Betão nº 38 - Dezembro 2017

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Dez. 2017

Entrevista: António Saraiva, Presidente da CIP Obra: Terminal de Cruzeiros de Leixões Normalização: NP EN 206, nova norma para o betão (Parte 2) Técnica: O betão é sustentável Entrevista: Carrilho da Graça, Arquiteto

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Construindo parcerias sustentáveis

A NOSSA FORÇA ESTÁ NA VERSATILIDADE Continuamos a percorrer o caminho da inovação e da qualidade de forma consistente rumo ao futuro, através do desenvolvimento de uma vasta gama de produtos, por forma a encontrar as soluções mais adequadas às necessidades dos nossos clientes. BETÃO LIZ, S.A. Rua Alexandre Herculano, 35 1250-009 LISBOA Tel.: 213 118 100 Fax: 213 118 821 betaoliz@intercement.com

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Editorial

João Duarte Diretor Executivo

Caros Leitores, Em 2017 o setor mostrou-se mais animado e confirmou a tendência que já tínhamos identificado no final de 2016. A construção em Portugal continua a ganhar fôlego e está a crescer acima do previsto. Os dados do 3º trimestre indicam um aumento de 8,5% (mais 5,9% do que o previsto). O investimento privado continua a ser o grande catalisador, com o turismo a liderar claramente os investimentos. Para 2017 estavam previstos 41 novos hotéis em Portugal, 15 dos quais em Lisboa. “Em 2017 vamos ultrapassar os 22 milhões de turistas”, disse a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, ao Diário de Notícias em setembro. O prognóstico é que este número seja ultrapassado em 2018, uma vez que Portugal foi distinguido com os prémios de melhor destino mundial e europeu de golfe (World Golf Awards) e de melhor destino europeu do turismo (World Travel Awards). O clima positivo também se sentiu noutros setores como na construção de edifícios residenciais e nas obras públicas. Os próximos tempos também se afiguram animadores. A área licenciada para construção de edifícios continua a crescer e para 2018 está prevista a inauguração de 42 novos hotéis para acolher o número crescente de turistas. As novas obras têm de ser sustentáveis. E o betão é sustentável. É o material de construção mais utilizado em Portugal e no mundo. Contribui significativamente para melhorar a qualidade de vida das pessoas. A generalidade dos novos edifícios e obras de engenharia civil só são possíveis de concretizar com o betão, pela sua economia e pelo reduzido impacto ambiental. A opção natural é o betão pronto por uma questão de garantia da qualidade. O segundo Dia do Betão foi mais uma vez um sucesso. A adesão foi fantástica e esgotámos a sala. Já estamos a trabalhar na próxima edição que vai ser no dia 24 de maio de 2018. Vemo-nos lá.

Boas festas e um 2018 com saúde e muito betão pronto.

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Centrais Betão

Rua Joaquim Agostinho,33 4410-276 Canelas arlaco@arlaco.pt

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www.arlaco.pt

Grupo:

ARCO Gold Two

Equipamentos de controlo -ARCO Win 9000 Silver -ARCO Gold Two -ARCO 2010 V.3. -ARCO Win 9010

Sondas Humidade

Balança adjuvantes

Misturadoras - Eixo Vertical -Duplo Eixo -Helicoidal -Satélite E muito mais... -Centrais de Betão -Automatizações -Linhas de Ensacagem -Argamassas Secas -Agregados -Aplicações -Instalações Eléctricas


Sumário

Fotografia de capa: Terminal de Cruzeiros de Leixões | © Egidio Santos

04 Notícias

26 Opinião

› Breves › Arlaco: negócio em expansão › LuminTech®: betão luminoso no escuro › ERMCO reúne-se em Lisboa › Prémio INOV.AÇÃO mais próximo do meio empresarial › Pigmentos líquidos high-tech para betão

Cura do betão

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Dez. 2017

28 Obra Terminal de Cruzeiros de Leixões

30 Normalização NP EN 206, a nova norma para o betão (Parte 2)

14 Eventos Dia do Betão 2017

34 Internacional

18 Entrevista

SNBPE – A Associação Francesa dos Produtores de Betão Pronto

António Saraiva, Presidente da CIP

38 Entrevista

20 Legislação

João Luís Carrilho da Graça

Proteção de Dados – O Regulamento (UE) 2016/679

22 Vida Associativa

40 Obra Mota-Engil /Casais constrói maior edifício de escritórios em Lisboa

› Lenobetão, a construir futuros › Tecnovia, a mais recente afiliada da APEB

42 Técnica

25 Técnica

O betão é sustentável

Primeiro ensaio de aptidão de carotes em Portugal

Associados da APEB: ABB, Betão Liz, Betopar, Brivel, Concretope, Ibera, Lenobetão, Mota-Engil – Engenharia e Construção, Pragosa Betão, Sonangil Betão, Tconcrete, Tecnovia, Unibetão e Valgroubetão. Membros Aderentes da APEB: BASF, Chryso, Euromodal, MC-Bauchemie, Saint-Gobain Weber Portugal e Sika Portugal.

Propriedade APEB – Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto – Av. Conselheiro Barjona de Freitas, 10-A, 1500-204 Lisboa T. 217 741 925/932

E-mail: geral@apeb.pt

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Diretor João Pragosa | Coordenação Editorial João Duarte Design, Publicidade e Produção Companhia das Cores – Design e Comunicação Empresarial, Lda. – Rua Sampaio e Pina, n.º 58, 2.º Dto., 1070-250 Lisboa T. 213 825 610

E-mail: marketing@companhiadascores.pt

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Impressão Impress – Charneca de Baixo, Armazém L, 2710-499 Ral - Sintra | Depósito legal 209441/04 | Tiragem 3 500 exemplares Os artigos assinados são da responsabilidade dos seus autores.

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Notícias

BETOPAR obtém certificação A BETOPAR, membro associado da APEB desde 2015, obteve a certificação do sistema de controlo da produção do betão de acordo com a NP EN 206-1 no seu centro de produção de Cabeço de Montachique. O certificado de conformidade foi emitido pela Empresa Internacional de Certificação (EIC) em julho de 2017. “Este foi mais um passo na conquista do nosso espaço e na consolidação da nossa presença no mercado” disse João Tiago Mouro, administrador da BETOPAR. Quanto ao desenvolvimento e à implementação do sistema de controlo da produção, a BETOPAR confiou na consultoria da APEB. O trabalho da APEB consistiu em estruturar um conjunto de procedimentos para responder aos requisitos da NP EN 206-1 e, ao mesmo tempo, ajustados à realidade atual da empresa. A seguir, apoiou a implementação do sistema através de várias sessões formativas para sensibilizar e orientar os colaboradores da BETOPAR. Antes da inspeção inicial da EIC, realizou uma auditoria interna e apoiou a revisão pela gestão.

Sílica cristalina respirável O Conselho e o Parlamento Europeus chegam a acordo para a revisão da Diretiva 2004/37/EC relativa às substâncias cancerígenas e mutagénicas no local de trabalho. A nova Diretiva introduz no Anexo I “o trabalho envolvendo a exposição a poeira de sílica cristalina respirável gerada por um processo de trabalho” e estabelece no Anexo III um valor-limite de exposição ocupacional de 0,1 mg/m3 para a sílica cristalina respirável (SiO2). O Acordo NEPSI foi reconhecido como um instrumento válido e necessário para apoiar a implementação e a aplicação desta nova Diretiva. Em 11 de julho de 2017, o COREPER (Comité dos Representantes Permanentes) aprovou o acordo alcançado pela Presidência do Conselho, a Comissão Europeia e o Parlamento Europeu sobre a revisão da Diretiva 2004/37/EC para proteger os trabalhadores da exposição a substâncias cancerígenas ou mutagénicas no local de trabalho. O novo texto deve agora ser formalmente aprovado pelo Conselho e pelo Parlamento Europeu. Os signatários do Acordo NEPSI reconhecem o valor-limite de exposição ocupacional de 0,1 mg/m3 estabelecido para a sílica cristalina respirável. O objetivo é proteger os trabalhadores que utilizam a sílica cristalina ou produtos que a contenham no exercício das suas funções, como é o caso da produção de betão ou argamassas. Outra vantagem, não menos importante, é a uniformização do valor-limite ocupacional em toda a EU.

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Utilização de filtros nos silos elimina a emissão de poeiras de cimento

O reconhecimento do Acordo NEPSI expresso na nova Diretiva reforça a motivação dos parceiros sociais da NEPSI para continuar a trabalhar na melhoria da proteção da saúde dos trabalhadores. O Acordo NEPSI conduz com sucesso a níveos mais baixos de exposição à sílica cristalina respirável através da implementação de um conjunto de boas práticas e monitorização da sua aplicação. “Estabelecer valores-limite através da legislação da UE é fundamental para proteger a saúde dos trabalhadores, mas é a qualidade da implementação e aplicação que determinará se as vidas são salvas”, disse a Comissária Marianne Thyssen na ocasião do décimo aniversário do acordo. O Acordo NEPSI pode ser descarregado gratuitamente em www.nepsi.eu.


Betão UniTaipa vence Prémio de Inovação na Construção 2017 A Unibetão venceu o Prémio de Inovação na Construção 2017, na categoria Estruturas e Cofragens, com o betão arquitetónico UniTaipa. Esta nova solução inspirada no “antigo betão taipa”, de base cimentícia, é fabricado na cor rosa e com cimento branco e teve a sua primeira aplicação numa obra localizada no Alentejo (ver Betão n.º 36, pág. 37). A cerimónia de entrega dos prémios decorreu no passado dia 13 de julho, na sede da Ordem dos Engenheiros, em Lisboa. Os prémios Inovação na Construção surgiram em 2014 com o objetivo de divulgar as boas práticas e o empenho por parte das empresas no desenvolvimento de novos materiais, equipamentos e produtos. São promovidos pela Área Associativa – editora responsável por um conjunto de publicações especializadas no setor da construção.

Pigmento Negro 53 SERRA CIMENTS no Terminal de Cruzeiros de Lisboa O novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa, assinado pelo arquiteto João Carrilho da Graça e inaugurado a 10 de novembro, utilizou o Pigmento Negro de Óxido de Ferro para pigmentar o betão com a tonalidade negra prevista. Para esse fim, a SERRA CIMENTS, empresa especializada em pigmentos inorgânicos para betão e argamassas, forneceu 67 toneladas do seu pigmento Negro 53, embalado em bolsas hidrossolúveis de 10 kg. Esta opção facilitou a introdução e a dispersão homogénea do pigmento no betão a pigmentar. A utilização destas embalagens, ao serem introduzidas diretamente no betão a pigmentar sem ter de as abrir, garantem também uma total segurança não só para os colaboradores envolvidos, mas também para o ambiente. O resultado foi uma perfeita harmonia entre a arquitetura do projeto e a elegância da cor obtida.

Panos de limpeza MEWA com sistema de reutilização Panos de limpeza ultra-absorventes com sistema de reutilização – esta é a solução integrada que a MEWA oferece. Centrais de betão pronto, como qualquer outra indústria, beneficiam deste comprovado sistema, seja qual for a sua dimensão. Com uma experiência de mais de cem anos, a multinacional alemã MEWA é, desde 2011, líder mundial em gestão têxtil. O sistema de reutilização é limpo, seguro e prático e ainda contribui para uma melhor organização da fábrica. Panos limpos estão sempre à mão. Após a utilização, basta colocá-los no Safety Container, o contentor de segurança da MEWA com tampa hermética. Na data combinada, a MEWA recolhe este contentor, lava os panos de forma ecológica e devolve-os limpos. Este sistema de reutilização é um contributo ativo para a proteção do ambiente e também uma solução económica, mesmo para pequenas quantidades de panos. Hoje já há mais de 2,6 milhões de profissionais em 23 países a utilizar diariamente os panos da MEWA.

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Muitos parabéns! A ERMCO faz 50 anos

Em 27 de outubro de 1967, a convite da associação germânica do betão pronto, mais de 100 delegados de 12 países europeus encontraram-se em Berlim para debater a constituição de uma organização europeia para o betão pronto. Neste dia nasceu a ERMCO, a Organização Europeia do Betão Pronto. Hoje, 50 anos depois, é key player na elaboração de normas e regulamentação relevantes para o setor do betão pronto na Europa. Desde a criação organizou 17 congressos internacionais e centenas de reuniões dos seus órgãos e comités. Cada congresso foi organizado em conjunto com o membro nacional do país de acolhimento. Em 1998 foi a vez da APEB acolher mais de seiscentos congressistas de todo o mundo durante os três dias que durou o 12º congresso ERMCO. Apesar da crise que assolou o setor nos últimos anos, a ERMCO continua a ser o ponto de referência para a

indústria do betão pronto na Europa. Graças à perseverança dos seus membros, a ERMCO continuará a apoiar o desenvolvimento do setor, tendo em consideração a sustentabilidade e a inovação.

20 anos depois… 1998, quando se realizou o 12.º Congresso ERMCO em Lisboa, foi também o ano da EXPO’98. Para acolher e servir a exposição internacional foram construídos muitos edifícios e infraestruturas, em betão. Hoje, após 20 anos de exposição ao ambiente marítimo da zona, o betão continua em perfeitas condições. Por isso, a EXPO’98 serve de exemplo da durabilidade do betão, quando formulado, fabricado, colocado e curado de forma adequada.

