Guia - Rede Património Mundial de Portugal

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CONTACTOS ZONA CENTRAL DA CIDADE DE ANGRA DO HEROÍSMO

SITÍOS PRÉ-HISTÓRICOS DE ARTE RUPESTRE DO VALE DO RIO CÔA E DE SIEGA VERDE

MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS E TORRE DE BELÉM EM LISBOA

FLORESTA LAURISSILVA NA MADEIRA

Tel.: 295 403 000 E-mail: drac.info@azores.gov.pt Website: www.culturacores.azores.gov.pt

Tel.: 21 362 00 34 E-mail: geral@mjeronimos.dgpc.pt Website: www.mosteirojeronimos.pt Tel.: 21 362 00 34 E-mail: geral@mjeronimos.dgpc.pt Website: www.torrebelem.pt

MOSTEIRO DA BATALHA

Tel.: 244 765 497 E-mail: diretor@mbatalha.dgpc.pt Website: www.mosteirobatalha.pt

CONVENTO DE CRISTO EM TOMAR

Tel.: 249 315 089 Email: geral@ccristo.dgpc.pt E-mail: www.conventocristo.pt www.facebook.com/ConventodeCristoTomar

CENTRO HISTÓRICO DE ÉVORA E-mail: 266 777 000 Email: cmevora@cm-evora.pt Website: www.cm-evora.pt

MOSTEIRO DE ALCOBAÇA

E-mail: 262 505 120 Email: geral@malcobaca.dgpc.pt Website: mosteiroalcobaca.pt

PAISAGEM CULTURAL DE SINTRA Tel.: 219 237 300 E-mail: info@parquesdesintra.pt Website:www.parquesdesintra.pt

CENTRO HISTÓRICO DO PORTO Tel.: 222 097 000 E-mail: dmrip@cm-porto.pt Website: www.cm-porto.pt

Tel.: 279 768 260 E-mail: museugeral@arte-coa.pt Website: www.arte-coa.pt

Tel.: 291 740 060/40 E-mail: ifcn@madeira.gov.pt Website: www.ifcn.pt

CENTRO HISTÓRICO DE GUIMARÃES Tel.: 253 421 200 E-mail: geral@cm-guimaraes.pt Website: www.cm-guimaraes.pt

ALTO DOURO VINHATEIRO

Tel.: 259 302 550 E-mail: gtmd@ccdr-n.pt Website: www.ccdr-n.pt/servicos/missao-douro

PAISAGEM DA CULTURA DA VINHA DA ILHA DO PICO

Tel.: 292 207 375 E-mail: parque.natural.pico@azores.gov.pt Website: siaram.azores.gov.pt/patrimonio-cultural/ vinhas-pico/_intro.htmls.gov.pt/patrimonio-cultural/ vinhas-pico/_intro.html

CIDADE-QUARTEL FRONTEIRIÇA DE ELVAS E SUAS FORTIFICAÇÕES

Tel.: 268 639 740 E-mail: turismo@cm-elvas.pt Website: www.cm-elvas.pt | www.fortedagraca.com

UNIVERSIDADE DE COIMBRA ALTA E SOFIA Tel.: 239 857 095 E-mail: ruas@uc.pt Website: www.uc.pt/ruas

CONTACTOS www.rpmp.pt e-mail: info.rpmp@gmail.com facebook: www.facebook.com/ rededopatrimoniomundialdeportugal


CENTRO HISTÓRICO DE GUIMARÃES

ALTO DOURO VINHATEIRO

CENTRO HISTÓRICO DO PORTO

SITÍOS PRÉHISTÓRICOS DE ARTE RUPESTRE DO VALE DO RIO CÔA E DE SIEGA VERDE

UNIVERSIDADE DE COIMBRA. ALTA E SOFIA

AÇORES ZONA CENTRAL DA CIDADE DE ANGRA DO HEROÍSMO

MOSTEIRO DA BATALHA MOSTEIRO DE ALCOBAÇA

PAISAGEM DA CULTURA DA VINHA DA ILHA DO PICO

CONVENTO DE CRISTO EM TOMAR

MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS E TORRE DE BELÉM EM LISBOA PAISAGEM CULTURAL DE SINTRA

MADEIRA

FLORESTA LAURISSILVA NA MADEIRA

CIDADE-QUARTEL FRONTEIRIÇA DE ELVAS E SUAS FORTIFICAÇÕES

CENTRO HISTÓRICO DE ÉVORA

Critérios para avaliação do Valor Universal Excecional O Comité considera que um bem tem um Valor Universal Excecional se esse bem responder pelo menos a um dos critérios que se seguem. Como tal, os bens propostos devem: (i) representar uma obra-prima do génio criador humano; (ii) ser testemunho de um intercâmbio de influências considerável, durante um dado período ou numa determinada área cultural, sobre o desenvolvimento da arquitetura ou da tecnologia, das artes monumentais, do planeamento urbano ou da criação de paisagens; (iii) constituir um testemunho único ou pelo menos excecional de uma tradição cultural ou de uma civilização viva ou desaparecida; (iv) representar um exemplo excecional de um tipo de construção ou de conjunto arquitetónico ou tecnológico, ou de paisagem que ilustre um ou mais períodos significativos da história humana; (v) ser um exemplo excecional de povoamento humano tradicional, da utilização tradicional do território ou do mar, que seja representativo de uma cultura (ou culturas), ou da interação humana com o meio ambiente, especialmente quando este último se tornou vulnerável sob o impacto de alterações irreversíveis; (vi) estar direta ou materialmente associado a acontecimentos ou a tradições vivas, ideias, crenças ou obras artísticas e literárias de significado universal excecional (o Comité

considera que este critério deve de preferência ser utilizado conjuntamente com outros); (vii) representar fenómenos naturais notáveis ou áreas de beleza natural e de importância estética excecionais; (viii) ser exemplos excecionalmente representativos dos grandes estádios da história da Terra, nomeadamente testemunhos da vida, de processos geológicos em curso no desenvolvimento de formas terrestres ou de elementos geomórficos ou fisiográficos de grande significado; (ix) ser exemplos excecionalmente representativos de processos ecológicos e biológicos em curso na evolução e desenvolvimento de ecossistemas e comunidades de plantas e de animais terrestres, aquáticos, costeiros e marinhos; (x) conter os habitats naturais mais representativos e mais importantes para a conservação in situ da diversidade biológica, nomeadamente aqueles em que sobrevivem espécies ameaçadas que tenham um Valor Universal Excecional do ponto de vista da ciência ou da conservação. Para ser considerado de Valor Universal Excecional, um bem deve também responder às condições de integridade e/ ou de autenticidade e beneficiar de um sistema de proteção e gestão adequado para assegurar a sua salvaguarda.

