Informativo Interno nº 202 - junho de 2017
Encontro marca lançamento de coleção bibliográfica sobre desigualdade
Ampliação da rede de serviços dos campi: papelaria, posto de atendimento bancário e lanchonete UFABCiência: Pesquisa estuda a caracterização dos vírus da dengue circulantes em Marília/SP durante epidemia EdUFABC divulga o livro 'O Petróleo no Brasil: exploração, capacitação técnica e ensino de geociências (1864-1968)' 2ª Ocupação Artística da UFABC: exposição do artista Bruno Novaes na Biblioteca do Campus Santo André Saiba mais sobre as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs)
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
Encontro marca lançamento de coleção bibliográfica sobre desigualdade A realização de uma mesa de debates no dia 1º de junho marcou o lançamento dos livros digitais da série Desigualdade Regional e as Políticas Públicas. O encontro ocorreu no Auditório A2 do Bloco Beta no Campus São Bernardo e teve como integrantes os professores Artur Zimerman (coordenador), Ana Claudia Polato e Fava, Diego Sanches Corrêa, Gerardo Alberto Silva e Ivan Filipe Almeida Lopes Fernandes. As apresentações destacaram aspectos vinculados à desigualdade, passando pela economia, questões de gênero, transferência de renda, regionalidade e democracia. A criação da plataforma de acesso às publicações é resultado do projeto de extensão Desigualdade Regional e as Políticas Públicas, organizado na UFABC pelo professor Zimerman desde 2012. Neste ano, são ofertados gratuitamente 11 títulos que tratam da desigualdade em temas como: educação, pesquisa, economia, ações afirmativas, saúde, violência, imigração e trabalho rural. Os livros estão disponíveis no endereço eletrônico portal.biblioteca.ufabc.edu.br/publicacoes.
Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
Com a palavra: Prefeitura Universitária Ampliação da rede de serviços dos campi e coloridas; plotagens, digitalizações e cópias em grandes formatos; encadernações em espiral e capa dura; plastificações; banners; camisetas e adesivos personalizados; entre outros. A previsão de inícios das atividades é o dia 13/6/2017, no Campus Santo André (Bloco L). A área para instalação de posto de atendimento bancário e de terminais de caixas eletrônicos foi objeto da Concorrência nº. 03/2017, vencida pelo Banco Bradesco S.A, que pagará pela utilização da área um valor mensal de R$ 12.825,00. O contrato prevê um posto de atendimento bancário no Campus Santo André (Bloco L) e um caixa eletrônico no Campus São Bernardo do Campo (Bloco Alfa I). O início das atividades está previsto para a próxima semana e será divulgado à toda a comunidade. As empresas vencedoras das referidas concorrências serão responsáveis pela segurança, limpeza, manutenção, dedetização e despesas com consumo de água, gás GLP e eletricidade de suas respectivas áreas de concessão. Nas próximas edições, traremos mais informações sobre os serviços disponibilizados à comunidade. Prefeitura Universitária
Fotos: Raquel Cid
Visando aprimorar a rede de serviços presentes no ambiente universitário, disponibilizados principalmente ao público interno da UFABC, foram concluídos os processos para instalação de papelaria, posto de atendimento bancário e lanchonete. Nos três casos, foram realizadas concessões onerosas de espaço público, sob a modalidade de concorrência, conforme a Lei 8.666/1993. As obras de instalação já foram iniciadas. A área para instalação de lanchonete foi objeto da Concorrência nº. 01/2017, cuja vencedora foi a empresa Memorial Café e Lanches Ltda. - ME, que pagará pela utilização da área um valor mensal de R$ 12.849,00. Serão disponibilizadas duas unidades: uma no Campus Santo André (Bloco L) e outra no Campus São Bernardo do Campo (Bloco Alfa 2). O início das atividades está previsto para o dia 3/7/2017. A área para instalação de papelaria, livraria, reprografia e atividades afins foi objeto da Concorrência nº. 02/2017, cuja vencedora foi a empresa Copymooca Serviços Reprográficos Ltda. - EPP, que pagará pela utilização da área um valor mensal de R$ 1.900,03. Serão oferecidos serviços de papelaria; cópias e impressões em preto/branco
Prefeitura Universitária
Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
UFABCiência Pesquisa de doutorado estuda a caracterização epidemiológica e molecular dos vírus da dengue circulantes em Marília/SP, durante epidemia ocorrida em 2007 UFABCiência - Qual o tema da sua pesquisa? Andréia: Caracterização epidemiológica e molecular dos vírus da dengue circulantes no município de Marília/SP, durante uma epidemia ocorrida no ano de 2007. UFABCiência - Por que escolheu estudar esse tema? Andréia: A dengue é uma doença com características epidemiológicas regionais específicas. Portanto, o conhecimento da caracterização das variantes genéticas dos vírus causadores da doença e sua relação com o perfil hematológico da população acometida pode trazer um benefício adicional na implementação das atividades de manejo das epidemias. UFABCiência - Como realizou? Andréia: Durante a epidemia de dengue ocorrida no município de Marília/SP, no ano de 2007, foram colhidas amostras de sangue total de indivíduos com suspeita clínica e epidemiológica de dengue para acompanhamento hematológico (contagem de leucócitos e plaquetas, bem como porcentagem de linfócitos atípicos). O plasma foi obtido de tais amostras e mantido a 70°C, até a realização de testes adicionais. Entre os anos de 2013 e 2016, foi pesquisada no plasma a presença do antígeno NS1 viral, por meio de ensaio imunoenzimático. Os dados hematológicos e demográficos (idade, gênero e dia de atendimento) foram analisados, estatisticamente, como preditores para o diagnóstico sorológico positivo para o vírus da dengue. Para os casos positivos foi realizada a detecção viral por PCR e sorotipagem viral por Nested-PCR, utilizando como alvo o gene que codifica a junção das proteínas estruturais do capsídeo e pré-membrana (C/prM), de acordo com
Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
a metodologia proposta por Lanciotti et al (1992). Os amplicons positivos foram sequenciados pelo método de Sanger e a especificidade dos sorotipos foi analisada comparativamente com aquelas depositadas no banco de dados (GenBank) do NCBI (http://ncbi.nlm.nih.gov), por meio do programa algoritmo BLAST (Basic Local Alignment Search Tool). Adicionalmente, foi realizada a reconstrução filogenética de máxima parcimônia, para inferência da origem geográfica dos sorotipos circulantes durante a referida epidemia. UFABCiência - Quais foram os resultados alcançados? Andréia: O estudo comparativo das características hematológicas e demográficas dos pacientes com a presença de antígeno NS1 de vírus da dengue nas amostras revelou a seguinte associação: aumento de linfócitos atípicos, tanto para os casos positivos quanto para os negativos, além de significante redução na contagem de leucócitos e plaquetas para os casos positivos (medianas: 3.715 leucócitos/mL e 134.896 plaquetas/mL). Para os casos negativos, as medianas foram: 6.760 leucócitos/mL e 223.872 plaquetas/mL. Esse padrão hematológico foi conservado durante o todo o período estudado (7 de março a 4 de junho de 2007), demonstrando que, uma vez determinado nas primeiras fases de uma epidemia de dengue, esse possa ser usado para implementar medidas de diagnóstico de novos casos, bem como no controle e tratamento dos doentes em todo o restante do período. A detecção e identificação do sorotipo viral revelou a co-circulação do sorotipo 1 (33% das amostras) e do sorotipo 3 (67% das amostras). A reconstrução filogenética indicou que a população
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
de vírus do sorotipo 1 provavelmente originouse da Região Norte do Brasil, por apresentar pouca variabilidade genética e alta similaridade com amostras de indivíduos de Belém do Pará, isoladas no mesmo ano. A população de vírus do sorotipo 3 apresentou maior variabilidade genética, provavelmente devida à microevolução na própria região, visto que as amostras de Marília/ SP apresentaram alta similaridade com amostras de vírus isoladas de indivíduos da Venezuela, no ano de 2001. Os dois sorotipos mostraram padrões hematológicos distintos: com o aumento de linfócitos atípicos, houve uma significante maior leucopenia na população de sorotipo 3 e uma tendência a maior diminuição de plaquetas em amostras com o sorotipo 1.