FUCHS lança primeiro antiaderente protetor biodegradável Reúne todas as qualidades da gama de antiaderentes da FUCHS e ainda oferece um extra: o RENOCAST MIX ECO é amigo do ambiente, uma vez que é totalmente biodegradável. Este produto e o RENOCAST MIX 15 são os últimos desenvolvimentos do grupo alemão FUCHS, o maior fabricante independente de lubrificantes a nível mundial. O uso de antiaderentes recomenda-se em todos os processos onde o betão está em contacto com máquinas e equipamentos, já que previnem trabalhos de limpeza agressivos que exigem tempo, esforço e investimento e que podem prejudicar a qualidade de produção e a vida útil dos equipamentos. As duas inovações da FUCHS contribuem assim para manter a qualidade dos processos de produção e do transporte de betão. Facilitam o trabalho diário e poupam tempo e dinheiro. São produtos prontos a usar e de fácil aplicação.

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Notícias

Arlaco: negócio em expansão Depois de várias experiências no exterior, na montagem e venda de centrais de betão, britadeiras, entre outros equipamentos, a Arlaco fecha o ano com duas novas centrais em Portugal, passando assim a totalizar três centrais em território nacional. A operar desde 2005, a Arlaco, uma empresa do grupo Arco Electrónica, S.A., tem vindo a construir um percurso de referência na instalação, gestão e conservação de equipamentos para a indústria do betão, pré-fabricados, argamassas e agregados, tanto a nível internacional como nacional. A atividade de montagem e venda de centrais de betão é que teve início fora de Portugal e só mais tarde, em 2016, a Arlaco registou a sua primeira central de betão em território nacional com a Central de Joane (Guimarães). Em 2017, dá-se a sua expansão nesta área de atividade com a montagem das centrais de Oleiros (Braga) e Fundão. Reconhecida no mercado pelo fornecimento de automatismos em obras de referência como as barragens de Ribeiradio, de Foz Tua, do Baixo Sabor e, atualmente, nas barragens de Daivões e Gouvães, a Arlaco dispõe de uma vasta gama de misturadoras de betão que vai desde a de eixo vertical, duplo eixo horizontal, satélite, helicoidal, até à contínua. No setor de hardware e software, apresenta soluções para o controlo e mistura de betão como o ARCO 2010, ARCO Win Silver, ARCO 9010, ARCO Gold e a mais recente novidade de software ARCO GoldTwo. A esta

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oferta junta-se ainda a comercialização de equipamentos de controlo para pedreiras, argamassas secas e complementos para centrais de betão – como balanças de adjuvantes líquidos e sólidos, sistemas de lavagem automática para misturadoras, sistema de segurança para carga de silos de cimento, cinzas e filler, salas de comando e sensores de pesagem. Mais recentemente, e no âmbito de uma aposta na diversificação, a Arlaco passou a integrar na sua oferta um software de gestão de frotas possível de ser consultado em vários dispositivos com sistemas operativos Android e iOS. Transversal a todas as áreas de atuação, está a procura incessante da Arlaco pela satisfação dos seus clientes, dispondo para isso de recursos que garantem todo o tipo de assistência técnica.


­LuminTech®: betão luminoso no escuro

A Chryso lançou LuminTech®, uma nova solução que adiciona brilho luminoso às superfícies de betão, no escuro. Uma tecnologia sustentável que oferece desafiantes possibilidades a arquitetos, projetistas, paisagistas e donos de obra. Esta inovadora solução, que complementa a gama de betões decorativos da Chryso, compreende uma variedade de partículas luminescentes diferentes que são aplicadas na superfície do betão. Durante o dia, as partículas imitam agregados naturais e absorvem a radiação UV, tanto natural quanto artificial, para depois, no escuro, libertarem a energia que ilumina as áreas selecionadas. Sendo a iluminação proveniente da energia solar e as suas partículas oriundas de material reciclado composto e pigmentos minerais naturais, LuminTech® apresenta-se como uma fonte de luz amiga do ambiente. Disponível em várias cores, as partículas são ideais para uso externo, uma vez que não contêm base epóxi. Com inúmeras possibilidades de aplicação, LuminTech® pode ser utilizada para iluminar e realçar linhas arquitetónicas de um edifício urbano, destacar um terraço doméstico,

marcar os caminhos de jardins ou definir os contornos de uma piscina. A tecnologia pode também ser útil em vias públicas, seja na sinalização noturna em áreas pouco iluminadas ou mesmo como substituta da iluminação elétrica em ciclovias, melhorando assim a qualidade de vida. A aparência brilhante do LuminTech® pode ser vista por mais de 10 horas após a obscuridade. Já a intensidade da sua iluminação depende do volume de partículas espalhadas na superfície do betão. Para aplicar esta tecnologia, LuminTech® apenas exige que as partículas sejam colocadas na superfície do betão, devendo, idealmente, ser usada em betão de agregado aparente em conjunto com o retardador de superfície Deco Lav da Chryso. As partículas luminosas também são adequadas para superfícies de betão polido, embora esta aplicação não seja amplamente utilizada. A manutenção de LuminTech® é similar a qualquer betão decorativo convencional, bastando lavar a superfície ocasionalmente com água e sabão.

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ERMCO reúne-se em Lisboa

Lisboa foi o local escolhido para as últimas reuniões da Direção e do Comité de Estratégia e Desenvolvimento da ERMCO. As reuniões decorreram em 23 e 24 de outubro de 2017 nas instalações da APEB. Foram tratados vários assuntos relevantes para o futuro do setor e da própria ERMCO. O Congresso ERMCO 2018 foi um dos temas principais. O presidente da APEB, João Pragosa, aproveitou o seu discurso para apresentar a estrutura da APEB e as suas atividades. Reconheceu o papel da ERMCO e salientou a importância do setor do betão pronto para o desenvolvimento e o bem-estar da sociedade.

A reunião do Comité de Estratégia e Desenvolvimento debateu temas como a sustentabilidade, o abastecimento responsável, a regulamentação dos tempos de condução, a revisão da diretiva das substâncias cancerígenas e mutagénicas, a inovação na produção e no transporte do betão. Foram ainda dadas informações sobre os projetos que estão a ser desenvolvidos em parceria com outras entidades, como são exemplos a The Concrete Initiative e a European Concrete Platform. As próximas reuniões serão realizadas em março de 2018, em Oslo, a convite da FABEKO, a congénere da APEB na Noruega.

Congresso ERMCO 2018 – Oslo A contribuição do betão para um mundo em mudança é o tema principal do 18º Congresso ERMCO. O evento vai realizar-se em OSLO em junho de 2018. Como sempre, a organização é conjunta com a associação do país anfitrião, neste caso, a FABEKO – Associação Norueguesa do Betão Pronto. O congresso vai decorrer nos dias 7 e 8 de junho. Porém, as atividades começam no dia 6 com a realização da

Concrete moves...

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Assembleia Geral da ERMCO. Nesse dia está ainda previsto um workshop da “The Concrete Initiative”. Para o dia 9 estão planeadas visitas técnicas a obras de construção na região de Oslo.

OSLO June 7 June 8 2018

Mais informações podem ser obtidas em: http://ermco2018.no

Concrete contribution to a changing world


mais próximo do meio empresarial O Prémio Inov.ação Valorpneu, que distingue soluções inovadoras para o destino sustentável dos pneus usados, entrou numa nova fase de comunicação e está cada vez mais próximo do meio empresarial. O registo das candidaturas decorre até 31 de janeiro de 2018, com a data limite de entrega até 20 de abril. O Prémio Inov.ação Valorpneu entrou numa nova fase de comunicação, marcando presença em vários eventos no âmbito do design, arquitetura, empreendedorismo, entre outros, e reforçou a sua presença em meios de comunicação. O objetivo é ganhar visibilidade e levar o prémio ao meio empresarial, despertando o interesse do setor para que efetivamente os projetos apresentados possam tornar-se soluções reais de mercado. Desde o seu lançamento, em dezembro de 2016, o Prémio Inov.Ação Valorpneu tem sido divulgado em larga escala. Nos últimos meses, têm-se realizado, também, workshops de capacitação dos candidatos ao Prémio com o principal objetivo dotar os candidatos de competências que possam apoiar a consolidação dos seus projetos. Promovido em duas categorias: “Negócios e Inovação” e “Comunidade e Educação”, o Prémio Inov.ação Valorpneu tem por objetivo mobilizar o interesse dos diferentes setores e ajudar as ideias com potencial a “sair do papel”, transformando-as, com a ajuda de todos os parceiros envolvidos, em reais soluções de mercado a favor do Ambiente e da Economia nacional. Até à data, há já vários projetos submetidos a concurso e alguns preconizam soluções inovadoras para o setor do betão.

Projetos a concurso no setor do Betão 1. Borracha e Betão – Autor: João Teixeira Utilização de borracha e betão para a elaboração de peças de exterior. 2. Utilização e validação de duas montagens de ensaios para a verificação da resistência à fadiga e à deformação permanente de misturas betuminosas que incorporem borracha proveniente da reciclagem de pneus. – Autor: Luís Francisco Amaral Silva Pretende-se com este projeto o uso e a validação de duas montagens de ensaios para a avaliação da resis-

tência à fadiga em situação de fragilidade induzida em viga para montagem do ensaio "four point bending test e à progressão/reflexão de fenda vinda de mistura em laje subjacente, fazendo isso para diferentes materiais de constituição da laje sobrejacente. 3. Bloco sustentável para alvenaria de edifícios – Autor: António Pedro Carones Duarte Desenvolvimento de um bloco sustentável que incorpore agregados provenientes de pneus reciclados, para utilização em alvenaria de edifícios. Para tal, serão estudadas as principais propriedades físicas e mecânicas do bloco bem como o seu impacte ambiental, através de uma avaliação de ciclo de vida. 4. Desenvolvimento de um modulo pré-fabricado aplicado à indústria da construção – Autor: Cláudia de Lima Desenvolvimento de uma solução modular pré-fabricada isolante a aplicar na indústria da construção civil. Aproveitamento da borracha de pneu para o desenvolvimento de módulos pré-fabricados a aplicar em obra de habitações sociais/desfavorecidas.

Quer ser parceiro do Prémio INOV.AÇÃO? Os parceiros do Prémio INOV.AÇÃO Valorpneu podem ser pessoas singulares, empresas, empresários em nome individual, universidades e outras instituições do sistema científico, instituições financeiras e organizações que aumentam o potencial de concretização dos projetos candidatos. Se pretende ser parceiro, deve começar por se registar no portal dedicado ao Prémio INOV. AÇÃO Valorpneu e consultar o regulamento do Prémio em www.inovacaovalorpneu.pt.

O registo das candidaturas ao Prémio INOV.AÇÃO Valorpneu decorre até 31 de janeiro de 2018, com a data limite de entrega das candidaturas até 20 de abril.

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Pigmentos líquidos high-tech para betão

Euromodal dá cor ao betão com pigmentos líquidos de tecnologia avançada.

O que distingue os pigmentos líquidos da Euromodal? A sua tecnologia avançada de suspensão do pigmento e a capacidade melhorada de colorir o betão. Por isso, a Euromodal dedicou-se, nos últimos quatro anos, ao desenvolvimento de equipamentos de mistura com elevada performance, capazes de criar um pigmento líquido com propriedades de excelência. “Enquanto a maior parte dos produtores de pigmentos líquidos abandonou a produção, nós decidimos avançar. Em 2010 começámos a trabalhar na solução ideal para desenvolver a suspensão deste produto em líquido com elevada estabilidade e assim garantir maior comodidade de utilização e maior dispersão no betão. O nosso primeiro protótipo tinha motor com 2,2 kW de potência e este ano desenvolvemos, ao longo de seis meses, um equipamento de topo com 75 kW de potência”, explica Francisco Araújo, Diretor-Executivo da empresa.

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O equipamento de alta tecnologia da Euromodal produz 12 toneladas de pigmento líquido de uma só vez. Isso assegura uma capacidade superior de entrega para o mercado nacional e internacional. As aplicações dos pigmentos líquidos são diversas: betão pronto, pré-fabricados, pavimentos e mobiliário urbano. É também utilizado em obras exigentes a nível arquitetónico, devido à sua intensa coloração. Os pigmentos líquidos da Euromodal reduzem os custos de produção, devido à sua eficácia, à fácil dosagem e a um desperdício praticamente nulo. “Este é um negócio que representa já 10% do nosso volume de vendas”, informa Francisco Araújo. A Euromodal confia no futuro. Este ano a empresa vai alcançar um aumento de 35% na sua faturação total. Com este volume de vendas, a empresa atinge em 2017 o resultado que estava previsto para 2019. Atualmente, exporta 30% da sua produção e o objetivo é chegar aos 40% em 2022.


Publirreportagem

DESENVOLVE AS SOLUÇÕES DO FUTURO 30 anos de desafios e conquistas colocam a Euromodal no caminho de um futuro de inovação. Eis os próximos desafios, os projetos de Investigação & Desenvolvimento e as novidades para 2018.

Desafios No dia 23 de outubro a Euromodal mudou-se para as novas instalações. Já tem o novo laboratório a funcionar em pleno, ferramentas informáticas mais eficientes e uma equipa de especialistas qualificados. É a altura ideal para procurar os produtos mais competitivos no mercado mundial e reforçar a imagem que construiu como especialista de betão. “Entendemos de betão” é o slogan da Euromodal que cumpre o que afirma.

Projetos de Investigação & Desenvolvimento A Euromodal está a desenvolver diversos projetos com o ensino superior. Num deles está a estudar a utilização do betão pigmentado para o aquecimento de água nas piscinas. Usa também o dióxido de titânio como pigmento branco para potenciar as propriedades fotocatalíticas do betão. Graças à presença do dióxido de titânio, uma estrutura com este betão inovador tem a capacidade de purificar o ar atmosférico. Neste momento, a Euromodal

está também a preparar protótipos para a produção de adições pozolânicas de atividade controlada e aprimorada para diferentes tipos de aplicação e de exposição ambiental.

