Boletim Informativo da Paróquia São Roque "Igreja Viva e Peregrina" bimestre março-abril 2019

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JESUS E A SAMARITANA

Março / Abril 2019

Ano XXI - nº 133

- Espelho para a Catequese O Documento 107 - CNBB intitulado “Iniciação à Vida Cristã” é uma preciosidade que todo Agente de Pastoral, especialmente aquele que lida com a pregação da Palavra no culto, na catequese e na evangelização dos fiéis, merece conhecer e aprofundar. O próprio subtítulo já explica a finalidade da obra: apontar um “itinerário para formar discípulos missionários”. O Documento apresenta uma luz muito iluminadora àqueles que almejam uma catequese eficaz, e traz como referência a cena de Jesus com a Samaritana. Todo catequista deve se espelhar em Jesus de Nazaré que, num diálogo profundo, atenta aos anseios das pessoas e suas buscas (13). Fazer catequese é uma atitude maravilhosa, profundamente humana e divina ao mesmo tempo. Daí o grande questionamento: o nosso jeito de fazer catequese está, de fato, tocando o coração dos ouvintes? Está levando o outro a dar sua resposta ao Senhor? Todo Agente de Pastoral que lida com a pregação da Palavra no culto e no ensino da mesma na catequese deve fazer esta pergunta a si mesmo antes de jogar a responsabilidade pela resposta cristã ao outro. É tempo para revermos o nosso jeito de fazer as coisas. Vamos conhecer a cena de perto! A Samaritana: Uma mulher samaritana vai ao poço buscar água. A intenção do Evangelista não é apenas contar uma história ou passar um conhecimento. Era uma mulher da Samaria, região daqueles considerados distantes do verdadeiro culto (15). Portanto, pessoa sem cultura religiosa ideal, distante do templo, exposta a costumes não tão recomendados! Era a situação dos ouvintes de João quando escreveu seu Evangelho. É assim a geração atual na pós-modernidade, mergulhada num mundo próprio e digital, porém, distante das instituições religiosas e do compromisso cristão. Ora, Jesus tem sede! Esta sede é o seu desejo de nos ver seguindo o seu caminho (16). Jesus vai ao encontro desta mulher e quer se revelar a ela. No entanto, encontra barreiras que precisam ser vencidas; distâncias a serem superadas (18). A mulher não conhece outra água a não ser aquela do poço (20). Há resistências, questionamentos e desconfianças. Inicia-se um diálogo entre Jesus e a Mulher. Um diálogo entre dois sujeitos que se respeitam mutuamente! Aliás, isto é constante no Evangelho de João. Isto acontece com Nicodemos, com Marta e Maria, com Tomé, com os discípulos, com o povo em geral... Nem tudo é compreendido imediatamente. Jesus não força nem obriga, apenas dialoga e propõe. A água que Ele oferece satisfaz. No entanto é preciso crer. Muito parecida é a geração atual. Não conhece outra “água” a não ser aquela do “poço” digital; água esta de fácil acesso através de um simples celular. Falamos do mundo pós-moderno, muito diferente daquele de outras gerações. Trata-se da pós-modernidade que oferece “água” diferente, saborosa e que “sacia” a sede de gerações sedentas. Referimonos à cultura pós-moderna que contagia, principalmente, a juventude. São multidões que buscam “água” da “fonte” pela internet. Qual o segredo desta água? Por que ela prende tanta gente? A mulher acreditou e os samaritanos também (26). Diante da atitude acolhedora de Jesus, a Samaritana sentiu-se encorajada a abordar o tema do culto verdadeiro: em Jerusalém ou em Samaria? Onde Deus poderia ser encontrado? No templo? No culto? Deus se revela também no coração da pessoa, particularmente, quando se deixa tocar por sua Palavra. João chama este momento de “hora” de Deus (27). Aí Jesus se revela! A mulher descobre a fonte verdadeira. Deixa o seu cântaro e se torna discípula missionária. A cena quer mostrar que Jesus se faz conhecer progressivamente, como acontece na Iniciação à Vida Cristã. Lentamente, a mulher vai descobrindo quem é Jesus. No início do diálogo, Ele era simplesmente um “judeu”, depois ela descobre que é “um profeta”. Mas quando lhe diz que é necessário adorar Deus em espírito e verdade, o próprio Jesus se revela como o “Messias”. No final, os samaritanos o reconhecem como “Salvador” (37). O mundo atual: O Documento 107 reconhece a complexidade do mundo pós-moderno. Trata-se do “chão” que todos nós pisamos, da “terra” onde será lançada a semente. Os nossos bispos insistem na necessidade de trilharmos caminhos novos para que a Palavra possa chegar ao coração das pessoas (54). O encontro com o Messias nesta sociedade complexa continua possível, porém, exige novas atitudes da parte dos “semeadores”, ou seja, dos Agentes de Pastoral que lidam com a Palavra. À semelhança do Evangelista, o catequista é aquele que faz acontecer o encontro entre o catequizando e o Senhor. O caminho a ser percorrido é longo e exige humildade, criatividade e capacidade de ir ao encontro do novo. Exige-se rever o nosso jeito de fazer catequese. Os bispos chamam esta mudança de “conversão pastoral”. Tocar o coração do ouvinte pela Palavra é o 1º passo, porém, não apenas isso! Além do “Ato de Fé” aprofundado no “Livro dos Sinais”, João aborda uma 2ª questão em seu Evangelho: a vivência do grande mandamento. João trata deste tema na 2ª parte de sua obra e, mais especificamente, no discurso de Jesus Preparação para a Páscoa / Quaresma Pág. 02 após a Santa Ceia. Jesus insiste na comunhão entre os seus: “Nisto Avaliação Bíblica / Agenda Paroquial / Humor Pág. 03 conhecerão todos que sois os meus discípulos, se vos amardes uns Pág. 04 Obra Assistencial São Roque Pág. 05 Mãe Rainha / Terço dos Homens / E.C.C. aos outros” (Jo 13,35). Discipulado e vida fraterna são Pág. 06 Comunidade São Benedito inseparáveis. A experiência da fé supõe a experiência comunitária. Pág. 06 60 anos dos Sinos da nossa Igreja Matriz O Doc 107 aborda este tema no Capítulo III. Pág. 07 Festa do Divino 2019 Pág. 07 Festas de Agosto 2019 Continua na página 04... Pe. Daniel Balzan - Pároco

Álbum dos Ex-Festeiros (91)

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