Berçário | Infan l | Fundamental I e II
Sumário
Contos Populares Brasileiros
Escritos e Ilustrados pelos alunos do 3º Ano - Tarde 2015
Professoras Responsáveis: Camila Costa Rabelo Bruna da Rosa Silva
Apresentação.............................................. 4 Profª Camila Costa Rabelo
A Mulher do Viajante............................... Kauã, Maria Clara M. e Pedro
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Orientação das Ilustrações:
A Mulher Dourada e o Menino Careca..... 13
Revisão Ortográfica:
Coco Verde e Melancia.............................. 17
Profª Rosângela Bonifácio
Selma Ortega Dias Duarte
PARA MANTER A CARACTERÍSTICA DA ESCRITA DOS ALUNOS, OS TEXTOS FORAM REVISADOS LEVANDO EM CONSIDERAÇÃO AS COMPETÊNCIAS ESCRITORAS DA TURMA.
Arte e Diagramação: Lucas da Silva Siqueira
Aline e Rafaela
Alice, Erick e Maria Luiza
O Filho do Ferreiro e a Moça Invisível....... 21 Beatriz, Eduardo Simões e Maria Eduarda
O Filho Mudo do Fazendeiro..................... 25 Bruna, Maria Fernanda e Miguel
O Macaco e a Velha.................................... 29 Atendimento e Secretaria
Rua Bariloche, 91 | Jd. América| SJC - SP | (12) 3931 2163
Acesso - Ed. Infantil & Berçário
Rua Cali, 17 | Jd. América| SJC - SP | (12) 3939 6445
Acesso - Ens. Fundamental
Rua Cali, 157 | Jd. América| SJC - SP | (12) 3931 8113
Guilherme
O Príncipe Encantado no Reino da Escuridão..................................... 32 Eduardo B., Lana e Mariana
Os Onze Cisnes da Princesa....................... 37 Amanda, Maria Clara C. e Rafael
Contos Populares Brasileiros - 3º Ano - Tarde Apresentação Nesse mundo tão grande, entre tantas possibilidades, não por acaso, aconteceu o nosso encontro. Se no início acreditei ser complexa a tarefa de memorizar vinte e um nomes, hoje acho que a dificuldade mora em ficar sem eles no dia a dia. Eu aprendi com eles a ser mais barulho. Eles aprenderam a ser mais silêncio e ouvidos. Não nos encontramos por termos nos reunido em um mesmo espaço, nem tampouco por sermos alunos e professora. Nos encontramos algum tempo depois, quando nos permitimos ser cativados. Então, crescemos juntos. Nos ajudamos. Cedemos. Trabalhamos duro. Rubem Alves, em uma de minhas citações favoritas, disse: “Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata. Quem tenta ajudar um broto a sair da semente o destrói. Há certas coisas que não podem ser ajustadas. Tem que acontecer de dentro pra fora.” Eles aprenderam a esperar o tempo das coisas. Mais do que esperar, aprenderam a respeitá-lo. E assim, superaram os desafios desse ano intenso, de muito aprendizado, e passaram por cada etapa do processo, que resultou nesse livro com criatividade, bom humor e dedicação. Mostraram-se empenhados desde o momento de aquisição de repertório, ouvindo cada conto e participando ativamente das rodas de conversa. Produziram as listas de apoio temático, que serviram para garantir todas as partes do enredo dos contos e as utilizaram com eficiência em suas produções. Trabalharam brilhantemente em equipe, com o mesmo entusiasmo do início ao fim. Que você possa sentir em cada linha o carinho depositado nesse trabalho.
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Dedicat贸ria Dedicamos esse livro a nossas fam铆lias, amigos e todas as pessoas que nos ajudaram a concluir esse projeto. Agradecimento
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Agradecemos aos professores que nos auxiliaram ao longo do processo.
