NOSSO CONTOS POPULARES - 3º ANO - MANHÃ

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Nossos Contos Populares

Escritos e Ilustrados pelos alunos do 3º Ano - Manhã 2016

Professoras Responsáveis: Adriana Helena Gonçalves da Silva Bruna da Rosa Silva

Orientação das Ilustrações: Profª Rosângela Bonifácio

Revisão Ortográfica: Selma Ortega Dias Duarte

PARA MANTER A CARACTERÍSTICA DA ESCRITA DOS ALUNOS, OS TEXTOS FORAM REVISADOS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO AS COMPETÊNCIAS ESCRITORAS DA TURMA.

Arte e Diagramação: Lucas da Silva Siqueira

Atendimento e Secretaria

Rua Bariloche, 91 | Jd. América | SJC - SP | (12) 3931 2163

Acesso - Ed. Infantil & Berçário

Rua Cali, 17 | Jd. América | SJC - SP | (12) 3939 6445

Acesso - Ens. Fundamental

Rua Cali, 157 | Jd. América | SJC - SP | (12) 3931 8113


Sumário

Apresentação...................................................... 4 A Velha e o Pato................................................. 9 Ana Clara e Pedro

Chico Zoeira......................................................... 13 Camila e Yann

Chico Zoeira......................................................... 17 Clara e Lionel

Chico Zoeira......................................................... 21 Sofia Machado, Nicoly Ruivo e Vinícius de Castilho

Façanhas do Zé Burraldo................................... 25 Thales e Amanda Yuki

Maria Bobona...................................................... 29 Sofia Paulino e Rebeca

Pega-Malandro-De-Papo-Furado..................... 33 Bruna e Amanda Garcia

Pega-Malandro-De-Papo-Quebrado.............. 37 Heitor e Luísa

Zé Batata............................................................... 41 Lucas e Lara


Apresentação Começamos aprendendo contos populares latino-americanos, mas para aprofundar os estudos para o Projeto Jovem Escritor, partimos para os contos populares brasileiros, cujas características são marcas de oralidade próprias da fala do povo. Escolhemos Ricardo Azevedo como autor de referência para que os alunos pudessem ser repertoriados, devido à sua relevância de pesquisa neste gênero literário. Em sala, a hora da leitura era uma mistura de silêncio e risadas. O humor e a forma simples de falar foi o que mais os atraiu. Várias foram as histórias lidas, tiradas dos livros: No meio da noite escura tem um pé de maravilha; Meu livro de folclore; Histórias de bobos, bocós, burraldos e paspalhões; Armazém do folclore, além do próprio O macaco e a velha. Quando foi apresentada a dramatização da história “O macaco e a velha”, contada de uma forma muito divertida e encantadora pela nossa coordenadora Claudia Maldanis, pudemos finalmente começar o processo de escrita do livro. Para garantir a compreensão desse processo, elegemos O macaco e a velha. Começamos confeccionando, coletivamente, as listas de apoio. Listamos as personagens, levantamos suas características, palavras importantes (destacando o regionalismo) e fizemos uma lista de episódios. Verificamos também os marcadores de tempo que o autor utiliza (um dia, certa vez). Relembrando as histórias lidas, percebemos que o autor utiliza frases curtas, a maioria das personagens não são nomeadas e as que são, têm nomes bem comuns. Também verificamos que algumas histórias não têm o desfecho finalizado. Depois de tudo listado, fizemos um reconto coletivo da história, seguindo as listas prontas como parâmetro, sendo a professora, a escriba desse processo. Para a escrita dos novos contos, a sala foi agrupada em duplas e um trio e cada grupo escolheu, entre os textos já conhecidos, qual iriam reescrever. Para fazerem as listas de apoio, foi sugerido que mudassem uma

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ou duas situações, das quais poderiam ser: característica de personagem, ambiente ou desfecho. As duplas escolheram o que seria mudado, fizeram suas listas de apoio e começaram a escrita. Alguns grupos se empolgaram e quiseram acabar rapidamente seus textos. As professoras atuaram com questionamento acerca da ortografia, da organização do enredo e características próprias do gênero, bem como, na resolução dos conflitos até que todos terminaram a primeira etapa: texto de autoria. Partiram então para a digitação. Assim que terminavam, o texto era impresso para que pudessem lê-lo e verificar o que poderia ser modificado. As professoras também participavam desse processo. Após correção, o texto foi encaminhado para um leitor “misterioso”, que fez algumas perguntas com o propósito de fazer com que os alunos refletissem sobre o que escreveram. Esse processo foi gradativo e laborioso e certamente, conquistou escritores mais potentes que passaram por etapas necessárias para a produção de bons textos. Durante o processo de escrita, os alunos produziram, nas aulas de Arte, as ilustrações de suas histórias. A certeza foi de que o esforço vale a pena. Vimos em cada rosto o sorriso de satisfação com o livro pronto. É o que nos motiva e nos faz amar ainda mais essa profissão. Agradecemos muito a cada um desses alunos tão especiais que tanto nos ensinaram durante todo esse processo. Continuem assim: BRILHANTES!

