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Informativo Interno nº 207 - agosto de 2017

Editorial: A missão da Universidade em tempos de crise

UFABC libera o uso dos banheiros de acordo com a identidade de gênero

ProAP reformula site e adequa-se à identidade visual do Portal da UFABC

Formação e capacitação da Brigada de Incêndio Editora divulga o livro 'Entre a geografia e o patrimônio: estudo das ações de preservação das paisagens paulistas pelo Condephaat (1969-1989)' Auditorito: a importância da transparência ativa em todas as áreas e processos da UFABC


Informativo Interno da Fundação Universidade Federal do ABC nº 207 – agosto de 2017

A missão da Universidade em tempos de crise

Os cinco reitores da UFABC, de 2005 até hoje, escrevem para o Jornal da Ciência: “Diferentes opiniões políticas no cenário nacional ou institucional não devem impedir que as Universidades cumpram a sua missão de educar e de produzir conhecimento”

O Brasil está passando por uma das piores crises econômicas e políticas da sua história. Esta crise traz consequências que invadem os lares e as instituições brasileiras, onde deixam sequelas que vão muito além das econômicas. Os danos imediatos da crise econômico-financeira para a educação superior e a ciência e tecnologia do Brasil são severos e podem atrasar o desenvolvimento do País – inclusive seu desenvolvimento econômico – por muitos anos. Cortes na educação e na ciência podem, no curtíssimo prazo, levar a alguma economia de recursos, mas ao mesmo tempo secam as sementes de uma futura recuperação mais duradoura e vigorosa. Essa perspectiva é muito grave. Em paralelo, outra ameaça às instituições brasileiras, menos óbvia que a econômica e no mínimo igualmente nociva, está em curso: a degradação crescente das relações humanas na sociedade, onde a substituição do diálogo pelo ódio ameaça deixar sequelas que permanecerão mesmo após a futura superação da crise econômico-financeira. Um fator agravante, não presente em crises anteriores dessa magnitude, é dado pelas mídias sociais que amplificam as manifestações de ódio e intolerância, seja pela replicação seletiva de apenas um ponto de vista, seja pelo quase anonimato da comunicação eletrônica, aumentando ainda mais as barreiras para o diálogo e para a busca de soluções construtivas. A crise das relações humanas se manifesta inclusive e especialmente no seio da comunidade acadêmica. Em períodos de crise, é fundamental que as Universidades se mantenham fieis à sua missão, servindo de refúgio ao pensamento crítico, sem permitir que ele seja sufocado pelo alarido das redes sociais nem pelos monólogos e imprecações das facções em conflito na luta pelo poder. A Universidade não é trincheira ideológica e político-partidária. Tampouco é um abrigo para se expressar opiniões pessoais ou mesmo coletivas sem fundamento científico. Na UFABC, instituição pela qual tivemos ou ainda temos responsabilidade como dirigente máximo, assim como em muitas outras Universidades, o clima de confronto social encontra terreno livre para se estabelecer, por serem espaços socialmente abertos e ambientes incentivadores do contraditório, como devem ser. Assim, as Universidades podem servir como sistema de alerta precoce para detectar ameaças à sociedade como um todo. Durante a ditadura militar, algumas Universidades brasileiras tiveram um papel de refúgio para o pensamento crítico, que se encontrava interditado nos meios de expressão da sociedade civil, tais como a imprensa, a arte e a literatura. A importância desse papel ficou

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evidente no período da redemocratização, pois a Democracia não pode prosperar sem a prática da reflexão apoiada no diálogo racional entre cidadãos. Durante toda a história da civilização, Universidade e Democracia têm evoluído em conjunto, uma instituição dando impulsos e sustentação à outra, construindo assim um conjunto de valores acadêmicos, humanos e civilizatórios. Os valores acadêmicos incluem as liberdades para pensar, falar, ensinar e pesquisar, a tolerância com quem usa essas mesmas liberdades para obter e divulgar conclusões diferentes, a colaboração e confiança mútua além das barreiras físicas e mentais, a apreciação pelo conhecimento científico, e a prevalência do mérito sobre o corporativismo e da excelência sobre a conveniência. Com base nesses valores construiu-se, em um processo que levou centenas de anos, o conhecimento humano que sustenta a sociedade moderna. Diferentes opiniões políticas no cenário nacional ou institucional não devem impedir que as Universidades cumpram a sua missão de educar e de produzir conhecimento. A tolerância, o diálogo racional e o investimento em ciência e educação são garantias de um futuro melhor, nas universidades, no Brasil e no mundo. Sobre os autores: Klaus Capelle, reitor da UFABC desde 2014 Hélio Waldman, reitor da UFABC de 2010 a 2014 Adalberto Fazzio, reitor da UFABC de 2008 a 2010 Luiz Bevilacqua, reitor da UFABC de 2006 a 2008 Hermano Tavares, reitor da UFABC de 2005 a 2006.

