CONEXÃO Nº 2 • 2015 • shp.org.br
ISSN 2446-6018 • R$ 14,90
EXPEDIENTE DIRETORIA EXECUTIVA SHP PRESIDENTE: ROMEU
LOUREIRO FERREIRA LEITE JR. B. GERDAU JOHANNPETER DIRETOR-SECRETÁRIO: GILBERTO M. ROSSETTI DIRETORA-TESOUREIRA: PATRÍCIA FERREIRA LEITE MARCO ANTONIO VICE-PRESIDENTE: CARLOS
EQUIPE SHP
MORAIS DE OLIVEIRA COMUNICAÇÃO E MARKETING: RENATO ARANTES LOES ASSESSORIA DE IMPRENSA: CAROLA MAY ESPORTES, SALTO E ESCOLA DE EQUITAÇÃO: CONSTANTINO SCAMPINI FINANCEIRO E TÊNIS: HERMES EDUARDO MOREIRA FILHO GOLFE: CARLOS ALBERTO CORDEIRO DAMIÃO JURÍDICO: MOACIR ZILBOVICIUS OUTROS ESPORTES: ALEXANDRE KIEFFER FERREIRA PLANO DIRETOR, OBRAS E POLO: PEDRO DE MORAES DANTAS RECURSOS HUMANOS: RENATO MENDES BAPTISTA SOCIAL: PATRÍCIA FERREIRA LEITE MARCO ANTONIO VILA HÍPICA: CAIO SCANTAMBURLO COSTA
EDITOR DA REVISTA SHP
ADESTRAMENTO: ALEXANDRE
ENDEREÇO SHP
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JACY DO PRADO BARBOSA NETO CONSELHO EDITORIAL
ADRIANA CHAMLIAN, ALEXANDRE DOREA, BASSY MACHADO, DIOGO KORTE, FERNANDO STICKEL, GISELE GRAÇA, JACY DO PRADO BARBOSA NETO, LUIZ EDUARDO MOREIRA CAIO, MIDORI NEY, PAULO NEVES, SABRINA SPINELLI E FLAVIA SPADONI NEVES COLABORADORES DESSA EDIÇÃO ARTE DA CAPA LEONARDO
DA VINCI (ESTUDOS DO CAVALO 1490) KENDI GASTRONOMIA CHEF CARLA PERNANBUCO E BARTENDER ALEXANDRE D’AGOSTINHO CRÔNICA GUGA CHACRA EMBOCADURA CATARINA CAPELA HERZ DESTINOS PAULO JUNQUEIRA DE ARANTES EQUITAÇÃO CIRO NETO E FLAVIA SPADONI NEVES CSI & CSN INDOOR CAROLA MAY COPA HERMÈS LUIZ FELIPE VERDI E IAN ANDRADE DESTAQUE SYLVIO ROLIM CURIOSIDADES RICARDO GONÇALVES MODALIDADES EDUARDO BORBA E MIDORI NEY AGRADECIMENTO ESPECIAL À HELOISA SAAD PELO APOIO PRESTADO *SUGESTÃO DE CAPA EDGAR
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ANDRÉ LEITE DIRETOR ADMINSTRATIVO JOÃO PAULO DE OLIVEIRA LEITE EDITORA EXECUTIVA BRUNA M. DE CARVALHO CARDOSO DE ALMEIDA ANA PAULA POPOLIN EDITORA LUCIANE COELHO EDITORA DE ESTILO KÁTIA HELEN COSTA PROJETO GRÁFICO DANIEL MANARELLI DIRETORA DE ARTE JÉSSICA BARBOSA ASSISTENTE DE ARTE DANILO BELOTI JORNALISTAS FERNANDA ROMERO E KADIDJA TOURE REVISÃO ARIANE GREPI EXECUTIVA DE CONTAS (SÃO PAULO) CARLA REGINA STURARO FINANCEIRO NAYARA CAROLINE GREPI IMPRESSÃO E PRÉ-IMPRESSÃO PROL GRÁFICA DIRETOR GERAL
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CARTA DO EDITOR
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uito tempo antes de imaginar que um dia pudesse me tornar Presidente da Sociedade Hípica Paulista, eu já era apaixonado pelos cavalos e pelo Clube. Equilibrar razão e paixão, nem sempre foi tarefa fácil para mim. Mas creio, intimamente, que a combinação dessas duas forças na dosagem certa, é o melhor combustível que disponho para mover minhas ações como Presidente. Cavaleiro, concursista e criador, sou amante dos torneios hípicos. E a sua realização é uma forma importante de captação de sócios e patrocionadores, divulgação do esporte e preservação do prestígio do Clube e de seu maior patrimônio: o cavalo e o cavaleiro. Garantir o brilho de torneios como o Indoor e a Copa São Paulo, sem dúvida são prioridades na minha escala de decisões. Também não medimos esforços na promoção dos Rankings de Salto, Adestramento, Torneios de Polo e Volteio. A Escola de Equitação é um capítulo à parte que merece uma atenção muito especial, pois é nela que, como a meu exemplo, se formam cavaleiros e novos sócios. Porém, nem só de torneios pode viver a Hípica. Existe o dia a dia do Clube, a convivência prazerosa com os amigos associados. Minha gestão é participativa e minhas escolhas compartilhadas. E sua abrangência é para todos os sócios sem distinção. O que significa um convite a todos que se interessam pelo Clube na riqueza de sua diversidade. Tenho a sorte de poder contar com a parceria e o apoio do Conselho Deliberativo. E o privilégio de ter uma Diretoria presente, de extrema competência. Junto com ela, formulamos um programa de gestão muito próximo daqueles aplicados nas empresas, valorizando a austeridade e controle organizacional, na certeza de que são preceitos fundamentais para sustentarmos sem surpresas, o padrão de qualidade que nossos sócios esperam do Clube. A busca desse caminho de excelência é um eterno exercício de superação. E como nos concursos, os obstáculos são o nosso desafio. Mas que ninguém duvide de nossa coragem e da firmeza nos propósitos de tornar a nossa Hípica, cada vez mais um motivo de nossa paixão. Abraços, Romeu Ferreira Leite Jr PRESIDENTE SHP
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SUMÁRIO
Nº2 • ANO I • 2015
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10 DESTAQUE • As escolhas de Sylvio Rolim 12 MODA • Elegância na medida certa 14 ENTREVISTA • Um bate-papo descontraído com a amazona Luciana Diniz
18 CURIOSIDADES • Assuntos do universo Hípico
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23 ESPORTES • Corpo e alma em movimento 24 PELO MUNDO • Sonhando acordado no Grand Palais 28 MUNDO SHP • Copa São Paulo 2015 32 GASTRONOMIA • Azeite e seus sabores 36 SABORES • Salto duplo
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40 DESTINO • Cavalgada no Rio Grande do Sul 44 ESPECIAL • Esporte com estilo 46 MODALIDADE • A arte da Doma 47 CULTURA • Carga cultural
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48 CSI-W INDOOR • Os 25 anos do Concurso de Salto Internacional e Nacional Indoor 50 CRÔNICA • Polo por Guga Chacra shp.org.br facebook.com/sociedadehipicapaulista instagram.com/sociedadehipicapaulista
DESTAQUE
AS ESCOLHAS DE SYLVIO ROLIM Modelos e marcas clássicas fazem parte do dia a dia do empresário e apaixonado por relógios POR: LUCIANE COELHO FOTOS: DIVULGAÇÃO
JAEGER LECOULTRE Q2718410 PIAGET ALTAPLANO CALIBER 1200-D
ROLEX DAY DATE
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DESTAQUE
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om o objetivo de cronometrar o tempo de voo dos seus aviões, o brasileiro Santos Dumont encomendou ao joalherio Cartier um modelo que ficasse fixo no braço, facilitando assim o seu trabalho. Em 1904, Cartier apresentou, com uma pulseira de couro, um relógio de pulso. A invenção foi batizada de Santos. Mas foi a partir da Primeira Guerra Mundial que o relógio de pulso marcou o seu lugar, já que os soldados precisavam de um acessório prático para o controle das horas. Desde então, o relógio é um acessório indispensável. Apaixonado por relógios, Sylvio Rolim começou a trabalhar aos 17 anos com seu pai, que sempre trabalhou com joias. No ano seguinte, vendeu o seu Rolex de uso pessoal para um amigo, o que despertou o seu lado para o business. A experiência rendeu frutos e hoje 98% dos negócios do empresário são relógios. Conhecendo relógios como poucos, Sylvio Rolim sugere para os fins de semana na praia, um relógio mais esportivo. Para o campo, a sua escolha é um clássico Jaeger Lecoultre reverso, próprio para jogar polo. Para uma ocasião mais formal, segundo Rolim, o ideal é um relógio com uma pulseira em couro como um Patek, Vacheron ou até mesmo um Piaget. Símbolo de luxo e poder, marcas como Rolex, Patek Phillipe, Jaeger Lecoutre, entre outras, fazem parte da wish list daqueles que apreciam relógios e dão valor à altíssima precisão de cada segundo.
