Conceito AV#9

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CONCEITO CAPA

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“A beleza é o brilho da verdade”. A máxima de Platão é um dos maiores axiomas da Bauhaus, uma escola cuja linguagem estética se mantem atual desde a sua criação, há mais de um século. Quem olha para dona Áurea Barreto, do salto alto de seus 72 anos, também a vê assim, bauhausiana. Uma beleza tal, que de tão real e incontestável, não se abala, nem se rende aos caprichos do tempo.

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ÍNDICE

Ingo Maurer Um pouco da alquimia do grande mago da iluminação, Ingo Maurer, um artista do lúdico, fascinado por aquilo que ele costuma chamar de “mágico e místico”: as propriedades da luz.

30 Fusca O carro de design alemão que desde 1931 é o queridinho do Brasil, e do mundo!

46 Baerck Pureza estética e design minimalista encontram uma sintonia perfeita no projeto e no recheio da Baerck, uma concept store alemã que reúne um mix de marcas conhecidas e novos designers da moda e da decoração.

98 Especial Casa Cor Bahia Preparamos um Top 20 dos ambientes projetados para a maior mostra de arquitetura e decoração da America Latina, na edição da Casa Cor Bahia 2011.

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editorial

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cada edição da revista, sinto aquele mesmo frio na barriga. Não o calafrio de estreante, mas aquele medinho pertinente de quem anseia em realizar mais uma revista com o conteúdo, a fotografia e a bossa que sempre propomos, desde a primeira! Esta edição, criada com o mesmo carinho de costume, enfrentou algumas dificuldades no meio do percurso e trouxe um gostinho de nostalgia: Tiago Nery, nosso colaborador, partiu para um novo desafio, deixando saudades não só pelo belíssimo trabalho realizado, mas pela troca de energia que sempre acompanhou o nosso dia-a-dia. Pensei em dedicar a ele esta edição, mas entendi, por fim, que cada revista tem um pouco de tudo que somos, portanto ele sempre fará parte não apenas de um pedaço, mas de toda a história desse bonito trabalho. E como toda renovação traz um novo fôlego, damos as boas-vindas ao designer gráfico Frederico Filho, que agora faz parte dessa equipe! Por bela conhecidência, vejam, Berlim!, o melhor exemplo para expressar essa mistura entre a beleza nostálgica do retrato de uma lembrança e vibração do novo, que implulsiona e revigora. Vamos dividir com vocês um pouco dessa cosmopolitic city que transpira arte, design, arquitetura e tecnologia, e que me fez repensar, rever e atualizar algumas vertentes do meu olhar. Eis aqui a nossa novidade, apresententando a vocês, nas proximas páginas, uma Berlim multicultural, que passeia por São Paulo, apresenta projeto de mineiro e finaliza em grande estilo com um Especial Casa Cor bem Bahia. Fiquem à vontade, o mundo é todo nosso! Andrea Velame editora coordenadora


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NERY N GRÁFICO 2 - FREDERICO FILHO 3 - TIAGO DIREÇÃO GERAL 1 - ANDREA VELAME DESIG ANÇA BRAG ELO NEGROMONTE 5 - JOAMAR FOTOGRAFIA DE ARQUITETURA 4 - MARC RIZÉRIO ALISTAS 8 - LETÍCIA TARARAM 9 - JOANA JORN OSO CARD PRODUÇÃO 6 - THAÍS MUNIZ 7 - NYALA VELAME LIA NATHÁ E 10 - PAULA REIS COLUNISTAS  THAÍS MUNIZ FOTOGRAFIA DE CAPA 10 - LUCAS ASSIS IÁ ILUSTRAÇÃO TULIO CARAP DISTRIBUIÇÃO SALVADOR E SÃO PAULO RIZÉRIO SECRETÁRIA MERY SANTOS JOANA AL TEXTU ÃO IMPRESSÃO EDITORA VOX REVIS MÁRIO FERNANDES DO MONTEIRO ASSISTENTE DE PRODUÇÃO TUDO AV EDITOR-CHEFE DE VÍDEO EDUAR REAVELAME.COM.BR FALE COM A REDAÇÃO PRODUCAO@AND GRAMATUDOAV.COM.BR @PRO RCIAL COME RCIAL DEPARTAMENTO COME


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foto | Ilan Besor

conceito arquitetura

DANIEL LIBESKIND 19

texto  TIAGO NERY


foto | Bitter Bredt

O Museu Judaico Contemporâneo, em San Francisco, EUA, é um projeto característico de Libeskind: traçados geométricos e temática judaica

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le trocou a música pela arquitetura. No entanto, talvez não tenha sido uma troca, mas sim uma readequação. A vibração agora é outra, mas o som não é menos audível. Daniel Libeskind, 64 anos, é um dos principais arquitetos do mundo. Filho de sobreviventes do Holocausto, o polonês vem desenhando um mundo mais ousado e moderno desde que saiu da Polônia rumo aos Estados Unidos, fugindo do horror instaurado pelo nazismo. Inicialmente, Libeskind estudou música em Israel, completando sua formação em Nova York, onde se tornou um pianista virtuoso. E aos 19 anos, para o deleite mundial, trocou a música pela arquitetura, ingressando na Cooper Union for the Advancement of Science and Art New York City. Goethe sugeriu que “arquitetura é música petrificada”; Daniel acatou e vem provando que é possível tê-las juntas entre partituras e pranchetas. Uma solução homogênea difícil de decifrar, insolúvel mesmo com arranjos de notas ou cálculos matemáticos. Do piano ou da mesa do escritório com vista para a Estátua da Liberdade, Libeskind acionou o pedal direito do piano e vem mantendo livremente a vibração das cordas, prolongando o som de suas obras, ecoando desafios, compondo ângulos desafiadores. E, nesse legado sonoro, o som das notas seguem de Berlim a Nova York, dos Estados Unidos à Dinamarca, de Hong Kong ao Brasil,

se concretizando em uma arquitetura de ângulos imponentes e geometrias complementares. É um traço fragmentado que celebra a relação entre cheios e vazios, claros e escuros. São lugares onde nada parece normal: plantas em ziguezague, espaços labirínticos, planos inclinados, sobreposições. Novo de novo: assim é o mundo de Libeskind. Na contramão dos profissionais previsíveis, antes de finalizar, aos 52 anos de idade, o seu primeiro projeto de arquitetura, Libeskind trabalhou quase que exclusivamente como professor universitário. Nessa função, influenciou uma geração inteira de arquitetos com suas ideias desconstrutivistas.“Minha vida se desenvolveu numa sequência inversa. Inicialmente, foi determinada pela reflexão, pela teorização, e não por trabalhos públicos. Só agora estou realmente ocupado, trabalhando no mundo inteiro”. Libeskind começou a ter reconhecimento internacional a partir de 1989, ao vencer o concurso para o Museu Judaico de Berlim e fazer o caminho de volta para casa sem medo de ser feliz, sem mágoas, só com boas ideias, vontade de trabalhar e riso fácil. Para realizar o projeto, ele se mudou para a capital alemã temporariamente. Seus parentes, cujos antepassados foram assassinados em maioria na Shoah, “não podiam entender como poderíamos nos mudar com os nossos filhos para a Alemanha”, conta Libeskind.