Fonte: Jornal da Ciência da SPBC (Edição 5716, de 7 de agosto de 2017)

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ProAP é a primeira pró-reitoria da UFABC a adotar 'portal padrão' Desde o último dia 14, o site da Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas (ProAP) adota as regras de identidade e padrão de comunicação digital da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, que apontam as normas para a implantação do chamado 'portal padrão'. O site utiliza agora a mesma identidade visual da página inicial da Universidade, tornando a ProAP a primeira pró-reitoria da UFABC a se adaptar

ao novo modelo. Embora algumas disposições de informação sejam específicas, a organização da página remete com facilidade ao site da UFABC. O objetivo das diretrizes da Secom é padronizar a comunicação digital das instituições vinculadas ao poder executivo federal. O novo modelo visa alinhar a estratégia de comunicação de diferentes órgãos e garantir o acesso às informações a todos os interessados. Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas

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Com a palavra: Prefeitura Universitária

Os treinamentos de capacitação e reciclagem para os brigadistas da UFABC continuam neste segundo semestre de 2017. As próximas turmas receberão treinamentos nos dias 23/8 e 27/9, com possibilidade de abrir uma turma no mês de outubro. Lembramos que todos os brigadistas precisam passar pelos treinamentos anualmente, pois o Decreto 56.819/2011, do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, determina em sua instrução técnica (IT) nº 17, item 5.4.2.2, que: “Anualmente deve ser realizada reciclagem para os brigadistas já formados, com a emissão de atestado de brigada de incêndio”. Assim, em virtude do disposto na legislação vigente e da necessidade de conscientização contínua, esses treinamentos são de extrema importância, tanto para eventuais ações em situações de emergência como também para a vida cotidiana. Dessa forma, contamos com a participação de todos os brigadistas que ainda não compareceram aos treinamentos de 2017, e convidamos os interessados em participar da Brigada de Incêndio da UFABC a procurarem a PU (Divisão de Segurança do Trabalho) ou a SUGEPE e efetuarem suas inscrições para essas últimas datas.

Foto 1. Treinamento externo da Brigada de Incêndio - Turma 2 (2016)

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Para saber mais:

Orientações de uso do extintor

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Gire a trava de segurança no sentido horário ou anti-horário para romper o lacre e, em seguida, retire a trava, conforme Fig.2; Segure o extintor pela alavanca e faça um teste de acionamento do gatilho, certificando-se de que o extintor está carregado e funcionando. Depois, com cuidado e atenção, desloque-se em direção ao princípio de incêndio e pressione o gatilho para iniciar o resfriamento ou combate, conforme Fig.3 O combate ou resfriamento ao princípio de incêndio deverá ser realizado conforme Fig.4. Quando utilizado o extintor de água pressurizada para incêndios de classe A (madeira, papel, tecido, materiais sólidos em geral), direcione o jato d’água para a base da chama. Os extintores de CO2 ou pó químico devem ser utilizados para incêndios de classes B (líquidos inflamáveis) ou C (equipamento elétrico energizado), do seguinte modo: direcione o jato de forma a envolver as chamas, conforme Fig.4.

Imagens: Fundação para o Desenvolvimento da Educação – IMESP 2009.

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Retire o extintor do suporte e segure-o na posição vertical, conforme Fig.1;

Atenção: os extintores de CO2 devem ser acionados com cuidado. Mantenha as mãos sempre na manopla, nunca no difusor. Em casos de emergência, acione o Ramal de Emergência da UFABC:

7007 (3356-7007) Prefeitura Universitária Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br


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Auditorito Oi, amigos! A importância da transparência ativa em todas as áreas e processos da UFABC.