PIAGET LIMELIGHT
ROLEX GMT OYSTER PERPETUAL
PATEK PHILIPE 5146
ROLEX COSMOGRAPH DAYTONA
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CORES LEVES PARA O VERÃO 2016
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Aposte nos tons mais claros e delicados para enfrentar os dias mais quentes do ano 1 SAPATO VALENTINO GARAVANI • 2 SAIA MIDI FENDI • 3 PULSEIRA EM OURO ROSÉ E PRATA GIVENCHY 4 VESTIDO TALIE NK • 5 PIJAMA DE SEDA STELLA MCCARTNEY • 6 BOLSA CHRISTIAN LOUBOUTIN • 7 GLOSS BURBERRY • 8 BRINCOS DE OURO CHLOÉ
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ALÉM DAS TENDÊNCIAS Camisas e bermudas são algumas peças-chave e atemporais que podem faltar no guarda-roupa masculino 1 CAMISA POLO LACOSTE • 2 SAPATO OXFORD RICARDO ALMEIDA • 3 PORTA CARTÃO BURBERRY 4 CAMISA JEANS POLO RALPH LAUREN • 5 BONÉ TOMMY HILFIGER • 6 BERMUDA NOIR • 7 CINTO REVERSÍVEL DE COURO VERSACE COLLECTION 8 ÓCULOS DE SOL AVIADOR RAY-BAN • 9 LENÇO DE BOLSO DOLCE&GABANNA
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ENTREVISTA
EXCELÊNCIA HÍPICA Competindo por Portugal e trabalhando em um projeto social, a amazona Luciana Diniz nos conta a sua rotina e seus planos POR: JACY DO PRADO BARBOSA NETO E PAULO NEVES FOTOS: DIVULGAÇÃO
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qui é um lugar lindo de se viver, depois que deixo meus filhos na escola, vou meditar, caminhar e correr nas margens do Reno.” Assim Luciana Diniz fala de sua casa em Sankt Augustim nos arredores de Bonn, agradável cidade de pouco mais de 300 mil habitantes, no estado da Renania do NorteVestfalia, cidade natal de Beethoven e antiga capital do reino da Prússia. Depois vai ao encontro de seus cavalos em Wachtberg, trinta minutos de carro por uma estrada cercada de bosques e prados onde pastam plácidas vacas holandesas, com casas de telhado inclinado e de onde se avistam picos de origem vulcânica que são inúmeros na região. Durante muitos anos a casa de Luciana e seus dois filhos gêmeos, de seus cavalos e suas flores foi em Furstenau, pequeno distrito na Baixa Saxonia, a pouco mais de 100 quilômetros de Hanover. A mudança melhorou ainda mais a qualidade de vida da família, que já era muito boa. Luciana nasceu com cavalos ao seu lado. Sua mãe, Lica Diniz, foi, oito vezes seguidas, campeã brasileira de adestramento. O pai, Arnaldo Diniz exímio jogador de polo na Hípica Paulista e seus irmãos, Fabio e André, detiveram o maior handicap do polo brasileiro. Aos 8 anos foi Campeã Brasileira de Adestramento, mas abandonou esta modalidade com a traumática morte de seu cavalo Marko. Aos 11 anos começou a saltar e traçar uma carreira regular e ascendente que começou na Hípica Paulista e continua pelo mundo. Defende, desde 2006, as cores de Portugal depois de uma desavença com o comitê brasileiro sobre a participação de seu cavalo Dover
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de 18 anos no Campeonato Mundial. Competiu por Portugal com Dover e foi top 25 entre mais de 170 cavaleiros. Com decepções, como qualquer atleta, mas repleta de vitórias importantes segue a carreira de Luciana. Em 2015 liderou por dois meses o Global Champions Tours e agora se mantém na vice-liderança à frente de lendas do hipismo mundial. Luciana tem uma elegância esbelta, é delicada e atenciosa com um jeito feminino nas atitudes e no carinho que dispensa aos cavalos. Não nos faz supor a autoridade que demonstra ao montar. O cavalo é um parceiro com o qual se comunica através do corpo e da mente. Ao encarar uma paralela de 1,60 metros de altura não há titubeios, com o espírito e o corpo esguio e bonito, transmite a certeza de que o salto é possível e será bom; não há outra opção. A atitude mental usada para transmitir as ordens ao cavalo depende de uma energia que é cuidadosamente trabalhada e esmerada com a ioga, a meditação, a alimentação, os exercícios e o auxílio de “mental trainers”. Como Ayrton Senna, Luciana tem seus psicólogos esportivos que fazem às vezes de um Nuno Cobra. As horas disponíveis são dedicadas ao Projeto Grow que cuida de transmitir esta atitude às crianças. Propõe novas abordagens educacionais para incrementar o desenvolvimento da inteligência com saúde emocional. O equilíbrio físico e mental é a causa do bem-estar emocional e físico e de um relacionamento sustentável consigo mesmo. É nisto que acredita e tenta transmitir às crianças. Confira a seguir uma entrevista exclusiva com Luciana Diniz.
ENTREVISTA
LUCIANA DINIZ MONTA FIT FOR FUN
SHP • Você faz parte de uma família tradicionalmente ligada ao hipismo. Sua mãe foi grande expoente do adestramento e, certamente, influenciou sua formação como amazona. Você poderia explicar o quanto foi importante essa base de adestramento para o salto? Luciana Diniz • Sim, o fato de começar no adestramento
com minha mãe me ajudou a ter uma boa postura e elegância. SHP • Como é morar na Europa? Suas raízes brasileiras não entram em conflito com o modo de vida europeu? Como é o lugar onde mora? Luciana Diniz • Eu amo meu lugar novo, meus filhos e meus
cavalos também. Estamos muito felizes aqui. SHP • Atualmente você lidera o ranking do “Global Champions Tour”, a Fórmula 1 do hipismo mundial. Com quantos cavalos você conta para essa conquista? Luciana Diniz • Eu estou em segundo lugar depois de liderar por meses e conto com meus fiéis Winningmod e Fit for fun, Lennox e Sakann. Só tenho cinco cavalos e a Lady Lindenhof. SHP • Você, além de trabalhar e manter os cavalos de concurso, se dedica ao preparo de novos cavalos? Você tem tempo para trabalhar esses cavalos mais novos? Você conta com a ajuda de alguém? Luciana Diniz • Não tenho tempo para cavalos novos e um cavaleiro húngaro os prepara para mim. SHP • Como se prepara fisicamente? Tem algum método para treinar o emocional, a força mental, a concentração? Como é o aquecimento antes de uma prova importante? Luciana Diniz • Já trabalhei com vários mental trainers e agora desenvolvi meu próprio método e o sigo: faço bastante meditação e adoro. SHP • Em relação às competições internacionais, você pretende disputar as Olimpíadas por Portugal, país que você atualmente representa? Pretende vir ao Rio de Janeiro?
Luciana Diniz • Eu sempre tive um sonho de participar de alguma Olimpíada e, principalmente, no Brasil. Estou em fase de me classificar para provas individuais por Portugal. SHP • Conte um pouco sobre seus filhos. Eles têm se interessado pelo esporte? Luciana Diniz • Meus filhos adoram jogar tênis. Um deles quer ser profissional e já treina muitas horas por semana. Eu o incentivo e ajudo em sua preparação. SHP • Você ministra clínicas ou participa de projetos especiais voltados ao ensino da arte da equitação? Luciana Diniz • Eu não dou clínicas, mas faço, de vez em quando, eventos que eu adoro, como está no meu site no Your Way Galery e no DVD do My Dream. SHP • Gosta de ler? Luciana Diniz • Amo ler e leio muito. Estou escrevendo livros e este ano espero que um deles seja publicado. Será uma inspiração a qualquer pessoa, espero. SHP • Com que frequência você visita o Brasil? Luciana Diniz • Acabei de chegar do Brasil, vou de 3 a 4 vezes por ano e amo estar aí com minha família toda. SHP • O apoio de patrocinadores é essencial para a disputa de torneios internacionais. Você conta com o apoio de alguém ou de alguma empresa? Luciana Diniz • O apoio de patrocinadores e proprietários é essencial. Tenho a sorte de contar com dois excelentes proprietários, o Edouard de Rothschild e meu pai. Já tive muitos patrocinadores nos últimos anos, como AMG, Aegon, Banque Prive Espírito Santo e outros. SHP • Qual o conselho você daria para os jovens talentos nacionais, que desejam seguir uma carreira internacional? Luciana Diniz • Sigam sempre seus sonhos e planejem cada passo para chegar ao seu objetivo, contando com todos os obstáculos a vir.
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Responsável Técnico: Dr. Octávio Fernandes CREMESP 142032
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CURIOSIDADES
CONHEÇA UM POUCO MAIS SOBRE EMBOCADURAS POR: CATARINA CAPELA HERZ FOTOS: DIVULGAÇÃO
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xistem dois tipos de embocaduras: os bridões, que têm uma argola onde as rédeas e cabeçada são atadas, e os freios, que possuem argolas distintas para conexão da cabeçada e das rédeas. Os dois têm funções diferentes. Enquanto o bridão força o cavalo a manter a cabeça numa posição elevada, o freio a abaixa. Para descobrir o tamanho adequado de cada embocadura, os dentistas veterinários utilizam um instrumento medidor de boca, mas se você quiser descobrir sozinho, use um pedaço de barbante ou um palito de madeira e posicione-o dentro da boca na altura das comissuras (cantos dos lábios). Marque o barbante no local onde este encosta na pele. A medida obtida corresponde ao tamanho utilizado nas embocaduras retas como os freios. No caso de bridões articulados e/ou de argolas móveis, acrescente a essa medida 0,5 cm (1/4”) de cada lado. Para bridões de argolas fixas (d’agulha, Chantilly, ou em “D”) não há necessidade de deixar muita distância das comissuras, já que há menor risco deles beliscarem a pele.
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ESCOLHA A POTÊNCIA DA SUA EMBOCADURA Em geral, bridões de bocado mais grosso têm ação mais suave e os mais finos ação mais severa sobre a boca do cavalo, isso porque quanto mais grosso ele for, maior a área de distribuição da pressão da embocadura. A exceção ocorre nos cavalos de língua grossa ou palato baixo, já que bridões mais espessos causariam maior desconforto pela falta de espaço na boca. Quanto aos freios, quanto mais comprida a haste ou câimba, maior sua severidade. O ajuste da barbela também contribui para maior ação do freio. Ela deve ser ajustada deixando a folga de um dedo indicador. Barbelas mais finas são mais agressivas. Os freios com hastes retas são mais fortes que os com hastes em “S”. Em relação ao formato do bocado, os em meia-lua ou retos são mais brandos, os com ponte em “U” intermediários, e os em “V” mais severos, porque quando acionados pressionam mais o palato do cavalo. MATERIAIS USADOS NA COMPOSIÇÃO DA EMBOCADURA A presença de cobre na composição do bridão é importante porque seu sabor adocicado estimula a salivação do animal e leva à maior descontração da mandíbula. Como o cobre sofre desgaste muito rápido, a associação com outros metais tem a vantagem de aumentar a durabilidade da embocadura. O aço é outro material muito usado em bridões de menor custo, com a desvantagem de não ter sabor. Porém, quando derretido e resfriado e depois moldado, adquire coloração azulada e sabor adocicado estimulando, assim, a salivação. É chamado o “Sweet iron”. Para animais sensíveis ao metal existem ainda os bocados de borracha, “Nathe” (poliuretano), o “Happy mouth” (plástico com sabor de maçã), e, mais recentemente, o silicone. TIPOS DE BRIDÕES, SUAS AÇÕES E SUAS INDICAÇÕES 1 Bridão de argolas (Loose ring snaffle): Como as argolas correm livremente sob a ação das rédeas, há movimentação vertical e horizontal do bocado. É uma das embocaduras mais suaves que existem porque dissipa a intensidade da mão do cavaleiro nesse jogo das argolas.
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CURIOSIDADES
BRIDÕES ESPECIAIS 2 Bridão Chantilly (Eggbutt), em “D”, e d’agulha (Full cheek): Nesses três tipos de bridão, as argolas são fixas ao bocado e só permitem movimentação horizontal. São uma boa escolha para cavalos mais jovens ou que têm dificuldade de virar e necessitam de flexão lateral.