Um grande abraço Professoras Adriana Gonçalves e Bruna Silva

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Dedicatória e Agradecimento Este livro é dedicado à nossa família, aos nossos amigos, professores e a todos que nos ajudaram e confiaram em nossa capacidade. Agradecemos aos nossos parceiros que nos ajudaram a escrever nossas histórias e as nossas professoras por terem nos apoiado nesse projeto. O processo foi duro, mas o resultado foi surpreendente!

3º ano - manhã

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A velha e o pato Ana Clara e Pedro

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Dona Sebastiana morava em uma casa na floresta. Seu vizinho era um macaco, que vivia em uma bananeira. Um dia eles foram fazer um piquenique do lado de um lago cheio de patos. A velha levou pão e o macaco levou banana. A Sebastiana foi ao banheiro lavar as mãos e o macaco foi beber água. Enquanto isso um dos patos comeu o pão da velha. Quando a mulher voltou, o pão que ela estava comendo não estava mais lá, só que tinha um pedaço de pão na boca do pato. A velha, ficou brava e gritou, então o macaco ficou assustado. Ela falou para o macaco: - Eu tive uma ideia: vamos fazer uma armadilha para pegar esse pato comilão! E o macaco respondeu: - Boa ideia! Eles fizeram uma trilha de migalhas de pão do lago até a casa da velha e voltaram para o lago para ver se o pato estava seguindo a trilha. O pato seguiu. Uma hora depois o pato caiu na armadilha, que funcionava da seguinte forma: o último pedaço de pão era o maior e estava amarrado em uma cordinha e tinha uma rede embaixo. Quando o pato foi comer o pedaço do pão ele puxou a corda junto, a rede subiu e o pato ficou preso na rede. A velha chegou em casa junto com o macaco e viram o pato na armadilha. Sebastiana foi para a cozinha cozinhar o pato. O macaco ficou na sala assistindo TV. O pato não estava com medo, só que ele falou para a Sebastiana: - Corta, pode cortar, mas corta devagar, porque eu tenho ovinhos. Tempera, pode temperar, mas tempera devagar. Assa, pode assar, mas assa devagar. Come, pode comer, mas come devagar. A velha nem ligou, comeu tudo de uma só vez. Ela ficou com dor de barriga porque comeu o pato inteiro. O macaco quis ajudar e apertou a barriga da velha e ela vomitou o pato e ele

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chocou os dez ovos bem na hora e vieram os dez patinhos e eles cantaram: - Eu vim pela boca da velha. - Eu vim pela boca da velha. - Eu vim pela boca da velha. E a Sebastiana nunca mais comeu patos. Nem outros animais que ela nĂŁo tem certeza se pode comer!

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Chico Zoeira Camila e Yann

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Chico Zoeira era um homem muito pobre e meio atrapalhado da ideia. Então resolveu viajar pelo mundo para arranjar emprego. Andou, andou, andou e chegou numa cidade. Encontrou um senhor numa loja fazendo compras. Resolveu perguntar a ele se sabia de algum emprego. Por sorte ele era dono de um hotel, e disse: - Eu vou te dar um emprego. Chico ficou muito feliz. No dia seguinte começou a trabalhar como faxineiro. Depois de um ano, o velho deu uma sacola mágica como forma de pagamento e falou que para a sacola funcionar, precisava cantar assim: Enche sacola, sacola enche Faz que nem um capinzeiro Enche sacola, sacola enche, Fica cheia de dinheiro. Chico foi embora para casa. No caminho ficou cansado e pediu pousada em uma casa. Contou para o Antônio e a Durvalina, os donos da casa, que sua sacola era mágica e falou que precisava cantar assim: Enche sacola, sacola enche Faz que nem um capinzeiro Enche sacola, sacola enche, Fica cheia de dinheiro. Então foi dormir e foi roubado. Enquanto estava dormindo, Durvalina e Antônio trocaram a sacola por uma igualzinha. Chico voltou para casa, quando foi mostrar a sacola para a família, cantou a música e percebeu que a sacola não estava funcionando.

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Como a pobreza continuava, resolveu voltar para o hotel e trabalhar mais, pois precisava sustentar a família. Contou para o velho o que aconteceu e o velho desconfiou. Depois de um ano, Chico quis voltar para casa e como pagamento, ganhou uma bandeja mágica. - Você vai cantar assim: - disse o velho. Bandejinha, bandejão Oh, bandeja colorida Abre aqui na minha mão Põe na mesa a comida. Chico agradeceu e foi embora para casa. No caminho ficou cansado e pediu pousada na mesma casa. Contou da bandeja mágica e falou como se cantava a música: Bandejinha, bandejão Oh, bandeja colorida Abre aqui na minha mão E põe na mesa a comida. E ele foi dormir e Antônio e a Durvalina roubaram a bandeja mágica, colocando outra igual no lugar. Chico voltou para casa. Ele mostrou para sua família a bandeja, cantou a música mas ela não funcionou. Como a pobreza continuava, resolveu voltar para o hotel e trabalhar mais, pois precisava sustentar a família. Contou para o velho o que aconteceu e o velho desconfiou. Depois de um ano, Chico quis voltar para casa e como pagamento, ganhou um bastão mágico, que funcionava com a música: Bastãozinho, bastãozão Bata nele de montão

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Me ajuda nessa encrenca Mete, mete, bate, bate. No caminho, já cansado, Chico parou na mesma casa, pediu pousada, não conversou muito e foi dormir. Chico Zoeira, fingindo que estava dormindo, viu que Antônio e Durvalina pegaram o bastão. Chico levantou e cantou: Bastãozinho, bastãozão Bata nele de montão Me ajuda nessa encrenca Mete, mete, bate, bate. Os donos da casa, depois de levarem tanta pancada, arrependeram-se e falaram que iam devolver tudo que tinham pegado. Chico pegou suas coisas, voltou para casa e ficou com a família. Chico Zoeira nunca mais passou necessidades.

