Boletim Informativo "Igreja Viva e Peregrina" - Especial Natal 2020

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Edição Especial nº 24

Natal 2020 / Covid-19

O Primeiro Natal É Natal! A atmosfera natalina paira em todo lugar: comércio cheio, ruas movimentadas, rodovias congestionadas, gente em viagem... Correria da última hora para poder celebrar o Natal com a família e seus entes queridos. Tudo isso apesar da pandemia! Os técnicos em saúde pública pregam o distanciamento social, o uso da máscara e do álcool-gel. O povo parece que está em outro planeta; não escuta, ou se escuta se legitima para justificar seu procedimento. Parece ser um grito no deserto, não ouvido e pouco correspondido! Ora, este clima envolve a todos, inclusive a nós que buscamos cautela e prudência nesta hora em que a COVID-19 assola sua 2ª onda no Brasil afora. Como celebrar o Natal em clima de pandemia? O que esta festa realmente diz? Muitas são as perguntas que vêm à mente quando se fala do Natal! Muitas são as curiosidades. Certamente, tais festas nos encantam. Há nelas algo misterioso que contagia o ser humano! No entanto, pergunta-se: O que aconteceu no 1º Natal? Como ocorreu? Como foi celebrado? Se a Globo tivesse um repórter na época do Nascimento de Jesus o que teria publicado no Jornal Nacional? As informações sobre o Natal de Jesus provêm dos Evangelistas Mateus e Lucas. As informações são poucas, as quais foram revestidas de catequese pelos Autores bíblicos, a fim de comunicar uma mensagem iluminadora a seus ouvintes cristãos. São informações familiares às quais os Evangelistas tinham acesso; dados notadamente escassos, porém, genuínos cultivados por pessoas privilegiadas e testemunhas oculares. Aí, ambos os Evangelistas elaboraram seus relatos enfeitando-os com muita catequese e espiritualidade. Sua pretensão não era contar histórias, mas ensinar o significado daqueles gestos a seus ouvintes. Mas, voltando às perguntas acima: O que ocorreu no 1º Natal? Aliás, para o Evangelista Lucas, o 1º Natal aconteceu na hora em que Maria deu o seu “Sim” ao Anjo: “Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1,38). Maria, como “serva do Senhor” se torna, assim, a primeira cristã e a partir daquele momento começa a proclamar a Boa Nova ao seu redor (Lc 1,4655). Sendo “Serva” e “Serva Obediente”, Maria se sente favorecida e agraciada como mulher (Lc 1,28.48). E mais ainda, guardava essas coisas em seu coração (Lc 2,19.51). Foi a partir do seu “sim” que aconteceu o 1º Natal. E a experiência deste 1º Natal foi silenciosamente experimentada por Maria, José e algumas outras pessoas entre as quais Isabel e Zacarias! Nas duas famílias, algo extraordinário estava acontecendo, longe do barulho das grandes cidades, porém, vivo nos corações de quem acreditava. Os conhecedores dos fatos eram poucos! Foi no mais perfeito silêncio que aconteceu o Natal em Belém! Foi como que no anonimato que se deu o 1º Natal, percebido somente por pessoas simples, pastores vigilantes e atentos aos acontecimentos. Foi a eles que o recado foi dado: “Nasceu para vós o Salvador, que é o Cristo Senhor! Encontrareis um recém-nascido, envolto em faixas e deitado numa manjedoura” (Lc 2,11-12). O anúncio foi tão discreto que um repórter da Globo não teria notado para colocar no Jornal Nacional! E este 1º Natal permaneceu silencioso até que Jesus terminasse seu Ministério Público, morresse na Cruz e ressuscitasse! Foi depois da Ressurreição que os cristãos foram perguntando a seus Evangelistas quem era Jesus, o que ele fez e como tinha nascido! Foi a partir da Ressurreição que os textos natalinos foram inseridos nos Evangelhos! Por ocasião do nascimento em Belém, Maria foi incorporando os novos irmãos e irmãs do Recém-Nascido: “Minha mãe e meus irmãos são estes aqui, que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8,21). A mesma coisa fez Mateus quando inseriu a presença de Sábios seguindo uma estrela a partir do Oriente. Uma conjunção de astros foi sendo seguida desde o Oriente por alguns sábios. Era a aproximação de Saturno e Júpiter. Na cultura persa, Júpiter era considerado o rei do universo. Este ia ao encontro de Saturno, o astro dos Judeus. Assim, esses sábios decifravam a seguinte interpretação: no país dos Judeus (Saturno) nasceu um rei soberano (Júpiter). Em outras palavras, por trás da simplicidade das cenas natalinas, os Evangelistas já revelam os grandes temas a serem trabalhados em seus escritos. Os contos do Natal são como que uma introdução àquilo que os Autores Bíblicos intencionam desenvolver em seus Evangelhos. Os pastores, a manjedoura, o burro e o boi, o estábulo, a estrela, os Sábios do Oriente, o Rei Malvado, a fuga para o Egito e tantas outras coisas singelas, são como que pequenos sinais (“setas”) daquilo que o evangelista irá expor posteriormente em seu Evangelho! Necessário é continuarmos falando do presépio, da manjedoura, dos pastores, do canto dos anjos, da estrela e dos Santos Reis. Natal é a Grande Visita; o Grande Presente, a Visita de Deus à Humanidade, o significado do Planeta Terra na imensidão do Universo! Somos demasiadamente pequenos e, no entanto, o Todo Poderoso escolheu uma manjedoura para revelar-nos seu Amado Filho! Feliz Natal para todos! Pe. Daniel Balzan - Pároco


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