Bridão Fulmer: É um bridão d’agulha com argolas móveis. Permite movimentos verticais e mantém o contato na lateral da face do cavalo agindo na melhor mudança de direção. Bridão Gag ou Relever: Usado no salto, polo e cross-country. Apesar de se assemelhar a um freio sua função principal é elevar a cabeça do cavalo antes da função de alavanca ser exercida. No Gag convencional, pedaços de corda ou couro são usados para ligar a faceira ao bridão e, posteriormente, às rédeas. Geralmente a argola é em “D” ou Chantilly. Já o bocado pode variar entre mono ou bi articulado ou “Mullen”. 3 Bridão Neco (Dutch Gag): Diferencia-se do bridão Relever por possuir múltiplas opções de alavanca sobre as barras. Usado no salto. Pode ter 2, 3 ou 4 argolas de diâmetros diferentes e quanto mais afastado da argola principal a rédea for conectada, maior o efeito de alavanca. É usado em cavalos quentes para ter maior controle 4 Bridão Beval: Pode ser usado com a rédea passando por dentro da argola menor, o que proporciona uma pequena ação de alavanca e abaixa a nuca do cavalo, ou livre na argola maior, fazendo uma ação maior sobre as barras.
Waterford: Multiarticulado e torna o contato fixo impossível. Mais usado em caça e no salto, para cavalos que debruçam no bridão e se carregam. Seu uso deve ser temporário. Magennis ou MacGuiness: Mono articulado com discos móveis inseridos no bocado que encorajam o cavalo a brincar com a língua estimulando o relaxamento da mandíbula. Flauta: Oco e com furos, mono articulado ou em barra reta. Faz a boca do cavalo ficar mais úmida. TIPOS DE FREIO, SUAS AÇÕES E SUAS INDICAÇÕES Os freios agem nas barras, na língua, no queixo, na mandíbula e na nuca do cavalo. Seu efeito de alavanca multiplica ação da força das mãos do cavaleiro e posiciona a cabeça do cavalo na vertical. Seu uso exige uma maior ação de perna para manter a impulsão do animal. 4 Freio Weymouth: Comumente utilizado no adestramento. Sempre utilizado em conjunto com um bridão de argolas mono ou bi articulado.
Pelham: Combinação de bridão com câimba e barbela que age como freio. 5 Kimberwicke: É uma embocadura com argolas em D, fendas para passagem de rédeas e barbela. O bocado pode ser reto (mais eficaz) ou mono-articulado.
FORMATO DO BOCADO Mono articulado: Em contato com as rédeas, forma um ângulo em “V” que pressiona as barras e o palato. Bi articulado: O bocado repousa sobre a língua formando um arco natural. É mais suave que o mono articulado por provocar uma pressão mais leve no palato.
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Dick Christian: Bridão bi articulado com anel de metal em formato de “8”. Severo e é usado em cavalos que passam a língua por cima do bocado. “French link” e “Dr. Bristol”: São bi articulados e bem parecidos por possuírem um link achatado unindo as duas porções do bocado. Porém no Dr Bristol essa junção é mais retangular e angulada exercendo ação mais forte sobre o palato, e o French link tem um formato que lembra um biscoito canino e sua ação é mais suave por permanecer plano na língua quando sofre ação das rédeas. Barras Simples: Não tem articulação.
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Mullen mouth: Reto em forma de arco, dá espaço para a língua. Aplica pressão suave, pois a distribui sobre o topo e laterais da língua e contra as barras, porém não encoraja flexão. Barra Reta: Reto, mais agressivo pois pressiona as barras, não dá espaço para a língua. Usado em cavalos que não obedecem as meias paradas. Bridões retos com pontes: As pontes aliviam a língua. São embocaduras usadas na transição do bridão para o freio.
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RECORDE DE SALTO EM ALTURA NA SEBE IRLANDESA POR: JACY DO PRADO BARBOSA NETO COLABORAÇÃO: RICARDO GONÇALVES FOTOS: DIVULGAÇÃO
Em 1981, a final do Campeonato Brasileiro de Altura foi entre o Alfinete e Ney Bogossian a 2 metros e 29 cm. Alfinete montava um cavalo chamado Complicado de propriedade de Peixinho e sua namorada Lucia que o haviam “importado” do Paraguai. Complicado fez falta nas três tentativas e Ney foi o campeão, recordista com 2,29m. No ano seguinte havia um prêmio de 50 mil dólares para quebra deste recorde. O desafio e o prêmio foram o suficiente para motivar Ricardo Gonçalves a entrar na competição. Ricardo procurou o Peixinho e a Lucia e lhes disse: - Se vocês me emprestarem o Complicado vou treiná-lo durante um ano e bato este recorde. Vou fazer o mesmo treinamento do chileno que bateu o recorde. Muito exterior e subidas de barranco ao passo para dar força aos posteriores. Levarei o Complicado para EXEMPLO DE CASACA VERDE E AMARELA EM RODRIGO PESSOA
CURIOSIDADES RICARDO GONÇALVES NO RECORDE DE SALTO
Cotia que tem uma topografia propícia e com assistência do Renildo Ferreira vamos treinar. Complicado foi ficando cada vez mais forte e às quartas feiras saltava 2 metros. Nos últimos 3 meses de treino, os dois metros foram ficando fáceis. No dia do concurso o resultado do treinamento foi evidente. Ricardo e Complicado precisaram de apenas 4 saltos para bater o recorde: 1,80m, 2,00m, 2,15m e finalmente 2,31m com 2,20m de largura. Um ano de treinamento duro com este objetivo foi eficiente, o cavalo estava tão preparado que não suou, e é provável que pudesse fazer mais um salto. Esse recorde foi igualado por Luiz Felipe Azevedo naquele mesmo ano, mas nunca foi quebrado, permanecendo desde 1982 até hoje. Em 1949, Alberto Samaja quebrou o recorde paulista de salto em altura, montando Mont d’Or, saltando 1,90m, superado vários anos depois por José Bonifácio de Abreu Amorim, montando Juna, saltando 2,05m.
CASACA VERDE E AMARELA Na final da copa do mundo de 1981, em Birmingham, Inglaterra, haviam trinta conjuntos classificados, Nelson Pessoa e Ricardo Gonçalves entre eles. Foi Nelson quem pensou em desenvolver uma casaca diferente para representar o Brasil na Copa das Nações e nas Olimpíadas, a tradicional casaca vermelha deixava todos parecidos e dificultava a identificação. A Irlanda tem uma casaca verde com a gola amarela e de longe sabemos que é um irlandês saltando, disse Nelson a Ricardo enquanto passeavam por Londres. Aquela gola grande amarela é muito cafona, mas vamos ao alfaiate que fez minha casaca. Chama-se Bernard Waterhill. Ele é bom de ideias e vai nos ajudar, respondeu Ricardo animado com a ideia. Bernard foi solícito e em poucos dias confeccionou duas casacas. Uma delas tinha um discreto filete amarelo e foi a escolhida. Ricardo foi o primeiro a entrar na pista, ficou em 18º lugar e estreou a casaca, Nelson veio depois e ficou em 28º. Essa 1ª casaca existe até hoje e, emprestada, ainda frequenta as pistas no corpo de ginetes juvenis.
CURIOSIDADES
HENRIQUE VIII E A HÍPICA PAULISTA POR: JACY DO PRADO BARBOSA NETO COLABORAÇÃO: AUGUSTO MEIRELLES FOTOS: DIVULGAÇÃO
Em meados de 1939 a assembleia dos sócios da Hípica autorizou a diretoria a procurar um novo local para o clube. A sede de Pinheiros já não atendia as necessidades e as perspectivas do futuro não eram boas. A procura não foi longa e no começo do ano seguinte decidiu-se pela compra de uma gleba no loteamento Brooklin Novo pertencente à Companhia Votorantim. O terreno tinha 180 mil metros quadrados e a Votorantim auxiliou na construção do acesso desde a Av. Portugal, na terraplanagem e na drenagem. Acharam que um clube hípico estimularia a construção de casas no novo bairro. Com a venda do terreno de Pinheiros obteve-se recursos para construir a portaria, 3 lances de cocheiras e o picadeiro de adestramento que em seu corpo abrigava o vestiário masculino e a barbearia. Não havia vestiário feminino, as amazonas tinham que chegar vestidas. A pista de saltos era onde está hoje o campo de polo e um caramanchão tosco servia de sede. Finalmente em 29 de janeiro de 1941 um cortejo de sócios
ÍAMOS ATÉ O IBIRAPUERA GALOPANDO PELOS CAMPOS. ERA MARAVILHOSO! SYILVIA KOVARICK
tomou posse da nova sede. Um trole transportava os sócios da Av. Santo Amaro até a Hípica, pois o caminho tinha atoleiros e armadilhas. A vida social dos sócios continuou no Palacete Prates até 1948, quando o prédio foi vendido. Guilherme Prates, filho do Conde Prates, o primeiro presidente do clube em 1911, comandou a hípica de 1935 até 1948 e foi quem mandou construir uma imponente portaria seguindo o estilo inglês Tudor, como era a casa de sua infância nos Campos Elíseos. A dinastia inglesa Tudor vai de 1485 até 1603 e seu rei mais famoso é Henrique VIII que rompeu com a Igreja Católica fundando a Anglicanismo, dissolveu os mosteiros, casou-se seis vezes e criou a primeira lei contra sodomia. A universidade de Oxford e a de Cambridge são exemplos deste estilo arquitetônico de telhados com inclinação acentuada, grandes lareiras, janelas altas e estreitas, empenas em cruz, decoração em enxaimel. A influência gótica e vitoriana se nota.
Na década de 40 houve a guerra e a penúria, mas a ideia da nova sede persistiu. Em janeiro de 1949 o Sr. Jayme Loureiro Filho tomou posse como presidente do clube e uma nova era teve início. Poderoso dono do Banco Comercial entre muitas outras coisas e ginete apaixonado, incumbiu-se de construir o clube e o fez vencendo percalços sem fim. Quis que a sede obedecesse ao estilo da portaria e fez sua opinião prevalecer sobre as demais. Foram vários projetos, mas Jayme escolheu o que lhe satisfazia. Foram vendidos 297 títulos de sócios remidos que somados aos títulos normais forneceram recursos para a construção da sede e do picadeiro coberto de saltos. Éramos 823 sócios. Jayme Loureiro foi presidente do clube até 1955 e depois nova gestão de 1959 até 1963. Todos os presidentes de sua época sofreram forte influência de sua personalidade dominante. Ao seu empenho devemos a construção de nossa sede e do picadeiro coberto, ao seu gosto estético devemos o estilo Tudor.
