente uma indefinição política, económica e social relativamente ao seu modelo de desenvolvimento a médio prazo. Teremos de escolher de forma clara o nosso posicionamento estratégico na cadeia de valor global, apostando naquilo que nos distingue e valoriza, prosseguindo estratégias vencedoras sem vacilar e interrompendo todas as acções que demonstrem não ter valor acrescentado logo numa fase inicial. O modelo a eleger deve contribuir de forma decisiva para a eliminação dos desequilíbrios do nosso modelo de desenvolvimento dos últimos 15 anos e que

30 NOVEMBRO 2011

reforce a componente transaccional da economia sem deixar de assegurar a sustentabilidade da economia social, apontado como possível a construção de um modelo económico mediterrâneo mais ajustado às nossas capacidades, competências e posicionamento na economia global. Os BIC's portugueses, através da sua organização em rede podem desempenhar um papel fundamental e decisivo na promoção de boas práticas e da cooperação empresarial que pode e deve ser potenciado pelas políticas públicas para ajudar a posicionar de forma competitiva a economia portuguesa, designadamente das PME's o conjunto mais significativo do universo empresarial em Portugal. A inovação, a criatividade e


vimento competitivo e baseado nas capacidades e competências dos nossos trabalhadores, empresários, investigadores e recursos tem vindo a ser desenvolvida de forma sustentada, participando na procura de soluções e ajudando muitos empreendedores na selecção das melhores opções em termos de mercado, competitividade e gestão. A BICS e a sua rede de parceiros são, assim, elementos fundamentais do desenvolvimento regional, da dinamização dos sistemas regionais de inovação e contribuem de forma significativa para implementar políticas que possibilitem definir a rota de sucesso da nossa economia e da nossa sociedade.

C261

o empreendedorismo num ambiente global são os vectores centrais de actuação dos BIC's (Business Innovation Centres) portugueses junto das PME's, start-ups e novos empreendedores, que tem vindo a alargar e consolidar a sua rede de actores e parceiros, estando neste momento a desenvolver um projecto (no âmbito do Programa SIAC do QREN) de desenvolvimento de uma organização clusterizada das empresas, centros de investigação e actores ligados às tecnologias emergente com maior potencial a curto prazo (Biotecnologia, Clean Tech, Digital Media e Nanotecnologia). A participação da BICS no desenvolvimento de um modelo de desenvol-


ranking

especial

AS 100 MAIORES EMPRESAS VOL. NEGÓCIOS 2010

VOL. NEGÓCIOS 2009

CRESCIM. VOL. NEGÓCIOS

RES. LíQUIDO 2010

NÚMERO TRABALHADORES 2010

EXPORTAÇÃO 2010

RENTAB. VOL. NEGÓCIOS

N.º

EMPRESA

1

SOPORCEL-SOCIEDADE PORTUGUESA DE PAPEL 675.989 672.119 0,58 102.144 747 548.291 15,11

2

CELBI-CELULOSE BEIRA INDUSTRIAL

344.753 186.369 84,98 39.925

3

HOSPITAIS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA

294.973 295.952 -0,33 495

4.660

-

4

PLURAL-COOPERATIVA FARMACÊUTICA

176.104 179.009 -1,62 260

265

-

5

LUSIAVES-INDÚSTRIA E COMÉRCIO AGRO-ALIMENTAR 138.652

6

CENTRO HOSPITALAR DE COIMBRA

138.087 141.986 -2,75

7

ALVES BANDEIRA & CA

125.961 113.088 11,38 776

8

AUTO INDUSTRIAL

9

MRG-ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO

10

AUTO SUECO (COIMBRA)

11

FAPRICELA-INDÚSTRIA DE TREFILARIA

12

SAINT-GOBAIN MONDEGO

87.135 82.579 5,52 14.802 236 7.456 16,99

13

MAHLE-COMPONENTES DE MOTORES

85.164 59.922 42,12 9.650

482 81.554 11,33

14

RAMOS CATARINO

81.367 59.433 36,91 700

223

-

0,86

15

SOREFOZ-ELETRODOMÉSTICOS E EQUIPAMENTOS 63.529

53.814 18,05 2.001

82

2.488

3,15

16

LITOCAR-AUTOMÓVEIS DO LITORAL

57.361

25.567 124,36 1.337

128

-

2,33

17

EMPIFARMA-PRODUTOS FARMACÊUTICOS

56.072 49.055 14,30 1.781

14

712

3,18

18

SODICENTRO-COMÉRCIO DE VEÍCULOS

48.556 36.539 32,89 896

117

350

1,85

19

MACORLUX-ELETRODOMÉSTICOS

39.657 34.216 15,90 2.425

45

3

6,11

20

SOPORGEN-SOC. PT. DE GERAÇÃO DE ELET. E CALOR 38.783

0

-

3,29

21

PLASFIL-PLÁSTICOS DA FIGUEIRA

34.710 30.680 13,14 661

220 31.893 1,90

22

AGREPOR AGREGADOS-EXTRAÇÃO DE INERTES

34.534 40.248 -14,20 2.050

169

23

CIDACEL-COM. E IND. DE AZEITES CENTRAL LOUSANENSE 33.241

29.937

11,04

236

35

24

BEIRADIS-COM. DE MÁQUINAS E PRODUTOS ALIMENTARES 32.457

33.516

-3,16

123

13

-

0,38

25

ABASTENA-SOCIEDADE ABASTECEDORA DE MADEIRAS 32.195

26.772

20,26

200

10

-

0,62

26

PROBAR-INDÚSTRIA ALIMENTAR

27 28 29

INCARPO-INDÚSTRIA COMÉRCIO CARNES DE PORCO 28.208

26.290

7,30

-145

168

1.616

-0,51

30

M COUTINHO CENTRO-COMÉRCIO DE AUTOMÓVEIS 26.890

24.920

7,91

79

71

22

0,29

31

ROCA TORNEIRAS

32

EFAPEL-EMPRESA FABRIL DE PRODUTOS ELÉCTRICOS 25.977

33

PRADO-CARTOLINAS DA LOUSÃ

24.727 21.609 14,43 1.699

34

MÁRIO MIRANDA DE ALMEIDA (ORIMA)

24.566 19.205 27,91 1.090

45 2.253 4,44

35

MICROPLÁSTICOS

24.206 23.252 4,10

203 17.007 -

36

SOCIEDADE FIGUEIRA PRAIA

24.085 24.124 -0,16 3.105 122

-

12,89

37

ANÍBAL ANTUNES BANDEIRA

23.157 24.410 -5,13 4

41

-

0,02

38

ERNESTO MORGADO

22.599 22.468 0,58 135

59

181 0,60

39

FIGUEIRADIS-SOCIEDADE DE DISTRIBUIÇÃO

22.310 23.940 -6,81 83

119

99

40

DISTRIMARIALVAS-DIST. ALIMENTAR DE CANTANHEDE 21.752

41

METALÚRGICA IDEAL MONDEGO

21.260 16.304 30,40 88

-

45

0,41

42

AUTO MARAN (COIMBRA)

21.117 18.385 14,86 455

92

-

2,15

43

VETAGRI ALIMENTAR

20.579 18.113 13,61 508

35 3.653 2,47

44

COFISA-CONSERVAS DE PEIXE DA FIGUEIRA

20.064 22.485 -10,77 328

149 8.261 1,63

45

BASCOL-CONSTRUÇÃO CIVIL

20.031 30.519 -34,37 -7.033

142

46

MAÇARICO

19.205 17.605 9,09 277

176 7.538 1,44

47

INDUBEIRA-INDÚSTRIA ALIMENTAR

18.980 18.696 1,52 109

99 3.793 0,57

48

ISIDORO CORREIA DA SILVA

18.904 24.249 -22,04 109

165

49

FUCOLI-SOMEPAL,FUNDIÇÃO DE FERRO

18.845 19.439 -3,06 995

359 4.424 5,28

50

FERREIRA MORAIS & MORAIS

18.746 15.105 24,10 218

66

110.755

25,19

3.080

611

2.656

0,17 0,15 2,22

2.702

-

-

263

-

0,62

121.546 94.206 29,02 1.692

353

9

1,39

119.686 91.089 31,39 3.214

210

-

2,69

113.957 93.259 22,19 7.786

413

-

6,83

104.069 91.335 13,94 2.723

303 63.525 2,62

45.374 -14,53

-

240 261.171 11,58

1.277

79 10.929

5,94 0,71

30.311 31.509 -3,80 -747

290 1.990 -2,46

ÁGUAS DE COIMBRA

29.168 32.853 -11,22 -1.470

306

CANAS-ELECTRO MONTAGENS

28.880 23.405 23,39 378

361 5.679 1,31

especial 100 maiores empresas | XVIII

26.493 27.257 -2,80 619 25.632

20.552

1,35

5,84

1.792

-

167

30 NOVEMBRO 2011

-

-5,04

93 1.142 2,34 292 -

81

6.529

6,90

10.766 6,87

-

-

142 2

0,37 0,77

-35,11

0,58 1,16


AS DO DISTRITO DE COIMBRA VOL. NEGÓCIOS 2010

VOL. NEGÓCIOS 2009

CRESCIM. VOL. NEGÓCIOS

RES. LíQUIDO 2010

NÚMERO TRABALHADORES 2010

EXPORTAÇÃO 2010

RENTAB. VOL. NEGÓCIOS

N.º

EMPRESA

51

VIDAL, PEREIRA & GOMES

18.669 12.641 47,69 5

133

52

DOMINÓ-INDÚSTRIAS CERÂMICAS

18.224 19.469 -6,39 384

192 9.853 2,11

53

BLUEPHARMA-INDÚSTRIA FARMACÊUTICA

17.960 9.916 81,12 3.173 168 12.008 17,67

54

VETAGRI HUMANA-MATÉRIAS PRIMAS PARA A INDÚSTRIA 17.724

55

CRITICAL SOFTWARE

17.506

56

ERSUC-RESÍDUOS SÓLIDOS DO CENTRO

17.415 16.059 8,44 1.183 284

57

MADEIRA & MADEIRA-IMP. FERRAGENS E FERRAMENTAS 16.246

58

ÁGUAS DO MONDEGO

16.228 13.960 16,25 963

68

-

5,93

59

JOSÉ ANICETO & IRMÃO

15.949 12.417 28,44 1.008

29

248

6,32

24.525 - 14.709

-27,73

625

5

-

-

0,03

3,53

- 668 288 5.454 3,82 10,45

959

41

- 4.958

6,79 5,90

60

FRIJOBEL-INDÚSTRIA E COMÉRCIO ALIMENTAR 15.938 13.916 14,53 409

61

S&A-SOCIEDADE INDUSTRIAL DE APERITIVOS

62

CONSTRUCENTRO-CONSTRUÇÕES CIVIS DO CENTRO 15.535

14.563

63

TREVIPAPEL-TRANSFORMAÇÃO E CORTE DE PAPEL 15.187

64

QUADROMOR-ELETRICIDADE E INSTRUMENTAÇÃO 14.645

65

AUTOMÓVEIS DO MONDEGO

66

SULPASTEIS-COM. E IND. DE PROD. ALIM. CONGELADOS 14.381

13.043

10,26

67

GELCENTRO-COM. DE PROD. ALIMENTARES CONGELADOS 12.784

10.633

20,23

68

CLIPER CERÂMICA

69

ÁGUAS DAS CALDAS DE PENACOVA

11.964 10.460 14,38

55

-

-

70

COOPERATIVA AGRÍCOLA DA TOCHA

11.913 12.939 -7,93 53

96

-

0,44

71

LUGRADE-BACALHAU DE COIMBRA

11.842 11.841 0,01 438

46

72

BASCOL II-PROMOÇÃO IMOBILIÁRIA

11.698 11.204 4,41 -5.799 20

73

SRAMPORT-TRANSMISSÕES MECÂNICAS

11.479 8.246 39,21 403

74

COOPERATIVA AGRÍCOLA CONCELHO MONTEMOR-O-VELHO 11.457

41

-

0,39

75

PEREIRA & SANTOS

11.408 11.230 1,59 234

44

-

2,05

76

GRESCO-GRÉS DE COIMBRA

11.114 9.864 12,67 96

118 3.001 0,86

77

PROQUIFA-SOCIEDADE QUÍMICO FARM. DO CENTRO 11.050

10.197

580

15

78

MATOBRA-MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO E DECORAÇÃO 10.969