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Página Institucional da Rede do Património Mundial de Portugal / Webpage of the Portuguese World Heritage Network

Página Oficial do Facebook / Official Facebook Page


INTRODUÇÃO Na presente edição, a Rede do Património Mundial de Portugal, constituída por representantes dos gestores dos bens portugueses inscritos na Lista do Património Mundial da UNESCO, pretende contribuir para a divulgação dos 15 Sítios de Portugal aos quais a UNESCO reconhece Valor Universal Excecional, a saber: o Centro Histórico de Angra do Heroísmo, o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém, o Mosteiro da Batalha, o Convento de Cristo, o Centro Histórico de Évora, o Mosteiro de Alcobaça, a Paisagem Cultural de Sintra, o Centro Histórico do Porto, os Sítios Pré-Históricos de Arte Rupestre do Vale do Rio Coa e de Siega Verde, a Floresta Laurissilva da Madeira, o Centro Histórico de Guimarães, o Alto Douro Vinhateiro, a Paisagem Cultural da Vinha da Ilha do Pico, a Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas e suas Fortificações e a Universidade de Coimbra, Alta e Sofia. A pertença em comum à Lista do Património Mundial, com as responsabilidades, desafios e oportunidades daí decorrentes, levou os 15 representantes dos gestores dos Sítios portugueses a celebrarem entre si e com a Comissão Nacional 1


da UNESCO1, em julho de 2014, um Acordo de Cooperação para a Criação da Rede do Património Mundial de Portugal. A Rede do Património Mundial de Portugal tem por objetivos promover a aproximação entre os Sítios do Património Mundial, nomeadamente através do debate de ideias sobre a gestão e reabilitação do património, do intercâmbio de conhecimentos e da discussão de questões de interesse mútuo, e também a participação conjunta em projetos e iniciativas que gerem valor para as regiões onde se inserem e difundam o Património Mundial em Portugal e no Mundo. É, assim, neste espírito que passamos a apresentar o Património Mundial de Portugal, esperando motivar os leitores para a visita destes locais e para um maior conhecimento do seu Valor Universal e daquilo que torna cada um deles único. Ana Martinho,

Presidente da CNU

A Comissão Nacional da UNESCO (CNU) em Portugal foi criada em 1979 e funciona no âmbito do Ministério dos Negócios Estrangeiros. A CNU desenvolve atividades nas quatro áreas de mandato da UNESCO – educação, ciência, cultura e comunicação – e nas áreas temáticas desta Organização, difundindo e dinamizando em Portugal as políticas e os programas aprovados no seio da UNESCO, em colaboração com as demais entidades governamentais e os diferentes grupos ativos na sociedade. A CNU coordena as candidaturas à Lista do Património Mundial, Cultural e Natural da UNESCO, acompanha a promoção dos bens portugueses classificados e dos bens classificados de origem portuguesa no estrangeiro e zela para que as entidades responsáveis respeitem as normas de conservação e integridade dos referidos bens em território nacional.

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Secretaria Regional da Educação e Cultura Direção Regional da Cultura Palacete Silveira e Paulo Rua da Conceição 9700-054 Angra do Heroísmo – Terceira – Açores Tel.: 295 403 000 E-mail: drac.info@azores.gov.pt Website: www.culturacores.azores.gov.pt

Zona Central da Cidade de Angra do Heroísmo

© Direção Regional da Cultura

Data de inscrição: 1983 Critérios: [IV][VI]

ANGRA – COMUNIDADE TRANSATLÂNTICA © Direção Regional da Cultura

O Bem Cultural inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO, em dezembro de 1983, com a designação de Zona Central de Angra do Heroísmo, é uma área de cerca de seis quilómetros quadrados, situada na costa sul da ilha Terceira, no Arquipélago dos Açores. Metade dessa zona é constituída por uma parte significativa do centro antigo da cidade de Angra do Heroísmo e, a outra metade, pelo extinto vulcão do Monte Brasil, hoje parque florestal e de recreio da urbe, que mantém restos do coberto vegetal originário. É importante fazer notar, sobretudo para o europeu menos avisado e habituado à

antiguidade do velho continente, que esta não é uma cidade antiga, nem mesmo medieval, e que a sua integral compreensão como comunidade atlântica só é conseguida se poisarmos o olhar nas Américas Central e do Sul e nos percursos portugueses ligados ao Índico. 4


oeste) que fecham o porto a indesejáveis só é entendível se nos detivermos em Cartagena de Índias, Havana, Salvador da Baía, Ilha de Moçambique, Goa ou Malaca e no que esses lugares significam. GLOBALIZAÇÃO CONTEMPORÂNEA O casario, com exemplos de janelas de rótulas, beirados avançados e varandas corridas, faz lembrar qualquer pequena cidade brasileira ou da América de língua castelhana, à mistura com um fundo português do Porto ou da Estremadura. Ponto de confluência das rotas ultramarinas portuguesas e espanholas, Angra do Heroísmo é o único lugar do Planeta onde permanecem, lado a lado, testemunhos materiais e culturais de ambos os impérios ibéricos, verdadeiros fundadores da globalização contemporânea.

© Direção Regional da Cultura

Enormes quantidades de especiarias, tecidos e bens do Oriente cruzaram o Atlântico durante séculos, ao mesmo tempo que carregamentos fabulosos de prata e oiro do Novo Mundo passavam, todos fugindo de tempestades, de piratas e de navios inimigos. Como ponto de apoio dos navios que atravessavam o Oceano em retorno à Península Ibérica e à Europa, o rápido crescimento da cidade e a instalação nela de uma Provedoria das Armadas é reflexo dessa função de sentinela, fornecedora de aguada e proteção, quando necessário, relevante durante quase três séculos. O sistema de quarenta pequenos fortes que bordejavam as costas da Terceira e as duas fortalezas (São Sebastião, a leste, e São Filipe/São João Batista, a

© Direção Regional da Cultura

© José Guedes da Silva | Direção Regional da Cultura

SENTINELA PROTETORA

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Mosteiro dos Jerónimos Praça do Império 1400-206 Lisboa

Torre de Belém Av. Brasília 1400-038 Lisboa

Tel.: 21 362 00 34 Tel.: 21 362 00 34 E-mail: geral@mjeronimos.dgpc.pt E-mail: geral@mjeronimos.dgpc.pt Website: www.mosteirojeronimos.pt Website: www.torrebelem.pt Data de inscrição: 1983 Critérios: [III][ VI]

MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS E TORRE DE BELÉM MARCOS DA IDENTIDADE UNIVERSAL DE PORTUGAL

Data de inscrição: 1983 Critérios: [III][ VI]

Na praia do Restelo, D. Manuel I manda erigir, em 1501, o Mosteiro de Santa Maria de Belém, entregue à Ordem de S. Jerónimo e, em 1514, na zona mais estreita do Tejo e cercada de água, a Torre de Belém. Com estes dois pilares se marcou para sempre neste território a expressão do poder espiritual e do poder terreno de um Rei perante um novo horizonte multicontinental.

