Boletim Informativo "Igreja Viva e Peregrina" setembro-outubro 2016

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Setembro / Outubro 2016 Ano XIX - nº 118

Publicação Bimestral da Paróquia São Roque - Diocese de Osasco

O CULTO ÀS IMAGENS Setembro é conhecido, no meio católico, como o mês da Bíblia. Não porque nos outros meses a Bíblia fica, por assim dizer, de lado. Aliás, todo dia é dia da Palavra. Todos os dias a liturgia católica proclama e medita o Evangelho. A dedicação de um mês tem finalidade pedagógica: salientar o significado e o valor deste livro especial na vida pessoal e comunitária das pessoas que professam e praticam a fé. Abordamos a questão das imagens à luz da Bíblia - tema que gera muitas polêmicas no campo religioso e confessional protestante e evangélico. O que a Bíblia diz a respeito das imagens? O culto às imagens é uma das características da Igreja Católica. Cada Paróquia e cada Capela tem seu santo protetor: São Roque, Nossa Senhora da Assunção, São Benedito, São Judas Tadeu, Santo Antônio, São Francisco e tantos outros. Por que tantos santos? Por que as imagens e o que a Bíblia nos diz a respeito disso? Como entrou o culto às imagens na Igreja? Começamos a nossa reflexão com uma pequena nota: Não se confunde “imagem” com “ídolo”! O ídolo representa sempre um ponto final da veneração, enquanto que a imagem sempre se refere a outro. Entende-se por imagem não somente as figuras esculpidas em pedra ou madeira, como também as pintadas em telas ou produzidas eletronicamente. Compreende, ainda, as imagens literárias onde Deus é apresentado como oleiro, médico, visitante, pastor, vinhateiro, pai etc. O que a Sagrada Escritura ensina? Na Bíblia: Diferentemente de outros povos, o judaísmo proíbe o culto às imagens. O 2º mandamento do Decálogo é bastante taxativo: “Não farás para ti imagem esculpida de nada que se assemelhe ao que existe lá em cima, nos céus, ou embaixo na terra, ou nas águas que estão debaixo da terra. Não te prostrarás diante desses deuses e não os servirás” (Ex 20,4s). O mandamento é bastante contundente. O perigo era a idolatria, ou seja, a adoração de ídolos difundida entre os povos vizinhos. No entanto, existia em Israel uma iconografia sagrada sugerida até pelo próprio Deus. Por ocasião da construção da Arca da Aliança, o Senhor ordenou a Moisés: “Faça uma arca de madeira de acácia. Reviste-a com ouro puro, por dentro e por fora. Funde para ela quatro argolas de ouro e dentro dela coloque o Documento da Aliança. Fará também uma tampa de ouro puro e nas duas extremidades dois querubins de ouro batido, um diante do outro, olhando para dentro da arca” (cf. Ex 25,18-20). Assim, a arca da Aliança tornou-se o lugar da presença de Deus em meio a seu povo. Merecia todo respeito e acompanhava o povo por todo canto, como se fosse, andor de procissão! Aspergida pelo sangue dos animais sacrificados no dia do grande perdão, ela tornou-se também o lugar onde eram remidos os pecados (cf. Lv 16,12-15). Portanto, a Bíblia não é contra todo tipo de imagem. O que a Bíblia proíbe é fazer imagens para serem adoradas como deuses, em substituição ao Deus único. Isto é também salientado no Novo Testamento, especialmente no Apocalipse de João. Os cristãos que permanecem firmes na fé, negam-se a adorar a “estátua da besta”, ou seja, o imperador (Ap 13,14s). Na Igreja: A Igreja antiga, tanto no Oriente quanto no Ocidente, resistia tenazmente ao uso das imagens no culto cristão. A introdução de imagens criava embaraços, inclusive, aquelas que serviam para explicar os mistérios da fé como, por exemplo, imagens de Cristo e de Maria. No entanto, muitos reconheciam valor pedagógico no uso das imagens. A pergunta era: Como comunicar Cristo aos novos adeptos, especialmente, àqueles que não têm tanta instrução e habilidade para ler? Para estes pedagogos, a arte religiosa podia ajudar na catequese cristã. Havia outros que pensavam o contrário! Estes argumentavam que era impossível fazer uma imagem verdadeira de Cristo na sua natureza divina. Como pintar ou esculpir a natureza divina tal como ela realmente é? Mais ainda, estes teólogos enxergavam nesta proposta um perigo grande de representar somente a natureza humana de Cristo, correndo o risco de cair no erro de Nestório que negava a natureza divina de Jesus. Observa-se, portanto, o surgimento de discussões profundas envolvendo pensadores e mestres cristãos. Uns a favor do uso didático das imagens no culto cristão, outros contra. Um dos primeiros que tentava introduzir imagens no culto cristão foi o imperador Constantino. Quis ter a imagem de Cristo para ser venerada pelos cristãos do Império! Enfim, a questão não era tranquila. O assunto se tornara tão sério que foram convocados Concílios para resolver a questão! A veneração das imagens foi aceita pelo 2º Concílio de Nicéia (787), esclarecendo que ao ser Cristo imagem de Deus Pai (Jo 14,9), torna-se possível a percepção de sua divindade. Salientava, ainda, que as representações de Cristo supõem a fé. E a atitude perante a imagem deve ser de veneração e nunca adoração! Nota-se aqui um movimento intencional: através da imagem (sinal) se chega ao significado. A imagem faz parte da linguagem humana. Para nós que somos católicos e cremos, a imagem de Cristo é o ícone por excelência. As demais, inclusive a de Nossa Senhora e dos outros 10 Ensinamentos do Papa Francisco Pág. 02 Santos, somente têm valor à medida que se relacionam com Cristo. Olhando para Frente! Pág. 02 Proclamam a mesma mensagem evangélica que a Bíblia transmite Avaliação Bíblica / Humor / Agenda Paroquial Pág. 03 Nossa Senhora Aparecida - 12 de Outubro Pág. 03 mediante a palavra e ajudam a despertar e nutrir a fé. E “numa JMJ 2016 - “Cracóvia é Aqui” Pág. 04 época em que a comunicação baseia-se, sobretudo, em imagens, Capelas da nossa cidade (X) Pág. 04 o uso das imagens cristãs pode ser uma grande contribuição Comunidades / Catequese Pág. 05 Mãe Peregrina Pág. 05 para a evangelização” (Sou Católico - Vivo a minha fé - CNBB). Festas de Agosto 2016-2017 Pág. 06 O católico não adora a imagem, mas venera aquele que é Festa do Divino 2017 Pág. 07 representado por ela. O católico adora somente a Deus. Os Ensinamentos do Santo Evangelho Pág. 07 Pe. Daniel Balzan - Pároco

Álbum dos Ex-Festeiros (76) / Expediente

Pág. 08


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