Mor.te 1 Ato ou fato de morrer. 2 Fim da vida animal ou vegetal; termo da existência. 3 Pena capital. 4 Destruição, perdição. 5 Pesar profundo. 6 Fim, termo. 7 Mit Divindade representada por um esqueleto humano armado de uma foice e que a crendice popular supõe ceifeira de vidas. M. agônica: a que é precedida de agonia. M. civil: perda de todos os direitos e regalias civis. M. da alma: estado da alma perdida pelo pecado. M.-do-diabo: (Scabiosa
planta
dipsácea
succisa).
M.
eterna, Teol: a do pecador condenado por toda a eternidade. M.-luz: o mesmo que morte-cor. M. macaca: morte desastrosa e inglória. M. moral: perda de todos os sentimentos de honra. M. natural: a) perda da vida por sentença judicial; b) morte por doença ou velhice. M. súbita: morte rápida e imprevista. M. violenta: a que é causada por desastre, homicídio ou suicídio. De má morte: de má índole; mau. De morte: a) mortal: Ódio de morte; b) danado, terrível, insuportável. Entre a vida e a morte: em perigo de vida. Para a vida e para a morte: para sempre. Pensar na morte da bezerra: ficar apreensivo; meditar tristemente. Ter visto a morte: haver escapado de grande perigo de vida.
C A PA C E C Í L I A A B S
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O Assasino Do Relógio O corpo da sua bela noiva partiria para a Rússia na manhã seguinte. Seria sepultada na sua terra natal, onde dois anos antes ele a conhecera durante uma investigação que para lá o encaminhara. Agora, sentia a desolação, acompanhada pelo melancólico voo dos morcegos que ao sabor da brisa outonal o acompanhavam nessa noite. Um solitário que contemplava o vazio da sua existência. Decidiu que deixaria a polícia quando deslindasse o famoso caso do “assassino do relógio”, ao qual dedicara toda a sua carreira. Procurou conforto nos seus estudos e pesquisas, percorreu todos os cantos do mundo e todas as teorias, mas por mais que procurasse, o vil assassino continuava na impunidade das suas acções. Por vezes, acordava em sobressalto com o tique-taquear de um relógio a picar-lhe no cérebro ou a imagem da sua noiva a dançar no interior de uma ampulheta. Nada a traria de volta. Anos mais tarde, no seu leito de morte, com o caso ainda por resolver, proferiu estas últimas palavras: - Ninguém apanhará alguma vez o “assassino do relógio”, pois o “Tempo” é impossível de controlar e não há escapatória para a sua sentença: a “Morte”. Emanuel R. Marques
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A diversão Poderíamos nos perguntar por que tantas
miséria que o faz não querer pensar em si a
tos, onde ele perde nosso rastro e
pessoas se interessam e se arriscam em
qualquer custo, pois o pensar em si, o pensar
perde-nos. Quando diante de experiências
diversos afazeres e distrações, desde os
na sua condição de miséria é uma dor
fortes, angustiantes, a qual não conseguimos
mais fúteis ate os mais nobres, os mais
constante que não suportamos. Portanto o
parar de pensar e de sofrer, o melhor á fazer
seguros até os maisperigosos como,
ato de pensar nos faz grande e miserável ao
é, dar uma resposta que domine o problema,
viagens, praias, praças, culinárias, conver-
mesmo tempo.
mas quando isso não é possível, o melhor é
sas e convenções, televisão, internet, jogos
Toda nossa movimentação consiste na
tentar pensar em quaisquer outras coisas ou
olímpicos, copa do mundo ou praticas de
infelicidade natural de nossa condição fraca
nos ocuparmos com qualquer ocupação que
esportes, trabalhos, religiões, políticas,
e mortal, e tão miserável que nada nos pode
não nos faça lembrar do problema, e quanto
filosofias, ciências, namoros, casamentos,
consolar quando a consideramos de perto,
mais coisas diversas conseguirmos pensar e
casas, carros, empregos, artes, estudos,
ficaríamos pensando nos males quepoderi-
fazer, melhor; vamos de pensamento em
drogas, status, guerras, morte, etc. Qual o
am nos afetar, nas doenças, nos ataques, nos
pensamento, de afazeres em afazeres para
motivo das diversas ações e movimentações
maus-tratos, nos incômodos, nas revoltas,
não pensar no que nos aflige, assim nos
humanas, as diversões (diversão significa
nas opressões, nos danos e prejuízos, nas
distanciamos dele e nunca encaramos, é
desvio). Os filósofos Montaigne e Pascal
ofensas, nas mágoas, nos enfados, nos
como um drible, pois é o único jeito que
pensaram sobre isso e concluíram que
desgostos, nas ameaças em gerais que a
temos de lidar com a morte e seus males,
fazemos o que fazemos para não pensarmos
vida nos impunha, podendo chegar à morte, e
distrair, desviar, divertir.
na morte, nas suas ameaças, em seus
nada nos consolaria. Diante disso, buscamos
pesares, pois não somos capazes de
qualquer outra coisa que não seja pensar em
suporta-la, não somos capazes de suportar
nós mesmos, ate nos expomos em castigos,
nossa condição miserável de mortal, preferi-
perigos e ate mesmo a morte, para não
mos até mesmo a própria morte do que
pensarmos na morte.
pensar nela.
Já Montaigne nos diz que raramente
Para Pascal, o homem é um paradoxo de
atacamos de frente os males, não a fazemos
miséria e de grandeza, a mais excelente
suportar nem abater sua investida, fazemos
criatura e ao mesmo tempo a mais
que se afaste e se esquive, devido à nitidez
miserável, devido a sua capacidade de
da nossa fraqueza diante da morte e de seus
pensar (a razão), isso o faz esta acima de
males, de seus ataques, ela é mais forte, não
tudo que existe na natureza, pois as coisas
podemos lutar contra ela porque não somos
que existem não são capazes de pensamen-
capazes de vencê-la, a única arma que temos
tos, olhemos para um animal qualquer, uma
é desenvolver habilidades para evita-la,
planária ou um leão, não são nem grandio-
distanciando, desviando, divertindo. Essa é a
sos, nem miseráveis, por que não sabem
receita que Montaigne no dá, quando um
disso. Conhecer nossa condição racional nos
pensamento penoso nos domina, é mais
faz ao mesmo tempo sermos grandiosos e
simples, em vez de domá-lo, muda-lo; substi-
miseráveis, se não há conhecêssemos, não
tuo-o, se não puder por um contrário, ao
seriamos nem grande nem miserável. Essa
menos por um outro. Sempre a variação
capacidade que temos nos faz miseráveis,
alivia, dissolve e dissipa. Se não podemos
por nos fazer saber da nossa condição de
combate-lo, escapa-lhe e, fugindo dele,
mortal. O ato de pensar então, tanto atrai o
desviar, despistar, mudando de lugar, de
homem como repeli. Há uma grandeza que o
ocupação, de companhia, escapa em meio à
faz pensar em si, mas há também uma
multidão de outras ocupações e pensamen-
Jhonatas de Castro
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