A epopeia das descobertas portuguesas, iniciada no séc. XV, trouxe ao mundo novas perspetivas de relacionamento entre os homens através do melhor conhecimento do nosso planeta, do movimento humanista e das relações à escala mundial. Lisboa, na época dos Descobrimentos, viu crescer a sua importância como cidade cosmopolita, tornando-se num ponto de confluência de culturas, gentes e conhecimentos, e o seu porto uma paragem obrigatória para os que navegavam nas rotas do comércio internacional. 6


MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS No local onde o Infante D. Henrique, em meados do séc. XV, mandou edificar uma ermida sobre a invocação de Sta. Maria de Belém, quis o rei D. Manuel I construir um grande Mosteiro para prestar apoio religioso aos navegadores e marinheiros e aí acolher o seu túmulo. Fundado em 1496, na margem do Tejo, foi doado aos monges da Ordem de S. Jerónimo. É hoje admirado como uma original e notável obra da arquitetura portuguesa do séc. XVI e um ícone maior da cultura e identidade portuguesas. TORRE DE BELÉM No séc. XV, proteger a cidade de Lisboa tornou-se uma necessidade. O rei D. João II criou um inovador sistema de defesa marítima - o baluarte de Cascais, a fortaleza de S. Sebastião da Caparica na margem sul do Tejo, e uma terceira fortaleza, a Torre de Belém, erguida entre 1514 e 1519 já pelo seu sucessor D. Manuel I. Foi construída pelo arquiteto Francisco de Arruda. O cruzamento de fogo que assim se alcançava entre as duas margens do rio impediria a entrada de navios inimigos. É um testemunho eloquente da arquitetura militar de transição entre as antigas defesas da Idade Média e as “modernas” do Renascimento. Conjuga com originalidade uma torre recuada com um corpo avançado e bem artilhado. A Torre de Belém seria ainda magnífica sentinela da capital do império. D. Manuel I, rei absoluto de um poderoso e opulento império, nela ostentou a sua heráldica - as armas reais, a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo.

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Direção-Geral do Património Cultural / DGPC Largo Infante D. Henrique 2440-109 Batalha - PORTUGAL Tel.: 244 765 497 E-mail: diretor@mbatalha.dgpc.pt Website: www.mosteirobatalha.pt

O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais conhecido como Mosteiro da Batalha, inscrito na lista de Património Mundial da UNESCO desde 1983, foi mandado construir para cumprir o voto feito, por D. João I, à Virgem Maria, no dia anterior à Batalha de Aljubarrota, a 14 de agosto de 1385, em caso de vitória contra o exército castelhano. Trata-se do expoente máximo do gótico em Portugal, que alberga os vitrais mais antigos até agora descobertos no nosso país, executados por mestres alemães. Também aqui podemos encontrar a génese do denominado “estilo Manuelino” (nas bandeiras das arcadas do Claustro Real), bem como a sua apoteose (no arco do portal das Capelas Imperfeitas), obras de Mestre Mateus Fernandes. Neste espaço conventual viveram até 1834 os Frades Dominicanos, ordem mendicante, cujo dia-a-dia era preenchido pela oração constante, estudo e pregação, chegando mesmo a ser constituída, no século XVI, uma universidade de estudos teológicos.

© Arquivo Fotográfico (DGPC/ADF)

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© Claustro Real Luís Pavão 2005

UMA PROMESSA – UM MOSTEIRO

© Lavabo do Claustro Real Luís Pavão 2005

© Fachada principal José Paulo Ruas – 2011

Data de inscrição: 1983 Critérios: [I][II]


© Capelas Imperfeitas Luís Pavão 2005 © Casa do Capítulo Luís Pavão 2005

© Capela do Fundador Luís Pavão 2005

OS PANTEÕES RÉGIOS – PODER E MEMÓRIA D. João I decidiu aqui fazer o seu panteão para si e seus descendentes, encomendando a obra a Mestre Huguet. Hoje, jaz, na Capela do Fundador, acoplada à Igreja, a maior parte da Ínclita Geração – D. João I e Dª. Filipa de Lencastre e 4 dos seus filhos: D. Pedro, D. João, D. Fernando e D. Henrique, O Navegador. No final do séc. XIX foram também trasladados para esta capela os restos mortais de D. Afonso V e D. João II. As Capelas Imperfeitas, assim conhecidas por nunca terem sido terminadas, foram construídas para panteão do rei D. Duarte. Sujeitas a várias campanhas de obras, em vários reinados, ainda hoje permanecem sem cobertura, nelas se conjugando elementos dos estilos gótico, manuelino e renascentista.

O CLAUSTRO REAL E SALA DO CAPÍTULO O Claustro de D. João I ou Claustro Real é o único claustro que fazia parte da planta inicial do Arquiteto Afonso Domingues (mais tarde outros 3 claustros serão construídos, restando apenas o Claustro Afonso V). De estilo gótico flamejante e com apontamentos de Manuelino, salienta se a harmonia e grandeza do conjunto, correspondendo à intenção expressa de D. João I de assim representar o seu poder. A Sala do Capítulo, iniciada por Mestre Afonso Domingues e concluída por Mestre Huguet, permanece como um verdadeiro e impressionante desafio técnico para a época, construída sem um único pilar central. Nesta Sala, desde 1921, são prestadas em permanência honras militares a dois soldados desconhecidos, mortos na 1ª Guerra Mundial.

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Convento de Cristo 2300-000 Tomar Portugal Tel.: 249 315 089 E-mail: geral@ccristo.dgpc.pt Website: www.conventocristo.pt www.facebook.com/ConventodeCristoTomar

© IGESPAR DIDA Luís Pavão

© IGESPAR DIDA Luís Pavão

Data de inscrição: 1983 Critérios: [I][VI]

O LUGAR

O PATRIMÓNIO

Tomar, com a sua paisagem histórica de campos de oliveiras, de vinha e de trigo, ainda hoje lembra a ação povoadora que os Templários tiveram nesta região, no dealbar do reino de Portugal. A singularidade do sítio é evocada pelos Sete Montes, conjunto de pequenas colinas que conferem um carisma particular ao lugar, escolhido pelos monges guerreiros oriundos de Jerusalém, a cidade mítica das sete colinas. Foi um destes montes que os Templários escolheram para fundar o seu castelo e vila de Tomar.