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A Mulher do Viajante por
Kauã, Maria Clara M. e pedro
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Era um jovem rico. Levava a vida com seu navio, de porto em porto, comprando, vendendo e fazendo negócios. Numa viagem, certa vez, aconteceu que o céu ficou escuro. Depois trovejou. Veio a tempestade. A água jorrava feito cachoeira. O vento rosnava. As ondas iam e vinham querendo quebrar tudo. Assustado, o viajante fez uma promessa. Jurou que se escapasse do vendaval com vida, casava com a moça mais pobre do lugar em que conseguisse desembarcar. O navio rachou ao meio e afundou. Agarrado num pedaço de madeira , o jovem viajante ficou três dias e três noites navegando sem rumo até que chegou num porto. Em terra firme, o moço decidiu que, antes de mais nada, precisava cumprir sua promessa. Acreditava que, graças a ela, tinha conseguido sobreviver. Saiu andando, procurando e perguntando. Queria saber quem era a moça mais pobre do lugar. Anda daqui, pergunta dali, acabou ouvindo falar de uma lavadeira. Morava num barraco afastado da cidade. A lavadeira era viúva e tinha uma filha. O viajante foi até lá, bateu na porta, apresentou-se e conversou com a mãe da moça. Contou, com sinceridade, tudo que havia acontecido. Cheia de surpresa, a lavadeira chamou a filha Joana. A moça apareceu e ouviu toda a história. Achou João, o viajante, muito bonito com seus olhos azuis e seus cabelos pretos. Ele também gostou muito dela, com seus olhos castanhos e cabelo loiro. Indecisa, a moça resolveu conhecê-lo melhor para depois decidir se aceitaria a proposta. O rapaz prometeu voltar logo para saber a resposta. Decidiu passar um tempo, até que tudo se resolvesse, na casa de sua mãe, Maria, que não ficava muito longe dali. Pouco tempo depois, os jovens se reencontraram. Conversaram e começaram a namorar. Muito contente, João voltou para a casa da mãe para contar a novidade. Maria ficou furiosa com o que ouviu, pois achava que a família pobre da lavadeira poderia roubar toda a sua fortuna. Depois de alguns dias pensando no que fazer para que Joana desistisse de João, ela teve uma ideia. Abriu o livro de feitiços, que 9
havia herdado de sua mãe e mantinha escondido, e escolheu um para transformar pessoas em sapos. — Se eu transformar a lavadeira em sapo, Joana vai ficar tão triste que nem vai mais pensar em namoro e casamento. Em seguida ela leu os ingredientes e rapidamente foi pegálos: uma perna de sapo, um olho de barata e três gotas de lágrima de morcego. Depois de sete dias a poção ficou pronta. Ela chamou a lavadeira para jantar e acertar as coisas do casamento, enquanto Joana e o viajante estavam em um encontro. Ela preparou dois copos de suco e dois pratos de comida, e colocou metade da poção no alimento e a outra metade na bebida da mulher. Depois de uma hora as duas acabaram o jantar. A lavadeira estava muito feliz com os planos do casamento, quando de repente... Puff! Virou um sapo bem gordo e gosmento. — Ha! Ha! Ha! Ha! Ha! Meu plano deu certo! — riu Maria enquanto jogava a lavadeira pela janela. Quando Joana voltou à sua casa, estranhou não ver sua mãe. No dia seguinte, foi desesperadamente procurá-la, mas não encontrou. Três dias depois, a menina já estava muito triste, com medo de que sua mãe não voltasse. Andando pela casa, viu um sapo e foi em sua direção para matá-lo. — Calma, sou sua mãe! Fui transformada quando estava na casa de Maria. Demorei muito para chegar aqui. — Como você pode ser minha mãe, se você é um sapo? — respondeu Joana, assustada. — Eu não sei o que houve comigo, filha. Mas acho que foi Maria. Você tem que descobrir o que aconteceu e tentar me ajudar. No dia seguinte, a moça foi à casa da mãe de seu namorado para investigar. Bateu na porta, que se abriu, mas lá dentro não encontrou ninguém. A moça se sentou para esperar. Decidiu ler um livro para passar o tempo. Folheando as páginas, achou uma chave. Desconfiada, andou pela casa à procura de uma porta trancada. Quando encontrou, tomou coragem e decidiu abrir.
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O que viu lá dentro era assustador: Maria tinha um quarto de bruxarias! O lugar estava cheio de morcegos, poções, livros de feitiços e aranhas. Mesmo com medo, Joana começou a vasculhar os livros para achar uma forma de ter sua mãe de volta. Quando o último livro estava quase acabando, ela encontrou o que procurava. Com medo de que Maria chegasse e fizesse algo contra ela, rapidamente pegou os ingredientes e fez uma poção. Escondeu-se e ficou preparada, para quando a feiticeira aparecesse. Quando a porta abriu, a moça jogou toda a poção. Depois de alguns segundos, a mulher virou uma pessoa boa e generosa e todos os seus feitiços foram desfeitos. Então, a lavadeira apareceu sem se lembrar do que aconteceu. Joana perdoou a mãe de seu namorado e prometeu não contar nada a João, desde que ela jogasse fora todos aqueles livros e poções. Maria concordou. Eles se casaram alguns meses depois.