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Chico Zoeira Clara e Lionel

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Chico Zoeira era um homem muito pobre. Ele ficou cansado de ser pobre e sua esposa o chamou e disse: - Chico, vai trabalhar. Nós estamos ficando com fome e estamos sem dinheiro. Então ele foi procurar um trabalho e encontrou a fazenda de um velho. O homem achou Chico Zoeira meio desastrado, mas contratou-o assim mesmo. Lá ele cortava lenha, tirava leite da vaca, capinava e plantava. Depois de um ano, sentiu saudades da família e decidiu se despedir do trabalho, mas o que Chico não sabia é que o velho era mágico e deu-lhe de gratidão, uma bandeja mágica e um pouco de dinheiro. O senhorzinho disse que para a bandeja funcionar bastava cantar: Enche, enche, bandeja enche De comida se preenche Enche, enche, bandeja enche Com tempero se preenche. E a bandeja ficou cheia de comida temperada. Chico agradeceu ao velho, despediu-se e voltou pra casa. No caminho de volta, ele estava muito cansado e decidiu parar em um hotel ali perto. Quando chegou lá, bateu à porta e disse: - Posso passar uma noite aqui, senhores? E os donos do hotel responderam: - Sim, claro. Passe uma noite aqui. Então Chico entrou no hotel e os donos ficaram curiosos vendo a bandeja que estava na mão dele. Chico disse: - Eu tenho uma bandeja mágica e basta cantar: Enche, enche, bandeja enche De comida se preenche Enche, enche, bandeja enche Com tempero se preenche. E a bandeja se encheu de comida temperada de novo. Os donos se impressionaram. Quando Chico Zoeira foi dormir, ele foi roubado pelos dois donos do hotel e eles trocaram a bandeja mágica por uma igualzinha. Quando chegou em casa, Chico foi mostrar a surpresa para sua família e disse: - Eu tenho uma surpresa para mostrar a vocês: é uma bandeja mágica! – e cantou: Enche, enche, bandeja enche De comida se preenche Enche, enche, bandeja enche Com tempero se preenche. Mas a bandeja não funcionou. Então a esposa de Chico Zoeira disse: - Chico, acho que foi tudo coisa da sua cabeça. Você precisa voltar a trabalhar. Ele retornou à fazendinha do velho e foi contratado novamente. Chico cortou lenha, tirou leite da vaca, capinou e plantou. Depois de um ano, ficou com saudades da família e decidiu voltar para casa. Falou para o velhinho que queria demissão e o velho disse: - Leve de gratidão esse cartão mágico. Basta cantar:

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Enche, enche, cartão enche Deixe meus bolsos cheios Enche, enche, cartão enche Enche meus bolsos de riquezas. Chico agradeceu ao velho, despediu-se e voltou pra casa. No caminho de volta, ele estava muito cansado e decidiu parar em um hotel ali perto. Quando chegou lá, bateu à porta e disse: - Posso passar uma noite aqui? E os donos do hotel, cujos nomes eram dona Joana e seu João, responderam: - Fique e passe uma noite aqui. Novamente Chico Zoeira falou que ganhou uma coisa mágica, só que era um cartão dessa vez. Ele falou que bastava cantar: Enche, enche, cartão enche Deixe meus bolsos cheios Enche, enche, cartão enche Enche meus bolsos de riquezas. E quando foi dormir, ele foi novamente roubado por dona Joana e seu João. Eles trocaram o cartão por um cartão igualzinho. Quando amanheceu, Chico foi para sua casa, chamou a família e disse: -Trouxe uma surpresa, mas dessa vez é um cartão mágico! – e cantou: Enche, enche, cartão enche Deixe meus bolsos cheios Enche, enche, cartão enche Enche meus bolsos de riquezas. Mas o cartão não funcionou. Chico ficou triste porque a família ficou muito decepcionada com ele e sua esposa disse: - Chico Zoeira, volte a trabalhar! Não aguento mais suas mentiras de coisas mágicas. E Chico foi trabalhar na fazenda do mesmo velho de sempre. Quando chegou, o homem disse: - Oi, Chico Zoeira! Você veio trabalhar aqui novamente? Se quiser, já está contratado. E Chico disse: - Sim, eu quero. Então, Chico cortou lenha, tirou leite da vaca, capinou e plantou. Depois de um ano, Chico Zoeira estava com muita saudade da família e decidiu voltar para casa. O velho disse: - Eu lhe dou mais uma coisa mágica, só que dessa vez é um bumerangue. Basta cantar: Bumeranguinho Bumeranguinho Bate logo No dentinho. Chico contou ao velho que achava que estava sendo roubado pelos donos do hotel, dona Joana e seu João.