O Convento de Cristo foi a casa principal da Ordem Militar de Cristo que teve origem nos Templários Portugueses. Aquando da extinção da Ordem do Templo, em 1314, D. Dinis vai lograr manter os cavaleiros e os seus bens sob o nome de uma nova ordem de cavalaria delimitada ao seu reino, a Milícia dos Cavaleiros de Cristo. O legado que estas duas ordens deixaram em Tomar é o vasto conjunto monumental constituído pelo Castelo Templário, o convento dos religiosos con-

© Arquivo Fotográfico (DGPC/ADF)

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© IGESPAR DIDA Luís Pavão © Claustro Principal Pedro Crispim

© DGPC

A HISTÓRIA O conjunto monumental abarca sete séculos da história de Portugal. O convento, que para oeste prolonga o castelo templário, liga o tempo da fundação de Portugal ao tempo da expansão do reino, além-fronteiras, com os Descobrimentos Portugueses, onde os Cavaleiros de Cristo, sob a direção do Infante D. Henrique, se tornaram os marinheiros e os povoadores das terras portuguesas do ultramar. O conjunto monumental também recorda o período da união ibérica com D. Filipe II de Espanha, a partir de 1580, bem como a Restauração da independência, em 1640. Quando as ordens religiosas masculinas foram extintas em Portugal, em 1834, a rainha D. Maria II decidiu manter a Ordem de Cristo enquanto ordem honorífica, sendo a monarca o Grão-mestre. Ainda hoje, a República Portuguesa mantém esta tradição na qual o próprio Presidente da República é o seu Grão-mestre.

templativos da Ordem de Cristo, construído no Renascimento, a cerca conventual, também conhecida por Mata dos Sete Montes, a ermida da Imaculada Conceição e o aqueduto conventual, mormente conhecido por Aqueduto dos Pegões. 11


Câmara Municipal de Évora Praça do Sertório 7004-506, Évora Tel.: 266 777 000 E-mail: cmevora@cm-evora.pt Website: www.cm-evora.pt

© TEMPLO ROMANO, com a Torre-Lanterna da Catedral ao fundo

Data de inscrição: 1986 Critérios: [II][IV]

ÉVORA, CIDADE MULTICULTURAL

UM CARÁTER ERUDITO

Muitas culturas passaram sucessivamente por Portugal, atingindo sempre a importante cidade de Évora. Foi conquistada aos Romanos pelos Visigodos e pelos Muçulmanos, tendo sido objeto de reconstrução e de adaptação da sua malha urbana. Do longo domínio muçulmano – do séc. VIII ao séc. XIII – restam muitos vestígios, sobretudo no tecido urbano e na tipologia das construções, que se fecham para a rua e se abrem para pátios e jardins interiores.

A residência real – quase sempre presente – e a Universidade são os fatores que tiveram mais influência no carácter erudito que a cidade nos mostra. É verdadeiramente uma cidade do Renascimento, com os seus palácios, os seus conventos e as suas igrejas do séc. XVI que, ainda hoje, mantêm vivo um carácter próprio que o estilo barroco não destruiu.

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© CATEDRAL (claustro)

© IGREJA DE S. FRANCISCO (nave)

A IMPORTÂNCIA DE ÉVORA

© RUA ROMÃO RAMALHO (antiga Rua da Cadeia), acesso à Praça do Giraldo

Apesar de toda esta erudição, a arquitetura da cidade está impregnada de um ambiente local, muito espontâneo em certos pormenores, que nos revela uma persistência popular única. A majestosa Catedral, o Templo Romano e o labirinto das ruelas medievais limitadas por palácios, solares e casas nobres, testemunhando que Évora foi a segunda cidade de Portugal no que respeita à sua importância artística, cultural e administrativa logo a seguir a Lisboa, a capital do país. A mistura erudita e popular, com uns traços de imprevisível, dá uma frescura e uma ingenuidade a Évora que nos prova a sua grande ligação à terra. Dois dos aspetos bem definidos e caraterizadores da arquitetura de Évora são o contraste gerado entre o granito e a cal e o recorrente recurso a abóbadas e arcos, solução arquitetónica que lhe confere volume e heterogeneidade. Deve dizer-se que aos irmãos Arruda muito deve Évora em termos de arquitetura erudita. A cidade tem um centro histórico bem delimitado por duas cinturas de muralhas que acompanharam a transformação histórica da cidade, igualmente testemunhada na evolução das suas edificações, sejam religiosas ou civis. 13


Direção-Geral do Património Cultural / DGPC Praça 25 de Abril 2460-Alcobaça - PORTUGAL Tel.: 262 505 120 E-mail: geral@malcobaca.dgpc.pt Website: mosteiroalcobaca.pt

© Sala dos Monges do Mosteiro de Alcobaça Henrique Ruas

© Fachada Principal do Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça João Paulo Ruas 2010

Data de inscrição: 1989 Critérios: [I][IV]

A INSCRIÇÃO

© Arquivo Fotográfico (DGPC/ADF)

© Túmulo de D.Pedro, pormenor lateral esquerdo José Pessoa 1991

© Sala do Mosteiro de Alcobaça Henrique Ruas 2010

O Mosteiro de Alcobaça foi inscrito na Lista do Património Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1989, por representar uma obraprima da arte e arquitetura cistercienses, ao traduzir a espiritualidade e a estética dos primeiros tempos da Ordem, assim como pelos túmulos de Dom Pedro e Dona Inês, exemplos da melhor escultura funerária gótica europeia (critério I), e por se tratar de um exemplo extraordinário de um grande estabelecimento cisterciense, preservando a maior parte dos lugares regulares medievais intactos (igreja, claustro e lavabo, sacristia, sala do capítulo, parlatório, sala dos monges, refeitório e dormitório dos monges), o engenhoso sistema hidráulico na antiga cerca monástica e a maioria das construções posteriores, de que se destaca a célebre cozinha construída no século XVIII no espaço do antigo calefactório (critério IV).