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A mulher dourada e o menino careca por
Aline e Rafaela
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Aquele homem vivia de enxada na mão, trabalhando na terra, roçando, capinando, plantando, lutando de sol a sol para sustentar mulher filho pequeno. Um dia estava com o machado cortando mato. Sem querer, o machado escapou e quebrou uma pedra. Debaixo da pedra havia um buraco. — Será buraco de cobra? Será tatu ou o quê? O homem foi olhar. Tomou um susto. Uma luz brilhou estranha. Depois, surgiu do fundo da terra uma mulher tão linda quanto as flores mais coloridas e as pedras mais raras e preciosas. O homem quis fugir. A tal mulher parecia uma deusa. O homem quis desaparecer. Ela usava vestido de ouro e vinha enfeitada de joias preciosas. Sua cabeleira era negra, selvagem e sedosa. José se espantou com a beleza da mulher, que se apresentou como Josefa. — Muito obrigada! Você me libertou, estava presa há muitos anos. Agora, como posso te recompensar? – disse ela. — Não precisa. — Ah, mas eu tenho muito dinheiro para oferecer. E posso dar ainda mais, se você me entregar os cabelos de uma criança. — Vou para casa pensar... – disse o homem, desconfiado. — Está bem, mas você só tem até amanhã. José foi para casa pensativo. Mais tarde, viu seu filho com fome e se lembrou do que Josefa, a mulher misteriosa, propôs. Então decidiu cortar o cabelo do menino, que ficou muito triste. Quando perguntado sobre o porquê daquilo, o homem apenas disse que era um segredo. Na manhã seguinte, a procurou para negociar. — Aqui está o cabelo do meu filho. — Que bom que você aceitou! Nesse momento, a mulher pegou o que queria e virou as costas sem entregar o ouro. José ficou furioso, mas a mulher desapareceu no ar, e ele, chateado, foi para casa. O filho de José, João, percebeu que o pai não estava contente como de costume e ficou preocupado. Perguntou a ele o que tinha acontecido, mas por vergonha José mentiu, dizendo que estava tudo bem. No outro dia, ao ver o pai saindo de casa, o menino, curioso,
o seguiu. Viu de longe que ele estava brigando com uma mulher desconhecida, mas não conseguiu entender o porquê. De repente, viu seu pai ser transformado em uma rocha. João ficou assustado, mas achou melhor não contar para a mãe para não preocupá-la. Então, mais tarde, foi para o porão de sua casa pensar no que fazer. Procurou em livros até encontrar o “Manual das Grandes Bruxas”. Descobriu, reconhecendo a moça em uma imagem do livro, que aquela mulher roubava as forças das crianças, sugando seus cabelos, por isso era eternamente jovem. Passou a noite toda pesquisando até achar um jeito de salvar o pai: cortar o cabelo da feiticeira, para desfazer todas as suas maldades. Um dia depois, ao anoitecer, o menino esperou a mãe dormir. Pegou a maior tesoura que conseguiu encontrar e saiu sem fazer qualquer barulho. Ao chegar na caverna de Josefa tomou cuidado para não acordála. Aproximou-se devagar e cortou seus longos cabelos. A mulher se levantou assustada e furiosa, e antes que pudesse fazer qualquer coisa, transformou-se em uma estátua de ouro para sempre. Nesse momento as rochas ao seu redor começaram a virar pessoas. João viu seu pai e lhe deu um grande abraço. Pai e filho voltaram para casa e nunca se esqueceram que dinheiro não é o mais importante.