PERFIL
UFABCiência - Quais as dificuldades encontradas? Andréia: Os dados epidemiológicos exibidos nas páginas oficiais da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo muitas vezes são de acesso restrito, impossibilitando a obtenção de
informações completas sobre, por exemplo, quais sorotipos virais estão circulando em determinadas regiões. UFABCiência - Deixe uma frase que sintetize a importância da contribuição da sua dissertação para o universo científico e o cotidiano das pessoas. Andréia: Os padrões hematológicos dos pacientes com diagnóstico clínico de dengue mostraram-se, estatisticamente, bons preditores para o diagnóstico sorológico positivo para o vírus da dengue. A ocorrência de modificações em tais padrões, ao longo de uma epidemia, pode determinar a circulação de outras doenças sazonais com sintomas semelhantes ao vírus da dengue.
Andréia Moreira dos Santos Carmo Doutora em Biossistemas (UFABC), Mestre em Ciências (Secretaria de Estado da Saúde), Bacharel em Ciências Biológicas (Fundação Santo André), Pesquisadora científica do Instituto Adolfo Lutz, com atuação no Núcleo de Ciências Biomédicas do Centro de Laboratório Regional Santo André VIII.
ProEC Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
Drielli Peyerl Graduou-se em História - Bacharelado (2007) e Geografia - Licenciatura (2012) pela Universidade Estadual
O Petróleo no Brasil: exploração, capacitação técnica e ensino de geociências (1864-1968)
de Ponta Grossa (UEPG). Concluiu o
Drielli Peyerl
professora visitante/pesquisadora na
A indústria do petróleo nasceu muito tardiamente no Brasil, mesmo quando comparada à de outros países da América Latina. A emergência dessa atividade produtiva no país ocorre em consequência da persistência de atores nacionais, públicos e privados, que apostaram no potencial geológico do Brasil. Nessa trajetória singular evidenciase, também, que a institucionalização das geociências ocorre a reboque da atividade produtiva. Foi quando o Estado brasileiro empenhou-se em desenvolver
Mestrado em Geografia (2010) pela UEPG e o Doutorado em Ciências (2014) pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Atuou como Oklahoma State University, Estados
a atividade petrolífera no país, por meio da criação do Conselho Nacional do Petróleo (1938) e, posteriormente, da Petrobras (1953), que ficou evidente a ausência de recursos humanos qualificados no campo das geociências no Brasil. Esse último aspecto é particularmente impressionante em um país de dimensão continental e de tantas riquezas minerais. Essa experiência ímpar é descrita de forma cativante e magistral por Drielli Peyerl. A autora retoma essa história desde os albores da indústria do petróleo, em 1864, até o final dos anos 1960, quando a Petrobras realiza os seus primeiros avanços na produção offshore. O caso brasileiro ilustra claramente a tese de que o progresso na formação de recursos humanos e, posteriormente, na pesquisa, somente se deu, em nosso país, em decorrência de um projeto explícito de desenvolvimento. De fato, foi a partir do imperativo da industrialização, e da decorrente expansão da demanda interna de derivados de petróleo, que surgiu a necessidade de produção de petróleo em solo nacional. Contudo, foi apenas com a expansão da indústria do petróleo no país que se consolidou a necessidade de formação de recursos humanos qualificados, contribuindo
Unidos, entre agosto de 2015 e julho de 2016, lecionando na matéria de História da Energia. Atualmente, realiza pós-doutorado no Departamento de Política Científica e Tecnológica da Unicamp.