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O velho falou: - Quando parar no hotel, finja que está dormindo e quando ele forem te roubar, cante a música do bumerangue. Eles vão se arrepender! Chico agradeceu ao velho, despediu-se e voltou pra casa. No caminho de volta, ele estava muito cansado e novamente parou no hotel ali perto. Quando chegou lá, bateu na porta e disse: - Posso passar uma noite aqui? E os donos do hotel responderam: - Fique e passe uma noite aqui. Novamente Chico Zoeira falou que ganhou uma coisa mágica, só que dessa vez era um bumerangue, só que ele não falou como funcionava. Quando Chico foi dormir, ele fingiu que estava dormindo e quando dona Joana e seu João foram roubar o bumerangue, Chico abriu os olhos e cantou: Bumeranguinho Bumeranguinho Bate logo No dentinho. E rapidamente o bumerangue começou a quebrar os dentes deles. Dona Joana e seu João pediram para Chico fazer o bumerangue parar. Chico Zoeira disse: - Eu faço-o parar se vocês me devolverem minhas coisas Seu João desceu correndo, abriu um cofre que tinha atrás de um quadro na cozinha para pegar a bandeja e o cartão. Quando ele devolveu as coisas, Chico falou para o bumerangue parar de quebrar os dentes deles. Chico Zoeira pegou suas coisas, voltou para casa e mostrou as surpresas. Primeiro o bumerangue, porque tinha um cão ameaçando-os: Bumeranguinho Bumeranguinho Bate logo No dentinho. O cachorro foi embora banguela, chorando. Depois cantou a música da bandeja: Enche, enche, bandeja enche De comida se preenche Enche, enche, bandeja enche Com tempero se preenche. E comeram até não aguentarem mais. Por último, a canção do cartão: Enche, enche, cartão enche Deixe meus bolsos cheios Enche, enche, cartão enche Enche meus bolsos de riquezas. E eles ficaram ricos. Compraram uma mansão e nunca mais precisaram trabalhar e a família viveu feliz.

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Chico Zoeira Sofia Machado, Nicoly Ruivo e VinĂ­cius de Castilho

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Chico Zoeira tinha família muito pobre, que não tinha dinheiro e nem o que comer. Um dia Chico foi procurar um emprego na casa de um velho amigo, mas ele não sabia que o velho era um feiticeiro. Então Chico cortou lenha, tirou o leite da vaca, plantou e colheu. Depois de um ano, Chico foi procurar o velho e disse: - Senhor, acho que já é hora de eu ir para casa, estou com muita saudade da minha família. E o velho disse: - Tudo bem, mas em troca eu vou te dar uma sacola mágica, que se você precisar de dinheiro basta cantar: Sacola, sacolinha Faz que nem o capinzeiro Sacola, sacolinha Fica cheia de dinheiro. Então Chico pegou a sacola, despediu-se e foi embora. No meio do caminho parou em uma pousada e pediu para passar a noite. Então os donos da pousada perguntaram: - E com o que você vai pagar? E Chico respondeu: - Com a minha bolsa mágica. Eu canto uma música e ela fica cheia de dinheiro! O dono e a dona da pousada ficaram encantados ao ouvir aquilo. No meio da noite eles pegaram a bolsa de Chico e colocaram outra igualzinha no lugar. Quando Chico acordou, pegou a sacola falsa, agradeceu o pouso e foi embora. Quando chegou em casa, disse à família: - Eu tenho uma surpresa! O velho que me contratou me deu uma sacola mágica, que se eu cantar uma música ela fica cheia de dinheiro! Vocês querem ver? Então a família disse: - Claro! Então Chico cantou: Sacola, sacolinha Faz que nem o capinzeiro Sacola, sacolinha Fica cheia de dinheiro. Mas a sacola não funcionou. Então Chico voltou a trabalhar na casa do velho e fez a mesma coisa que antes. Depois de um ano, procurou o velho e disse:

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- Senhor, será que eu posso voltar para casa? Estou com muita saudade de minha família! - Pode sim, mas como pagamento eu vou te dar uma marmita mágica. Quando você e sua família ficarem com fome, basta cantar: Marmita, marmitinha Enche minha pança de comida Marmita, marmitinha Enche, enche de comida. Então, Chico pegou a marmita, despediu-se e foi embora. Sem perceber, parou na mesma pousada e os donos falaram: - O que é isso na sua mão? - É uma marmita mágica. Quando eu e minha família ficarmos com fome, eu canto uma música e ela fica cheia de comida! Legal, né? Eu adorei! E pediu para passar a noite. Os donos deixaram e Chico foi dormir. No meio da noite, os donos pegaram a marmita e colocaram outra igualzinha no lugar. Quando acordou, Chico pegou a “marmita”, agradeceu o pouso e foi embora. Chegando em casa falou para a família: - Pessoal, agora nós temos muita comida! - Como assim, nós temos comida? Desde quando temos comida? - Desde agora! O velho que me contratou me deu uma marmita mágica. Quando nós ficarmos com fome eu canto uma música e a marmita fica cheia de comida: Marmita, marmitinha Enche minha pança de comida Marmita, marmitinha Enche, enche de comida. Mas a marmita não funcionou. Então Chico voltou a trabalhar na casa do velho e fez a mesma coisa que antes. Depois de um ano foi procurar o velho e disse: - Senhor, agora eu gostaria de ir para casa. A minha família deve estar com muita saudade de mim. - Isso é verdade, mas em troca eu vou te dar um chicote mágico. Quando você quiser se defender, basta cantar: Chicote, chicotão