EXTERNO DA SEDE
ESTILO TUDOR SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA
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CURIOSIDADES
SIGNIFICADO DAS LETRAS Descubra a origem e o significado das letras que compõem o picadeiro utilizado nas provas de adestramento POR: KADIDJA TOURE COLABORAÇÃO: ROBERTA PASS FOTO: DIVULGAÇÃO
As provas de adestramento são realizadas em um picadeiro demarcado por letras que, constantemente, geram curiosidades entre os praticantes ou não da modalidade. A área total da área do picadeiro compreende 60 x 20 m, sendo que obrigatoriamente deve ser plana e horizontal, de acordo com as regras internacionais do concurso. A letra “A” demarca a entrada do picadeiro, que vem seguida por uma linha central marcada em todo o comprimento da pista, compreendendo as letras “D”, “L”, “X”, “I” e “G”. Ao final e na mesma direção em que se encontra o ponto “A”, aparece a letra “C”, indicando a cabine do Presidente do Júri de Campo. Essas regras foram criadas nos Jogos Olímpicos de 1920 para garantir melhor avaliação dos atletas. Sobre as letras marcadas na área externa (“K”, “V”, “E”, “S”, “H”, “F”, “P”, “B”, “R” e “M”), é comum atribuir sua origem ao antigo Império Germânico – que denominava, através dessas marcações, o lugar onde capa pessoa deveria se sentar - conforme descrição abaixo:
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K – KAISER/ IMPERADOR F – FÜRST/ PRÍNCIPE P – PFERDKNECHT/ CAVALARIÇO V – VASSAL/ VASSALO E – EDELING/ CONVIDADO DE HONRA B – BANNERTRÄGER/ PORTA BANDEIRA S – SCHATZKANZLER/ CHANCELER R – RITTER/ CAVALEIRO M – MEIER/ MORDOMO H – HOFSMARSHALL/ CHEFE DA CAVALARIA
ESPORTES
CORPO E ALMA EM MOVIMENTO O Pilates deixa o corpo mais forte e, consequentemente, a mente mais calma POR: LUCIANE COELHO FOTOS: DIVULGAÇÃO
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Pilates é uma atividade que tem como método o controle da respiração e alinhamento da coluna, através do fortalecimento de músculos do tronco e do abdômen. Baseado na contrologia, ensina que todo o trabalho de força dos membros inferiores e superiores nascem do centro de força que é a região pélvica e abdominal. Segundo Luciana Gomes, professora na Sociedade Hípica Paulista, a consciência disso faz com que os alunos realizem movimentos mais eficazes e seguros, tanto do desenvolvimento de força quanto no de flexibilidade, melhorando também o equilíbrio e a coordenação motora. Há 8 anos como professora na SHP, Luciana é graduada em Educação Física e formada em Iyengar Yoga, Pilates e Feldenkrais. Luciana Gomes recomenda que a atividade seja praticada pelo menos 2 vezes por semana, principalmente se essa for a única atividade física do aluno. Os materiais utilizados para o Pilates na SHP são quatro equipamentos básicos. O
reformer, o trapézio, a cadeira e o barril. “Na SHP contamos também com o Wall, as bolas suíças, disco de equilíbrio, arcos, meia lua, rubber bands, ring, entre outros. Temos acesso também a todos os acessórios do “mat pilates”, que é o pilates de solo”, diz Luciana. A utilização dos aparelhos é sempre benéfica porque dessa forma é possível aumentar a carga e dificultar os exercícios, mas sem sobrecarregar o aluno. Para quem quer queimar algumas calorias a mais, o ideal é a prática de cardio ou mat Pilates, que conseguem derreter até 400 calorias/hora. “O Pilates consegue trabalhar todos os grupos musculares, que podem ser trabalhados de forma dissociada ou global”, afirma a professora da SHP. Muitos procuram o Pilates por indicação médica, sabendo que é um trabalho eficiente e personalizado. Como engloba técnicas diferentes das demais atividades físicas, acaba por tranquilizar também a mente, dando uma sensação de paz e tranquilidade.
23 • SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA FORÇA E PRECISÃO FAZEM PARTE DO TREINAMENTO DE PILATES NA SHP
“AS PROVAS ACONTECERAM DURANTE O DIA, QUANDO OS RAIOS DE SOL QUE ENTRAVAM PELOS VITRAIS DO GRAND PALAIS MARCARAM A PISTA.”
PELO MUNDO
SONHANDO ACORDADO NO GRAND PALAIS A competição Saut Hermès une a tradição e a modernidade de forma harmoniosa, além de proporcionar um espetáculo da elite do salto equestre internacional POR: LUIZ FELIPE VERDI E IAN ANDRADE FOTOS:: LUIZ FELIPE VERDI, FRÉDÉRIC CHÉHU E GIAMPAOLO VIMERCATI
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entre todos os concursos de saltos 5 estrelas do mundo, o Saut Hermès é talvez o mais extraordinário. Seja por ser realizado dentro de um monumento histórico – o Grand Palais em Paris, ou pelo fato de ser organizado e patrocinado por uma marca de luxo icônica que tem uma relação muito próxima e histórica com esportes equestres, a Hermès; ou ainda por reunir os melhores cavaleiros e cavalos do mundo. O Grand Palais, localizado na região central de Paris, bem próximo à famosa Avenue des Champs Elysées, começou a ser construído em 1897 para ser inaugurado durante a Exposição Universal de 1900. Concebido como parte integrante do conjunto arquitetônico formado pelo Petit Palais e pela Ponte Alexandre III, o Grand Palais tem como característica arquitetônica mais marcante a sua nave central, com aproximadamente 240 metros de comprimento e com uma imponente cobertura de arcos de metal e vidro. Existem registros de competições equestres realizadas no local desde 1901. A Hermès trouxe de volta ao palácio o prestígio do passado ao decidir sediar o Saut Hermès em 2009, evento que tem sido realizado anualmente desde então. Fundada em 1837 por Thierry Hermès, a maison iniciou suas atividades como fabricante de arreios para cavalos. Com o tempo, ampliou sua linha de produtos sempre executados com materiais nobres e alta qualidade
OS FÃS ASSISTEM, DA CERCA, SEUS ÍDOLOS AQUECEREM SUAS MONTADAS ANTES DAS PROVAS técnica, mas mantendo sempre sua forte ligação com os esportes equestres. Mais recentemente, a Hermès tem investido na produção de selas e equipamentos para hipismo de alta performance. Com a colaboração de cavaleiros renomados, a marca tem desenvolvido o que são consideradas as melhores selas do mundo, feitas manualmente por seus artesãos nos ateliers de Paris. A sexta edição do Saut Hermès no Grand Palais foi muito especial. As competições aconteceram entre os dias 10 e 12 de abril de 2015 com a participação de quarenta entre os melhores cavaleiros e amazonas do mundo e seus oitenta cavalos, representando dezenove países. Além do CSI 5*, a Hermès também organiza na mesma data, um concurso para vinte jovens cavaleiros e amazonas abaixo de 25 anos. São convidados dois jovens talentos de cada país competindo em provas de 1,45m sendo que no último dia a prova é em duplas da mesma nacionalidade, como em uma copa das nações, o que deixa a competição ainda mais interessante. O clima dos dias do concurso parecia ter sido encomendado pela Hermès: início da primavera, céu azul e temperatura agradável. As provas
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PELO MUNDO
aconteceram durante o dia, quando os raios de sol que entravam pelos vitrais do Grand Palais marcaram a pista, deixando tudo ainda mais bonito. São apenas 3 provas por dia, sendo duas do CSI5* e uma do CSI U-25 (abaixo de 25 anos). O ponto alto do evento é o Grand Prix Hermès, que aconteceu no domingo, dia 12, com obstáculos a 1,60m e prêmio de 400 mil euros. As baias provisórias são montadas do lado de fora do Grand Palais, na Champs Elysées, mas cercadas de segurança, haja visto o alto valor dos cavalos envolvidos. Outro diferencial deste concurso é que a distensão fica atrás de uma das arquibancadas, dentro do Grand Palais, o que é uma grande vantagem. Os fãs do esporte podem assistir, da cerca, seus ídolos aquecerem suas montadas antes das provas, o que nos proporcionou a oportunidade de analisar de perto as diferentes embocaduras e técnicas de distensão dos animais. Por exemplo, começavam a distender com 20 a 25 conjuntos de antecedência, bastante flexionamento dos animais ao passo e mudança de embocaduras numa mesma prova entre as duas passagens. O layout das arquibancadas é muito interessante e demonstra o respeito da Hermès para com os cavalos e a competição. São quatro arquibancadas ao redor da pista principal, com cerca de 4000 assentos marcados e iguais. Não existe uma área VIP com mesas e serviço durante a competição como na maioria dos grandes concursos. Na verdade, neste concurso, todos são VIPs! Existe uma área VIP que fica atrás de uma das arquibancadas, onde é servido um maravilhoso brunch regado a champagne, no caso champagne nacional. A área fica bastante movimentada nos intervalos das provas, mas antes do início de cada prova, todos tomam seus assentos e ficam 100% concentrados no que está ocorrendo na pista. Fica muito claro que o público entende bastante de hipismo, aplaudindo na hora certa e com enorme respeito aos cavalos e competidores. Ao redor da pista, a Hermès monta stands de demonstração de seus produtos, com a presença dos próprios artesãos de cada um dos métiers da maison. Entre os stands, encontra-se uma livraria somente com livros que tratam de temas ligados a cavalos e com a presença dos autores autografando suas obras. Também foi montada uma loja Hermès com todos os seus produtos destinados aos esportes equestres, além dos clássicos lenços, os famosos carrés, e de um modelo da gravata especialmente desenhada para o concurso a cada ano. Os shows nos intervalos das competições também são incríveis, apresentações artísticas envolvendo cavalos em
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liberdade e dançarinos, além de uma fantástica corrida de pôneis com crianças montando sem estribos! Durante todo o evento, no lado oposto da distensão, as crianças podem andar e acariciar os pôneis. O concurso é organizado com uma grande atenção a detalhes. A decoração do ambiente segue uma paleta de cores da marca e é complementada com grandes bolas brancas penduradas no teto numa ambientação minimalista, ressaltando a magnitude do Grand Palais. Destaque para quatro obstáculos desenhados com temas da Hermès, o muro que representa a fachada da loja principal na Rue du Faubourg-St-Honore, o paraflanco em formato do famoso H da Hermès, o obstáculo na forma de um cavalinho de balanço e o outro estilizado com uma peça do jogo de xadrez, o cavalo, é claro. Na cerimônia de premiação de cada prova, a atenção a detalhes típica da Hermès também está presente. As escarapelas são lindas, feitas com detalhes em couro, e os cavalos classificados recebem uma bela capa na cor laranja oficial da marca. O detalhe é que esta capa não está à venda nas lojas Hermès, ela tem que ser ganha nas pistas do Grand Palais! Na edição de 2015, o Saut Hermès contou novamente com o renomado cavaleiro francês, Michel Robert, como “Sporting Advisor” do concurso e com o desenhador de percurso alemão Frank Rothemberg, conhecido pelos seus percursos altamente técnicos. Para o Grande Prêmio no domingo, Rothemberg armou 15 obstáculos a 1,60m, sendo que o triplo no final da prova acabou se provando como o mais difícil tirando vários conjuntos do desempate. Os brasileiros que estavam assistindo ao concurso ainda tiveram o privilégio de reconhecer o percurso do GP com o próprio Frank Rothemberg. Ele explicou o porquê de cada obstáculo, suas maiores dificuldades, comentando sobre o tipo de gancho escolhido, o que deixava os obstáculos ainda mais delicados. Se já estávamos achando tudo maravilhoso, esta experiência foi como a cereja do bolo. Apenas oito conjuntos se qualificaram para desempate, garantindo um lindo espetáculo para o público. O GP culminou com a vitória do cavaleiro francês, naturalizado suíço, Romain Duguet e sua fantástica égua Quorida de Treho. O público veio abaixo aplaudindo esta que foi a primeira grande vitória deste cavaleiro, que por uma feliz coincidência é um dos “partner riders” da Hermès. Não poderia ter terminado melhor. Ao final, ficou a impressão que estávamos todos em um sonho, que acabou de repente... muito rápido... queríamos mais, mas agora só no ano que vem e com certeza estaremos lá!