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© vista geral da cozinha José Paulo Ruas 2012

© Ana Pagará © Nave central da igreja Luis Pavão 2005

HISTÓRIA

O MOSTEIRO NO MUNDO CISTERCIENSE CONTEMPORÂNEO

Fundado em 1153 pelo primeiro Rei de Portugal, D. Afonso I, e derradeira fundação da Ordem de Cister em vida de São Bernardo de Claraval, o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça foi construído entre os séculos XII e XIV, tendo sofrido significativas ampliações arquitetónicas nos séculos seguintes (de que remanescem o antigo Palácio Abacial e Hospedaria, Claustro do Cardeal e Claustro do Rachadouro, Sacristia nova, Capela Relicário e Capela do Desterro), sobretudo a partir da formação da Congregação Autónoma de Portugal (1567), quando Alcobaça se torna a cabeça dos mosteiros cistercienses portugueses.

Membro associado da Carta Europeia das Abadias e Sítios Cistercienses (Itinerário Cultural do Conselho da Europa), o Mosteiro de Alcobaça é um dos cinco monumentos cistercienses inscritos na Lista do Património Mundial, constituindo um dos maiores e melhor preservados conjuntos arquitetónicos legados pela Ordem de Cister. A sua extraordinária igreja, cuja planta replica a da desaparecida Igreja da Abadia de Claraval, sua casa mãe, foi a terceira maior a ser construída pela Ordem e é hoje a segunda maior subsistente. Visitá-la constitui uma experiência estética inigualável por ser uma das mais belas e magníficas criações da arquitetura cisterciense de toda a Europa.

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Parques de Sintra – Monte da Lua, S.A., Parque de Monserrate 2710-405 Sintra Tel.: 219 237 300 E-mail: info@parquesdesintra.pt Website:www.parquesdesintra.pt

© PSML-EMIGUS

Data de inscrição: 1995 Critérios: [II][IV][V]

© PSML-EMIGUS

PRIMEIRA PAISAGEM CULTURAL EUROPEIA

© PSML-AngeloHornak

Sintra foi o primeiro sítio Europeu inscrito pela UNESCO como Paisagem Cultural, em 1995. Localizada numa serra granítica, a menos de meia hora de Lisboa, esta paisagem de cerca de 960 hectares possui um microclima único, razão por que, desde a ocupação muçulmana, foi procurada para veraneio por reis e aristocratas que construíram palácios e plantaram jardins e florestas de valor incalculável. Esta paisagem foi reconhecida pelo Comité do Património Mundial como representando uma abordagem pioneira ao paisagismo Romântico, percursora da interpretação desta nova forma de pensar noutros locais da Europa, e como exemplo único de local que preservou a sua integridade fundamental e no qual se conservam evidências significativas das sucessivas culturas que o ocuparam.

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ADMINISTRAÇÃO DO PATRIMÓNIO © Monserrate-creditos_PSML-EMIGUS

Para garantir uma administração coesa deste património, foi criada, no ano 2000, a Parques de Sintra - Monte da Lua S.A. (PSML), uma empresa de capitais exclusivamente públicos. A PSML gere cerca de 45% da área Património Mundial, que inclui os Parques da Pena e de Monserrate, dois dos mais importantes parques botânicos de Portugal, e edifícios notáveis como os Palácios da Pena e de Monserrate, o Castelo dos Mouros, o Convento dos Capuchos e também o Chalet e Jardim da Condessa d’Edla. Desde Setembro de 2012, é igualmente responsável pelos Palácios Nacionais de Sintra e de Queluz, bem como pela Escola Portuguesa de Arte Equestre, sediada em Queluz. São acionistas da PSML a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (que representa o Estado), o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, o Turismo de Portugal e a Câmara Municipal de Sintra. A PSML não recorre ao Orçamento do Estado, sendo a recuperação e manutenção do património que gere asseguradas pelas receitas de bilheteiras, lojas, cafetarias e aluguer de espaços para eventos.

WORLD TRAVEL AWARD

© PSML-WilsonPereira

A PSML, recebeu, em 2013, 2014 e 2015, o World Travel Award para Melhor Empresa em Conservação. Estes monumentos e elementos arquitetónicos constituem um dos mais excecionais centros históricos de arquitetura e paisagem na Europa. Em 2014, os valores naturais e culturais que a Parques de Sintra gere receberam aproximadamente 2.234.000 visitas, cerca de 87% das quais por parte de estrangeiros.

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Câmara Municipal do Porto Praça General Humberto Delgado 4049-001 Porto Tel.: 222 097 000 E-mail: dmrip@cm-porto.pt Website: www.cm-porto.pt

© Câmara Municipal do Porto

Data de inscrição: 1996 Critérios: [IV]

CENTRO HISTÓRICO DO PORTO

e pelos seus inúmeros edifícios históricos que testemunham o desenvolvimento ao longo do último milénio de uma cidade europeia virada para o ocidente pelas suas ligações comerciais e culturais.”

O Centro Histórico do Porto desenvolveuse a partir de um pequeno núcleo situado no morro da Sé, no qual se documenta uma ocupação humana que remonta ao 1.º Milénio a.C. As sucessivas ocupações fizeram convergir os mais variados interesses sociais e económicos que foram ampliando e modificando a cidade. A 5 de dezembro de 1996, na cidade de Mérida, no México, a UNESCO tomou a decisão de incluir o Centro Histórico do Porto na Lista do Património Mundial, integrando-o na rota dos grandes valores culturais da Humanidade, inscrevendo-o com base no IV Critério Cultural considerando que o “Bem possui notável valor universal pelo seu tecido urbano

HISTÓRIA EM MAIS DE MIL ANOS Lugar de grande valor estético, apresenta um tecido urbano e inúmeros edifícios históricos que testemunham o seu desenvolvimento ao longo de mais de mil anos. Obra-prima da criatividade humana, em que interesses militares, comerciais, agrícolas e demográficos convergiram para dar abrigo a uma população capaz de edificar a cidade, resultaram numa obra de arte única no seu género e de alto valor estético, em que o 18


© Câmara Municipal do Porto

© Câmara Municipal do Porto

© Câmara Municipal do Porto © Câmara Municipal do Porto

coletivo não resulta duma obra pontual, mas sim de sucessivas contribuições. A articulação harmoniosa das ruas com o espaço envolvente e em especial com o rio Douro e Vila Nova de Gaia, apresentam uma unidade visual que lhe atribui um dos seus aspetos mais importantes, o cariz panorâmico.

carácter inestimável para as gerações atuais e futuras de toda a Humanidade. É pois um bem precioso e único aos olhos do mundo, merecendo especial proteção permanente, necessária salvaguarda para as gerações futuras e consequente valorização.