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Enche, enche de pancada Chicote, chicotão Não tenha educação. Então o velho disse: - E para o chicote parar basta cantar: Chicote, chicotão Cai aqui na minha mão Chicote, chicotão Tenha mais educação. Então pegou o chicote, agradeceu ao velho e foi embora. No meio do caminho parou na mesma pousada sem perceber. Pediu para passar a noite e os donos deixaram. Eles perguntaram: - O que é isso na sua mão? - É um chicote mágico. Quando eu e a minha família formos nos defender, eu canto uma música e ele começa a dar pancadas nas pessoas que estão atrás de nós. Legal, né? Os donos ficaram surpresos ao ouvir aquilo. Disfarçaram a voz e responderam: - Sim, muito legal! E Chico foi dormir. Quando os donos foram entrar no quarto, Chico estava fingindo que estava dormindo para ver se eram os donos que estavam pegando suas coisas mágicas. Quando os donos foram pegar o chicote, Chico levantou e cantou: Chicote, chicotão Enche de pancada Chicote, chicotão Não tenha educação. O chicote começou a bater nos donos e o Chico gritou: - Devolvam minhas coisas! Eu vou chamar a polícia! - Tá bom, mas faça isso parar, por favor! Então os donos devolveram as coisas de Chico e ele chamou a polícia. Os policiais prenderam os donos da pousada, Chico pegou as coisas, agradeceu aos policiais e foi embora. Chegou em casa, contou a história e todos ficaram felizes.

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Façanhas do ZÊ Burraldo Thales e Amanda Yuki

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doente.

Zé Burraldo era muito burro e tinha um pai que estava muito

Um dia seu pai chamou-o e disse com uma voz rouca: - Quando eu morrer, vou deixar uma mala de dinheiro e um cavalo para você. E quando terminou de falar, fechou os olhos e morreu. Então Zé Burraldo pegou a mala, o cavalo e partiu para uma viagem. E Zé foi para a cidade e se encontrou com dois bandidos. Para enganar o Zé e pegar seu dinheiro, um dos bandidos disse: - Eu era um homem normal. Um dia uma feiticeira me transformou em um cavalo, mas um cavalo especial: eu não fazia cocô, fazia diamante e esmeralda. Quando um passarinho azul brilhante pousa em mim, eu me transformo em homem novamente. Duvidando disso, Zé pediu para que ele se transformasse em cavalo de novo. O outro bandido disse que eles iriam no lugar onde vivia o passarinho azul brilhante e, em vez disso, foram num celeiro buscar um cavalo qualquer e levaram pro Zé. Zé comprou o cavalo e ficou sem seu dinheiro. Levou o cavalo pra cidade e falou para o povo que seu cavalo era mágico, que ele fazia diamante e esmeralda em vez de fazer cocô. As pessoas da cidade começaram a rir do Zé, que estava procurando diamante no cocô. Zé ficou nervoso e começou a bater e a xingar o cavalo. Quando estava voltando para sua casa, no meio do caminho encontrou uma goiabeira, sentiu uma vontade de comer algumas goiabas e subiu em um galho. De repente, um homem apareceu e disse: - Senhor, o galho está trincando. Você vai cair daí! - Não vou cair, não. - afirmou Zé. Então o moço foi embora e o Zé caiu do galho. Ele falou: - Nossa, esse homem é um adivinho!

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Zé saiu correndo atrás do moço, dizendo que ele era adivinho, mas o moço disse: - Não sou adivinho. Mas, mesmo assim, Zé perguntou: - Me diga: quando vou morrer? O moço quis fazer uma brincadeira com o Zé e disse: - Você vai morrer quando puxar o rabo de um cavalo e ele soltar três puns. Aí sua morte chegará. Zé tentou fazer isso em todos os cavalos que encontrava, mas não dava certo e quando foi tentar em seu cavalo, o cavalo soltou três puns. Zé caiu duro no chão, pois desmaiou. Um menino viu o corpo de Zé no chão e resolveu ver se ele estava morto. O menino achou mesmo que ele estava morto. Na verdade, Zé estava desmaiado, pois o pum do cavalo era muito fedido. Como ele não acordava, colocaram Zé em um caixão e o levaram para o cemitério. Quando acordou, Zé levantou do caixão e as pessoas saíram correndo. Dizem que as pessoas ainda estão correndo, e Zé Burraldo ficou no caixão por um bom tempo. Cansou-se de ficar lá dentro e resolveu voltar para casa.