O GRANDE VENCEDOR DO GRAND PALAIS, O SUÍÇO ROMAIN DUGUET
AFRÂNIO, LUIZ FELIPE, IAN E TOTTY MARCAM PRESENÇA NO GRAND PALAIS
JOSÉ ROBERTO REYNOSO FERNANDEZ, O ZÉ, AGORA BICAMPEÃO DA COPA SÃO PAULO E RADIATOR , DO JP HYUNDAI, VALIDO PELO CAMPEONATO BRASILEIRO SENIOR TOP
MUNDO SHP
COPA SÃO PAULO 2015 “Vencer é a soma de um dia bom para todos”, diz Zé Roberto, bicampeão da Copa São Paulo POR: CAROLA MAY FOTOS: LUIS C. RUAS / DIVULGAÇÃO
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uase 30 mil visitantes circularam na 44ª Copa São Paulo, mais antigo Concurso de Salto do país, na Sociedade Hípica Paulista, entre 27 e 31/5. Fechando a competição, o GP Hyundai - Troféu Roberto Luis Joppert 2014/2015, válido pelo Campeonato Brasileiro Senior Top e ranking da Federação Equestre Internacional, o público ovacionou o cavaleiro olímpico paulista José Roberto Reynoso Fernandez Filho que montando Prestige Radiator JMen conquistou o bicampeonato 2014/2015. Com participação de 35 conjuntos, os 12 melhores – 3 sem faltas e 9 com apenas um derrube – garantiram a vaga na 2ª e decisiva volta com armação do course-designer internacional Santiago Ulastres, delegado técnico dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Zé Roberto com Prestige Radiator JMen, cavalo de criação nacional de 11 anos, foi o último em pista e precisava bater a marca do então líder Stephan Barcha com Land Peter do Feroleto, também nascido em campos brasileiros, que havia feito duplo zero, em 63s73. Deu tudo certo com mais um percurso impecável de Zé Roberto e Prestige Radiator JMen que baixaram o tempo em quase quatro segundos, 59s48. Para Zé Roberto, cavaleiro nascido na Sociedade Hípica Paulista e que hoje também defende o Clube Hípico de Santo Amaro, sem dúvida, vencer a Copa São Paulo, antigo Torneio de Pão de Açúcar, tem um sabor mais que especial. Uma vez que além de ser um concurso top no país, seu pai José Roberto Reynoso Fernandez, o
Alfinete (in memoriam), conhecido por seu estilo impecável e considerado um dos melhores cavaleiros brasileiros de todos os tempos, é hexacampeão do GP do Torneio Pão de Açúcar em 1975, 1976, 1978, 1980, 1982, 1983, além de campeão na classificação geral do mesmo torneio em 1975, 1977, 1978, 1980, 1982 e 1990. É claro que Zé Roberto queria buscar o bicampeonato. Mas qual a receita de sucesso? “Acho que vontade é a primeira coisa que um cavaleiro precisa ter, além de foco, determinação e concentração. Vencer é a soma de um dia bom para todos: cavalo, cavaleiro, tratador, veterinário, ferrador, apoio dos proprietários, amigos e, é claro, de quem está ao nosso lado em casa. Essa energia positiva faz com que as coisas fluam de uma forma bacana”, coloca o cavaleiro, acostumado a grandes conquistas. Referindo-se ao fato de ser sócio dos dois principais clubes do país, Zé Roberto garante: “sou cavaleiro de duas casas. Nasci e comecei a montar na Hípica Paulista. Hoje o meu centro de treinamento é a Santo Amaro. Mas me sinto bem em ambos os clubes.” Além do GP, o outro principal páreo da 44ª Copa São Paulo foi o Clássico disputado no sábado, 30/5. A vitória ficou com o jovem talento uruguaio Marcelo Chirico montando Acrobat. O top da casa José Luiz Guimarães de Carvalho com o sempre competitivo pequeno grande anglo árabe Arriminum TW, de propriedade de Fernando Chiarotto que está na Europa, honrou as cores da casa com o vice-campeonato. Horse Experience e ação social Durante a 44ª edição da Copa São
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MUNDO SHP JOSÉ ROBERTO REYNOSO FERNANDEZ, O ALFINETE, MAIOR VENCEDOR DO TORNEIO PÃO DE AÇÚCAR, ATUAL COPA SÃO PAULO
Paulo, mais antigo concurso do país, a Sociedade Hípica Paulista inovou com uma plataforma especial de entretenimento: o Horse Experience. Com espaços equestres temáticos e apresentações de Atrelagem conduzidas por Carol Borja, Rédeas a cargo do cavaleiro Gilson Vendrame e a equipe de Volteio da Escola da Hípica Paulista, o grande público teve a oportunidade conhecer e vivenciar um pouco da versatilidade do mundo do cavalo. Destaque também para a Equoterapia, uma das principais atividades da Escola de Equitação da SHP, em que o cavalo junto com uma equipe multidisciplinar é o grande agente terapêutico proporcionando incontáveis benefícios físicos e psicológicos para jovens e adultos. O público pôde se inteirar e saber como apoiar atendimentos gratuitos. A Hípica Paulista também recebeu uma exposição da ONG 100% Animal.
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SALDO POSITIVO
Constantino Scampini, diretor de Salto da Hípica Paulista na gestão presidida por Romeu Ferreira Leite Jr, fez um breve balanço. “Realmente a Copa São Paulo tem superado as mais diversas expectativas. Provas muito bem desenhadas e armadas com excelente nível técnico estimulam a participação dos grandes conjuntos nacionais”, destaca Scampini. “Ao mesmo tempo a beleza e charme da Sociedade Hípica Paulista e a importância do evento no cenário nacional, a participação de lojas de diversos segmentos, aliado a excelente praça gastronômica também contribuíram para que os quatro dias de evento se tornassem muito mais agradáveis”, coloca o dirigente, que também comentou a plataforma Horse Experience. “A apresentação de outras modalidades com alta qualidade técnica, os estandes específicos para orientação do público interessado deram um charme especial ao nosso evento.”
ATRELAGEM DEU UM CHARME ESPECIAL
JOSÉ LUIS DE CARVALHO COM ARRIMINUM TW
GILSON VENDRAME DEU O SHOW DE RÉDEAS
GASTRONOMIA
AZEITES E SEUS SABORES POR: JACY DO PRADO BARBOSA NETO FOTOS: SHUTTERSTOCK
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á muito tempo houve uma disputa ferrenha no Olimpo entre Athena e Poseidon. Os dois imortais desejavam as honras dos mortais que habitavam a região da Ática. Zeus resolveu a questão entre seu irmão e sua filha dando a primazia a quem desse o presente mais útil aos homens que ali habitavam. Poseidon deu uma fonte de águas límpidas na colina onde construiriam mais tarde o Parthenon e, também, deu o cavalo para servir aos mortais. Athena o suplantou dando o freio que domaria o cavalo e criando a oliveira que forneceria alimento, madeira e energia. Foi assim que a cidade mais importante dos gregos recebeu o nome de Athena, mas existem algumas dúvidas sobre a originalidade do presente da deusa. Antes da fundação de Atenas, o Deus da bíblia anunciou a Noé o final do dilúvio mandando-lhe uma pomba que carregava uma folha de oliveira no bico. Deuses gregos sempre foram famosos pela esperteza. O azeite de oliva é um dos produtos agrícolas mais antigos da história, os benefícios que traz à saúde humana foram registrados através dos tempos em histórias míticas e religiosas que agora são consolidados pelos conhecimentos científicos. O que o distingue dos demais óleos comestíveis
GASTRONOMIA
NO SUL DO RIO GRANDE DO SUL, NA REGIÃO DE VACARIA, CONCENTRA-SE O OUTRO FOCO DA PEQUENA E PROMISSORA PRODUÇÃO NACIONAL é a riqueza em ácido oleico, um ácido graxo da série omega9 que reduz o colesterol total e o LDL, auxilia na resposta da insulina, tem capacidade antioxidante reduzindo radicais livres. Muitos estudos relacionam seu consumo com a menor incidência de câncer, diabetes e doenças cardíacas. É um componente indispensável da dieta do mediterrâneo que tanto previne doenças arterioscleróticas. No ano de 2003/2004 o Brasil consumiu 21 mil toneladas de azeite extra virgem e dez anos depois o consumo quase quadruplicou, indo a 73 mil toneladas e com tendência a crescer. A Espanha é o maior produtor mundial seguida da Grécia, Itália e Portugal. Nos últimos anos a produção dos EUA, Chile e Argentina
tem aumentado e nós começamos a engatinhar. Na Serra da Mantiqueira em São Paulo e Minas Gerais, numa área de 1000ha que abrange 70 municípios, 71 olivicultores cultivam 500 mil plantas e tocam 20 lagares. No município mineiro de Gonçalves, o autor deste artigo possui cerca de 4000 árvores na maioria da variedade grappola, que produzem azeite de qualidade superior e que a cada ano surpreendem com uma produtividade inédita. A qualidade do azeite é consequência da inter-relação do solo, clima, poda, irrigação, adubação, ponto de maturação das olivas e cuidados na colheita, tempo entre a colheita e o processamento, método de extração e cuidados com
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GASTRONOMIA
SÃO CENTENAS DE VARIEDADES DE OLIVEIRAS ESPALHADAS PELO MUNDO E CADA UMA DELAS CONFERE CARACTERÍSTICAS NO SABOR DO AZEITE
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a conservação. O ponto ideal de maturação das olivas para a extração é quando a superfície verde do fruto começa a se pintar de negro. A quantidade de chuva, a insolação, a temperatura, o vento e a qualidade da terra têm influência no sabor do azeite, assim a indicação geográfica da origem do azeite assume importância. No Brasil, a falta de frio e o excesso de chuvas são fatores limitantes, a oliveira para frutificar necessita de temperaturas abaixo de 13 graus por 500 horas anuais, o excesso de água causa doenças e paralisa a oliveira, predispõem ao aparecimento de doenças causadas por fungos que além de diminuir a produtividade prejudica o sabor. Sólos muito férteis produzem azeites insossos. A luz sobre garrafas translúcidas e o tempo prolongado de armazenamento prejudicam a qualidade do azeite. Quanto mais