13.268

-17,33

38

65

79

OS NOVOS CONSTRUTORES DE CIDÁLIO SOARES RAMOS 10.806

11.913

-9,29

50

73

80

ÁGUAS DA FIGUEIRA

81

AMBITERMO-ENGENHARIA E EQUIPAMENTOS TÉRMICOS 9.507

14.306

82

LABORATÓRIOS BASI-INDÚSTRIA FARMACÊUTICA 9.465

6.511 45,37 285

83

RUNKEL & ANDRADE

84

GONFIL-ARMAZENISTAS E IMPORT. DE MATERIAL ELÉCTRICO 8.475

7.990

85

COOPERATIVA AGRÍCOLA DE COIMBRA

7.236 11,39 45

86

PAUL STRICKER

7.140 7.462 -4,32 149

47 1.111 2,09

87

CENTROTORNEIRAS

7.051

5.810 21,36 125

32

-

1,77

88

QUITÉRIOS-FÁBRICA DE QUADROS ELÉCTRICOS 6.918

8.123 -14,83 971

66

-

14,04

89

A.BAPTISTA DE ALMEIDA

6.809

17.054 -60,07 37

90

CASA DO FRIO-DISTRIBUIÇÃO ALIMENTAR

6.051 6.181 -2,10 638

91

ELECTROCLIMA-ELETRICIDADE E CLIMATIZAÇÃO 5.879

92

UNITEFI-INDÚSTRIAS TÊXTEIS DA FIGUEIRA

93

DALIFAL-DISTRIBUIDORA DE PRODUTOS ALIMENTARES 5.590

5.583

0,13

33

29

94

ERTECNA-EMPRESA DE REVESTIMENTOS TÉCNICOS 5.173

5.169

0,08

3

35

95

NUTRIMPOR-IMPORTAÇÃO E NUTRIÇÃO

96

DIATON-CENTRO DE TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA 4.506

97

PAVICER-PAVIMENTOS CERÂMICOS

3.535

4.076 -13,27 110

29

79

3,11

98

CATARINOS-COMÉRCIO ALIMENTAR E DE HIGIENE 3.506

3.531 -0,71 42

19

171

1,20

99

CARLOS FILENO

3.384 3.378 0,18 3

13

-

0,09

100

LIVRARIA ARNADO

2.534 2.499 1,40 1.238 24

-

48,86

15.562 15.063 3,31 482 6,67

88 2.196 2,57 97 3.624 3,10

126

91

12.435 22,13

83

65

7.661

0,55

12.205 19,99

50

412

7.446

0,34

14.442 12.862 12,28 89 1.307 218

11.999 9.493 26,40 387

10.817

5,92

8,37

-

45

90

318

0,62

125

598

9,09

45

33

1,71

81 5.556 3,23

6,07

378

5.190 13,28 255

5.749 5.582 2,99 12

4.682 4.847 -3,40 27 4.726

-4,66

-193

437 3,70 -

-49,57

92 9.573 3,51

118 43

9.094 8.557 6,28 -429 45 8.060

0,81

60

10.407 11.398 -8,69 1.449 101 -33,55

-

19 39

- 11

5,25 0,35

-

0,46

-

13,92

2.403 150

0,95 3,01

70 -4,72 8.183 -

4,46 0,56

73

-

0,54

37

-

10,54

60

-

4,34

136 1.200 0,21 - 1.480

0,59 0,06

56

-

0,58

34

-

-4,28


* (VAB) - Valor Acrescentado Bruto

especial 100 maiores empresas | XX 15.608

15.971

17.866

22.132

25.058

28.324

36.991

Lit oc ar Bl Ce - Au ue lb t ph i-C om ar elu óv La m lo ei a-I se s d bo nd B o ra tó ús eir Lito a rio t s B Vid ria F Indu ral M as al, arm st ah i-I ria P Sr le-C ndú erei acêu l am o st ra t po mp ria & G ica rt- on Far om Tr en m an te ac es sm s d êu So iss e M tic dic õe o a en s M to r M troR RG Co am ecâ es -E m os nic ng ér a Qu en cio Cata s ha de rin ad ria V o ro e C eíc m or on ulo -E str s ER lectr uç SU ici ão C- da Li Re de vra síd e I ria uo nst Ar s S ru na ól me do i Ág dos ntaç ua do ão s d Ce o n Cr Mo tro Ho itic n sp d ita Ág al S ego is d ua oft aU s w niv Ern da F are Bl er est igu ue ph So sida o M eir ar cie de or a m a-I dad de gad nd e Co o ús Fig im Ho tri ue br a F ira a sp ita ar Pr m is d ac aia So aU êu Lu po n tic C sia rc en ive a ve el- tr rsi S o d s-I nd ocie Ho ade ús da sp de tri d ita e a l Co M e C Por ar de imb a o t hle m ug Co ra Qu -C érc ue im ad om io sa br ro m po Ag de a or n ro Pa -E lec Au ente -alim pel tri to s d en cid Su e M ta ad ec o r Fu C co an e e I o (C tore li-S as nst oim s om -Ele rum b ep ctr en ra) al, o M ta Fu ç nd on ão içã tag o e Au de ns to Fer Ind ro us tri al 31.39%

32.89%

36.91%

39.216%

42.12%

45.37%

47.69%

81.12%

84.98%

124.36%

Crescimento Volume Negócios Incidência do VAB * 0.9

0.7

Maiores por VAB *

238.914 0.5

0.9 0.8

121.938

88.287 Centro Hospitalar de Coimbra

147.770 Hospitais da Universidade de Coimbra

Quadromor-Electricidade e Instrumentação Mahle-Componentes de Motores Auto Sueco (Coimbra) Ernesto Morgado Critical Software MRG-Engenharia e Construção

9.369

30 NOVEMBRO 2011

9.825

Be ira dis -C om ér

So po rc Ho el-S sp oci ita ed is d ade a U Po Ce nive rtug lbi rs ues -C ida a d elu de e lo de Pap M a Lu Sa se B Co el h le- in sia e Co t-G ira imb ve m ob Ind ra s-I po a nd u ne in M stri ús a tri nt o A a e ut es nd l Co o S de eg Fa m ue Mo o pr érc co to ic r ( i M ela o Ag Coi es RG -In m r -E dú o-A bra ng st l ) en ria ime ha de nta ria Tr r e C efil on aria Au str to uç Ind ão us tri al especial

ranking

2010

Maior Número de Trabalhadores

0.5 0.5

0.6

0.5

0.6

MAIORES EMPRESAS POR IN Maiores Despesas de Pessoal

155.464

46.222

Soporcel-Sociedade Portuguesa de Papel

13.246 Celbi-Celulose Beira Industrial

12.153

11.737

11.384

11.026


6,3

4,7

4,5

4,3

3,9

3,7 2.723

3.080

3.105

3.173

248.731

0

3,6

Maiores Resultados Líquidos

Rotação do Ativo

3,2

3,1

3,0

8 Auto Industrial

9 MRG-Engenharia e Construção

10 Empifarma-Produtos Farmacêuticos

37.080

44.841

59.211

64.244

68.676

78.231

124.792

128.855

682.769

4.646

5.799

7.136

7.987

8.490

8.666

8.837

8.883

33.057

35.391

Maiores Amortizações 2010

153.042

261.650

111.899

112.128

114.196

148.835

191.348

245.260

447.584

3.214

7.786

9.650

200

14.802

400

39.925

102.144

H C So osp elb po itai i-C rc s d elu el- a U lo So n se cie ive Be da rsid ira de ad Ind Po e d us rtu e tri gu Coi al es mb Au A a de ra to uto Pa Su In pe Fa d l e pr ice Ág co ( ustr Lu u C i l a C a a o sia l e ve ERS ntr Ind s do imb s-I U o H ús M ra t o nd C) r ús Res osp ia d nde tri íd ita e T go a e uo la re Co s S r de fila m óli Co ria ér do cio s imb So po Ag do C ra rc ro en el-A tr Lu So lim o sia c en ied ve ta So s-I r po Ce ade n d rge Po l ú b str i-C rt n-S u ia oc e C elulo gue ied ad sa o s e m eP ér Be de P or i tu c r i gu o A a In ape es l g d ad eG Á ro- ust era gu Ali ria çã as me l ER o d Ho SUC Sa deEl e C ntar sp -Re int ectr oim ita síd -G icid br is d u ob ad a a U os S ain eeC niv óli Mo alor er do nd sid s d eg Fa ad o C o pr Á ice g e de ent la- uas Co ro Ind d im ús o M br tri on a ad d e T ego re fila Ce ria So lbi -C po elu rc ello se So Be cie ira da In Ho de A Po ut dus sp ita rtu o In tri is d Au g d al a U to ues ust niv Sue a d rial er co e P So sida (Co ape cie de im l da de br Fa de C a) o pr ice Á Figu imb la- gu eir ra In as a P M ah S dúst de C rai le- ain ria oi a Co td m m Go e Tr bra po ba ef ne in ila nt Mo ria es n de de M go ot or es 600

ar

de M áq Di uin str im as ari eP alv ro as du -D to Ab ist sA A rib níb as l te u al A ime içã na nt nt oA -So are u lim ne cie s sB en da an tar de de Ab de ira as Ca te n tan ce do he Fig ra de Fe ue de rre ira M i dis r ad eir -So a Mo as rai cie So s& da dic d M en eD or tro ais eD -C i s om tri Lit b ér oc cio uiçã aro de Au Ve to m í c ulo óv eis s Plu Do A ral l L v es ito -C oo Ba ral nd pe eir rat a& iva Ca Fa rm ac êu tic a 1000

t en

lim ria -a fila ro re Ag e T cio a d ér tri m ús Co ica Ind a e ut la- stri raia acê ice ú P pr Ind ira arm Fa es- gue ria F ção v i u sia e F úst str Lu dad -Ind on C s cie ma e re So har aria ra) oto h b p ue en m e M Bl ng oi d -E (C tes el RG co n M Sue one ego rial Pap p to m nd ust de Au -Co Mo Ind uesa le in ira ug a t e ah M Gob e B Por s int ulo ade Sa Cel ied c lbi So Ce rcelpo So

Be ira dis -C om ér cio

Maiores Ativos 2010 Maiores Capitais Próprios 2010

993.419

800

R INDICADORES

AS MELHORES EMPRESAS DE COIMBRA

1 Soporcel-Sociedade Portuguesa de Papel

2 Saint-Gobain Mondego

3 Celbi-Celulose Beira Industrial

4 Mahle-Componentes de Motores

5 Bluepharma-Indústria Farmacêutica

6 Litocar-Automóveis Do Litoral

7 Lusiaves-Indústria e Comércio Agro-Alimentar


ficha técnica

especial

Definição por indicadores AS INFORMAÇÕES publicadas, apuradas pela empresa independente IF4, têm por base os Relatórios e Contas das empresas do distrito de Coimbra,obtidosporumdosseguintesmétodos:

- Envio espontâneo pelas empresas, que anualmente fornecem a nossa Base de Dados. - Descarregados do site das empresas. - Enviados pelas empresas, após solicitação nossa (primeiro contacto por fax ou email, continuado por insistência telefónica se necessário).

CRESCIMENTO DO VOLUME DE NEGÓCIOS (CVN) – Variação de 2009 para 2010.

Efetivos médios durante o exercício.

ATIVO 2010 – Total do ativo indicado no ba-

EXPORTAÇÃO 2010 – Montante dos produ-

lanço (conceito do POC).

tos exportados em 2010.

RESULTADOS LÍQUIDOS (RL) – Resultados apurados durante o exercício de 2010 (conceito utilizado no POC).

RENTABILIDADE DO VOLUME DE NEGÓCIOS (RVN) – Percentagem dos resultados

VOLUME DE NEGÓCIOS (VN) – Total dos

CAPITAL PRÓPRIO – Total do capital, reservas e resultados transitados (conceito do POC). VALOR ACRESCENTADO BRUTO (VAB) –

Cálculo adicionado das despesas com pessoal,

NÚMERO DE TRABALHADORES (NT) –

líquidos sobre o total do volume de negócios e dos capitais próprios. Todos os valores constantes dos quadros são apresentados em milhares de euros. Ficam ainda registados os códigos de atividade económica das empresas listadas.

C59

Numerosas empresas, em particular as de menor dimensão, preferem responder mediante o envio de um inquérito específico, que a If Quatro elabora para este trabalho. Para facilitar a análise dos dados económicos apresentados neste trabalho, relativos às 100 Maiores Empresas do Distrito de Coimbra, se-

proveitos correntes dos exercícios (conceito D do Plano Oficial de Contabilidade – POC) de 2010 e 2009.

amortizações e reintegrações, provisões, despesas financeiras correntes, impostos diretos, resultados líquidos e provisões para impostos sobre lucros, ao qual se subtraíram as receitas financeiras, subsídios destinados à exploração e utilização de provisões.

gue-se a definição dos indicadores utilizados.

especial 100 maiores empresas | XXII

30 NOVEMBRO 2011


C59


pasta de papel

especial

Duas marcas para o mundo O SETOR da pasta e do papel tem-se assumido claramente como uma das áreas estruturantes da economia portuguesa. Atualmente, já é responsável por mais de 0,8 por cento do PIB nacional, 4,5 por cento do PIB industrial e por 4,6 por cento de todas as exportações portuguesas de mercadorias. A Soporcel e a Celbi, localizadas em Lavos, Figueira da Foz, são não só empresas fulcrais neste tipo de indústria, como marcas simultaneamente conceituadas internacionalmente. Em conjunto, garantem cerca de mil postos de trabalho e registaram, em 2010, um volume de negócios que ultrapassou os mil milhões de euros. A escolha de Lavos para a localização destes duas importantes unidades industriais não foi feita por acaso: a fileira florestal da região, o porto marítimo e o acesso à água para a produção tiveram, naturalmente, grande relevância na opção. A SOPORCEL dedica-se, sobretudo, à pro-

dução de pasta e papéis finos não revestidos. Desde a sua inauguração, em 1984, tem sido

constantemente equipada com tecnologia avançada. Em 2000, passou a dispor inclusivamente de uma segunda máquina de papel, representativa do estado da arte no setor. A operação da fábrica da Figueira da Foz está integrada verticalmente, da floresta ao papel. A CELBI, que começou a laborar na segunda metade da década de 1960, produz uma pasta de fibra curta, reconhecida no mercado como sendo de elevada qualidade. Adquirida ao grupo sueco-finlandês StoraEnso pelo grupo português Altri, foi alvo de uma reestruturação, tendo em vista o aproveitamento de sinergias do grupo, que também detém uma posição relevante nos setores da celulose e da floresta.

