alto risco
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REVISTA SEMANAL
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17 FEVEREIRO 2011 • Nº 3
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coimbra tem zonas de
ESPECIAL
DRAMA
PETIÇÃO
lampreia “vai voar” sobre o açude
DESEMPREGO FLAGELA JOVENS LICENCIADOS
14 mil querem renato seabra em portugal
“ZÉ” SÓCRATES foi “crava” nos tempos de estudante
C50
índice
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5 Editorial 6 Sete sóis, sete luas 8 Ex(Sic)tacões 9 Se eu mandasse 12 Retrato falado 13 Debate 14 Confidencial 18 Via do leitor 20 Cartas 32 Ensino 34 Saúde 35 Clube Criança 41 Empresário de sucesso 48 Topo de gama 62 Viajar 64 Moda 68 Social 72 Aldeia global 73 Casino Colunistas 19 Paulo Leitão 25 Mira Lagoa Sobral 74 Luís de Matos
AO MICROSCÓPIO
15 Um dia com Rui Antunes O presidente do Instituto Politécnco de Coimbra desvendou-nos o seu dia a dia 16 Que é feito de si? Fomos ao encontro de Santos Cardoso, antigo vereador e administrador hospitalar
Sociedade
22 Coimbra é um barril de pólvora A cidade tem zonas de alto risco, com ruas onde, em caso de sinistro, os bombeiros não podem entrar 26 Sócrates pedia dinheiro para cerveja Os clientes não lhe recusavam empréstimos, só para o ouvir falar 28 14 mil querem Renato Seabra em Portugal Associação de Cantanhede procura minimizar sofrimento da família do presumível autor da morte deCarlos Castro em Nova Iorque 33 Desempreg0 flagela licenciados Há atualmente 1.324 jovens com cursos superiores sem epmprego no concelho de Coimbra
Poder Local
36 Góis espera melhores acessibilidades Entrevista com a presidente da câmara, Lurdes Castanheira
Cérebros
38 Crioestaminal integra estudo nos EUA Meta a atingir é o tratamento da diabetes tipo1 e do enfarte de miocárdio
CULTURA
43 TAGV não se encaixa na cidade TEUC analisa situação do teatro em Coimbra
VivEr
50 A divina lampreia C desvenda "segredos" do ciclóstomo que tanto enriquece a gastronomia regional
17 FEVEREIRO 2011
editorial
Maldita Internet! SOARES REBELO Diretor
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Para conquistarmos o contemporâneo histórico é indispensável preservarmos a nossa identidade, não nos deixarmos colonizar pelo novo imperialismo cultural.
Já Transcorreram quase quatro décadas sobre o 25 de abril, mas continuamos, culturalmente, um país quase sem novas referências, uma sociedade sem pretensões de excelência. Resultado: aí estamos obrigados, inclusivamente na política e no próprio dirigismo desportivo, ao desfile constante das mesmas personagens, que se vão alimentando a si próprias com a desculpa de que só elas concitam atenções, só elas ganham votos ou jogos, só elas vendem livros ou atraem audiências... Para Ser-se culto, hoje, é necessário, segundo os entendidos, ler dois jornais diários de referência, uma revista de informação geral e outra de alcance mundial. E livros - quantos será necessário ler para entrar nesse tão restrito clube? Asseveram os especialistas que muitos, quantos mais melhor, a par de um contacto sistemático com outros bens culturais. Em Portugal publicam-se muitos livros? Há quem garanta que sim, há quem jure que não. Uma coisa é certa – continua a ler-se pouco; ou quase nada. Se os livros têm procura, se as editoras estão prósperas, será, tão-só, porque há quem continue a decorar prateleiras com os títulos da moda - que, depois, raramente manuseará... A Escola deve ser o lugar natural de fomento e desenvolvimento da predisposição para a leitura, mas incumbe também aos editores livreiros e aos próprios órgãos de comunicação social, designadamente à televisão do Estado, investir em temáticas mais educativas e culturais, com menos lixo e propaganda partidária. Poderá residir aí, de facto, a chave para que possamos realmente tornar-nos, todos, nestes competi-
tivos e mediáticos tempos, pelo menos, um pouco mais sábios – e, até, mais livres. A Internet, a que cada vez mais recorre, para tudo, a juventude, não é, só por si, ferramenta bastante de aculturação. Na sua insistência na uniformização global, está a dar, inclusivamente, sistemáticos golpes de morte nas culturas regionais e nacionais, nas tradições e nos costumes, nos padrões de comportamento que determinam a identidade cultural de cada comunidade ou país. Para conquistarmos o contemporâneo histórico é indispensável preservarmos a nossa identidade, não nos deixarmos colonizar pelo novo imperialismo cultural. Nem tudo aquilo de que não gostamos, não compreendemos ou não satisfaz os nossos gostos estéticos será, naturalmente, desprezível. As pinturas rupestres de Vila Nova de Foz Côa e um quadro de Vieira da Silva poderão suscitar paixões antagónicas, mas serão sempre indeclináveis obras de arte. Há por aí, todavia, muita impostura criativa. Basta entrar nas livrarias para facilmente constatar-se que já nem os intelectuais escapam à escassez de conteúdos novos. Folheando livros recentes, logo nos apercebemos que os seus autores, salvo, obviamente, algumas honradíssimas exceções, deixaram de dar substância às grandes causas que se nos impõem. Apesar de nos confrontarmos com uma nova vaga de medos e uma notória decadência cultural saturada de imagens de televisão, já não é o impulso criador que os agita, antes um mercantilismo execravelmente oportunista. maldita Internet!
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head sete sóis, sete luas
O DESTINO turístico Centro de Portugal teve, em 2010, segundo o INE, os melhores resultados de sempre nas dormidas, número de hóspedes e proveitos totais. Os dados do INE vêm confirmar a estratégia promocional desenhada para alavancar a marca Centro de Portugal no mercado interno e externo, assente na organização da oferta, na comunicação dos produtos turísticos e serviços associados, no trabalho de proximidade desenvolvido com empresários/agentes do sector, nomeadamente no apoio ao investimento e presença nas redes sociais.
este país
há um ano frases
Centro de excelência MÁRIO NICOLAU
ao microscópio
"Sou um cão a defender a minha privacidade." MIGUEL SOUSA TAVARES
Visão, 18-02-2010 "Não é apetitoso ser primeiro-ministro nas circunstâncias em que está o país." PAULO RANGEL
DN, 21-02-2010 "Há mais criminosos nas ruas do que inocentes nas prisões." CÂNDIDA ALMEIDA
Jornal Negócios, 22-02-2010 Centro superou os valores excepcionais de 2008
"Se não fosse Cristiano Ronaldo, o Real Madrid seria um comprimido para dormir." BERND SCHUSTER
24-02-2010
Universidade abriu torre oitocentista
Despejos em 3 meses
A TORRE da Universidade de
O Governo pretende reduzir para apenas três meses o prazo de despejo dos inquilinos que não paguem atempadamente as rendas. Atualmente, os senhorios levam cerca de um ano e meio para verem cumprida a lei. A medida está já a ser discutida entre o executivo, os patrões e os sindicatos.
Coimbra abriu na segunda-feira para visitas regulares, após reabilitação orçada em 333 mil euros. Edificada entre 1728 e 1733, constitui uma nova atração para os 200 mil turistas que anualmente visitam o local, mas só para aqueles que ousarem galgar 180 degraus para desfrutar de uma vista única sobre a cidade.
ADÃO DA FONSECA,
presidente do BPP
faCtos Dia 18 O Dalai Lama, chefe espiritual dos tibetanos, é recebido na Casa Branca pelo presidente norte-americano.
outros mundos
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"Tenho tanta esperança na recuperação do banco como na conquista do campeonato pelo Sporting."
Hospital português renovado em Timor
Dengue ataca no Rio de Janeiro
Inglaterra nega voto aos presos
o antigo Hospital Português
o estado do Rio de Janeiro re-
Uma larga maioria de deputa-
de Díli, pré-classificado como Património Mundial pela UNESCO, vai ser recuperado por uma organização de saúde de origem australiana, a quem o Governo timorense concedeu o respetivo arrendamento.
gistou, entre 2 de Janeiro e 5 de Fevereiro, 3.582 casos suspeitos de dengue. Receio de epidemia levou as secretarias municipal e estadual de Saúde a definir ações para o atendimento à população infetada.
dos britânicos de todos os partidos votou contra a atribuição do direito de voto aos presos, contrariando uma decisão do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. A moção recebeu 234 votos favoráveis e apenas 22 contra.
17 FEVEREIRO 2011
Dia 19 O médico Fernando Nobre apresenta a sua candidatura à Presidência da República. Dia 20 Mau tempo na Madeira faz dezenas de mortos, feridos e centenas de desalojados.
ex(sic)tações
ao microscópio
toma lá dá cá Conseguimos o que queríamos. A equipa está de parabéns. Estamos no bom caminho
Faltou-nos jogar 90 minutos. Jogámos só 45 que foram os da 2ª parte.
Carlos Mozer
José Guilherme
frases desfeitas Aos ( Às) meus (minhas ) amigos (as): Tive de impedir a publicação no mural. Obviamente que ao impedir estou a prejudicar muitas publicações que me iam colocando com amizade e partilha. Sei que ao fazê-lo se apagaram algumas. As minhas desculpas a todos (as) mas esta moda das perguntas e respostas está a transformar-se numa praga :)). Mário Ruivo, presidente da Federação de Coimbra do PS E agora, os camaradas vão reclamar à Dias Urbano ou à Oliveira Matos?
Foi um bocado estranho ouvir o jogo na rádio. João Paulo Fernandes, presidente da Mancha Negra Sra. Ministra da Saúde, faça o favor de montar um serviço interno de televisão (em direto dos estádios) nos HUC.
Agora ando a pensar noutro tipo de sinal de trânsito, um sinal de informação, rectângulo azul vertical com pombas a defecarem sobre objetos, monumentos, viaturas… Massano cardoso, provedor do ambiente e da qualidade de vida urbana de Coimbra O proprietário do Bar Navarro tem know-how nessa área, peça-lhe ajuda.
Como é sabido, sou um defensor de um serviço público de educação promovido pelo Estado e por outros operadores não-estatais, em condições de liberdade. José Manuel Canavarro, professor na FCTUC Nós lemos no Expresso. Está tudo bem explicado.
Não cederei nem um milímetro naquilo que seja a salvaguarda dos direitos dos nossos alunos, das famílias e dos nossos trabalhadores. Manuel Carvalheiro Dias, director Colégio de São Teotónio Nem meio…para ir comer um prego à Munich?
As crises são sempre más porque há quem as sofra. José Reis, professor na FEUC Só que uns sofrem mais do que outros.
Coimbra deve ser a única cidade do mundo com duas sés: A Sé Velha e a Sé Nova. João Paulo Craveiro, presidente da SRU de Coimbra Qual é que serve os melhores almoços?
18-16 ganhou João Gabriel.1 branco Helena Freitas, professora na FCTUC A repórter estava em cima do acontecimento. Só não disse em quem votou.
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Espero conseguir que a Universidade de Coimbra se torne ainda mais um motor do desenvolvimento do país. Do conhecimento, mas também do ponto de vista do desenvolvimento económico, social e cultural
Sílvia Alberto
João Gabriel Silva
Fontes: Facebook, As Beiras, Diário de Coimbra e Lusa. Seleção de frases e comentários: Fernando Moura
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17 FEvErEiro 2011
Sónia Araújo
Resposta certa: João Gabriel Silva
quem foi que disse?
se eu mandasse
como pacifista e humanista prioritário, a primeira medida seria criar um mundo fraterno, igualitário, onde, à boa maneira do humanismo renascentista, o homem fosse princípio e dimensão das coisas. Seria para mim pedra fundamental de ação desenvolver uma sociedade onde as janelas fundamentais de observação fossem a tríade saúde, educação, cultura.
"Daria prioridade à tríade saúde, educação, cultura" Virgílio Caseiro Maestro
a saúde é, em qualquer organização social ou país, a primeira e mais importante das soluções a encontrar. É imperioso que todos, pobres e ricos, sem discriminação, possam ter acesso a uma saúde privilegiada e usufruir de um atendimento e respeito legitimamente proporcionais à comparticipação taxativa que deram ao serviço de saúde que os envolve e atende.
Quanto à educação, dever-se-ia ter o cuidado de saber conjugar o direito à liberdade de escolha do modelo pretendido. finalmente, no que respeita à cultura exigiria deste governo uma atenção muito peculiar. E porquê? Porque a cultura não é nada mas em simultâneo dá dignidade, conforto e tranquilidade a a uma sociedade em que cada um pudesse ser auto-policiado por consequência da seriedade e confiança que a cultura lhe conferiria.
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É imperioso que todos, ricos e pobres, possam ter acesso a uma saúde privilegiada PUB
C43
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ao microscópio
acredite se quiser
Um carrinho muito especial
"Beijo" sem Jardim na apresentação
Mini-tomates a imitar morangos
se o vereador da autarquia lousanense Hélder Bruno Martins merece nota elevada pelo "boneco", o construtor deste atrelado dos tempos modernos é digno de um elogio público. Não foi possível apurar o nome do "engenhocas", mas depreende-se o caráter ecologista do indivíduo que aproveitou o sinal de "Pousada" para completar o atrelado. Nas obras ou no transporte de lenha, o atrelado está à altura do desafio e não deixa ninguém indiferente... pela originalidade do acabamento. A "patente" não está registada, mas se a moda pega, o autor do atrelado da "Pousada" terá a concorrência à perna a curto prazo. Nem todos os sinais de trânsito servem para a função, mas que dão nas vistas, disso, ninguém duvida...
a madeira tem uma nova marca de vinho de mesa – chama-se "Beijo" e a apresentação contou com a presença do secretário regional do Ambiente e Recursos Humanos, Manuel António Correia. Alberto João Jardim, depois dos recentes problema s ca rd íacos, está proibido de "beijar"…
Na maior feira mundial de frutas e legumes, os produtores portugueses mostraram que são capazes de inovar: ao lado das tradicionais peras e maçãs, apresentaram na Fruit Logística, que decorreu, a semana passada, em Berlim, as mais originais uvas sem graínha e mini-tomates em forma de morango.
Amy Winehouse menos "recreativa"
Dormir pouco pode matar
a inglesa A my Winehouse é, sem dúvida, uma das mais talentosas cantoras surgidas na última década. É também a mais escandalosa, desregrada e imprevisível – como se viu há três anos, no Rock in Rio, em Lisboa. Há mais de dois anos que não se vê, de resto, um grande show seu. Consta, no entanto, que a excêntrica cantora inglesa, que a 4 de Agosto voltará a Portugal, desta vez para participar no Festival do Sudoeste, tem cortado na utilização de substâncias "recreativas"…
uma pessoa que dorme menos
Está satisfeito com o novo Hospital Pediátrico de Coimbra?
ckie" e gosta do tempo que passa com os treinadores. Ah! – e dos biscoitos e brinquedos, pois claro, que lhe vão dando ao longo do dia. Vive na Quinta de S. Jerónimo, onde, como a foto comprova, tem crescido a olhos vistos. A treinadora é uma ex-militar da Força Aérea, mas cuidado, o animal é mesmo grande…
É UMA OBRA muito importante,
que vai ajudar um grande número de pessoas e contribuir para desenvolver ainda mais a cidade de Coimbra. Mas o novo Hospital Pediátrico tem falhas! A mais grave tem a ver com os acessos. Fazem um hospital daqueles, enorme, e depois os acessos para as urgências não têm as mínimas condições, nem sequer para os taxistas. As pessoas vão lá aflitas e depois têm de andar às voltas, perdidas, até encontrarem as urgências. É muito grave, porque se perde muito tempo e as pessoas doentes sentem isso na pele, sofrem mais do que era necessário. CARLOS FERNANDES, 60 ANOS
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É cadela , chama-se "Coo-
PEDRO RAMOS
praça de táxis
de seis horas por noite tem um risco 50 por cento maior de morrer após um ataque cardíaco - e a possibilidade de sofrer um derrame fatal também cresce 15%. A conclusão é de uma pesquisa da Universidade de Warwick, na Inglaterra, que comprovou o perigo recorrente de uma rotina agitada e irregular de trabalho, que leva a que muitos trabalhadores descansem cada vez menos em função da sobrecarga diária nas respetivas ocupações.
Cadela à altura da treinadora...
Taxista diz que os acessos às urgências são "falha grave"
17 FEVEREIRO 2011
Disponível a partir de €70.800,00
C59
Leiria EN 1 – Alto do Vieiro em Leiria Telef: 244849900 Email: leiria.veiculos@ascoimbra.pt
Coimbra Rua Manuel Madeira / Pedrulha Telef: 239490700 E-mail: coimbra@ascoimbra.pt
ao microscópio
retrato falado
elevador do mercado
figura da semana
Fernando Nogueira, antigo presidente do PSD, voltou a Coimbra para dizer que ainda há "fontes de esperança" e que "Portugal tem futuro".
gonçalo quadros A CRITICAL Software é a única empresa estrangeira a integrar o consórcio selecionado para fornecer serviços de tecnologia de informação à força aérea norte-americana. O CONTRATO, com duração de três anos, mais dois de opção, coloca Portugal no grupo restrito dos produtores qualificados de tecnologias inovadoras e fiáveis, quer para os mercados civis, quer militares. Gonçalo Quadros, presidente executivo da empresa criada em 1998 e sediada em Coimbra, bem pode orgulhar-se do trabalho desenvolvido no âmbito da inovação tecnológica.A Critical já tem mercados assegurados em Inglaterra, Estados Unidos, Brasil, Roménia e Moçambique.
João Evangelista , pároco da Sé Velha, está a desenvolver esforços para uma "união, canónica e teológica", com a Sé Nova.
menções honrosas
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A hotelaria no Centro de
penacova foi o município
Portugal registou, no ano passado, um aumento de 6,4% (+131 mil) em número de hóspedes, 4,7% (+ 178 mil) nas dormidas e registou cerca de 189 milhões de euros nos proveitos totais. Notável.
escolhido pelo Governo, dentre um total de 42, para o arranque das Redes de Nova Geração. Sócrates esteve presente e o presidente da câmara considerou o ato "um orgulho" para o concelho.
Helena Freitas
Miguel Ventura
A docente universitária
a ADIBER tem novo presi-
tem sido intrépida defensora da preservação do meixão no Rio Mondego. As suas denúncias deveriam ter melhor acolhimento junto das autoridades diretamente responsáveis.
dente, que não perdeu tempo a tomar opções. As prioridades na Beira Serra vão para o desenvolvimento local e rural, a formação, o emprego e os novos direitos de cidadania.
A Luís Filipe Pirré Advogados
tornou-se pioneira na compensação das emissões de gases de estufa associados à sua atividade.
a subir
Humberto Oliveira
a descer
Pedro Machado
17 FEVEREIRo 2011
Hugo Almeida, natural da Fi-
gueira, não honrou, com aquele desperdício contra a Argentina, os seus pergaminhos.
debate
A energia nuclear em Portugal não é uma opção interessante, pois apresenta riscos e custos excessivos (tecnologia e escala reduzida). A produção de eletricidade está garantida (com o contributo das renováveis) e a opção nuclear, no presente, não constitui uma solução para os transportes.
Claro que sim, porque é imprescindível ao desenvolvimento. Muitos países de referência, mundo fora, incluindo Espanha, aqui mesmo ao lado, têm centrais e não há memória de acidentes. Chernobyl, certamente, não voltará a acontecer.