fresco melhor o sabor. Em nossos mercados o comum é encontrá-los com mais de um ano de idade. São centenas de variedades de oliveiras espalhadas pelo mundo e cada uma delas confere características no sabor do azeite. A concentração de compostos fenólicos, tocoferóis e ácidos graxos também variam com o cultivar utilizado. Arbequina, grappolo, cornicabra, ascolano, picual são alguns dos principais cultivares utilizados no Brasil. De acordo com a análise física, química e sensorial, os azeites de oliva são classificados como extra virgens, virgem e lampante. Para que seja extra virgem é necessário que, além de satisfazer as exigências laboratoriais, não possua nenhum defeito sensorial e obtenha uma nota média no quesito frutado, como é chamado entre os técnicos o aroma do azeite. Azeites
GASTRONOMIA
sentido diretamente pelo nariz com o azeite discretamente aquecido ou retro nasal durante o saboreio. Frutos mais maduros remetem à sensação de nozes e bananas e frutos mais verdes a sensação de grama recém-cortada, tomates e alcachofra. Mais de 180 substâncias relacionam-se aos aromas. Processos fermentativos e atividade enzimática de fungos produzem aromas desagradáveis. Variedades como a arbequina produzem azeites pouco estáveis que logo perdem o frutado, o tempo de guarda também tem grande influência neste quesito. COLORAÇÃO
Não diz respeito à qualidade e não deve influenciar o provador. Mais ou menos verde é dado pelo teor de clorofila que varia com a espécie da oliveira e a época da colheita. Azeites pouco filtrados são mais turvos e resistem menos aos processos oxidativos, acelerando a perda de qualidade com o passar do tempo. A ACIDEZ
É um importante índice laboratorial e diz respeito a qualidade do azeite porém não é sentida pelo paladar. Azeites não possuem açúcares, mas podem dar a sensação de doce, o que é característico de azeitonas mais maduras. PICÂNCIA
sem defeitos e com análises laboratoriais perfeitas, mas que recebem nota zero no quesito frutado deverão ser classificados como virgem e não extra virgem. Nos países onde a produção de azeite é tradicional esta nota é dada por um grupo de 8 a 12 juízes profissionais, sob supervisão de algum órgão oficial. FRUTADO
Refere-se ao conjunto de sensações olfativas dependentes do cultivar e dos cuidados na colheita, pós colheita e extração. Caracteriza frutos sadios, frescos e no ponto correto de maturação. Pode ser
É percebida nas laterais e na base da língua através de pequenas picadas. Com uma pequena quantidade de azeite sobre a língua inspira-se ar através dos dentes, empurrando o azeite para a laterais da boca. É um atributo positivo, maior em alguns cultivares como o frantoio. AMARGOR
Principal atributo positivo, é sentido pelas papilas circunvaladas da parte posterior da língua. Através de movimentos circulares do azeite na boca identifica-se este quesito. RANÇO
Gosto metálico e odor de mofo. São os defeitos mais comuns causados por doenças fúngicas das olivas, fermentação, colheita que danifica as azeitonas ou com muita sujeira, demora entre a colheita e o processamento, métodos inadequados de extração, adição de componentes químicos, que melhoram o rendimento, conservação inadequada com exposição a luz e ao calor.
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SABORES
SALTO DUPLO A chef Carla Pernambuco e o bartender Alexandre D´Agostino preparam uma harmonização especialmente para a revista SHP POR: MARIO BOZIAN FOTOS: VALDIR ALVES DA SILVA
ALEXANDRE E CARLA COM OS INGREDIENTES
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ontar um cavalo, conhecer um país novo ou experimentar novos sabores são experiências únicas. Em um encontro super especial, a Revista da Sociedade Hípica São Paulo arquitetou uma harmonização exclusiva com um prato da chef Carla Pernambuco e um drink do bartender Alexandre D’ Agostino. O resultado foi de dar água na boca. Era uma sexta-feira de sol em São Paulo, daqueles dias especiais de outono. Mas, mais do que isso, um encontro deixaria a tarde memorável. Em uma rua do bairro de Higienópolis, aconteceu um encontro entre dois grandes mestres que não precisariam de muita apresentação: Carla Pernambuco, chef de cozinha e owner do restaurante Carlota, que, aliás, completa 20 primaveras, e o bartender Alexandre D’ Agostino, expert que comanda, já há 17 anos, os drinks mais concorridos da cidade, os servidos no bar do Spot. O motivo é simples, mas, não menos delicioso. Uma harmonização criada especialmente para a Revista Sociedade Hípica Paulista. O encontro aconteceu no Estúdio Carlota, bem em frente ao restaurante, um espaço superbacana, todo com iluminação natural, paredes brancas e tijolinhos aparentes, é onde clientes fazem recepções e até casamentos. Muita gente diz que quer morar por ali, e não é à toa. Tudo graças ao cineasta e intusiasta Luis Ferré E, para o menu, a chef sugeriu os Rolinhos Saigon, enquanto Alexandre, que tem uma queda por drinks mais secos e amargos, criou o Oxer (sim, homenagem ao obstáculo do hipismo), mistura precisa de gim, vinho Marsala, Amaro e bitter de laranja. Mas vamos contar um pouco a história dos famosos petiscos. Carla foi, nos anos 1990, assistente de cozinha em restaurante novaiorquino que era um mix de tailandês com francês, e foi por lá que aprendeu com um indiano (veja só que mistura!) como enrolar a massa harumaki, a mesma que os chineses usam, e que pode ser assada ou frita, recheada com confit de pato. “A segunda opção fica mais gostosa, inclusive com esse
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RENATO LOÉS, CARLA E O CINEASTA FERRÉ
SABORES
A CHEF SUGERIU OS ROLINHOS SAIGON, ENQUANTO ALEXANDRE, QUE TEM UMA QUEDA POR DRINKS MAIS SECOS E AMARGOS, CRIOU O OXER (SIM, HOMENAGEM AO OBSTÁCULO DO HIPISMO), MISTURA PRECISA DE GIM, VINHO MARSALA, AMARO E BITTER DE LARANJA. nosso drink”, ela indica. Em sua volta ao Brasil, esse e outros tipos de rolinhos foram hit do seu recém-inaugurado Carlota, viraram carros-chefe. Explicando melhor, o Saigon vai super bem com gim porque é frito e adocicado, que marca presença com uma bebida dessa base, de sabor e perfume marcantes. Daí a necessidade de ser frito, e nossa chef da vez faz piada: “Gim, espera aí que eu tambem estou aqui! Um drink amargo e um petisco com proposta levemente adocicada por causa da gordura, inclusive a do pato”. Fica a dica. E completa: “E aí você consegue beber mais um pouquinho! O segredo dos bares que colocam nuts picantes e salgadas, é porque a gordura das nozes faz você beber mais!” Segredos que só Carla poderia nos contar. A propósito, ela está no canal Discovery Home & Health com dois programas: “Cozinhando no Supermercado” e “Cortes e Preparos de Carnes”, além do canal do YouTube, o “Boca a Boca”, além de ser sócia dos restôs Las Chicas e do Clementina, ambos nos Jardins. E então chegamos aos detalhes do Oxer, feito ali, na hora, com o copo embaçado de gelo. Alexandre, que chega a preparar 80 drinks em uma noite, faz a coisa toda com movimentos de um maestro. E ensina para os apaixonados por um coquetel bem feito. Falando sobre os ingredients, dá a letra: “O gim Hendrix é mais leve; o Marsala, além de ter a cor do ano, quebra a graduação alcoólica do gim, que é a base, e faz equilíbrio com o Amaro, o responsável pelo sabor das ervas e uma pitada a mais de cor. Em meio a preparação das duas partes, comidinha e bebida, o papo rolou solto. E, na hora de provar, quase rolou um silêncio completo entre os convidados que estavam ali na cozinha, de tão perfeita a união. Fácil e gostoso, chega a ser um programa, e que qualquer um pode (e deve) fazer em uma tarde de fim de semana.
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SABORES
RECEITA DO ROLINHO SAIGON 6 porções Recheio 12 folhas de massa primavera 1 ovo batido com uma colher (sopa) de água para selar 2 colheres (sopa) de cebola bem picada 2 xícaras de shitake fatiado ½ de cenoura ralada (tiras longas e finas) 6 coxas de confit de pato desfiadas 1 xícara de acelga picada 2 xícaras de folhas de espinafre 100ml de caldo de frango 1/3 xícara de molho hoisin sal pimenta do reino moída na hora Doure a cebola em um fio de óleo, junte o shitake e deixe secar bem. Acrescente a cenoura e refogue até ficar ‘al dente’. Junte a carne de pato desfiada, misture e adicione a acelga e as folhas de espinafre juntamente com o caldo de frango e o hoisin. Deixe secar, acerte o sal e a pimenta e resfrie.
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Molho 5 dentes de alho bem picados 2 colheres (sopa) de gengibre bem picado ¾ de xícara de molho de soja 1 colher (sopa) de Tabasco 200mg de açúcar 1/3 de xícara de vinagre de arroz 100mg de molho hoisin Frite o alho e o gengibre em óleo de milho até ficar bem dourado e reserve. Junte o molho de soja, o Tabasco, o açúcar e o vinagre de arroz. Ferva até reduzir pela metade. Retire do fogo, junte o hoisin, o alho e o gengibre. Resfrie. Rolinhos Disponha 2 colheres (sopa) de recheio frio sobre a massa, feche as duas laterais para dentro e enrole, pincelando ovo nas bordas para selar. Frite em óleo preaquecido e sirva cortado ao meio na diagonal acompanhando o molho frio.