para a sedimentação da ciência geológica no Brasil. Nesse sentido, a Petrobras teve um papel decisivo na criação dos primeiros cursos de geologia do país, cabendo-lhe exercer a função de agência de fomento na institucionalização dessa disciplina. Acompanhe a entrevista concedida por Drielli Peyerl em https://youtu.be/Y_do5tnhvjc LANÇAMENTO DE LIVROS DA EDITORA DA UFABC LOCAL UFABC, Campus São Bernardo do Campo, Bloco Beta, Auditório 1 DATA 9/6/2017 - 16h OBRAS - Alocações, Estabilidade e Otimização - Louis Couty e o Império do Brasil - Histórias das Ciências, Epistemologia, Gênero e Arte - O Petróleo no Brasil
VISITE NOSSO SITE: editora.ufabc.edu.br
- A Democracia reduz a Desigualdade Econômica? - História de Ribeirão Pires - Base da Mecânica dos Sólidos Elásticos com Elementos Finitos
EdUFABC Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
Bruno Novaes é o artista da 2ª Ocupação Artística da UFABC, na Biblioteca do Campus Santo André Quem não se lembra dos livros, cadernos e apostilas usados durante o ensino fundamental? Esse primeiro contato com a educação formal é algo que fica na memória emocional de quase todo mundo. Para Bruno Novaes, o ambiente escolar e seus materiais representam mais do que uma memória afetiva: são um espaço de inspiração e trabalho, já que é lá que passa quase metade do seu tempo, dividindo-se entre as profissões de educador e artista visual. Bruno Novaes, que é de São Caetano do Sul, é o artista convidado da 2ª Ocupação Artística da UFABC, ação da ProEC que, mais uma vez, conta com a parceria do Sistemas de Bibliotecas da UFABC. Com a obra "Apostilas de ciências: ensino fundamental", Novaes traz à tona, de forma ilustrada e altamente contemporânea, a discussão a respeito das possibilidades de desenvolvimento do corpo humano e da questão da identidade de gênero. O subtítulo da obra (ensino fundamental) chama a atenção por sua proposital ambiguidade. A temática da identidade de gênero e da transexualidade é, reconhecidamente, uma aprendizagem social fundamental, sendo inclusive reconhecida pela OMS como um dos determinantes sociais para a qualidade da saúde. Nesse sentido, Bruno alerta acerca da importância de incluir essa pauta na educação formal da população brasileira. Segundo o Ministério da Saúde, a identidade de gênero é a expressão de uma identidade construída a partir de como a pessoa se reconhece
e/ou se apresenta, podendo ou não corresponder ao seu corpo biológico, além de não envolver, necessariamente, modificação da aparência e/ou do corpo. Identidade de gênero, no entanto, não deve ser confundida com orientação sexual: a primeira refere-se a como a pessoa identifica-se (masculino e/ou feminino), enquanto a segunda está ligada a como a pessoa relaciona-se sexual e afetivamente. O governo federal, por meio da Portaria nº 2.836, de 1º de dezembro de 2011, instituiu a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, garantindo às mulheres, aos homens e às travestis o direito à saúde integral, humanizada e de qualidade no Sistema Único de Saúde (SUS). "Apostila de ciências" ocupa os quase 25 metros da Biblioteca do Campus Santo André e é uma das obras de Bruno que mais tem ganhado destaque no circuito de artes – está, atualmente, no 45º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, em Santo André, e foi recentemente adquirida para o acervo do Museu da Diversidade de São Paulo, onde ficará em exposição até o final de 2017. Para Novaes, a Ocupação Artística da UFABC destaca-se por permitir que artista e obra fiquem frente a frente pela primeira vez, já que, na Ocupação, os desenhos estão em escala real, diferente do que ocorre em outros espaços. Confira a entrevista com Bruno Novaes:
1 - Bruno, você é um artista extremamente jovem e já com uma produção de destaque. Poderia contar para a comunidade da UFABC como foi a sua trajetória de formação e suas influências como artista? Formei-me em Design, mas sempre trabalhei com ensino de arte. Fui fazer minha licenciatura em arte/educação alguns anos depois de graduado, quando decidi entrar para o ensino formal. Os dois cursos fiz na Belas Artes, em São Paulo. Terminando a licenciatura, emendei a especialização em artes visuais, na UNESP. Durante a pós-graduação, fui montando uma espécie de matriz curricular livre em arte. Oficinas
Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
e cursos em várias técnicas e linguagens, em diferentes espaços culturais de São Paulo e do ABC. Uma experiência excelente foi participar de grupos de acompanhamento com artistas consolidados, para poder trocar informações e práticas. A produção em artes visuais costuma ser muito solitária e essas trocas foram e são muito ricas. Sobre minhas influências, posso dizer que são as mais diversas, não só em artes visuais, mas também na canção brasileira e na literatura. Poderia citar Leonilson, Egon Schiele, Lucian Freud, Chico Buarque, Maria Bethânia e Guimarães Rosa, para não me estender. 2 - Sua obra "Apostila de Ciências" está bastante destacada, não? Além da UFABC, ela está no 45° Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto, em Santo André, e em breve estará no Museu da Diversidade de São Paulo. Poderia contar para a gente como você concebeu esse trabalho e qual a mensagem que você gostaria de passar com ele? Minha produção está muito voltada a questões do âmbito escolar, de identidade, ficção/ realidade, e quase sempre precisam passar por mim para acontecer. É como se eu precisasse experienciar com o meu próprio corpo aquilo que depois se materializa. Vivo no ambiente escolar metade do meu tempo, dividindo-me entre lá e o meu ateliê. Documentos, assuntos, temas, objetos, pessoas desse universo costumam ser ressignificados em meus trabalhos. Com Apostila de ciências não foi diferente. De repente, olhando para esse assunto, inclinado para debates sobre sexualidade e gênero, percebi essa possibilidade. Fiz os desenhos em página dupla com caneta nanquim, que formam o políptico que está no Salão de Santo André. Para mim, esse trabalho precisa acontecer também na reprodutibilidade. Então, lá também existem livretos e folhas de atividade para que o público leve. Quando saiu a seleção para o Museu da Diversidade (SP), fiz uma segunda edição, dessa vez um díptico (com dois modelos de puberdade em cada), já que o trabalho foi comprado para o acervo da instituição. E, mais uma vez, existem impressões em outro formato para serem distribuídas. Aqui na Ocupação, com o desafio de fazer os desenhos saírem do
Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
formato escolar e pertencerem a uma parede de 25 metros, acredito que a urgência dessa discussão fica escancarada. Penso que reflexões sobre o quanto falamos sobre esse assunto, como educamos, como aprendemos, o que mudou e o que ainda precisa mudar, sejam os ‘ensinos fundamentais’ desse trabalho. 3 - A UFABC é uma universidade interdisciplinar e inovadora, que tem como missão ser a universidade do século XXI. Nesse contexto, e sendo você um educador, como você enxerga a questão dos debates sobre gêneros e sexualidade entre os mais jovens, especialmente os estudantes? As discussões sobre esse assunto estão realmente ampliadas ou ainda precisam evoluir? Eu vejo que o assunto é muito mais abordado do que era quando eu era estudante na escola. Existe sim essa abertura (pelo menos na minha realidade de professor) para que possamos conversar, debater, refletir sobre essas questões. Infelizmente, sabemos que não é a realidade de todos. As discussões precisam ser ampliadas e, consequentemente, naturalizadas, para que aprendamos a conviver com a diversidade e a pluralidade. Mas, mais que evoluir, não podemos de modo algum regredir. Uma visão conservadora e controladora não pode adentrar