UFABC

Você já deve ter ouvido falar de transparência, não é mesmo? Sabemos que é um dever manter públicas e de fácil acesso as informações sobre o nosso trabalho, principalmente no serviço público. Mas, e transparência ativa, você sabe o que é? Será que sua área está agindo com transparência ativa?

Bom, para entender melhor, vamos analisar como agimos. Normalmente, esperamos alguém perguntar, para então respondermos. Sim, pois se as pessoas tem dúvidas, elas perguntam, correto? Nem sempre! E é justamente aí que entra a transparência ativa. A Lei nº 12.527/2011 e seu regulamento, o Decreto nº. 7.724/2012, trazem como definição da transparência ativa o “dever dos órgãos e entidades de promover, independente de requerimento, a divulgação em seus sítios na Internet de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas” (Capítulo III, Artigo 7º, caput, Decreto nº 7.724/2012, grifos adicionados). É claro que existem exceções, principalmente quanto a sigilos pessoais e outros, garantidos por legislações específicas, mas a regra é: se são informações sobre o meu serviço (de interesse da sociedade), devo transparecer seus procedimentos e resultados a todos. Mas como devemos fazer isso? Claro que com todo o planejamento e zelo. As áreas da UFABC mantêm seus sites atualizados e neles dispõem de importantes espaços para se comunicar com a sociedade. E é justamente nesses espaços, democráticos, de fácil acesso e sempre disponíveis, que as informações sobre as áreas e os serviços realizados devem ser disponibilizadas.

Um exemplo disso é o site da AudIn: http://audin.ufabc.edu.br/. Nele, você (e qualquer cidadão) pode encontrar a missão, a visão e os valores da AudIn; as legislações que embasam nossos trabalhos e existência; a estrutura e os dados de todos que trabalham na área; os detalhes do passo-a-passo de como realizamos nossas ações; e, principalmente, os documentos por nós emitidos, como o Plano Anual de Atividades da Auditoria Interna (PAINT), onde estão detalhadas todas as ações planejadas para o exercício (que é realizado em outubro do exercício atual para execução no exercício seguinte), o Relatório Anual de Atividades da Auditoria Interna (RAINT), onde são relatadas as ações realizadas e seus respectivos resultados, os Relatórios de Auditoria emitidos no decorrer dos anos (a partir de 2014) e, finalmente, as Notas de Auditoria, que analisam e propõem soluções para as dúvidas e dificuldades apresentadas à AudIn pela Gestão da UFABC. Portanto, divulgue seus procedimentos, indicadores e resultados! Isso é muito importante para exercermos nossa missão de universidade pública e de qualidade. Leia o que a AudIn tem encontrado nas áreas da UFABC! Sejamos ativos em nosso dever de servir! Abraços, Auditorito.

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Felipe Bueno Crispim

Entre a geografia e o patrimônio:

estudo das ações de preservação das paisagens paulistas pelo Condephaat (1969-1989) Felipe Bueno Crispim

“Quem toma conta da paisagem?” Essa é uma pergunta que, basicamente, nós não fazemos. Embora a sociedade contemporânea esteja envolta em problemas ambientais, nós não nos damos conta, cotidianamente, de que a paisagem não é um conceito neutro. Para além disso, também não ponderamos que as paisagens são passíveis de tutela, preservação e tombamento, e que

sobre elas ainda incidem outras práticas da seara patrimonial. O historiador Felipe Bueno Crispim apresenta, neste livro, essa discussão. Analisando em perspectiva histórica como se constituiu a ideia de uma paisagem passível de preservação no Estado de São Paulo (a qual foi disputada por arquitetos, planejadores, botânicos, geógrafos, ecólogos, arqueólogos etc.), o autor mostra como surgiram, paralelamente à emergência de um discurso sobre a “perda vegetal”, argumentações muito refinadas sobre a temática da paisagem. Nesta obra, o autor analisa, a partir da ação do Condephaat, os impasses pelo lugar da paisagem e da geografia naquela instituição e, consequentemente, no Estado de São Paulo. Nesse percurso, Felipe Crispim aborda questões como problemas na execução de obras de infraestrutura e os danos ambientais decorrentes, a questão da urbanização movida à pobreza e especulação imobiliária, a poluição das águas e do ar na capital paulista e os impactos do Proálcool na