MAIORES EMPRESAS DO SETOR SOPORCEL - SOCIEDADE PORTUGUESA DE PAPEL CELBI - CELULOSE BEIRA INDUSTRIAL

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comércio automóvel

Referência na atividade económica A INFLUÊNCIA do setor do comércio automóvel não passa despercebida no ranking das 100 Melhores do distrito de Coimbra com cinco empresas nos primeiros 20 lugares. Alves Bandeira, Auto-Industrial, Auto-Sueco (Coimbra), Litocar e Sodicentro integram o "pelotão da frente", seguindo-se MCoutinho Centro (30.º), Aníbal Antunes Bandeira (37.º), Auto Maran (42.º), Ferreira Morais&Morais (50.º) - no setor industrial a MAHLE-Componentes de motores ocupa o 13.º lugar. A ANÁLISE do volume de negócios em 2010,

comparativamente a 2009, é positiva em todas as empresas. Com enorme relevância no contexto regional (mais de 548 milhões de euros no volume de negócios em 2010), o setor é um barómetro da economia nacional - 26.000 milhões de euros. Este cenário mantém-se no plano social com as empresas, a nível nacional, a assegurarem mais de 1.500 postos de trabalho direto - 138 mil a nível nacional. PUB

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O emprego no setor automóvel representa 2,8 por cento do emprego total, no país, e no capítulo das exportações os indicadores conhecidos são expressivos: 11,7 por cento do total das exportações. As receitas fiscais geradas pelo setor automóvel representam 3,8 por cento do PIB (6,4 mil milhões de euros) e 20 por cento das receitas fiscais nacionais. Na atual situação económica, devido ao aumento da carga fiscal e as limitações ao crédito, um dos setores mais sensíveis da economia nacional vive um momento atribulado, exigindo medidas de estímulo à atividade. O alerta já soou nas empresas do distrito de Coimbra e os resultados alcançados até ao momento requerem intervenção urgente, pelo menos, no capítulo do financiamento.

MAIORES EMPRESAS DO SETOR ALVES BANDEIRA&COMPANHIA AUTO-INDUSTRIAL COIMBRA AUTO-SUECO (COIMBRA)


metalurgia

especial

Cortes no crédito fragilizam empresas AS RESTRIÇÕES ao financiamento em 2010

e o seu natural impacto no consumo e no investimento nos países da União Europeia, especialmente em Portugal, causaram problemas ao setor da metalurgia. A Ideal Mondego e a Fucoli, as duas maiores unidades fabris da região, conseguiram, ainda assim, faturar, em conjunto, mais de 40 milhões de euros. A METALÚRGICA IDEAL DO MONDEGO,

fundada em 8 de março de 1979, com a evolução do mercado e das oportunidades emergentes em resultado da integração de Portugal na UE, foi reposicionada na especialização de serviços de manutenção e conservação industrial. Este reposicionamento foi decisivo na evolução da empresa orientada por uma estratégia de desaceleração de negócios de menor rendibilidade para converter recursos e adaptar a organização à prestação de serviços especializados às industrias do cimento, das celuloses, do papel, dos aglomerados e, mais recentemente, à industria do vidro.

A FUCOLI, empresa fundada em 29 de julho de 1946, por António Antunes, teve inicialmente, como principal mercado, a agricultura, evoluindo, seguidamente, para o fornecimento de acessórios de ferro fundido para os tubos de abastecimento de água produzidos pela Cimianto. A partir de 1981, com a compra de todas as ações da empresa por Álvaro Pereira, ainda hoje presidente do respetivo conselho de administração, a Fucoli passa a produzir todos os tipos de acessórios para ligação de tubos de fibroci¬mento, PVC, fibra de vidro, galvaniz¬do, todos os modelos de tampas de s¬neamento, grelhas, bocas de rega, válvulas e ainda componentes para redes de água e sane¬mento.

MAIORES EMPRESAS DO SETOR METALÚRGICA IDEAL DO MONDEGO FUCOLI - SOMEPAL, FUNDIÇÃO DE FERRO

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indústria farmacêutica

especial

Cinco empresas no top 100 NA LISTA das 100 maiores empresas, a indústria farmacêutica quase conquistava um lugar no pódio. A Plural – Cooperativa Farmacêutica surge no quarto lugar do ranking, com um volume de negócios de cerca de 176 milhões de euros, em 2010, com um resultado líquido de 260 mil euros. A empresa tem 265 trabalhadores. Em 17.º lugar surge a Empifarma - Produtos Farmacêuticos, empresa com 14 empregados, que atingiu cerca de 56 milhões, uma subida de 14,30 por cento em relação aos 49 milhões de 2009. A empresa tem um resultado líquido de cerca de 1 milhão e 700 mil euros.

sultado líquido de cerca de 3 milhões de euros. A Proquifa Sociedade Químico-Farmacêutica do Centro surge na 77.ª posição, com um volume de negócios de cerca de 11 milhões de euros, empregando 15 trabalhadores e um resultado líquido de 580 mil euros. Por fim, surge a Laboratórios Basi – Indústria Farmacêutica, no 82.º lugar, com um volume de negócios a rondar os 9 milhões de euros, um crescimento de cerca de 45 por cento em relação aos 6 milhões de 2009. A Laboratórios Basi, que emprega 43 trabalhadores, apresenta o quinto maior crescimento de volume de negócios de toda a lista. Para além disso, tem um resultado líquido de 285 mil euros.

O MAIOR crescimento do setor regista-se

na Bluepharma – Indústria Farmacêutica, que teve um volume de negócios de cerca de 18 milhões de euros, um aumento de 81 por cento em relação aos cerca de 10 milhões de 2009. A Bluepharma tem o terceiro maior crescimento de todas as empresas. A Bluepharma surge no 53.º lugar da lista e emprega 168 trabalhadores, tendo tido um re-

MAIORES EMPRESAS DO SETOR PLURAL EMPIFARMA BLUEPHARMA

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construção

Setor da construção bastante ativo

MAS HÁ OUTRAS empresas em evidência. A Águas de Coimbra, a 27.ª maior, regista um volume de negócios que, em 2010, ultrapassou os 29 milhões de euros. Tem ainda um capital próprio de 64.244 milhões, o sétimo maior a nível distrital. Segue-se a Canas-Electro Montagens, a 28.ª maior. A empresa destaca-se

pelo número elevado de trabalhadores – 361. A Bascol – Construção Civil e a Isidoro Correia da Silva estão, respetivamente, em 45.º e 48.º, com volumes de negócios superiores a 18 milhões de euros. O 51.º lugar pertence à Vidal, Pereira & Gomes, que, de 2009 para 2010, fez crescer o seu volume de negócios em 47,69 por cento. Neste indicador é a quarta melhor do distrito. Destaque ainda para a ERSUC – Resíduos Sólidos do Centro (56.º lugar) e para a Águas do Mondego (58.ª), com um volume de negócios acima dos 16 milhões de euros. As duas empresas estão no top 10 no indicador dos maiores ativos. A Construcentro fecha o top 10 das maiores empresas do setor da construção civil (62.º no ranking geral).

MAIORES EMPRESAS DO SETOR MRG - ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO RAMOS CATARINO ÁGUAS DE COIMBRA

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O DISTRITO de Coimbra tem no setor da construção um pilar importante. A oferta é elevada e há duas empresas no top 15 do ranking. A MRG- Engenharia e Construção lidera o setor e é a nona maior no cômputo geral, com um volume de negócios superior a 119 milhões de euros (119.686) A empresa, que cresceu 31,39 por cento de 2009 para 2010, reúne mais de 200 trabalhadores. Comete a proeza de ser, em 2010, a sexta do distrito com maiores resultados líquidos (3,2 milhões de euros). Em destaque surge também a Ramos Catarino, com um volume de negócios de mais de 81 milhões de euros (81.367). Com um crescimento de 36,91 por cento, o grupo, com 223 trabalhadores, está em 14.º lugar no ranking do distrito.


especial

saúde

HUC e CHC: os maiores empregadores

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A SAÚDE, uma referência na região Centro, é um dos setores que assume maior importância. A comprová-lo está o terceiro lugar na lista das 100 maiores empresas ocupado pelos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), que são também o maior empregador do distrito de Coimbra, com um total de 4.660 trabalhadores no ano de 2010.

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a Maternidade de Bissaya Barreto, dando emprego a 2.702 trabalhadores no ano transato. O volume de negócios em 2010 foi de 138 milhões de euros, menos 2,75 por cento que o valor registado em 2009, de 142 milhões de euros. O 96.º LUGAR do ranking foi

atribuído à Diaton - Centro de Tomografia Computorizada, que está representada em Coimbra, Aveiro, Leiria e Viseu, com 34 postos de trabalho em 2010, ano que registou mais de 4 milhões de euros em volume de negócios, menos 4,66 por cento que no ano de 2009.

CONSIDERADO hospital de referência no país, os HUC hoje instalados nos edifícios do Bloco Central e em dois estabelecimentos periféricos, a Maternidade Dr. Daniel de Matos e o Bloco de Celas - têm um volume de negócios que rondou os 295 milhões de euros, em 2010, correspondentes a um resultado líquido no valor de 495 mil euros.

MAIORES EMPRESAS DO SETOR

O CE NTRO Hospita la r de Coimbra (CHC) não ficou no pódio mas ocupa o 6.º lugar do ranking das 100 maiores empresas. Integra três estabelecimentos hospitalares: o Hospital Geral (também conhecido por Hospital dos Covões), o Hospital Pediátrico e

HOSPITAIS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA CENTRO HOSPITALAR DE COIMBRA DIATON - CENTRO DE TOMOGRAFIA COMPUTORIZADA

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indústria alimentar

especial

Um setor em crescimento C

POR MUITO MÁ que seja a si-

tuação económica do país, a verdade é que ninguém consegue passar sem comer. Por isso, não é de estranhar que o setor alimentar seja um daqueles que conseguiu contornar a crise e aumentar o volume de negócios em 2010, face ao ano anterior. Feitas as contas, as empresas ligadas à alimentação (entre indústria, comércio e distribuição de máquinas e produtos alimentares e cooperativas agrícolas) no distrito de Coimbra movimentaram mais de 547 milhões de euros em 2010. Um aumento significativo, face aos menos de 515 milhões verificados em 2009. A IMPORTÂNCIA da alimen-

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tação também se percebe pelo número de empresas ligadas a este setor que figuram na lista das 100 maiores do distrito. Entre essa centena, mais de um quarto – 26 – trabalham em torno da alimentação.

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O DESTAQUE vai, natural-

mente, para a Lusiaves. A empresa de indústria e comércio

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agroalimentar, com sede na Marinha das Ondas (Figueira da Foz) aumentou o seu volume de negócios em mais de 25 por cento, quase atingindo os 140 milhões de euros. Uma diferença enorme para a segunda empresa do setor na lista, a Cidacel. A central lousanense, de comércio e indústria de azeites, também aumentou o volume de negócios, ultrapassando os 33 milhões. As empresas ligadas ao setor da alimentação empregavam, em 2010, mais de 2.500 pessoas no distrito de Coimbra.

MAIORES EMPRESAS DO SETOR LUSIAVES – INDÚSTRIA E COMÉRCIO AGRO-ALIMENTAR CIDACEL – COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE AZEITES CENTRAL LOUSANENSE BEIRADIS – COMÉRCIO DE MÁQUINAS E PRODUTOS ALIMENTARES

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depoimentos

especial

PAULO BARRADAS Bluepharma

Como liderar em tempo de c

NESTES MOMENTOS difíceis

da vida das empresas é preciso geri-las com muita assertividade, procurando sempre fazer mais com menos. É igualmente necessário explicar aos colaboradores os objectivos em vista, criar espaços para a inovação e procurar novos mercados. Nunca deveremos esquecer que, apesar de tudo, vivemos num mundo de grandes oportunidades.

NUNO NETO Auto Industrial COMEÇA por ser um exercício de aferição de escalas. Temos que avaliar a nossa própria dimensão de forma correta. Depois segue-se todo um trabalho de direção, de motivação às nossas equipas, para conseguirem obter ganhos adicionais de eficácia. Por outro lado, é preciso ter consciência que os cortes puros acabam por ser inertes ou até mesmo ter resultados negativos.

JOSÉ CARLOS MARTINS Matobra REFORÇANDO a lg umas das características especiais que encontramos nos líderes bem sucedidos - a resiliência, a assertividade, o espírito de sacrifício, a insistente procura de novos caminhos/alternativas, a tomada e concretização de decisões difíceis no momento necessário. E mais do que em qualquer outra altura, a preocupação em servir de guia, inspiração e exemplo a seguir.