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coco verde e melancia por
Alice, Erick e Maria Luiza
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Era um fazendeiro muito rico. Dono de terras, usinas, gado e enormes plantações. O homem tinha também uma linda filha. A menina estudava na escola da cidade. Lá conheceu e começou a gostar de um colega de classe. Onde um ia o outro estava. Onde um estava o outro ia. Acontece que o menino era pobre. O fazendeiro soube da amizade da filha. Soube que um não largava o outro. Soube que os dois passavam o tempo todo juntos. O homem não gostou nem um pouco. Falou com o professor. Mandou a menina mudar para o período da tarde. Assim, achava ele, os dois, sem se verem nem se encontrarem, acabariam esquecendo aquele amor. Mas como a menina gostava muito do menino e o menino gostava muito da menina, os dois fizeram um plano. Num pé de serra, no caminho da escola, tinha um arvoredo. Seria ali o lugar secreto dos dois. O combinado era que sempre que um deles, voltando ou indo pra escola, passasse por lá, deixaria uma carta escondida. Para o caso de alguém descobrir as cartas, inventaram dois apelidos. O menino, que se chamava Zeca, passou a ser Coco Verde. A menina, que se chamava Maria, passou a ser Melancia. O que eles não sabiam, era que havia outro apaixonado por Maria. José, o melhor amigo de Zeca, que era maldoso e invejoso. Queria que eles se separassem.
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Aos poucos, foi se aproximando da garota e ganhando sua confiança. Aproveitou-se da inocência dela e mentiu. — Maria, somos amigos e não quero esconder nada de você. O Zeca gosta de outra menina. No primeiro momento ela não quis acreditar, mas como admirava muito José, e o achava uma boa pessoa, acabou caindo em sua armadilha. Ficou muito chateada. Ela chorou muito e correu desesperada para a floresta que ficava perto da cidade. Quando chegou lá sentiu medo, mas continuou caminhando. De repente, encontrou uma onça. — Não vou fazer movimentos bruscos. – pensou a menina. Mas ela não resistiu e correu. Antes que fosse atacada, por sorte, encontrou uma caverna. Escondeu-se em segurança. Dois dias se passaram desde que ela havia sumido. José, arrependido e se sentindo muito culpado resolveu confessar o que tinha feito. — Zeca, eu fiz uma coisa terrível. Menti para Maria. Disse para ela que você gostava de outra garota. Você me desculpa? O rapaz ficou muito decepcionado, mas era bondoso. — Esqueça isso agora. Temos que encontrá-la. Juntos, os rapazes foram à floresta equipados com uma mochila, com lanternas, comida e sacos de dormir. Passaram a noite atrás da menina, mas não a encontraram. Na manhã seguinte, encontraram seu sapato perto de uma caverna. Afastaram a pedra que escondia sua entrada. Acharam a moça desmaiada, aparentando estar muito fraca. Correram para o hospital. Enquanto esperavam Maria ser atendida, Zeca e José se abraçaram e voltaram a ser amigos. Nesse momento o médico apareceu dizendo que Maria teve sorte e que iria ficar bem. Dias depois, recuperada, Maria voltou à escola. — Agora eu acredito em você, Coco Verde. Me desculpe por ter duvidado – disse ao namorado. Zeca, com vergonha, aproximou-se e pediu perdão. — Tudo bem, eu te perdoo – disse Maria, abraçando-o. Muitos anos depois, Zeca e Maria se casaram e tiveram dois casais de filhos. José continuou sendo amigo deles para sempre.