VALOR UNIVERSAL EXCECIONAL Organismo vivo, integrado numa área ativa da cidade, resultado de história construída por camadas e sobreposições de várias épocas e estilos arquitectónicos, o Centro Histórico do Porto tornou-se “um valor universal excecional”, assumindo uma importância cultural tão extraordinária que transcende as fronteiras nacionais e se reveste do mesmo 19


Fundação Côa/Parque - Museu do Côa Rua do Museu 5150-620 Vila Nova de Foz Côa Tel.: 279 768 260 E-mail: museugeral@arte-coa.pt Website: www.arte-coa.pt Data de inscrição: 1998 Data de extensão: 2010 Critérios: [I][III]

Os motivos são obtidos por picotagem (as gravuras mais antigas) ou incisão (as mais recentes), ou conjugando as duas técnicas e por vezes até a pintura. O segundo grupo rupestre mais importante é o da IIª Idade do Ferro, com a maior parte das representações centradas nos afloramentos de xisto junto à foz do Côa. Este grupo caracteriza-se pela presença de muitas representações humanas e animais em associação. São figurados guerreiros, montados em cavalos ou apeados, quase sempre com as suas armas de ferro (lanças, dardos, espadas e falcatas e também alguns escudos) em cenas de caça ou luta. São exemplos de uma sociedade guerreira de tipo quase senhorial, onde as armas e os cavalos são quer elementos de afirmação de poder, mas também de prestígio social. Uma sociedade que se altera nos alvores da conquista romana da região. A arte do Côa foi classificada Património Mundial em Dezembro de 1998. Esta classificação foi ampliada em Agosto de 2010 ao sítio espanhol de Siega Verde, enquanto Extensão do Vale do Côa.

A ARTE RUPESTRE DO VALE DO CÔA Começados a revelar em finais de 1994, os ciclos rupestres do Baixo Côa e Douro superior português mergulham no tempo longo pelo menos desde há 25.000 anos. Distribuem-se pelos últimos 20 quilómetros do Côa até ao seu encontro com o Douro, disseminando-se também por algumas ribeiras adjacentes. Com início no Paleolítico superior, foi possível identificar dois períodos de grande vigor artístico: o primeiro (Gravetense e/ou Graveto-Solutrense) situa-se entre ±25.000 e ±18.000 anos antes do presente. O segundo (Magdalenense e Tardi-glaciar) alonga-se entre ±18.000 e ±12.000 anos antes do presente. Na sua totalidade constituem o maior conjunto mundial de arte paleolítica ao ar livre. São quatro os animais dominantes e quase exclusivos: cavalos, auroques (um touro selvagem de grande porte), cabras (a espécie dominante é a pirenaica) e cervídeos (veados e cervas).

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O PARQUE ARQUEOLÓGICO DO VALE DO CÔA (PAVC) O PAVC foi inaugurado em 10 de agosto de 1996, na sequência da polémica do Côa e da decisão de abandono da construção da barragem do Baixo Côa (1995). Foi constituído como área de proteção legal à arte rupestre do Côa, nomeadamente às suas gravuras paleolíticas. Delimita uma área de c. de 20.000 hectares, grande parte dela também integrada na Rede Natura 2000, com territórios nos concelhos de Vila Nova de Foz Côa, Figueira de Castelo Rodrigo, Pinhel e Mêda. Concentra os principais sítios com arte paleolítica de ar livre do Côa e tem visitas guiadas, sempre orientadas por guias do PAVC ou por operadores privados devidamente licenciados, aos três núcleos com gravuras mais antigas: Canada do Inferno, Penascosa e Ribeira de Piscos.

Em perspetiva aérea, o edifício desdobrase numa ampla planta triangular, rasgada a meio por um longo corredor de acesso que vai interiorizando e preparando o visitante para uma imersão no tempo mítico dos milénios da pré-história regional. O discurso museológico assume-se como um grande Centro de Interpretação da Arte do Côa. O programa expositivo centra-se na arte paleolítica do Côa, apresentando também uma incursão aos grupos rupestres do pós-glaciar, nomeadamente a arte pintada e gravada do Neolítico, do Calcolítico e o numeroso grupo de incisões da Idade do Ferro. A especificidade da obra de arquitetura e sua implantação paisagística, somada à qualidade e grande antiguidade da arte do Côa que nele se explica, tornaram o Museu do Côa uma estrutura incontornável na afirmação turística regional, sendo o Museu já hoje procurado anualmente por dezenas de milhares de visitantes. (AMB)

O MUSEU DO CÔA Com uma implantação junto à foz do rio Côa e uma perspetiva soberba sobre o Douro, o Museu do Côa é uma obra de arquitectura dos Arquitetos Camilo Rebelo e Tiago Pimentel. Começado a construir em 2007, foi inaugurado em 31 de Julho de 2010. O edifício alonga-se na horizontalidade dos cimos panorâmicos que ladeiam as margens esquerdas do Côa e Douro, e está bem integrado na paisagem envolvente. Para isso contribui também a tonalidade das paredes que procura mimetizar as cores dos afloramentos xistosos que pontilham esta zona. 21


Instituto das Florestas e Conservação da Natureza, IP-RAM Quinta Vila Passos – Rua Alferes Veiga Pestana 15 9054 – 505 Funchal - Madeira Portugal Tel.: (351) 291 740060/40 E-mail: ifcn@madeira.gov.pt Website: www.ifcn.pt www.facebook.com/IFCNIP

© Filipe Viveiros

Data de inscrição: 1999 Critérios: [IX][X]

LAURISSILVA DA MADEIRA

© Rui Cunha

© Rui Cunha

A Laurissilva da Madeira é uma formação florestal que apresenta uma biodiversidade muito elevada com uma representativa presença de espécies exclusivas da Madeira. Existe há cerca de 20 milhões de anos e o seu nome, Laurissilva, resulta da conjugação de dois termos do latim laurus e silva que significam, respetivamente, loureiro e floresta. É considerada uma Relíquia do Terciário albergando seres vivos que existem desde esse Período e outros que evoluíram desde então até aos nossos dias. Realce para a sua beleza natural e paisagística única no Mundo e que tem um papel fundamental para a atividade turística. Foi distinguida como Património Mundial Natural em 1999, incluída na Rede Natura 2000 como ZEC e ZPE, é Reserva Biogenética do Conselho da Europa e está maioritariamente integrada no Parque Natural da Madeira.