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21 foto | Bitter Bredt

foto | Mark Darley

foto | Mark Darley

foto | Bitter Bredt


foto | Guenter Schneider

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foto | Michele Nastesi

conceito arquitetura

Museu Judaico de Berlim

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No interior do edifício, a irregularidade presente no exterior se concretiza da mesma forma

foto | Bitter Bredt

principal característica do projeto do Museu Judaico de Berlim é o que há implícito no design, ao que Libeskind chama de “a arquitetura do significado”. O conceito aponta para aquilo que acabou, que deixou de existir, mas que ainda precisa ser lembrado. Este sentido de ausência é expresso através de uma estrela de Davi despedaçada, com janelas retalhadas, mutiladas, evocando a emoção da tragédia do Holocausto. Projetado por Libeskind, o Museu abriga exposição permanente em uma superfície de 3 mil metros quadrados, abordando os diversos aspectos dos dois mil anos de história judaico-alemã. Professor universitário durante muitas décadas, o arquiteto discorre com tranquilidade sobre seu projeto inaugural, enfatizando a importância da academia na própria vida: “O Museu Judaico de Berlim, de 1989, foi meu primeiro projeto. Nunca tinha construído nada antes. Mas também nunca acreditei nessa distinção entre academia e prática. A ideia do acadêmico que vive isolado em uma torre de marfim nunca foi meu desejo, de repente que me vi dando aulas de arquitetura. E mais: pensar o projeto antes de executá-lo é muito importante. Estudar a história do terreno, o que o prédio deve dizer – tudo isso precisa ser feito. A arquitetura não é um amontoado de formas erguidas aleatoriamente em concreto ou vidro. É preciso uma atitude humanista e de reflexão diante do projeto. Tive sorte de ter o Museu Judaico de Berlim como meu primeiro projeto.

No prédio em ziguezague, cortes irregulares, assimétricos e geométricos “ferem” a fachada

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foto | Bitter Bredt

A minha ideologia é simples: trabalhar de maneira aberta e promover a justiça, criando prédios que fazem sentido no espaço que ocupam e que estimulem a interação entre as pessoas. Daniel Libeskind

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foto | Bitter Bredt

foto | Bitter Bredt

O projeto do Museu Judaico Dinamarquês é uma homenagem aos judeus que conseguiram fugir da Dinamarca em 1943, sobrevivendo ao nazismo alemão

conceito arquitetura

Museu Judaico Dinamarquês

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Museu Judaico Dinamarquês é dedicado à história dos judeus e à sua cultura na Dinamarca. A maior atração do museu é o seu interior, projetado por Libeskind. Paredes e pisos inclinados e ângulos salientes, inicialmente, podem assustar. Para o labirinto surrealista, no entanto, há uma explicação. Libeskind quis mostrar, simbolicamente, a situação do outubro de 1943, quando os judeus dinamarqueses fugiram do nazismo instaurado no país desde 1940. Os judeus foram para a vizinha Suécia, a fim de serem salvos. As paredes internas do museu são formadas pelas letras hebraicas da palavra Mitzvah, que é usada para descrever um ato de bondade humana, ou boa ação e que aparece no logo do Museu. Explica-se: os judeus contaram com a ajuda dos

dinamarqueses não-judeus para não fugir. Ao todo, mais de sete mil judeus se salvaram da morte. O projeto do Museu se assenta nos cinco conceitos do mundo judaico tradicional das ideias. Na exposição, elas foram feitas para corresponder às cinco dimensões da experiência judaica na Dinamarca, trazidas da experiência histórica do povo judeu: 1 – O êxodo do Egito; 2 – A chegada ao deserto; 3 – A migração pelo deserto; 4 – A recepção da lei e das tradições; 5 – A chegada na Terra Prometida. Tudo isso está sintetizado na palavra Mitzvah que organizam a disposição do Museu. A arquitetura do museu está em constante contraste. Quem o observa a partir da fachada, não imagina o malabarismo arquitetônico do interior, com paredes que se contorcem.

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foto | Divulgação

O projeto do Museu é representado por um globo despedaçado. A ordem, a desordem, e os grandes pólos que movem o mundo também estão lá

conceito arquitetura

Museu Imperial da Guerra

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Museu Imperial da Guerra, em Manchester (Inglaterra), expõe os conflitos que moldaram o século XX e aqueles que continuarão a determinar o futuro da humanidade a partir dessa maneira estúpida de conquista: as guerras. O interior desta obra reflete a “alma” do projeto, também sendo o foco da exposição. Mais uma vez, a arquitetura de Libeskind comunga com o foco do projeto. O Museu é inspirado em um globo despedaçado pelos conflitos que aconteceram no mundo todo. Segundo Paul Valéry, filósofo francês, “dois perigos ameaçam constantemente o mundo: a ordem e a desordem”. Inspirado por esta afirmação, o museu transita por estes dois pólos, deixando as conclusões a cargo do visitante. Coloca, lado a lado, os grandes regimes totalitários de esquerda e de direita, repressão e anarquia. Assim, as contradições da guerra ficam menos latentes.

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Cada projeto tem seu programa e seus objetivos. O que a arquitetura faz é entregar algo além dos custos. Penso o edifício como parte do ambiente no qual ele está inserido. Não podemos nos limitar a observar a arquitetura da perspectiva quantitativa. Daniel Libeskind


27 foto | Bitter Bredt

foto | Bitter Bredt

foto | Bitter Bredt

foto | Bitter Bredt


foto | Divulgação foto | Divulgação

“Eu acredito que a recordação do que aconteceu é parte eterna do lugar e deve ser seriamente respeitada”, comenta Libeskind sobre o WTC

conceito arquitetura

World Trade Center

“T

enho a esperança de que vamos erguer, de toda aquela tragédia, das profundezas do solo, algo que vai reafirmar os valores que compartilhamos: democracia, família, liberdade e independência”, declara Libeskind, cujo projeto arquitetônico foi escolhido para substituir o WTC, destruído pelos ataques terroristas em 2001. A decisão reafirma o caráter frando do trabalho de Libeskind, levando em conta a importância da memória em seus projetos. Enquanto o Museu Judaico de Berlim é um ziguezague que abraça a terra, a principal torre de Manhattan se projetará em direção ao céu. Ainda assim, os dois projetos têm algo em comum: ambos contêm elementos de tristeza e esperança. O projeto para a Big Apple inclui um memorial nas fundações originais do World Trade Center, onde cerca de 2.800 pessoas foram mortas. O novo espaço criado pelo arquiteto inclui jardins, um observatório e um restaurante a cerca de 1.776 pés (541 metros), em referência ao ano da independência dos EUA.

É um projeto que celebra a memória, a recordação, o novo e moderno

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conceito arquitetura

Vitra

Perto do caos e do gigantismo de uma megalópole como São Paulo, New York é uma vila toscana. Mas o caos é empolgante e projeta algo que julgo fundamental: mudança. Vejo mudanças importantes em São Paulo, para melhor.

foto | Divulgação

Daniel Libeskind

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conceito design

O GÊNIO DA LÂMPADA IngoMaurer texto  nyala cardoso

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squeça as histórias das mil e uma noites que te contaram na infância. O gênio da lâmpada é alemão, vive neste século e realiza não três, mas muitos objetos de desejo. Sempre lançando mão da tecnologia, sua fiel escudeira, o designer Ingo Maurer vai além, transcende o conceito de iluminação e cria surpreendentes obras de arte feitas de criatividade, inspiração e luz.