Portugal deve aderir à energia nuclear?
fausto freire
Investigador na FCTUC
C63
PUB
bELARMINO aZEVEDO Presidente do Conselho de Administração da SIRMAF
ao microscópio
confidencial
De olho em você PROFESSOR DOUTOR professordoutorc@gmail.com canção de engate - "Sei quem ele é, Ele é bom rapaz, Um pouco tímido até, Vivia no sonho de encontrar o amor, Pois seu coração pedia mais". Mais e mais traição. Por isso, apesar de ser casado e bom rapaz, nunca permitiu que a sua paixão de infância dormisse sozinha no dia dos namorados. Tinha tão bom, tão bom coração, que todos os 14 de fevereiro eram bons dias para almoçar com a ex-mulher. No entanto, na sua assembleia de amigos fazia questão de dizer que é um marido fiel e devotamente apaixonado. Entre o passado e o presente caro, neste dia de São Valentim, fez questão de jantar com a esposa naquele restaurante que serve um rodízio bem "caprichado". Como prova de amor, deixou-a comer todos os "corações" e não tocou na "maminha" da empregada, com quem tinha dançado uma "kizombada" em noite política. CAnção de Embalar - "Embora falar da arte, Da arte de sobreviver,
Daquela que se descobre, Quando não há que comer... Este dia a dia é duro". Duro, duro para todos, menos para aqueles que passam do público para o privado, como quem passa do gás de butano para o gás natural. Aliás, há quem não corra esse risco e jogue nos dois tabuleiros, não se importando que os eleitores descubram se a dama dos adjuntos come o bispo dos lóbis ou se a rainha das assessorias salta por cima do peão dos conselheiros. Neste verdadeiro expresso da arte de sobreviver, 2500 é o número mais usado, mesmo que se diga que se faz, sem nada fazer. CAnção do MAr - "E um amor acrisolado, Pela nossa Associação.
Esta nossa canção de glória, Que nos há-de levar à vitória, Seja sempre em nossa vida, O nosso ideal. Que sempre viva, Que sempre viva, Que sempre viva, Que sempre viva". Que sempre viva a arte de enfiar o treinador como delegado ao jogo, num desafio em que a Liga insiste em meter o clube onde devia colocar a SAD. De partida em partida, o que conta é a classificação, mesmo que o curso não permita optar pelo melhor percurso.
REPROVADO
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CAnção da excursão - "É uma relíquia papa-léguas do futuro,Tem uns faróis do estilo olhos de criança, É imortal foi ele quem inventou o seguro, O autocarro ainda lá tem escrito esperança. Cabe lá tudo farras malas o outro mundo, Gente à boleia vai em pé e não se cansa, Os namorados vão deitados lá no fundo, O autocarro ainda lá tem escrito esperança". O motorista chefe da Beira-Rio não quer sair da linha. Terá argumentado que ainda é cedo para passar para o lado dos "papas-reformas". Volta, não volta, ainda vai conduzir o meio metro que não anda nem deixa andar. Como é boa gente, ainda vai ter tempo de dar boleia ao próximo presidente da câmara municipal. CAnção Académica - "Coimbra é uma lição, De sonho e tradição, O
lente é uma canção, E a Lua a faculdade. O livro é uma mulher,Só passa quem souber". Caia quem caia, mesmo que caia na prisão, não desiste de ir a votos. Anda a sondar os putativos apoiantes de primeira e última hora. O seu sistema de pescadinha de rabo na boca da urna, vai ao ponto de dizer que tem os votos de quem não lhos quer dar. Então é assim: Olá doutor médico, já sabe que o doutor advogado me apoia? Posso contar consigo? Olá doutor advogado, já sabe que o doutor médico me apoia? Voltamos a ir juntos? Olá doutor engenheiro, o doutor médico e o doutor advogado estão comigo. Volto a contar com o seu voto? Caro doutor empresário, o doutor médico, o doutor engenheiro e o doutor engenheiro estão prontos para nova batalha eleitoral. Posso ir buscar o seu donativo? CAnção Italiana - "Lasciate mi cantare, con la chitarra in mano,
lasciate mi cantare, sono un italiano, Buon giorno Italia gli spaghetti al dente e un partigiano come Presidente, con l'autoradio sempre nella mano destra,e un canarino sopra la finestra". É um dos aquarianos mais bem sucedidos no mundo empresarial local. Esta semana completa mais um aniversário. A festa promete ser de arromba. Era para ser abrilhantada pelo "Gordo", mas como o "espetáculo" não cabe no palco improvisado, o evento será abrilhantado pelo pai do Dinis dos botões. A massa já fumega…perto da paixão.
APROVADO
Cristina Robalo Cordeiro
João Gabriel Silva
Ainda não é desta que a conservadora Universidade de Coimbra elege uma mulher para a reitoria. Perdeu por pouco, num mundo universitário (ainda) dominado por homens. A prometida "governação dialogante" fica para a próxima eleição? Merecia vencer. Nota 9
Surprise show? O Conselho Geral da Universidade de Coimbra decidiu. Está decidido. João Gabriel Silva é o novo Reitor da UC. Tem "Espaço de saber e iniciativa” para colocar a velha cabra como “motor do desenvolvimento do país".Mereceu vencer. Nota 18
17 FEVEREIRO 2011
um dia com
rui antunes Presidente do Instituto Politécnico de Coimbra
o contacto com funcionários e alunos mantém-no, diariamente, muito tempo fora do gabinete. Consegue, ainda assim, dar aulas texTO Sílvia Diogo FOTOS PEDRO RAMOS
11H00 No Instituto de Engenharia
14H30 Reunião na sede do IPC
09H15 Sessão de abertura do II Encontro Internacional do Ensino Português Rui antunes recebe-nos no auditório do
Instituto Politécnico de Coimbra, onde vai ter início a sessão de abertura do II Encontro Internacional do Ensino de Português. São quase 09H30, mas a manhã do presidente do IPC começara bem mais cedo. "Tenho uma rotina que preservo sempre: levar o meu filho todas as manhãs à escola, por volta das 08H30", confessa. Outro momento matinal que lhe dá prazer é o do primeiro café. "Tomo-o sempre na esplanada do S. José, às 09H00, com amigos", revela à C. Neste dia de trabalho, tem agendada a primeira reunião com Paulo Sanches, responsável pelo projeto Poliempreende, concurso de ideias e de planos de negócios que avalia projetos desenvolvidos por estudantes do ensino politécnico. Dirige-se, seguidamente, para a Escola Superior de Tecnologia da Saúde, onde, como é seu hábito, percorre algumas das instalações do edifício e fala com quem ali se esforça para manter o bom trabalho da instituição. É aí, inclusivamente, que almoça, na cantina,
“
Não me deixo absorver pela burocracia canja, arroz de pato e, a terminar, salada de frutas. À tarde, a partir das 14H00, é a vez da Escola Superior Agrária, onde contacta com os responsáveis da Casa Cor-de-Rosa, que acolhe algumas mães carenciadas e os seus filhos, e da Casa Azul, que acolhe professores. Por volta das 15H30, encontra-se com o presidente da escola, José Gaspar, com quem analisa trabalhos e projetos em desenvolvimento. "Não tenho horários", revela-nos, num momento de pausa, em que nos desvenda um pouco da sua vida privada. "Sou fã do cinema. Quando era estudante, não havia filme que viesse a Coimbra que eu não visse. Quase todos os dias ia ao cinema", recorda. Outra das suas paixões
16H30 Na Escola Superior Agrária
é a leitura. "Gosto muito de ler, mas não o faço com a frequência desejada", adianta à C. As funções a que está diariamente obrigado como presidente de uma instituição com a amplitude do Instituto Politécnico de Coimbra não lhe permitem, reconhece, "alimentar grandes hóbis". Apesar de passar a maior parte do seu tempo de trabalho no edifício do IPC, Rui Antunes nunca se queda muito no mesmo sítio. "Não me deixo absorver pela burocracia, pelos papéis. Gosto de ter contacto com a instituição, com as pessoas. Gosto de lidar com a realidade e ver os problemas concretos com que nos confrontamos", adianta. Consulta-se o relógio: são 16H30 – e ei-lo a caminho de mais uma reunião. Os dias são intensos no IPC, quase todos muito preenchidos, mas Rui Antunes consegue, ainda assim, dar aulas de sondagens e estudos de opinião, disciplina do curso de Comunicação Organizacional da Escola Superior de Educação. "Também já dei outras disciplinas na área da Psicologia, que é a minha área de especialização", conclui.
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o que é feito de si?
ao microscópio
1972
1974
1976
1982
1990
Graduação em Administração Hospitalar na ENSP
Administrador do Hospital de Portalegre
Administrador do Hospital Pediátrico de Coimbra
Primeiro mandato na Câmara de Coimbra
Membro da Assembleia Municipal de Coimbra
Aos 77 anos, divide o tempo entre a internet e os netos. o antigo administrador do pediátrico tem dúvidas em relação ao novo hospital Texto Vasco Garcia foto Pedro Ramos
Santos Cardoso O que é feito de si? Passo o tempo entre Coimbra e Marinha das Ondas, onde tenho uma filha e um neto. Continuo muito interessado na área da saúde, nomeadamente o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Tento levar uma vida calma, atento ao que se passa e preocupado com as questões de fundo do país. Como vê o atual momento, em que até o pai do SNS, António Arnaut, se mostra preocupado com os ataques? Eu penso que ele tem razão. O SNS é muito criticado, alegando-se a sua insustentabilidade. Há, de facto, aspetos preocupantes, como os elevados custos das parcerias público-privadas. Isso deriva na inadaptabilidade da reforma administrativa da função pública ao setor da saúde. A importação de modelos de empresarialização na área da saúde é muito discutível, sobretudo se são oriundos de culturas completamente diferentes, não adaptáveis a um país com as nossas características.
“
Preocupa-me que a fusão dos hospitais não tenha como objetivo uma melhoria qualitativa. Parece ser por motivos economicistas
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O que acha da fusão dos hospitais de Coimbra? Tenho muitas dúvidas. O CHC e os HUC são bastante diferentes. Preocupa-me que o objetivo possa não ser uma melhoria qualitativa ou uma eficiência dos cuidados. Parece ser por motivos economicistas: evitar despesas. E o novo Pediátrico? Há quem defenda que é um pouco megalómano, demasiado grande… Este tipo de solução será discutível. O que se defende hoje, a nível mundial, e sobretudo europeu, são hospitais maternoinfantis. Outra questão que tenho alguma curiosidade em ver como se vai desenvolver é a assistência a doentes até 18 anos. Oxalá tenha êxito. Não sei…
Foi candidato à Câmara de Coimbra e vereador durante vários anos. O que recorda desse tempo? Duas iniciativas que eu liderei e que me dá muito gozo ver que ainda permanecem vivas: o Mercado Abastecedor e a ERSUC. Como observa hoje a cidade? Eu sou do tempo em que Coimbra era, de facto, a terceira cidade do país, em termos económicos. O desmoronamento começou com o fecho das fábricas, talvez porque não se conseguiram atualizar, em termos tecnológicos. Nesse aspeto, não vejo que a cidade esteja bem. Mas a universidade continua a ser desenvolvida e a área da saúde também é importante. Coimbra é sobretudo uma cidade de serviços. As pessoas que tiram uma licenciatura dificilmente conseguem ficar por cá. O que fazer? É complicado. Enquanto a maior parte dos investimentos continuar a ir para Lisboa não é fácil… O que acha deste imbróglio do Metro Mondego? Isso é uma anedota. Eles têm de resolver esta questão. Ou deixavam estar como estava. Havia o comboio, podia ser mau, mas andava. Agora não há nada. Repor a linha até Serpins é urgente. A CDU continua a ter um papel importante e ativo na câmara… Nas autarquias locais, a CDU sempre despartidarizou ao máximo as questões. Se a proposta vem do partido de direita, mas a CDU entende que é vantajosa para as populações, vota a favor. Continua ligado ao partido? Como militante de base. Não tenho qualquer cargo no PCP. Mas não vejo qualquer razão para mudar.
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ao microscópio
via do leitor
cartas Querem tirar-nos a liberdade? Envie a sua opinião: Carta: Rua 25 de Abril, n.º 7 Taveiro 3406 - 962 Coimbra Email : redacao@cnoticias.net As cartas deverão ser datilografadas com morada e número de telefone. A C reserva-se o direito de selecionar as partes que considera mais importantes. Os originais não solicitados não serão devolvidos.
Seja repórter C C, portal multimédia e revista semanal, assume a ligação aos seus leitores como principal objetivo
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inquérito Preços dos combustíveis deviam deixar de ser livres? Participe com a sua opinião em www.cnoticias.net
Sou portador de HIV, a minha mulher também, temos uma vida normal, feliz, controlada e não somos perigo para ninguém. Mas agora querem tirar-nos a liberdade? Está tudo louco. Estes políticos são mais contagiosos que qualquer das doenças a que chamam contagiosas.
Hélder Reis, Coimbra
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Só tenho um defeito a apontar à C: é que duas revistas depois, o leitor fica viciado Pedro Santos, Coimbra
agenda da semana Dias 17 e 18 Colóquio internacional “Portugal entre desassossegos e desafios”. Iniciativa do Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Discussão da condição do país, a partir de um balanço reflexivo e prospetivo sobre as transformações que vêm marcando a situação interna de Portugal e a sua inserção internacional. As mudanças desde o 25 de abril de 1974, sobre o pano de fundo dos processos de democratização, descolonização, integração europeia e modernização socioeconómica, fazem-se sentir nos planos interno e externo. Faculdade de Economia da UC.
Sucesso evidente A avaliar pela magnífica imagem, a revista C é já um sucesso evidente.
Maria José Castelo Branco, vereadora da Câmara de Coimbra
Excelente revista Além de riquíssima em conteúdos tem também um grafismo e uma qualidade que faziam falta na nossa região.
Joana Benzinho, Bruxelas
espelho meu
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Dia 21 Abertura do XXXI Fantasporto. Edição homenageia obra do cineasta francês Jean Renoir e distingue o produtor português Paulo Trancoso. É criada uma nova secção competitiva para premiar o cinema português. Até 6 de março, no Teatro Rivoli do Porto. Dia 23 Reunião anual da OCDE com a Comissão de Assuntos Económicos e de Segurança, da Assembleia Parlamentar da NATO. Em Paris.
opinião
Não deixes para amanhã... Paulo Leitão Vereador da Câmara Municipal de Coimbra
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Não existe melhor época para reformar do que esta, pois as debilidades do nosso sistema são facilmente percecionadas por todos
Aceitei este repto da revista C, ciente da importância que todos os projetos arrojados e inovadores têm para Coimbra, cidade ávida de projetos marcantes para a região. António Abrantes já mostrou que é capaz de sonhar, realizar e triunfar, mesmo quando são poucos os que acreditam. Eu acredito que estamos perante mais um dos seus projetos vencedores. começo por comentar um aconteci-
mento político que poderia estar na génese de uma verdadeira reforma do nosso sistema político, mas que oportunamente por uns e falta de astúcia de outros, foi tristemente utilizada como arma de arremesso. refiro-me à reorganização administrativa de Lisboa. Não por ter-se encontrado um modelo de redução de freguesias, mas sim por se ter parado, pensado e agido! Outros logo vieram apoderar e distorcer, esta ideia base de refundar e reformular o nosso sistema administrativo, arguindo que se deveriam fundir municípios e freguesias a eito, procurando reduzir custos, sem olhar que o princípio basilar de qualquer reorganização deve ser o da eficácia e não o tamanho. se muitos dos que criaram este ruído pouco esclarecedor estivessem mais atentos, teriam verificado que deveríamos pensar o País no seu todo, ponderar a criação de regiões, definir e estabilizar as competências do poder central, regional e local. Pensar o papel do Estado e com base nestas reflexões, construir um novo modelo para Portugal. O exemplo de Lisboa mostra que é possível.
poder-se-á afirmar, que numa altura de crise, com o desemprego e inúmeras privações a marcarem o quotidiano de muitos portugueses, grandes mexidas e reformas criarão mais e mais despesa, que o País não será capaz de suportar e que muitos outros temas terão maior importância. mais uma vez ocorre-me que reformar significa racionalizar, tornar mais eficaz, liquidando um estado desajustado, que tem sido remendado ao longo de vários anos. Não existe melhor época para reformar do que esta, pois as debilidades do nosso sistema são facilmente percecionadas por todos. Não devemos aguardar por tempos de maior bonança, pois se nada fizermos, corremos o sério risco de quando quisermos tirar a cabeça da areia, não o conseguirmos, pois o peso acumulado por vários anos de apatia e inércia não o permitirá. temos Estado a mais? Empresas e institutos públicos a mais? Municípios a mais? Freguesias a mais? Deputados a mais? Não deverá um presidente de câmara escolher o seu executivo à semelhança do primeiro-ministro? Ainda existe algum propósito na manutenção de governos civis? estamos em condições de responder a esta e a várias outras perguntas, só não o faremos se tivermos receio da censura daqueles a quem a situação atual ainda vai servindo. perdoem-me o egoísmo, pois considero que a minha geração e principalmente Portugal não podem esperar.
