Rocafloresta 003 Produção de mudas de mogno africano

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Roça e f loresta do

P r o j et o F l o r a

Maio

de

2015

número

3/

ano

1

w w w . p r o j et o f l o r a . c o m

foto: Ceres Hadich

B o l et i m

Plantando o futuro: a experiência na produção de mudas de mogno africano As famílias moradoras do Assentamento Maria Lara, em Centenário do Sul, que estão participando do Projeto Flora se dispuseram a um passo importante para a implantação dos sistemas agroflorestais: produzir as próprias mudas. Desde o início das atividades de formação e trocas de experiências do projeto (reuniões de divulgação e mobilização, oficinas, intercâmbios), as famílias têm exercitado a criatividade, construindo coletivamente os modelos de SAF que serão implantados nas Uni-

dades Demonstrativas do Assentamento. Nesse sentido, a escolha das espécies cultivadas também foram definidas a partir do interesse e das necessidades dos participantes. Uma das espécies escolhidas e orientadas pela equipe técnica que acompanha o projeto foi o mogno africano (Kaya senegalensis). A espécie que, além do grande potencial madeireiro e alta procura de suas sementes, é bastante adaptada ao clima da região e apresenta bom crescimento e desenvolvimento, po-


“ Desafiadas a produzir suas próprias mudas, as famílias não hesitaram, organizaram oficinas de formação e capacitação para todo o processo ”

foto: Ceres Hadich

Hoje as mudas seguem transplantadas em fase de rustificação no viveiro, onde devem permanecer até estarem preparadas para ir à campo, e finalmente ser plantadas nos sistemas agroflorestais das famílias.

foto: Ceres Hadich

dendo ser utilizada tanto no sombreamento de pastagens quanto nas unidades de produção intensiva. Desafiadas a produzir suas próprias mudas, as famílias não hesitaram, organizaram oficinas de formação e capacitação para todo o processo: construção do viveiro, preparo do insumo e dos saquinhos, semeadura, transplante e rustificação das mudas. O viveiro, localizado em um dos lotes do assentamento, foi construído com madeira, tela de galinheiro e sombrite 50% (para reduzir a incidência dos raios solares e do calor). Os saquinhos (tamanho padrão de mudas de café, 11:20) foram preenchidos com o auxílio de um pedaço de cano de PVC, com a seguinte mistura: 10 carriolas de terra peneirada, 3 carriolas de esterco curtido e peneirado, ½ balde de calcário e 5 baldinhos de oosmocote (fertilizante mineral granulado, encontrado em casas agropecuárias). Após a semeadura, realizada em uma caixa de areia lavada e esterilizada com cloreto de sódio (alvejante de limpeza), as sementes passaram a ser regadas 2 vezes por dia, e os saquinhos, 3 vezes por semana. O controle da irrigação foi realizado pelas próprias famílias, que mantiveram atualizada na entrada do viveiro uma tabela de monitoramento. Todo o processo de produção recebeu o acompanhamento da equipe técnica do Projeto Flora, e também de duas organizações parceiras, a COPAVI (Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória) e a COOPERIGUAÇU (Cooperativa Iguaçu de Prestação de Serviços).

Texto: Ceres Hadich | Revisão/Diagramação: Kaio Miotti Ribeiro | Projeto Gráfico: Aicó Culturas


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