Novidades para 2018 O foco da Euromodal está em duas grandes apostas. Uma é o recurso a um polímero hidrofugante que se utiliza em toda a matriz da estrutura de betão sem alteração da cor inicial e garante a impermeabilidade ao sistema. A outra é o início dos trabalhos no novo laboratório tecnologicamente avançado já com ensaios acreditados pelo IPAC (Instituto Português de Acreditação). No caso do polímero hidrofugante, trata-se de uma inovação que vai acabar com o efeito de variação de cor por molhagem e secagem do betão. Em vez de ser feito o tradicional tratamento de superfície, com resultados de impermeabilização muito relativos, este é um tratamento feito logo na mistura do betão, que inibe qualquer entrada de água e, por isso, tem uma eficácia de praticamente 100%.

NÓS ENTENDEMOS DE BETÃO Formulação de Misturas | Ensaios em Laboratório e no Local | Apoio Técnico www.euromodal.pt | T. 225 379 171 | mail@euromodal.pt


Eventos

Dia do Betão 2017 “o setor do betão pronto está a animar”

João Pragosa, Presidente da APEB

“A agenda deste Dia do Betão mostra bem que a APEB permanece atenta aos grandes desafios do setor, desde a sustentabilidade ambiental à regeneração urbana.”

Foi com estas palavras que o Presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal), António Saraiva, reconheceu a iniciativa da APEB no seu discurso de abertura. A segunda edição do Dia do Betão reuniu mais de 150 profissionais do setor no dia 1 de junho em Lisboa. António Saraiva apelou aos participantes para insistirem “na necessidade de toda a intervenção do Estado na economia ter como preocupação 14

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central a competitividade empresarial – tanto na vertente dos custos, como na da produtividade.” O Presidente da CIP concordou com uma das principais exigências da APEB que é uma legislação específica para o transporte de betão pronto: “Relativa à legislação dos tempos de condução, claramente desajustada ao setor do betão pronto, é bem o exemplo de que aquilo que nos parece óbvio, do ponto de vista empresarial, muitas vezes não o é do ponto de vista do poder político. Precisamos de lutar continuamente para que seja possível eliminar as inúmeras pedras na engrenagem que continuam a bloquear o funcionamento das empresas e a sua competitividade.”


Eventos

Save the date

DIA DO BETÃO 24 maio 2018

António Saraiva, Presidente da CIP

João Duarte, Diretor Executivo da APEB

João Duarte, Diretor Executivo da APEB, sublinhou que esta exceção à lei seria um “contributo essencial para apoiar o setor.” O organizador do evento mostrou-se satisfeito “com a grande adesão por profissionais de todo o país demonstra a importância desta iniciativa como plataforma de diálogo, networking e divulgação de inovações e tecnologias.” O Presidente da APEB, João Pragosa, destacou a importância da APEB para toda a indústria de betão pronto “por reunir as principais empresas, participar em diversas comissões técnicas e contribuir para o desenvolvimento de legislação a nível nacional e europeu.” Outras vantagens, segundo João Pragosa, são o laboratório acreditado, a formação e a consultoria.

A APEB seria ainda mais forte e influente se conseguisse incorporar novos membros. A legislação nacional e europeia precisa de ser ajustada tendo em conta a especificidade do setor. O aumento do peso máximo dos veículos de transporte do betão pronto é um dos exemplos. Permitirá obter “ganhos significativos em sede de consumos de combustíveis fósseis e tornar o betão pronto mais concorrencial. Não se trata de algo impossível, tanto mais, que a Áustria já o conseguiu.” Outro exemplo é a legislação dos tempos de condução. “Fabricamos e transportamos um produto perecível, e como tal, esta situação deverá ser tomada em consideração pelas entidades competentes.” No balanço do Diretor Executivo, o segundo Dia do Betão em Portugal foi um sucesso e aconteceu no momento certo, já que “o setor da construção está mais animado, graças à iniciativa privada na reabilitação urbana e até na construção nova. Sentiu-se este clima positivo e a nova esperança entre os participantes.” Tal como em 2016, o evento contou com um conjunto de apresentações de especialistas nacionais e internacionais, assim como um espaço de exposição. Este ano, apresentaram-se neste espaço as empresas BASF, BUSS, CHRYSO, EUROMODAL, GO4, LENOBETÃO, MEDILABOR, SIKA e TESTING. O tema em destaque foi a desadequação da legislação dos tempos de condução. Rui Claro, da Unibetão, apresentou as razões por que a atual legislação necessita de ser alterada e considerar uma exceção para o setor do betão pronto. O convidado internacional, Chris Clear, Diretor da Associação Britânica do Betão Pronto (BRMCA), abordou o contributo do betão para a sustentabilidade do ambiente construído. A antecipar a publicação da nova norma portuguesa do betão, NP EN 206, João Duarte explicou as principais alterações e os impactos para os vários intervenientes no processo construtivo: os projetistas, os produtores e as empresas de construção. Jorge Cruz Pinto, arquiteto, descreveu os desafios que ultrapassou no projeto e na

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Eventos

Chris Clear, Diretor da BRMCA

Mesa redonda

Jorge Cruz Pinto, Gerente da JCP+CM

Celestino Martins Dinamizador da Segurança Comportamental da Intercement

obra de reabilitação urbano-arquitetónica do Palácio do Governador, que incorporou muito “betão invisível”. O Dia do Betão 2017 contou ainda com apresentações sobre temáticas transversais. A GO4 animou a plateia com um workshop sobre liderança pessoal e Celestino Martins focou a segurança e a saúde no trabalho. O evento terminou com uma mesa redonda sobre o papel do betão na regeneração urbana. Na mesa redonda, moderada por Silke Buss da BUSS Comunicação, participaram Natércia Trindade da Secil, Pedro Alves da TPB e

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Sérgio Lopes do Centro de Vida Independente. O tema em debate foi a inovadora decisão da Câmara Municipal de Lisboa de substituir parte da tradicional calçada portuguesa nas ruas de Lisboa por betão desativado para aumentar a segurança e o conforto dos seus habitantes, principalmente dos que têm mobilidade reduzida.

“Já começámos a preparar o Dia do Betão 2018” revelou João Pragosa no seu discurso. O Dia do Betão 2018 vai realizar-se a 24 de maio. Marque já na sua agenda.



Entrevista

António Saraiva é presidente da CIP desde 2010

“É bom que sejamos formiguinhas” Entrevista a António Saraiva em Lisboa a 4 de outubro de 2017 Por Silke Buss, Diretora da BUSS Comunicação | Coaching | Marketing

António Saraiva, Presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal) e convidado de honra do Dia do Betão 2017, vê uma nova vitalidade no setor do betão. O patrão dos patrões recomenda às empresas que aproveitem o bom clima para criar estruturas de capital próprio mais sólidas e que invistam na qualificação dos seus recursos humanos. No caminho de Torres Vedras para a CIP, vi três camiões-betoneira. Acha que é mera coincidência ou é um indício? Acho que não é mera coincidência. Reflete os bons indicadores macroeconómicos que o país regista e a confiança que daí resulta. É também reflexo dos efeitos que os fluxos turísticos têm tido na reabilitação, na

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reconstrução, nos hotéis... Sente-se que na construção estão a acontecer coisas. Não temos obra pública como sabemos, ou pelo menos a que temos é muito pequena, mas temos, a nível do subsetor habitação, a reabilitação urbana, a renovação dos edifícios e os novos hotéis. E é isso que nós vemos. No fim de semana passado estive num dos bons terraços de Lisboa e, a olhar para a cidade, vi uma enorme quantidade de gruas. Vi para aí umas 12 gruas, coisa que, na paisagem da cidade, há três ou quatro anos era quase inexistente. Obviamente que isto revela atividade no setor. Obviamente que esta atividade que se visualiza nas gruas, que se visualiza nos camiões significa que está a acontecer obra. E essa obra não é por coincidência, de facto sinto que este subsetor está

dinâmico. Isto demonstra uma vitalidade para o setor do betão que seguramente há três ou quatro anos não se verificava. O setor esteve em queda livre e agora há três anos seguidos está a crescer novamente. Até agora, está a falar de investimento privado. Este ano falou-se de algum investimento do Estado, mas ninguém sabia quanto. Conhece os valores? O investimento público tem sido quase inexistente. Existe agora uma vontade, aproveitando até fundos do Portugal 2020, para algumas obras, algum investimento público em alguns troços rodoviários para ligar os portos e permitir o escoamento mais rápido das nossas mercadorias. Está a ser feito investimento na ferrovia. Estou a lembrar-me por exemplo


de Sines a Beja, a A26 está a ser terminada. Já vai até Ferreira do Alentejo e continuará até Beja. Enfim, vê-se algum investimento público mas ainda não é significativo. Podemos ter esperança quanto ao orçamento de 2018? O investimento público para 2018, tirando aquilo que já está definido para as infraestruturas, pouco mais ocorrerá. Independentemente dos bons sinais macroeconómicos, também é verdade que não são ainda assim tão bons e há que provar que são sustentáveis. De facto os indicadores macro são satisfatórios: a confiança que existe hoje nos agentes económicos e os bons indicadores, o crescimento de 2,8 a 3 por cento que se anuncia, o desemprego que tem vindo a baixar para os 9,1 por cento, algum investimento privado e o aumento das exportações. No entanto, ainda temos desafios para a economia portuguesa que assentam fundamentalmente numa economia que tem que ser mais competitiva, tem que gerar mais produtividade e isso ainda não está consolidado. O setor do betão pode contar com algum investimento público em 2018? 2018 será um ano de continuado investimento público nas áreas que já estão definidas. Algum na rodovia, muito na ferrovia e pequenas questões pontuais. Uma vez que este investimento vai ser feito durante os 12 meses, e não apenas durante alguns meses como aconteceu em 2017, é expectável que o investimento público em 2018 acabe por ser superior.

A associação tem a missão de alertar as empresas, despertar, informar, resolver os problemas, avisar para a navegação dos tempos que se aproximam e também tem a obrigação de chamar a atenção do Governo para os investimentos necessários.

ralham e ninguém tem razão”. Apesar de termos melhorado, mesmo assim ainda estamos nos mesmos níveis que em 2001. Por isso, temos é que saber priorizar o investimento público, porque quando a fazenda é curta não tapa o corpo todo, não é? Como diz: temos um clima bom, mas é preciso ter cuidado. Como é que a APEB pode contribuir para sensibilizar as empresas associadas? Que papel terapêutico, digamos assim, a associação pode ter? Na definição de prioridades. Porque muitas vezes são os agentes do setor que detetam necessidades, já que o Estado, porque é central, tem que olhar para uma radiografia de 180º. Por isso, o movimento associativo empresarial pode detetar, pode chamar a atenção, pode despertar para a priorização do governo.

Quais as recomendações que dá às empresas da indústria de betão, como podem aproveitar o bom clima? Tal como a história da cigarra e da formiga, é bom que sejamos formiguinhas. Também nestas condições favoráveis devemos produzir um conjunto de terapias nas nossas empresas de poupar para podermos aliviar endividamento. Estruturas de capitais próprios mais sólidos é uma recomendação para não termos tanta necessidade de endividamento. Preparação dos recursos humanos. Os ativos humanos são o mais importante numa empresa. Há que dar qualificações melhores, competências melhores aos nossos recursos humanos. O que diferencia uma empresa é a qualidade dos serviços que presta, é a qualidade da mão-de-obra que tem. Promover a modernização dos equipamentos, porque as empresas que tenham equipamentos mais capazes e recursos humanos mais eficazes fazem a diferença. São estas as empresas que conseguem otimizar os seus valores nos concursos.

António Saraiva inaugurou o Dia do Betão a 1 de junho de 2017

Acha que a APEB pode contribuir para sensibilizar os governantes a investirem mais? A questão não é que a entidade A ou B, seja a associação do setor, seja a própria CIP ou qualquer outra entidade, que desperte o governo para a necessidade, porque o governo está desperto para a necessidade. O problema é aquele velho ditado português: “casa onde não há pão, todos

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Legislação

Proteção de Dados O Regulamento (UE) 2016/679 Por Nuno Brás, Auditor EIC

Sendo a proteção das pessoas singulares, no que respeita ao tratamento de dados pessoais, um direito fundamental, a proteção desses dados é uma preocupação transversal às organizações em todos os setores de atividade. Em áreas mais críticas, tais como a saúde, as telecomunicações, os serviços ou o setor financeiro, as preocupações serão acrescidas, quer pela sensibilidade dos dados envolvidos (que poderão incluir dados clínicos, genéticos, de localização e identificadores por via eletrónica), quer pelo seu tratamento em larga escala. Tendo em conta a rápida evolução tecnológica e a globalização, o Regulamento (UE) 2016/679, relativo à proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre circulação desses dados, veio estabelecer um quadro de proteção de dados transversal a toda União Europeia, revogando a Diretiva 95/46/CE (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados), transposta para a ordem jurídica portuguesa através da Lei nº 67/98 (Lei da Proteção de Dados Pessoais). O Regulamento vem consagrar um conjunto de direitos dos titulares dos dados (pessoas singulares às quais os dados pessoais dizem respeito), reforçando a obrigatoriedade do consentimento explícito através de um ato positivo claro, por parte do titular, relativo ao tratamento dos seus dados pessoais, para uma finalidade específica. Em cada Estado-Membro é nomeada uma ou mais autoridades públicas independentes, com a responsabilidade por fiscalizar a aplicação do Regulamento (Autoridade(s) de Controlo), o qual prevê igualmente a criação de um Comité Europeu para a Proteção de Dados, composto pelos representantes das autoridades de controlo de cada Estado-Membro. Determinados tipos de tratamento, em particular pelo uso de novas tecnologias, que sejam suscetíveis de implicar um elevado risco para os direitos e liberdades

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das pessoas singulares, poderão determinar a realização de uma avaliação de impacto sobre a proteção de dados (Data Protection Impact Assessment), previamente ao início do tratamento. O tratamento de dados pessoais efetuado por uma autoridade ou organismo público (exceto tribunais), ou por uma organização que efetue controlo regular e sistemático dos titulares em grande escala ou tratamento em larga escala de determinadas categorias de dados mais sensíveis, incluindo dados de condenações e infrações penais, implica a nomeação de um Encarregado de Proteção de Dados (Data Protection Officer). O Regulamento promove a elaboração de Códigos de Conduta, destinados a contribuir para a correta aplicação do mesmo, tendo em conta as características dos diferentes setores de tratamento e as necessidades específicas das micro, pequenas e médias empresas. É igualmente promovida a criação de Procedimentos de Certificação em matéria de proteção de dados, bem como selos e marcas de proteção de dados, para efeitos de comprovação da conformidade com o Regulamento. A certificação é voluntária, emitida por um período máximo de três anos, renovável, sendo atribuída por Organismos de Certificação acreditados pela Autoridade de Controlo e pelo Organismo Nacional de Acreditação, de acordo com a Norma ISO/IEC 17065 e com os requisitos adicionais estabelecidos pela Autoridade de Controlo. O Regulamento foi publicado a 27 de abril de 2016, sendo de aplicação obrigatória em todos os Estados-Membros, com efeitos a partir de 25 de maio de 2018, prevendo um quadro sancionatório com elevadas coimas por incumprimento, que poderão atingir 20 milhões de Euros ou, no caso de uma empresa, 4% do seu volume de negócios anual global.