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cartas
texto elaborado pelo gabinete de ficção da revista
República Exm.º Senhor Presidente da
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is rapidamente o Passos Perdidos quer ser, o ma Estamos no ano do coelho, sei que avés da C, atr , tugal, soube, inclusivamente possível, primeiro -ministro de Por sopa de ninhos a, Senhor Presidente, para uma que o convidou, a semana passad chinês da s de tubarão?) num restaurante ana bat bar de ia ser (ou nha ori de and a coisa é certa he presidencial bênção, mas um Praia da Coelha, a fim de pedir-l futuro. dos Cabrais, a República não terá – sem mim, lídimo descendente iritualisfaltam astrólogos, cientistas esp não al, tug Por Em os. uos sin e A política tem caminhos largos ções para os casos desesperados sei lá quem mais, a oferecer solu eu s, eiro and cur es, ent vid , hos da cultura, as invejas e tas, adivin espirituais da saúde, do ensino e e cas físi s nça doe as go, pre em nde público sem do défice e do des "Deus nunca ter ia alcançado o gra que ia diz não u tea Coc n Jea . o único genuíno maus-olhados da justiça como certamente não ignorará, a, ues tug por à a ític pol da , sou a ajuda do Diabo"? Ora, eu Mafar rico. futuro da coisa é claro, nos entendermos sobre o a, par – igo com tar jan ite ace .ª na residência Solicito, então, que V. Ex do padre Fontes, ou lá em baixo, a cas em a, cim em lá s -no rar eres pública. Poderíamos encont or, com gatos pretos e mochos, talh rig a da ora dec a sal em , sos nos dos Sugiro, inclusivado professor Herrero, que são cá s de branco pelo sal der ramado. ada nch ma ras neg s lha toa sa, me s do além, camarão à cruzados sobre a ementa rica de sopa com legume a um ro, ont enc ro icei feit tão ho de drácula, mente, para assinalar sapos. Entre umas copadas de vin com au alh bac , rno infe do vo os cinco encruzilhada, salada de pol , insubstituível para, nos próxim até e, – o açã ern gov à el dív cin res lhe provocam. comprovar-lhe-ia como sou imp o medo que as superstições ainda as, tod por vez a um de .ª, Ex V. anos, afastar de que fui aprenno meu catálogo de macumbas, ho ten el: rív ter o red seg um e, az, por exemplo, de tirar, Revelo-lhe, Senhor President poníveis. Se me pedisse, ser ia cap dis des lda ma 86 as, feir nas aí, ónimo Cassete, pendurar dendo, por er incontinência urinár ia no Jer olv env des es, rat Sóc n hio Fas ao pado às minhas online, os dentes O Passos Perdidos, esse, ser ia pou o. pri pró mim a me arord eng na cruz o frade Louçã, . fúr ias. Afinal, tem-me nas gar ras eroso. No caso de V. Ex.ª inítica à portuguesa, mas sou gen pol da rico far Ma o uín gen co diato o “Meu Santo”, Sou, repito, o úni voltar ao poder, acionaria de ime sse fize me que ão gaç coli a um ior prazer em terceder no sentido de a do candomblé e que terei o ma Baí da dia um uxe tro que s boa catálogo de mezinhas e coisas tível para a Maria, mais resopor exemplo, ainda mais irresis lo, nátor i ere Pod o. viç ser seu Senhor Presidente, que colocar ao tia. Deverá, todavia, ter em conta, hós e sa mis de o ólic cat is ma s, pelo menos, com um luto nas decisõe das bondades, terá de ser pago – o , este to, tui gra é des lda ma de pequena. enquanto o catálogo atural, a ambição não pode ser ren sob ao dos liga ais ritu os am ministério. Quando aliment de 2010 Largo do Caldas, 17 de Fevereiro
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CJR MOTORS - R. Padre Estevão cabral, n.º 88 - 3000-316 coimbra (frente à Segurança Social) N 40º 12. 912' W008º 26. 1905º
sociedade
investigação
Barril de Pólvora na Alta as cargas térmicas acumuladas nos edifícios e as ruas estreitas na alta de coimbra constituem um cenário "muito complicado" para os bombeiros. Sapadores e voluntários estão atentos e afirmam que a baixa também é uma zona de risco. a compra de veículos adaptados aos estreitos acessos não resolve o problema. texto e fotos Mário Nicolau
A entrevista com o comandante Carva-
lho Dantas e com o chefe Alberto Pereira, no Quartel dos Bombeiros Sapadores de Coimbra, lançou luz sobre a situação atual. Os pontos críticos "estão identificados" e integram um estudo que estará concluído no final do ano. O levantamento efetuado pelos Sapadores inclui, explica Carvalho Dantas, “as zonas em que conseguimos chegar com viaturas pesadas, as zonas em que conseguimos chegar com viaturas ligeiras e as zonas que apresentam maiores dificuldades”. Perante a questão do jornalista – “conseguem ou não chegar?” –, Carvalho Dantas descansa os moradores das duas zonas sensíveis, pois, afirma, “mesmo não chegando as viaturas, chegamos nós”. Depois, surge um caso prático: “as viaturas aproximam-se o mais possível do local e, a seguir, estendemos linhas de atuação (mangueiras) na distância que for necessária”. Os condicionalismos regressam à análise do comandante dos Bombeiros Sapadores de Coimbra pelo poder dos factos. “Estaria a mentir se dissesse que atuar nessas zonas da cidade é o mesmo que atuar em zonas com ruas largas e em que conseguimos chegar com todos os meios, aproximando-nos do edifício afetado”, confessa. Por outro lado, a entrada de viaturas em ruas estreitas, como no caso da Alta ou da Baixa de Coimbra, implica uma definição clara da operação, já que para salvaguarda
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dos próprios bombeiros, “a saída de emergência tem de ser muito bem coordenada”. A indisciplina no estacionamento é outro dos problemas que os bombeiros têm de enfrentar quando prestam socorro nas duas zonas criticas. Na preparação do simulacro previsto para o final do mês na Baixa de Coimbra, Carvalho Dantas viu viaturas estacionadas em locais que impediam a passagem dos meios de socorro. O acesso à Praça da Comércio revelou mais problemas: “toldos, painéis publicitários, expositores e candeeiros fazem parte de uma panóplia de objetos agarrados às paredes”, conta. O acesso da autoescada é uma dor de cabeça, mas os Sapadores criaram um plano “B” para a evacuação de pessoas em altura. O pessoal especializado em técnicas de evacuação e socorro utilizará cordas para o resgate e, em opção, “criará linhas de vida que permitam passar as pessoas para um prédio vizinho, procedendo-se, depois, à descida para a rua”. Carvalho Dantas considera que “as populações devem estar preocupadas, mas não alarmadas”, recomendando que “criem medidas de autoproteção”. Para o chefe Alberto Pereira, a população idosa é outro motivo de preocupação, pois não é raro “existir uma vela acesa junto ao santinho da devoção, o que é suficiente para dar origem a um incêndio se a vela, por exemplo, cair no solo e não estiver ninguém em casa ou se as pessoas estiverem a des-
cansar". E garante: "temos tido situações dessas". O comandante dos Sapadores de Coimbra aproveita para denunciar o o vandalismo dos chamados "armários de emergência". As agulhetas em cobre desapareceram e quem roubou o equipamento, "acabou por destruir tudo", A reposição "custa dinheiro" e o comandante considera que não vale a pena gastá-lo, pois "tudo ficará na mesma em pouco tempo". O comandante dos Bombeiros Sapadores de Coimbra aposta na investigação para resolver o problema do acesso às ruas estreitas da Baixa e da Alta, pois se “existisse uma viatura com as dimensões adequadas, o problema estaria resolvido”. O Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Coimbra poderia assumir “um desafio interessante” e que representaria uma mais valia para os bombeiros que, em todos os casos, precisam da colaboração das populações. “O alerta deve ser imediato”, disse. O barril de pólvora está montado “Quando há um alerta para a Alta de Coimbra tudo nos preocupa”, afirma Fernando Ferreira, comandante dos Bombeiros Voluntários. Perceber o “local exato” da emergência é o primeiro passo, de modo “a enviarmos para o local as viaturas que dão mais garantia de chegar”. Os bombeiros são, também, escolhidos “a dedo”, tentando o chefe de serviço combinar a experiência e o conhecimento das zonas históricas com a
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Em algumas ruas da Alta atĂŠ as viaturas ligeiras dos bombeiros tĂŞm dificuldade em circular
sociedade
investigação
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juventude dos elementos. Em ruas com edifícios antigos e “muita madeira" presente na maioria das estruturas, Fernando Ferreira teme principalmente as ignições durante a madrugada. “Boa parte dos moradores são pessoas idosas que demoram a reagir, o que poderá ser muito complicado”, alerta. As ruas estreitas e em muitos casos bloqueadas por viaturas estacionadas, constituem um obstáculo que os bombeiros são obrigados a enfrentar e que aumentam o tempo de chegada ao local. Fernando Ferreira lembra as viaturas estacionadas em frente às bocas de incêndio e conclui de imediato que o “barril de pólvora está montado". A ambulância da corporação que geralmente avança para a Alta da cidade é recuperada periodicamente pelo bate-chapas, o que demonstra a dificuldade das intervenções na zona histórica de Coimbra. Perante um incêndio, além do combate ao fogo e o socorro da população, os bombeiros, explica, estabelecem um “perímetro de segurança para a eventualidade de uma derrocada ou de outro problema semelhante”. Na prática, só as viaturas ligeiras é que conseguem aceder, o que levanta algumas
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questões. “As viaturas pesadas, nomeadamente os autotanques, são essenciais, pois as viaturas ligeiras transportam 600 litros de água, o que é pouco”, garante. Antes da conclusão da entrevista, Fernando Ferreira retirou do arquivo o catálogo de uma conhecida marca de equipamento para bombeiros, dando a conhecer ao jornalista a viatura que tanto deseja: custa 45 mil euros, transporta qualquer coisa como 800 litros de água e seis homens devidamente equipados. Armários de emergência criaram falsa esperança O diretor municipal de proteção civil, Serra Constantino, disse à C que o novo plano de emergência para o centro urbano antigo, que deverá estar concluído no final do ano, inclui as dificuldades e as normas de segurança para os pontos críticos de Coimbra. Os andares superiores de muitos edifícios, na Baixa da cidade, funcionam como armazéns das lojas que funcionam no rés do chão, o que eleva a carga térmica e que potenciam o risco. São autênticos barris de pólvora e há pouca gente para vigiar”,
garante o responsável. Serra Constantino critica quem "destruiu por destruir" os armários de emergência e considera que a ideia base para a montagem dos equipamentos precisava de um enquadramento diferente. “Era necessário treinar as pessoas para a sua utilização. Contribuíram para o bem-estar das pessoas, mas tudo não passou de uma falsa esperança”, afirma. Com a Alta candidata a património mundial, a preocupação das autoridades subiu de tom. Segundo o diretor municipal de proteção civil, todos os anos, na realização dos simulacros, ficam à vista os principais problemas.“O ano passado, junto à estátua de D. Dinis, as viaturas estacionadas impediram a passagem dos bombeiros, que foram obrigados a circular em sentido contrário, perdendo tempo precioso. Assim, é complicado”, disse. A desertificação dos centros históricos é outra face do mesmo problema - a segurança - e, segundo Henrique Fernandes, governador civil de Coimbra, é uma das preocupações do Governo, que "instituiu
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linhas de financiamento para a recuperação dos edifícios". A história "não é fácil de integrar" na vida social e este facto acabou por "esvaziar os centros históricos, fenómeno que infelizmente se verifica ainda hoje". Henrique Fernandes descreve Coimbra como uma cidade multipolar e lembra que "o pólo inicial foi revitalizado com a criação da universidade, que teve uma função à época: a utilização de um conjunto de imóveis utilizados muito tempo antes pela corte, ou seja, o paço real". Na prática, constata, "houve utilização, algum abandono e reutilização através da universidade". Mais tarde, com o crescimento da universidade, surgiu a decisão, que Henrique Fernandes "não julga", de demolir parte do edificado, o que diminuiu o número de habitações. Nos últimos anos, afirma, os executivos municipais, independentemente da cor partidária, "têm tentado resolver a questão do despovoamento recorrendo aos apoios do Estado", num processo com saldo positivo. "Há uma convergência de esforços e a capacidade instalada em termos de segurança dá conta dos riscos. Vamos melhorar com os veículos adaptados à realidade dos centros históricos", conclui o governador civil de Coimbra.
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1 -A degradação é patente em muitos edifícios da Alta de Coimbra 2 - Há menos de um mês ardeu um edifício a dois passos do Museu Machado de Castro 3 - Teatro Sousa Bastos continua à espera 4 - Ruas estreitas complicam socorro
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discurso direto "Roubaram as agulhetas de cobre dos armários de emergência".
"O barril de pólvora está montado na Alta e na Baixa"
"O novo plano de emergência deverá estar pronto no final do ano"
"Vamos melhorar com os veículos adaptados às ruas estreitas"
Carvalho Dantas
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sociedade
memória
"Sócrates? Muito dinheiro me pediu emprestado" Nos tempos de estudante em Coimbra, José Sócrates já demonstrava uma retórica impressionante. No café que frequentava, todos lhe pagavam uma cerveja, só para o ouvir falar Texto Vasco GArcia Fotos Pedro Ramos Foi quase há 30 anos, no início da década de 80. Mas, no pequeno Café Pisa, no Bairro Norton de Matos, ninguém se esquece do Zé. “Muitos 25 tostões me pediu”, recorda, de pronto, António Pais Cabral – ou Tonito, como é conhecido no bairro – assim que lhe falamos no nome. Hoje, aos 65 anos, ajuda a D. Fátima a servir a clientela. Mas, naquela altura, estava do lado de fora do balcão. O Zé chegava, com os amigos que jogavam futebol na Académica, e pedia-lhe o dinheiro “para beber uma cerveja”. “Eu dava, com certeza”, lembra. E dava porquê? “Porque toda a gente gostava de o ouvir falar”. A resposta já não é de Tonito, mas sim de Fátima Lourenço Peixoto, proprietária do estabelecimento. Aliás, conta, “quando ele começava a falar numa mesa, toda a gente se calava”. “Era muito bem-falante, tinha sempre resposta para tudo”, acrescenta. D. Fátima não tem dúvidas de que o Zé “chegou onde chegou, porque tinha uma capacidade oratória fora de série”. Como já deve ter percebido, falamos do hoje primeiro-ministro, José Sócrates, e dos tem-
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pos em que estudou Engenharia Civil no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC). Morava numa espécie de república, no Bairro Norton de Matos. “Nunca ligou ao futebol, mas acompanhava muito com os jogadores da Académica. No entanto, “nunca andou à conta da Académica”, faz questão de frisar D. Fátima. Pedia, isso sim, dinheiro “emprestadado” aos clientes. “O António sustentou-o muito”, lembra. Era graças à boa vontade dos demais clientes que ia pagando as contas. “Não era muito de bebidas”, mas bebia umas cervejinhas, não só no Pisa mas também no Clube Recreativo do Calhabé e no Etcetera, que também frequentava muito. Não era muito dado aos estudos – “pelo menos aqui no café não estudava”, atira Tonito – e também não se lhe conheceram muitas namoradas José Sócrates “nunca mais voltou” ao café, que fica paredes meias com uma linha de comboio que lhe terá dado muitas dores de cabeça nos últimos tempos. Mas, pouco depois de acabar o curso – que até teve de
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"Dá um grande abraço ao tonito" As vidas de Tonito e José Sócrates não voltaram a cruzar-se. Mas, há uns anos, quando o primeiro-ministro veio a Coimbra, para uma qualquer inauguração, outro dos habitués do Café Pisa conseguiu chegar à fala com o governante, que lhe deixou um recado: “Dá um grande abraço ao Tonito”, revela, com um brilhozinho nos olhos, o homem que, um dia, acompanhou o Zé até ao Calhabé, porque o Zé tinha medo de ir levantar dinheiro sozinho.
Primeiro-ministro tirou bacharelato em Engenharia Civil no ISEC José Sócrates fez o bacharelato
em Engenharia Civil no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC). Disso ninguém parece ter dúvidas. Já a licenciatura, que muido deu que falar há uns anos, foi tirada na já extinta Universidade Independente. Curiosamente, a biografia oficial do primeiro-ministro, no site do Governo de Portugal, não especifica essa informação. " É licenciado em Engenharia Civil e tem uma pós-graduação em Gestão de Empresas (MBA)", refere o texto.
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interromper “porque os pais não tinham dinheiro” – convidou uns amigos de Coimbra para irem a sua casa, entre Castelo Branco e a Covilhã. O grupo, onde se incluía a D. Fátima, lá foi, numa Toyota Hiace, rumo à Beira. O repasto deu para perceber que a família do governante não era propriamente rica e era, até, bastante poupada. “Não foi bem um jantar, era mais um lanche. E quando a mãe de Sócrates se apercebeu que um dos queijos tinha ficado intacto, em cima da mesa, repreendeu o primeiro-ministro: ‘oh Zé, podias ter dito que eles não gostavam de queijo fresco, escusava de ter partido dois queijos”, recorda, entre sorrisos, Fátima Lourenço Peixoto.
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por cá
Petição
Coimbra
GNR muda-se para as Lages o comando Territorial de Coimbra da GNR, atualmente instalado na Avenida Dias da Silva, deverá mudar-se para as instalações da Brigada Fiscal, nas Lages, apurou a C. Recorde-se que o terreno, com cerca de 30 mil metros quadrados, no centro da cidade, foi vendido à Estamo (empresa participada do Estado) por cerca de sete milhões de euros. A Guarda vinha estudando várias alternativas para a sua localização, na periferia da cidade – nomeadamente em Taveiro, Trouxemil ou Antanhol – mas a preferência terá recaído na coabitação das duas estruturas da GNR na Quinta das Canas.
Mais de 14 mil querem Renato Seabra em Portugal
Modelo de Cantanhede foi ouvido no Supremo Tribunal de Nova Iorque a petição que pede a extradição do modelo
Justiça
Lotes dos Jardins do Mondego implodidos
os dois lotes da polémica urbaniza-
Renato Seabra para Portugal ultrapassou as 14 mil assinaturas. Na segunda-feira, eram já 14.013 os signatários. Defendem que o facto do jovem de Cantanhede poder cumprir a sua pena em Portugal “seria uma forma de atenuar o sofrimento da família”. No entanto, a extradição será bastante improvável. Pelo menos, é essa a opinião do ex-procurador do Bronx, em Nova Iorque, Tony Castro. "A extradição de Renato Seabra não é apenas difícil, é impossível", afirmou, em declarações ao jornal i. Ainda assim, os cidadãos continuam a mobilizar-se para esta causa, mostrando-se particularmente preocupados com a famí-
lia de Renato Seabra. Em Cantanhede, terra natal do alegado autor do homicídio do cronista social Carlos Castro, foi mesmo criada uma associação – a Estrela d’Afecto – que surgiu com o objetivo de “minimizar o sofrimento dos familiares que ficam em Portugal”. “A primeira missão da Estrela d'Afecto é apoiar a mãe de Renato Seabra, a cidadã portuguesa Sra. Odília Pereirinha, a custear a defesa do seu filho nos Estados Unidos”, lê-se no texto de apresentação da associação, na sua página na Internet. A associação criou duas contas bancárias onde podem ser depositados donativos para esse fim. VG
fotolegenda
ção Jardins do Mondego, que o Tribunal Administrativo e Fiscal considerou ilegais, deverão ser implodidos. Em causa estão os lotes 1 e 18 do empreendimento, situado junto do Rio Mondego que, segundo o PDM, estão implantados numa zona verde. O primeiro lote foi licenciado pela autarquia na presidência de Manuel Machado (PS) e o 18.º já no mandato de Carlos Encarnação (PSD). As obras na urbanização estiveram paradas durante muito tempo e foram entretanto retomadas, mas apenas nos lotes não envolvidos neste processo.
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João Gabriel Silva é o novo reitor da Universidade de Coimbra. O diretor da Faculdade de Ciências e Tecnologia foi eleito pelo Conselho Geral, em detrimento de Cristina Robalo Cordeiro, e toma posse a 1 de Março, Dia da Universidade
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PEDRO RAMOS
tome nota
opinião
Mira Lagoa Sobral
Sinais dos tempos
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Educar é criar condições para que os Portugueses melhor comuniquem entre si. Que se entendam e entendam mais e melhor e se façam entender mais e melhor
ALARMANTE a velocidade de degradação da vida a que estamos, impávidos, a assistir. Uma nova praga. Que estamos a fazer às gentes da nossa terra? Que condenação elaboramos e produzimos todos. Idosos que morrem na solidão das casas, depois de lá viverem tempos e tempos de outra solidão: a da vida! Depois dessa, a solidão da morte. Solidões iguais. Todas sem afecto. Todos tiveram sonhos, projectos, afectos, amores. E começam a ter o que nunca sonharam, o que nunca quiseram, o que nunca por nunca lutaram. Que País é este que teima em dar aos seus cidadãos tudo o que eles não querem? ABERRANTE a notícia vinda a lume de que na avaliação de todos os elementos do pessoal das Autarquias apenas os Quadros Dirigentes logram alcançar os topos possíveis das classificações. Confirma-se a inutilidade desta avaliação de desempenho. Condicionada, fortemente, pelas quotas de progressão na carreira, as avaliações estão enfermas à partida. Só uns quantos poderão aspirar a progredir. É a capacidade financeira a marcar o ritmo. Não é a qualidade dos avaliados. É mesmo o dinheiro a comandar. O que conduz a um tipo de pensamento perigoso: se só podem ser promovidos uns quantos (quantidade fixa de promovíveis) todo o trabalho avaliativo de todos os demais vem a ser inútil, na prática. Quem selecciona os promovíveis? Sob a égide de que critérios? Ou seja, o SIADAP é um convite irrecusável a que ninguém se esforce, nem tente melhorar. Recusam tal convite os que pautam o seu dia-a-dia pela ética da responsabilidade. E há-os. Felizmente. Mas em termos de retorno de reconhecimento e de investimento é
um acto falhado. E ilógico. Lutarem pelo que nunca alcançarão. Utópicos? Românticos? Crentes? Nada disso. Apenas sérios consigo próprios. Só estes são sérios com os outros. PREOCUPANTE o poder da gestão do saldo de caixa na preparação do futuro de Portugal. Num dos pilares do País, do seu Futuro. Na Educação. Mexe-se em tudo que tenha a ver com redução da despesa. Numa lógica reducionista. Nunca nas melhorias essenciais de que tanto se necessita. Nunca para termos mais e melhores Portugueses. Só para trabalhar para as estatísticas. Prioridade na luta contra o abandono escolar. Medidas curativas, sim. Preventivas ainda não. Demoram tempo a resultar. Criar condições para que não haja abandono escolar, por ora, não. Depois criam-se outras Novas Oportunidades. Com outro nome claro. Educar é criar condições para que os Portugueses melhor comuniquem entre si. Que se entendam e entendam mais e melhor e se façam entender mais e melhor. Educar é criar condições para que os Portugueses desenvolvam e expressem raciocínios crescentemente lógicos e estruturados. Mas ao tratar da Educação, agora, quem mais ordena é o saldo de caixa. Como se não houvesse Futuro. Como se não fosse de evitar o reaparecimento de Novas Oportunidades no Futuro. Urgente é mexer nos Professores, claro. Necessário e profícuo é instabilizar esta profissão de gente valorosa, ou não tratada, ou não bem tratada (para não dizer mal tratada)! Como se sobre os Professores caísse a responsabilidade única e total. Que raio de lógica e de entendimento! Que final de século XXI se está a preparar?