RECEITA DO OXER 40 ml de gim 30 ml de vinho Marsala 30ml de Amaro Lucanno Bitter de laranja Bata todos os ingredientes em uma coqueteleira com gelo e sirva em copo baixo, com uma casca de limão siciliano
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DESTINO CAVALGADA APARADOS DA SERRA
CAVALGANDO NO RIO GRANDE DO SUL O contato direto com a natureza quando se cavalga proporciona um universo de descobertas POR: PAULO JUNQUEIRA DE ARANTES (CAVALGADAS BRASIL) FOTOS: CAVALGADAS BRASIL
COMO BEM DISSE O JORNALISTA THIAGO MEDAGLIA, “É A CAVALO QUE SE ABREM AS PORTAS E A CAVALO VOCÊ SE MISTURA NO RIO GRANDE DO SUL”. OS GAÚCHOS SÃO RECONHECIDOS POR SEU AMOR AOS CAVALOS CRIOULOS E SUAS TRADIÇÕES. MAS NO ESTADO QUE TEM O CAVALO CRIOULO COMO SÍMBOLO, TAMBÉM ENCONTRAMOS CRIADORES DE OUTRAS RAÇAS. E FOI EM UM HARAS DE LUSITANOS QUE COMECEI MINHA CAVALGADA PELO ESTADO.
O
Ricardo Marante, médico em Porto Alegre, começou sua criação com uma tropa do Haras Itapuã e hoje tem cerca de 80 cavalos lusitanos distribuídos em suas duas fazendas no litoral gaúcho. A cavalgada na Grande Restinga do Parque Nacional da Lagoa do Peixe é uma
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oportunidade única de conhecer a cavalo, um conjunto de ecossistemas riquíssimos do ponto de vista ambiental. Em uma região como essa, a cavalo tudo fica mais acessível, permitindo que saindo da Lagoa dos Patos, chamada “mar de dentro” (com 280 km de comprimento por ate 60 km de largura) em algumas horas de cavalgada encontramos o “mar de fora” no Oceano Atlântico, cruzando a antiga “Estrada do Inferno”, dunas de areia fina e matas com figueiras retorcidas. Fazendo essa cavalgada pude entender porque os nativos brincam dizendo que ali é o único lugar do mundo aonde o sol nasce e se põe no mar. O Parque Nacional foi criado em 1986, em seus 34 mil hectares de área encontra-se um paraíso para aves (muitas delas migratórias). Todos os anos cerca de 40 mil aves de mais de 200 espécies (150
residentes) encontram na Lagoa do Peixe sua alimentação natural em um grande banquete a céu aberto. Desde os elegantes flamingos (único lugar do país aonde se pode vê-los durante todo o ano) aos cisnes de pescoço negro e os numerosos trinta-reis, todos convivendo nesta verdadeira teia aquática. A fazenda fica poucos quilômetros após a pequena cidade de Tavares, junto ao Parque Nacional Lagoa dos Peixes. De lá, saímos para cavalgar pela Lagoa dos Patos, pela Lagoa dos Peixes e pela praia do Oceano Atlântico. Algumas travessias pela água chegam a durar quase uma hora. Entre o mar de dentro e o mar de fora, em alguns trechos é necessário transpor dunas de areia (que lá são chamadas de “comoros”) de ate 10 metros de altura. Nas refeições, como manda a tradição
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O MANGALARGA MARCHADOR É UMA EXCELENTE OPÇÃO PARA PERCORRER GRANDES DISTÂNCIAS
CAVALGADA APARADOS DA SERRA
CAVALGADA APARADOS DA SERRA CAVALGADA DO MAR
CAVALGADA DOS LUSITANOS CAVALGADA APARADOS DA SERRA
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DESTINO
gaúcha, não faltam os churrascos de fogo de chão, com a típica ovelha da região, mas por estarmos junto ao mar, também degustamos pratos típicos com o camarão da Lagoa. Os cavalos, muitos já nascidos na fazenda, ajudaram fazer desta cavalgada uma experiência inesquecível. Saindo do litoral, subimos mais de 1.200 metros para chegar nos Campos de Cima da Serra Gaúcha e começar nova cavalgada, desta vez com cavalos crioulos. A partir de São José dos Ausentes nossos caminhos seguiram por trilhas que margeiam os Aparados da Serra, e abriga uma das mais fascinantes e misteriosas paisagens brasileiras, uma espécie de degrau geológico cavado pela movimentação tectônica e pelo trabalho dos rios ao longo das eras. Todo o percurso da cavalgada teve como cenário campos ondulados, interrompidos repentinamente por paredões rochosos impressionantes, com até 900 metros de profundidade que formam um corredor de rochedos desde o Nordeste gaúcho até Santa Catarina. A região é bastante isolada, predominando fazendas de criação
de gado, aonde nos hospedamos. O legítimo churrasco gaúcho fez parte da programação com direito a acompanhamento de música regional tocada por nosso guia Eliseu. O isolamento impressiona, senão precisássemos, retornar para o pouso nas fazendas ao final do dia, poderíamos seguir por campos ondulados dias seguidos sem encontrar nenhum sinal de civilização. Diferente da maioria de outros cânions do mundo, estes não estão numa região árida e sim numa região com campos e matas exuberantes. O clima na região é frio com cerração na maior parte do ano. Também conhecida pelo nome de “nada” ou “viração”, a cerração aparece de repente e, rapidamente, faz desaparecer tudo, a um passo de distância, cobrindo e descobrindo os cânions e campos. A beleza impressionante das escarpas, a grande quantidade de cachoeiras e a vivencia com a cultura gaúcha da Serra, faz dessa uma das melhores cavalgadas do Brasil. www.cavalgadasbrasil.com.br
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LAGOA
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ESPECIAL
ESPORTE COM ESTILO Escola de Equitação: Técnica, estilo, competitividade e lazer POR: CIRO NETO E FLÁVIA NEVES FOTOS: LUIS RUAS
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Escola de Equitação da Sociedade Hípica Paulista segue os mesmos padrões de excelência que durante mais de um século tem caracterizado o clube. Localizada em área privilegiada, a dois quarteirões do centro empresarial Berrini, com estacionamento próprio e toda a segurança necessária, a Escola de Equitação reúne condições ideais para o ensino e prática do hipismo. Pais e alunos têm à disposição uma estrutura única no Brasil, que inclui picadeiro coberto, pista de salto, pistas de adestramento, redondéis, modernas cocheiras, lanchonete, sala de espera e wi-fi. Além das melhores instalações para a prática do hipismo, o grande diferencial da Escola de Equitação está no compromisso assumido com a qualidade do ensino. Seguindo um programa cuidadosamente elaborado, a Escola de Equitação propõe-se a ensinar o esporte, combinando técnica, estilo, competitividade e lazer e oferece a sócios e não sócios, as modalidades de salto, adestramento, equoterapia, equitação lúdica, polo, pônei e equitação para executivos. A amazona Carolina Jubran Pascual, que frequenta a escola de equitação SHP, destaca a importância que o trabalho realizado na escola pode fazer por um cavalo, de como o trabalho que os instrutores fazem são, de fato, efetivos, para os animais e também para os alunos, que evoluem junto deles. “Desde agosto de 2009, eu monto na “escolinha”. Sempre gostei muito, talvez pelo fato de eu ter conhecido a maioria das minhas amigas lá, todas com o mesmo objetivo de evoluir no esporte. Uma das coisas mais gratificantes que já passei na escola foi quando eu comecei a trabalhar um cavalo (até hoje muito especial para mim) que tinha um vício que o impossibilitava de fazer provas, ele tinha pavor quando vinha um cavalo no sentido contrário.
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ESPECIAL
SELEÇÃO BRASILEIRA DE VOLTEIO NA SHP
Eu conversei com os instrutores e eles concordaram em trabalhá-lo, tudo com um treinamento sempre adequado para as necessidades e limites dele. No final conseguimos até entrar em provas, tanto nos Rankings internos quanto em provas federadas”, explica. Na Sociedade Hípica Paulista, o Volteio - uma modalidade equestre artística que consiste em executar exercícios acrobáticos em sincronia com o cavalo em movimento -, abrange um grande público, pois oferece diferentes estilos de aulas: volteio lúdico, competitivo, volteio preparatório para salto e adestramento, condicionamento físico e volteio terapêutico. “É uma atividade que desenvolve equilíbrio, coordenação motora, concentração, força e flexibilidade, por exemplo. A aula é dinâmica e em grupo, quem é amante do cavalo deve se permitir ao menos uma vez, sentar-se em um cavalo de volteio e galopar com os braços abertos e olhos fechados, você sentirá o movimento do cavalo de uma forma única e inesquecível!” – relata Carla Massenzi, técnica nacional da seleção brasileira
e instrutora de Volteio e Horsefit na Sociedade Hípica Paulista. SELEÇÃO BRASILEIRA DE VOLTEIO NA SHP
No princípio deste ano a Seleção Brasileira veio para a Sociedade Hípica Paulista, por meio de uma parceria com a Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), com o intuito de melhor preparar a equipe para competições. Maria Luiza Giugni, 22 anos, é estudante de arquitetura e atualmente é chefe de equipe da seleção brasileira de Volteio e também juíza da categoria. Malu, como é conhecida, pratica o Volteio desde o ano 2000 efetivando-se na seleção com 12 anos em 2005, tendo participado de diversas competições brasileiras e internacionais e quatro campeonatos mundiais. A equipe conta com 8 atletas, uma chefe de equipe, um preparador físico, uma técnica nacional, uma técnica internacional, diretor de volteio CBH, diretora de volteio FEI e o presidente da CBH. Atualmente, a seleção está se preparando para o próximo mundial, que ocorrerá em 2016, em Le Mans, França.