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Vida Associativa

Lenobetão A construir futuros Fundada em 1992, a Lenobetão é uma empresa que se dedica ao fabrico e fornecimento de betão pronto. A procura incessante da satisfação dos seus clientes tem sido fulcral para o crescimento da Lenobetão, assumindo como principais valores, o rigor, a solidez e a cooperação com os seus clientes e fornecedores. O seu desafio diário consiste em apresentar soluções de produto e fornecimento de betão pronto, nas quais a qualidade e a inovação satisfaçam e superem as expectativas dos clientes, cumprindo os prazos exigidos e garantindo o respeito pela responsabilidade social, segurança e meio ambiente. A Lenobetão conta com um laboratório tecnicamente apetrechado e por um sistema de gestão e controlo de qualidade alicerçado na norma NP EN 2061, que regula, atualmente, a atividade do betão pronto em Portugal, fruto do forte investimento realizado ao longo dos últimos anos e na constante formação dos nossos colaboradores.

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Requalificação do Edifício 24 de Julho, Lisboa pela Construtora MAP Engenharia


Estádio Dr. Magalhães Pessoa

Fórum Castelo Branco

No ano em que completa 25 anos de atividade, a Lenobetão, que integrou a Associação Portuguesa das Empresas de Betão Pronto em 2005, conta já com mais de 15 mil clientes satisfeitos com a qualidade dos seus produtos, apresentando no seu portefólio o fornecimento de betão em obras como o Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, a Autoestrada A13, a Autoestrada A17, o Fórum Montijo, o Fórum Castelo Branco e a ponte sobre o Rio Douro para o cliente Teixeira Duarte/DLACE – Douro Litoral, ACE. Na senda da Construção, nos últimos anos tem vindo a apostar fortemente nas obras de requalificação, localizadas principalmente nos grandes centros urbanos do país, que se têm assumido como relevantes para o desenvolvimento da sustentabilidade económica da construção, a nível nacional. Procurando a completa satisfação das necessidades dos clientes, a Lenobetão disponibiliza os seguintes produtos:

Betão Estrutural - Todo o betão aplicado em estruturas de edifícios, pontes, viadutos.

Betão Dosagem - Betão não controlado, essencial-

Ponte Rio Douro

No entanto, este tipo de betão leve pode igualmente ter uma função estrutural para aliviar o peso próprio das estruturas.

Betão Drenante - Betão com grande capacidade de drenagem. Utilizado essencialmente na construção de pavimentos exteriores, como por exemplo campos de ténis e bermas de autoestradas. Betão para projetar - Betão concebido para aplicação com máquinas de projetar. É aplicado, sobretudo, para a consolidação de solos superficiais resultantes de escavações (taludes, túneis, paredes, etc).

Betão Colorido - Betão estrutural que permite um acabamento final colorido. Aplica-se, em primeiro lugar, em estruturas de betão à vista.

BetDren® - Trata-se de um betão drenante que possui uma elevada permeabilidade e, por conseguinte, uma grande capacidade de escoamento. Dadas as suas propriedades, constitui uma excelente solução para pavimentos, campos de ténis, passeios, ciclovias, jardins e espaços exteriores.

mente utilizado em obra como betão de limpeza.

Betão Pavimentos - Betão utilizado na construção de pavimentos, especialmente preparado para acabamentos com talocha mecânica. Aplica-se fundamentalmente em armazéns e parques de estacionamento.

Betão Hidrófugo - Betão que contém um aditivo hidrófugo para melhorar as suas qualidades impermeáveis. Aplicado normalmente em paredes, caves e piscinas.

Betão Leve - Betão fabricado com agregados leves (cortiça, esferovite, argila expandida, etc.) com massa volúmica compreendida entre 900 e 2000 kg/m3. É normalmente aplicado em elementos de enchimento (sem funções de resistência).

A Lenobetão desenvolve soluções à medida das necessidades de cada cliente. Além de uma rede de centrais permanentes, detém também um conjunto de centrais móveis que lhe permite uma maior proximidade a empreitadas de grande dimensão. O futuro da Lenobetão assenta no desenvolvimento de novos produtos, visando a sustentabilidade dos recursos e a máxima eficiência na produção. A estratégia passa por continuar a crescer e a construir relações sólidas com os clientes, parceiros, fornecedores e colaboradores, contribuir ativamente para a economia circular e para a geração de valor acrescentado e transformar ideias em negócios. “Queremos garantir resultados consistentes para todos os nossos stakeholders”, afirma André Santo, diretor da Lenobetão.

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Vida Associativa

APEB dá as boas-vindas

à Tecnovia A Tecnovia S.A., empresa com um portefólio de serviços assente nas áreas de engenharia e construção, produção industrial de betão, misturas betuminosas e agregados, concessão rodoviária e promoção imobiliária, é a mais recente afiliada da APEB. A operar, atualmente, em três continentes, a Tecnovia S.A. possui quatro 4 centros de produção de betão pronto localizados em Viseu, Coimbra, Ourique e Messines. Recentemente reforçou a sua atividade enquanto produtora de agregados através da exploração da pedreira da Quinta do Escarpão em Albufeira, garantindo desta forma maior competitividade e consequentemente melhorar a sua oferta para o mercado Algarvio. Acredita que a agregação à APEB trará mais força a um setor “cujo mercado é muito volátil”. “A união faz a força. Por isso, quanto maior for o número de associados, mais força a APEB terá na defesa das causas do setor”, justifica Alexandre Pereira, Diretor Indústria da Tecnovia S.A. Betão Pronto/Misturas Betuminosas/Agregados. O facto de as preocupações atuais da Tecnovia S.A. irem ao encontro da atuação da APEB juntos dos organismos estatais, nomeadamente no que diz respeito ao transporte de betão pronto, foi um dos argumentos

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que pesou na decisão da Tecnovia S.A. “Há vários temas que nos preocupam e sabemos que a APEB está a tentar encontrar uma solução junto dos órgãos competentes. Por exemplo, o nosso setor é muito específico no que concerne ao transporte. Como tal, o legislador deve ter estas particularidades em atenção, nomeadamente em relação ao peso das viaturas e horas de condução. Algo que não se tem verificado, prejudicando assim a ação das empresas”. Sobre as expetativas desta filiação, Alexandre Pereira adianta: “contamos com a APEB para formações, ensaios de laboratório e outras parcerias com vantagens para nós, quer no custo, quer na qualidade dos serviços prestados pelos técnicos da Associação. Com méritos firmados e por todos reconhecido.”. E, se esta relação for tão vantajosa como prevê, o Diretor Indústria da Tecnovia S.A. admite a hipótese de ir mais longe e convencer outras empresas do Grupo como a Tecnovia Madeira, Tecnovia Açores, a Via Pronto e a CBB, a integrarem a APEB. “Embora estas empresas tenham uma gestão independente e sejam autónomas na decisão, se a parceria da Tecnovia S.A. se revelar positiva, com certeza será mais fácil convencer os administradores a associarem-se”, conclui.


Técnica

Primeiro ensaio de aptidão de carotes em Portugal É frequente o recurso ao ensaio de carotes para obter informação importante sobre a resistência do betão aplicado na estrutura ou no elemento estrutural. Para assegurar caracterizações fiáveis é essencial que os laboratórios realizem estes ensaios de forma correta. Nos últimos anos houve várias organizações a questionar a credibilidade dos ensaios de carotes, uma vez que laboratórios têm apresentado resultados muito diferentes a partir de carotes obtidos dos mesmos elementos estruturais. O assunto foi abordado pela primeira vez na Comissão Técnica da APEB. Era preciso fazer algo. Por isso, contactámos o LNEC com o convite para organizar, em parceria, um programa de comparação interlaboratorial para o ensaio de carotes de acordo com a NP EN 12504-1 Ensaio do betão nas estruturas – Parte 1: Carotes. Extração, exame e ensaio à compressão. O LNEC aceitou o desafio e avançámos com o projeto. Foi assim que arrancou o primeiro ensaio de aptidão para os carotes de betão em Portugal. “Estes ensaios são essenciais quando há dúvida sobre a resistência do betão nas estruturas. É preciso assegurar que os resultados destes ensaios são confiáveis. Só assim as decisões quanto à estabilidade da estrutura podem ser bem fundamentadas” explica João Duarte, Diretor Executivo da APEB. A iniciativa teve muito boa aceitação. 21 laboratórios participaram no projeto que tinha como objetivo conseguir uma avaliação comparativa entre os resultados obtidos por cada laboratório. Assim, cada laboratório fica a conhecer o nível do seu desempenho. Vai saber se está a trabalhar bem ou se precisa de identificar e implementar medidas para melhorar os resultados. O programa envolveu a fabricação de placas de betão e extrair destas placas um conjunto de carotes. O betão utilizado no fabrico foi oferecido pela Betão Liz, empresa associada da APEB. Os carotes extraídos foram de seguida distribuídos de uma forma aleatória por todos os participantes. Cada laboratório preparou provetes a partir dos carotes que tinha recebido e realizou os ensaios de compressão. O programa prosseguiu com a análise comparativa dos resultados e a classificação do desempenho de cada laboratório como “satisfatório”, “questionável” ou “não aceitável”. A análise dos resultados obtidos confirmou a suspeita, uma vez que registou uma variação entre os 44,1 MPa e os 70,9 MPa. Um fator que contribuiu para esta enorme dispersão de valores é a existência de laboratórios que continuam a preparar as faces de compressão unicamente por corte. Por isso os resultados foram mais baixos. Para obter resultados mais

fidedignos, as faces de compressão de um carote devem ser acabadas por retificação ou capeamento, tal como especifica o Anexo A da NP EN 12390-3 (Ensaios do betão endurecido – Parte 3: Resistência à compressão de provetes). O programa finaliza com um workshop onde serão apresentados os resultados e inclui um debate sobre as possíveis ações para os laboratórios poderem melhorar o seu desempenho. Outro aspeto importante a debater é a metodologia de interpretação dos resultados. O objetivo é uniformizar os critérios. A participação em ensaios de aptidão é essencial para os laboratórios de ensaios avaliarem e evidenciarem a sua competência, assim como a qualidade e fiabilidade dos resultados que obtêm. No caso dos laboratórios acreditados é mesmo obrigatório. Por isso, a APEB participa nos ensaios de aptidão sobre cimentos, betões e agregados. Quanto aos agregados, o Laboratório de Ensaios da APEB faz mais do que participar. Colabora em parceria com a RELACRE (Associação Portuguesa dos Laboratórios Acreditados) e assume a preparação das amostras laboratoriais de agregados grossos e de agregados finos. O Diretor Técnico da APEB, João André, está consciente da importância dos ensaios de aptidão: “Permitem-me ter confiança na qualidade dos resultados dos ensaios que realizamos. Tivemos sempre resultados satisfatórios. No entanto, mesmo se os resultados tivessem sido questionáveis ou insatisfatórios, teríamos ficado a saber que teríamos de melhorar algo”.

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Opinião

Cura do betão Prevenir é a palavra-chave Por João Duarte

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Manter as cofragens no seu lugar Grande parte da superfície do betão está naturalmente protegida contra a evaporação pelas próprias cofragens. Há simplesmente que as manter no lugar durante o tempo necessário. Contudo, caso seja necessário movimentar as cofragens antes de terminar a cura do betão, há que as substituir por uma barreira impermeabilizante.