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O filho do Ferreiro e a moça invisível por
Beatriz, Eduardo Simões e Maria Eduarda
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Era um reino longe daqui. Ficava depois das montanhas, das florestas e dos mares distantes. O rei, a rainha e o povo do lugar viviam tristes porque a princesa, a filha do rei, a menina linda como as flores do campo, havia desaparecido. Um dia, um buraco escuro apareceu no chão ninguém sabe como nem por quê. O rei ficou zangado. Mandou fechar, mas aquele buraco ninguém fechava. Não adiantou chamar pedreiros e engenheiros. Não adiantou chamar soldados e generais. Não adiantou chamar nem sábios nem feiticeiros. As pessoas trabalhavam, lutavam, suavam, colocavam pedra, madeira, ferro e cimento mas no dia seguinte o buraco escuro estava lá aberto de novo. Mas o pior não era isso. Aquele buraco era muito perigoso. As pessoas que tiveram coragem de entrar nele nunca mais voltaram. Um dia, o filho do ferreiro, um moço alegre e brincalhão, conversando com os amigos, disse de brincadeira, para contar vantagem, que não tinha medo de entrar no buraco. A conversa, infelizmente, chegou aos ouvidos do rei. O homem foi convocado a ir imediatamente ao palácio real. — Por favor, procure minha filha, a princesa Joana. Posso lhe recompensar. – ouviu o rapaz, assim que chegou. — Se é assim, eu vou. Sou pobre, e essa recompensa será de grande ajuda para minha família. Juca procurou em todos os lugares. Como não encontrou, pensou que a moça podia estar no buraco. Tomou coragem e entrou. Procurou por algum tempo, até que ouviu uma voz. — Socorro! Socorro! Olhando ao redor, o rapaz percebeu que havia dois portais. Aproximou-se deles e percebeu que estavam fechados. Descobriu, encostando seus ouvidos, que a voz feminina vinha de um deles. — Quem está aí ? – perguntou ele. — Sou a princesa Joana, filha do rei. Por favor, me ajude! Me tire daqui! — Como? Chorando, a moça disse que não sabia o que fazer, porque estava presa e precisava da chave para sair. Imediatamente, Juca começou a procurar, mas não conseguiu encontrar nada. Com raiva, chutou uma pedra e percebeu que algo brilhava embaixo dela. Abaixou-se e pegou o objeto. — Encontrei a chave! Ansioso, ele voltou para o portal e tentou abri-lo. Depois de algumas tentativas, finalmente conseguiu. Muito feliz, a princesa agradeceu e disse que tinha um plano para que eles conseguissem sair de lá.
— Esse outro portal esconde uma sala de armas e feitiços. Lá tem cordas grandes que podemos usar para subir. Só temos que ser rápidos, porque a mulher que me prendeu deve estar voltando. Então eles entraram rapidamente, pegaram tudo que precisavam e começaram a escalar. Quando conseguiram chegar à superfície, ficaram muito aliviados e comemoraram. Joana estava com muitas saudades do pai, então eles correram para o castelo. O rei ficou muito feliz em ver a filha e agradeceu Juca, recompensando-o com duzentas moedas de ouro. Mais tarde, percebendo que a filha estava aflita, o homem quis saber o que estava acontecendo. — Josefa, a mulher que me manteve presa, não é má. Ela só queria a poção contra invisibilidade que o senhor se negou a dar a ela. — Eu não fiz isso! – respondeu o rei. — Fez sim. Ouviu uma voz implorando por ajuda, mas ignorou. — É verdade. Você desapareceu nesse mesmo dia. – lembrou o homem. — Sim, papai. Ela me sequestrou porque ficou com muita raiva. — Eu fui muito injusto. Fiquei sem você durante anos e sem sua mãe, que morreu de tristeza por sua ausência. Também prejudiquei essa mulher. Preciso me desculpar com ela. Com a poção que o rei conseguiu, Juca e Joana voltaram ao buraco para ajudar Josefa. Quando a mulher se tornou visível, ela e a menina se abraçaram e a princesa a perdoou por tudo. Tempos depois, Josefa foi ao castelo agradecer ao rei por tê-la ajudado, mesmo depois do que ela tinha feito. Eles ficaram amigos e aos poucos se apaixonaram e decidiram se casar. Em seguida, Juca e Joana começaram a namorar. Seis meses depois também se casaram e a princesa engravidou de gêmeos.
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O filho mudo do Fazendeiro por
Bruna, Maria Fernanda e Miguel
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Era uma vez um fazendeiro muito rico. O homem comandava fazendas, plantações, criações de gado, usinas e um monte de dinheiro. Infelizmente, seu único filho era mudo de nascença. O fazendeiro já tinha feito de tudo. Convocado médicos, consultado sábios e videntes, experimentado remédios e tratamentos. Chegou até a mandar chamar feiticeiros e curandeiros. Nada adiantou. A boca do filho parecia um deserto morto, silencioso e sem sentido. Quando o rapaz completou dezoito anos, o fazendeiro mandou espalhar uma notícia pela cidade. Era uma promessa. Quem conseguisse fazer seu filho falar ganharia uma rica fazenda, muito gado e muito dinheiro. Mas o homem também fez uma advertência: quem tentasse e não conseguisse teria a cabeça cortada e o corpo atirado nas águas do rio. Como o prêmio era muito bom, vários homens criaram coragem e resolveram arriscar. Todos, infelizmente, tiveram suas cabeças cortadas e seu corpo devorado pelos peixes do rio. Perto da fazenda, morava uma moça. Ela era pobre e não tinha pai nem mãe. Vivia com sua avó num casebre caindo aos pedaços. Certa manhã, a moça acordou e foi correndo procurar a avó: — Vó, tive um sonho. Foi uma voz. Apareceu no meio da noite. Me mandou ir à fazenda tentar fazer o filho do fazendeiro falar! Ouvindo isso, a avó decidiu contar à neta que era uma feiticeira, e que tinha um plano para que elas ficassem ricas. Faria uma poção para fazer o menino falar. Dias depois, a menina foi à casa do fazendeiro confiante e na frente de todos disse que ganharia o prêmio. Quando entrou no quarto do rapaz, apaixonou-se assim que o viu.