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© Rui Cunha

© Rui Cunha © Rui Cunha

BIODIVERSIDADE

LOCALIZAÇÃO Atualmente este tipo de floresta encontra-se confinado à Região biogeográfica denominada de Macaronésia, existindo nos Arquipélagos dos Açores, da Madeira e das Canárias. A sua distribuição abrange, aproximadamente, 15000 hectares da Ilha da Madeira e está quase na totalidade na parte norte da Ilha dos 300 aos 1300m de altitude.

É detentora de um vasto e rico Património Natural com uma elevada percentagem de espécies exclusivas da Macaronésia e da Madeira. Trata-se de uma floresta pluriestratificada que possui uma enorme biodiversidade, com destaque para as espécies da flora e da fauna. Ao nível da flora predominam as árvores que pertencem às lauráceas, tais como, o barbusano, o loureiro, o til e o vinhático. A estas árvores estão associadas muitas outras, nomeadamente o folhado, o pau-branco e o raríssimo mocano. Dos arbustos endémicos destacam-se, o massaroco, a figueira-do-inferno, Isoplexis sceptrum e Musschia wollastonii. Os fetos, os briófitos, assim como, os líquenes são, igualmente, abundantes. Na fauna, ao nível dos vertebrados destaque para duas raras espécies de morcegos e aves, tais como o pombo-trocaz e o bis-bis, ambos endémicos da Madeira, e nos invertebrados realce-se o elevado número de endemismos, principalmente ao nível dos insetos e dos moluscos terrestres. Nesta floresta a água é uma presença constante, sendo mesmo conhecida por “floresta produtora de água”.

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Câmara Municipal de Guimarães Largo Cónego José Maria Gomes 4804-534 Guimarães Tel.: 253 421 200 E-mail: geral@cm-guimaraes.pt Website: www.cm-guimaraes.pt Data de inscrição: 2001 Critérios: [II][III][IV]

DAS ORIGENS Guimarães cresce em função de uma dinâmica urbana gerada entre dois polos significativos, a “Vila Baixa“ e a “Vila Alta” – um pequeno burgo em torno de um mosteiro dúplice na planície e um núcleo de menores dimensões em redor do castelo, na colina. Conformada à sua topografia, polarizada em torno das referências militar e religiosa, foram-se desenvolvendo dois povoados distintos, crescendo em paralelo, até que a muralha do reinado de D. Dinis os abrange numa única cerca. Guimarães confirma-se durante o período da formação da nacionalidade quando D. Afonso Henriques (primeiro rei português), confirma o foral de seu pai. A cidade histórica de Guimarães está assim associada à fundação da identidade nacional portuguesa no séc. XII.

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REABILITAÇÃO URBANA A política de reabilitação urbana adotada assenta na ação conjunta da requalificação e valorização do espaço público, recuperação do edificado municipal, apoio técnico e financeiro à iniciativa privada, manutenção da população residente e a salvaguarda e manutenção das pré-existências erguidas com as técnicas construtivas tradicionais. Este facto é, sem dúvida, essencial para a defesa da memória coletiva, intransponível e inquestionável, constituíndo um património cultural que faz de Guimarães um dos mais importantes modelos referenciais em termos de conservação do património urbano, classificado em 13 de dezembro de 2001 pela UNESCO, como Património Mundial.

O CENTRO HISTÓRICO O centro histórico constitui um exemplo bem preservado e autêntico da evolução de um povoado medieval até uma cidade moderna, cuja diversidade de tipologias de construção exemplifica o desenvolvimento específico da arquitetura portuguesa do século XV ao século XIX. A linguagem construtiva que adota é a das técnicas tradicionais designadas por taipa de rodízio e taipa de fasquio (técnicas de construção que utiliza a madeira como elemento primordial), com origem nas construções de raiz medieval.

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Gabinete Técnico Missão Douro Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte Largo Conde de Amarante, n.º1 5000-529 Vila Real Tel.: 259 302 550 E-mail: gtmd@ccdr-n.pt Website: www.ccdr-n.pt/servicos/missao-douro Data de inscrição: 2001 Critérios: [II][III][IV]

INTRODUÇÃO

pedregosas, cujas difíceis condições obrigaram à construção de socalcos, suportados por muros de xisto. A paisagem cultural do ADV é uma obra multissecular, instalada num corredor de passagem de povos e culturas, de adaptação de técnicas e saberes específicos de cultivo da vinha para a produção de vinhos mundialmente reconhecidos, correspondentes às denominações de origem “Porto” e “Douro”, mas também de outras culturas mediterrânicas, como a oliveira e a amendoeira.

O Alto Douro Vinhateiro (ADV) foi inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO na categoria de Paisagem Cultural Evolutiva e Viva a 14 de dezembro de 2001. Trata-se da área mais representativa e melhor conservada da Região Demarcada do Douro, a mais antiga região vitícola demarcada e regulamentada do mundo, com delimitações desde 1756. Este território singular encerra uma herança coletiva multissecular associada à cultura da vinha e do vinho, em vertentes íngremes e 26


produção vitivinícola - socalcos, quintas, aglomerados, capelas e vias de comunicação; Critério V – A paisagem cultural do ADV constitui um excecional exemplo de uma região vitivinícola tradicional europeia, refletindo a evolução desta atividade humana através do tempo. ABERTURA AO MUNDO

VALOR EXCECIONAL A qualidade e o valor excecional do vinho justificam o esforço coletivo sobre-humano de sucessivas gerações traduzido numa paisagem de imagem singular universal considerada uma obra-prima coletiva. O selo Património Mundial atribuído pela UNESCO é fundamentado nos critérios iii), iv) e v) assim interpretados: Critério III – O ADV produz vinho desde há cerca de dois mil anos a sua paisagem foi moldada pelas atividades humanas; Critério IV – As componentes da paisagem do ADV são representativas do completo leque de atividades associadas à 27

Hoje, o ADV abre-se ao mundo, mostrando o valor universal e excecional do seu património, afirmando-se como um destino turístico de excelência, que oferece experiências sensoriais únicas e irrepetíveis. O convite é ímpar e irrecusável: venha conhecer o Douro Património Mundial!


Lajido de Santa Luzia 9940 S. Roque do Pico Tel.: 292 207 375 E-mail: parque.natural.pico@azores.gov.pt Website: siaram.azores.gov.pt/patrimonio-cultural/ vinhas-pico/_intro.html Data de inscrição: 2004 Critérios: [III][V]

INTRODUÇÃO A paisagem da cultura da vinha da ilha do Pico – Património Mundial da UNESCO, classificada em 2004, ocupa uma área total de 987 ha, envolvida por uma zona tampão com 1 924 ha. É composta por uma faixa de território que abrange parcialmente as costas Norte e Sul, e a costa Oeste da ilha, tendo como referência emblemática dois sítios - o Lajido da Criação Velha e o Lajido de Santa Luzia, implantados em extensos campos de lava caracterizados por uma extrema riqueza e beleza natural e paisagística. Estes sítios foram classificados por constituírem excelentes representações da arquitetura tradicional ligada à cultura da vinha, do desenho da paisagem e dos elementos naturais. A diversidade faunística e florística aí presentes estão associadas a uma abundância de espécies e comunidades endémicas, raras e com estatuto de proteção.