Manter a superfície do betão permanentemente húmida Este método consiste na aspersão de água em quantidade suficiente para garantir que a superfície do betão permanece húmida. Isto pode ser conseguido através da colocação estratégica de aspersores de água ligados a um temporizador. Assim o sistema fica autónomo e assegura a permanência da medida. Outra forma de o conseguir é através da colocação de uma camada de areia fina sobre a superfície do betão, que deve igualmente ser mantida húmida. Apesar de eficiente, esta medida acarreta trabalhos posteriores que têm a ver com a remoção da areia. Uma solução equivalente é utilizar um filme de geotêxtil, também mantido húmido, sobre a superfície do betão. Este método tem a vantagem de ser mais fácil de manusear e de reutilizar. © McTech Group

Cura do betão – que nome estranho. Para quem não está familiarizado com o jargão, pode pensar que se trata de um tratamento para betão doente. Claro que não é nada disso. A cura do betão é um conjunto de medidas para assegurar que o betão não perde água por evaporação após a sua compactação. A água do betão é necessária para as reações de hidratação dos vários compostos químicos do cimento. Só com uma cura adequada é possível garantir que o betão vai ter o desempenho previsto, que é essencial para a estabilidade e a durabilidade da estrutura. Ora, o betão fresco não está doente. Porém, se não forem implementadas medidas de cura, rapidamente pode ficar. Ao perder água por evaporação nas primeiras horas, o volume do betão vai diminuir. Este fenómeno foi designado de retração plástica e manifesta-se pela formação de fissuras. A dimensão das fissuras depende apenas da quantidade de água que se evapora. Por vezes a evaporação é tão grave que o betão já não tem recuperação possível. A resistência final do betão não é afetada na maioria das vezes. Contudo, além das fissuras, a evaporação da água faz com que o betão fique mais poroso. Ambos os fatores são altamente prejudiciais para a durabilidade da estrutura, uma vez que os agentes agressivos penetram mais facilmente no betão e chegam mais rapidamente às armaduras. Tal como na nossa saúde pessoal, a palavra-chave é prevenir. É preciso implementar medidas de cura do betão. O objetivo é evitar a evaporação da água do betão nos primeiros dias após a sua aplicação e compactação. O período de cura não é igual em todos os casos e depende principalmente das condições atmosféricas, nomeadamente a temperatura, a humidade relativa do ar e a velocidade do vento. O investimento na prevenção é mínimo em comparação com as despesas de reparação no caso de surgirem fissuras de retração plástica. Existem várias medidas que podem ser tomadas para prevenir a evaporação da água e evitar “dores de cabeça”. O método a adotar deve ser selecionado caso a caso. Muitas vezes é necessário recorrer a uma combinação de métodos para garantir um bom trabalho.

Filme plástico


© theconstructor.org

© civiltech.org

Aspersão de água sobre geotêxtil

Aplicação de uma barreira impermeabilizante A aplicação de um filme plástico traz bons resultados, uma vez que cria uma barreira impermeável e retém a água no interior do betão. A principal dificuldade deste método consiste na necessidade de manter o filme plástico no lugar com vento forte. Este método é também aplicável quando é necessário remover as cofragens antes do fim do tempo de cura.

Af_216x151_Anuncio_MEEC_EDP.pdf

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23/05/17

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Membrana de cura

Membrana de cura Este método consiste na aplicação de um produto químico que impede a evaporação da água e a retém no interior do betão. É ideal para lajes de grandes dimensões e pavimentos. Pode não ser uma solução caso seja necessário aplicar produtos de acabamento superficial tais como tintas ou argamassas. Independentemente do método adotado, a cura do betão só será eficaz se for iniciada logo que a dureza superficial do betão o permita e mantida durante o tempo suficiente.

Mota-Engil, Engenharia e Construção S.A.

Líder em Portugal na sua área de atuação, a Mota-Engil Engenharia mantém consolidada a sua posição de liderança a nível nacional. Com 70 anos de experiência no desenvolvimento de projetos ambiciosos, concretizados com base no pioneirismo das técnicas de construção, na vanguarda das novas tecnologias e nas capacidades e competências das nossas pessoas, a empresa é cada vez mais uma referência da engenharia e construção.

engenharia.mota-engil.pt dezembro 2017

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© APDL - Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo

Obra

Terminal de Cruzeiros de Leixões O edifício do ano O Terminal de Cruzeiros de Leixões é considerado uma das mais importantes portas de entrada na região. Vencedor do Prémio Edifício do Ano 2017 da Archdaily, na categoria de Arquitetura Pública, o Terminal de Cruzeiros de Leixões é hoje um marco arquitetónico incontornável que está a impulsionar o crescimento do número de navios de cruzeiro e de passageiros em Leixões. Com a assinatura do arquiteto Luís Pedro Silva, esta é uma obra que salta à vista graças à sua forma espiralada. Localizado entre o molhe sul e o cais de cruzeiros, a 800 metros da linha da costa, a sua estrutura de 18.500 metros cúbicos de betão e 40 metros de altura está assente em estacaria. Para além do betão branco, utiliza também o

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granito de São Gens – um material da região já utilizado na construção dos molhes do porto – e o vidro. Original é o revestimento em mosaicos cerâmicos da Vista Alegre, cujas formas hexagonais e disposição aleatória conferem uma textura que reflete surpreendentemente a luz do sol nas superfícies curvas.

Mais do que um Terminal de Cruzeiros Considerado o maior projeto de sempre de abertura do Porto de Leixões à cidade e sua envolvente, o edifício é parte de uma estratégia com dois objetivos: potenciar a comunicação entre o porto e a cidade e promover o porto como escala de preferência para navios de cruzeiro.


© Egidio Santos

Betão Liz forneceu 25 158 m³ de betão: › › › ›

Outros produtos fornecidos: › Argamassa Estabilizada Argaliz G/GP; › Betonilha Liz (Fibras).

© Egidio Santos

Assim, além da escala de passageiros, o Terminal de Cruzeiros de Leixões acolhe os espaços de investigação e divulgação científica da Universidade do Porto, no âmbito do projeto do Parque da Ciência e Tecnologia do Mar. Este projeto resultou da parceria entre a APDL (Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo), a Câmara Municipal de Matosinhos e a Universidade do Porto.

Betão C35/45.S4.XS3(P).Cl0,2.D16 e D22; Betão C50/60.S4.XS3(P).D22.Cl0,2; Betão C50/60.SF2.XS3(P).D16.Cl0,2 (BAC); Betão para Projetar D380.D6;

Especificidades da obra A execução da obra esteve a cargo do consórcio formado pelas empresas OPWAY – Engenharia, S.A. e Ferreira – Construções, S.A.. Os 25 mil metros cúbicos de betão foram fornecidos pela Betão Liz, S.A., através das centrais da Senhora da Hora e de Rio Tinto. O controlo da qualidade do betão em obra foi assegurado pelo laboratório da Betão Liz da Senhora da Hora. Os vários betões foram estudados para cumprir as especificações de projeto, a normalização em vigor e os requisitos inerentes a uma solução adequada a betão arquitetónico. No âmbito do controlo da produção do betão, os técnicos da Betão Liz fizeram cerca de 5400 provetes de betão para assegurar a conformidade com a norma NP EN 206-1:2007 e as especificações adicionais do projeto.

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Parte 2

Normalização

Nova norma para o betão NP EN 206 Por João Duarte, Diretor Executivo da APEB

Contra a informação que vos tinha dado em maio passado, o Instituto Português da Qualidade (IPQ) não publicou em junho a nova norma portuguesa do betão NP EN 206. Aliás, quando escrevo estas linhas, a norma ainda não se encontra disponível, apesar de ter sido entregue ao IPQ para edição em dezembro de 2016. Tal como a antecessora, a nova norma tem um anexo com as disposições específicas para Portugal. Chama-se Anexo Nacional NA.1 e encontra-se nas últimas páginas do documento. No artigo publicado na Betão de maio de 2017 apresentei as principais alterações com influência na atividade dos projetistas e das empresas de construção. Nesta edição gostaria de vos apresentar as alterações mais importantes para os fabricantes do betão.

Especificação do betão É o projetista quem tem de especificar o betão a utilizar na estrutura. Face à NP EN 206-1 (versão da norma em vigor), a única diferença deveras importante é a relativa à

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A NP EN 206 só poderá ser utilizada em Portugal após a publicação do diploma legal que anula e substitui o Decreto-Lei n.º 301/2007 de 23 de agosto. Enquanto este estiver em vigor, é obrigatório continuar a utilizar a norma anterior NP EN 206-1. máxima dimensão do agregado no betão. Esta passou a ser definida através de dois valores limite: Dinf e Dsup, sendo que Dinf ≤ Dmax ≤ Dsup. Assim, passa a ser definido um limite inferior para a máxima dimensão do agregado no betão fabricado, Dmax, que não existia anteriormente, o que condiciona a seleção da composição de betão a utilizar no fabrico do betão.


QUADRO 17

Frequência mínima de amostragem para avaliação da conformidade Após os primeiros 50m3 de produção

Produção

Primeiros 50 m3 de produção

Inicial

3 amostras

1 amostra cada 200 m3 ou por 3 dias de produção

Contínua

––

1 amostra cada 400 m3 ou por 5 dias de produção ou por mês

Betão com controlo da produção certificado

Há um outro aspeto importante a ter em conta pelo fabricante. Não se trata na realidade de uma alteração, mas sim de uma clarificação. A nova versão da norma refere explicitamente que em Portugal a classe de exposição ambiental X0 não é aplicável a betão armado ou com metais embebidos (ver Anexo Nacional NA.1 – 4.1). Por vezes surgem situações em que o fabricante do betão identifica erros ou omissões na especificação que lhe é dada para o betão ou betões de uma obra. Estes casos levam muitas vezes à alteração da especificação do betão. Gostaria de vos lembrar que, com a nova norma, quaisquer alterações à especificação do betão carecem de aprovação prévia pelo projetista (ver Anexo Nacional NA.1 - 3.1.1.18).

Controlo da conformidade da resistência à compressão A frequência mínima de ensaio está agora dependente de um novo conceito: o dia de produção. Em Portugal, o dia de produção corresponde a um dia em que se fabrica pelo menos 25 metros cúbicos de um determinado betão ou de uma determinada família de betões. Em caso de uma produção inferior, então o dia de produção passa a corresponder ao período em que se produz um volume acumulado de 25 metros cúbicos de betão. Há ainda outras alterações no caso de centrais com o controlo da produção certificado, tanto na fase de produção inicial como na de produção contínua, conforme se pode observar no Quadro 17 da norma. Há ainda que ter em conta que, para efeitos de aplicação deste quadro, a nova norma coloca em pé de igualdade a certificação do controlo da produção de acordo com a NP EN 206 e a certificação ISO 9001, desde que o âmbito da certificação inclua o centro de produção em causa. No que respeita aos critérios de conformidade, há também alterações. Na realidade, os critérios não são diferentes. O que verificamos é uma reorganização. A verdadeira diferença consiste no Método C do critério para a média que se baseia nas cartas de controlo. Contudo, este método não será aplicável em

Betão sem controlo da produção certificado

1 amostra cada 150 m3 ou por dia de produção

Portugal para efeitos de controlo da conformidade, uma vez que tal ficou expresso no Anexo Nacional (secção NA.1 – 8.2.1.3.2). Em resumo:

Critério para os resultados individuais: fcm ≥ fck – 4 Critérios para a média: Método A – Fase de produção inicial: fcm ≥fck + 4 Método B – Fase de produção contínua: fcm ≥ fck + 1,48 Há também novidades no critério para confirmação dos membros de uma família de betões. A NP EN 206-1 tinha critérios aplicáveis apenas até 6 resultados de ensaios. A nova norma define agora critérios para qualquer número de resultados de ensaios (Quadro 18). QUADRO 18

Critério de confirmação para membros duma família de betões Número “n” de resultados de ensaio dum membro individual da família

Média dos “n” resultados (fcm) dum membro individual da família N/mm2

2

≥ fck – 1,0

3

≥ fck + 1,0

4

≥ fck+ 2,0

5

≥ fck+ 2,5

6

≥ fck+ 3,0

7, 8 e 9

≥ fck+ 3,5

10, 11 e 12

≥ fck+ 4,0

13 e 14

≥ fck+ 4,5

≥ 15

≥ fck+ 1,48 

dezembro 2017

31


Normalização

No caso de o período de avaliação envolver mais de 35 resultados, aplica-se a seguinte expressão, em que χ 2α ,υ é o percentil  duma distribuição qui-quadrado com =n -1 graus de liberdade:

Controlo da conformidade de outras propriedades

Quanto ao desvio padrão (), a estimativa inicial não teve alterações. Continua a ter de ser determinada com base em pelo menos 35 resultados de ensaios consecutivos num período mínimo de 3 meses. O que muda é a verificação da manutenção da sua validade para períodos subsequentes. A norma anterior definia dois métodos distintos. Agora, há apenas um método baseado na verificação do desvio padrão do conjunto das amostras consideradas no período de avaliação (sn). Os critérios para esta verificação constam do Quadro 19. QUADRO 19

Valores para verificação do desvio padrão

32

Número de resultados de ensaio

Limites para s n

15 – 19

0,63  ≤ sn ≤ 1,37

20 – 24

0,68  ≤ sn ≤ 1,31

25 – 29

0,72  ≤ sn ≤ 1,28 

30 – 34

0,74  ≤ sn ≤ 1,26 

35

0,76  ≤ sn ≤ 1,24 

etão

A conformidade da consistência, da viscosidade (BAC), da capacidade de passagem (BAC), da resistência à segregação (BAC), do teor de ar e da homogeneidade da distribuição das fibras no betão fresco passa a ser avaliada com base em resultados individuais, isto é, obtidos numa única carga de betão. Os critérios a aplicar podem ser encontrados no Quadro 21 da NP EN 206. Para outras propriedades como a dosagem de fibras no betão fresco, a massa volúmica, a razão água/ cimento e a dosagem de cimento, a avaliação da conformidade continua a ser feita com base no número de desvios menores que ocorrem no período de avaliação considerado, tal como na versão anterior da norma. Um desvio menor corresponde a um resultado que se encaixa nas tolerâncias definidas no Quadro 22 da NP EN 206. O número aceitável de desvios menores encontra-se no Quadro 24 em função do número total de determinações do período de avaliação.

