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Startup de impacto social insere pelo menos duas mulheres por dia no mercado de trabalho
Por Redação Softex
ASe Candidate, Mulher! é uma startup de impacto social de recursos humanos especialista em conectar mulheres a empresas ou promovê-las dentro delas. Vencedora por três anos consecutivos do Startup Awards, a maior premiação do ecossistema de inovação do Brasil, essa HRTech já impactou mais de 17 mil mulheres diretamente, promovendo projetos e ações afirmativas inéditas no mercado para a atração e a contratação de mulheres. Sua fundadora, a administradora mineira Jhenyffer Coutinho, sonhava em fazer carreira em uma grande empresa. Mas, por motivos como a falta de inglês fluente, quase nunca cumpria todos os requisitos das vagas de emprego e, por isso, não se candidatava. Desde pequena, ela ouvia que teria um destino semelhante ao de sua mãe, que engravidou aos 13 anos e largou os estudos. Mas a empreendedora transformou o descrédito em combustível para cursar uma boa faculdade, ser a melhor da sua sala e viver uma realidade diferente. acabou caindo no seu colo. “Em um mês, tinha 15 mil mulheres inscritas na newsletter. E percebi ali uma oportunidade de negócio”, lembra. O crescimento foi orgânico, apenas com divulgação no Instagram e LinkedIn. A empreendedora retornou ao Brasil em janeiro de 2021. Com R$ 9 mil reais em caixa, Coutinho começou a desenvolver a primeira versão da plataforma para começar a formar um time. “Eu tinha três meses para fazer a Se Candidate acontecer”, recorda. A Se Candidate, Mulher é dividida em uma parte educacional, a SCM Academy, com cursos de capacitação, e em uma base de talentos – formada pelas mulheres que finalizaram os conteúdos educacionais. Elas podem comprar o acesso ao curso e as empresas podem adquirir um combo de acessos para oferecer a suas candidatas e ter acesso à base. “Cerca de 99% das vagas dos nossos clientes são preenchidas em 15 dias, enquanto o mercado fecha uma vaga em três meses”, destaca a CEO.
Foi nos Estados Unidos, onde foi trabalhar de babá para pagar os estudos de Inglês, que Jhenyffer Coutinho, assustada com a informação de que 6,5 milhões de brasileiras estavam desempregadas no início da pandemia, começou a tirar sua startup do papel.
Empreender, muitas vezes sinônimo de instabilidade financeira, não era uma opção inicialmente. Mas o negócio
No ano passado, a Se Candidate, Mulher inseriu ou recolocou pelo menos uma mulher no mercado a cada dois dias. Hoje, são, no mínimo, duas por dia. “Já chegamos ao equivalente a 45 salas de aulas lotadas de mulheres promovidas e recolocadas”, celebra Jhenyffer Coutinho.
A Se Candidate, Mulher! captou cerca de R$ 1,2 milhão de investimentos, conta com quase 40 empresas parceiras – como Accenture, Volvo e Ambev – e cerca de 10 mil mulheres na plataforma educacional.
Ao longo dos últimos anos, muitas organizações têm implementado políticas afirmativas voltadas para promover a inclusão da mulher no setor de TI. Mas, como alertou o estudo W-Tech, lançado no ano passado pelo Observatório Softex, as mulheres representam apenas 13,3% das matrículas nos cursos presenciais de graduação em Computação e Tecnologias da Informação e 21,6% nos de Engenharia e correlatos. O trabalho enfatiza, ainda, a importância da promoção de esforços nos níveis governamental, acadêmico e corporativo para lidar com esse desequilíbrio de gênero.
Para Elisa Carlos, head de operações da Softex, “o desafio é atrair e reter mulheres nesses campos de estudo, assim como reduzir as barreiras de inserção e manutenção delas na área, sobretudo no que diz respeito às mudanças sobre o entendimento do papel da mulher, considerando o contexto socioeconômico e os estímulos de desenvolvimento recebidos desde a infância e/ou juventude na família ou na escola”. Em sua conclusão, o levantamento do Observatório Softex pondera que promover a atração feminina neste cenário de desequilíbrio de espaço entre mulheres e homens na economia da informação –desde a academia – também contribuirá para solucionar a escassez de talentos em ciências, tecnologias, engenharias e matemática frente a demanda do mercado, assim como amenizará a homogeneidade dos profissionais de TIC, que exibe baixa absorção de mulheres, PCDs e pessoas não brancas. Para obter gratuitamente a íntegra do estudo, acesse https://softex.br/inteligencia/