CULTO MARIANO
Maio / Junho 2019
Ano XXII - nº 134
- Gênese e Evolução No intuito de bem celebrar o mês de maio, mês das mães e da Virgem Maria, preparamos algumas perguntas relacionadas à Mãe de Jesus, especialmente, seu culto entre os cristãos católicos. 1. Como surgiu o culto à Virgem Maria na Igreja? Quais os fatores determinantes que fizeram com que Maria tivesse tanto prestígio na Igreja Católica? Não é fácil delinear as linhas de evolução da presença de Maria no culto da Igreja. Os testemunhos primitivos mais autorizados são poucos. Sabe-se que o culto dos mártires na Igreja é bem mais antigo que o culto à Virgem Maria. Desde os primeiros séculos do cristianismo, o martírio era reconhecido como forma sublime de santidade. Os cristãos mortos por causa de seu testemunho de fé eram lembrados e, sobre seus túmulos, celebrada a Santa Eucaristia. O culto à Virgem Maria veio depois e tem como ponto de partida o concílio de Éfeso (431) que declarou Maria “Mãe de Deus”. A partir desta data, temos uma explosão real e verdadeira do culto mariano propriamente dito. Obviamente, havia referência à Maria no culto cristão antes desta data, porém, estas referências não apontavam para um culto especial à Virgem. Apenas diziam respeito à profissão de fé na encarnação do Filho de Deus no seio de Maria por obra do Espírito Santo. 2. Chamamos Maria de “Mãe de Deus”, “Imaculada” e “Assunta ao Céu”. Como surgiram esses dogmas? O que é dogma? Dogma quer dizer princípio de fé assumido pela Igreja. Os primeiros títulos dados à Maria são muito antigos e foram definidos pela Igreja em Concílio nos anos 431 (Éfeso) e 533 (Constantinopla). São os dogmas da “Maternidade Divina” e da “Virgindade Perpétua de Maria”. A declaração da “Maternidade Divina” foi decisiva para a ampliação da presença de Maria na liturgia das Igrejas no Oriente e no Ocidente. Orações, comemorações e cantos foram surgindo para marcar o calendário litúrgico com a presença direta de Maria. Os títulos de “Imaculada” e “Assunta ao Céu” vieram muitos séculos depois e surgiram a partir da fé popular. Os cristãos, sem terem estudado teologia, sentiam que Maria era toda santa, toda de Deus. Era a discípula perfeita e respondeu a Deus de maneira total. Foi sendo chamada de “Imaculada”. O Papa da época (Pio IX) acolheu esta fé popular e proclamou Maria como “Imaculada Conceição” em 1854. A mesma coisa aconteceu com o título “Assunta ao Céu”. Na devoção popular, o povo cristão acreditava que Maria estava junto de Cristo, toda glorificada. No entanto, não havia consenso sobre o que teria acontecido com ela no final da vida. Surgiu um movimento forte para que a Assunção de Maria se transformasse também em dogma, o que acontece em 1950 (Papa Pio XII). Com esta doutrina, a Igreja ensina que Maria está com Deus em sua glória e que, um dia, também nós teremos a mesma graça: habitar na Casa do Pai face a face.
3. O que dizer a respeito da evolução do culto à Virgem Maria? O culto à Maria sempre foi tranquilo e do jeito que nós o conhecemos hoje? O culto à Maria encontrou terreno fértil e cresceu rapidamente. Testemunhas deste culto e devoção são as catedrais dedicadas a Nossa Senhora, sobretudo do século IX ao século XV. Essas construções são verdadeiras joias da arquitetura, bem como um grande número de ícones, quadros, afrescos e estátuas. No entanto, em alguns países do Ocidente, o culto à Virgem foi crescendo de modo desordenado e chegou a assumir formas exageradas. Surgiram tensões, desencontros e impasses. Alguns queriam tirar a Virgem Maria do culto. Outros valorizavam e insistiam na sua presença. Ou seja, o percurso do culto mariano nem sempre foi sereno e passou por diferentes fases: gênesis, evolução, problemas e crise. O desfecho desta crise parou na Reforma Protestante (1517-1648) que enfatizava uma religião sem Maria. Estes afirmavam que somente a Sagrada Escritura, somente Cristo, somente a Graça, somente a Fé, somente Deus merece Glória e Louvor. Em resposta, a Igreja Católica convocou o Concílio de Trento que ficou conhecido como “a ContraReforma Católica (1545-1563). Neste Concílio, a Igreja esclareceu sua doutrina, inclusive, sobre a Virgem Maria, mantendo-a presente no culto cristão. Quanto ao título “Imaculada Conceição” (Pergunta 2), as coisas também não eram tão serenas. Surgiram debates calorosos envolvendo teólogos franciscanos e dominicanos. Apesar destes últimos carregarem o rosário no hábito e terem um histórico devocional mariano, eram os franciscanos que Culto Mariano (continuação) Pág. 02 Pág. 02 defendiam a Imaculada Conceição! A pergunta que se fazia era como Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo Avaliação Bíblica / Agenda Paroquial / Humor Pág. 03 conciliar esse privilégio com a universalidade do pecado e da Pág. 04 Comunidades em Festa no mês de maio redenção operada por Cristo. A resposta do Frade Franciscano Pág. 05 Comunidades em Festa no mês de junho Duns Scotus era que Maria foi redimida e, ao mesmo tempo, Pág. 05 Mãe Rainha / Retiro Regional de Ministros Pág. 06 Festa do Divino Espírito Santo 2019 preservada de todo pecado. Rádio Imaculada Conceição e Diocese de Osasco Pág. 07 Continua na página 02... Pág. 07 Festas de Agosto 2019 Pe. Daniel Balzan - Pároco
Álbum dos Ex-Festeiros (92)
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