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cinotecnia
sociedade
Não são apenas os humanos que têm de respeitar regras. os cães também devem ser educados texto Sílvia Diogo fotos pedro ramos
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exemplares Rottweiler licenciados
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processos de contra-ordenação já foram instaurados
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4500
cães perigosos estão registados em Portugal
Hugo e Nádia Falcão, ex-militares da Força Aérea, decidiram, em 2008, abrir um negócio dedicado aos animais. Hoje, na "Fiel 4 patas", prestam-se múltiplos serviços relacionados com animais de estimação: pet shop, petsitting, workshops, terapias com animais e treinos de cães. Apesar de os proprietários atuarem na mesma área, têm especialidades diferentes. "O meu serviço é mais ligado à terapia com animais. Trabalho com meninos autistas e com crianças que têm paralisia cerebral. O cão é a nossa ferramenta para chegar à criança", revela Nádia Falcão. Todas as manhãs, por volta das 10h00, Hugo Falcão começa a treinar os "seus" cães. Durante o dia, as raças variam e os treinos adaptam-se à personalidade e ao temperamento de cada uma. Pa ra Hugo, é f u nda menta l que o cão aprenda desde cedo a socializar. Para isso, precisa de compreender as regras básicas de obediência. "É fácil aprender quando o animal ainda tem poucos meses. Assim, não cria vícios e ensina-se-lhe mais facilmente aquilo que está certo e aquilo que se pretende que ele não faça", explica Hugo Falcão. Antes de iniciar o treino, o cão deve usar uma coleira e uma trela. "A trela é um elemento importante, porque permite controlar o animal de forma eficaz. Durante o treino é indispensável verificar se o cão demonstra alegria", adianta o treinador profissional. Existem testes que ajudam os treinadores e os donos a conhecer melhor o seu animal. "O teste de Campbell permite saber se um cão é agressivo. Às sete semanas vira-se o cão de barriga para baixo e pressionamos a barriga dele durante 30 segundos. Se tentar morder, tende a ser um cão mais dominante. Se ficar parado, é um cão neutro. Se não reagir e ficar bloqueado, é um cão submisso", frisa Hugo Falcão.
ordens fundamentais
coimbra já tem escola
Como treinar um quatro patas A aprendizagem vai manter-se para toda a sua vida. É contudo necessário que o dono não lhe incuta métodos errados, para não habituar o animal a ter comportamentos negativos. ensino deve começar aos 3 meses Antes de se iniciar o treino de qualquer cão é imprescindível conhecer muito bem o animal. Só depois dessa avaliação, revela Hugo Falcão à C, é que se decidem as técnicas e as metodologias de ensino a adotar O treino deverá começar por volta dos três meses de idade e ser acompanhado pelo dono. Outro fator a considerar é a perso-
nalidade do cão. "Se for muito forte, temos de ser mais firmes com ele. Se for assustadiço, temos de ter paciência e motivá-lo com comida ou com brinquedos", explica Hugo Falcão. Depois do processo inicial, o treinador começa a ensinar os comandos básicos que devem ser devidamente percebidos pelo cão. As raças mais fáceis de treinar são os pastores alemães, pastores belgas e os labradores. O cão de pastoreio é muito bom para treinar obediência. "Mas cada cão é um caso. Não se pode generalizar uma raça", conclui Hugo Falcão.
"Lado" é o primeiro comando que se ensina ao animal . É usado para colocar o cão do lado esquerdo do dono. "Fica" é o comando que ensina o cão a permanecer sentado. "Aqui"é o comando que permite soltá-lo sem perder a dominação. "Deita" é o comando que ensina o animal a deitar-se.
C71
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sociedade
ensino
Coimbra imune à extinção de cursos Agência de Acreditação garante que, em dois anos, portugal liquidou 1200 cursos superiores, 20% do total. Em Coimbra, as instituições de ensino apenas falam em "redução residual" Textos bruno vicente
o instituto Politécnico de Coimbra (IPC) e a Universidade de Coimbra (UC) olham com alguma desconfiança para os números mais recentes apresentados pela Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES). A entidade, instituída pelo Estado, garante que nos últimos dois anos foram extintos 1.200 dos cerca de 5.000 cursos existentes, ou seja, mais de 20% do total. A Agência, de direito privado, tem estado no terreno para garantir a qualidade do Ensino Superior português e também para reduzir drasticamente o número de cursos, como é vontade do Governo. As instituições de ensino de Coimbra entendem que a redução global da oferta educativa é importante, porque o país gasta recursos sem necessidade ao ter cursos iguais em muitas universidades, mas desconfiam dos valores apresentados pela A3ES. E fazem-no olhando para o próprio umbigo. "Quase que me atrevia a dizer que não extinguimos nenhum curso neste
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período, houve só uma ou outra junção e descontinuámos três mestrados, por opção, que ainda nem tínhamos aberto. A tendência até é a contrária… No ano passado fomos a segunda instituição que a nível nacional conseguiu acreditar mais novos ciclos de estudo", disse à C a vice-presidente do IPC, Maria João Cardoso. Na UC, o reitor cessante Fernando Seabra Santos é o primeiro a defender uma reorganização da oferta educativa, que passa pela extinção de cursos, mas sempre vai dizendo que Coimbra deve ser uma das menos afetadas com as mudanças, porque há outras cidades onde é mais urgente avançar com as reformas. O assessor da reitoria, Pedro Santos, explicou que, no caso da UC, a redução de 20% apregoada pela A3ES não faz sentido. "O balanço da avaliação realizada na Universidade de Coimbra resultou na acreditação de praticamente todos os cursos que já existiam. Em mais de 200 cursos só houve um ou dois que não foram aprovados", concluiu.
OS ALUNOS que terminam o ensino supe-
rior estão a sentir dificuldades em encontrar emprego, o que tem provocado, nos jovens, algum ceticismo em relação ao futuro. "Não é má vontade nem falta de esforço na procura mas, em muitos casos, todas as portas parecem estar fechadas e isso nota-se em diferentes áreas do saber", refere Ana Maria, que estudou na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Os dados mais recentes do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) revelam que, no país, existem quase 50 mil licenciados desempregados, dos quais dois terços são mulheres. Só o concelho de Coimbra tem quase 1500 doutores à procura de emprego. O cenário desfavorável está a preocupar os alunos do ensino superior, que viram a taxa de desemprego entre os licenciados aumentar 11,3% no último ano. Ao mesmo tempo, o IEFP registou uma redução de 12,1% nas
ofertas de emprego. Em Portugal, os licenciados são mesmo o grupo mais prejudicado com o aumento do desemprego. Neste "bolo" estão incluídos alunos que acabaram o curso há pouco tempo, mas também, por exemplo, milhares de professores que entretanto engrossaram as filas dos centros de emprego. As instituições de ensino superior estão alerta e têm procurado, nos últimos anos, contrariar os valores elevados do desemprego, apostando em novos gabinetes de empreendedorismo e reforçando as estruturas internas de saídas profissionais. O problema do desemprego afeta toda a sociedade, não apenas os licenciados. O relatório do IEFP garante que Portugal tem mais de meio milhão de pessoas à procura de trabalho, entre as quais 74 mil da região Centro. Em Coimbra, o Centro de Emprego local tem mais de oito mil inscritos.
49.826
estudantes licenciados estão sem emprego em Portugal
541.840
é o número total de desempregados no país
11.3%
é o aumento do desemprego entre licenciados (no último ano)
12,1%
de redução nas ofertas de emprego
73.949
cidadãos procuram emprego na Região Centro
1.324
licenciados desempregados apenas no concelho de Coimbra
66,6%
dos licenciados sem emprego são mulheres PUB
C33
Desemprego assombra estudantes licenciados
números
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sociedade
saúde
de médico
Critical reformula 112
Porque é que nos constipamos mais no Inverno?
Empresa de Coimbra foi parceiro tecnológico do Ministério da Administração Interna na modernização do número de emergência. Mário Nicolau
visita
dIANA fELIZARDO Médica interna no Hospital Pedro Hispano Com o tempo frio, chegam as consti-
pações (infeção do trato respiratório superior causada por vírus). A questão que se coloca é porquê. No passado partilhava-se a ideia que o contágio seria maior no Inverno porque as pessoas permaneceriam mais tempo em ambientes fechados e pouco ventilados. Alguns investigadores não aceitam esta explicação argumentando, por exemplo, que os utilizadores do Metro em grandes cidades estão em contacto próximo durante todo o ano e não apresentam taxas superiores de contágio. Investigação recente aponta para a possibilidade do tempo frio nos tornar mais vulneráveis a estas infeções O ar frio arrefece a mucosa nasal e enfraquece as nossas defesas locais, tornando mais fácil a multiplicação dos vírus. Existem outras hipóteses, como o facto destes vírus sobreviverem preferencialmente em ambientes com baixa humidade, o que acontece nos meses mais frios. A verdade é que esta questão, aparentemente trivial, permanece ainda sem resposta definitiva mas são certamente vários os fatores que concorrem para a maior incidência das constipações nesta época do ano. • colaboração medipédia
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Alunos da Escola Eugénio de Castro desenharam o "112" no recreio a comissão Europeia assinalou, no passado dia 11, o “Dia do 112”, com uma série de iniciativas, centradas sobretudo nas crianças, que visaram sensibilizar os cidadãos para a existência de um número de emergência único, válido em todo o território da União Europeia. Por cá, o 112 funciona bem. Pelo menos, é essa a ideia da Associação Europeia do Número de Emergência que, no final do ano passado, distinguiu o sistema português de emergência com o prémio Sistema Nacional 112 de Excelência. Um prémio para que muito contribuiu uma empresa de Coimbra. De facto, o 112 foi premiado por introduzir uma alteração profunda e estratégica ao atendimento e resposta dos serviços de emergência em Portugal. Na génese desta reformulação está o trabalho levado a cabo pela Critical Software, que fez com que o sistema permita a gravação, geolocalização, triagem e o registo e encaminhamento de chamadas, assim como a gestão de contactos e a interoperabilidade entre agências. “O trabalho desenvolvido incidiu no desenvolvimento de uma nova plataforma tecnológica que visasse uma completa integração de vários sistemas e um reforço de toda a infraestrutura de Tecnologias de Informação e Comunicação”, refere o gestor de desenvolvimento de negócio da Critical Software.
“O enfoque de todo o trabalho desenvolvido assentou na fiabilidade, consistência e interoperabilidade do sistema, sempre com o intuito de permitir prestar um melhor serviço no que toca a tempos de resposta a qualquer emergência reportada”, acrescenta Filipe Freitas. VG
tome nota O que é o 112? O 112 é o número de telefone de emergência único europeu, disponível em toda a União Europeia, a título gratuito. Quando pode ligar para o 112? Pode ligar para o 112 em qualquer emergência que necessite de uma ambulância, de bombeiros ou da polícia. O que acontece quando liga o 112? Um operador devidamente treinado irá atender a sua chamada. Dependendo do tipo de emergência, o operador poderá tratar o seu pedido ou transferir para um serviço de emergência mais apropriado.
17 fEVErEiro 2011
clube da criança
incentivo à violência
Brinquedos que "matam"
perigosos para o comportamento dos mais novos. Embora os brinquedos se possam qualificar em diversas espécies, grande parte da procura consiste em autênticas cópias de armas de guerra, a contrastar com o caráter inofensivo da criança. Contudo, existem pais que continuam a brindar os filhos com este tipo de brinquedos. Sobre a questão existem teses diversas, muitas delas divergentes. "Tenho dois afilhados que gostam desses jogos. Acho que existe pouca variedade nos brinquedos e as crianças acabam sempre por escolher os materiais bélicos. O mais importante é que eles sejam acompanhados por alguém que lhes mostre a diferença entre uma brincadeira e a vida real", argumenta Catarina Pires, estudante de mestrado de Medicina.
"Não concordo com esses brinquedos em crianças de tenra idade, porque incentivam à violência. O que eles aprendem acaba por manifestar-se nas brincadeiras e atitudes que têm no recreio com os colegas", garante Paula Miranda, professora de Geografia do Colégio Rainha Santa Isabel. "Cada vez se vendem mais produtos bélicos. Os bonecos que vemos na televisão incentivam as crianças a lutar. São procuradas as figuras de ação, principalmente a espada. Não concordo com a venda destes brinquedos, incentivam à violência", confessa Cristina Diogo, funcionária de uma loja de brinquedos. "Brincar é importante para o desenvolvimento e para a construção da criança. Mas os pais e toda a comunidade têm de estar sensibilizados para a prevenção da violência", conclui a professora Paula Miranda. SD
Grávidas ingerem calorias a mais
Há que resistir aos desejos de grávida
Pedro, o lobo e as bronquiolites
Alexandra Dinis Pediatra
Fabricantes de brinquedos conseguem autênticas réplicas de máquinas de guerra HÁ CERTOS divertimentos que se tornam
opinião
uM ESTUDO da Faculdade de Medicina do Porto concluiu que "as mulheres portuguesas ingerem mais calorias do que o recomendado durante a gravidez". A investigação notou que "comparativamente à alimentação praticada antes de engravidar, as portuguesas duplicaram o consumo de lacticínios e reforçaram a ingestão de fruta e sopa". No entanto, refere o estudo denominado Geração XXI, "a maioria das grávidas ingeriu mais calorias do que o aconselhável tanto antes como durante a gravidez". Para esta investigação foi selecionada uma amostra de mulheres grávidas que forneceram informações distintas, através do preenchimento de inquéritos e de diários alimentares.
a bronquiolite é a principal doença de inverno na criança até um ano, sendo os bebés pequenos os mais afetados. É causada por vírus, principalmente pelo sincicial respiratório, VSR. Os antibióticos são inúteis. Começa como uma constipação banal e desce até aos pequenos brônquios. O diagnóstico faz-se pelos sintomas, a radiografia não é necessária: tosse, respiração rápida, e pieira – assobios finos ao respirar. A ida à urgência pode ser frustrante: volta-se para casa "sem nada", a "aguardar". Os sintomas podem agravar -se nos dois, três dias seguintes; não há tratamento que o possa evitar mas depois… passa. Em menos de 10 por cento dos casos, na fase pior pode ser necessário oxigénio, soro, internamento hospitalar. O que podem fazer os pais? Esperar, é certo, mas vigiar. Se surgir prostração, incapacidade de mamar, palidez, tosse muito intensa, lábios roxos, pausas na respiração ou pelo contrário grande esforço devem voltar à urgência, mesmo se é a quarta vez; dessa pode ser para ficar.
mimo O único bacio que o bebé vai querer usar O My Carry Potty é um bacio inventado e desenhado por uma mãe para outras mães. Ajuda a lidar com os desafios e dificuldades do treino do bacio.
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poder local
entrevista
Desenvolv com melho Lurdes Castanheira, presidente da câmara de Góis, considera que as vias de comunicação, que tardam em chegar, são fundamentais. e diz que o concelho não existiu enquanto o governo foi psd. Texto Vasco Garcia Fotos Pedro Ramos
Pouco mais de um ano depois de ter iniciado funções, que balanço faz? Muito positivo, apesar de termos encontrado uma câmara com alguma desorganização, e termos perdido muito tempo a reorganizar o serviço, também por imperativo legal. Mas conseguimos ter uma equipa de trabalho que vestiu a camisola. A remodelação da câmara foi, talvez, o momento mais marcante. Sim. É uma obra que dignifica o concelho, o município, todos os munícipes e, consequentemente, os trabalhadores. Hoje, estamos excelentemente instalados. Em termos de condições de trabalho, dificilmente algum trabalhador se pode queixar. A grande luta é, agora, criar condições para a equipa externa, com o novo Parque de Logística Municipal, o nosso grande projeto para 2011. Quais os grandes objetivos que tem para este mandato? Para além das infraestruturas e equipamentos coletivos de que já falei, gostávamos de concretizar o Ecomercado; queremos também diversificar e aumentar os nossos polos industriais; vamos iniciar a revisão do PDM; temos já adjudicado o Centro de Referência da Memória Goiense; vamos concluir a Casa Municipal
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17 FEVEREiRo 2011
olvimento chegará hores acessibilidades “ da Cultura, o maior investimento municipal do século XXI; e não vou esquecer a grande aposta na requalificação da rede de abastecimento público. Mas se tivesse de escolher, qual o melhor investimento para o concelho? Seria a conclusão da EN342, que tarda em chegar, e a requalificação da EN2, entre Góis e a Pampilhosa da Serra. Hoje, a nossa grande dificuldade é a questão da acessibilidade.
Essas duas vias serão assim tão fundamentais? Sim. Se avançar – e eu quero acreditar que vai avançar – a concessão da EN342, resolveria esse problema. Em conjunto com as infraestruturas que estamos a concretizar, poderia fazer surgir um novo paradigma de desenvolvimento e outras oportunidades para estes concelhos do Interior, que são riquíssimos em potencialidades.
Há situações que não podem ser alimentadas eternamente. Os autarcas têm de encarar a reorganização do mapa autárquico como um benefício para as populações
O interior continua a ser esquecido? Não tenho essa opinião. Desde que chegámos à câmara, não houve uma única candidatura a fundos comunitários ou nacionais que não tenha sido aprovada. Até à presente data, não podemos queixar-nos por termos sido preteridos, esquecidos ou votados ao abandono. Uma eventual mudança de Governo poderia prejudicar Góis? Não ponho de lado um cenário de eleições antecipadas, mas não quero acreditar que uma mudança, que seria sempre para o PSD, trouxesse prejuízos para Góis. Embora não deixe de afirmar que, entre 1980 e 90, quando o PSD foi governo durante 12 anos, Góis não existiu. Foi no primeiro governo de José Sócrates e, particularmente, a partir de 2009, que não nos sentimos secundarizados nem nos consideramos um concelho onde não vale a pena existir.