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PAISAGEM Este bem consiste numa espantosa rede de longos muros de pedra, espaçados entre si, que correm paralelos à costa e penetram em direção ao interior da ilha. Estes muros foram erguidos para proteger do vento e da água do mar as videiras, que são plantadas em milhares de pequenos recintos retangulares (currais), colados uns aos outros. Remontando ao século XV, a presença da viticultura manifestou-se através desta extraordinária manta de retalhos de pequenos campos, de casas e quintas do início do século XIX, de ermidas, portinhos e poços de maré.

O PASSADO E O PRESENTE O cultivo da vinha nesta ilha, de acordo com o método original implementado, implicava plantar os bacelos nas fendas e buracos dos campos de lava, e arrumar a pedra espalhada pelo solo. Com inteligência e arte, o picaroto rapidamente percebeu que o excedente de pedra seria um elemento fundamental que iria garantir que as videiras vingassem neste ambiente rochoso e fustigado pelos ventos fortes e pelo rossio do mar: bastaria para isso construir muros, organizando e amontoando as pedras soltas, limpando o solo, e organizando as grandes propriedades segundo espaços que protegiam as plantas, e criavam um ambiente favorável ao desenvolvimento de uvas de qualidade. Hoje, passados mais de 11 anos desta classificação, esta paisagem mantem-se viva, sendo motivo de orgulho de todos os Açorianos.

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Rua Isabel Maria Picão, s/n, 7350-953 Elvas Tel.: 268 639 740 E-mail: turismo@cm-elvas.pt Website: www.cm-elvas.pt www.fortedagraca.com Date of Inscription: 2012 Criteria: [IV]

A CIDADE-QUARTEL FRONTEIRIÇA DE ELVAS

terrestres do mundo, sendo ao mesmo tempo o maior e melhor exemplo da arte de fortificar holandesa. Além disso, é o melhor exemplo mundial de uma cidade quartel de fronteira. A classificação inclui todo o Centro Histórico, as muralhas abaluartadas do séc. XVII, o Aqueduto da Amoreira, o Forte de Santa Luzia, o Forte da Graça e os Fortins de São Pedro, São Mamede e São Domingos num total de 179 hectares, sendo a área de proteção de 690 hectares.

A cidade-quartel fronteiriça de Elvas e suas Fortificações foi inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO cumprindo o Critério IV. Este bem oferece um exemplo excecional de um tipo de construção ou de conjunto arquitetónico ilustrando um período significativo da história humana. De facto, a cidade de Elvas possui o maior perímetro de fortificações abaluartadas 30


MAIS PATRIMÓNIO

A DEFESA DO TERRITÓRIO

As fortificações do Centro Histórico incluem duas muralhas islâmicas, uma muralha fernandina e as fortificações abaluartadas que ainda hoje abraçam o centro da cidade. No entanto, Elvas não tem exclusivamente património militar. Na cidade encontrará 20 igrejas, 5 capelas, 7 conventos e um grande conjunto de património civil marcado pelos seus palácios e pelo majestoso Aqueduto da Amoreira.

Tendo em conta a defesa do território, em redor da cidade foram-se construindo ao longo dos tempos diversas fortificações. São de relevo o Forte de Santa Luzia, obra do holandês Jan Ciermans (ou João Cosmander) para a Guerra da Restauração, o Forte da Graça, desenhado pelo Conde de Lippe e construído por Guillaume Valleré e os três fortins mandados construir por Wellington.

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Largo da Porta Férrea 3000-477 Coimbra Tel.: 239 857 095 E-mail: ruas@uc.pt Website: www.uc.pt/ruas

© Ana Zayara

Data de inscrição: 2013 Critérios: [II][IV][VI]

UMA DAS MAIS ANTIGAS UNIVERSIDADES DA EUROPA

© Delfim Ferreira

© Sérgio Azenha

São duas as áreas inscritas na Lista do Património Mundial: a Alta Universitária e a Rua da Sofia. Nelas, o Jardim Botânico e 31 edifícios são o testemunho da evolução pedagógica, ideológica e artística que teve, e tem, lugar no seio desta antiga instituição. Fundada em 1290, a Universidade instala- se definitivamente na cidade em 1537. É a primeira universidade do país e uma das mais antigas da Europa. Foi, durante séculos, a única instituição de ensino superior no espaço de língua portuguesa, estendendo-se a sua influência bem para lá das fronteiras nacionais.

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© Sérgio Azenha

PATRIMÓNIO, MARCA DA HISTÓRIA E IDENTIDADE

© Ana Zayara

© Sérgio Brito

A Universidade tem a sua sede no emblemático conjunto do Paço das Escolas, originalmente Palácio Real. Pode aqui ver-se a barroca Biblioteca Joanina, a Torre da Universidade, a Via Latina, a Capela de S. Miguel e a Porta Férrea. A Rua da Sofia, na parte baixa da cidade, foi o núcleo inicial da Universidade. O conjunto de colégios foi planeado e construído especificamente para albergar as funções de ensino, numa operação de vanguarda no século XVI. Subsistem ainda vários colégios quinhentistas, dos quais se destacam o Colégio das Artes, de São Jerónimo e de Jesus. Este último profundamente alterado durante a reforma iluminista, que nos legou igualmente o fronteiro Laboratorio Chimico. A imagem da Alta está marcada pela grande reforma sofrida a partir da década de 1940. Dela resultou uma «Cidade Universitária» representativa da imagem de poder que o regime autoritário pretendia transmitir. A Universidade é também detentora de um importante património móvel que abrange desde as valiosas coleções geridas pelo Museu da Ciência aos acervos documentais do seu Arquivo e aos fundos bibliográficos das bibliotecas Geral e Joanina. O património imaterial ligado à Universidade consubstancia-se nas cerimónias e rituais académicos, desde os mais institucionais, como as cerimónias de Doutoramento Honoris

Causa, às festas mais informais, como a Queima das Fitas. A origem e difusão da língua portuguesa, a Canção de Coimbra (Fado) e a vivência nas Repúblicas de estudantes são também marcas intangíveis ligadas à classificação deste património.

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