JOÃO CARDOSO Litocar A CAPACIDADE de envolver toda a equipa e retirar de cada um dos seus elementos o maior potencial possível, é o que se pede ao líder, nos tempos que atravessamos, que nós apelidamos de "crise", mas que são de uma forte mudança estrutural na nossa economia. A palavra de ordem será a sobrevivência, nestes próximos dois anos e, em especial 2012, pelo que é no controlo dos custos das organizações, na motivação das equipas e no estreitamento das relações com as partes interessadas (fornecedores, clientes, bancos e Estado), que está o grande desafio da liderança, nos tempos conturbados que vivemos.

AMÉRICO DUARTE Efapel PRODUZIR QUALIDADE a bom

preço e com bom serviço, cuidando dos recursos humanos, combatendo o desperdício e otimizando o sistema organizativo.

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ar e crise? MIGUEL SILVESTRE Plural – Cooperativa Farmacêutica, CRL PENSO QUE ESTAMOS a viver uma crise económica e financeira sem precedentes. As empresas têm de saber adaptar-se ao contexto atual, envolvendo todos os intervenientes, desde a gestão de topo ao funcionário mais indiferenciado. É também necessário ter uma liderança forte, que não vacile na estratégia a desenvolver nestes momentos difíceis, e sobretudo que se saiba explicar a todos as opções a tomar. Sem o envolvimento de toda a equipa seguramente que o resultado não será animador. Além disto, temos de saber inovar, adaptarmo-nos às necessidades do cliente, optimizar processos, desenvolver novas competências, apostar na diferenciação, etc., ou seja, ter a arte e o engenho de nos tornarmos imprescindíveis no mercado do nosso setor de atividade.

ANTÓNIO HENRIQUES Presidente do Clube de Empresários de Coimbra É NOS MOMENTOS de maior tensão organizacional que as lideranças ganham mais visibilidade. Não basta a verdade. As pessoas querem ter alguém em quem confiar. Alguém que lhe indique o caminho. Está longe de ser um tema sobre o qual existam verdades absolutas. Eu, se tivesse de escolher apenas três requisitos, não abdicaria de: – Gestão da verdade – Muito embora seja uma receita intemporal, é em tempos de incerteza que se sublinham as virtudes de um modelo de gestão assente na verdade. A partilha das preocupações e anseios não fragiliza a liderança das organizações. Pelo contrário. Envolve e responsabiliza todas as pessoas em torno de uma causa. – Otimismo – Por maior que seja a adversidade, terá de haver sempre lugar ao otimismo. As organizações precisam de ambientes positivos e de esperança. Acreditarmos que é possível é fundamental. A força de acreditar move montanhas. – Pessoas em primeiro lugar – Importa não perder de vista que as pessoas são o mais importante. É com elas e por elas que tudo acontece. Por muito difícil que seja, a felicidade coletiva tem de continuar na agenda de prioridades.

ERNESTO SILVA VIEIRA Auto-Sueco Coimbra NESTES MOMENTOS difíceis

da vida das empresas é preciso geri-las com muita assertividade, procurando sempre fazer mais com menos. É igualmente necessário explicar aos colaboradores os objectivos em vista, criar espaços para a inovação e procurar novos mercados. Nunca deveremos esquecer que, apesar de tudo, vivemos num mundo de grandes oportunidades.

JOSÉ REDONDO Licor Beirão É NECESSÁRIO continuar a in-

vestir, e cada vez mais, no marketing, na publicidade e na qualidade do produto. A liderança terá de privilegiar, ainda, a procura de novos clientes, sobretudo ao nível da exportação. É indispensável, finalmente, reduzir custos.


depoimentos

especial

DOMINGOS SILVA Administrador da Sociedade Figueira Praia DÚVIDA , curiosidade ou espe-

culação, o tema, qualquer que seja a ótica porque se encare, não deixa de ser sugerida para abordagem uma tautologia ou, se se pretender e tal se aceitar, um pouco de mais do mesmo. Como a liderança é uma atitude, postura, filosofia de vida e prática exercida unipessoalmente, por razões de consequência coerente, quem esteja encarregue de a assumir e exercer, não pode deixar de ser, em pleno, a única que é, e que pode ser sintetizado em apenas cinco palavras: "O líder é um devedor" . Seja em tempo de bonança, seja em tempo de crise, "o líder é um devedor". Ou seja, o que um líder é ultrapassa o que pode ser. E independe da conjuntura em que o esteja a ser. Perguntar-se-á: mas porque é que "o líder é um devedor"? Porque um líder deve corresponder a um decálogo e: – Ter coragem de tomar medidas impopulares. – Ter preparação e competência técnicas para encontrar a solução, e em caso de soluções optativas, saber optar. – Ter capacidade de fundamentar todas as suas opções e decisões. – Ter a capacidade de transmitir aos seus liderados as causas das suas decisões, de tal modo que os liderados espontaneamente as assumam também

como suas. – Ter capacidade de saber gerir o tempo como factor de produção, e em cada período ter o discernimento de escolher o momento azado para decidir, com firmeza. – Ter empatia de criar em todos os seus liderados confiança, segurança, tranquilidade e reconhecimento espontâneos, sendo decidido sem ser autoritário nem autocrático. – Ter capacidade de emparceiramento com todas as entidades externas com quem se relaciona, usando os conhecimentos, o saber, a empatia como formas elevadas de atractividade e adesão. – Ter capacidade de sonhar, esboçar projectos, delinear planos e fazer programas claros, consequentes, exequíveis e aportadores de êxito. Ler o futuro antes de o mesmo se aproximar. Ao primeiro tempo será incompreendido. Ao último tempo a compreensão chegará. – Ter capacidade de assumir a responsabilidade por todas as perdas e danos e repartir todos os sucessos com todos os seus liderados. – Saber que deve conviver saudavelmente com a crítica. E nunca esperar aplauso. Se fez mal, devia ter feito bem. Se fez bem, fez o que lhe competia, o que se esperava que fizesse, e por tal motivo não tem que esperar gratidão. O líder é um devedor. Solitário e único. Em crise ou não em crise. Saber ser devedor exige competência.

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cérebros

inovação

CONCURSO

48 horas a programar ideias com futuro "MARATONA" DE PROGRAMAÇÃO PROMOVIDA POR ALUNOS DA FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA REVELOU A CAPACIDADE CRIATIVA DOS CONCORRENTES MARCO ROQUE

QUANDO ALGO foge do normal, é uma exe-

ção. E, na gíria informática, existem exceções, quando, por exemplo, ao inserir dados num programa, estes não respeitam os valores previstos. Aí surgem duas hipóteses: ou o programa congela, ou lança o aviso de que o que escreveu não respeita as regras. Quem programa sabe que é preciso atenção e criatividade para lutar contra estas exceções, e quando o faz pode dizer "Exception Handled!". Foi este o termo aproveitado por alunos da cadeira de Processos de Gestão para designar a maratona de 48 horas de programação que decorrou entre 24 e 27 de novembro. "A ideia de uma maratona de programação não é nossa, já existia", refere Miguel Goyanes, membro da organização, indicando que, no entanto, "pretendemos fazer algo que nunca tivesse sido feito cá, tentando adaptar à cidade e à nossa dimensão". DURANTE as 48 horas, os concorrentes puderam criar e desenvolver produtos relacionados com novas tecnologias. "Pode ser, por exemplo, um produto Web, mas não temos uma definição certa do que pode sair do trabalho dos participantes", refere Miguel Goyanes. A liberdade na hora de criar esteve

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em foco. "Podem pensar em tudo cá, mas quem já tiver uma ideia pode vir e desenvolvê-la aqui", refere o responsável. Assim, as cinco equipas participantes puderam usufruir de um ambiente de trabalho fora do comum: dois dias no Departamento de Engenharia Informática da FCTUC, numa sala comum. "Isto é aberto, não precisam de estar confinados 48 horas", ri Miguel Goyanes, avançando que "também não é necessário que o produto seja finalizado cá. É bom tirar a ideia do papel, dar o primeiro passo, para depois desenvolver o produto". EM SUMA, pôr as ideias e as pessoas a mexer. "Os nossos principais objetivos são o networking, os concorrentes podem criar, entre eles, uma rede de contactos que possa ser útil no futuro; a inovação, pôr ideias em prática; e o empreendedorismo, ver qual o valor da ideia para o mercado", refere Miguel Goyanes. O prémio final é também um incentivo ao empreendedorismo: a participação no 3 Day Startup (3DS), evento que pretende ajudar estudantes a "transformar ideias em empresas de sucesso" e que vai decorrer em Coimbra no próximo mês de fevereiro. "É um evento exclusivo onde só se entra por

convite, sendo, por isso, um bom prémio para os concorrentes", concluiu Miguel Goyanes, na abertura da maratona Exception Handled. 48 horas depois, Miguel Goyanes estava satisfeito com o resultado final. "O balanço é bastante positivo, gostávamos de ter mais equipas, mas para uma primeira iniciativa, organizada por alunos, correu bem e vamos ter boas ideias apresentadas", refere o responsável. O PRÉMIO final foi para o projeto BeFree,

um equipamento que pretende dar maior liberdade a pessoas com dificuldades de mobilidade. Na apresentação, o equipamento da equipa demonstrou ser possível enviar uma mensagem de texto com a cabeça, em frente a um ecrã, e movimentou um robot com movimentos musculares simples através de um comando. "As 48 horas correram calmamente, sem stress, o nosso objetivo principal foi atingido em seis horas e a partir daí expandimos o projeto", avança Ana Figueiredo, membro da equipa. Agora resta esperar pelo 3DS. "Estamos excitados por ir participar, sem dúvida", indica Ana Figueiredo, deixando a certeza de que o projeto da equipa "vai ser ainda maior, vai continuar a crescer".

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PAULO FRANÇA, Rita Figueiredo, Ana Figueiredo e Tiago Caldeira venceram a iniciativa. A equipa revelou que uma visita ao site http://nxt4you.com/BeFree/ e um like no Facebook ajuda à entrega de uma pulseira BeFree a uma criança.

ciência & tecnologia IPN no Congresso das Comunicações

FOTOS: PEDRO RAMOS

OITO empresas da Incubadora do Instituto Pedro Nunes estiveram presentes, na semana passada, no 21.º Congresso das Comunicações da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações. Um dos objetivos da iniciativa foi a aproximação dos empreendedores de parceiros de negócio.

UM EVENTO COM POTENCIAL PARA SER REPETIDO MIGUEL GOYANES sublinha que

"este tipo de evento não é fechado. É importante ter equipas com pessoas de várias áreas, eu posso ter um produto muito bom mas se não o conseguir ‘vender’ algo falha". Acima de tudo, importa que as pessoas tomem a iniciativa. "Nós vemos muitas ideias na faculdade e temos capacidade de as fazer, mas acabam por não se concretizar. No final, os alunos saem sem terem feito nada para si. O objetivo do ExceptionHandled é dar o primeiro passo, ver qual é a receptividade à ideia", destaca. Daí que a iniciativa se possa repetir. "O professor responsável gostou do que viu e vai propor que passe a ser organizado pelo departamento", revela o estudante.

UC organiza semana da robótica A PRIMEIRA Semana Europeia da Robótica está a decorrer desde 28 de novembro, sendo organizada pela Universidade de Coimbra e pela Sociedade Portuguesa de Robótica. Com eventos espalhados pela região Centro, Lisboa e Porto, esta semana envolve 125 organizações, de 18 países e pretende "promover o crescimento da robótica na Europa" e "servir de inspiração para estudantes de todas as idades".

Cientista lança guia turístico de Marte WILLIAM K. Hartmann, astrónomo e cientista planetário, escreveu um guia de viagens sobre Marte, com o título "Marte, as Paisagens Misteriosas do Planeta Vermelho". A obra, de quase 500 páginas, apresenta os principais pontos de interesse do planeta. Destaque para o maior vulcão do sistema solar, chamado Olympus Mons, que tem três vezes o tamanho do Monte Evereste. O livro tem por base dados recolhidos por cientistas ao longo das últimas décadas.

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notícias

HOTELARIA dinheiro

Artesanato com potencial

A CONFERÊNCIA "Empreen-

dedorismo – Atitudes de vida", realizada pelo CEARTE, contou com a participação de mais de 200 pessoas para refletir e partilhar, a partir de projetos concretos, o empreendedorismo nas atividades artesanais. Para os 80.000 desempregados atualmente existentes na região Centro a qualificação e a atitude empreendedora são vitais.

Rastreios da DPOC em Cantanhede A POLICLÍNICA de Cantanhe-

de faz rastreios gratuitos da Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC). Limitação do débito aéreo e com reduzida reversibilidade são consequências da doença. Está normalmente associada a uma resposta inflamatória anómala dos pulmões.

Central de Compras no Baixo Mondego

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Tryp Coimbra assegura qualidade às empresas A LOCALIZAÇÃO privilegiada

é uma das mais-valias do Hotel Tryp Coimbra. A unidade hoteleira localiza-se a apenas 100 metros dos Hospitais da Universidade de Coimbra e a 15 minutos a pé da famosa Universidade de Coimbra, fundada em 1292. Do hotel é possível chegar facilmente ao centro histórico da cidade de Coimbra. Com excelentes acessos à A1, o Hotel Tryp Coimbra encontra-se a uma hora do aeroporto Internacional Francisco Sá Carneiro, no Porto, e a duas horas do Aeroporto Internacional da Portela. Inaugurado em 1994, o Tryp Coimbra é uma referência numa das maiores cadeias hoteleiras do mundo, a Meliá Hotels International. Tryp Coimbra, agora da marca Tryp By Wyndham, associou-se em 2010 à Wyndham Hotel Group, que conta já com quase 7.200 hotéis em 65 países. A Meliá Hotels International foi a primeira companhia hoteleira certificada com o título internacional "Companhia Hoteleira da Bios­ fera", atribuído pelo Instituto de Turismo e apoiado pela Unesco. A paixão por servir pessoas e por oferecer aos clientes experiências hoteleiras, é um dos principais pilares de orientação da organização.