Que consequência poderá ter para Góis a revisão do mapa autárquico? Não quero acreditar que possa prejudicar Góis ou outros concelhos. Quero acreditar que os concelhos se vão manter, independentemente do número de habitantes e da sua dimensão. Relativamente às freguesias, considerando que possa a minha opinião ser politicamente incorreta – porque quem é autarca numa pequena freguesia não gosta de ver a presidente da câmara a dizer que seria benéfico se tivéssemos uma freguesia com 500 habitantes em vez de duas com 200 –, acho que há situações que não podem ser alimentadas eternamente. Os autarcas têm de encarar esta reorganização como um benefício para as populações. Como vê Góis hoje e como gostava de ver o município daqui a uns anos? Gostava que Góis, ao nível das infraestruturas rodoviárias, fosse beneficiado, que houvesse uma resposta hoteleira diferente e que fossem criadas condições para que os nossos jovens, que saem daqui para ir estudar e que têm muita vontade de voltar, aqui encontrassem, no mercado de trabalho, uma resposta para a sua profissão.
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inovação
cérebros
Crioestaminal investiga nos EUA A EMPRESA SEDIADA NO BIOCANT PARK PARTICIPA EM ESTUDOS para tratamento de várias doenças. Texto Mário nicolau A CRIOESTAMINAL disponibilizou cinco amostras de células estaminais para crianças cujos pais tomaram conhecimento do ensaio clínico que está a decorrer nos Estados Unidos para o tratamento da paralisia cerebral. Em breve, explicou à C Raúl Santos, diretor geral da empresa, outros pais poderão seguir este exemplo, contribuindo para o tratamento de uma doença “muito incapacitante”. A diabetes tipo 1 e o enfarte do miocárdio estão também na mira dos investigadores e Raúl Santos considera que, no futuro, "fará cada vez mais sentido guardar as células estaminais dos filhos”. Líder na criopreservação das células estaminais do sangue do cordão umbilical, a Crioestaminal “está um passo à frente da concorrência em várias vertentes”. Com uma equipa altamente qualificada e excelentes instalações, a empresa representa, segundo o diretor geral, um “projeto cada vez mais sólido e internacional”, que, em breve, conhecerá novidades. “Com o devido respeito, considero que não vendemos sapatos; vendemos um serviço que é, no mínimo, a 20 anos, pelo que a questão da solidez e da confiança que temos de inspirar aos nossos clientes e aos médicos é muito importante para nós. Apesar do preço um pouco superior à nossa concorrência, a maioria dos pais portugueses continuam a preferir-nos, o que é significativo”, disse. A investigação é uma “frente” essencial na atividade da Crioestaminal e “boa parte das receitas” são aplicadas nesta área. “Atendendo aos avanços científicos que têm vindo a ocorrer temos uma perspetiva muito otimista em relação ao futuro e que vão muito além das aplicações atuais das células estaminais, nomeadamente as doenças do foro sanguíneo”, explica.
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à lupa Empresa
Crioestaminal números
Mais de 40 mil pais já confiaram à Crioestaminal as células estaminais do sangue do cordão umbilical dos seus bebés Certificação
Certificada pela Associação Americana de Bancos de Sangue
No balanço da atividade da empresa, Raúl Santos confessa que “ultrapassámos os nossos melhores sonhos e que tudo isto é fruto de muito trabalho e de uma equipa que começou pequenina, mas que cresceu ao longo dos anos e deu ao projeto as bases sólidas que possui hoje em dia. "A seriedade é muito importante para nós”, sublinha. A qualidade e a segurança do serviço são prioridades para a empresa instalada no Biocant, em Cantanhede, e que foi a primeira do setor a alcançar a certificação de qualidade, em 2006. “Logo que abrimos o nosso laboratório conseguimos a certificação e começámos a trabalhar de imediato num novo projeto: a acreditação pela associação norte-americana de bancos de sangue”, explica. Ao alcançar o reconhecimento pela autoridade mundial em matéria de processamento e criopreservação de sangue,e em particular de sangue do cordão umbilical, a Crioestaminal concluiu com êxito, no início de 2010, “um processo trabalhoso” e que a posiciona, mais uma vez, “como uma empresa que trilha um caminho de pioneirismo”. Raúl Santos lembra que não existe nenhuma empresa na Península Ibérica certificada pela associação norte-americana de bancos de sangue e que, a nível europeu, “existem apenas três empresas certificadas, o que demonstra a excelência do nosso trabalho”. Com a entrada em vigor de uma nova lei para o setor, e que resulta da transposição de uma diretiva europeia, a Crioestaminal tornou-se o único laboratório autorizado pelo Ministério da Saúde. O processo de internacionalização tem, também, saldo positivo, já que, explica Raúl Santos, “fomos a primeira empresa a nível ibérico a prestar o serviço de criopreservação de células do sangue do cordão umbilical e apesar de termos entrado neste mercado
apenas em 2007”. Na primeira fase da atividade da empresa, recorda o diretor geral, “preocupámo-nos com a consolidação no mercado português e com a construção de um laboratório próprio, pois começámos por guardar as células num laboratório belga”. A inversão do modelo de negócio ocorreu com a entrada ao serviço do laboratório próprio, já que, em 2007, a Crioestaminal entrou no mercado espanhol através de uma empresa própria e, através de parceria, no mercado italiano. “Somos a empresa mais internacionalizada e ao nível da comunicação e marketing tentamos, também, estar um passo à frente da concorrência”, afirma. A proximidade com profissionais de saúde e potenciais clientes (leia-se, pais e mães) é considerada fundamental por Raúl Santos e devido ao “esforço” desenvolvido nos últimos sete anos, proporciona uma “muito útil” visibilidade mediática. As “conversas com barriguinhas” lançadas em 2009, registaram, em 2010, 4000 participantes e neste momento são promovidas em todas as capitais de distrito, dando a conhecer “quer o serviço, quer outros temas importantes para os futuros pais”, nomeadamente no capítulo da segurança infantil. A Crioestaminal "lida tranquilamente" com a entrada do Estado no setor da criopreservação das células do sangue do cordão umbilical. A criação do banco público em 2009, segundo Raúl Santos, “foi saudada por nós, pois encaramos o banco público como uma estrutura complementar à nossa atividade”. A Crioestaminal, acrescenta, “tem um cariz familiar, enquanto o banco público assegurará a existência de um conjunto alargado de células estaminais que poderão ser utilizadas no futuro pelas pessoas que delas necessitem. Achamos, por isso, que é uma iniciativa muito positiva”, conclui.
ciência & tecnologia Geneticista de Coimbra premiado Sérgio Sousa , geneticista
clínico do Hospital Pediátrico de Coimbra, recebeu o prémio John Opitz Young Investigator Award, na sequência de um artigo publicado na revista de Genética Médica American Journal of Medical Genetics. O geneticista, de 32 anos, licenciado em Medicina pela Universidade de Coimbra, investiga as caraterísticas da síndrome de Nicolaides – Baraitser, uma doença invulgar em crianças.
Apoio a projetos de I&D
estão a decorrer, até 4 de Abril,
candidaturas a apoios a projecos de I&D que reforcem a capacidade competitiva das empresas no acesso aos mercados externos. O I&D – projeto em co-promoçã - contempla atividades de investigação industrial e/ou de desenvolvimento experimental, conducentes à criação de novos produtos, processos ou sistemas.
IPN em destaque na IAM Magazine JOFF Wild, editor da prestigiada publicação IAM Magazine, dedicada à temática da gestão de activos intelectuais, publicou um artigo no blogue associado onde inclui algumas notas sobre a realidade portuguesa de transferência e valorização do conhecimento, com destaque para o Instituto Pedro Nunes.
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empresas
dinheiro
Perfume Vidaurre alia ciência e arte "Criar um perfume é semelhante ao trabalho de um artista", afirma Maria João Vidaurre. O conceito, o sentimento e as sensações fundem-se no processo que despoleta a criação do perfume. No final da primavera, no ano do regresso a casa (e a Cantanhede), a criadora do perfume Vidaurre sentiu um apelo: "criar algo em Portugal e para os portugueses". As recordações transformaram-se em memórias olfativas, pois, em perfumaria, "não se decoram os nomes das plantas, mas as memórias que o aroma desperta". O perfume é um símbolo do regresso e, principalmente, da, por vezes, complicada missão de descobrir quem somos.
Neste turbilhão de emoções, a responsável pelos Laboratórios Vidaurre, empresa de biotecnologia sediada no Biocant Park, de Cantanhede, considera o novo perfume uma "descoberta do poder pessoal feminino" e um instrumento para chegar ao "amor verdadeiro - o amor próprio ou outro tipo de amor qualquer". Dedicado "a todas as mulheres", o novo perfume integra a sabedoria dos perfumistas franceses do século XX, ainda que adaptada aos novos tempos. A associação dos compostos aromáticos das plantas com as moléculas específicas existentes no organismo feminino foi bem sucedida. Maria João Vidaurre criou uma "arma secreta". MN.
nova ciência "A tecnologia deste perfume resulta de uma nova forma de fazer ciência, recorrendo aos conhecimentos científicos e das diferentes moléculas que atuam na organização comportamental e fisiológica do ser humano", afirma Maria João Vidaurre.
breves Expofacic com inscrições abertas
Feira anima Castelo Branco
As empresas ou pessoas sin-
a segunda edição da Feira de
gulares que pretendam participar pela primeira vez , como ex positores, na Ex pofacic, devem efetuar a pré-inscrição nos serviços administrativos da INOVA-EM até ao próximo dia 21. O formulário pode ser solicitado através do email expofacic@inova-em.pt ou obtido nos sites www.inova-em. pt e w w w.c m-cantanhede.pt (no sítio da Expofacic), onde
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está, também, disponível o regulamento de participação na Exposição/Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Cantanhede. Entretanto, a comissão executiva está a informar todos os expositores das áreas comercial, institucional, industrial e agrícola que participaram na edição 2010 que já possível proceder à inscrição definitiva para 2011.
Stocks e Produtos Regionais anima até domingo o centro cívico de Castelo Branco. O certame, organizado pela Associação Comercial e Industrial de Castelo Branco (ACICB), conta com a participação de meia centena de expositores, provenientes de várias localidades dos concelhos de Castelo Branco, Idanha-a-Nova e Vila Velha de Ródão.
17 FEVEREIRO 2011
Adelino Minhós, presidente da ACICB, deseja que os comerciantes "possam escoar os stocks da época de inverno" e que a organização alcance um "sucesso maior que em 2010".
empresário de sucesso
Medipédia é mais do que um simples portal OBRA DE JOÃO MONTEZUMA E DE TIAGO PEREIRA, O PORTAL DE CONTEÚDOS MÉDICOS É UM SUCESSO. Texto e foto Mário nicolau
O PORTAL DE CONTEÚDOS médicos é a face
dados Utilização do website (2010)
· 1.875.526 visitas · 2.764.773 páginas vistas · 1,47 páginas/visita Os mais vistos
· Dor lombar e ciática · Diagnóstico da gravidez · Inflamações e infecções
visível da empresa privada de capitais portugueses e base tecnológica sediada no Instituto Pedro Nunes. O desenvolvimento de soluções inovadoras para a gestão colaborativa de conteúdos e serviços na área da saúde é o principal objetivo do portal Medipédia, que combina, para já, três vetores: enciclopédia de saúde e dicionário de termos médicos, especialistas em medicina que criam e editam novos conteúdos, e um diretório de empresas e profissionais de saúde em Portugal. “Combinamos especialistas em medicina com parceiros empresariais e institucionais, de modo a fornecer informação atual, rigorosa e credível”, explica João Montezuma. Através da parceria com a Associação Nacional de Farmácias, a Medipédia disponibiliza a informação das farmácias de serviço em Portugal. Com cerca de 300 mil páginas vistas todos os meses, nos últimos dois anos, a Medipédia alcançou uma posição de destaque entre os principais fornecedores de conteúdos de saúde em Portugal e dentro de pouco tempo colocará ao serviço do público novas funcionalidades que, segundo o co-fundador, “aproximarão os nossos utilizadores dos nossos profissionais de saúde”. A integração com o Facebook está também em estudo, de modo a garantir a presença “numa rede social com enorme potencial na divulgação de conteúdos úteis e de elevada qualidade, e também na criação de novas interações
entre os nossos utilizadores e os profissionais de saúde”. Finalista da primeira edição do Prémio Zon Criatividade Multimédia, em 2008, na categoria de conteúdos multimédia, o projeto Medipédia foi distinguido pelo seu contributo para o desenvolvimento da indústria multimédia e audiovisual no nosso país. Na análise às potencialidades do mercado interno, João Montezuma recorre ao estudo promovido pela Organização Mundial de Saúde e executado por um consórcio de sete universidades europeias – incluindo a Universidade de Aveiro: 71 por cento dos internautas contactados tinham utilizado a Internet para fins de saúde; ou seja, a forma mais comum é ler a informação e, em segundo lugar, decidir se deve consultar um médico. O desenvolvimento dos novos projetos e a expansão da empresa para novos mercados coloca novos desafios a João Montezuma e a Tiago Pereira, que, com o apoio do IAPMEI e do IPN, procuram novos investidores. “Além do apoio técnico que temos recebido, é gratificante para nós a oportunidade de incubar a empresa no Instituto Pedro Nunes, que recebeu recentemente o prémio internacional de Melhor Incubadora de Base Tecnológica do Mundo, especialmente se observarmos a elevada taxa de sobrevivência e sucesso das empresas apoiadas pela IPN-Incubadora”, conclui João Montezuma.
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dinheiro
marketeer
"Ordenado pagou anel de noivado" Ricardo Marques é o responsável de comunicação e marketing do grupo Litocar. É licenciado em ciências da informação pelo Instituto Miguel Torga.
Como gastou o primeiro ordenado? Com um dos primeiros, comprei o anel de noivado . O que não suporta ? Falta de pontualidade. Um sonho... Viajar durante um ano na companhia da minha máquina fotográfica. Um vício que não equaciona deixar? O jogo de futebol semanal com amigos.
Que música lhe dá vontade de cantar em voz alta? Sou péssimo a cantar. Com quem não jantava? Com Anthony Bourdain, pelo menos algumas das ementas. Último livro lido, cd ouvido, filme visto? Novas crónicas da boca do inferno (Ricardo Araújo Pereira), Legend-Best Of (Bob Marley), Love and other drugs (Edward Zwick) – nota: por vezes temos de ceder! Lema de vida? Ser feliz.
bolsa da praça
Preços/Kg/L
Preços com diferenças pouco significativas
Maçã Bravo (1kg)
1,99
Melão (1kg)
1,49 1,49 1,89
2,65
Bolacha Maria Triunfo (1kg)
2,72 3,00 2,67
3,06
Ketchup Top Down Calvé (1kg)
4,63 4,60 5,16
4,89
Cerelac Maçãs (1kg)
9,96
Salsichas Nobre (1kg)
3,08 3,88 3,00
4,36
Óleo Fula (1L)
1,49 1,49 1,49
1,69
Nutela (1un.)
2,69 2,69 2,94
1,95
TOTAL
28,05 29,10 31,11 33,47
Apresentamos hoje um novo cabaz comparativo de compras nos quatro maiores supermercados da cidade de Coimbra. No final, a diferença de preços, embora favorável ao Pingo Doce, não é muito significativa. Recolha feita no dia 14 de Fevereiro.
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E que marca não dispensa? Renault, claro.
Mário nicolau
Qual foi o seu primeiro emprego? Comecei como estagiário na Litocar e estou na empresa há quase seis anos.
1,99
2,00
2,99
9,96 11,96 11,88
17 FEVEREIRO 2011
midoconta Organizações Contabilísticas, Lda
Coimbra: Av. Fernão de Magalhães, 584 E/P - 3000-174 Coimbra Telefone 239 854 520 | Fax 239 854 529 Tábua | Oliveira do Hospital | Seia | Arganil C74
midoconta@mail.telepac.pt
"Cartografia do Processo"
CULTURA
Biblioteca Casa Cultura Coimbra. Até 28 fev. Exposição exibe mais de 80 mapas visuais que revelam o trabalho criativo de dezenas de designers gráficos que participaram no encontro mundial do setor.
agenda da semana "O Amante" qui.17 Roncos & Curiscos ao vivo - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30
Teatro Esther de Carvalho/ Montemor-o-Velho. 18,19 e 20 de fev. 21H30 O CITEC apresenta duas peças do prémio Nobel da literatura Harold Pinter: "O Amante" e "Victoria Station".
Concerto de John Cale 20 de fev. 21H30. Teatro Aveirense O músico e compositor tornou-se um vulto internacional ao integrar os lendários Velvet Underground. Agora dá espetáculo a solo.
sex.18 Concerto dos Birds are Indie - Tabacaria da Oficina Municipal do Teatro/Coimbra - 22H00
Coral do Cifrão Centro D. Dinis. 21 fev. 21H30. A Tuna da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, que foi constituída em 1993, dá mais um espetáculo que promete ser animado.
Dancing String dão concerto/ baile folk - Teatro Aveirense - 23H00
sáb. 19 “Lisístrata”, pelo Teatro Experimental de Cascais - CAE/Figueira da Foz - 21H30
seg. 21 "Filme do Desassossego", de João Botelho - TAGV/Coimbra - 21H30
ter.22 Ciclo de Cinema (núcleo de estudantes de Bioquímica) - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30
qua.23 Jazz ao Centro (ciclo workshop) - Centro Cultural D. Dinis/ Coimbra - 21H30
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Laetitia Morais Casa das Artes Fundação Bissaya Barreto. Até 6 de março "Cenografia Para Dois Leitores" é uma vídeo-instalação de Laetitia Morais.
"Os 39 degraus" Teatro Aveirense. 17, 18 e 19 de fev. 21H30. Bilhetes: 15€ a 25€ Comédia a alta velocidade, adaptada do clássico de Hitchcock. Com Inês Castel-Branco, Joaquim Horta, João Didelet e Rui Melo.
Pedro Abrunhosa Cine-Teatro Estarreja. 19 fev. 22Hoo. 10€ a 15€ Depois de uma intensa tour com o álbum "Longe", o artista da cidade do Porto alterou o repertório e preparou um espetáculo intimista, com um registo mais tranquilo, ao qual deu o nome "Canções".
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PU
Amy Winehouse atua a 4 de Agosto no Sudoeste 19 de fevereiro
ARTE MOLDAVA NO TAGV
Rodrigo Leão visita Tondela
Rigoletto ganha vida
O COMPOSITOR por t ug uês Rodrigo Leão dá seguimento, em Tondela, à digressão que tem realizado pela região Centro nas últimas semanas. A ACERT - Associação Cultural e Recreativa de Tondela recebe o artista a 19 de fevereiro, às 21H45. Com 25 anos de carreira, o novo desafio do músico faz-se num registo diferente do habitual. O espetáculo conta com um "ensemble" formado por um quinteto com o próprio Rodrigo Leão nos teclados, um trio de cordas e um acordeão. Segundo o compositor, nesta digressão o objetivo é encontrar um equilíbrio entre canções mais intensas e um repertório de cariz intimista.