VISITE NOSSO SITE: editora.ufabc.edu.br

É historiador graduado pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Campus Assis), onde iniciou os estudos sobre patrimônio cultural, e mestre pelo Programa de Pós Graduação em História da Universidade Federal de São Paulo, na linha de pesquisa “Instituições, vida material e conflito”. Atuou em projetos de organização de acervos documentais no Centro de Documentação e Memória da UNESP (CEDEM) e atualmente é documentalista no Arquivo Público de São Paulo. Pesquisa temas relacionados a patrimônio cultural, paisagem e meio ambiente.

zona rural do estado, ou seja, uma série de temas que aproximavam o contexto paulista dos debates internacionais relativos ao meio ambiente. Houve espaço, também, para a incorporação do outro lado do “balcão” da atividade preservacionista: as repercussões desse assunto na sociedade. Explorando matérias de jornal, ele mostra as polêmicas e os silêncios da imprensa sobre a temática, a qual, curiosamente, também só agora começa a ser vista pelos olhos do historiador do patrimônio. E, nessa virada histórica, este livro torna-se uma das lupas principais, capaz de inspirar estudos análogos e fomentar o aparecimento de cuidadores da paisagem em nossa sociedade. Acompanhe a entrevista concedida pelo autor em https://youtu.be/WjKgRCZ78CA

EdUFABC Envie suas sugestões para comunicare@ufabc.edu.br


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UFABC libera o uso dos banheiros de acordo com a identidade de gênero A partir deste mês, todos os banheiros, vestiários e demais espaços da Universidade segregados por gênero poderão ser frequentados conforme o gênero com o qual a pessoa se reconhece, não necessariamente o gênero biológico. A medida está de acordo com o disposto na legislação, segundo a qual ‘toda pessoa tem direito ao tratamento correspondente ao seu gênero e a sua identidade de gênero’1. A proposta fora debatida em audiência pública aberta a toda a comunidade universitária, em outubro de 2016, promovida pela Pró-reitoria de Assuntos Comunitários e Políticas Afirmativas (ProAP) e por entidades como o Diretório Central dos Estudantes (DCE), o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais do ABC (SinTUFABC), o Coletivo LGBT Prisma e o Coletivo Feminista Claudia Maria. Em julho, foi regulamentada pela Portaria da Reitoria nº 261/20172 , após ter sido aprovada pela Comissão de Políticas Afirmativas (CPAf), instituída pelo Conselho Universitário (ConsUni).

Cartazes informativos – a serem substituídos, posteriormente, por placas definitivas – serão afixados pela ProAP nos espaços pertinentes, com o intuito de assegurar o direito reconhecido no Art. 1º da referida Portaria, citada a Lei Estadual nº 10.948/2001, que dispõe sobre as penalidades a serem aplicadas à prática de discriminação em razão de orientação sexual e identidade de gênero. De acordo com a coordenadora do Coletivo LGBT Prisma, Virgínia Guitzel, 24 anos, essa luta vai muito além dos muros da UFABC, tornando-se fundamental para que, cada vez mais, as pessoas trans tenham espaço dentro das Universidades. “Agora, com essa conquista e sua repercussão, já estamos batalhando para garantir condições para que pessoas trans frequentem o ensino superior. Uma vez garantido o direito ao uso do banheiro, já estamos conquistando um espaço que queremos ocupar com alunos, servidores e professores trans”, afirma. Assessoria de Comunicação e Imprensa

1 Decreto Estadual 55.588, de 17 de março de 2010 - Dispõe sobre o tratamento nominal das pessoas transexuais e travestis nos órgãos públicos do Estado de São Paulo e dá providências correlatas.

Portaria da Reitoria nº 261, de 31 de julho de 2017 - Regulamenta e garante o uso dos banheiros, vestiários e demais espaços segregados por gênero da Fundação Universidade Federal do ABC (UFABC), conforme o gênero que pessoas travestis e/ou transexuais se reconhecem. Publicação: Boletim de Serviço da UFABC nº 671, de 1º de agosto de 2017, páginas 6 a 8. 2

Expediente Produção Assessoria de Comunicação e Imprensa Edição, Redação e Revisão Alessandra de Castilho, Camila Binhardi Natal, Maria Eunice R. do Nascimento, Mariella Mian, Vinicius Rodrigues Alves Editoração Edna A. Watanabe, Felipe F. Lessa, Isabel B. L. Franca, Vanessa S. Ferreira https://www.facebook.com/ufabc

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