Foi pegar a poção para colocar o plano em ação, procurou em todos os seus bolsos, mas não encontrou. Ela pensou em se explicar, mas se lembrou que feitiçaria era trapaça, então ficou quieta para proteger a avó e aceitou ser presa. O menino, que também havia se apaixonado, observou tudo e decidiu tentar ajudá-la. Queria soltá-la, mas como não podia falar com o pai, foi até as celas para vê-la. — Olá, menino! Me salve! Encontre a casa da minha avó e peça ajuda. Ela é feiticeira e tem uma poção que vai fazer você conseguir falar. – disse a moça, chorando. O rapaz esperou anoitecer, para que seu pai não desconfiasse de nada e fez uma corda de lençóis para fugir de seu quarto. Depois de muitas horas encontrou a casa de sua amada e viu sua avó. Entregou um bilhete pedindo ajuda. A mulher, assustada, deu-lhe rapidamente a poção. Imediatamente ele bebeu. — Finalmente posso falar. Meu pai foi muito cruel com todas aquelas pessoas, e também com sua neta. Eu preciso salvá-la! — Por que você quer tanto ajudá-la? – questionou a avó. — Porque a amo e quero me casar com ela. – respondeu o menino. Os dois correram para a casa do fazendeiro e o acordaram. O homem ficou muito surpreso ao ver o filho falando. — Pai, eu estou muito chateado. Você tem sido muito mau com as pessoas. — O que posso fazer para melhorar? – disse o pai. — Liberte os prisioneiros. – respondeu o rapaz. — Nunca! – ele respondeu, furioso. — Quero me casar com uma daquelas pessoas. – disse o jovem, já em desespero. Nesse momento, surpreso, o fazendeiro entregou a chave ao rapaz, mas permitiu que ele soltasse somente a moça que gostava. Os outros prisioneiros seriam mortos, mesmo com os apelos do filho e da avó da menina. O menino libertou a moça, mas decepcionado com o pai, preferiu fugir para um lugar muito distante. Tempos depois eles se casaram e tiveram filhos. Só voltaram para casa muitos anos depois, quando o menino ouviu dizer que seu pai tinha se tornado uma pessoa melhor.
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O macaco e a velha por
guilherme
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A velha Firinfinfelha estava muito brava com o macaco Simão porque ele roubava as bananas no bananal A velha fez boneco preto e verde de alcatrão com bananas na cabeça O macaco bate no boneco preto e verde O macaco bate e machuca no boneco preto e verde O macaco gruda a mão, gruda o pé, gruda cabeça e fica roxo O macaco bate boneco preto e verde A velha Firinfinfelha corre e bate no macaco Simão O leão faz huarrrrrrrrr e assusta a velha A velha cai no poço O macaco ficou triste a velha caiu no poço —Ajuda macaco A velha pegou rabo do macaco O macaco puxou a velha com muita força erhhh A velha Firinfinfelha e o macaco Simão ficaram amigos A velha feliz faz carinho o macaco Fim.
(O conto, na versão de Braguinha, foi utilizado como base para reconto e reescrita. As sugestões de correções e pontuações não foram aceitas pelo aluno, portanto, para que sua produção não fosse descaracterizada, nenhuma alteração foi realizada.)