Controlo da produção Um aspeto que é alterado no âmbito do controlo da produção é a exatidão requerida para os equipamentos de dosagem (balanças e contadores). A norma anterior tinha apenas requisitos para balanças. A nova norma define agora requisitos também para os doseadores em volume, ou seja, os contadores. Estas alterações só vão influenciar a verificação dos certificados de calibração. Os novos requisitos para oestes equipamentos estão estabelecidos no Quadro 26. Uma novidade é a obrigatoriedade de controlar o equipamento de medição do teor de água dos agregados no mínimo uma vez por ano. Um outro aspeto que muda o controlo da produção de uma forma indireta é a alteração dos critérios de identidade para a resistência à compressão, que são aplicáveis pelo utilizador do betão. Por esta razão, aquando da formulação das composições, é recomendável que o fabricante do betão também tenha em consideração os critérios de identidade para assegurar uma adequada margem para que os resultados realizados pelos seus clientes sejam satisfatórios. Finalmente, uma questão que levanta sempre muita


QUADRO 21

Avaliação da conformidade para a consistência, propriedades do BAC, teor de ar e homogeneidade da distribuição de fibras do betão fresco Desvio máximo permitido Propriedade

Método

Frequência mínima

Abaixamento

EN 12350-2

Grau de compactabilidade

EN 12350-4

Espalhamento na mesa

EN 12350-5

Espalhamento

EN 12350-8

i) Frequência igual à da resistência à compressão ii) Quando do ensaio do teor de ar iii) Em caso de dúvida após a inspeção visual

Viscosidade

EN 12350-8 ou EN 12350-9

Capacidade de passagem

EN 12350-10 ou EN 12350-12

Resistência à segregação

EN 12350-11

Teor de ar no betão fresco com ar introduzido Homogeneidade da distribuição das fibras no betão fresco se adicionadas na autobetoneira

Se especificado

EN 12350-7 para betão corrente e pesado e ASTM C 173 para betão leve

1 amostra por dia de produção

Como indicado no Anexo B.5

Frequência igual à da resistência à compressão do Quadro 17

a)

Limite inferior

Limite superior

- 10 mm - 20 mm a)

+ 10 mm + 20 mm a)

- 0,03 - 0,04 a)

+ 0,03 + 0,04 a)

- 10 mm - 20 mm a)

+ 10 mm + 20 mm a)

Desvios não permitidos

Desvios não permitidos

- 0,5 % em volume

+ 0,5 % em volume

Como indicado no Anexo B.5

Só aplicável ao resultado do ensaio realizado no betão da descarga inicial do camião-betoneira. QUADRO 26

Requisitos do equipamento de dosagem Dosagem em massa Carga em % da escala

Carga mínima a) até 20 % da escala

20 % da escala até carga máxima a)

±2%

±1%

Erro máximo permitido em % da carga

Dosagem em volume Volume medido

< 30 l

≥ 30 l

Erro máximo permitido em % do volume

±3%

±2%

a)

As cargas mínima e máxima são fornecidas pelo fabricante do equipamento.

polémica: a adição de água em obra. A nova norma torna claro que tal só é permitido caso haja adição de adjuvantes para ajuste da consistência. A água a adicionar neste caso deve ser apenas a necessária para

permitir a dispersão do adjuvante por toda a carga. Convém que o fabricante torne esta questão bem clara junto dos motoristas dos camiões-betoneira, principalmente quando recorre à sua subcontratação.

dezembro 2017

33


Internacional

SNBPE - Associação Francesa dos Produtores de Betão Pronto A SNPBE é a Associação Francesa das Empresas Produtoras de Betão Pronto. O seu atual presidente, Alain Plantier, foi reeleito em junho de 2017 para um segundo mandato de três anos. “Desejo que a nossa associação continue a reforçar as ações relacionadas com a segurança e o ambiente e o desenvolvimento das normas e regulamentos. Também me parece essencial aumentar as sinergias com os nossos parceiros para garantir a promoção do betão”, sublinhou Alain Plantier no início do seu segundo mandato. Nos escritórios da SNBPE trabalham três pessoas: o Secretário-Geral, o Diretor Técnico e uma assistente.

Alain PLANTIER Presidente

Benoist THOMAS Secretário-Geral

Jean-Marc POTIER Diretor Técnico

Gwana MARQUES Assistente

Há ainda seis delegados regionais para marcar presença da SNBPE em todo o território francês.

OESTE – NANTES Delegado: Olivier STEPHAN

NORTE – ROUEN Delegado: Agnès MEUROT

Bretagne, Centre, Pays de Loire, Poitou-Charentes 7 671 000 m³

Normandie, Hauts de France 3 586 000 m³

SUDOESTE – BORDEAUX Delegado: Christophe DELHAYE Aquitaine, Midi Pyrénées 428 000 m³

CENTRO-ESTE – LYON Delegado: Pierre-Antoine d’ARGENTO Rhône-Alpes, Auvergne, Limousin 5 270 000 m³

34

etão

ESTE – NANCY Delegado: Jean Luc ARMENANTE Alsace, Lorraine, Champagne-Ardenne, Bourgogne/Franche-Comté 4 310 000 m³

SUDESTE – AIX EN PROVENCE Delegado: Nicolas LUTTRINGER Provence-Alpes-Côte-d’AzurCorse, Languedoc/Roussillon 5 773 000 m³


O trabalho desenvolvido pela SNBPE foi organizado através das seguintes comissões, que são constituídas por profissionais pertencentes às empresas de betão pronto: • Comissão para a Promoção

Responsável pela promoção do betão pronto e pela informação sobre os diversos produtos. Esta comissão tem desenvolvido informação sobre vários aspetos, tais como: – Utilização do betão pronto na construção agrícola; – Betão pronto para a engenharia civil; – Como construir de forma sustentável com betão pronto. • Comissão para a Saúde e Segurança

Lida com a regulamentação da saúde e segurança dos trabalhadores das empresas de betão pronto. Informa os membros da SNBPE acerca da evolução da regulamentação e produz guias e outros apoios para a formação dos trabalhadores.

Guias de boas práticas ambientais: 3. Consumo de água e 5. Gestão de resíduos de betão

• Comissão Ambiental

Criada para manter os membros da SNBPE informados sobre as disposições ambientais para as centrais de betão pronto. Tem produzido guias sobre vários temas, tais como: tratamento de água, recuperação da água das chuvas, tratamento das lamas cimentícias, medição do ruído, emissões de poeiras, armazenamento de adjuvantes, redução do consumo de energia.

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Internacional

• Comissão Técnica

Trata de todos os aspetos relacionados com normalização e certificação. Em ligação com o Comité Técnico da ERMCO participa no desenvolvimento da norma europeia do betão EN 206. Existem ainda a Comissão Social e a Comissão para o Transporte. Para a SNBPE o betão pronto é o cerne do desenvolvimento sustentável, uma vez que contribui para melhorar as condições de vida e proteger o ambiente. Melhores habitações e melhores infraestruturas permitem viver e circular melhor.

Oitenta anos de betão pronto em França As primeiras unidades de produção de betão pronto apareceram nos princípios do século XX na Alemanha e nos Estados Unidos da América. Em França foi em 1933. No entanto, o setor do betão pronto começou a desenvolver-se apenas a partir de 1963, quando já contava com 22 centrais. Nessa altura, os produtores de betão pronto sentiram a necessidade de se juntarem “para permitir a troca de informações e de opiniões sobre o mercado e as perspetivas de desenvolvimento da indústria em França”. O lançamento de uma versão preliminar da norma da qualidade

pelo Centro Técnico e Científico para a Construção (CSTB) e a emissão de regras para a certificação pela AFNOR dão o impulso final para as empresas se juntarem. Fundaram então a associação francesa para o setor do betão pronto SNBPE (Syndicat National du Béton Prêt à l’Emploi) em 1964. A missão da SNBPE envolve a promoção da indústria do betão e dos seus vários produtos, assim como dar informação aos seus membros e aos utilizadores do betão pronto sobre aspetos técnicos, sociais e ambientais relevantes. Na altura da sua criação a associação reuniu 34 membros que eram responsáveis por uma produção estimada em 2 milhões de metros cúbicos na região metropolitana de Paris e 1,5 milhões de metros cúbicos no resto do país. Dez anos depois da sua constituição, a associação representava mais de 200 produtores de betão pronto e a produção tinha aumentado para 25 milhões de metros cúbicos de betão em 900 centrais. Hoje continua com o mesmo número de empresas associadas, enquanto o número de unidades de produção duplicou. Com esta densa rede de centrais, que se estende por todo o território francês, e mais de 6500 camiões-betoneira ao seu serviço, os produtores de betão pronto são capazes de fornecer vários tipos de betão adequados a quaisquer trabalhos de construção. Os membros da SNBPE representam cerca de 80% da produção de betão pronto em França.

Produção de betão pronto – Milhões de metros cúbicos 45 40 35 30

41,3

39,4

37,4 29,8

33,1

38,6 31,4

36,9

30,5

28,9

36,1

35 26,5

27,4

25 20 15 10 5 0 2010

2011

2012 Produção total

36

etão

2013

2014

Membros da SNBPE

2015

2016


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Arquiteto Carrilho da Graça

Um novo olhar para Lisboa Premiado a nível nacional e internacional, João Luís Carrilho da Graça é um dos arquitetos que tem assumido um papel fundamental na reabilitação urbana de Lisboa. É ele o autor de várias obras que estão a trazer uma nova vida à capital, incluindo o Terminal de Cruzeiros de Lisboa e a reabilitação das Portas do Mar. Enquanto arquiteto, como olha para a reabilitação urbana de que Lisboa tem sido alvo? Há já vários anos que faço o exercício de olhar para Lisboa não só enquanto cidade, mas como área metropolitana. Acredito que, se todas as zonas que se encontram à volta do estuário do Tejo forem coordenadas e organizadas, a posição de Lisboa sai muito reforçada. Há zonas com muito potencial – o Seixal é lindíssimo e o Barreiro é espetacular, por exemplo. Não tenho dúvidas que o estuário é um tesouro para o futuro. Se olharmos para Lisboa como uma metrópole de 3.5 milhões de habitantes, há muitas possibilidades em relação ao futuro, por isso,

38

etão

reforçar esta relação da cidade com todas as regiões à sua volta valoriza não só cada um dos locais indiviualmente como o conjunto. No seu currículo, encontramos obras de grande impacto: algumas tratam-se de obras de requalificação urbana, enquanto outras foram projetadas de raiz. Em qual das áreas se sente mais realizado? Mesmo que seja considerado um projeto “de raiz”, eu vou sempre à procura da história, sem perder a simplicidade na maneira como atuo. A minha preocupação fundamental é colocar em evidência certos aspetos que já existam, mas que, por algum motivo, não se encontram legíveis. No fundo, interessa-me todo o processo de revelação, porque muitas vezes, é mais forte o que já lá está do que aquilo que podemos acrescentar. É o autor do projeto do Terminal de Cruzeiros de Lisboa, inaugurado em novembro. O que distingue esta infraestrutura? O edifício do Terminal de Cruzeiros de Lisboa desfruta quer da relação

© Pedro Bettencourt

Entrevista

com a cidade, quer da relação com o rio. É tão pequeno e simples quanto possível e funciona como uma espécie de aeroporto, com a zona de chegadas no piso inferior e a de partidas no piso superior. Todo o projeto foi desenvolvido de modo a que o público possa usufruir de todos os espaços do edifício, independentemente da atividade dos cruzeiros. Quais foram os principais desafios no projeto do Terminal de Cruzeiros de Lisboa? O programa do concurso ao Terminal de Cruzeiros de Lisboa previa a integração da doca do Jardim do Tabaco no projeto. Já existia um sistema de fundações com uma malha que achámos importante manter, pelo que a intervenção do edifício teria de ser feita dentro do espaço da doca, deixando um tanque de marés em frente ao edifício da alfândega. Percebemos que a capacidade de carga de suporte dos sistemas das fundações estava no seu limite, e por isso, os alçados tinham de ser construídos com recurso a materiais mais leves. Nessa altura, fui desafiado pela Expe-


© Rita Burmester

João Luís Carrilho da Graça

Terminal de Cruzeiros de Lisboa

rimenta Design a pensar na possibilidade da utilização de cortiça em construção. Juntamente com a Secil/ Unibetão e outros intervenientes, chegámos a um composto de betão com adição de pó de cortiça – Betão Branco Estrutural Leve com Agregados de Cortiça – que se distingue por ser um material inovador, mais leve, isolante e com grande capacidade estrutural (ver caixa). Esta não foi a primeira vez que utilizou um material inovador numa obra… No projeto do Pavilhão do Conhecimento foi utilizado betão branco à vista, sem que, até então, tivesse sido aplicado dessa forma. Pelo menos em edifícios daquela dimensão. Alguns colegas de profissão diziam que era temerário construir um edifício com betão à vista, que não havia experiências por cá. Mas tive sempre um grande apoio por parte da Secil, que acompanhou todo o processo e a verdade é que o Pavilhão do Conhecimento tem mais de 20 anos e não tem problemas. Parecia um risco excessivo, mas noutros países, é muito comum haver edifícios em betão branco. Correu muito bem.

sua perspectiva, de que forma esta obra vai trazer uma nova vivência à cidade? As Portas do Mar, onde se inclui o Campo das Cebolas, era uma zona de feiras, um ponto muito importante na cidade antes do século XX. Quando o concurso para a requalificação desta zona foi lançado, o programa previa um parque de estacionamento em altura, com uma espécie de espaço museológico e ainda um espaço que pudesse ser fruído por todos. O que nós fizemos foi tentar preservar e incorporar na obra toda a pedra já existente. Por exemplo, no interior do parque de estacionamento, mantivemos umas escadas que foram descobertas com o decorrer das escavações bem como os muros do cais. Hoje, as Portas do Mar, são um espaço poliva-

Licenciado pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, João Luís Carrilho da Graça é considerado um dos mais relevantes arquitetos portugueses da sua geração. É autor de uma vasta obra que marca a paisagem portuguesa dos últimos anos, como o Pavilhão do Conhecimento, na EXPO 98, a Escola Superior de Música (em Lisboa), a recuperação do Mosteiro da Flor da Rosa, no Crato, ou o Museu do Oriente, também em Lisboa. Mais recentemente, assinou o projeto do Terminal de Cruzeiros de Lisboa e a reabilitação das Portas do Mar. Ao longo da sua carreira, tem sido galardoado com diversos prémios e distinções, onde se destaca o “Prémio Secil de Arquitetura” (1994), Prémio “Valmor” (1998), Prémio “FAD” (1999), Prémio Pessoa (2008), Piranesi Prix de Rome (2010), entre outros.

lente, muito atrativo para o público em geral. É uma zona de jardins e esplanadas, que pode funcionar também para acolher espetáculos ou concertos e que dispõe de 230 lugares de estacionamento subterrâneo. Está também projetada uma livraria para esta zona e penso que, dentro de um ano, esta zona terá uma vida intensíssima.