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MODALIDADES
A ARTE DA DOMA Através do Projeto Doma, Eduardo Borba dissemina sua habilidade de compreender a sensibilidade dos animais POR: KADIDJA TOURE COLABORAÇÃO: MIDORI NEY IMAGENS: REPRODUÇÃO FACEBOOK
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dealizado há mais de 35 anos por Eduardo Borba, que ao longo de sua carreira já supervisionou mais de 10 mil cavalos, o Projeto Doma visa o desenvolvimento da educação equestre a partir de três pilares: sensibilidade, timing e discernimento. Uma vez fundamentada nestes três preceitos, a relação homem-cavalo ganha uma nova dimensão e auxilia tanto o desenvolvimento humano quanto o treinamento equestre. “A abordagem doma não pode ser transmitida por um professor, livro ou filme, independentemente de suas qualidades. No máximo, eles apontam o caminho que o aluno deve seguir, para que, um dia, possa atingir o objetivo: a compreensão do cavalo como um todo”, afirma Borba, ao tratar a doma como uma questão de atitude e não de comportamento. “O segredo da doma é respeitar todas as etapas e ganhos do processo, com a
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constante revisão da experiência a ser construída”, destaca ainda. O Projeto Doma contempla um programa de cursos como iniciação de potros, educação equestre e equitação fundamental. A filosofia aplicada não está relacionada apenas ao treinamento, mas a uma metodologia que prioriza a observação e percepção da sensibilidade do animal, em que não há cobrança por resultados imediatos. Borba destaca a importância do estudo da história da educação equestre, do conhecimento da tradição e da filosofia dos antigos horsemen e seus ensinamentos essenciais e atemporais, independentemente se for o cenário Western ou da Equitação Clássica. Um exemplo é Tom Dorrance, cuja obra “True Unity – Willing Communication Between Horse and Human” é um clássico para ser lido e relido, além de Xenofonte, com seu “Manual de Cavalaria”, que após 24 séculos
continua sendo uma importante obra sobre equitação e manejo. Ele defende que o envolvimento com o passado e o conhecimento dos velhos mestres pode trazer o sentido da essência e livra-nos do grande imediatismo em que vivemos atualmente. “É preciso ganhar essência e não tempo”, diz Borba. Borba fala também sobre um importante conceito, na opinião dele, o mais importante na base da educação equestre e equitação: o uso do prefixo latino “re”, que indica a rotina de repetir, fazer de novo. Relembrar, refazer, reconsiderar, rever, refletir, reconhecer, retornar. Olhar novamente para o que estava esquecido, renovando por aquilo o nosso respeito. “Temos um preconceito gratuito a respeito do velho. Acreditamos que só andamos para frente quando nos voltamos contra o passado, enquanto que no renascimento seguimos adiante ao olharmos para trás”, finaliza Borba.
CULTURA
CARGA CULTURAL Ótimos lançamentos em livros e música e um clássico do cinema estão entre as nossas refinadas escolhas POR: FERNANDA FERREIRA ROMERO FOTOS: DIVULGAÇÃO
ABILIO
HEREGES
CARBONO
Cristiane Correa 272 páginas Não ficção, Administração e Negócios Selo Primeira Pessoa ISBN: 978-85-6837-702-4
Leonardo Padura 506 páginas Romance, Ficção, Literatura Internacional Boitempo Editorial ISBN: 978-85-7559-447-6
Lenine 2015 11 faixas Universal MPB CD
O passo inicial para a construção de uma companhia que se tornaria a maior varejista do Brasil foi a abertura de uma discreta doceria em São Paulo, chamada Pão de Açúcar, em 1948. Com perspectiva de ampliar o segmento, o primogênito da família Diniz, Abilio, fez do pequeno negócio familiar, uma grande potência. Impopular na infância, o empresário aprendeu a conquistar seu espaço e levou essa determinação para o mundo dos negócios. O livro revela, com detalhes, os bastidores da saída do empresário do Pão de Açúcar e é um retrato apurado de um homem movido por suas paixões.
Resultado de anos de investigação sobre a perseguição aos judeus, o novo livro de Leonardo Padura cria uma atmosfera de romance histórico e noir. O ponto de partida é um episódio real: a chegada ao porto de Havana do navio S.S Saint Louis, em 1939, onde se escondiam mais de 900 refugiados vindos da Alemanha. Daniel Kaminsky e seu tio aguardavam nas docas o desembarque – que não aconteceu – com um quadro de Rembrandt que esperavam utilizar como moeda de troca. Quase 70 anos depois, o filho de Daniel, Elías, viaja dos Estados Unidos a Havana para esclarecer o que aconteceu com o quadro e sua família.
Com o som da viola pantaneira ao afro jazz, da valsa moderna ao frevo’n roll, Carbono, novo projeto autoral de Lenine traz nomes de peso envolvidos na produção do disco e conta com as participações mais que especiais de Nação Zumbi, Oskestra Rumpilezz, Martin Fondse Orchestra, entre outros. Carbono – elemento, pretexto e título – faz jus ao lugar na ciência estudada pelo cantor na juventude, a Química. É o elemento que liga tudo quanto é objeto e criatura e, suas conexões com outros átomos podem gerar uma infinidade de resultados: do grafite ao diamante e, agora, uma canção.
COLEÇÃO STANLEY KUBRICK UM DIRETOR VISIONÁRIO
8 discos Drama, Aventura, Ficção Warner Home Video Blu-ray Com uma carreira iluminada, esta coleção traz a perspectiva do crescimento de Stanley Kubrick através de seu perfeccionismo, o que lhe custou uma série de dissabores na indústria cinematográfica e uma grande dificuldade de trabalhar nos Estados Unidos, já que os grandes estúdios cada vez mais ficaram entregues a plateias de adolescentes, que sempre esteve longe de ser seu público-alvo. Kubrick filmou para adultos, para pessoas que não se importam em pensar, o que revela a força de sua produção no mundo inteiro. O box traz 7 grandes clássicos que despontam como excelências cinematográficas. SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA
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CSI-W INDOOR
OS 25 ANOS DO CONCURSO DE SALTO INTERNACIONAL E NACIONAL INDOOR FOTOS:DIVULGAÇÃO/ GABRIELA LUTZ
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ntre 7 e 11 de outubro, o Concurso de Salto Internacional e Nacional Longines Indoor chega a sua 25ª edição na Sociedade Hípica Paulista. Em 2015, o evento conta com elenco especialmente estrelado com a presença, entre outros, dos cavaleiros olímpicos e representantes da casa Rodrigo Pessoa, Doda Miranda, Pedro Veniss e também de Cássio Rivetti, que hoje compete pela Ucrânia. Ao todo são 18 as provas realizadas no picadeiro coberto da SHP, considerado o maior vão livre sem pilastras das Américas, além de duas provas show: uma potência, salto em altura, que volta a fazer parte do programa após 14 anos, e a tradicional disputa carro x cavalo. A assinatura dos percursos é de Guilherme Jorge, primeiro brasileiro escalado para armar as pistas na história dos Jogos Olímpicos. Fato é que o Indoor 2015 é o último e único concurso no Brasil com participação
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dos olímpicos Rodrigo, Doda e Pedro antes dos Jogos Rio 2016. A cada ano, os números da competição batem novos recordes: em 2014 cerca de 40 mil visitantes prestigiaram a competição e o retorno de mídia, entre impresso, online e televisão, foi avaliado em U$ 20 milhões. O desafio é grande. Mas, sem dúvida, o Indoor hoje é o mais badalado concurso hípico da América do Sul. O GP Final é válido pela 7ª de 8 Etapas do Campeonato Brasileiro Hyundai Senior Top, computa pontos pelo ranking Longines da Federação Equestre Internacional, além de ser uma etapa seletiva para a Final da Copa do Mundo 2016 em Gotemburgo na Suécia e qualificativa técnica para as Olimpíadas 2016. Entre 4 e 6 de dezembro, a Sociedade Hípica Paulista recebe o Internacional e Nacional Top Riders que encerra o Campeonato Brasileiro Hyundai Senior Top.
DODA MIRANDA, CAMPEÃO EM 1998, QUE EM 2015 PRESTIGIA O EVENTO PELA TERCEIRA VEZ COM ARINESS VAN’T WOLFERINK EM REGISTRO DO INDOOR 2014
VENCEDORES DO GP WORLD CUP QUALIFIER INDOOR
1992 – Vítor Alves Teixeira – Zurkis 1993 – Ivan Camargo – Dollar 1994 – André Johannpeter – Calei Joter 1995 – Vítor Alves Teixeira – Phanton 1996 – Rodrigo Pessoa – Rose Garden 1997 – Vinícius da Motta – Coca Cola lWendy 1998 – Álvaro Afonso de Miranda Neto – J Carofna 1999 – Bernardo Resende Alves – Visa Tucu Tucu Joter 2000 – Bernardo Resende Alves – Visa Diva Joter 2001 – Claudia Itajahy – Van Gogh 2002 – Rodrigo Ullman Lima – La Vida do MM 2003 – Tomás Rossilho – My Eve
2004 – Rodrigo Sarmento – Sultan 2005 – André Américo de Miranda – Salamandra Chapman Rouge 2006 – José Luiz Guimarães de Carvalho – VDL Olympia Polana 2007 – Loisse Garcia – Prosper Phillip 2008 – Francisco Musa – Werca 2009 – Karina Johannpeter – Donna D 2010 – José Roberto Reynoso Fernandez Filho – Gina JMen 2011 – Felipe Juares de Lima – Zuleika Método 2012 – Felipe Juares de Lima – Forest Phinox 2013 – Yuri Mansur Guerios / Deulyz 2014 - Artemus de Almeida / Zarisma SOCIEDADE HÍPICA PAULISTA
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CRÔNICA
POLO POR: GUGA CHACRA FOTO: SHUTTERSTOCK
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uando eu estava na adolescência e me perguntavam que esporte eu praticava, respondia – polo. Estas quatro letras para mim resumiam tudo. Na minha cabeça, o interlocutor imediatamente imaginaria 14 jovens de sunga e touca na cabeça tentando marcar gols com uma bola amarela dentro da piscina. Na realidade, porém, muitas pessoas me respondiam – “nossa, nunca imaginaria você jogador de polo. Você está sempre de cabelo molhado e vestido de camiseta da escola”. Eu não entendia e questionava – “mas o que isso tem a ver com polo”? Outros perguntavam onde eu jogava polo. Respondia que no Paulistano. Eles diziam – “nossa, nunca soube que o Paulistano tivesse polo”. Apenas depois o mal entendido se esclarecia. Polo, para estas pessoas, não era polo aquático, mas polo cavalo. Elas imaginavam cavaleiros elegantes com seus tacos disputando partidas na Hípica, não um bando de
adolescente gritando na piscina do Paulistano. Para mim, porém, polo e cavalo continuavam sendo algo distante. Mas Buenos Aires, onde morei no passado, mudou um pouco a minha percepção. Não que eu tenha decidido saltar ou mesmo galopar. Mas, quando vivi na capital da Argentina, o campo de polo de Palermo e o hipódromo faziam parte do meu cenário. Assisti a algumas corridas e a alguns jogos. De volta ao Brasil, cheguei a ir alguns dias no Jóquei Clube de São Paulo para ver corridas e entender um pouco o fascínio das pessoas por cavalos. Para quem não cresceu no meio destes animais, não é fácil. Mas hoje entendo, embora admito que não seja um amante de cavalos. Mudei para os EUA há dez anos e, até hoje, planejo ir ver uma prova em Belmont Stakes, mas nunca vou. Por outro lado, já nadei em mais de 20 piscinas de Nova Iorque.
Guga Chacra, mestre em relações internacionais pela Universidade Columbia, é comentarista da Globo News e do Grupo O Estado de S. Paulo em Nova York.
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