PARA Jorge Bento, presidente

O TRYP COIMBRA disponibili-

da Comunidade Intermunicipal do Baixo Mondego, são necessárias novas formas de organização com escala intermunicipal. A Central de Compras que a CIB lançará em breve é essencial na redução dos preços de bens e serviços.

za 133 quartos, dos quais 13 são suite, dois quartos Premium, dois quartos Fitness, dois quartos Family e dois quartos para pessoas com mobilidade reduzida. Oferece a possibilidade de quartos para fumadores ou para não fumadores. Todos os

quartos do Tryp Coimbra são equipados com ar condicionado, aquecimento central, internet wireless e insonorização. Têm ainda cofre de segurança, mini-bar, música, televisão por cabo, com acesso aos principais canais desportivos, mesa de trabalho e telefone com linha direta para o exterior. O Hotel Tryp Coimbra dispõe ainda do Restaurante "Baga", Business Center, serviço de lavandaria, garagem e bar. Serviços médicos e serviços de babysitting estão disponíveis mediante pedido. Oferece ain-

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da uma sala de fumadores junto ao bar, que conta, à sexta-feira, com música ao vivo. As salas de reuniões foram renovadas de modo a corresponderem, com qualidade, às solicitações das empresas. Pavimento, mobiliário e equipamento audiovisual foram alvo de intervenção num processo em que a direção do hotel escolheu o melhor para apresentar aos clientes. As novas salas são polivalentes, pelo que, além das reuniões, permitem, também, a realização de almoços e jantares de trabalho. |MN


CAMPANHA

ANACOM lança campanha

Bürocratik apresenta novo Grab&Go

A ANACOM vai promover uma

A BÜROCR ATIK, unidade de brand e design digital do Grupo CH, foi a agência escolhida pela Grab&Go para desenvolver a marca, decoração de lojas e website. A Grab&Go é um novo franchising de vending que procura estender a rede de venda de produtos através de máquinas automáticas no território nacional e também em Espanha. A presença online baseia-se no conceito Grab&Go: 24 horas ao serviço e adaptando-se à altura em que é consultado. A Bürocratik é uma agência especializada em brand/ identity e design digital.

campanha publicitária de divulgação da migração para a Televisão Digital Terrestre (TDT). A campanha tem como objetivo alertar toda a população para o desligamento faseado do sinal analógico de televisão e a sua substituição pelo sinal digital. Pedro Granger dá a cara pela campanha.

Chanfana combina com Souselas

A CONFR ARIA da Cha n fana tem uma nova parceira, a Adega Cooperativa de Souselas. O acordo de parceria foi anunciado no almoço de degustação de vinhos daquela cooperativa que teve lugar no restaurante O Confrade, em Vila Nova de Poiares.

Workshop no Casino do Luso "PROMOÇÃO de Vendas e Fi-

delização de Clientes", com o gestor de empresas Paulo Porto, foi o tema da ação dinamizada pela Câmara da Mealhada, em parceria com a Sociedade Água do Luso, e que contou com mais de meia centena de participantes.

Noite grátis nas Aldeias do Xisto A OFERTA ocorre durante a MO-

ART – Mostra de Artesanato e Produtos Regionais, no Museu de Arte Popular de Lisboa, de 8 a 11, e 17 e 18 de dezembro. A oferta está integrada na campanha de lançamento da central de reservas online, que decorre durante o certame. Basta reservar presencialmente uma noite, através da central de reservas, que a segunda noite é automaticamente oferecida. A campanha é exclusiva para os visitantes da MOART e só é

v álida para marcações até 28 de fevereiro, excluindo-se a semana do Natal, de 24 de dezembro a 1 de janeiro. A s A ldeias do Xisto promovem ainda um sorteio de uma noite para duas pessoas, com jantar incluído, na Casa do Zé Sapateiro (Ferraria de S. João, Penela) ou na Casa do Vale Linteiro (Serpins, Lousã). Basta preencher o cupão para poder ter uma excelente oportunidade para descobrir o encanto da s Aldeias do X isto .

Prémio BPI para projeto da ADFP O JÚRI do Prémio BPI Capacitar 2011 atribuiu ao "Lar de Apoio à Integração Profissional de Deficientes", da Fundação ADFP, uma menção honrosa (50 mil euros), resultante do "elevado valor social" do projeto – melhoria da qualidade de vida e integração na sociedade, de pessoas portadoras de deficiência ou incapacidade permanente. A Fundação ADFP está há 24 anos na intervenção social, com especial incidência no apoio a pessoas com deficiência.

Mês do Natal ao som do fado de Coimbra no Forum O FORUM Coimbra, centro comercial gerido pela Multi Mall Management, mantém acesa a tradição do fado e no mês do Natal dá continuidade ao projeto. À terça-feira, a partir das 20H30, no Piso 2 do Forum Coimbra, junto à Esplanada Central, o fado promete aquecer as noites frias. No dia 6 deste mês há Romances

para ouvir, enquanto que no dia 13 sobe ao palco o grupo Verdes Anos. No dia 20 decorrerá a Art is Fado, uma grande noite de Fado de Coimbra. A 27 de dezembro, após o Natal e com 2012 praticamente à vista, o Forum Coimbra encerra esta iniciativa com a atuação de 3DA Capella.

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obra feita

TORRE DE VILELA freguesia de Coimbra, com 3,33 km2 e 1.146 habitantes (INE 2001)

FOTOS: MÁRIO NICOLAU

dinheiro

RICARDO RODRIGUES está determinado em resolver o problema das inundações

BACIA DO RIO DOS FORNOS

Inundações com fim à vista C

ontribuir de forma decisiva para a resolução do problema das inundações na bacia hidrográfica do rio dos Fornos é uma das preocupações de Ricardo Rodrigues. O processo, "talvez o mais gratificante" no percurso do autarca, começou em 2006, com a criação de um grupo de trabalho e a elaboração de documentos. Apesar do contexto de crise, começam a concretizar-se "as grandes obras": a passagem hidráulica que a Câmara de Coimbra está a construir na antiga EN1 é uma antiga reivindicação das populações – o IC2 data do início dos anos 90. Falta, ainda, a travessia do IC2, da responsabilidade das Estradas de

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Portugal e que deverá arrancar em abril do próximo ano. TORRE DE VILELA possui um emblema com tradição no futebol distrital e terá a curto prazo uma infraestrutura à altura: o terreno, com cerca de 7.000 metros quadrados, numa área

343,94 Densidade populacional

Número de habitantes por quilómetro quadrado

A CÂMARA de Coimbra já iniciou a construção da passagem hidráulica na antiga EN1. Falta a segunda fase, da responsabilidade das Estradas de Portugal

central da freguesia já está disponível – será complementado com uma creche. "Este tipo de equipamentos ou ficam em locais que assegurem a sua utilização por parte das populações ou não vale a pena construí-los", garante Ricardo Rodrigues. O autarca alerta para a situação da IPSS existente na freguesia e coloca o reforço do apoio social nas metas do mandato. O Livro Verde da reforma da administrativa tem "o mérito" de iniciar o debate sobre um tema (as freguesias) marcado pela injustiça, já que a ideia criada – "as

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Passagem hidráulica Dimensão (em metros) da passagem hidráulica para evitar as cheias

7.000

Infraestrutura desportiva

Dimensão (em m2) do terreno para a construção do novo campo

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freguesias gastam muito" – não é correta – são só 0, 12 por cento do orçamento de Estado. "Os autarcas têm de reconhecer que é necessário mexer um bocadinho nas freguesias", disse. Na educação, o autarca não é "fundamentalista" quando se discute o encerramento de escolas, considerando que "o mais importante é a qualidade do ensino e do serviço". Assim, acrescenta, "é indiferente se é em Torre de Vilela ou na Solum, mas se queremos manter as crianças a frequentar a escola na área da sua residência devemos evoluir para outro tipo de equipamentos, pois os pais são cada vez mais exigentes". A Câmara de Coimbra deverá equacionar intervenções de fundo no norte do concelho, pois várias crianças de Torre de Vilela optaram pelos novos centros escolares. "Fiquei triste, mas se estivesse no lugar deles provavelmente faria o mesmo", conclui. | MN


Europa cá dentro

BIOCANT PARK

Cantanhede atrai jovens talentos A INAUGURAÇÃO do Biocant II

alargou para 15 o número de empresas ligadas à investigação em biotecnologia sedeadas no parque e marcou o início da segunda fase do projeto, iniciado em finais de 2005. Segundo Carlos Faro, presidente da comissão executiva do Biocant, o edifício do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra "permitiu atingir a massa crítica", possibilitando a transferência para Cantanhede de 150 investigadores. O Biocant é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cantanhede em parceria com as universidades de Coimbra e Aveiro, entre outras entidades associadas. O Edifício Biocant II, no valor de 3,9 milhões de euros, é composto por dois pisos e uma cave, apresentando-se como um edifício com cerca de 2.000 m2 de salas laboratoriais para PME's biotecnológicas. O primeiro piso apresenta quatro grandes

espaços laboratoriais e algumas estruturas de suporte, como a receção, sala de reuniões e sala de lavagens. O segundo piso apresenta oito salas laboratoriais de diferentes dimensões e necessidades, para poder albergar confortavelmente 12 empresas de biotecnologia. O Biocant viu o projeto para construção do edifício Biocant III aprovado pela Comissão Diretiva do Mais Centro, que envolve um investimento total na ordem dos 6,8 milhões de euros. O terceiro edifício servirá para albergar empresas e será

equipado com infraestruturas adequadas, de raiz, à sua atividade. Após a inauguração, em fevereiro de 2010, do edifício Biocant II – PME, este investimento surge como uma oportunidade única de consolidar o projeto do Biocant através da instalação, no parque, de mais 12 empresas na área da biotecnologia. SEGUNDO Raul Santos, administrador da Crioestaminal, a empresa, através da transferência para o Biocant, melhorou a qualidade dos todos os serviços

O Programa Mais Centro permitiu a construção dos Edifícios Biocant II e III EDIFÍCIO BIOCANT II INVESTIMENTO TOTAL

FEDER BIOCANT II CONTRIBUIÇÃO FEDER

3,9 M€

2 M€

EDIFÍCIO BIOCANT III INVESTIMENTO TOTAL

FEDER BIOCANT III CONTRIBUIÇÃO FEDER

6,8 M€

5,4 M€

e preparou-se para novos desafios, nomeadamente, "o reforço da estratégia de internacionalização, a consolidação da liderança de mercado e a diversificação do leque de serviços". No caso da Vetdiagnos, Margarida Mota Lourenço não esconde a satisfação pela aposta no Biocant. "Somos uma empresa nova, deixámos Lisboa para vir para Cantanhede, para o Biocant, e queremos contribuir para a sustentabilidade da região Centro", disse a jovem empreendedora e criadora, conjuntamente com Miguel Inácio, do laboratório de diagnósticos veterinários. Biocant Ventures, Biotrend, Crioestaminal , Vetdiagnos, geneBOX, GeneLab, Gene PreDiT, Interactome, Laboratórios Vidaurre, Matera, 4Health, Bioalvo, Hematos, Hitag Biotechnology, NMT–Tecnologia, Inovação e Consultoria, Cell2B e Treat U integram o lote de empresas. | MN

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sucesso

FOTOS: MÁRIO NICOLAU

dinheiro

COIMBRA

Chama S.A. reforça proximidade com clientes A IDEIA DE TRÊS AMIGOS TRANSFORMOU-SE NUM CASO DE SUCESSO. A EMPRESA POSSUI FÁBRICA EM MORTÁGUA E DELEGAÇÃO EM COIMBRA

A

história começa com a reunião de três amigos junto à lareira. Um deles, Martins Julião, hoje administrador da empresa, recorda os "adoradores da lenha a arder", que gostavam de conversar sobre os mais variados temas. Um dos sócios fundadores, Artur Leitão, já desaparecido, lançou o desafio aos outros dois em 1980: a criação de equipamentos para a queima de lenha com muito maior rendimento. O primeiro equipamento recebeu o nome "bombástico" de B52.

A CHAMA - Equipamentos Térmicos, S.A.,

fundada em 1982, projeta, desenvolve, produz e comercializa recuperadores de calor, salamandras e caldeiras para aquecimento a lenha. Em 2002 expandiu a a área de negócio para a instalação, assistência e manutenção de equipamentos AVAC. A delegação em Coimbra, explica Martins Julião, administrador da Chama, enquadra-se na estratégia de crescimento da empresa que deste modo aumenta a proximidade com os clientes. O showroom dos equipamentos de biomassa produzidos pela Chama é outra das mais-valias das novas instalações, na Rua Alcorredores, em Torre de Vilela, que servem ao

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mesmo tempo de base de apoio comercial. Além da aposta na biomassa, desde a fundação da empresa, a empresa iniciou em 2007 a atividade no setor da energia. Orçamentação e projeto são duas áreas sem segredos para os técnicos da Chama que possui um quadro de pessoal altamente qualificado. Treze dos 60 colaboradores são licenciados nomeadamente em engenharia mecânica.