Inovação Betão com Agregados de Cortiça no Terminal de Cruzeiros de Lisboa Desenvolvido em parceria com a Secil/Unibetão, o Instituto de Investigação e Desenvolvimento Tecnológico para a Construção, Energia, Ambiente e Sustentabilidade – ITeCons, a Amorim Cork Composites e a equipa projetista, o Betão Branco Estrutural Leve com Agregados de Cortiça foi especialmente produzido para aplicação no novo Terminal de Cruzeiros de Lisboa. O composto utiliza granulados de cortiça natural reciclada que permite tornar o material mais ecológico e sustentável, além de se obter um betão substancialmente mais leve e com características térmicas melhoradas, aliando a resistência e beleza

Outro dos projetos que marcou o ano e que esteve sob a sua alçada, foi a requalificação das Portas do Mar (ou Campo das Cebolas). Na

do betão arquitetónico à leveza, durabilidade e isolamento térmico da cortiça.

Este é um tema que será desenvolvido no âmbito de um artigo técnico na próxima edição da revista Betão.

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Obra

Mota-Engil / Casais constrói maior edifício de escritórios em Lisboa O consórcio Mota-Engil e Casais ganhou a empreitada de construção do edifício denominado FPM41, localizado entre a Avenida Fontes Pereira de Melo e a Avenida 5 de Outubro. É o maior edificio a ser construído em Lisboa.

continuidade ao nivel do piso 2. Aqui, a fachada recua 12,5 metros. No interior do edificio e nos pisos elevados, encontra-se um nucleo central para acessos verticais e instalações sanitárias. A área remanescente, que se apresenta em open space, destina-se a escritórios.

O projeto de arquitetura, da autoria de Barbas Lopes Arquitectos, prevê um edificio com uma forma de planta irregular criada pela justaposição de dois rectangulos com uma area total de 1400 metros quadrados por piso. O edificio apresenta 17 pisos elevados no bloco paralelo à Avenida Fontes Pereira de Melo e 14 pisos elevados no bloco paralelo à Avenida 5 de Outubro. Existem ainda 6 pisos enterrados para estacionamentos e zonas técnicas. Em alçado, é aparente uma regularidade geométrica em todos os pisos, quebrada apenas com uma des-

Solução construtiva

40

etão

A escavação e contenção periférica dos pisos enterrados foi executada através de uma cortina de estacas de 0,60 metros de diametro. Na zona de contenção paralela à Avenida Fontes Pereira de Melo não era possivel efectuar ancoragens provisórias devido à proximidade do túnel do metropolitano de Lisboa. Por isso, foi executada uma banda de laje de 0,30 metros de espessura de 2 em 2 pisos, que serviu de travamento provisório da cortina de estacas. As fundações são directas, através de sapatas isoladas


com dimensões ajustadas ao nível dos esforços atuantes e às tensões admissíveis do solo. Para os pisos elevados, a arquitectura exigiu que os elementos verticais fossem limitados ao nucleo central e aos elementos metálicos dispostos ao longo das fachadas. Isto conduziu a grandes lajes que vencem vãos de 12 por 18 metros quadrados. Assim, a opção por uma laje alijeirada de betão armado e pré-esforçado com 0,35 metros de espessura tornou possivel um open space com grandes dimensões. Permitiu ainda uma distância livre entre a face inferior da laje e o tecto falso para a passagem das instalações técnicas. Nas extremidades, junto às fachadas, a laje assenta num conjunto de elementos metálicos tubulares afastados de 1,35 metros. Na zona da fachada sul, a opção foi para uma estrutura constituida por treliças metálicas que vencem 12,5 metros de vão e uma laje de betão leve de 0,125 metros de espessura. As treliças dos pavimentos apoiam nos elementos da fachada que transmitem a carga através de

Quantidades relevantes › Betão – 14 112 m3 › Cofragem – 67 888 m2 › Armaduras ordinárias – 2 168 127 kg › Armaduras de pré-esforço – 131 016 kg › Estrutura metálica – 553 744 kg

elementos metálicos diagonais, dispostos nas fachadas sul, nascente e poente, para o nucleo central e para uma parede de betão armado localizada na fachada paralela à Avenida Fontes Pereira de Melo.

Betões Uma vez que tinha sido definida para a obra a classe de inspeção 3, o betão tinha que ser fornecido por centros de produção certificados de acordo com a norma NP EN 206 -1. Foram assim utilizadas as centrais da Mota-Engil do Pragal e de Santa Iria da Azoia que fabricaram os vários tipos de betões utilizados na obra: • C30/37 XC2/XA1(P) S3 Cl0,40 Dmáx20 – Sapatas • C30/37 XC4/XA1(P) S3 Cl0,20 Dmáx20 – Pilares, paredes e vigas dos pisos enterrados • C30/37 XC3(P) S3 Cl0,20 Dmáx20 – Vigas dos pisos elevados • C55/67 XC3(P) S4 Cl0,20 Dmáx20 e C55/67 XC4(P) S5 Cl0,20 Dmáx12 – Parede da fachada para a Avenida Fontes Pereira de Melo • C40/50 XC3(P) S4 Cl0,40 Dmáx20 e C40/50 XC3(P) S5 Cl0,40 Dmáx12 – Núcleo • C30/37 XC3(P) S3 Cl0,40 Dmáx20 – Lajes dos pisos enterrados • C30/37 XC4(P) S3 Cl0,20 Dmáx20 – Lajes pré-esforçadas dos pisos elevados (requisito adicional: 27 MPa aos 3 dias) • C30/37 XC1(P) S4/S5 Cl0,40 Dmáx8 – Lajes em betão de agregados leves Imagem 3D • C25/30 XC2(P) S3 Cl0,20 Dmáx20 – Massame.

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Técnica

O Betão é Sustentável Por Chris Clear, da BRMCA – Associação Britânica do Betão Pronto

Seria impossível ter um desenvolvimento sustentável sem o betão. Um problema do betão é que ele é geralmente tido como certo, que está sempre lá, em tudo o que está à nossa volta, como se fosse um membro da nossa família ou o melhor amigo. O betão rodeia-nos. Sustenta tudo o que fazemos, sempre. Lembrei-me recentemente disto ao escutar um programa de rádio no Reino Unido que se referiu à iniciativa Piso Firme. Tratou-se de uma medida de alguns municípios mexicanos que consistia em ofere-

42

etão

cer às famílias mais carenciadas 150 dólares de betão pronto para aplicar no pavimento das suas casas. Um estudo independente realizado em 20061 sobre o impacto desta medida verificou que as crianças até aos 6 anos tinham quase 20 por cento menos parasitas, uma prevalência de diarreia 13 por cento menor e 20 por cento na redução da incidência de anemia do que as crianças cujas habitações não tinham beneficiado da iniciativa Piso Firme.


ANTES

FIGURA 2. Esferas da sustentabilidade: social, económico e ambiental

DEPOIS FIGURA 1. Piso Firme: antes e depois

Felizmente, na maior parte da Europa tomamos como certos não só os pisos sólidos e limpos, mas também a maior parte das infraestruturas necessárias para apoiar a sociedade moderna. Isto inclui as nossas casas, escolas, hospitais, escritórios, lojas, bem como todos os serviços públicos e infraestrutura de transportes. Para o socialmente ingénuo, a expansão dos ambientes urbanos sobre a paisagem parece prejudicar o meio ambiente. Se for aceite que é socialmente inaceitável limitar o crescimento da população ou restringir a melhoria do estilo de vida, então o betão e o desenvolvimento sustentável são necessários. A nível internacional reconhece-se que o desenvolvimento sustentável é um equilíbrio entre a necessidade social, o custo económico e os impactos ambientais, tal como é estabelecido na norma europeia EN 15463 2. Os impactos económicos são os mais simples de contabilizar através de indicadores de desempenho expressos com base no custo e valor ao longo do ciclo de vida. Para ser equitativo, o custo do projeto só pode ser justificado se houver uma necessidade social. Os

1

indicadores sociais são complicados e a importância relativa depende em grande parte do tipo de construção. Para uma casa, a necessidade social básica é manter os ocupantes quentes e secos, mas também é importante que seja eficiente em termos de energia para minimizar os custos de aquecimento e arrefecimento, bem como os impactos ambientais. Além disso, o impacto no meio ambiente é aceitável se houver uma necessidade social e o projeto é considerado viável se o custo para minimizar o impacto ambiental for suportável. A EN 15463 lista uma dúzia de indicadores de desempenho social. Quanto ao desempenho ambiental, são mais de duas dúzias, desde o facilmente quantificável potencial de aquecimento global, medido em quilogramas de dióxido de carbono equivalente (CO2eq), até indicadores bastante mais qualitativos, como a biodiversidade. Existe um ponto de vista em que, para avaliar completamente o impacto ambiental de um edifício, os cálculos não podem ser realizados com uma simples folha de cálculo, já que é demasiado complexo. Este ponto de vista exigiria um grande banco de dados e também ferramentas de avaliação ambiental sofisticadas. Os principais defensores deste ponto de vista parecem ser os consultores e os organismos de certificação que fornecem serviços de avaliação ambiental.

World Bank Policy Research Working Paper 4214, Cattaneo et al, Housing, Health and Happiness, April 2007.

2

EN 15463 Sustainability of construction works — Sustainability assessment of buildings.

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Técnica

FIGURA 3. Avaliação dos ecopontos de um agregado grosso e de um cimento tipo CEM I

Para contrariar esta tendência foram desenvolvidos sistemas de avaliação simplificados. Um deles é o BRE Green Guide3, que se baseia em ecopontos. Simplificando, um ecoponto é um valor normalizado e ponderado relacionado com todos os impactos ambientais de um produto. Quanto maior o valor, maior o impacto ambiental. Para utilizar os ecopontos é necessário equiparar diferentes tipos de impacto ambiental à mesma escala. As relações exatas não estão prontamente disponíveis, mas é possível determinar a significância relativa do agregado e do cimento com base no relatório BRE do cliente4. No exemplo ilustrado na Figura 3 uma tonelada de agregado natural é avaliada em 0,18 ecopontos, onde a quase totalidade é atribuída à utilização do recurso mineral. Para uma tonelada de cimento, o valor é aproximadamente 0,40 ecopontos, dos quais cerca de 0,22 ecopontos são atribuídos ao potencial de aquecimento global. Como engenheiro, é-me difícil equiparar a utilização de uma tonelada de agregado no betão, uma vez que o agregado é relativamente fácil de recuperar e reutilizar, à utilização de uma tonelada de cimento, consideravelmente mais prejudicial para o meio ambiente, ao contribuir com uma emissão de cerca de 900 kg de CO2 para a atmosfera. Este exemplo mostra uma fraqueza do uso de um sistema de avaliação ambiental simplificado.

3

A vantagem do esquema de avaliação simplificado é que permite que uma série de impactos ambientais sejam considerados, em vez de uma abordagem focada apenas para o potencial de aquecimento global. Há algumas evidências que os projetistas estão a tomar em conta as suas próprias avaliações do impacto ambiental quando não estão limitados por esquemas de avaliação independente. Uma análise é mais profunda se, além do carbono incorporado, tiver igualmente em consideração as quantidades de materiais utilizados5. Foi realizado um estudo que abrangeu mais de 200 edifícios, incluindo os mais diversos tipos tais como: residencial, escritório, comercial, saúde, educação, governo, cultura, desporto e multiusos. Embora os projetos tenham sido tipificados por material estrutural principal, foi evidente a partir dos dados disponíveis que todos os edifícios continham todos os materiais de construção. Para simplificar a comparação dos impactos ambientais da construção principal apenas foram contabilizados o carbono incorporado e as quantidades dos materiais estruturais utilizados, como o aço estrutural, as armaduras de aço e o betão. A abordagem da avaliação apresenta por isso dois impactos principais: a quantidade de material estrutural utilizado, expressa em quilogramas de material por metro quadrado, e o dióxido de carbono incorporado, expresso em quilogramas de CO2eq por quilograma de material utilizado para a construção do edifício. Assim, o desempenho ambiental do edifício pode ser expresso pelo produto de ambos os valores para dar o potencial de aquecimento global do edifício por metro quadrado, expresso em quilogramas de CO2eq por metro quadrado.