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Mauer queria ser equilibrista. Conseguiu, de certa forma. Virou um artista do lúdico, fascinado por aquilo que ele costuma chamar de “mágico e místico”: as propriedades da luz. E equilibra com certa alquimia tais elementos, transformando a ideia comum que se tem de cor, brilho e sombra. Nascido numa pequena ilha germânica, foi estudar Design em Munique para, dali, ganhar o mundo. Voltou à Alemanha no ano de 1963 e fundou seu próprio estúdio, em Munique, onde permanece até hoje, materializando ideias vanguardistas que o tornaram o mais premiado designer de iluminação do mundo.

Uma obra é arte se, e só se, exprime sentimentos emocoes do artista - Ingo Maurer

Feita de metal, plástico e espelho de vidro ajustável, a One From the Heart é uma das criações históricas de Ingo Maurer nos anos 80.


Nos anos 80, Ingo começou a trabalhar com iluminação cênica, utilizando a luz em grandes espaços, como nos desfiles do estilista Issey Miyake e em estruturas urbanas, como a ponte da cidade de Colônia, na Alemanha. Sua primeira luminária famosa, a lâmpada Bulb, hoje faz parte da Coleção do MoMA em Nova York. Das criações desse artista, muitas ou quase todas – merecem destaque, mas em especial a luminária Porca Miséria, feitas de cacos de porcelana e talheres que simulam uma explosão e a Bang Boom, preferida de Ingo e tematizada a partir de balões, quadros e tipografia típica das histórias em quadrinhos, criando a ideia de um quadro de HQ em três dimensões.

Utilizando técnica, forma e poesia, a luminária Birdie Birdie’s traz romantismo a qualquer ambiente

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O interativo pendente Zettel-z Ê feito de hastes de aço e pedaços de papel onde se pode escrever o que quiser

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Autor também da famosa luminária Lucellino e outros ícones do design mundial, Maurer diz ser um apostador, que gosta de assumir riscos e seguir seus instintos. Seus insights surgem nos mais diversos lugares e, quando a inspiração vem, para no tempo e dá luz às suas ideias. Aos 68 anos, contou em entrevista no Brasil que adora salsa, lê poucas revistas de design, ama a energia do brasileiro e já dançou lambada em Arraial d’Ajuda, na Bahia, há mais de 20 anos. Em 200, Ingo surpreendeu o mundo do design, mais uma vez, na Euroluce, com a instalação ”Lacrime del Pescatore”. A luminária sugere uma rede de pescador sendo retirada do mar, vista por baixo da água, com o sol iluminando as gotas que escorrem. A peça é composta de três camadas de redes de nylon, cada uma num tamanho diferente, incrustadas com mais de 350 cristais que refletem a luz nas mínimas lâmpadas LEDs projetadas a partir de pontos estratégicos no ambiente em que se encontra.

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Acima, a luminária Lacrime del Pescatore. Aqui, a mais nova criação de Maurer, a Johnny B Butterfly, lançada na Euroluce deste ano, brinca com borboletas e delicados insetos que transitam em torno do calor da luz

Com a dose certa de humor e acidez, o grande mago da iluminação lançou, também em Milão, a Euro Condom (camisinha, em inglês) - uma fina capa de silicone, resistente ao calor, que colocada sobre uma lâmpada transparente dá um efeito fosco - em protesto à lei ambiental que proíbe lâmpadas incandescentes opacas. A nova lei alega que a lâmpada opaca dá menos luz que a transparente e consome a mesma energia. Por outro lado os fabricantes defendem que a diferença é mínima no consumo e o conforto ambiental não está sendo levado em conta. Ingo Maurer dá sua opinião: “proteja-se contra leis estúpidas, use euro condom!”. Maurer não se contenta com o comum. Tem espírito inquieto, vibrante, transformador. Revolucionário, até. Sua esculturas luminosas adornam, clareiam, sim. Mas não se limitam a isso. Elas também impressionam, comovem, gritam, provocam. E é isso mesmo que ele quer: transportar suas emoções nos objetos luminosos que cria e, com eles, emocionar. Ingo Maurer não é só luz e decoração. É luz, diversão e arte. É a própria sede de saciar tudo: necessidade, vontade e desejo.


O candeeiro Canned Light faz uma homenagem à pop art, com a imagem da icônica na lata de sopa Campbell’s, eternizada por Andy Warhol

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conceito música

Onde a Bossa dá mais samba

Um papo unilateral e honesto sobre samba, cultura musical e letargia. texto  nyala cardoso fotos  ROY ISRAEL

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V

Violão, cavaco, pandeiro, baixo, percussão, melodia, ritmo e harmonia. Tudo isso é Aderbal Duarte. Dedilhando as cordas de nylon ele é sozinho a banda toda. Uma banda bem brasileira pra alemão ver, ouvir e aplaudir de pé. Maestro, compositor, arranjador, violonista, professor de música e pesquisador, na Alemanha Aderbal é tratado como mestre e monstro. Um monstro de “duas bocas, três braços e três mãos – duas de cinco dedos, a outra de seis cordas”, como metaforizou o jornalista Ricardo Sangiovanni. Vencedor do Prêmio Braskem Cultura e Arte pelo CD Toque com Bossa, o maior estudioso de Bossa Nova no

mundo tem em João Gilberto o amigo e o objeto de estudo. É, aliás, a pessoa escolhida pelo próprio João para escrever e transcrever sua obra. E o faz com a perícia de quem entende do assunto como nenhum outro. Não à toa, João Gilberto, no seu último concerto em Salvador, com o Teatro Castro Alves apinhado de espectadores ansiosos, emudeceu o violão depois da terceira música para quebrar o silêncio com uma única frase, tão minimalista, quanto precisa: “Aderbal Duarte: um escândalo!” O audio-Book de Aderbal, Happy Birthday Bossa Nova, foi lançado na Feira Internacional de Frankfurt em 2008 e editado pela Boosey & Hawkes alemã. O primeiro brasileiro a ter um

livro publicado pela maior editora de música do mundo. Às vésperas de embarcar pela quarta vez numa turnê pela Alemanha, Aderbal me recebeu no seu apartamento, em Amaralina, para falar sobre essa relação com o país germânico. Dei um gole no café de cevada que me foi servido, liguei o gravador e quis saber sobre a receptividade alemã à musicalidade cultural brasileira. Aderbal mal começou a falar e eu já estava completamente absorta e entorpecida por aquele monólogo mestral, em que não cabia qualquer interferência, como também aqui não cabe. Por isso, segue nas próximas linhas a transcrição genuína das percepções de Aderbal Duarte, por ele mesmo.