Exporta equipamentos para o mercado espanhol e está presente na Bélgica, França e Friburgo. Grécia e Brasil estão na agenda A diferenciação é outro dos objetivos, pelo que a parceria com a marca filandesa Lampoassa, no desenvolvimento de bombas de calor geotérmicas, é um exemplo de inovação. Economia e conforto, através do ar interior, são duas das vantagens - aquecimento, incluindo águas sanitárias, e arrefecimento. No capítulo da internacionalização, no setor da Biomassa, a Chama exporta para o mer-

cado espanhol e iniciou este ano o envio de equipamentos para a Bélgica (o distribuidor cobre o mercado francês e o de Friburgo). Grécia e Brasil são dois novos destinos para os equipamentos da Chama SA. NA ENERGIA, a empresa finalizou recentemente, na Noruega, a primeira central e Martins Julião deseja que "sirva de modelo" para outras obras noutros países europeus. "Este ano iremos faturar cerca de meio milhão de euros e esperamos que este valor possa crescer nos próximos anos", afirma. A qualidade dos produtos nacionais, segundo o administrador da Chama SA, "convence" cada vez mais portugueses e quer a da biomassa, quer a energia são duas áreas de negócio para o futuro. A certificação é uma referência na empresa (trabalha com o Laboratório 6, em Madrid), tanto no setor que fabrica os equipamentos para aquecimento doméstico, como no setor dedicado à energia. "Temos uma preocupação enorme com o perfil técnico e a qualificação de todos os elementos que trabalham nesta área de tal forma que, neste momento, somos das poucas empresas que cumprem todas as exigências legais", garante. |MN

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C22

assinaturas@cnoticias.net


dinheiro

topo de gama

Mazda CX-5 chega em maio a Portugal com diesel 2.2

ANTÓNIO COSTA Toyota Caetano Portugal

Revolução em vez de evolução NÃO podemos esquecer

o legado das anteriores gerações (circulam na Europa dois milhões de unidades), mas a atual versão do Toyota Yaris é mais uma revolução do que uma evolução. Em termos de design, a Toyota apresenta um automóvel mais desportivo e com linhas mais ousadas. A melhoria verifica-se, também, no interior quer no design, quer na qualidade dos materiais. A instrumentação está posicionada estrategicamente de modo a aumentar o conforto do condutor. Oferecemos um Yaris mais eficiente e mais compacto, que corresponde às expectativas. É preocupação da Toyota cumprir com pressupostos dos segmentos superiores: conforto, habitabilidade e segurança. O novo Yaris garantiu cinco estrelas nos testes EuroNCAP, cresceu 10 centímetros e tem um interior maior, proporcionando mais espaço aos passageiros que viajam no banco traseiro. O segmento B é o mais importante em Portugal, pelo que todos os construtores utilizam os argumentos que têm disponíveis para aumentar a quota de mercado. A Toyota está confiante. O Yaris tem estofo de campeão...

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Ampera repete troféu ELÉTRICO DA OPEL GARANTE DISTINÇÃO PELO SEGUNDO ANO CONSECUTIVO AMPERA foi distinguido com o prémio anual alemão Troféu Auto na categoria de automóveis elétricos, vencendo de forma clara a concorrência que incluía 17 automóveis. O Ampera reuniu os votos de 40,2 por cento dos 100.000 leitores da revista Auto Zeitung, especializada no setor automóvel. Este resultado é superior ao do ano passado, dilatando a vantagem para o Fisker Karma (15,2 por cento) e o Tesla Roadster (10,6 por cento), que surgiram nas posições seguintes. O CEO da Opel, Karl-Friedrich Stracke, recebeu o troféu na cerimónia realizada no Fórum

Meilenwerk, em Düsseldorf, destacando que "a votação tão expressiva no Ampera é um claro reconhecimento do nosso conceito revolucionário de motorização". O automóvel elétrico da Opel, segundo Karl-Friedrich Stracke, assume um papel de liderança em matéria de mobilidade elétrica. "A tecnologia de motorização elétrica associada ao extensor de autonomia dá-nos a oportunidade de ganhar independência face a fontes de energia não-renováveis, sem termos de ceder a limitações na utilização diária e na autonomia", conclui o CEO da marca alemã.

Cee'd em promoção até ao fim do ano

Twingo Gordini GT azul e... irreverente

Novo Lexus GS 250 estreia na China

QUEM comprar o Cee'd poupa até 3.000 euros - custa 14. 060 euros. Nas versões de 5 portas ou SW TX de 115 ou 128 cv, o desconto é de 3.000 euros e beneficia do equipamento de série das versões Cee'd TX.

ACESSÍVEL e ao mesmo tem-

O MOTOR V6 V VT-i de 2,5

po desportivo e distinto, o Twingo Gordini GT foi pensado para condutores jovens e com um custo de aquisição reduzido. O motor 1.2 TCe de 100 cavalos ajuda à festa... azul.

litros (já utilizado no mais recente Lexus IS) é a grande novidade. Os 209 cv de potência asseguram 8,6 s dos 0 aos 100 km/h e 228 km/h de velocidade máxima.

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Toyota GT 86 em Portugal no próximo ano

Sodicentro Coimbra lança novos B e M

SODICENTRO Coimbra apresentou os novos Classe B e M. O primeiro cativou a atenção dos clientes e convidados do distribuidor oficial Mercedes-Benz e possui argumentos mais do que suficientes para alcançar bons resultados nas tabelas de vendas. Estilo distinto, mais espaçoso e refinado, são alguns dos argumentos.

Jaguar XF 2.2 diesel

Focus com quatro distinções de segurança

CONSUMO RECORDE EM TESTE NOS EUA (MENOS 4,5 LITROS) A IDEIA foi executada por uma equipa de

pilotos britânicos que levou um Jaguar XF 2.2 diesel numa viagem de 4.461 quilómetros da costa atlântica à costa pacífica dos EUA, registando um consumo recorde inferior a 4,5 l/100 quilómetros. A viagem durou oito dias e o Jaguar XF 2.2 diesel atravessou 11 estados e três fusos horários. Nos cerca de 4.500 quilómetros, o XF 2.2 Diesel só foi atestado quatro vezes e, no último dia, registou um consumo de 4,2 l/100 km. Conduzido pelos pilotos independentes David e Alexander Madgwick, o XF escolhido para a travessia, é um veículo de série, com volante à direita e matriculado no Reino Unido. Manteve uma velocidade média de 85 km/h e enfrentou estradas congestionadas à saída de Nova Iorque, obras de repavimentação e os fortes ventos com que foi recebido na chegada a Los Angeles, após ter subido até 2.217 metros acima do nível

CURTAS

do mar. A JAGUAR fez um upgrade do XF quer no

exterior, que no interior. No primeiro caso, reforçou a elegância e a agressividade, aproximando-o do topo de gama XJ. O habitáculo beneficiou de novos comandos, novos bancos e um sistema de som melhorado na versão de topo. Um novo ecrã tátil faz também parte do leque de alterações efetuadas. Visualmente, distingue-se das restantes versões diesel pela existência de uma única saída de escape. Equipado com o novo motor 2.2 diesel de quatro cilindros (AJ-iD4), com 190 cv e 450 Nm, e caixa automática ZF de oito velocidades dotada de patilhas no volante, o XF diesel mais acessível e ecológico de sempre dispõe de sistema start/stop. Eis, agora, as prestações anunciadas: 225 km/h de velocidade máxima; 8,5 segundos nos 0-100 km/h; 5,4 l/100 km de consumo combinado.

PEUGEOT RCZ recebeu três distinções na China, por ocasião do Salão Automóvel de Cantão. Um dos jornais mais lidos na província também distinguiu o RCZ.

PORSCHE lançou a versão descapotável do 911 Carrera, que chega ao nosso país em março do próximo ano.

É O PRIMEIRO automóvel de sempre a receber quatro distinções de segurança "Euro NCAP Advanced". As distinções chegam pouco tempo depois da nova Ford Ranger alcançar um histórico 1.º lugar, tornando-se na única pickup a receber a classificação máxima de 5 Estrelas de segurança Euro NCAP.

MCOUTINHO Centro entregou prémio VANESSA Figueiredo, da Lousã, foi a vencedora do passatempo promovido no âmbito da mega ação test-drive Lancia RFM/MCoutinho Centro realizada no Dolce Vita Coimbra. Vanessa Figueiredo, que recebeu um iPad, foi a autora da melhor frase: "Ouvindo RFM, num conforto, numa tranquilidade e elegância, só podia ser Lancia".

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dinheiro

passeio TT

Há uma região que espera por si... 1.º TT DA REVISTA DEU A CONHECER ALGUNS DOS LOCAIS MAIS BONITOS DO DISTRITO DE COIMBRA. O PERCURSO FOI DURO "Q.B." E OS PARTICIPANTES QUEREM MAIS...

o café a desanuviar os cerca de 40 participantes que aderiram ao desafio da Revista patrocinado pela Auto-Industrial (Coimbra), concessionário Jeep. Maya, madrinha do passeio, visitou as instalações do distribuidor automóvel na sexta-feira e recebeu as chaves do Jeep que participou no passeio - a empresa cedeu ainda uma pick-up Isuzu à equipa de reportagem da que filmou e fotografou a iniciativa. O percurso atravessou vários concelhos do distrito de Coimbra com muito para mostrar: belezas naturais, gastronomia e principalmente muita simpatia. O sabor das queijadas do Conventual, das escarpiadas de Condeixa-a-Nova, do saboroso pato que foi à mesa em Góis, na residência de estudantes, ou do jantar magistral na Academia do Leitão, em Coimbra, foram devidamente registados pelos participantes - sem esquecer o aroma do Licor Beirão. O Crédito Agrícola apoiou o 1.º TT da e ajudou a rechear os "recuerdos". A LPT Off Road assumiu a logística e passou com distinção. Caldas de Penacova e Frutibairrada associaram-se à aventura. Góis surpreendeu com a escultura em terra do artista plástico Camarro, num presépio que merece visita atenta. Antes do jantar, em Coimbra, a "escala técnica" na Praxis deu para provar a excelência da cerveja artesanal. Depois, já com as forças retemperadas, a noite prolongou-se no aniversário do Theatrix, que apoiou a viagem na região. No fim da festa ficámos mais fortes: temos mais uma mão cheia de amigos...

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FOTOS: MÁRIO NICOLAU

PARTIDA manhã cedo, em Taveiro, com

vista O percurso do 1.º TT da Re los C incluiu alguns dos mais be a br locais do distrito de Coim

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Maya, madrinha do passeio, visitou as instalaçþes da Auto-Industrial e recebeu as chaves do Jeep

PEDRO RAMOS 45


SOCIAL

JANTAR E FESTA FORAM UM FINAL EM BELEZA PARA DIA DE TODO-O-TERRENO

Maya - madrinha do evento - com participantes da iniciativa

OS PARTICIPANTES DO 1.º PASSEIO TT FORAM RECEBIDOS NA PRAXIS E JANTARAM NA ACADEMIA DO LEITÃO. OS MAIS RESISTENTES ACABARAM A NOITE NO THEATRIX.

FOTOS: MÁRIO NICOLAU E PEDRO RAMOS

Ac

Pa

PU

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A cervejaria Praxis foi um dos locais por onde passou a festa

Jo達o Paulo Gouveia e Telmo Melo num momento de magia

Participantes jantaram na Academia do Leit達o

Os mais resistentes ainda rumaram ao Theatrix PUB

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social

PRIMEIRO MINISTRO ENTREGOU PRÉMIO NUNO VIEGAS NASCIMENTO 2011

À tarde, Pedro Passos Coelho presidiu à sessão solene do Dia Nacional do Engenheiro, no Teatro Académico de Gil Vicente, em Coimbra, onde esteve de acordo com o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, ao defender que "o modelo de desenvolvimento do país tem de assentar numa aposta no conhecimento avançado e na inovação".

Pedro Passos Coelho entregou Prémio Nuno Viegas do Nascimento 2011, no valor de 50 mil euros, à ACREDITAR

Mário Ruivo, João Portugal e Carlos Encarnação

Rui Alarcão e José Tereso

FOTOS PEDRO RAMOS

No dia do seu 53.º aniversário, a Fundação Bissaya Barreto entregou o Prémio Nuno Viegas do Nascimento 2011, no valor de 50 mil euros, à ACREDITAR – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro. O primeiro ministro, Pedro Passos Coelho, presidiu à cerimónia, no Campus do Conhecimento e da Cidadania da Fundação Bissaya Barreto. Pedro Passos Coelho, disse, em Coimbra, que "o Governo mantém abertura se houver evolução do PS" para fazer "alguma modelação" na aplicação de medidas de austeridade com "impacto social mais pesado".