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O príncipe encantado no reino da escuridão por
Eduardo B., Lana e Mariana
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Era uma vez um negociante muito rico e poderoso. Vivia feliz com a mulher e uma filha pequena. Um dia, sua mulher começou a tossir. Médicos foram chamados. Tratamentos foram experimentados. Infelizmente, a doença era grave e a pobre mulher acabou morrendo. Com uma filha pequena para cuidar, o negociante resolveu casar-se de novo. Sua nova mulher também era viúva, mãe de duas filhas. Logo, a filha do homem rico e poderoso passou a sofrer nas mãos da madrasta e suas filhas. Os piores serviços ficavam para ela. As piores roupas. As piores comidas. Seu pai viajava muito e não sabia de nada. Quando fez quinze anos, a moça chamou o pai. Contou que pretendia morar sozinha. O pai estranhou. A filha não queria criar caso. Inventou que desejava viver por conta própria para conhecer mais a vida. Apesar dos protestos do pai, foi viver numa casa no meio da floresta. A madrasta ficou feliz, pois tinha inveja da beleza da enteada Ana. Passaram-se dois anos e o negociante decidiu visitá-la. Ana contou que queria voltar para casa: — Estou com saudades! Me sinto muito sozinha aqui e quero voltar a viver com você! — É claro, você é sempre bem-vinda. — o pai respondeu, feliz. A esposa, Joana, ficou furiosa porque a menina iria voltar e bolou um plano para mantê-la longe. Iria criar com sua magia um reino escuro e fazer com que Ana caísse nele e ficasse lá para sempre. Começou preparando uma poção de escuridão. Conseguiu todos os ingredientes e começou. Jogou no caldeirão uma lâmpada queimada , sessenta e quatro pedras e um ovo de dragão. Terminou horas depois e já partiu para a floresta, para colocar seu plano em ação. Fingindo que estava arrependida, bateu na porta de Ana: — Posso entrar? — Entre. - respondeu a menina, surpresa. 33
Joana pediu desculpas por maltratá-la. Disse que estava feliz porque ela iria voltar, e pediu para ela arrumar as malas e se mudar o mais rápido possível. Despediu-se, dizendo que iria na frente para preparar a casa para recebê-la. No caminho de volta, ao atravessar a ponte, que separava a cidade da floresta onde ficava a casa de Ana, quebrou-a em pedaços. Então, lançou sua poção no rio que ficava embaixo, transformando-o em um buraco profundo, que escondia o Reino da Escuridão. Uma hora depois, Ana tentou passar pelo mesmo lugar. Estava tão feliz e distraída que não percebeu o buraco e caiu. Perto dali, procurando pelo pai, desaparecido há dez anos, estava o príncipe Juca. Ele viu a menina caindo e até tentou segurá-la, mas não conseguiu. Debruçou-se e chamou várias vezes. Enquanto isso, Joana, que estava escondida observando tudo, silenciosamente se aproximou e o empurrou. Confuso, Juca começou a andar por aquele lugar sombrio procurando uma saída. De repente, avistou um homem. — Ei, quem é você? – gritou o desconhecido. — Sou Juca! – disse o príncipe, se aproximando. — Meu nome é João, prazer em conhecê-lo. Estou aqui há muito tempo, quem sabe agora, com sua ajuda, eu consiga sair. Os dois caminharam por muito tempo procurando uma maneira de se salvarem, e enquanto isso foram ficando amigos e se conhecendo melhor. — Quantos anos você tem, Juca? — Vinte anos. — Que coincidência! Você tem a idade do meu filho. – lembrou o homem, ficando triste. — É mesmo? E qual é a sua idade? — Tenho quarenta anos.