A ópera Nacional da Moldávia
apresenta, no Teatro Académico de Gil Vicente, "Rigoletto", uma ópera em três atos com música de Giuseppe Verdi e libreto de Francesco Maria Piave, baseada na obra "Le Roi S’Amuse", de Victor Hugo. A 18 de fevereiro, às 21H30, o público pode acompanhar um intenso drama de paixão, traição, amor e vingança protagonizado por Rigoletto, o bobo da corte (na fotografia). A ação desenrola-se em Mantova, Itália. O preço dos bilhetes oscila entre os 25 e os 30 euros, mas há desconto de 10% para menores de 16 anos, seniores (mais de 65 anos) e grupos com mais de 10 pessoas. BV PUB
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cultura
olhar
estado do teatro confidências
"Gosto de música africana"
Catarina Martins Deputada Municipal, investigadora no Centro de Estudos Sociais
Que livros está a ler? A re-edição das "Novas Cartas Portuguesas", das chamadas "Três Marias": Maria Teresa Horta, Maria Isabel Barreno e Maria Velho da Costa. Vai com que frequência ao cinema? Infelizmente vou raramente ao cinema. Tenho filhas pequenas... E ao teatro? Tento ir sempre que posso. Que preferências musicais tem? Gosto de música africana e latino-americana. Um dos meus favoritos é Mário Lúcio, de Cabo Verde. O seu último álbum chama-se "Kreol". E nas artes plásticas? Paula Rego. Participa muito nas redes sociais da Internet? Utilizo muito o Facebook.
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Teatro dos estudantes UC
TAGV tem dificuldades em encaixar-se na cidade
O mais importante para o TEUC é a formação do seu público, os estudantes mArta félix e Maria Inês Pinhel, do TEUC, acreditam que o teatro de Coimbra vive, sobretudo, de dois grandes polos: a Escola da Noite e o Teatrão. O que não é mau. "É positivo, pois existe uma programação ativa de ambos, mas com linhas diferentes. Por exemplo, a Escola é mais conceptual e o Teatrão trabalha com crianças", refere Maria Inês. Marta Félix completa: "praticam preços baixos, cumprem com as responsabilidades deles e ainda dão uma ajuda à universidade. A Escola da Noite acolhe a Oficina de Artes de Estudos Artísticos. São os atores da Escola que nos recebem, são ótimos connosco", conta. Maria Inês acredita, no entanto, que "falta mais que a ação destes dois teatros – que puxam muito bem a carroça. Falta uma massa crítica, as pessoas procuram demais o entretenimento. O público não está especializado em teatro". Um problema que parece estender-se ao Teatro Académico Gil Vicente. Ao contrário do Teatrão e da Escola da Noite, que apresentam propostas menos comerciais, o TAGV "aposta mais no entretenimento – que até acaba por ter uma oferta escassa – há muitos dias em
que parece que não se está a fazer nada", destaca Marta Félix. "O TAGV devia ter uma programação mais rica, diversificada. Parece que não se integra, não se encaixa na cidade", sublinha Maria Inês. E existe outro problema. "Chama-se teatro académico e não faz jus ao nome", porque os teatros universitários não têm facilidade em usufruir do espaço. "No protocolo anterior, tínhamos direito três dias por ano – nós precisamos de pelo menos um dia para montar o palco e iluminação. Sobram dois dias para espetáculos", diz Marta. "Uma maior abertura do TAGV aos teatros académicos, que nem andam atrás do lucro, ajudaria a oferecer mais diversidade à programação", conclui Maria Inês.
Maior apoio da AAC "Precisávamos de mais apoio e envolvência da AAC – eles nem sempre percebem a dinâmica do TEUC, porque nem sempre se dão ao trabalhar de ver as nossas peças e compreender o nosso trabalho", lamenta Marta Félix.
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C22
topo de gama
VIVER
internet Mercedes-Benz e Smart populares no Facebook
Suzuki
Swift S-Concept marca procura produtos atrativos e quer criar compacto desportivo com performances premium
ao fim de pouco mais de um ano de
presença no Facebook, a Mercedes-Benz e a smart apresentam a maior comunidade de fãs do setor automóvel em Portugal, segundo o portal www.fbrankpt.com. Em Novembro de 2009, a Mercedes-Benz iniciou o seu percurso nas Redes Sociais, nomeadamente no Facebook, YouTube e no Twitter. Seguiu-se a smart em Abril de 2010. Atualmente, com 40.749 fãs, a smart é a marca automóvel mais popular em Portugal, seguida da Mercedes-Benz com 38.864 fãs. Desde cedo que ambas as Marcas efetuaram uma forte aposta nesta nova plataforma, criando uma interação com todos aqueles que nutrem uma paixão única pela Mercedes-Benz e pela smart. Esta interação tendo esta
A suzuki Motor Corporation agendou a apresentação do novo protótipo denominado Swift S-Concept para a 81.ª edição do Salão de Genebra. O Swift S-Concept, segundo a marca, baseia-se no novo Swift, modelo cujo início de comercialização na Europa teve lugar no Outono de 2010. Em linha com a filosofia de marca da Suzuki, de oferta de produtos atrativos e excitantes, o conceito inerente ao seu desenvolvimento global assen-
tou na base de criação de um compacto desportivo com performances "premium". Para tal, o visual do Swift S-Concept é repleto de estilo e reflete uma temática de design “mais desportiva e excitante”. Adicionalmente, no espaço da Suzuki no Salão de Genebra, a marca irá expor os modelos Swift, Splash, Alto, Kizashi, Jimny, Grand Vitara e SX4. Entretanto, a Suzuki prepara-se para reformular
Novo Lexus CT 200h é agradável surpresa o LEXUS CT 200H brilhou na apre-
sido gradualmente recompensada com o crescente número de fãs, que procuram as páginas do Facebook para se manterem informados sobre as últimas novidades de produtos e serviços, bem como dos passatempos propostos. 48
sentação europeia / nacional realizada em Cascais. Com um nível de emissões de CO2 muito próximo dos automóveis de pequenas dimensões e com emissões praticamente nulas de NOx e partículas, o CT 200h marca um novo rumo na história do automóvel. O novo
motor a gasolina de 1.8 litros estreia, entre outros, o novo sistema de arrefecimento dos gases de escape recirculados. A iluminação por LED reduz o consumo em cerca de 45% quando comparado com lâmpadas de halogéneo. No Centro Lexus, em Coimbra, é possível obter mais pormenores.
17 FEVEREIRO 2011
Modelo SX4 Diesel 2.0 DDiS Potência: 135 cv Binário: 320 Nm/1500 rpm Velocidade máxima 190 kim/h Aceleração 0-100 km/h : 10,5 s Concessionário Auto Morais & Duarte R. Adriano Lucas - Apartado 190 3020-430 Coimbra Telefone: 239857329/30 Fax: 239857320
Renault promove segurança rodoviária O programa “Segurança para To-
dos” entrou no décimo primeiro ano de existência. Para levar a cabo aquele que é o maior programa privado dedicado à temática da segurança rodoviária, a Renault investiu, ao longo destes 11 anos, cerca de 2,5 milhões de euros em ações pedagógicas vocacionadas para as crianças do ensino básico. O objetivo deste programa mantém-se: fomentar comportamentos de respeito, prudência e cidadania, entre outros.
Seat Copa oferece mais por um preço atrativo A Gama Copa da Seat garante mais
a gama de motores do modelo SX4 em Portugal, fazendo-o através da introdução do novo bloco 2.0 DDiS de 135 cv e, em simultâneo, atualizando a proposta a gasolina, que passa a recorrer a uma versão de 112 cv do motor 1.5 VVT. A primeira novidade assenta no novo bloco turbodiesel de 1.956 cc. Este novo 2.0 DDiS da Suzuki apresenta, muito naturalmente, um ganho significativo em termos de performances em relação à anterior proposta
diesel – oferece um binário máximo de 320 Nm às 1.500 rpm, atingindo 190 km/h de velocidade máxima e 10,5 segundos na aceleração dos 0 aos 100 km/h – mas é outro o seu principal trunfo: em termos ambientais e fruto da introdução de um filtro de partículas e outras soluções na sua conceção, ele liberta apenas 0,0016 g/km de partículas (129 g/km de CO combinado), cumprindo com a mais recente regulamentação Euro 5. MN
por um preço competitivo. O Leon Copa, por exemplo, oferece jantes de liga leve 16" ELIO, faróis de nevoeiro dianteiros com função "Cornering”, volante multifunções, climatronic de duas zonas e bluetooth+ecrã matricial, entre outras. O 1.2 TSI Ecomotive Start/Stop, a gasolina, com 105 cv, e o diesel 1.6 TDI CR, com 90 cv, são as duas motorizações disponíveis.
quinta a fundo
Ford Fiesta WRC vence na Suécia
O Club MX-5 leva a efeito no próximo dia 26, o primeiro passeio de 2011, que levará a caravana do carismático modelo da Mazda às "Terras de Viriato”. Este evento terá como pano de fundo a Região Dão-Lafões. As inscrições devem ser realizadas no sítio www.clubmx-5.com. pt, pelo email geral@clubmx-5. com.pt ou então através do telefone 262 845 601.
Na temporada de estreia do Ford Fiesta WRC, o início é prometedor: os três primeiros lugares da classificação geral do Rali da Suécia ficaram nas mãos de pilotos da Ford, com Hirvonen na frente e Latvala, os dois pilotos oficiais, no terceiro lugar.
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viver
à mesa tradição
A divina lampreia “Ó lampreia divina, ó divino arroz, comidos noite velha, em casa do Julião! Sem ter ceias assim o que há-de ser de nós? Sofre meu paladar! Chora meu coração!” Afonso Lopes Vieira
A cozinha da lampreia, cuja captura se
limita a zonas de estuário e aos tempos restritos das suas migrações cíclicas, possui um caráter sazonal, que a elitiza como alimento e nela se revê um ritual ímpar de preparações que se distingue consideravelmente de todos os outros. O desconhecimento geográfico da sua existência impede a sua vulgarização como alimento comum; a limitação física do seu aparecimento anual faz com que seja rara e não chegue a todas as mesas. E, na verdade, esta conjugação rara de características, torna-a numa apetecível fonte, capaz de
alimentar a economia local e o turismo, capaz de contribuir para a saúde ecológica e para a preservação cultural. A lampreia é, hoje em dia, um dos repastos mais cobiçados e apreciados no país, capaz de suscitar-nos as mais opostas e emotivas reações, do desejo que obriga ao custear de refeições muito acima do nível médio de preços do menu, até à repulsa perante a hipótese de o degustar.
Horácio Flórido Docente da Escola Beira Aguieira
receita do chefe Lampreia à Moda de Penacova ingredientes
modo de preparação
PU
1 0 lampreias 5 litros de vinho tinto maduro, não muito velho, preferencialmente Dão ou Bairrada 6 cabeças ou mais de alho porro Arroz carolino q.b. 4 folhas de louro Salsa fresca (um bom ramo) Sal q.b. 1 noz-moscada (ralada na hora) Pimenta moída q.b. Cravinho q.b Vinagre tinto q.b.
Pegue na lampreia e corte-a dando um golpe até meio do dorso. Sairá sangue e deve deitar logo um pouco de vinho. Deverá ter muito cuidado, já que nesse local começa a tripa. A mais ou menos seis centímetros, faça outro golpe - sairá sangue, deve deitar vinho. Repita estas operações até perto da cabeça. No segundo golpe, puxe a tripa com cuidado para não a partir - para facilitar a operação utilize um palito dos dentes e coloque uma linha a apertar o começo da tripa. Marinada Coloque no alguidar (por cima das lampreias) o sal, o louro, a noz-moscada ralada na hora, cravinho, os alhos normais partidos aos bocadinhos, os alhos porros também partidos, um bom ramo de salsa fresca e a pimenta. Se as lampreias não ficaram totalmente cobertas com o vinho, deite mais, até as cobrir completamente. Mexa tudo para incorporar sabores. Mantenha as lampreias nesta marinada durante um dia e meio ou, no mínimo, de um dia para o outro. Refogado Prepare um bom refogado, com um pouco mais de azeite do que o habitual. Dentro do tacho coloque a marinada, sem as lampreias, e deixe ferver para que o álcool do vinho se evapore. Junte as lampreias e deixe-as cozer lentamente durante 01H30. O arroz deve ser apresentado "a correr".
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vinhos
sentido que evoca emoções
A importância do olfato
arminda ferreira Enóloga
É o sentido mais antigo. Está relacionado com a busca de comida e este facto explica o prazer que proporcionam os odores de fruta, sabores lácteos, a gordura e a carne. O olfacto é um analisador de substâncias voláteis, cuja tarefa é manter-nos informados de algumas características químicas do meio que nos rodeia. O olfacto tem uma poderosa capacidade de evocação de recordações que se fazem conscientemente e é capaz de nos proporcionar informação qualitativa e quantitativa acerca de odores e sabores. O sentido do olfacto é capaz de evocar emoções e de induzir associações de ideias. Os aromas mais difíceis de reconhecer no início são justamente aqueles que nos são mais familiares e quanto mais nos concentramos neles mais difícil fica a tarefa de nos recordarmos do seu nome. A aprendizagem, a memorização e a prática são ferramentas fundamentais para melhorar a nossa capacidade de reconhecimento de odores. De uma forma geral não estamos disciplinados para observar os detalhes nem treinados para os definir. A diferença fundamental existente entre um provador treinado e um não treinado é a falta de sistemática do segundo e a pobreza do seu vocabulário descritor.
sugestão Quinta das Baceladas 2006 Feito de Baga, Cabernet Sauvignon e Merlot, o Quinta das Baceladas 2006, produzido na Bairrada, estagiou durante 12 meses em barricas novas de carvalho francês. De cor rubi intensa, revela um aroma a frutos muito maduros (amora, cassis), conjugado com notas de tostado cedidas pela madeira onde estagiou. Na boca destaca-se pelo equilíbrio entre a fruta e os taninos bem redondos e saborosos. Ideal para acompanhar com carnes vermelhas e queijos. Preço: 9,5 €
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lampreia
Bernardo Quintella
Mini-hídrica é nova ameaça para as espécies
Escada de peixe concluída em Maio Projeto é vital para evitar a extinção da lampreia em Penacova PEDRO RAMOS
viver
O PROJETO da escada de peixe no
Açude-Ponte de Coimbra está quase concluído, mas os cientistas e os amantes da lampreia estão longe de estar descansados. A construção de uma mini-hídrica, 15 quilómetros a montante do Açude-Ponte, com a finalidade de produção de energia hidroelétrica e captação de água, pode trazer novas dificuldades para a espécie. Bernardo Quintella, investigador do Centro de Oceanografia, defende que a mini-hídrica não deve ser construída, porque é contraproducente e acarreta consequências graves para a sobrevivência da lampreia e de outras espécies. "A mini-hídrica inviabiliza o investimento considerável realizado na nova passagem para peixes do Açude-Ponte", explicou. O especialista alerta para a necessidade de serem adotadas medidas mais globais, concertadas. "Há uma série de pequenos açudes entre Coimbra e Penacova que devem ser destruídos ou alterados para a lampreia-marinha passar e chegar aos locais de reprodução mais a montante", refere Bernardo Quintella. O alerta chega também através da Confraria da Lampreia de Penacova, que assume a batalha de lutar contra a construção da mini-hídrica. "Infelizmente, há quem queira extinguir a lampreia. O homem é ingrato e, por isso, a espécie encontra cada vez mais obstáculos para vir desovar na nossa região", lamenta a vice-presidente Fernanda Pimentel. O setor político também olha para a mini-hídrica com desconfiança. "É um assunto que, de facto, nos está a preocupar muito", admitiu Humberto Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Penacova. MV
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Obra vai duplicar a área disponível para todos os peixes que migram A ESCADA DE PEIXE no Açude-Ponte de Coim-
bra vai estar finalizada antes do verão deste ano, depois de mais de uma década de expectativas e de espera. "A obra está a decorrer e, segundo a informação que tenho, estará mesmo pronta em maio", referiu o presidente da Câmara Municipal de Penacova, Humberto Oliveira. O autarca explicou que, em 2012, "os resultados positivos da escada de peixe já serão visíveis". O projeto, que custou mais de três milhões de euros, vai permitir que espécies como a lampreia, o sável e a savelha circulem com maior facilidade no rio Mondego, o que a médio prazo vai trazer benefícios ambientais e económicos. Bernardo Quintella, investigador do Centro de Oceanografia, garante que a escada de pei-
xe no Açude-Ponte de Coimbra é o primeiro caso onde foram desenvolvidos uma série de estudos, sendo o projeto construído e sustentado numa investigação científica "muito sólida", com início em 1997, financiada pelo Instituto da Água (INAG). Os estudos "culminaram na construção da passagem para peixes no açude, que vai assim duplicar a área disponível para todos os peixes que migram na bacia do Mondego", explicou o investigador, que participou no projeto com Pedro Raposo de Almeida. "A escada de peixe é um problema que está ultrapassado. Agora temos a expectativa que a quantidade e a qualidade da lampreia aumentem, o que traria benefícios para todo o concelho", concluiu o presidente da Câmara Municipal de Penacova. BV
Percurso natural da lampreia interrompido As barreiras erguidas pelo homem, no rio Mondego, fazem com que a lampreia não consiga cumprir o seu percurso natural. "Em 2001, com as cheias, houve muita lampreia em Penacova apanhada em Penacova, mas foi uma exceção", diz o presidente da autarquia. "Com a escada de peixe tenho esperança que o circuito normal da lampreia volte a acontecer", concluiu.
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viver
lampreia
apesar da lampreia viver no mar e no rio, não se trata de um peixe. É um ciclóstomo e uma das suas principais características é a boca circular. texto marta varandas
Espécie ameaçada
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Boca sem maxilar inferior
Sete orifícios branqueais
A boca, sem armadura, é rodeada por um lábio circular que delimita um disco adaptado à sucção
Dispostos em linha, atrás de cada olho e do único orifício nasal anterior a eles, abrem-se sete orifícios branqueais
a boca tem uma ventosa e numerosos pequenos dentes, que a distinguem dos peixes. Em termos taxonómicos integra os Agnathas, por ser um vertebrado primitivo, sem mandíbulas. Bernardo Quintella, investigador do Centro de Oceanografia e que desenvolveu um profundo estudo sobre a vida das lampreias, explica que atualmente são representadas por cerca de 40 espécies. Em Portugal há três: a marinha, a de rio e a de riacho. Contudo, como a lampreia-marinha é a mais conhecida, por atingir um valor económico e gastronómico elevado, é nela que nos vamos debruçar para perceber como funciona o seu ciclo de vida. A lampreia-marinha (Petromyzon marinus L.) é um migrador, anádromo (para terminar o ciclo de vida tem de migrar do mar para o rio, onde se reproduz), explorado comercialmente nas principais bacias dos rios de Portugal continental, "onde está classificado de acordo com o Livro Vermelho dos
Vertebrados com o estatuto de conservação Vulnerável, ou seja, é uma espécie ameaçada". O ciclo de vida é diádromo. Tem a particularidade de se desenvolver em dois meios de salinidade diferentes: mar e rio. A lampreia-marinha só ocorre no hemisfério norte, onde se distribui desde a Europa até ao Mediterrâneo Ocidental, e na América do Norte, do Lavrador até à Flórida a sul. Em Portugal, encontra-se nas principais bacias hidrográficas - Minho, Lima, Cávado, Douro, Vouga, Mondego, Tejo e Guadiana -, sendo mais abundante a norte da bacia hidrográfica do Rio Sado. ciclo de vida com seis a oito anos A primeira fase do ciclo de vida da lampreia é toda passada em água doce e "pode considerar-se como sendo a que tem início imediatamente após a fecundação, com o consequente desenvolvimento embrionário, prolongando-se pela fase larvar até à metamorfose", refere o investigador.