“Era um grupo de violonistas alemães que vinha no tira a sensualidade da musica brasileira, o ritmo, ela perde Brasil uma vez por ano tomar aula de música brasileira e a identidade, vira imitação gringa da música brasileira. aprender a nossa cultura. Dei só uma aula pra eles, com O próprio João Gilberto me disse que os americanos treum violão meio surrado, e no fim me perguntaram se eu meram na base quando os brasileiros saíram daqui para aceitaria um presente – aceito, claro. Um ano depois eles tocar no Carnegie Hall, nos EUA, mostrando essa música, voltaram com um violão concertista. Tinha professor de com essa qualidade musical, a maneira de João tocar, de música, tinha empresário que gostava de tocar. Aliás, na botar o ritmo na musica, enchendo-a de cultura brasileira. Alemanha todo mundo pratica musica desde cedo. Existe O ritmo é a cultura e a nossa é benvinda da cultura afriuma educação musical acadêmica e cultural e mesmo que cana. Claro, nos Estados Unidos também tinha influência o cara não siga a carreira, ele nunca abandona a música. Eles sabem no que dá quando você embrutece uma população. A Alemanha é a terra da Eles valorizam muito a nossa música, filosofia e fez duas guerras mundiais. porque ela tem um diferencial que é o Um dos alunos, Andreas, que faz parte de uma associação franco-alemã ritmo. (...) Já dizia Mário de Andrade, o de violonistas, me convidou para toritmo é parte mais sensual da música”, car lá em 2005. Eram 190 concertistas e a gente tem essa arma poderosíssima: e dentro desse numero escolheram dois para retornar no ano seguinte e sensualidade musical. eu fui um dos escolhidos. Voltei em 2006, 2007 e agora estou voltando pela quarta vez. Eles valorizam muito a nossa música, porque ela tem africana, mas acontece que lá música de preto era proibium diferencial que é o ritmo. É a única no mundo que ado- da. Quem fosse encontrado portando instrumento de preto tou o compasso 2 por 4, quando o compasso padrão dito era preso. O único lugar que se podia tocar musica africana universal é 4 por 4 (blues, jazz, salsa, rock). É uma herança era em Nova Orleans, porque era colônia francesa. Quando da influência africana, porque lá não eles não tinham com- a França vendeu a colônia de volta pros Estados Unidos a passo, era uma música mais primitiva, marcada em dois musicalidade africana já estava impregnada. Por isso o jazz tempos, um fraco e um forte. Já dizia Mário de Andrade, nasceu lá. Mas a musicalidade afrodescendente no Brasil “o ritmo é parte mais sensual da música”, e a gente tem teve mais liberdade de se misturar, de se reconstruir, de reessa arma poderosíssima: sensualidade musical. Se você nascer dentro de uma nova cultura miscigenada.

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A maior adoração da música brasileira lá fora está exa- Música sem cultura é música sem vida. Nossas tamente na bossa nova. Porque bossa é samba e o samba escolas não têm vida e a prova disso é que a Escola de Múoriginal brasileiro é alegre, o violão de João é alegre. É todo sica da Universidade Federal da Bahia tem a mesma defaeducado e tal, mas é musicalmente alegre. A Bossa Nova sagem de alunos de 50 anos atrás, com as mesmas vagas. não é uma musica complicada. O que causa confusão nisso Agora imagine que há 50 anos Salvador tinha 700 mil hatudo não é o fato em si, mas o fato do Brasil não ter uma bitantes, hoje tem mais de três milhões e a escola de múeducação musical adequada para compreender a própria sica continua sem suprir as mesmas vagas. Não há retorno música. Nós temos um colonialismo musical ainda muito social nenhum. A educação musical do Brasil parece estar forte e as escolas brasileiras de música dizem ensinar mú- mergulhada num sono profundo, num estado de indolência sica clássica. Mas o que é clássico? Clássico é o que atinge extrema. Isso piora no caso dos direitos autorais. As constia perfeição num momento humano e o universaliza. Não tuições europeia e americana já liberaram há algum tempo se pode confundir períodos da música como renascença, o uso de qualquer obra musical em livros didáticos, mas no barroco, classicismo, romantismo, impressionismo, ex- Brasil é proibido. Aqui se cobra direitos autorais por obra pressionismo, com o termo clássico. Se for levar ao pé da citada em qualquer livro de música, mesmo de cunho soletra, quando se ouve Bach, não se ouve música clássica, cioeducativo. Por isso aqui só se faz livro falando de música mas música barroca. Se coloco um disco de Debussy, vou erudita europeia. A essa altura não vai aparecer nenhum priouvir um impressionista. Se eu ouço a nona sinfonia de mo de Bach, ou cunhada de Beethoven pra cobrar os direitos. Beethoven, então ouço um clássico do período clássicoromântico. Toda cultura tem Não gosto quando criticam o axé music. Acho seus clássicos. E os clássicos que ele cumpre bem o seu papel. (...) Música brasileiros são respeitados no mundo todo. Garota de Ipanede puro entretenimento sempre vai existir. ma, de Tom Jobim, é a segunMas quando não há uma política cultural da música mais tocada no adequada, usa-se apenas essa música para mundo, só perdeu para Yesterday, dos Beatles. Aí Jobim representar o país lá fora. dizia: ‘mas eles eram quatro!’. Para nossa sorte, a cultura antecede a educação, e o aprendizado da nossa música está mais em contexto de tradição oral. Por isso a música brasileira se desenvolveu e foi disseminada dessa maneira, porque se dependesse das escolas, a gente ainda estava tocando polca. Claro que qualquer escola de música que se preze tem que chegar em Beethoven, Mozart, etc., quando for falar de música sinfônica, dentro de um contexto histórico. Mas começar a educar a partir desses nomes, sem que antes as pessoas compreendam a música do próprio país, é um método completamente equivocado que não leva a lugar algum. Eu estou indo pra Alemanha pela quarta vez pra tocar, claro, música brasileira. Não tem sentido eu ir pra Alemanha tentar imitar Bach. Não é à toa que as músicas de Villa-Lobos que ganharam universalidade não são as bachianas, mas as que têm o Brasil, como o Choro nº10, onde ele interpreta o canto de um uirapuru.


Por isso, meu livro sobre percepção musical demorou dois anos para sair. E olha que muitos dos músicos citados gostaram tanto da obra que não me cobraram direito autoral, mas aí a música já tinha sido vendida pra outro. Dessa maneira, formamos uma porção de músicos engessados num contexto cultural que nem é seu. Formamos músicos sem identidade. Recentemente foi criado o Curso de Música Popular. E o material didático? São os livros de jazz? Precisamos de material didático que tenha referência em nossa cultura, que reflita o nosso modo de entender e interpretar a existência. Se o jazz é uma linguagem do mundo, é porque o americano soube divulgar bem a música dele. Agora, quer dizer, festival de jazz no Capão? O americano agradece. Veja bem, o cara tem direito de tocar tudo – com preguiça – agora só vai dar em alguma coisa profunda se entrar em sua cultura, porque não existe profundidade artificial. E profundidade é raiz e a raiz está na cultura e acabou. O papo morre por aí. O Brasil é tão atrasado que tem músico que proíbe a gravação de qualquer música dele. Uma vez recebi um telefonema da polícia militar, pensei: pronto, agora resolveram me prender por causa da minha língua grande. Mas era a encomenda de um arranjo novo da musica Emoções, de Roberto Carlos, para a Banda da Polícia Militar da Bahia. Ficou tão lindo que eles encomendaram outro arranjo para Detalhes. E o negócio ficou tão bonito que eles resolveram gravar um disco incluindo esses dois arranjos e Roberto Carlos vetou. A Banda da Polícia Militar da Bahia. Agora, você imagina como anda a mentalidade musical do Brasil. Existem 1.700 livros sobre Elvis Presley, 800 sobre Frank Sinatra, sei lá. No Brasil, o cara foi escrever um livro sobre Roberto Carlos e ele mandou tirar das prateleiras. Por outro lado, Chico Buarque acabou de disponibilizar toda sua discografia na internet. Grande Chico! E tem ainda essa coisa de dizer que a música brasileira ficou ruim. Isso não existe. Acontece é que a população do Brasil aumentou muito e o atraso continua o mesmo, então ficou mais visível. Não gosto quando criticam o axé music. Acho que ele cumpre bem o seu papel. É uma música comercial de entretenimento que está substituindo aquela musica internacional que tocava nas rádios há 40 anos. Música de puro entretenimento sempre vai existir. Mas quando não há uma política cultural adequada, usa-se apenas essa música para representar o país lá fora. Apenas 2% do nosso produto interno bruto foi investido em educação no século XX. Atualmente há um inves-

