"Igreja Viva e Peregrina" maio-junho 2012

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Igreja Viva e Peregrina Ano XV - Nº 92 - Maio / Junho 2012 Publicação Bimestral da Paróquia São Roque

MARIA, MÃE DE JESUS A devoção a Maria parece um traço “escrito na testa” dos cristãos católicos! Exemplo disso são as romarias, as promessas, as novenas, a coroação, as imagens, as igrejas etc. Maria é tão importante para nós, católicos, que a chamamos de “Nossa Senhora”! Título que a coloca bem perto de Jesus, “Nosso Senhor”! Ora, a nossa prática de rezar a Maria traz problemas às Igrejas não Católicas! Dizem que não seguimos a Bíblia e que colocamos Maria em lugar superior a Deus! E se Maria é tão importante para Jesus e para a Igreja, por que a Bíblia dedica a ela tão pouco? O que a Bíblia fala de Maria? Maria na Bíblia: Panorama - As comunidades cristãs das origens fizeram todo um caminho de descoberta a respeito da figura de Maria, a mãe de Jesus. Neste artigo se busca apresentar com detalhes cada passo dado, especialmente nos Evangelhos. Apresentamos um “voo panorâmico”, no qual se possa perceber os traços mais importantes deste processo. Antigo Testamento: O AT fala algo de Maria? Os peritos em Bíblia estão de acordo neste ponto: não há nenhum texto no primeiro testamento, em que o autor teve a intenção explícita de fazer um anúncio antecipado sobre Maria. O que aconteceu é que, depois que Maria se tornou reconhecida na comunidade cristã, a partir do século 3, começou a ser feita uma releitura dos textos bíblicos. Ampliou-se o sentido original. Assim, algumas imagens e alegorias, como “a descendência da mulher que esmaga a cabeça da serpente” (Gn 3,15), passaram a ser compreendidas em relação à mãe de Jesus. Novo Testamento: Nos escritos de Paulo não há referência direta a Maria. Somente o texto de Gálatas 5,5 faz uma alusão à mãe de Jesus, ao falar que Deus “enviou seu filho, nascido de uma mulher”. No Evangelho de Marcos, o primeiro a ser escrito, Maria aparece no meio dos familiares de Jesus, sem qualquer destaque. Marcos, inclusive, coloca Maria entre os familiares que têm dificuldade em compreender Jesus! “Quem é minha mãe e meus irmãos?”... “Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe” (Mc 3,31-35 e 6,1-6). O evangelista mostra com clareza que, para Jesus, importa sobretudo uma nova família, não mais formada por laços de parentesco. A verdadeira família de Jesus será, de agora em diante, dos seus seguidores, ou seja, os discípulos e discípulas que fazem a vontade do Pai. Já Mateus acrescenta um dado novo. Ele prepara o anúncio da vida pública de Jesus com os “relatos de infância”. Nestes relatos, a figura principal é José, o justo que sempre age de acordo com o apelo de Deus. Assim, José acolhe a Maria como sua esposa e não tem relações íntimas com ela até o nascimento. José adota Jesus como seu filho, mesmo não sendo o pai biológico e protege a ambos dos perigos que surgem (2,14.21). Maria é apresentada como aquela que concebe pela ação do Espírito e está unida ao filho, como mostra a expressão “o menino e sua mãe”, repetida 5 vezes. Em Lucas, porém, Maria recebe um destaque maior. Muitas são as cenas, nos “relatos de infância”, em que ela aparece: Anunciação, visita a Isabel, cântico do Magnificat, nascimento de Jesus, apresentação no templo, profecia de Simeão e o desencontro no templo aos 11 anos. Aos poucos os cristãos foram descobrindo a importância de Maria no projeto de Jesus! No “Evangelho da Infância” ela é a discípula perfeita do Senhor! Podemos resumir os seguintes traços de Maria no 3º evangelista: A seguidora de Jesus, a peregrina na fé, o sinal da opção de Deus pelos pobres e a mulher contemplada pelo Espírito Santo.

Nos Atos dos Apóstolos, Maria está presente na Comunidade nascente e sobre ela desce o Espírito Santo no dia de Pentecostes. Ela é, portanto, membro atuante na Comunidade de Jerusalém (At. 1,14). Maria é figura do perfeito discípulo que ouve a Palavra de Deus, guarda-a no coração e dá frutos na fidelidade e perseverança. João completa o perfil de Lucas acrescentando duas outras características. Maria aparece no início da missão de Jesus – Bodas em Caná, e no momento derradeiro da vida de Jesus – no Calvário. Nos dois relatos, Jesus não a chama de “mãe”, e sim de “mulher”, como o faz com outras mulheres importantes, como a Samaritana e Madalena. No 4º Evangelho, portanto, Maria recebe destaque ainda maior! João responde à questão: Qual o lugar de Maria na missão de Jesus? (2,1-11). Como ela contribui na comunidade dos amigos de Jesus? Em Caná, Maria é apresentada como a “pedagoga da fé”, que orienta os servidores para “fazer tudo o que Jesus disser”. Ajuda a reunir os discípulos em torno de Jesus. No Calvário, Ela aparece junto com as mulheres e o discípulo amado, perseverante na fé. Por vontade de Jesus ela assume a missão de mãe da comunidade cristã, representada pelo “discípulo amado”, e a comunidade a acolhe como tal (19,26-27). O texto de Apocalipse 12 não é originalmente mariano. A mulher, revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas significa, em 1º lugar, a Igreja que já experimenta neste mundo os frutos da glorificação de Jesus. A Igreja também sofre os ataques das forças do mal na história; é frágil, vive no deserto (lugar de tentação e de encontro com Deus) e sente a solidariedade da Terra. Posteriormente, houve uma releitura do texto, dando-lhe uma conotação mariana. Ela se apoia no fato de Maria ser mulher e mãe do Messias. Nas comunidades cristãs do século 4º nasce assim a intuição de que ela participa, de forma singular, da glorificação que será concedida a todos os seguidores de Jesus. Pe. Daniel Balzan - Pároco Agradecimento: CPP 2008-2011 Maria, Modelo de Catequista Avaliação Bíblica / Agenda Paroquial Atividades Permanentes Mensagem do Vigário Paroquial Ordenação Episcopal: Dom Rubens Comunidades em Festa!!! Dia das Mães... Mês de Maria... Mãe Peregrina / Pastoral da Juventude “Beba com Moderação” Festa do Divino 2012 Festas de Agosto 2012 Álbum dos Ex-Festeiros (50) Expediente

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“...Faça algo a mais! Vir à Santa Missa é um dever do cristão e uma alegria também, mas quando termina a Missa, começa nossa missão!” (Página 04)

Na Bíblia Sagrada


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