As larvas de lampreia, vulgarmente designadas por amocetes, não têm olhos nem ventosa bucal com dentes. Têm uma estrutura em forma de capuz, que utilizam para se alimentar por filtração de microalgas e matéria orgânica particulada, estando a maior parte do tempo enterradas na areia dos rios. Bernardo Quintella explica que em Portugal, só passados cerca de quatro anos conseguem atingir reservas lipídicas suficientes para iniciar a metamorfose, passando de amocete a juvenil ou macroftálmica, resultando no aparecimento dos olhos e da boca em forma de ventosa e com dentes. Este processo inicia-se durante o verão e termina no outono. Dura entre dois a três meses. "É nesta altura que a lampreia-marinha migra para o mar, dando início à fase adulta e parasítica, durante a qual se alimenta do sangue de peixes como o tubarão, o espadarte, o atum, a anchova ou o bacalhau, todos potenciais hospedeiros da lampreia", diz o investigador.
17 FevereIro 2011
Meio peixe, meio serpente Assemelha-se a uma enguia e, meio peixe, meio serpente, vive em dois ambientes distintos, a água salgada e a doce, usando um para crescer e outro para se reproduzir
Muco escorregadio Vampiriza e parasita outros peixes, sugando-lhes o sangue com fins alimentares, esconde-se da luz e tem a pele recoberta por um muco escorregadio
Corpo sem escamas O corpo, sem escamas, é tubular, sem barbatanas dorsais, apenas uma versátil, no fim do dorso e da cauda
números
1 metro
é o comprimento alcançado por alguns exemplares de lampreia-marinha
7 anos
tempo que dura a vida da lampreia-marinha
50 euros
preço que chega a atingir uma lampreia-marinha durante os meses de Fevereiro e Março
Quintella revela que as lampreias-marinhas estão dois anos no mar a alimentar-se parasiticamente do sangue e tecidos moles de peixes e nesse período passam de 20 centímetros (dimensão que atingem em quatro anos no rio, a alimentar-se de microalgas) para um metro de comprimento e dois quilos, os maiores exemplares. Entretanto, a lampreia-marinha migra de volta para os rios, para zonas mais a montante, onde para se reproduzirem constroem ninhos, "que são covas no fundo dos rios, construídas arrastando pedras de montante para jusante". A fêmea inicia o comportamento reprodutor: no ninho, agarra-se a uma pedra com a ventosa. O macho agarra-se com a ventosa à cabeça da fêmea e enrola-se à sua volta, induzindo a libertação de gâmetas femininos, imediatamente fecundados (fecundação externa) pelos gâmetas masculinos (esperma). "Após a reprodução, as
lampreias morrem. Os ovos, envolvidos por uma substância aderente que se agarra a grãos de areia, suspendidos pelo agitar da cauda da fêmea, ficam mais pesados e depositam-se no fundo do rio. Uma a duas semanas depois eclode uma larva, com cerca de sete milímetros de comprimento". E o ciclo recomeça. lampreia ameaçada A lampreia-marinha está, contudo, ameaçada. Quintella destaca quatro fatores que contribuem para isso: os obstáculos à migração (barragens e açudes); a pesca, se desregrada; a degradação da qualidade da água, nomeadamente a poluição e a extração de materiais inertes (areias), atividade que pode originar elevadas mortalidades na fase larvar, altura em que as lampreias se encontram enterradas no sedimento arenoso dos rios, onde é habitual haver características propícias para a exploração comercial de areias do rio.
viver
lampreia
Ereira
Na catedral da lampreia
A lampreia é parte integrante da vida cultural e económica da Ereira
quem Chega à Ereira, aldeia perto de Montemor-o-Velho, encontra duas coisas. Do lado direito, uma estátua de "homenagem ao pescador". Em frente, uma rotunda. E, na rotunda, uma placa que diz "homenagem ao pescador da lampreia, que tão longe leva o nome desta terra". A lampreia tornou-se, de facto, ao longo dos anos, um ícone da Ereira. "É importante ao nível económico e cultural", conta Fernando Curto, presidente da junta de freguesia. "A pesca da lampreia veio dar alguma riqueza a uma zona que era pobre. E ainda temos muitos pescadores que vivem da pesca", acrescenta. O impacto económico é óbvio. A pesca não só dá emprego ao pescador como aos inúmeros restaurantes que apresentam o petisco como prato principal. "Muita gente vem cá por causa da lampreia. É já um privilégio, uma marca que atrai turismo". É bom não só para Ereira, mas para todo o concelho. Muitas das pessoas vão ao festival a Montemor por causa deste prato. “Com coisas de comer não se deve brincar, ajoelhem-se perante o solo sagrado desta catedral da lampreia e prestemos honras devidas a esta abençoada lampreia da Ereira”. Os versos não são de Afonso Duarte, poeta-mor daquela aldeida da beira Mondego, vêm de um autor desconhecido. Mas só provam que a lampreia não é só comida. Faz parte da identidade e cultura da terra. Afonso Duarte nunca dedicou grandes versos à lampreia. Mas disse que a aldeia passa “meio ano a laborar, meio ano a pescar”. E, “enquanto a agricultura sofreu grandes transformações nos últimos anos, ficando mais mecanizada, e agora tem pouco de cultural, a pesca ainda se faz como há anos”
Como preparar e amanhar Com Faca e arte, o ato de amanhar a lam-
preia não sofreu alterações ao longo do tempo. Começa-se por limpar os resíduos viscosos da parte de fora - a chamada galheira – e, em seguida, dá-se um golpe no umbigo. Depois, faz-se um corte junto aos orifícios branqueais, mais acima. O próximo passo é tirar as tripas, cortando-se a cabeça. Agora, chega-se à altura do "segredo". Den-
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tro da lampreia existe um pequeno "talo", que amarga a comida se não for tirado. Um pouco como a bílis noutros animais. Depois, a lampreia fica a marinar 24 horas em vinho. Cortada aos pedaços, junta-se a um refogado com azeite. Depois, junta-se o vinho em que a lampreia repousou. 25 minutos depois tira-se a lampreia, mete-se o arroz. E aí está a delícia pronta para o prato.
sublinha Fernando Curto. “A pesca faz parte da nossa cultura”, garante. O autarca brinca com isso.“Costumo dizer que, quando me perguntam donde sou, e respondo Montemor, as pessoas respondem logo: ‘Ah! É perto da Ereira, a terra da lampreia”, ri. E claro que há competição por este título. “Até temos uma rivalidade com Penacova. Eles dizem que são a capital da lampreia e nós dizemos que somos a catedral”, sublinha. Estamos perante uma pesca difícil. “É uma arte dura, tem de se andar a espetar estacas e a montar redes. Os jovens não gostam de se meter nisso, mas ainda temos algumas dúzias de pescadores”, destaca. Há o risco da pesca acabar? “Embora cada vez haja menos peixe, acho que esta tradição nunca vai desaparecer"… Se não for com muitos pescadores, será com poucos. Restaurantes típicos e rústicos Passeando pelas ruas da Ereira, é fácil encontrar restaurantes que sirvam lampreia. Mas não se pense que são os sítios mais modernos que atraem a clientela. Fernando Curto revela que “as pessoas não querem coisas requintadas, querem restaurantes típicos… mesmo que não tenham as melhores condições”. Entramos numa casa de pasto que mais se parece com um café normal. Na cozinha, preparam-se lampreias (ver caixa). Nestes restaurantes, a lampreia é sempre prato do dia sem o ser. Isto é, come-se todos os dias mas tem de ser encomendada com 24 horas de antecedência. E quem a come é “malta da alta, do mundo da banca e das finanças, mas que gosta de poder ir atrás do balcão”, destaca Fernando Curto. MR
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"A lampreia sempre se comeu, é ancestral" Luís LEal Presidente Câmara Municipal Montemor-o-Velho Qual a importância da lampreia para a região? A lampreia é um ícone gastronómico, mas não por si só. Estamos a falar de um pivô gastronómico, no qual se juntam a lampreia e o arroz carolino. Assim, potencia-se a qualidade gastronómica da região. Para além disso, cria postos de trabalhos diretos (pescadores) e indiretos (restaurantes e turismo). É parte da identidade cultural do concelho? A lampreia é ancestral, sempre se comeu. Mas houve novidades, com a passagem deste prato para a con-
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dição de excecionalidade Quando se considerou um bem de exceção, houve pessoas que começaram a comer só por ser VIP. Agora, saber saborear, só quem sempre esteve junto ao rio Mondego. Como se lida com a competição, interna e externa? É habitual a comparação com a lampreia de Penacova, mas eu gosto de ambas. Não tenho problema em comer lá lampreia. E eles também vêm cá ao festival. Agora, em relação à que vem do estrangeiro, nota-se bem a diferença da nossa. Só lhes digo: venham provar e vejam!
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Só lhes digo: venham provar e vejam!
Como vai ser o Festival do Arroz e da Lampreia deste ano? Se houver festival, e tudo indica que sim, vai ser de 25 a 27 de março e de 1 a 3 de abril. E, embora a decisão só seja tomada no final do mês, esperamos que seja num espaço que todos deviam visitar, o Centro de Alto Rendimento.
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lampreia
DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO E TURÍSTICO
Lampreia atrai quatro mil pessoas por ano a Penacova
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Penacova "lucra muito com a lampreia"
Festival: três dias de prato cheio o xiv festival da Lampreia de Penacova já tem data definida, realizando-se a 25, 26 e 27 de fevereiro. O evento, que atrai todos os anos milhares de pessoas ao concelho, conta com mais de uma dezena de restaurantes aderentes, espalhados por diferentes localidades, como Penacova, Porto da Raiva, Cavadinha, Serra da Atalhada, Azenha do Rio, Espinheira, Vila
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Nova e Silveirinho. A tradição diz que, em Penacova, deve-se servir separadamente, em travessas, a lampreia, o arroz e os grelos. Em alguns locais ainda se mantém esta forma de apresentação. Para além de degustar a famosa lampreia à moda de Penacova, os visitantes também vão ter a oportunidade de participar numa série de iniciativas culturais e turísticas.
Na época da lampreia, que vai de janeiro até início de abril, a junção de forças entre as entidades da região é crucial para que tudo corra bem. "Tem existido um trabalho de equipa muito meritório, com a Confraria, os restaurantes e a Câmara Municipal de Penacova a reunirem-se para falarem sobre o assunto", revela a dirigente. Concorrência civilizada A lampreia não é exclusiva de Penacova. O concelho tem a concorrência de outras regiões do país, mas a vice-presidente da Confraria da Lampreia garante que não está preocupada. "Temos uma excelente relação com os outros sítios onde há lampreia. Vamos lá comer e eles também se deslocam a Penacova. Existe concorrência, mas não há má relação com ninguém", explicou. O facto de a lampreia ser preparada em diferentes espaços geográficos acaba por ser uma mais valia, garante mesmo Fernanda Pimentel. "Cada um tem a sua forma de fazer a lampreia. No Minho, por exemplo, faz-se com vinho verde. As diferenças são grandes, até nas marinadas. Por isso, cada região tem o seu sabor e o seu espaço próprio", conta a responsável. Segundo a vice-presidente, a concorrência internacional, como por exemplo as lampreias originárias do Canadá, "não se faz sentir em Penacova, ao contrário do que acontece noutros sítios, como o concelho de Montemor-o-Velho". BV Bernardo Quintella
A LAMPREIA é muito mais do que um tesouro gastronómico, tendo força suficiente para desenvolver uma região inteira. A ideia é defendida por Fernanda Pimentel, vice-presidente da Confraria da Lampreia de Penacova. "Quando chega a época da lampreia, e principalmente no mês de fevereiro, Penacova é visitada por mais de quatro mil pessoas, que não vêm só para degustar a lampreia, mas também para visitarem os nossos monumentos, como por exemplo o Museu do Moinho e o Mosteiro do Lorvão", explicou a responsável. O desenvolvimento económico caminha ao lado do progresso no turismo e na gastronomia. "Penacova lucra muito com a lampreia, porque a lampreia cria muitos postos de trabalho, quer na pesca, quer nos restaurantes, com os cozinheiros e o pessoal que serve à mesa", afirmou Fernanda Pimentel, recordando que, em fevereiro, Penacova tem mais de uma dezena de estabelecimentos especializados em preparar e servir lampreia.
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"Estamos a abrir a lampreia a outros mercados" HUMBERTO OLIVEIRA, presidente da Câmara Municipal de Penacova O que representa a lampreia para Penacova? A lampreia tem uma importância fundamental para nós. É o nosso principal produto e a nossa principal fonte de atratividade. Por isso tem grande importância na economia. Por esta altura do ano, os visitantes que chegam a Penacova para degustar a lampreia são imensos. E do ponto de vista cultural? A lampreia é valorizada? A tradição aqui tem muita força. Tem a ver com hábitos ancestrais
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Lampreia é a principal fonte de atratividade de Penacova
das populações ribeirinhas, que infelizmente se têm perdido um pouco. Mas, de modo geral, as pessoas ainda sentem de uma forma enraizada essa ligação ao rio e à pesca da lampreia.
O que tem de novo a época da lampreia deste ano? Estamos a dar o primeiro mote de abertura da lampreia de Penacova a outros mercados e aqui lembramo-nos, naturalmente, de Lisboa e Porto. Já foi feita uma abordagem em Lisboa, no Hotel Tivoli, onde na semana passada
realizámos a primeira semana da lampreia à moda de Penacova. E a nível regional? A lampreia está bem implementada? Nos últimos anos, a questão da lampreia na região tem sido bem trabalhada. Está perfeitamente implementada e reconhecida.
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Bahia
Bahia - Brasil América do Sul
COMO IR A TAP liga Lisboa a Salvador da Bahia, mas existem outras alternativas. Uma pesquisa na Internet ajudará a encontrar a melhor solução. ONDE FICAR Catussaba Resort - Salvador Pestana Bahia Hotel - Salvador RECOMENDAÇÕES Taxas de aeroporto e combustível (306 €) Suplemento de tarifa aérea: 05 e 06 Mar: 250 €; 09 a 18 Abr: 150 €
Bahia de todos os sonhos texto Maló de abreu foto josé marques Fiz um pacto com os meus olhos: nunca olhos de serpente, cautelosos, dissimulados. Antes um olhar decente, cristalino e íntimo, mas com um brilhozinho interior. Um olhar daqueles que dá perfume à vida, mais de perseguir do que de fugir. Como se eu e o espelho, quando nos olhamos de frente, soubéssemos segredos os dois que outros nunca saberão depois. E assim viajo por meio mundo à descoberta do outro meio. Em boa verdade no nosso bilhete de identidade não devia constar o lugar onde vivemos, nem mesmo onde nascemos. É que há cidades que adotei como minhas. Por exemplo, S. Salvador da Bahia, a mais africana das cidades não africanas que conheci. E do Carnaval que não perco ou do Axé que tento imitar cantando. Da Baía de Todos os Santos, que me encanta, e das areias brancas das praias do Morro de S.Paulo, que me descansam. De Caetano, Bethânia e de Dona Nonô sua mãe. De Gil, Ivette, Chiclete com Banana, Asa de Águia e vai por aí, porque cada baiano é um cantor, um bailarino ou mesmo um poeta. S. Salvador de Vinícius em Itapoã, João Ubaldo do bom povo brasileiro e Jorge Amado do Ga-
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to Malhado e da Andorinha Sinhá. Da Dinha do acarajé e da Maria de São Pedro do vatapá, do caruru e do feijão fradinho. E de Iemanjá, do candomblé, dos terreiros e das mulheres que andam como quem dança. E que fico com a sensação que me provocam. Porque todas misteriosas e insondáveis. E que direi eu de Roma, que me seduz? De Paris que me ilumina? De Nova Iorque que me faz sentir no centro do mundo? Do Rio de Janeiro que continua lindo? E de outros tantos lugares pelos quais me perco e outros tantos pelos quais me perderei ainda? Por isso eu digo que um homem não é só de onde vive ou nasce. É de lá, certamente, mas é também de todos os lugares onde abre os olhos de espanto e onde apetece viver. E (porque não?) também morrer, se os ama perdidamente? Mais emoção do que festa Mas, sabendo eu, de fonte geralmente bem informada, que alguns amigos vão passar o Carnaval a São Salvador da Bahia, não quero deixar de os prevenir que não devem “ficar por fora de algumas expressões que a galera anda falando por lá”. Vejamos alguns
exemplos: abrir o gás - ir embora; baculejo - abordagem policial; badogueira - mulher muito feia; colé de mermo - tudo bem?; comer água - beber bebidas alcoólicas; dar um migué – mentir; muvuca - muita gente; na moral - por favor; na tora - à força; ô perte - interjeição de admiração; ópaió - observe aquilo; paletada - caminhada longa; quebraê - agitar; rei - amigo; se lenhar – dar-se mal; simbora – vamos! Em boa verdade devo estar a ficar velho. Porque procuro mais a emoção do que a festa. Cada ida a S. Salvador - da Bahia com h – é um hino à minha memória. Percorro ruas e becos, desço calçadas de pedra portuguesa como quem caminha carregado com a história toda às costas. A memória da minha infância de cores e cheiros, sons e paladares apimentados não me abandona por um segundo. Finalmente, sento-me junto ao farol da barra, onde todos os finzinhos de tarde, invariavelmente com mais uns tantos mil, somos uma multidão que bate palmas ao pôr do sol. Não é lindo? Infelizmente, o amor não rima com poesia, mas devia.
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SOCIAL em casa de...
Victor Manuel Martins da Costa e Lídia Maria Lobo de Oliveira
Família Costa mantém as tradições A C foi encontrar Victor Costa e Lídia de Oliveira na casa que acabaram de reconstruir, em Almalaguês. um espaço que traz muitas e boas recordações… texto márcia de oliveira fotos pedro ramos Sábado. 16H00. A lareira da Casa do Ter-
reiro traz mais temperatura ambiente à sala, enquanto na rua se fazem sentir uns tremendos oito graus. Noutros tempos, onde agora é a sala, estava a mercearia do avô materno de Victor Costa, presidente da Junta de Freguesia de Almalaguês. “Nesta divisão, junto à mercearia, o meu avô tinha uma adega e na outra ao lado era onde se jogava à sueca”. Victor Costa e Lídia de Oliveira, juntos há 26 anos, aproveitaram todos os espaços e todas as peças que ainda davam
para recuperar, durante a reconstrução da casa que teve início em 2006. A traça da casa manteve-se o mais intacta possível, assim como as recordações da família, que se notam um pouco por todo o lado. Principalmente a fotografia do avô, que faz questão de ter num local bem visível. “Adorava o meu avô”, afirma. Criado pelo “Dr. Álvaro”, padrinho do pai, na Quinta do Prazo relembra algumas histórias interessantes acerca do seu passado de criança, nomeadamente dessa figura que o marcou pela positiva.