timento de 5%, mais que o dobro. E segundo o governo, vai chegar em 7%. Parece que estamos começando a despertar daquele sono. Isso é um ótimo sinal, vamos dar ponto. Mas o Brasil ainda não tem noção de que cultura dá dinheiro e que a música brasileira é nosso principal produto. Sabe como surgiu os Beatles? Quando terminou a segunda guerra mundial, depois de Londres ser bombardeada por 72 horas pelos aviões alemães, Winston Churchill, então primeiro-ministro da Inglaterra, declarou: “O jovem inglês sofreu muito, o que eu posso dar de bom pra essa juventude de hoje em diante é música nas escolas. Eu obriguei o jovem a ir pra frente de batalha, agora vou obrigar ele ir para a música e me sinto bem em fazer isso”. Olha que cara ‘porreta’! Nesse clima de obrigatoriedade da música nas escolas, John Lennon conheceu Paul McCartney e deu no que deu. Numa dessas viagens à Alemanha, peguei um alerta vermelho e fui proibido de embarcar com o violão. Um dos membros da tripulação me viu com uma cara desconsolada e perguntou de onde eu era. Quando ouviu dizer Brasil, ele abriu um sorriso, quando falei que era da Bahia, ele me deixou levar o violão. Para essa nova turnê que vou fazer lá, me mandaram um esquema com um monte de lugar. Vou tocar em Nürnberg, Konstanz... Vou tocar em meio mundo, sei lá. Não fico olhando que é pra não dar preguiça. Claro, se eu gostasse de trabalhar não seria músico! (Risos).


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conceito arte

Lucian Freud Ele pintou uma nudez realista, expressionista, surrealista. texto  JOANA RIZÉRIO

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“Benefits Supervisor Sleeping”, obra arrematada por 33,6 milhoões.

S

e o ser humano pode apresentar diversas faces, Lucian Freud soube representar muitas delas de maneira única. O pintor de sobrenome famoso e nascido em Berlim chamou a atenção do mundo em retratos que mostram seus modelos longe da idealização, imprimindo sua realidade ao analisar o íntimo de cada pessoa que aceitou o desafio de despir-se para virar pintura. Não era uma tarefa fácil, no fim das contas o avô do artista era Sigmund Freud. Lucian é neto do pai da Psicanálise e aos onze anos fugiu com a família para Inglaterra, lugar onde poderiam sobreviver distantes do terror nazista. Desde criança seu temperamento sempre causou espanto, disse certa vez que se orgulhava por ser solitário e mal humorado. Esses traços podem ser notados em seus famosos retratos pintados com muito empaste de tinta, repletos de cores de pele, carne e uma presença constante de focos de tensão. A sua formação artística tem

fortes bases, passando por conhecidas escolas inglesas de arte, e teve sua primeira exposição em 1944, apenas dois anos depois de ser considerado inválido pelo serviço militar. É difícil enquadrálo em apenas um movimento artístico, principalmente por detestar seguir tendências. Suas pinturas mostram traços diversos do realismo, pela simplicidade da representação desapaixonada do cotidiano, do expressionismo, pela realidade interior que existe atrás do visível, e até do surrealismo, pela distribuição irracional de objetos e seres aparentemente sem conexão. O conjunto de tantas características marcantes atribui ainda mais prodígio ao seu legado. Lucian pintou personalidades como a Rainha Elizabeth II e fez polêmicos retratos das supermodelos Jerry Hall e Kate Moss durante a gravidez. A sua relação com as imagens pintadas era muito visceral, não é de se espantar que a maioria delas é rica em veias, ossos e pelancas aparentes. Ele sempre se recusou a seguir tendências,

criando grande aproximação com seus retratados, que não costumavam cobrar por suas poses. A densidade das figuras nuas é chocante, são camadas e camadas de tinta grossa criando novos volumes de uma sexualidade que consegue ser ambivalente, alienada e solitária, como na famosa obra “Benefits Supervisor Sleeping” arremata por US$ 33,6 milhões, o valor mais alto já pago por uma obra de um artista vivo. Nessa pintura uma mulher muito gorda é mostrada em um sofá tão volumoso quanto à modelo, em um quarto onde o chão está prestes a dissolver e deslizar com os dois personagens presos num sono profundo e mórbido. O empenho do artista é notável, algumas obras levaram nove meses até sua conclusão. Lucian morreu em julho de 2011, aos 88 anos, e não se curvou ao tempo nem à crítica, conseguiu reconhecimento ainda em vidapintando pessoas não pelo que parecem e sim pelo que deveriam ser em sua visão pessoal.


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conceito carros

Este arredondado e simpático alemão nasceu de um projeto megalomaníaco do governo Hitler. No fim, conquistou o mundo e levou de hippies à famílias classe média. Por favor, mantenhase à direita e deixe-o passar cheio de charme e potência... texto  tiago nery

Aqui reside o maior destaque do projeto original do Fusca: o motor traseiro é refrigerado a ar. Não havia necessidade de água. O número reduzido de componentes no projeto garantia robustez e confiabilidade mecânica, além de manutenção fácil e de baixo custo.

Destaque para o clássico acabamento em material cromado nas maçanetas e parachoques.

As janelas traseiras bipartidas estiveram presentes nos primeiros modelos importados. Hoje em dia é raridade encontrar um desses

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O formato do carro garantiu apelidos carinhosos como Besouro e Baratinha.


E

le levou crianças à escola, donas de casa ao mercado e embalou amores. Serviu à polícia, aos hospitais e até a milionários como os Matarazzo. Fez parte de gerações inteiras, esteve em todas as garagens e continua sendo um dos principais carros do Brasil, quiçá do mundo. Simpático, revolucionário e eficiente, é tarefa difícil não se render a um Fusquinha. Este jornalista que vos escreve, por exemplo, teria saído da maternidade num Fusca 1985, se não fosse o excesso de preocupação dos que julgaram um Monza mais “seguro”. Pobre Fusca. Pobre de mim: perdi o charmoso passeio do Bonfim ao Rio Vermelho para um sedan burguês metido a besta – e com ar condicionado. A história do Fusca é uma das mais complexas da história do automóvel. Diferente da maioria dos outros carros, o projeto do Fusca envolveu várias empresas e até mesmo o governo da Alemanha. Alguns pontos são obscuros ou mal documentados, como o projeto original, que pertencia ao judeu Joseph Ganz e foi creditado, por motivos óbvios, o austríaco Ferdinand Porshe.