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Maria Bobona Sofia Paulino e Rebeca

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Maria Bobona era uma moça pobre e humilde. Ela tinha dois filhos e um marido relaxado. Mesmo assim ela adorava o homem. Com o tamanho da pobreza, foi trabalhar em uma fazenda. Quando chegou, soube que o patrão dela era um velho. Depois de um ano de trabalho, ela pediu ao velho para voltar para casa. Como o velho era mágico, resolveu dar uma carteira mágica para Maria. Então o velho cantou: - Carteirinha, carteirona, faz que nem o capinzeiro, carteirinha, carteirona, fica cheia de dinheiro. Nesse momento a carteira se encheu de dinheiro! No caminho para casa ela parou em uma pousada. Os donos eram um casal muito orgulhoso e invejoso. E o casal perguntou: -O que tem dentro dessa carteira? Então, já que Maria Bobona era bobona, explicou: - É uma carteira mágica. E cantou: -Carteirinha, carteirona, faz que nem o capinzeiro, carteirinha, carteirona, fica cheia de dinheiro. A carteira se encheu de dinheiro. Os olhos do casal começaram a brilhar, mas já que Maria Bobona era bobona, ela nem percebeu. Foi para a cama e dormiu. O casal, com os olhos brilhantes, foi ao quarto de Maria e cantou: -Carteirinha, carteirona, faz que nem o capinzeiro, carteirinha, carteirona,

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fica cheia de dinheiro. O casal trocou a carteira por outra igualzinha, só que normal. No dia seguinte, Maria foi para casa feliz da vida. Quando chegou em casa, ela contou para o marido que a carteira era mágica. Depois cantou a música e nada funcionou. Como a pobreza continuava, ela voltou para a fazenda e trabalhou tudo de novo. Depois de um ano, ela pediu de novo para ir para casa. O velho deu uma arma mágica e bastava cantar essa música: -Atira, arminha, atira, arminha, oh , arminha inteligente, atira, arminha, atira, arminha, oh, arminha diligente. No caminho, parou na mesma pousada, e o casal perguntou: -O que é essa arma aí? Então Maria respondeu: -É uma arma mágica, eu posso me defender com ela e basta cantar: -Atira, arminha, atira, arminha, oh, arminha inteligente, atira, arminha, oh, arminha diligente. De noite dormiu. O casal foi para o quarto e trocou a arma por uma enferrujada. Dia seguinte Maria foi para casa. Quando chegou em casa cantou, mas a arma não funcionou. Como a pobreza continuava, voltou para fazenda e

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trabalhou tudo de novo. Depois de um ano, pediu ao velho para voltar para casa. O velho deu a ela um prato mágico e bastava tocar nele que se enchia de comida. Parou na mesma pousada. Mas dessa vez, Maria Bobona não estava mais bobona. O casal, com os olhos brilhantes, recebeu-a com arrogância. E perguntou por que ela estava com um prato na mão. Ela falou que era um prato mágico e tocou nele. O prato se encheu de comida. De noite, ficou acordada para ver se tinha pista das coisas que o velho deu. Então Maria viu uma coisa brilhante na gaveta, foi olhar e achou a carteira junto com a arma. Ela começou a cantar e atirar no teto. O casal pediu perdão, pois ficou com medo. Maria pegou as coisas e foi para casa feliz da vida. Então a família de Maria Bobona nunca mais passou necessidades. FIM

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PEGA-MALANDRODE-PAPO-FURADO Bruna e Amanda Garcia

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Era uma vez dois irmãos gêmeos: Zé Mamão e Chico Papaya, que viviam em uma casa na areia de uma praia, eles faziam muita burrada e besteira. Um dia Zé Mamão viu Chico Papaya chorando em uma folha de um coqueiro e perguntou: - O que aconteceu Chico? - Estou triste - respondeu Chico. - Por que você está triste? - perguntou Zé. - É que se eu tivesse um filho, o coitado não iria ter nome, porque todos os nomes já foram usados. - E daí? - disse o Zé. - Se eu chamasse meu filho de “Tião”, por exemplo, e gritasse o nome dele, iria aparecer outra pessoa - respondeu Chico. - Acho que você tem razão - disse o Zé. Zé Mamão cansou e mudou de assunto. Disse que iria comprar coco na feira da cidade. - Chico, cuide da casa e não faça coisa errada! – disse o Zé. Chico Papaya não gostou do que ele disse e falou: - Quem, alguns dias atrás, queria matar um pernilongo com um estilingue e acertou a própria testa? Zé Mamão não gostou e falou: - Ah é? E quem, outro dia, ajudou um ladrão? Zé foi para a cidade. Logo depois Chico estava tentando acertar com um estilingue um mosquito no vidro. Bem na hora de atirar, alguém bateu na porta e Chico foi atender. Era um homem bem malandro que queria um pouco de água. Chico deu e os dois começaram a conversar. - Eu vim do céu – disse o malandro. Chico acreditou. Então ele perguntou se o mentiroso tinha visto o pai dele lá no céu. - Eu vi sim! - disse o homem - E ele anda mendigando pelo céu e passando necessidades - completou o malandro. - Por gentileza senhor, poderia levar essa mala de dinheiro quando voltar por lá e entregar para ele?