“Uma particularidade interessantíssima é que ele tinha uma criada apenas para dar comida aos pobres que, ao final do dia vinham de Coimbra e apareciam por aqui para comer a sopa e dormir no palheiro. Era uma personalidade muito querida por todos e marcou-me profundamente”, realça. A proximidade com o avô materno e o facto de ter ido viver com a avó naquela mesma casa, depois do avô ter falecido, fez com que ficasse sempre muito ligado a Almalaguês e, sobretudo, àquela habitação. Por isso, quan-
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social
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Recuperámos esta casa com as economias da vida inteira
do o tio e a mãe decidiram que o mais lógico era vender a casa, falou com a mulher que, como “o coração dele estava a chorar”, o apoiou e decidiram comprar a habitação e recuperá-la. “Com as economias da vida inteira”, mantiveram a traça original da casa onde se destaca a recuperação das madeiras antigas, a pedra e as paredes de 80 centímetros. Tudo com o toque especial do casal, inclusivamente as louças da casa de banho (lavatório) com uma pintura de Victor Costa, e os interruptores a imitar os de antigamente, vindos especialmente de Espanha. Dois mais dois são…três Conheceram-se em 1985, quando Lídia era diretora do jardim-de-infância da Câmara Municipal de Coimbra e, Victor Costa diretor da Beirafrio. Um dia, devido a uma falha na entrega de peixe por parte da Beirafrio,
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encontram-se numa reunião. “Os nossos olhares cruzaram-se e passados uns meses convidei-o para ir ao cinema e ele aceitou”, explica Lídia. Ambos tinham saído de dois casamentos falhados, cada um com um filho: Sérgio (Lídia) e Alberto (Victor Costa). Mais tarde, em, 1987, tiveram o primeiro e único filho em comum, o André. “É o meu, o dele e o nosso”, diz Lídia com um sorriso. “É das poucas situações em que dois mais dois são três. Eu tenho dois filhos, o Victor tem mais dois, mas na realidade eles são três. Costumamos brincar com esta situação”. Dos 26 anos, lembram diversas histórias engraçadas. “Numas férias, em Foz do Arelho, um empregado perguntou se eram todos irmãos. E diz o André: eles os dois são meus irmãos, mas aquele é o filho da minha mãe e aquele do meu pai", refere Victor Costa que descreve o filho André como um rapaz persistente e automotivado. “É como o pai”, realça Lídia. Momentos marcantes Victor Costa, apreciador da boa gastronomia e tecelagem de Almalaguês, relembra a comemoração do 50.º aniversário como um dos momentos mais marcantes. “A minha mulher conseguiu uma coisa que eu achava impossível de conseguir: trazer para aqui os meus amigos de infância, da política, delegados médicos, da pintura, sem eu sa-
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ber. Foram mais de 200 pessoas!”, afirma surpreendido. Lídia também relembra esse dia como uma boa recordação. “Há muitas situações boas, como em todas as famílias às vezes precisamos do apoio do pai e do marido e ele está sempre presente. Tem uma coisa incrível: nunca se esquece do aniversário dos amigos, tem uma agenda com eles todos. É alguém que construiu muitas amizades durante a vida e faz questão de as manter”, afirma. Académica no coração e a arte da pintura nas mãos Victor Costa tem três paixões: o xadrez, a pintura e o futebol. Envergou, com orgulho, a camisola da Briosa dos iniciados até aos seniores, altura em que chegou a servir também a seleção nacional. Uma lesão no braço obrigou-o a deixar o futebol, mas o clube de Coimbra deixou marcas para toda a vida e é por isso que hoje é um academista de gema. A paixão pelo xadrez, jogo que requer concentração e perspicácia, vem do tempo da tropa. “Comecei a jogar xadrez por correspondência, altura em que um jogo demorava três ou quatro anos a acabar”. Tinha orgulho na coleção de 82 tabuleiros de xadrez, em diversos materiais, que guardava na sua casa de Lisboa, até ser assaltado e levarem-lhe tudo. Hoje em dia, recomeça a ter um espólio considerável de tabuleiros. Começou com uma oferta de Natal da sogra e agora muitos são os amigos que lhe trazem tabuleiros das mais diversas partes do mundo. “Houve mesmo um médico que lhe trouxe um tabuleiro com peças de xadrez eróticas”, frisou Lídia de Oliveira. Até o primeiro quadro que pintou, que era para ficar uma recordação para sempre, foi trocado com um amigo que chegou a casa do artista com um tabuleiro de xadrez de pedra esculpida, peça única vinda da Galiza, ao qual Victor Costa não resistiu. A pintura surgiu muito cedo na vida de Victor Costa. Hoje, depois de participar em muitas exposições e bienais de pintura por todo o mundo, tem um sonho que pretende concretizar brevemente: criar um ateliê junto à casa, com paredes em rocha, colunas de pedra, protegido em vidro duplo, e ficar ali no vale, local que o inspira. “Às vezes fico tão embrenhado no meu trabalho que me esqueço das refeições e só me lembro quando começa a anoitecer” afirma, realçando que o problema dos pintores é "a angústia de ter de terminar o quadro. Por isso viram os quadros ao contrário até chegar a vontade de o dar como terminado”, esclarece o pintor.
“Defesa das causas levou-me à política” O atual presidente da junta entrou pela primeira vez na guerra das autárquicas quando ainda estava em Lisboa. “Aconteceu porque eu achava, e ainda hoje tenho a convicção absoluta, que a freguesia de Almalaguês era claramente abandonada pela Câmara de Coimbra. Nunca percebi o porquê deste abandono, embora hoje reconheça as dificuldades que existem por ser uma freguesia com a dimensão que é”. Assim como não compreende que Manuel Machado nunca tenha apostado em Almalaguês. “Tínhamos fundos comunitários para fazer a recuperação da freguesia, então porque é que Almalaguês ficou esquecida no cantinho sul? Porque os custos são enormíssimos e não houve coragem política para avançar. Tem cerca de 3000 eleitores, o que politicamente não tem peso”, afirma. O autarca irrita-se quando defendem que
a Europa Central deve ser solidária com os países periféricos e, chegada a altura da distribuição das verbas para as freguesias, “principalmente às periféricas que são as que mais precisam, já falam de forma diferente”. Agora, realça, está na hora de sair e dar lugar aos mais novos. “Mas saio de cabeça erguida, porque tínhamos promessas que vinham do pós 25 de Abril, e que conseguimos cumprir nestes oito anos”, concluiu.
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Comecei a jogar xadrez por correspondência na altura em que um jogo demorava anos para acabar 63
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estilo
Poder da cor
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Tshirt Diesel – 60€ Casaco Diesel – 199€ Calça – 160€ Sapatilhas Diesel – 95€ 2
Top Farnarina – 112,50€ Calça Farnarina – 121,50€ Blusão Guess – 290€ Tunica Fairly – 142,50€ Calça Guess – 111,50€ Adn Space Rua João de Ruão nº 33 Coimbra Modelos: Joana, Rossana e David Cabelos: Cabeleireiro Natália Lopes Fotos: M. Crespo Maquilhagem: Makeit Up Produção: Black at White Produtor delegado C: Fernando Moura Local: Tecidos de Coimbra Rua das Padeiras, 63, Coimbra
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Santos Cabral, Amorim da Costa e António Arnaut
Cerca da Silva, Piedade Tabela e Hélder Rodrigues
Tradicional saudação às bandeiras
Valdemar Mota, Armindo Andrade e Agostinho Almeida Santos
Isabel e José Alberto Garcia, Dulce Mendes e Emília Cerca da Silva
Rotary Club de coimbra
Justiça em debate
quinta das lágrimas
Serpa Oliva, presidente da Academia de Golfe Quinta das Lágrimas, com alguns dos atletas
Academia de Golfe distingue Campeões Nacionais A Academia de Golfe Quinta das
Carlos Costa Almeida, António Arnaut, Santos Cabral e António Brásio Gomes
O Rotary Club de Coimbra convidou Santos Cabral e António Arnaut para o seu jantar de Fevereiro. O juiz-conselheiro e o advogado abordaram o tema “A Justiça como pilar do Estado de Direito”.
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Arnaldo Paredes foi um dos vencedores
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Lágrimas, presidida por João de Serpa Oliva, assinalou hoje o Dia do Clube, distinguindo os atletas que mais se destacaram ao longo de 2010, incluindo os dois Campeões Nacionais e o bi-Campeão Nacional Absoluto e vencedor do Open Ibérico.
espetáculo no gil vicente
Seabra Santos apresenta "Hoje" Seabra Santos, apresentou em Coimbra, no Teatro Académico de Gil Vicente, o seu Livro/CD “Hoje”. A obra é um projeto de solidariedade a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro que conta com a participação de alguns músicos e cantores.
Vitorino, Luís Represas e Virgílio Caseiro
Seabra Santos
Maria João Vieira e Duarte Nuno Vieira
Laurentino Dias e Rosa Isabel Cruz
Teresa Almeida Santos e Agostinho Almeida Santos
Sofia Almeida
João Gabriel Silva
Carlos Oliveira
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estádio municipal da figueira da foz
Comando Naval A Figueira da Foz recebeu mais um derbie
do distrito de Coimbra. A C esteve nos camarotes do Estádio José Bento Pessoa, por onde passaram dezenas de adeptos da Naval SAD (3) e Académica (1).
António Pinheiro, João Gouveia, António Gravato e João Portugal
Carlos Cidade e Francisco Cidade
João Ataíde e Rosa Amélia
Fernando Pompeu, José Guindeira, Emídio Fidalgo e Carlos Clemente
Horácio Antunes e Aprígio Santos
Verónica Basílio e Nuno Mateus
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José Cid anima Theatrix
O Theatrix by In Tocha levou ao palco “Jazz no Inverno”. Uma noite memorável com o mítico José Cid. O espectáculo que fez recordar os bons velhos velhos tempos do antigo Teatro Avenida.
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penacova
Nova Biblioteca
Henrique Fernandes, Humberto Oliveira, José Junqueiro, Pedro Coimbra e Fernanda Veiga
Penacova inaugurou a Biblioteca Municipal e o Centro Cultural. A cerimónia contou com a presença de José Junqueiro, secretário de Estado da Administração Local.
Eugénia Abrantes, Jorge e Isabel Rosado
Henrique Fernandes, Pedro Coimbra, Maurício Marques, Humberto Oliveira e Amândio Torres
António Arnaut e Fernando Regateiro
A nova loja em Cantanhede
Inauguração
Chocolate Chocolate franchising com diversas lojas na região centro, abriu novo estabelecimento em Cantanhede. Os convidados para a inauguração não conseguiram resistir à tentação de apreciar os mais diversos sabores.
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Humberto Oliveira, José Junqueiro, Pedro Coimbra e Henrique Fernandes
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Um ano de Black@White A Black@ White, agência de moda e eventos, comemorou o seu 1º aniversário no NB Coimbra. O branco e o preto marcaram este grande evento, que contou com a presença dos colaboradores e amigos da empresa gerida por Élio Rebelo e Daniel Casteleira.
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aldeia global
destaques tv Benfica-Estugarda Quinta-feira, dia 17, às 18H00, na Sporttv1.
Rangers-Sporting Quinta-feira, dia 17, às 20H05, na Sporttv1.
"Voo Directo" Dois continentes. Quatro amigas. A vida a 900 km/h. Esta é a história de quatro amigas que, apesar da turbulência da vida, nunca deixaram de acreditar no amor…nem em si próprias. Sexta-feira, dia 18 de fevereiro, às 21H00, na RTP1.
"Mais luz sobre o coração" Um fascinante documentário sobre a investigação de alguns dos mistérios do coração feito por cientistas situados na linha da frente. Histórias incríveis de todo o mundo parecem sugerir que o coração é um órgão muito mais complexo e misterioso do que se pensava. Sexta-feira, dia 18 de fevereiro, às 23H45, na RTP2.
"Orgulho e preconceito" Baseado no livro homónimo de Jane Austen, o filme conta a história das cinco irmãs Bennet, todas educadas pela sua mãe com um único objetivo de vida: encontrar um marido. Sexta-feira, dia 18 de fevereiro, às 22H00, no Sony Entertainment Channel.
"Gostos e sabores" Programa sobre gastronomia em que se fazem e ensinam receitas das cozinhas portuguesa e internacional, tendo sempre um convidado que expõe os seus dotes e gos-
destaques net tos culinários. O programa é conduzido pelo chefe Hélio Loureiro, o cozinheiro da seleção nacional de futebol. Sábado, dia 19 de fevereiro, às 17H30, na RTPN.
"O amor e outros desastres" Emily vive uma vida acelerada. Boa profissional, é ainda uma casamenteira do melhor, mas de tanto se concentrar nos outros descura o amor de alguém próximo. Sábado, dia 19, às 21H30, no Canal Hollywood.
é o primeiro clube de moda online em Portugal. O Clube Fashion apresenta diariamente campanhas de curta duração das principais marcas de roupa, calçado, relógios, tecnologia, decoração, casa, gourmet... sempre com descontos entre 30 e 80 por cento. www.groupon.pt
"A flecha quebrada" Um western que revolucionou Hollywood, com James Stewart e Jeff Chandler. Domingo, dia 20 de fevereiro, às 21H15, na RTP Memória.
chamam-lhe o “poder da compra coletiva”. Todos os dias pode encontrar, em www.groupon.pt, um desconto imbatível nas melhores coisas para fazer, ver, comer e comprar na sua cidade.
Sporting-Benfica
www.jornaisdodia.com
O dérbi dos dérbis, o clássico dos clássicos. Até pode não haver muito em jogo, mas um Sporting-Benfica é sempre um Sporting-Benfica… Em Alvalade, os encarnados procuram aproximar-se do FC Porto. Os leões querem recuperar a garra. Segunda-feira, dia 21 de fevereiro, às 20H15, na Sporttv1.
"Lie to me" O drama criminal inspirado nas descobertas científicas de um psicólogo da vida real que consegue ler pistas nas caras, corpo e expressões humanas, estreia a sua terceira temporada na FOX, na quarta-feira, dia 23 de fevereiro, às 22H00.
TED TALKS - Ideias que vale a pena propagar TED (Technology, Entertainment and Design), criada em 1984, nos Estados Unidos da América, como um evento isolado, tornou-se, a partir de 1990, num ciclo de conferências anuais, originalmente com ênfase nas áreas da Tecnologia e do Design. Com o lema “Ideas worth spreading”, estas conferências são realizadas em diferentes locais do planeta, oferecendo uma grande variedade de temas, sempre ligados à ciência e à cultura. Os maiores pensadores do nosso tempo partilham, com o mundo, a sua visão de forma inovadora e eficaz em apenas 18 minutos. Deixe-se inspirar por pessoas tão diferentes como a escritora Elizabeth Gilbert ou o chefe Jamie Oliver. SIC Radical, sábado, às 20H30.
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com um simples clique, fique a saber tudo o que se passa no país e no mundo. O www.jornaisdodia.com permite-lhe subscrever a newsletter que lhe envia, todos os dias, para o e-mail, as capas das principais revistas e jornais generalistas, económicos e desportivos do país. www.daylife.com num só local saiba tudo o que
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casino figueira
Katia Guerreiro em concerto com "Viana Fica no Coração!" O concerto de Katia Guerreiro, no sábado, às 23H00, integra o evento dedicado a Viana de Castelo que decorre até ao próximo domingo, no Casino Figueira. A fadista é uma admiradora fervorosa da cultura alto-minhota, ostentando sempre uns brincos "à rainha" tão característicos dessa mesma cultura, e cantará no concerto do Salão do Caffé do Casino Figueira o célebre poema de Pedro Homem de Mello "Havemos de ir a Viana", que é um hino à cidade de Viana do Castelo. Katia Guerreiro é hoje uma intérprete consagrada e reconhecida como uma notável embaixadora da música portuguesa. Desde o início da sua carreira tem apresentado o Fado um pouco por todo o mundo, com atuações nos mais importantes palcos e festivais de música internacionais. Destaque, na discografia de Katia Guerreiro, para Fado Maior (2001); Nas Mãos do Fado (2003); Tudo ou Nada
Prova de vinhos comentada das Terras de Geraz Com degustação da gastronomia de Viana do castelo Integrada no evento "Viana é Amor", uma prova de vinhos dá a conhecer o néctar Terras de Geraz. O vinho originalmente típico desta região é o vinho tinto, oriundo das castas tradicionais Vinhão, Borraçal e Doçal. Acompanha muito bem os pratos fortes da gastronomia da região. Os vinhos verdes brancos, maioritariamente oriundos da casta Loureiro, são frescos, leves, de cor citrina, com aroma muito subtil e frutado e têm vindo a conquistar as preferências dos consumidores, quer no nosso país, quer no estrangeiro.
(2005); Fado (2008); Os Fados do Fado (2009). Tem feito também diversas parcerias e encontros musicais com reputados artistas, nacionais e estrangeiros. Em toda a sua carreira, Katia tem demonstrado a preocupação de privilegiar a poesia dos maiores nomes da literatura portuguesa. A Câmara Municipal de Viana do Castelo, que este ano é simultaneamente Cidade do Vinho e Capital Cultural do Eixo Atlântico, promove até ao próximo domingo, no Casino Figueira, a iniciativa "Viana é Amor", que começou a 11 deste mês. O programa incluiu manifestações variadas da cultura vianense, desde a gastronomia à etnografia, passando pela ourivesaria, pela música e pelo artesanato contemporâneo, incluindo a apresentação nacional da nova marca de Viana com o espectáculo da fadista Katia Guerreiro, no sábado. O preço da entrada é de 15 euros.
casino figueira seg.21.22H00 Teatro ao Luar Casa de Pais qui.24.20H30 Jantares com História com Gonçalo Cadilhe sex.25.10H00 Ateliê de Dança com Gabriela Figo sáb.26.16H00 Quando eu for grande quero ser piloto de aviões Tarde infantil e exposição 73
ideias dos outros
“Solidariedade de Portugal para o Mundo” luís de matos
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No meio de uma profunda crise de valores e de princípios, a 'Forever Kids' deu um notável exemplo. E nós, o que podemos fazer?
Aquando da catástrofe que assolou o Haiti, Luís Figueiredo e alguns amigos fundaram a "Forever Kids", uma associação humanitária com vontade de atuar e fazer a diferença. Juntaram toneladas de donativos e levaram-nos ao Haiti. Por cá, salvaram uma comunidade de imigrantes clandestinos e não querem parar por aí. Revoltado com a indiferença de muitos, querem ser uma espécie de clube de solidariedade internacional. O impulsionador da "Forever Kids" viu na televisão uma reportagem sobre mais uma comunidade de clandestinos que chegaram a Portugal à procura de um sonho. Durante dois meses, nas traseiras de uma antiga fábrica de bolachas em Almada, 30 cidadãos romenos e búlgaros passaram fome e frio. Em três dias, a "Forever Kids" conseguiu fazer aquilo que entidades oficiais se recusaram sequer a ver. Atualmente estão a desenvolver uma campanha com vista à construção de uma escola no Haiti. Um tijolo custa apenas 17 cêntimos. Com 10 euros compram-se 60 tijolos dos 2100 necessários para fazer uma sala de aulas. O desastre do Haiti há muito deixou os telejornais mas, um ano depois, milhares de crianças estão sem escola e a viver em condições desumanas. Não, nós não podemos permanecer indiferentes.
ação. No fundo, a diferença na absoluta indiferença. Nunca é tarde. Em França, o senhor Stéphane Hessel acaba de abanar o país com um ensaio intitulado "Indignez-vous!". Um convite encorajador a que nos indignemos. Já vendeu 600.000 cópias e pode ser encontrado em várias línguas na Internet. E sim, nunca é tarde. O autor, o senhor Hessel, tem 93 anos de idade. O Luís Figueiredo indignou-se e conseguiu mudar vidas. Estou certo de que tão importante como a consequência objetiva da sua ação será a forma como cada um de nós poderá rever-se na sua atitude e iniciativa. Estamos a viver uma crise profunda. Não, não me refiro à económica. Não podemos ficar indiferentes. Porque não pensar em tudo aquilo que poderíamos mudar à nossa volta, bem perto de nós?...
No meio de uma profunda crise de valores e de princípios, a "Forever Kids" deu um notável exemplo. E nós, o que podemos fazer?
Muitos dirão que por cá também há muito a fazer e é verdade. Este espaço destinha-se a partilhar "ideias dos outros". Ideias que, a todos os níveis, se destacam pela sua singularidade. Basicamente, a ideia principal é a de que, se de facto quisermos, podemos sempre fazer a diferença. A diferença entre o conformismo e a
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17 FEVEREIRO 2011
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