No início da década de 1930, a Alemanha era assolada por uma dura recessão e tinha um dos piores índices de motorização da Europa. A maioria das fábricas de carros era especializada em veículos de luxo. Assim, a ideia de um carro pequeno, econômico e fácil de produzir começou a ganhar vigor. Era o conceito do Volks Auto ou Volks Wagen, expressões alemãs que traduzem a ideia do “carro popular”. Nesta época, Adolf Hitler havia ascendido ao poder na Alemanha e comprometeu-se com a modernização do país. Fã de carros desde jovem, o führer via com bons olhos a ideia de “carro popular” desde quando leu sobre Henry Ford. Para ele, a ideia de um carro feito por trabalhadores alemães era a realização completa da plataforma política de seu partido. Decidido a financiar uma empresa estatal para produzir os carros que desfilariam por suas recém-inauguradas autobahns, Hitler deu sinal verde para o projeto e listou as exigências a serem cumpridas por Porsche. Após quatro anos, milhões de reichmarks investidos e um sem-número de protótipos produzidos, o Fusca tomou forma.

Frente maior para poder comportar o pneu estepe.

O motor foi deslocado para a traseira. A grande frente servia de porta malas, além de abrigar o estepe. Havia malas desenhadas exclusivamente para serem utilizadas no Fusca.

O design inovador proposto para o Fusca causou certo estranhamento. Ele era muito ‘redondo’.’

Estribos foram anexados nas laterais com a finalidade de barrar a entrada de água e poeira no interior do carro.

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Os pneus faixa branca são clássicos dos modelos de 1969. Elegantes e classudos.


N

o Brasil, foram muitas as modificações que o veículo sofreu. Em 1953, o Fusca deixou de ser montado pela Brasmotor e a Volkswagen assumiu a montagem do carro no Brasil, com peças vindas da Alemanha. O modelo produzido já era o que tinha janela traseira única, oval. Em 1959, o Fusca passou a ser oficialmente produzido no país, embora parte das suas peças ainda fosse importada. Em 1960, a fábrica alterou o volante, as maçanetas externas ganharam botão de acionamento e o estribo ganhou revestimento na cor do carro. Em 1965, foi lançado o Fusca com teto-solar, que ficou conhecido como "Cornowagen". Logo o acessório foi rejeitado e muitos proprietários, incomodados com o apelido (segundo buxixos, alcunha dada por um executivo da Ford), mandaram fechar o teto. Embora muitos falem que o Fusca de 1954 a 1969 só tenha mudado o vigia traseiro e o parabrisa, neste período foram feitas mais de 2.500 mudanças no motor e em outras partes do automóvel. Em 1975, foi introduzido o "Bizorrão" ou "Super-Fuscão": o Fusca 1600-S. Essa versão contava com carburação dupla, volante de direção esportiva de três raios, rodas aro 14, painel com conta-giros, marcador de temperatura, relógio e amperímetro. No meio de 1979, houve uma alteração nos modelos 1300-L e 1600 - as lanternas traseiras se tornam maiores e passam a ser chamadas "Fafá", em alusão aos

grandes seios da cantora Fafá de Belém. Em 1981, foi lançado o Fusca 1300 com motor a álcool. Em 1982, chegou um painel com relógios retangulares e a nova versão 1300-GL com "luxos" como rádio AM/FM, acendedor de cigarros, apoios de cabeça dianteiros e desembaçador do vidro traseiro. Em 1983, a empresa resolveu rebatizar o modelo no Brasil, adotando finalmente o nome que se tornara popular: Fusca. Até então o automóvel era oficialmente denominado "VW Sedan" nos registros dos Detrans. Em 1986, a Volkswagen desistiu de fabricá-lo, alegando que era um modelo muito obsoleto, apesar de ser ainda um dos doze carros mais vendidos daquela época. Em 1993, por sugestão do então presidente Itamar Franco, a empresa voltou a fabricá-lo. Itamar queria a fabricação de carros populares. Foi aprovada, então, a lei do carro popular, que previa isenções de impostos para os carros com motor 1.0 e também para os que tivessem com refrigeração a ar. Assim, o Fusca e a Kombi, mesmo com motores de 1.6-L, foram incluídos. O carro vendeu muito menos do que a meta esperada pela Volkswagen, pois tinha acabamento muito simplório e estava defasado em relação a concorrentes como Fiat Uno Mille e Chevrolet Corsa, que tinham preços próximos ao Fusca. No entanto, o Fusca permanece, até os dias atuais, como um dos carros usados mais vendidos no mercado nacional.

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GastronomiaAlemã “Tomo o café-da-manhã como um imperador, almoço como um rei e janto como um mendigo”. Ditado popular alemão texto  nyala cardoso

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espertar para se fartar, amém! Na Alemanha, o café-damanhãésagrado.UmbomBauernfrühstückégeralmente recheadodeváriostiposdepãesebaguetes,comgeleias de frutas típicas e mel, carnes frias e queijos. Os alemães são mesmo loucos por pão. Mais de 300 tipos de pães são vendidos nas panificadorasdetodopaís.Tantoqueobelisquetemaisconhecidodo territóriogermânicoéum...pão?!Não.Nempão,nembolacha,nem biscoito, o Pretzel é tudo isso junto e misturado. Ele você encontra delicioso em qualquer quiosque de calçada. 54


É

sopa no mel! Desde que Alemanha era Prússia, costumava-se comer pedaços de pão ensopados num caldo qualquer. Para tornar o petisco mais saboroso e ‘descer mais fácil’ embebiase ainda num pouco de mel. A expressão é usada até hoje e a mistura de doce e salgado na comida também, como a sopa de cerejas e o Kassler – costeleta de porco defumada com purê de maçã. Para desfrutar deste e de outros pratos da culinária típica alemã em um ambiente exclusivo num lindo lugar histórico pegue o metrô Prinzenstraße e vá até o restaurante ALTES ZOLLHAUS distrito de Kreuzberg, bem na beira do rio Spree (metrô)

P

ara fazer a vida mais doce, o alemão tem uma infinidade de delícias: do MARZIPAN, doce feito com amêndoas, ao Strudel de Maçã, sem falar no Schwarzwalder Kirschtorte, autêntico bolo floresta negra. Se quiser adocicar o paladar vá na königsberger Marzipan Wald, uma delicatessem retrô, que conserva um forno original dos anos 40! (Pestalozzistrasse 54a • 10627 Berlin)

E

ntre “o Céu e a Terra” está o homônimo traduzido Himmel und Erde, feito de purê de batatas e maçãs e servido com linguiças grelhadas! Quer chegar ao paraíso? Prove a delícia no CARMENS RESTAURANT. Fica (Bahnhofstr. 915732 Eichwalde)

D

ivino suíno! Se a comida alemã tivesse um símbolo, seria o porco. Em todo o país salsichas e linguiças são encontradas em muitas formas diferentes. O Esbein, joelho de porco, sobre um colcha do famoso chucrute (repolho fermentado em conserva), pode ser uma grande experiência gastronômica no restaurante Zur Letzten Instanz (no centro de Berlim - metrô Klosterstraße). Inaugurado em 1621, reza a lenda que até Napoleao já comeu lá.