e dominar o âmbito educacional. Não combina com esse espaço. Não no nosso século. Não na contemporaneidade. A educação deve abrir possibilidades e não limitá-las. 4 - Como está o panorama da arte na região do ABC, na sua opinião? Percebo que, além do Salão de Santo André, já tradicional no cenário brasileiro, as pinacotecas de São Caetano do Sul e São Bernardo do Campo estão montando exposições de artistas que também participam do circuito de São Paulo. Isso traz um enriquecimento e uma aproximação do público com a arte contemporânea, o que é ótimo. Não fica aquela segmentação de “artistas do ABC” e “artistas de SP”, porque, na verdade, nós que estamos nos dois lugares percebemos que é um só: a arte. A Oma, que está apoiando a Ocupação na UFABC, também é responsável por essa quebra de fronteira, ao participar das
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
feiras na capital e também no Rio de Janeiro, por exemplo. Vejo público, artistas e curadores de São Paulo vindo para exposições aqui no ABC, e isso é muito bom. 5 - No Brasil, infelizmente, ainda estamos engatinhando em ações que valorizem, de forma permanente, a arte, a cultura e o trabalho de artistas. A Ocupação Artística tem como objetivo aproximar a arte dos jovens artistas do ABC do público da Universidade, pois entendemos que a cultura faz parte da formação cidadã, independente da área de estudo dos nossos alunos e alunas. Como artista e educador, você poderia falar um pouco mais sobre a importância da arte e da cultura na vida das pessoas? Essa é uma pergunta bem interessante. Dá um livro, uma tese ou uma palestra. Eu vou tomar por base a cultura como algo que vai além daquela definição erudita, mas que abrange a produção quase que “primitiva” que nós fazemos – nós enquanto humanos na história. A arte e a cultura são registros da nossa existência. A gente conhece historicamente, culturalmente, os povos antepassados, pelo que eles deixaram, pelo que produziram. Lembro do Oscar Wilde dizendo que, antes de qualquer retrato que um artista pinta, há um autorretrato.
Serviço: O quê? Exposição "Apostila de Ciências: ensino fundamental", de Bruno Novaes.
Onde e quando? Abertura no dia 8 de junho, às 17 horas, na Biblioteca do Campus Santo André. Fica até 30 agosto de 2017.
Acredito que olhar para o que fazemos ajuda a nos conhecermos melhor, assim como olhar para o outro é olhar para o que o outro faz. Conhecemos os outros, que estão conosco, no nosso tempo. De novo citando Oscar Wilde: se para ele é importante que a arte seja inútil, eu acrescento que, talvez, essa inutilidade seja totalmente necessária, da qual precisamos por precisar, por existir, para fazer e ser. 6 - Por fim, faça um convite à comunidade para que conheçam mais o seu trabalho e para que visitem a sua Ocupação Artística na UFABC! Aqui na ocupação, a gente pode ver um desdobramento do trabalho Apostila de ciências: ensino fundamental feito especificamente para este espaço. Foi um desafio sair do formato escolar e pequeno em que costumo trabalhar. Mas foi muito interessante e compensador ver esses corpos e esse assunto numa escala humana. Agradeço o convite da UFABC e da Oma Galeria, pois se não fossem esses 25 metros de parede, talvez não conseguisse ficar frente a frente com esses desenhos. Para quem quiser saber mais sobre esse trabalho, ou conhecer outros trabalhos e projetos que venho desenvolvendo, basta conferir no meu site: brunonovaes.com
- Museu da Diversidade Sexual (Estação República do Metrô): até dezembro de 2017. - 45º Salão de Arte Contemporânea Luiz Sacilotto (Praça IV Centenário, s/n, Santo André): até 24 de junho de 2017.
Saiba mais em: proec.ufabc.edu.br e brunonovaes.com Fonte dos dados: h t t p : / / b v s m s . s a u d e . g o v. b r / b v s / publicacoes/cuidar_bem_saude_ populacao_trans.pdf
Entrada gratuita e aberta ao público. Censura 12 anos.
Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
ProEC
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) Plantas alimentícias são aquelas que contêm uma ou mais partes aptas ao consumo humano, como raízes, tubérculos, bulbos, talos, folhas, brotos, flores, frutos e sementes. Normalmente, incluemse nesse grupo as plantas utilizadas como temperos. As Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANCs) são plantas não consumidas regularmente por grande parte dos indivíduos. Geralmente, as pessoas desconhecem o potencial alimentício de espécies vegetais silvestres e “daninhas”. Dessa forma, é importante obter informações sobre as espécies identificadas para o consumo humano e como prepará-las.
Receita: Salada da horta
A alimentação atual é baseada em um número limitado de espécies vegetais, produzidas por meio da agroindústria. A biodiversidade apresentada pelo grupo das PANCs poderia ser mais bem utilizada pela população. Alguns exemplos de PANCs: crepe-do-Japão, hibisco, pitangueira, picão, azedinha, primavera, serralinha, dente de leão, quebra pedra verdadeiro, caruru, beldroega, quebra pedra rasteiro, trapoeraba roxa, ora-pro-nobis, flor de ipê amarelo, tamarindo, cebolinha, tansagem, trapoeraba azul, araçá, coentro bravo e beijo turco.
DICA
Ingredientes: capuchinha, azedinha, hortelã e limão siciliano. Modo de Preparo: - Pique a azedinha em tirinhas; - Disponha a azedinha e a hortelã num prato de saladas; - Decore com a capuchinha e tempere com limão siciliano;
* Lembre-se que a flores de capuchinha
são comestíveis.
Como higienizar legumes, verduras e frutas
1. Retirar a sujeira aparente; 2. Retirar as partes deterioradas; 3. Lavar em água corrente folha
a folha (verduras) e um a um (frutas e legumes);
4. Imergir
as folhas em solução com hipoclorito de sódio por 15 minutos: 1 colher de sopa de hipoclorito de sódio para cada litro de água;
5. Enxaguar em água corrente. Referências: Kinupp VF, Barros IBI. Levantamento de dados e divulgação do potencial das plantas alimentícias alternativas no Brasil. Horticultura Brasileira. Julho 2004; 22(2): Suplemento.
Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
ProAP
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
Auditorito
O que a AudIn tem a ver com a gestão de riscos?
Olá, pessoal! No Comunicare passado, comprometemo-nos a continuar falando sobre a gestão de riscos, os itens de uma boa política de gestão de riscos, suas diretrizes e como cada um de nós pode (e deve) fazer parte disso.
Pois bem, como visto, a Instrução Normativa nº. 01/2016 veio fortalecer a gestão da UFABC e conscientizar-nos sobre a importância da gestão de riscos. Aí, você pode se perguntar: se somos nós, gestores e servidores, que lidamos com os processos e procedimentos diários que resultam na excelência da gestão, qual o papel da AudIn nisso tudo? Por que estamos aqui sempre recordando da importância desses itens? UFABC
A resposta é trazida pelo próprio normativo federal: a IN esclarece que a auditoria interna é uma atividade independente e objetiva de avaliação e de consultoria, desenhada para adicionar valor e melhorar as operações de uma organização. Ela auxilia a organização a realizar seus objetivos, a partir da aplicação de uma abordagem sistemática e disciplinada para avaliar e recomendar a melhoria da eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, de controles internos, de integridade e de governança.