Maurício Marques, João Paulo Barbosa de Melo e João Moura

Manuel Porto, Carlos Páscoa, Pedro Passos Coelho, João Paulo Barbosa de Melo, Patrícia Viegas30 Nascimento e Almeida Santos NOVEMBRO 2011


João Gabriel Silva

Fernando Santo e Celestino Quaresma

Carlos Matias Ramos, a receber o título de membro honorário da Ordem do Mérito, concedido pelo Presidente da República à Ordem dos Engenheiros

C69

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Octávio Alexandrino

Carlos Matias Ramos, Pedro Passos Coelho e Dirk Bochar

João Paulo Barbosa de Melo, Octávio Alexandrino, Carlos Matias Ramos e João Gabriel Silva


FOTOS: PEDRO RAMOS

social

AFONSO VILELA EM NOITE MÁGICA DE CONDEIXA-A-NOVA

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CHARME E ELEGÂNCIA NUMA INICIATIVA DE APOIO AO COMÉRCIO LOCAL

fonso Vilela foi o centro das atenções no desfile que aconteceu a26 de novembro no pavilhão desportivo de Condeixa-a-Nova. As pessoas puderam ver de perto as tendências da moda outono/inverno que estão nas montras das lojas do concelho. Muitos jovens modelos mostraram as roupas da época e os acessórios que estão à disposição. Segundo Maria Margarida Guedes, vice-presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, a iniciativa teve como objetivo promover o comércio local, dada a época de grande dificuldade. "Esta é uma iniciativa onde os eventuais investidores e clientes podem chegar, ver e apreciar. É uma dinamização gratuita para o concelho", afirmou. Muitas lojas mostraram os seus produtos, entre elas, a Esfera by JL, a Kaskata, a loja Botãozinho, a 360º, Streetfashion, Gentleman, entre outras.


BANG & OLUFSEN JÁ ABRIU NO ATRIUM SOLUM

C76

A Bang & Olufsen abriu no passado dia 26 de novembro no Atrium Solum, em Coimbra. A empresa dinamarquesa projeta produtos de áudio e televisores de alta gama. Os produtos da B&O refletem o design industrial de última geração e conciliam a maneira como as pessoas interagem com bens eletrónicos e o espaço deles no lar. Segundo o proprietário António Neves Carneiro, Coimbra precisava deste espaço. "Isto vem da inexistência da Bang & Olusfen em Coimbra. Esta cidade tem clientes e potencialidade para estes produtos", afirmou.

António Neves Carneiro e Paula Neves Carneiro (em cima); Pedro e Angela Tenreiro, José Rafael Machado Guimarães, Rosarinho Alves de Souza (ao centro); Paula Brito e Lia Santana (em baixo).


JANTAR APRESENTOU VINHOS DO DOURO SUPERIOR E DO DÃO

social

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Quinta das Lágrimas foi palco de mais um jantar vínico. Francisco Olazabal, enólogo, apresentadou vinhos das regiões Douro Superior e Dão. Foi também apresentado um cardápio com os respetivos vinhos, de forma a valorizá-los. "Os vinhos do Douro Superior têm dez anos de história no mercado e tiveram muito reconhecimento nacional e internacional, com pontuações altíssimas em publicações internacionais. É um caso de sucesso", afirmou Valdemar Simões, proprietário do Dom Vinho e Outros Parentes Nobres. "Os Vinhos do Dão apresentados, da quinta do Mondego, são vinhos com menos tempo no mercado mas também com muita qualidade. O objetivo é mostrar duas facetas diferentes do mesmo enólogo", acrescentou.

Valdemar Simões, Francisco Olazabal e Marko Kujaca

Abel João e Maria João

ROTEIRO ILUSTRA 308 ESPAÇOS MUSEOLÓGICOS

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Museu Machado de Castro recebeu a apresentação do "Roteiro dos Museus e Espaços Museológicos da Região Centro", obra da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC). O roteiro resulta de um longo trabalho que teve início em 2004. A obra é composta por 10 capítulos divididos por NUTS, apresenta 308 museus e espaços museológicos de 65 dos 77 concelhos. Celeste Amaro, diretora regional de Cultura, referiu que é urgente expandir os horários dos museus. No final da cerimónia, foi assinado um protocolo entre o Museu Nacional de Machado de Castro, a Turismo Centro de Portugal e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, de forma a divulgar e atualizar este produto.

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Pedro Machado, Celeste Amaro, João Paulo Barbosa de Melo, Alfredo Marques, Ana Faria e Pedro Coimbra (em cima); Celeste Amaro, Artur Côrte-Real, Fernanda Alves e Ana Faria (em baixo).


viajar

Calorosa Granada "OYEEE, TIO! TRANQUILO!" SOFIA MACEDO

SIM, "TRANQUI"! Relax! Sem stress! Estamos no sul de Espanha, na região de Andaluzia, em Granada. Aqui, para atravessar um metro de rua, o semáforo cronometra preguiçosamente 30 segundos... tudo é feito sem pressas, ao ritmo andaluz. Fundada pelos romanos, foi ocupada (e batizada) pelos muçulmanos no século VIII a.C., tendo sido conquistada pelos reis católicos em 1492. Nem assim Granada perdeu os traços muçulmanos que a caraterizam. E, mais tarde, os judeus e os cristãos. Qualquer semelhança com Marrocos não é mera coincidência. Afinal, no topo da colina, entre verdes jardins e muralhas, está o antigo e majestoso palácio de Alhambra, residência oficial de vários sultões. Nas redondezas está o Bairro de Albaicín, com diversos estilos arquitetónicos que merecem ser explorados, numa bela caminhada, numa zona que foi considerada em 1984 Património Mundial da Unesco. Não caia no erro de se limitar a Alhambra, pois o centro tem vários locais imperdíveis, como a enorme Catedral, a Capela Real, o Mosteiro de La Cartuja, o Parque das Ciências, assim como os vários jardins que há pela cidade – e acredite, se for no verão, bem que vai precisar

de uma sombra para uma breve "siesta". E, agora, "fiesta"! A animação está garantida: muitos bares, bastantes "teterias" (casas de chá marroquino, onde pode fumar também narguilé) e muita animação pela rua, desde espetáculos de dança, magia e muita, muita música. Não tem como se aborrecer aqui. Granada é precisamente conhecida pelo seu ritmo festivo e animado, ou não fosse esta uma das mais reputadas cidades universitárias espanholas, que todos os anos recebe mais de 50 mil estudantes. Prepare-se para o bem receber granadino e em ritmos lentos, mas quentes, deixe-se envolver. Ah, quanto à montanha que vê lá ao longe, é a Serra Nevada.

A CATEDRAL

é uma das visitas obrigatórias na passagem por Granada

ficha COMO IR? Estrada, comboio ou avião: opções não faltam. Mas, para conhecer a cidade, recomendamos vivamente o pé esquerdo e o pé direito. ONDE FICAR? Se procura paz, recomendamos algo na zona perto de Alhambra e dos seus belos jardins. Caso queira festa e alegria, aconselhamos o centro da cidade. São várias opções, a vários preços. O QUE COMER? Seja pela zona Albaicín, na Praça de Touros, ou pelo centro, deixe-se "ir de tapas"... e cervejas. Ou seja, peça a bebida e deixe que os empregados decidam que tapas lhe oferecer. 53


viver

moda

Vestido - Miss Sixty - 99€ Casaco - Denny Rose - 170€ Carteira - Killah - 39€

O Pelo regressa, para grande felicidade de muitas mulheres que gostam de se sentir bem quentinhas. Tornam um look absolutamente amoroso neste inverno frio, podendo ser usado nas cores habituais como o camel ou castanho, como também em looks mais irreverentes usando o amarelo ou o vermelho.

inverno frio?! Modelos: Rita Gil e Bruno Dinis Produção: Black at White Fotografia: M. Crespo Maquilhagem: Makeit Up Cabelos: Natália Lopes Cabeleireiros Artigos - ADN SPACE - Coimbra

CASACOS DE PELO E MALHAS PARA ANDARMOS QUENTINHOS 30 NOVEMBRO 2011


PORTUGAL FASHION'11

O homem que se preze pelo bom gosto, não pode esquecer do elemento que finaliza o look de qualquer pessoa: o calçado. As botas de cano mais longo, são exemplos de elegância e sofisticação, dando ao homem um elevado toque de estilo e personalidade.

DIELMAR Inverno quente e colorido é a proposta da Dielmar para o outono/inverno 2011-2012. No guarda roupa masculino acentua-se a importância de coordenar elementos. As peças-chave da estação são os casacos em todas as suas vertentes: lavados, desestruturados, dupla face ou simplesmente de corte tradicional. Os casacos são novamente um must have, são fundamentais no armário de qualquer homem.

Calça - Time Zone - 129€ Casaco de malha - Diesel - 250€ Sweat - Diesel - 85€

FOTOS: M. CRESPO

Conjugados com uma paleta de cores sóbrias, os acessórios impõe-se: écharpes, lenços, sacos, sapatos e também óculos são complementos de um look total que não pretende passar despercebido.

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vida nova

viver

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PRODUÇÃO GLOBAL: CABELEIREIRO ILIDIO DESIGN BY CARLOS GAGO FOTOGRAFIA: PEDRO RAMOS | MAQUILHAGEM: KÁTIA ROUPAS E ADEREÇOS: B&A RICARDO COLAÇO - HELENA COLAÇO

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A Marília pretendia um look mais trabalhado. O corte emoldura, agora, o rosto, e confere mais forma e volume ao cabelo. A franja confere um aspeto mais moderno que intensifica o olhar.

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figura

Rita Blanco

E

streou-se como atriz na peça "Mariana Espera Casamento", em 1983. Terminou o Curso de Formação de Atores do Conservatório Nacional em 1985. Hoje, é das atrizes mais conhecidas a nível nacional. Recebeu o prémio de "Melhor Atriz" nos Caminhos do Cinema Português, em Coimbra.

Já alcançou tudo o que pretendia no capítulo profisssional? Não. Não sei se alguém já atingiu, mas não acredito. Eu também não quero ser só uma atriz. Há outras coisas que também quero fazer e é isso que considero a minha profissão e a minha vida. Que trabalhos pretende fazer posteriormente? Pretendo trabalhar com crianças em teatro. É um trabalho muito mais difícil do que aquele que faço atualmente. O que significou para si receber o prémio "Melhor Atriz" nos Caminhos do Cinema português? Este prémio não é só nosso. É de todos os que fazem cinema em todo o mundo. Que gosta mais de fazer na sua atividade profissional? Gosto de fazer bons trabalhos e trabalhos que me interessem. Gosto de trabalhar com pessoas de quem eu gosto. Aliás, eu não trabalho com quem não gosto. Considera a vida privada um bem essencial? A vida privada é fundamental. Não prescindo dela, em circunstância alguma. Para além do mundo artístico, o que gosta de fazer quando tem tempo para si? Gosto de viver. Viver faz parte do meu trabalho e também da minha profissão. Mas é um viver diferente. Ser atriz é apenas uma bolha da minha vida. Gosto muito de ler. Sempre o fiz em toda a vida. Adoro nadar e, sobretudo, gosto muito de estar com a minha família e viajar.

O LADO "B" Foi premiada em 2002 com o Globo de Ouro na categoria de "Melhor Atriz de Cinema", com "Ganhar a Vida", de João Canijo. Foi homenageada no Festival de Santa Maria da Feira em 2004. Em 2011, regressa à TV, trabalhando nos três canais portugueses generalistas. Participou, por exemplo, na sitcom da SIC "A Família Mata" e no telefilme da TVI "O Profeta".

TEXTO: SÍLVIA DIOGO FOTOGRAFIA:PEDRO RAMOS

A vida privada é fundamental. Não prescindo dela, em circunstância alguma.


restaurante

INSTALADO na Avenida Armando Gonçalves, em Coimbra, o Baga é o restaurante do Hotel Tryp. Distingue-se pela qualidade do serviço e pelo acolhimento que presta aos seus clientes. A comida tradicional portuguesa, com toque de modernidade e a inovação na forma de servir, constituem argumentos que fazem deste restaurante uma opção de excelência. O atendimento personalizado e a elegância na decoração são outras razões para visitar este espaço de referência na cidade. O Baga é destinado a todos os públicos. É o local privilegiado para almoçar ou jantar com os amigos e para jantares de grupos. Está igualmente disponível para a confeção de jantares de família e até mesmo aniversários. Segundo o concessionário, Carlo Ferreira, o Baga preocupa-se em agradar a todos os clientes, apostando numa ementa especializada. O tamboril com amêijoas à Bulhão Pato, bacalhau do lagar, naco de vitela com queijo do Rabaçal, e as plumas de peru com queijo da ilha e morcela são algumas das referências no menu. Ótimos vinhos também estão sempre presentes a acompanhar estes

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Baga

pratos de eleição. Quem escolher o Baga pode ainda usufruir de um bar que completa o restaurante. Baga é o nome comercial do restaurante, no entanto, o estabelecimento é concessionado à empresa "Ambientes Perfeitos", que é responsável pela exploraçao do espaço.

LOCALIZAÇÃO: Morada: Av. Armando Gonçalves lote 20 Localidade: Coimbra Código Postal: 3000-059 Coimbra Contatos: 913 616 303/239 480 800

INSTALADO NA AV. ARMANDO GONÇALVES, EM COIMBRA, O BAGA OFERECE O MELHOR DA COMIDA TRADICIONAL PORTUGUESA

INFORMAÇÕES: Dia de encerramento: Nenhum Estacionamento: Parque de estacionamento Pagamento: Todos os cartões Reserva: Aconselhável Área fumadores: Sala de fumadores

Os responsáveis pretendem que este espaço seja a base do bom gosto e da qualidade que têm para oferecer. O Baga está aberto todos os dias da semana, de segunda a quinta das 12H30 às 14H30 e das 19H30 às 22H30, sexta e sábado das 12H30 às 14H30 e das 19H30 às 23H00 e domingo das 12H30 às 14H30 e das 19H30 às 22H30.