P

oucos vinhos conseguem se harmonizar com essa forte combinação entre doce e condimentado. Mas o vinho alemão tem um estilo único e delicado equilíbrio entre doçura e acidez, perfeito para o paladar agridoce. No entanto, a bebida para acompanhar as refeições germânicas é, por excelência, a cerveja, claro. Portanto, vamos à ela, a Magnífica! –>

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conceito gastronomia

As boas ! texto  nyala cardoso

Loira, ruiva, negra e morena. Essa miscigenação de cores e tipos, que mais parece coisa de país tropical, é paixão antiga dos alemães. Alemão que se preza gosta de todas, sem preconceito. Elas, que muitas vezes são tão subestimadas, têm reinado absoluto em terras germânicas. Por isso, sugiro aqui um brinde a esse povo que sabe valorizar o que é bom. Ergam suas canecas, é das cervejas que eles gostam mais!

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C

omo pouca gente sabe, a cerveja tem uma variedade desmedida de sabor, aroma e cor. Apesar de modestas, elas guardam alguns segredos e muitas peculiaridades. Fui buscar nas impressões germânicas algumas dicas que vão ajudar você a degustar e apreciar essa bebida milenar como nunca antes. Cerveja é feita de quatro ingredientes básicos: água, malte de cevada, lúpulo e levedura. Para os alemães puristas, a bebida não deve conter nenhum outro aditivo. São as variações no tratamento dado a cada ingrediente que define os diferentes tipos de cerveja. O processo de torração do malte define a cor mais clara ou mais escura e o sabor mais suave ou mais robus-

to. A levedura, o teor de álcool. O lúpulo acrescenta o amargor e o aroma. A água, bem, pode parecer estranho, mas apesar de ser o ingrediente menos complexo, ela é 90% do que você bebe num gole de cerveja. As cervejas são agrupadas de acordo com o estilo. Para simplificar, elas vão ficando cada vez mais escuras e mais intensas. Mas beber apenas as cervejas mais fortes e desafiadoras que existem, não passa de esnobismo. Há uma cerveja para cada ocasião e certo prazer em quase todas elas. Se quiser algo refrescante, escolha uma de coloração clara e baixo teor alcoólico. Se preferir profundidade, opte por uma mais escura e mais amarga.

Tome nota!

Cerveja s fresca, melhor! à Quanto mai as enaioria das cervej não é vinho. A m jovem. ser bebida ainda garrafadas deve peratudo sabor! A tem à Termostato temà a ve ser próxim ra da cerveja de ária, nd cu entação se peratura da ferm . lo tu gnada no ró geralmente desi hores s frascos, as mel à Nos melhore de maa do copo afeta cervejas! A form a. Tuaroma da cervej neira drástica o fenda mas há quem de lipas são ideais, ma nu ão da maltada ainda a degustaç r va er vinho, para cons grande taça de mais o aroma. devem ido! As cervejas à Cevada, sent ra sempre em pé, pa ser armazenadas o ar m co do ui líq ato do evitar maior cont rrafa, ado dentro da ga que fica armazen terar o ar a cerveja e al o que pode oxid sabor. lada! lada, sempre ge à Uma vez ge nunca a erada a cervej Depois de refrig causa so is quentar, pois pode voltar a es sto go le ue que dão aq reações químicas ’. ca cerveja ‘cho desagradável de

Para começo de conversa, vamos refinar o vocabulário:

à Ataque  a primeira impressão que uma cerveja deixa na língua. à Corpo  a impressão da textura e do sabor que uma cerveja pode deixar no paladar à Fim  a impressão que a cerveja deixa após ser engolida. à Toque na boca  a impressão geral da cerveja na boca; inclui ataque, corpo e fim. à Drinkability  a combinação geral de sabor e toque na boca que torna uma cerveja interessante de beber. à APV  porcentagem de álcool por volume

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Saboreie com cerveja

A

combinação entre cerveja e comida, apesar de não muito valorizada, pode trazer uma sensível experiência ao paladar. Existem três regras básicas que podem realçar a cerveja e a comida servida com ela. O corte, que consiste em servir uma cerveja que renove o paladar a cada gole, é sugerido para alimentos condimentados, pois o dióxido de carbono tira a gordura da língua e o lúpulo a limpa, preparando o paladar para mais um bocado. O complemento é a arte de combinar o sabor e a textura da cerveja com os do alimento, sem deixar que se anulem. É uma técnica bastante arriscada. O contraste, por fim, e como o nome já diz, é combinar um sabor forte de um à sensação suave de outro. Essa última geralmente não falha. Agora que você já sabe todos os truques de uma boa apreciação, vamos à elas, as cervejas alemãs que valem uma viagem!

Pilsen

É a expressão clássica, dourada e cintilante da popular Lager, cerveja de baixa fermentação e sabor simplificado, produzida em torno de 10°C. Warsteiner Premium Uma das mais tradicionais na Alemanha, tem corpo meio doce e suculento e amarga no fim, com boa persistência. APV: 4,8% Temp p/ servir: 7-9°C Combina com aperitivos leves como canapés.

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Jever Pilsen De aroma forte, é uma lager com bastante lúpulo. Deixa um corpo de malte na boca antes do gosto seco do lúpulo dominar o fim. Seu APV é de 4,9% e a temperatura ideal para servir é de 9-10°C. Combina com aperitivos de sabor forte, como presunto, salame, camarão.


Lager preta

Bock e Doppelbock

Apesar de toda lager já ter sido preta um dia, essa propriedade é uma característica rara atualmente. Mas, com um pouco de paciência e algo de detetive, ainda é possível encontrar uma Lager preta.

Além de fortes, elas têm uma tendência para o afrutado e uma qualidade rica e robusta. Weltenburger Kloster Asam Bock Com suave aroma de malte, excelente drinkability e toque de café e fruta no fim. APV: 6,9 % Temp p/ servir: 9-11°C. Muito bom com comida pesada e saborosa, como um bom filé alto ao molho de champingnos.

Kaltenberg König Ludwig Dunkel De corpo suave e fim meio seco, é ligeiramente defumada e tem aroma com toques de tâmara e café. APV: 5,1 % Temp p/ servir: 9°C. Cai bem com carne de porco grelhada ou assada, com cebola e maçãs. Que tal degustar com um tradicional Kassler alemão?!

Weissebier

Kölsch

São cervejas de trigo do sul da Alemanha, com textura suave, afrutada e atraente, não muito amargas.

Produzida em colônia e arredores, é uma langer delicada, frutada e dourada.

Schneider Weisse Turva e opaca no copo, essa é uma ceveja extremamente fácil de beber. De cor marrom-clara tem corpo suave e gosto de bolo de banana no fim. APV: 5,4 % Temp p/ servir: 9-12°C. Uma delícia servi-la com carne de porco refogada, curry ou ovos mexidos.

Sünner Kölsch Suavemente perfumada no aroma, com toque leve de fruta e suave amargor no fim. APV: 4,8% Temp p/ servir: 9°C. Perfeita para saborear com pratos leves de peixe.