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O malandro recusou e Chico insistiu. Depois de tanto recusar, o sujeito aceitou. E roubou a mala de dinheiro. O Zé voltou da feira. E Chico explicou o que tinha acontecido e os dois começaram a brigar. Zé ficou bravo com a MULA do irmão. Quando ouviu a palavra “mula”, lembrou da mula no quintal. Ele pegou o animal e saiu à procura do sujeito. Zé ia atrás e o malandro lá na frente. Depois de um tempo, o malandro teve uma ideia. Escondeu a maleta atrás de uma árvore e colocou cocô de vaca em uma moita de folhas e tampou com o chapéu. Zé então se aproximou e perguntou para o bandido: - Senhor, por acaso você viu um malandro com uma mala de dinheiro? disse Zé. - Ah, vi sim, um sujeito que andava com uma mala – disse o malandro. - Você poderia ir atrás desse cara, por favor? - perguntou Zé. - Eu poderia ir, mas eu estou cuidando de uma coisa importante que está na moita – falou o bandido. - Mas o que tem na moita? - perguntou Zé. - O que tem na moita é um pássaro muito raro, chamado PEGA-MALANDRO-DE-PAPO-FURADO. – disse o malandro. O Zé acreditou. - Se você vender esse PEGA-MALANDRO-DE-PAPOFURADO você ganha uma fortuna - continuou o malandro. Assim que o homem saiu com a mula e pegou a maleta, Zé achou que era mais esperto do que ele: - Quero ver a cara do Chico quando eu voltar pra casa cheio da grana! Então levantou o chapéu com cuidado para o pássaro não escapar e agarrou aquele cocô de vaca que era para ser um PEGAMALANDRO-DE- PAPO-FURADO, e assim o sujeito enganou o Chico e o Zé. Fim da história.

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Pega-Malandrode-Papo-Quebrado Heitor e LuĂ­sa

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Em uma pequena casa moravam dois irmãos: João Melão e Chico Melão. Eles não tinham mãe e o pai deles tinha saído em uma viagem, mas morreu no meio do caminho. Deixou um cofre de dinheiro para eles, como herança. Um dia, Chico Melão subiu no telhado e começou a chorar. Então João Melão viu que ele estava chorando e foi conversar com ele: - Chico Melão, por que você está chorando? - É que quando eu tiver um filho ele não irá ter nome. - Por quê? - Porque todos os nomes já foram usados: Pedro, Artur, Marcelo, Flávio, etc. Por causa disso, João Melão e Chico Melão começaram a chorar. Finalmente João Melão mudou de assunto e disse: - Chico Melão, vou comprar jabuticaba. - Mas, João Melão, nós temos um monte de melão, por que vai comprar jabuticaba? - Porque eu não quero mais comer só melão, e Chico, vê se toma conta do cofre de dinheiro. Então, João Melão foi embora para a feira. Depois, Chico Melão preparou o estilingue para acertar um mosquito. Nessa hora, um homem com um chapéu bateu à porta. O homem pediu um pouco de água, então Chico Melão perguntou: - Água para quê? - Para beber. - respondeu ele. Então ele deu água para o homem, convidou-o para entrar e começaram a conversar. Chico perguntou: -De onde você veio? E o viajante respondeu: -De muito longe, muito longe mesmo. Eu vim do céu! Chico ficou curioso para saber mais. -Então você conhece meu pai?

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baixo.

-Depende. Como ele é? -Não é nem gordo nem magro, nem muito alto nem muito

-Ah, então eu conheço! E o homem falou as piores situações possíveis. Uma delas era que o pai dele estava como mendigo lá no céu. Preocupado, Chico Melão deu o cofre de dinheiro e pediu para o homem que o levasse para o seu pai no céu. O homem pegou o cofre de dinheiro e foi embora em seu cavalo. Quando João Melão voltou das compras, Chico Melão disse para o irmão o que tinha acontecido e ele ficou furioso da vida. Os dois começaram a brigar e quando o Chico Melão xingou o irmão de burro, João Melão se lembrou que eles tinham um burro e ele saiu correndo atrás do ladrão, montado no animal. O ladrão viu que estava sendo perseguido e teve uma ideia. Ele escondeu o cofre de dinheiro atrás de um monte de estrume. O ladrão se agachou e colocou seu chapéu em cima do cocô para enganar o João Melão. João Melão viu o homem agachado e perguntou se ele tinha visto alguém com um cofre de dinheiro. O ladrão conseguiu enganar João, dizendo que ele tinha visto um homem apressado com um cofre na estrada. João Melão explicou para o homem o que estava acontecendo: - O meu burro tem um problema, porque ele só consegue andar de marcha a ré e eu ainda tenho que ficar olhando para ver se ele está andando do lado certo. Então o ladrão disse: - Eu consigo ensinar burros que andam de marcha a ré a andarem do lado certo, mas eu não posso, porque eu tenho um PegaMalandro-de-Papo-Quebrado, um pássaro muito raro e valioso embaixo do meu chapéu. Ele custa dez mil reais. João Melão teve uma ideia e achou que foi a melhor ideia que ele já teve, porque o Pega-Malandro-de-Papo-Quebrado custava dez mil reais, muito mais dinheiro do que tinha no cofre.

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Então, João Melão conseguiu convencer o homem a deixar o chapéu com ele. Enquanto estava distraído com o chapéu, o homem pegou o cofre e foi embora, levando também o burro amarrado em uma corda. Quando João Melão viu que era só estrume, ficou furioso. Por sorte, na mesma hora, passava por ali um amigo chamado Francisco, que estava em seu cavalo. João explicou rapidamente o que estava acontecendo. O amigo falou: -Vamos logo atrás desse bandido, suba aqui que eu te levo. Eles então conseguiram alcançar o ladrão. João deu um pulo em cima do bandido. Saíram rolando pelo chão. Enquanto a briga acontecia, Francisco pegou uma corda que estava amarrada no burro e amarrou o ladrão e o levaram para a polícia na cidade. O homem ficou preso. João pegou suas coisas e agradeceu a seu amigo: -Obrigado, Francisco, por ter me ajudado a pegar meu cofre e meu burro. E Francisco voltou para sua casa também. Quando chegou em casa, João explicou para o irmão o que tinha acontecido: -Olha o que aconteceu por sua burrice! Quase fomos roubados. Ainda bem que Francisco estava por perto e ajudou a recuperar nossas coisas. Chico ficou pensando e concordou que tinha sido uma burrice mesmo acreditar no homem e disse: -Eu já aprendi que ninguém vem do céu e vou prestar mais atenção. Os irmãos continuaram sua vida. Chico até aprendeu a lição que ninguém vem do céu, mas ainda fez muitas bobagens e seu irmão sempre dava uma bronca.