30 NOVEMBRO 2011


à mesa

viver

vinhos

receita do chef

Lombo de porco COM CASTANHAS INGREDIENTES

CARLOS LUCAS Enólogo O TERROIR da Bairrada caracteriza-se

por um clima temperado de influência marítima com notável amplitude térmica na época de maturação das uvas. Os invernos são frios e pluviosos e os verões quentes são suavizados pela proximidade do Oceano Atlântico. Os solos são os característicos "bar¬ros", solos argilosos com maior ou menor proporção de calcário, com presença de seixo rolado e dos quais se obtêm as melhores uvas para vinhos de qualidade superior. São estas as condições que originam vinhos de grande equilíbrio e frescura. O Colinas Tinto 2007 é um vinho que revela o melhor do terroir da Bairrada através da união da nossa Touriga Nacional que se associa a duas castas internacionais, o Merlot e o Cabernet Sauvignon. As uvas são provenientes das diferentes parcelas da quinta situada em São Lourenço do Bairro, concelho de Anadia. Ao longo do ano, cada uma dessas parcelas é objeto de uma atenção constante às vinhas, resultado de um minucioso trabalho de campo.

colinas tinto 2007 De cor rubi intensa e nuances acastanhadas, o aroma rico a fruta madura e as notas a ligeiro tostado indicam boa complexidade. É um vinho har¬monioso e com muito boa estrutura. A companhia ideal para pratos de carne, caça e queijos intensos. Merece sempre ser decantado. PREÇO: 8,00 €

1 lombo de porco limpo 150g de castanhas cozidas 500g de batatinhas 2 cebolas 6 dentes de alho coentros frescos azeite cominhos gengibre noz-moscada louro sal e colorau q.b. vinho branco q.b. pimenta e piripíri q.b.

MODO DE PREPARAÇÃO De véspera, prepara-se a pasta com que se vai barrar o lombo, colocando e triturando uma das cebolas, os alhos, um fio de azeite, os coentros, o piripíri, pimenta, gengibre, noz-moscada, louro e o colorau. Barra-se o lombo com sal, depois com a pasta e rega-se com um pouco de vinho branco. Veda-se bem e leva-se ao frigorífico para tomar gosto. No dia, dá-se uma pequena cozedura prévia às batatas e cozem-se as castanhas. Coloca-se no fundo de uma travessa de ir ao fonro um fio de azeite, uma camada de cebola às rodelas, e o lombo. Rega-se com a marinada. A meio da cozedura, juntam-se as batatas em redor do lombo, assim como as castanhas. Ir regando com o próprio molho.

Bolo de Chocolate COM RECHEIO DE FRUTOS SILVESTRES INGREDIENTES 6 ovos inteiros 200g de açúcar 180g de farinha 40g de cacau em pó 1 colher de chá de fermento Recheio: 1 chávena de leite condensado 1 colher de sopa de açúcar 1/2 chávena de frutos silvestres Cobertura: 200g de chocolate 1/2 pacote de natas MODO DE PREPARAÇÃO Comece por bater os ovos com o açúcar, adicione a farinha e o fermento e bata, junte o chocolate em pó e envolva. Leve a cozer em forno médio durante cerca de 20 minutos. Leve ao lume o leite condensado, os frutos silvestres e o açúcar, deixe ferver cerca de um minuto mexendo sempre. Passe pela varinha mágica de modo a triturar os frutos. Quando o bolo estiver quase frio corte a meio e recheie. Deixe arrefecer. Num tacho leve ao lume o chocolate e as natas, deixe derreter o chocolate e cubra o bolo. Decore a gosto.

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POR BRUNO VICENTE bruno.vicente@cnoticias.net

CULTURA

agenda da semana qui.1 "Poema Bar – Poesia de Fernando Pessoa e Vinícius de Moraes" (Alexandre Borges, ator/declamador; Sofia Vitória, voz; João Vasco, piano) - Biblioteca Joanina/Coimbra 21H30

sex.2 "O Pranto de Maria Parda", peça com Maria do Céu Guerra - CAE/Figueira da Foz - 21H30

sáb.3 Concerto de B Fachada - Teatro Viriato - 21H30

dom.4 Orquestra Filarmonia das Beiras (ciclo Beethoven) - Teatro José Lúcio da Silva/ Leiria - 21H30

Marionet recupera embate feroz entre Newton e Leibniz Peça de teatro coloca em confronto duas personalidades enormes da ciência, revelando o conflito que existiu a propósito da invenção do cálculo matemático COLÉGIO DE JESUS/COIMBRA | ATÉ 3 DE DEZEMBRO | HORÁRIO: 21H30 | PREÇOS: 6€ A 10€ |

A SALA CARLOS RIBEIRO, no Colégio de Jesus

da Universidade de Coimbra, está a receber, até 3 de dezembro, a peça "Cálculo", através da qual a Marionet vai estimular os cérebros dos espetadores, ao cruzar ciência e teatro em palco. Este trabalho, de Carl Djerassi (químico e escritor mundialmente famoso por ser um dos cientistas que inventou a pílula contracetiva), recupera o embate feroz travado por duas personalidades enormes da ciência, o inglês Isaac Newton e o alemão Gottfried Leibniz, que gladiaram-se em torno da invenção do cálculo matemático. A descoberta recente de alguns documentos na Royal Society of London, sobre a disputa entre os dois cientistas, veio revelar uma perversa manipulação de Newton. Foi nestes dados que Djerassi se apoiou para construir a intriga da peça, onde revela algumas manobras de bastidores eticamente reprováveis que nos mostram um outro lado do génio de Newton,

o de um ser humano manipulador, vingativo e calculista. "Cálculo" é uma peça "sobre comportamentos humanos moralmente condenáveis, jogos de interesses, injustiças, compadrios e covardias que, infelizmente, estão sempre presentes nas nossas vidas", refere o encenador Mário Montenegro, em comunicado de imprensa. Carlos Fiolhais, professor catedrático no Departamento de Física da Universidade de Coimbra, confirma o mau caráter de Newton. "Enquanto esteve à frente da Royal Society of London, onde permaneceu até à sua morte, fez de tudo para ficar com os louros e a glória", afiança. Os interessados em assistirem à peça devem contactar os responsáveis através dos números 239 090 515 e 931 671 163. Os bilhetes têm um custo de 10 euros para o público em geral e de 6 euros para estudantes e profissionais do teatro e ciências.

seg.5 Exibição do filme "Pater", de Alain Cavalier - TAGV/Coimbra - 21H30

ter.6 "Surreal" - Projecto D - C. C. D. Dinis/Coimbra - 21H30

qua.7 Concerto de encerramento do Festival de Música de Coimbra - Igreja da Sé Nova de Coimbra - 21H30

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Couple Coffee Teatro Municipal da Guarda. 7 de dezembro. 22H00.

Com a sua criatividade, os Couple Coffee têm surpreendido a cada disco que lançam. Nos três primeiros deram a conhecer a sua visão particular dos clássicos da música popular brasileira, da obra de Zeca Afonso e da bossa nova. No novo disco, intitulado "Quarto Grão", o grupo marca a sua estreia no campo autoral. O ouvinte pode contar com arranjos arrojados, efeitos audazes e letras inteligentes.


nota da

semana

CRISTINA DE OLIVEIRA Diretora Regional de Educação

Educar para a solidariedade A NOSSA ESCOL A é o

José Luís Peixoto Fnac Coimbra. 7 de dezembro. 21H30. Apresentação do novo livro, "Abraço", onde o autor escreve sobre si próprio, abordando temas como a infância, o amor, a escrita, as viagens e as tatuagens.

Rei Duas Vezes Oficina Municipal do Teatro/ Coimbra. Até 23 de dezembro. 4€ a 10€. A nova peça d' O Teatrão ressuscita o primeiro português, D. Afonso Henriques, e coloca-o em confronto com um mundo tecnológico.

espelho da nossa sociedade, nela revemos todos os nossos sucessos, mas também os nossos fracassos enquanto nação. Este olhar no espelho é fundamental, pois não temos certamente olhado o suficiente nos últimos tempos. Na Escola encontr amos os primeiros sinais das fragilidades económicas e sociais, pelo que não podemos deixar de estar atentos. Educar para a solidariedade é mostrar às nossas crianças e aos nossos jovens que um país se faz de diversidade social, mas que a coesão só se alcança se formos capazes de contribuir para atenuar as diferenças. Esperamos da Escola esse importante contributo. Uma Escola empreendedora e competitiva, capaz de desafiar o futuro, mas humanizada e com espírito crítico, capaz de ensinar valores morais e éticos. Não basta cuidarmos das paredes das nossas escolas, é preciso cuidar da pequena gente que quer aprender a ser gente grande.

A Banda Mais Bonita da Cidade Cine-Teatro de Estarreja. 4 de dezembro. 21H30. 12€ Com um ritmo leve que embala e com letras que celebram o amor e a amizade, este grupo brasileiro conseguiu sair do anonimato através das redes sociais e vem agora pela primeira vez a Portugal. A banda ficou conhecida mundialmente quando, em maio de 2011, publicou no YouTube o vídeo de uma das suas músicas, "Oração", que conta já com mais de oito milhões de visualizações.

"Monstros de Vidro" TAGV/Coimbra. 7 de dezembro. 21H30. 5€ a 7,5€ Esta peça - coprodução Visões Úteis e Teatro Nacional São João - parte do desejo de falar do modo como, desde sempre, as comunidades criaram mitos para explicar os acontecimentos traumáticos que atravessam – os desastres que acontecem devido a causas incontroláveis, mas também aqueles que resultam das ações da própria comunidade.

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ideias dos outros

Chaos LUÍS DE MATOS

CAOS, E OUTRAS TEORIAS E IMPOSSIBILIDADES, PARA VER AO VIVO E EM DIRETO…

ALGUMA VEZ parou para pensar no infinito número de coincidências, probabilidades e mutações evolucionistas que foram necessárias para que cada um de nós tivesse chegado até aqui? Que estivesse, neste instante, a ler estas palavras? O corpo humano desenvolveu-se, quem sabe, a partir de um caldeirão de química aleatória que começou com o big bang. É como cozinhar uma refeição em que o tempo de cozedura é de 4,54 biliões de anos. E isso é apenas a idade da Terra. O dia em que a "panela foi colocada ao lume", a idade do Universo, ninguém sabe.

estendiam-se até às seis casas decimais. O número que introduzira foi 0,506 quando deveria ter sido 0,506127. A diferença era infinitesimal. Tão pequena que a havia desprezado no arredondamento. No entanto, esta aparentemente insignificante diferença, produziu um resultado incrivelmente diferente. Este foi o início daquilo que hoje conhecemos como "Teoria do Caos". Edward Lorenz chamou-lhe "Efeito Borboleta"… Poderá o bater de asas de uma borboleta no Brasil desencadear um tornado no Texas?

NOS ÚLTIMOS dois anos tenho vindo a conceber, desenhar e construir o meu novo espetáculo. Quando escolhi a temática e decidi o seu nome, Chaos, estava longe de imaginar que viria a estreá-lo no pleno caos que hoje vivemos. Mas como disse Saramago, o caos é apenas uma ordem por decifrar…

NA VERDADE, podemos aplicar a teoria do caos a quase tudo nas nossas vidas. O que fazemos hoje afeta o que acontecerá amanhã. O beijo que damos pela manhã… O sorriso que partilhamos com alguém… O caminho que tomamos para ir para o trabalho… O jornal que compramos… O regime alimentar que escolhemos… Ou o partido em que votamos…

UMA DAS MAIS famosas descobertas da ciência moderna foi feita por um cientista que tentava descobrir um método que permitisse fazer previsões meteorológicas. Aconteceu em 1961. Chamava-se Edward Lorenz e usava um computador para, a partir da extrapolação de um determinado conjunto de variáveis, prever o tempo. Os dados eram introduzidos na máquina e esta fornecia uma previsão. A história não nos diz se as suas previsões eram ou não corretas, o que, neste caso, é absolutamente irrelevante. O que, sim, importa, é que, quando no dia seguinte, voltava a introduzir aquilo que achava serem os mesmos valores para cada uma das variáveis, os resultados eram completamente diferentes.

CADA DECISÃO que tomamos muda, de facto, o mundo que nos rodeia. Por isso, gostava muito que decidissem vir ao Casino Estoril assistir ao meu novo espetáculo durante todo o mês de dezembro, já a partir do próximo dia 3. Estas palavras são, em si mesmas, um teste ao efeito borboleta!

AO RECONFIRMAR os dados introduzidos descobriu que, para ganhar tempo, tinha utilizado valores com três casas decimais apenas. Na verdade, os números originais

| Luís de Matos, mágico, assina semanalmente este espaço de partilha e opinião | Com a ajuda de um leitor de QR Code (a imagem pontilhada impressa nesta página) utilize o seu telemóvel ou webcam para descobrir o caminho apontado por Luís de Matos

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