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— Outra coincidência, pois você tem a idade do meu pai que desapareceu. Nesse momento eles se olharam e perceberam que seus medalhões eram iguais. Sabendo que eram pai e filho, assustados e emocionados se abraçaram. Os dois continuaram a pensar em um jeito de sair dali. De repente, o rapaz se lembrou da menina que viu caindo e disse que queria ajudá-la. João e Juca caminharam por um bom tempo até encontrar a moça, que se apresentou como Ana. Ela contou que estava se escondendo do dragão Negro que viu voando por ali. Instantes depois o avistaram e se aproximaram. Eles perceberam que Negro não era mau. Decidiram se arriscar e subiram no animal que os levou de volta para superfície. Depois de já ter descoberto que Joana era uma bruxa, a menina procurou seu pai e contou tudo. O negociante, furioso, mandou prender a mulher e passou a viver feliz com sua filha. Juca e João voltaram para seu reino onde viveram em harmonia. 35
OS ONZE CISNES DA PRINCESA por
Amanda, Maria Clara C. e Rafael
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Era uma vez um rei que tinha onze filhos e uma filha. Um dia o rei ficou viúvo e, tempos depois, casou-se de novo. Mal sabia ele que sua nova esposa além de muito bonita era uma terrível e cruel feiticeira. A rainha simplesmente detestava os doze filhos do rei. Tanto que, assim que pôde, deu um jeito de enviar a princesa para longe. Inventou uma desculpa. Convenceu o rei que seria bom para a menina passar um tempo vivendo no campo. E assim, a princesa acabou indo morar numa fazenda distante. Com os meninos, a rainha bruxa fez pior. Aproveitando-se de que o rei tinha ido viajar, fez um feitiço e transformou os pobres príncipes em onze cisnes. Assustados e confusos, os filhos do rei bateram as asas e foram embora. Quando soube do desaparecimento dos filhos, o rei chorou e soluçou. Como era possível aquilo? E perguntou. E investigou. E mandou a polícia e mandou o exército procurarem por todos os cantos e recantos. Infelizmente, ninguém sabia de nada. Um tempo depois, a princesa ficou com saudades do pai e foi visitá-lo. Assim que chegou ao castelo, percebeu a ausência dos irmãos e, vendo a tristeza do pai, resolveu procurá-los. Em uma aldeia perto do castelo, a princesa Ana encontrou um aldeão e perguntou:
— O senhor viu onze rapazes passando por aqui? — Não, mas eu vi onze cisnes com colares preciosos voando a caminho da floresta. Mesmo achando aquilo muito estranho, a princesa agradeceu e foi correndo até o local que o aldeão tinha indicado. Perto de um lago, Ana viu os cisnes nadando. Apesar de não entender o que houve, a menina reconheceu os colares dos irmãos naquelas aves. Escondeu-se para não assustá-los e começou a chorar por não saber o que fazer. De repente, uma feiticeira bondosa apareceu. — Por que está chorando, menina? — Meus irmãos viraram cisnes. Eu os amo muito, e papai está muito triste. Com pena, a mulher decide tentar ajudar. — Consigo trazer seus irmãos de volta, mas preciso que você me traga algumas coisas. — O que a senhora quiser! – disse a menina aliviada, enxugando as lágrimas. — Suor de sapo, água de pântano, pó mágico, e o pior: um fio de cabelo de quem fez o feitiço. Ana não sabia por onde começar, mas estava determinada. Voltou ao castelo para pedir ajuda ao rei. Ao chegar lá, só encontrou a madrasta, e como nem imaginava que ela era a culpada, desabafou. — Alguém transformou meus irmãos em cisnes! Vou contar para o meu pai. — Não vai! – respondeu a bruxa. Nesse momento a malvada tirou a máscara, mostrando seu verdadeiro rosto: o de uma velha cheias de rugas e verrugas. Furiosa, a mulher começou a preparar uma bola de fogo em suas mãos para matar Ana. De repente o rei, que ouviu a gritaria, entrou para proteger a filha e se deparou com a verdadeira mulher com que se casou. Quando a bruxa jogou sua bola enfeitiçada, ela bateu no escudo de seu marido e voltou matando-a. Então, Ana contou tudo para o pai. Eles pegaram um fio de cabelo da mulher e correram ansiosos para a floresta. Logo encontraram a feiticeira boa, que os ajudou a transformar os cisnes em humanos novamente.
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Autores e Ilustradores Autores e Ilustradores do 3º Ano - Tarde Alice Mayumi Nishizawa Aline Duarte Vieira Amanda Kaori Umeda Uematsu Beatriz da Costa Tavares Bruna Watanabe Oliveira Eduardo Moreira Barros Eduardo Simões de Mello Erick de Oliveira Ribeiro Guilherme Silva e Souza Kauã Rosa Ribeiro Lana Narumi Takano Maria Clara de Souza Capucho Maria Clara Silva de Moura Maria Eduarda Marucho Maria Fernanda de Faria Souza Maria Luiza Romani Mariano Mariana Castilho Martins Miguel Sepulveda Miranda Pedro Paloschi Marques Rafael Azevedo Sene Rafaela Watanabe Oliveira
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