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Zé Batata Lucas e Lara

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Zé Batata era um homem muito pobre. Morava em uma casa muito humilde. Ele vivia com sua esposa Sebastiana e seus sete filhos. Ele era um homem bom, mas meio atrasado da cabeça e vivia esquecendo das coisas. E por essa razão não conseguia arrumar emprego. Um dia a esposa chamou e disse: - Zé Batata, nós estamos sem comida. Você precisa de um emprego e os nossos filhos estão passando muita fome. - Vou arrumar um emprego bem rápido. Então Zé Batata caiu pelo mundo. Procurou e achou o emprego perfeito de ajudante de um velho. Zé não sabia que o velho era mágico, então trabalhou: pegou lenha, varreu, cortou a grama e lavou louça à beça. Trabalhou um ano e achou que era hora de ir para casa, pois sentia falta de sua família. Por seu trabalho, ganhou de recompensa uma mala mágica. Bastava cantar: Enche mala, mala enche Fica como um ficheiro Enche mala, mala enche Com moedas de ouro e notas de dinheiro. Zé ficou agradecido e saiu em viagem. Já cansado, parou em um hotel. Na recepção conheceu João, o dono do hotel. Zé contou tudo sobre a recompensa e cantou a canção da mala. O dono ficou impressionado. Quando Zé foi dormir, João e a esposa Antônia roubaram a mala mágica e trocaram por uma igualzinha. Na manhã seguinte, Zé foi para sua casa e mostrou a mala para Sebastiana, sua esposa e cantou: Enche mala, mala enche Fica como um ficheiro Enche mala, mala enche Com moedas de ouro e notas de dinheiro.

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disse:

E não aconteceu nada e sua esposa chorou de tristeza. Zé

- Eu vou voltar lá para o meu trabalho. Então foi e trabalhou durante um ano e como recompensa, ganhou um bloco mágico. O velho falou: -É só você cantar: Abre bloquinho, abre blocão Constrói uma casinha E uma mansão. E apareceu uma casa e uma mansão na frente de Zé Batata, então ele falou: - Obrigado! E ele foi para o mesmo hotel, cantou a canção e veio uma casa e uma mansão. O dono ficou impressionado. Quando Zé Batata foi dormir, João e sua esposa roubaram o bloco mágico e deixaram um igualzinho lá no quarto de Zé. No dia seguinte Zé Batata agradeceu por terem deixado ficar lá e voltou para casa. Contou tudo para sua esposa e disse: - Podemos ter uma casa melhor! Então cantou as palavras mágicas e o cubo não funcionou. Não teve escolha. Voltou e trabalhou duro por um ano novamente para ganhar sua recompensa. A recompensa era um sapato mágico, que para funcionar bastava cantar: Sapatinho sapatão Me ajuda nessa empreitada Bate, bate, quebra, quebra, Enche, enche de porrada. O velho pegou um espantalho e o sapato deu chutes no boneco. Mas existia um contra feitiço:

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Sapatinho, sapatão Sai daí, vai para o chão Chega, chega, para, para Não chuta mais ele não. O sapato parou e Zé ficou muito agradecido. Seguiu em frente e foi para o hotel de sempre. Ele foi direto “dormir”. João e Antônia foram roubá-lo, mas Zé não estava dormindo e cantou as palavras mágicas. O sapato ficou chutando os dois. Quando eles ficaram doloridos e quebrados, disseram: - Pare, por favor! Nós não aguentamos mais! Então Zé cantou o contra feitiço: Sapatinho, sapatão Sai daí, vai para o chão Chega, chega, para, para Não chuta mais eles não. O sapato parou de chutá-los e os donos falaram: - Nós iremos devolver tudo que pegamos de você. No dia seguinte, Zé foi para casa e cantou as músicas para sua esposa. A casa virou uma festa. Então Sebastiana falou: - Estamos ricos até a morte! Zé fez uma construtora, um aeroporto, um condomínio, um monte de shoppings e uma estação policial (por causa dos sapatos).

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Autores e Ilustradores Amanda Garcia Macedo Amanda Yuki Kajiwara Santos Ana Clara Magalhães Turetta Bruna Arisa Saito Camila Galvão Cardoso Clara Tomazella Sanchez Heitor Argento Gomes Lara Brito de Barros Lionel Mario Venturino Lucas Battestin Wiendl Luísa Luthien Nakagawa Nicoly Ruivo Marques Pedro Cardoso da Silva Rebeca Lobo Rodrigues Sofia Fonseca Machado Sofia Paulino Sperandio Thales Garcia de Oliveira Vinícius de Castilho Pereira Yann Gustavo Nardini da Silva






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