As auditorias internas, no âmbito da Administração Pública, constituemse na terceira linha ou camada de defesa das organizações, uma vez que são responsáveis por proceder à avaliação da operacionalização dos controles internos da gestão. A primeira linha ou camada é a executada por todos os níveis de gestão dentro da organização, ou seja, todas as pessoas em suas diferentes atividades; a segunda linha ou camada de defesa é a executada por instâncias específicas, como comitês de risco e grupos específicos criados com esse intuito. Assim, compete à AudIn oferecer avaliações e consultoria à alta administração e às demais camadas de defesa da UFABC, destinadas ao aprimoramento dos controles internos, de forma que controles mais eficientes e eficazes mitiguem os principais riscos que possam afetar o alcance de seus objetivos institucionais. Agora que já sabemos o papel da AudIn e que ela está aí para nos ajudar com nossos controles e evitar riscos negativos aos nossos objetivos institucionais, que tal falarmos, na próxima edição, sobre as diretrizes que cada um nós deve seguir para conseguir colocar em prática essa tal gestão de riscos? Espero vocês no próximo Comunicare, para continuarmos esse papo. Até lá! Auditorito
Auditoria Interna
Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
Além dos jornais e revistas já apreciados por alguns colegas na hora do almoço, temos, nas bibliotecas dos campi Santo André e São Bernardo do Campo, o acervo de literatura – que não para de crescer –, bem como a filmoteca – um sucesso de empréstimos nos fins de semana! Quer mais um motivo para nos visitar? A partir desta edição do Comunicare, uma vez por mês, contaremos com a colaboração de servidores que são fiéis usuários das bibliotecas, para que se envolvam na indicação de tramas de livros e filmes de nosso acervo! Veja a primeira contribuição para a coluna EnTrame-se!
A garota dinamarquesa1 Trata-se de um filme lançado em 2015, que levou Eddie Redmayne a concorrer ao Oscar 2016 de melhor ator, ao encarnar o pintor dinamarquês Einar Wegener. A trama se passa no começo dos anos 20 e narra a história do casal de pintores Gerda Wegener e Einar Wegener, artista que enfrenta todos os seus medos interiores para se transformar em Lili. A história real do pintor é contada de maneira delicada, já que se trata de um assunto que traz à baila um debate muito em voga ainda em nossos dias: a transexualidade. O enredo mostra como um homem, no começo do século, tem os mesmos medos e sofre com o preconceito e as dificuldades de ser aceito em seu novo modo de se apresentar à sociedade. Nesse caso, ele tinha ao seu lado a esposa, tão ou mais talentosa que ele, oferecendo-lhe o esteio para fazer as mudanças necessárias ao seu novo estilo de vida. Apesar de não entender essa realidade a princípio, ela o acolhe com toda a dignidade que lhe é possível, tentando compreendê-lo como ser humano em sua essência e ignorando os códigos sociais da época. O ator tem uma atuação carismática e muito sensível, quebrando tabus nessa história comovente, que, apesar de ter acontecido há tanto tempo, tem um frescor de atualidade. Uma película que recomendo a quem quiser saber mais sobre como retirar um dos véus dos preconceitos, que nos cobrem a visão limitada pelo desconhecimento do diferente.
Esta indicação é da Mara Lúcia Almeida, técnica administrativa que trabalha na ProAP, fiel usuária da Biblioteca de SBC.
1
Reino Unido; Estados Unidos; Dinamarca: Universal Pictures, 2015.
Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 202 – junho de 2017
Você já foi à Biblioteca hoje? Quer ser o próximo a indicar um livro ou um filme do nosso acervo? Vá a uma das nossas bibliotecas, ative seu cadastro, faça seus empréstimos e envie-nos um texto contando o que você achou! Envolva-se! EnTrame-se! Anote o e-mail para recebimento da sua indicação: servicos.biblioteca@ufabc.edu.br
Biblioteca
Expediente Produção Assessoria de Comunicação e Imprensa Edição, Redação e Revisão Alessandra de Castilho, Camila Binhardi Natal, Maria Eunice R. do Nascimento, Mariella Mian, Vinicius Rodrigues Alves Editoração Edna A. Watanabe, Felipe F. Lessa, Isabel B. L. Franca, Vanessa S. Ferreira https://www.facebook.com/ufabc
https://twitter.com/ufabc
Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br
@ufabc
https://www.youtube.com/user/ufabcvideos