Building Research Establishment. The Green Guide Explained. March 2015.

4

Building Research Establishment. Assessing the impact of recycled concrete aggregate in concrete. MPA_BRMCA Client Report 262127. July 2010.

5

De Wolf, C et al. Material quantities and embodied carbon dioxide in structures. Proceeding of the Institution of Civil Engineers. Engineering Sustainability. July 2015.

44

etão


Carbono incorporado de materiais de construção MATERIAL

CARBONO INCORPORADO kg CO2eq/ton

Aço estrutural

890

Armaduras de aço

1400

Betão

100

QUADRO 1

Os valores do carbono incorporado em cada projeto foram avaliados a partir dos dados disponíveis para os investigadores. No Quadro 1 apresentam-se os valores médios obtidos para um edifício-modelo. A valor de 100 kg CO2eq por tonelada de betão, equivalente a 240 kg CO2eq por metro cúbico, parece ser um valor médio genérico razoável. Contudo, este valor não seria representativo do betão de alta resistência, onde se pode alcançar o dobro, ou um betão com grande percentagem de cinzas volantes ou escórias granuladas de alto forno como parte do ligante, onde o valor poderia facilmente ficar pela metade. Da mesma forma, os valores para o aço estrutural e para as armaduras de aço só podem ser apropriados para o exemplo concreto onde o valor para as armaduras de aço surge significativamente maior que o citado por Kelly6. O documento fornece uma linha de base para comparar um projeto com uma variedade de edifícios existentes com sistemas estruturais semelhantes. Quanto maior e mais alto o edifício, mais material é usado em média por metro quadrado. Da mesma forma, os edifícios hospitalares em geral usam mais material do que escritórios, mas há uma ampla gama de valores. A Figura 4 mostra exemplos para quantidades menores (A) e maiores (B) de betão armado. Do ponto de vista do carbono incorporado, ilustrado na Figura 5 para os mesmos exemplos da Figura 4, parece que é a quantidade do aço estrutural que mais influencia o desempenho dos edifícios, com maior impacto nos edifícios hospitalares. Estes são apenas exemplos do tipo de cálculos que devem ser realizados para avaliar o impacto ambiental da construção de edifícios. Para uma avaliação mais completa também precisam de ser considerados os impactos ambientais operacionais.

6

FIGURA 4. Exemplos da utilização de materiais para edifícios de escritórios e edifícios hospitalares

FIGURA 5. Potencial de aquecimento global para edifícios de escritórios e edifícios hospitalares

Em geral, os resultados do estudo mostram que a melhor maneira de reduzir o dióxido de carbono incorporado nas estruturas é aumetar a eficiência dos materiais numa base de projeto, em vez de selecionar um sistema estrutural particular. A questão é que estes são o tipo de avaliações que serão realizadas em conjunto com a consideração dos custos globais e dos requisitos sociais. Isso deve permitir que engenheiros e arquitetos avaliem e melhorem o desenvolvimento do projeto para minimizar os impactos ambientais. Na minha opinião, é improvável que os resultados dessa análise alterem a procura por betão e betão armado, uma vez que estes materiais são essenciais para o desenvolvimento sustentável.

Kelly, F. Steel tops sustainability study. Steel Construction news Number 26 June 2007.

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48

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Vitor Paulino

Paulo David

David Martins

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Valença

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Pedro Alves Jorge Santos Mário Jorge Neto

RESPONSÁVEL/DIRECTOR DE MERCADO

LOCAL

CENTROS DE PRODUÇÃO

dezembro 2017

49


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Betopar – Indústrias e Participações, S.A. Capital Social 696.505,00 euros

Sede Social Av. do Movimento das Forças Armadas, 10 R/C Dtº 2710-431 Sintra

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CENTRO DE PRODUÇÃO LOCAL

DEPARTAMENTO COMERCIAL

CONTACTO

Loures

Luis Rocha

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Brivel – Britas e Betões de Vila Real, S.A. Capital Social 400.000,00 euros

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Telefone: 259 302 630 Fax: 259 356 538 E-mail: geral@brivel.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO

50

etão

LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

CONTACTO

Vila Real

Eng.º Bruno Costa

259 302 630 939 201 020 brunocosta@brivel.pt

Macedo de Cavaleiros

Hugo Ferreira

939 201 022 hugoferreira@brivel.pt


Concretope – Fábrica de Betão Pronto, S.A. Sede Social Estrada Nacional 10/1 Quinta dos Porfírios 2819-501 Sobreda

Telefone/Fax: 212 587 540 E-mail: geral@concretope.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

CONTACTO

Almada

João Ferreira

969 053 428

Orlando Gonçalves

968 013 214

Lagos S. Brás de Alportel

Ibera – Indústria de Betão, S.A. Capital Social 2.000.000,00 euros

Sede Social Quinta da Madeira EN 114, Km 85 Apartado 424 7006-805 Évora

Telefone: 266 758 500 Fax: 266 758 511

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

Évora

266 758 501/2

Montemor-o-Novo Borba

266 893 709 Eng.º Ricardo Matias

Reguengos de Monsaraz

268 890 612 266 501 604

Sines Beja

CONTACTO

269 878 160 Eng.º Ricardo Matias

284 998 744

dezembro 2017

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Associados

Lenobetão, S.A. Capital Social 7.000.000,00 euros

Sede Social Rua de Tomar, 80 2495 -185 Santa Catarina da Serra

Telefone: 244 749 766 Telefax: 244 749 129 E-mail: geral@lenobetao.pt Website: www.lenobetao.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

Fátima

Castelo Branco

Portalegre

Montijo

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO Filipe Santos filipe.a.santos@lenobetao.pt Nuno Eusébio nuno.m.eusebio@lenobetao.pt Hugo Basílio hugo.p.basilio@lenobetao.pt Luís Ramiro luis.b.ramiro@lenobetao.pt

CONTACTO

96 210 81 88

96 210 81 95

96 210 80 36

96 210 82 07

Mota-Engil – Engenharia e Construção, S.A. Capital Social 100.000.000,00 euros

Sede Social Rua do Rego Lameiro, 38 4300-454 Porto

Telefone: 220 914 820 Fax: 220 914 830

ÁREA COMERCIAL LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DE MERCADO

Porto

Eng.ª Daniela Maia

CONTACTO 912 504 080 comercialbet@ mota-engil.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL PRODUÇÃO

CONTACTO

Eng.ª Marta Durães

919 448 593

Eng.ª Margarida Morgado

913 642 133

Paredes* Canelas* Caniçada* Famalicão Santa Iria da Azóia* Almada*

*Centrais com capacidade para fornecer betão para Classe de Inspeção 3.

52

etão


Pragosa Betão, S.A. Sede Social EN1 Km109 Amieira, Ap. 46, 2440-901 Batalha

Telefone: 244 480 120 Fax: 244 481 049 E-mail: betao@pragosa.pt Website: www.pragosa.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DO MERCADO

CONTACTO

Dr. João Jordão

244 480 120

Batalha Alenquer Torres Vedras Montemor-o-Novo

Sonangil Betão – Fabricação de Produtos de Betão para a Construção, Lda. Capital Social 200.000,00 euros

Sede Social Rua Frei Luís de Granada, Loja 10-A 1500-680 Lisboa

Centro de Produção Quinta do Secretário Via Rápida da Caparica 2810-116 Almada

Telefone: 212 952 990 Fax: 212 952 989 E-mail:geral@sonangilbetao.pt Website: www.sonangil.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

RESPONSÁVEL/DIRETOR DO MERCADO

CONTACTO

Fernando Mendes

212 952 990

Pedro Chrystêllo

964 825 337

Almada

dezembro 2017

53


Associados

Tecnovia, Soc. Empreitadas, SA Capital Social 90.000.000,00 euros

Sede Social Rua Casal do Deserto 2740-031 Porto Salvo

Telefone: 214 225 400 Website: www.tecnovia.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL Viseu

Coimbra

Ourique

Messines

COMERCIAL Ricardo Henriques ricardo.henriques@tecnovia.pt Rui Fidalgo rui.fidalgo@tecnovia.pt José Ramos jose.ramos@tecnovia.pt José Ramos jose.ramos@tecnovia.pt

CONTACTO 918 200 391

914 442 870

914 444 580

914 444 580

LABORATÓRIOS ACREDITADOS Ensaios de Betão, Agregados e Ligantes Calibração de máquinas de compressão, peneiros, balanças, termómetros e estufas.

www.apeb.pt 54

etão


Unibetão – Indústrias de Betão Preparado, S.A. Capital Social 12.000.000 euros

Sede Social Outão – Setúbal Serviços Centrais e Administração Av. Duarte Pacheco, n.º19 – 7.º 1070-100 Lisboa

Telefone: 213 172 420 Telefax: 213 555 012 E-mail: geral.unibetao@secil.pt Website: www.unibetao.pt

CENTROS DE PRODUÇÃO LOCAL

CONTACTO

LOCALIZAÇÃO

Carriça - Esc.

229 871 490

41°17’38’’N 8°37’09’’W

GRANDE LISBOA

Maia

938 977 507

41°13’36’’N 8°39’25’’W

Frielas - Esc.

219 898 640

38°48’27’’N 9°09’04’’W

Gaia

938 977 509

41°05’28’’N 8°36’19’’W

Frielas

938 977 457

38°48’27’’N 9°09’04’’W

Viana do Castelo

938 970 006

41°40’05’’N 8°48’33’’W

Linhó

938 977 520

38°45’37’’N 9°22’33’’W

938 977 493

41°30’34’’N 8°27’23’’W

Vila Franca de Xira

Braga

938 977 568

38°59’52’’N 8°57’59’’W

Penafiel

938 985 849

41°12’03’’N 8°18’24’’W

Torres Vedras

938 977 466

39°06’50’’N 9°14’29’’W

Amarante

938 985 849

41°15’15’’N 8°02’29’’W

Setúbal

938 977 589

38°32’26’’N 8°50’09’’W

Vila Real

938 977 487

41°16’26’’N 7°42’19’’W

Casal do Marco

938 989 893

38°36’16’’N 9°05’32’’W

Feira

938 977 478

40°56’40’’N 8°32’09’’W

Alcochete

212 348 370

38°44’45’’N 8°56’36’’W

Albergaria

938 977 483

40°42’44’’N 8°29’20’’W

Leiria - Esc.

244 843 171

39°46’12’’N 8°46’26’’W

Évora

938 977 612

38°32’07’’N 7°57’06’’W

Pombal

938 977 526

39°58’33’’N 8°37’39’’W

Alcácer do Sal

938 977 611

38°23’26’’N 8°30’19’’W

Leiria

938 977 626

39°46’12’’N 8°46’26’’W

Sines

917 621 138

37°57’20’’N 8°50’44’’W

Caldas da Rainha

918 683 938

39°25’15’’N 9°10’14’’W

Beja

919 703 652

38°01’25’’N 7°51’11’’W

Santarém

932 589 601

39°16’48’’N 8°42’18’’W

Abrantes

938 977 561

39°27’41’’N 8°09’51’’W

Ferreiras - Esc.

289 571 371

37°07’37’’N 8°14’39’’W

Portalegre

938 977 625

39°16’06’’N 7°25’47’’W

Ferreiras

938 977 602

37°07’25’’N 8°14’39’’W

Coimbra

938 977 441

40°11’05’’N 8°29’02’’W

Olhão

938 977 603

37°02’15’’N 7°51’42’’W

Tondela

938 977 525

40°29’02’’N 8°50’08’’W

Portimão

938 977 604

37°09’43’’N 8°37’50’’W

Elvas

919 301 999

38°53’20’’N 7°08’57’’W

Guarda

936 868 345

40°31’29’’N 7°13’46’’W

Castelo Branco

936 868 347

39°53’49’’N 7°28’49’’W

António Modesto / José Duarte

LOCALIZAÇÃO

RESPONSÁVEIS / DIRETORES DE ZONA

CONTACTO

ZONA SUL

RESPONSÁVEL / DIRETOR DE ZONA

José Guedes Luís Moreira

RESPONSÁVEL / DIRETOR DE ZONA

ZONA CENTRO

ZONA NORTE

LOCAL

CENTROS DE PRODUÇÃO

ALENTEJO

ALGARVE

dezembro 2017

55


Cartoon

Cura do Betão

Decidir previamente qual o tempo ~o da cura de durac, a e o método a ser utilizado.

O melhor método de cura consiste em deixar as cofragens ~es. nas suas posic, o

Períodos de cura muito longos sa~o preferíveis aos muito curtos.

Colocar coberturas ou membranas ~es adequadas, de cura com sobreposic, o e proteger os bordos contra os ~o do vento levantamentos por acc, a

Se utilizar compostos de cura, aplicá-los homogeneamente e repetir se necessário.

A cura só é eficaz se iniciada a tempo e continuar por um período suficiente.

Quando forem aplicadas tintas ~o ou outras camadas de protecc, a é necessário prever compostos de cura específicos.

Se for utilizada rega ou aspersa~o com água, deve-se iniciar a mesma logo que possível. Depois deve-se manter a superfície do beta~o húmida durante todo o período de cura.

A QUALIDADE DE UM BETÃO RESULTA DO BOM TRABALHO DE EQUIPA APEB Av.ª Conselheiro Barjona de Freitas, 10 A 1500-204 LISBOA - PORTUGAL Telefone: 21 774 19 25; 21 774 19 32; 21 778 53 65 Telefax: 21 778 58 39 E-mail: geral@apeb.pt

ERMCO EUROPEAN READY MIXED CONCRETE ORGANIZATION ASSOCIATION EUROPEENNE DU BETON PRET A L’EMPLOI EUROPÄISCHER TRANSPORTBETONVERBAND




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