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Cerveja Defumada

Weissebock

Heller-Trum Schlenkerla Rauchbier Urbock O malte doce que se destaca no paladar traz uma drinkability magnífica. O fim é doce e defumado. APV: 6,5% Temp p/ servir: 9-11°C. Vai muito bem com cernes curadas e defumadas.

Schneider Aventinus A cor de mogno escuro revela no copo aroma e sabor de cacau e banana madura. APV: 8% Temp p/ servir: 9-10°C. Combina com pato ou porco ao molho de frutas.

produzidas com malte defumado que adiciona uma camada extra de sabor e aroma ligeiramente saboroso.

A palavra bock sempre designa um teor mais forte. Essa é uma cerveja de trigo que sugere um sabor de alcoól tanto noc orpo quanto no fim.

Märzen Oktoberfest

São cervejas fermentadas lentamente no mês de março (märz, em alemão), para a Oktoberfest. As Märzen tradicionais têm cor de cobre dourado, são robustamente maltadas, com caráter adicional do lúpulo. Hacher-Poschorr Oktoberfest Märzen O aroma forte de malte tem o toque de caramelo, enquanto o gosto é encorpado e meio doce, trazendo um sabor de noz seca no fim. APV: 5,8% Temp p/ servir: 7-10°C. Boa pedida para acompanhar os tradicionais alemães, chucrute e linguiça.

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Ressaca é o resultado de beber exageradamente qualquer tido de bebida alcoólica. Pode variar de uma leve mau estar até uma imensa crise existencial. Portanto: beba com moderacão!


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toP tOp

Berlim texto  thaís Muniz

Berlim é uma das capitais mais cheias de cultura, cidadãos do mundo e sorrisos fáceis. Depois de entraves turbulentos, a cidade respira largamente, exibindo seus parques, bosques, milhões de bicicletas e poucos carros. Sua arquitetura encontra prazer na complexidade e dela se alimenta – afinal, concursou arquitetos estrelados do mundo todo, para que os projetos campeões tornassem cada ponto da cidade grandiosamente inesquecível. O design nasceu ali, com tato refinado em novidades através da Escola Bauhaus de Walter Groupius. Pela liberdade que se tem, pelo bom gosto implícito em seus detalhes e pelo meu desejo de devorar os pedaços da cidade mais acessíveis aos seus visitantes esporádicos, montei roteiros cuja minha única recomendação é que se atente a um sapato confortável para descobrir como Berlim se desdobra sob seus pés.

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Foto Enrique Del Bianco

A reconstrução foi um sucesso, especialmente pela nova cúpula que se tornou uma ótima atração para nós, turistas porque é aberta à visitação e de lá se tem uma vista maravilhosa da cidade e do plenário do parlamento. Na cobertura da cúpula, soube de um luxuoso restaurante que oferece uma vista ainda mais privilegiada para o centro histórico da avenida Under den Linden (significa por baixo das tílias), que é a avenida principal de Berlim-Mitte (mitte = centro).

A

REICHSTAG Platz der Republik 1, 11011 como Raistaq), o majestoso Cheguei ao Reichstag (a pronúncia é algo anha, que para ser um dos préedifício do Parlamento Federal da Alem por poucas e boas, mas hoje se dios mais simbólicos de Berlim, passou idos 1884, construir um prédio encontra muito bem, obrigada. Para os técnica avançadíssima. Pocom a cúpula feita em aço e vidro era uma o Reichstag foi destruído por rém, 49 anos depois de sua construção, alvo de bombardeio na Segunum incêndio criminoso, sendo também arquiteto que apresentamos da Guerra. Em 1992, Sir Norman Foster, escolhido para transformar o na edição de Londres, teve seu projeto ntares mais modernos do munReichstag em um dos edifícios parlame do, finalizando a obra em 1999.

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A Quadriga, que não é pequena, já foi retirada de cima do portão alg umas vezes. Napoleão Bonapa rte, por exemplo, venceu uma batalha contra a Prússi a, e a mandou para Paris, e ela só retornou a Berlim de pois da Guerra da Libert ação. Nesse ínterim, a Quad riga recebeu uma cruz de fer ro e uma águia prussiana, passando a significar vit ória, ao invés de paz.

B

PORTÃO DE BRANDEMBURGO Pariser Platz 7 Indo na direção sul para a rua Friedrich-Ebert-Platz, andei cinco minutos para ver o Portão de Brandemburgo. Carl Gotthard desenhou doze colunas dóricas no estilo grego que foram divididas ao meio por cinco vãos centrais. Eis a única que restou de uma série de entradas de Berlim, desde 1791. Sobre ele a Quadriga, do escultor Johann Gottofried, uma carroça puxada por quatro cavalos e guiada por Irene, figura da mitologia grega que simboliza a paz.

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MEMORIAL DO HOLOCAUSTO ... e quatro minutos depois cheguei ao Memorial do Holocausto, que foi projetado pelo americano Peter Eisenman. O memorial ocupa uma área de 19 mil metros quadrados, coberta por 2.711 blocos de concreto de 2,38m de comprimento por quase 1m de largura. As alturas variam de 20 centimetros a 4,8 metros, e me pareceram um mar cinza com ondas geométricas. A intenção de Eisenman ao projetar os blocos foi colocar o visitante na posição de desorientação das vítimas do holocausto, e produzir uma intranqüilidade, um clima de confusão. Tudo bem que a força iconográfica também pode ser associada imediatamente a de um cemitério, mas após refletir, a brincadeira do esconde-esconde é inevitável. Andei mais três minutos e... Cora-Berliner-Straße 1,

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DZ BANK Pariser Platz, 3 Saindo da frente da Quadriga para a direita, anda-se 82 metros para chegar ao DZ Bank, um edifício modernista projetado por Frank Gehry, o mesmo que projetou o Museu Guggenheim Bilbao, na Espanha. O edifício multiuso inclui um prédio de cinco andares de escritórios, um condomínio de luxo de dez andares, com trinta e nove apartamentos residenciais e, entre os dois, um grande átrio projetado para ser usado como centro de conferências. Gehry combinou linhas sóbrias da arquitetura prussiana com elementos organicamente ousados, como lhe é peculiar. Segui a direção oeste na Pariser Platz em direção à avenida Unter den Linden...

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...SONY CENTER AM POTSDAMERPLATZ Kemperplatz 1, Originalmente, o bairro de Potsdamerplatz foi super movimentado no centro da cidade no início do século 20, com lojas de departamento, escritórios, agências e hotéis de luxo, como o Grand Hotel Esplanade. Durante a Segunda Guerra Mundial, quase todos os edifícios foram destruídos ou danificados. Depois que o muro caiu, em 1989, a praça se tornou foco de atenção mais uma vez não é sempre que se encontra um espaço com cerca de 60 hectares disponível no centro de uma grande da capital europeia. A minha primeira parada foi no Sony Center, lugar onde veias arquitetônicas saltam e parecem desafiar a gravidade, principalmente quando se pode ver de um dos prédios, que foi como eu vi. Meus amigos de Berlim são fotógrafos e, pela profissão, tivemos abertura para subir até a escola de cinema que fica no ultimo andar de um dos prédios da praça. Seguimos por um elevador, passamos por umas portas de vidro e chegamos a uma espécie de varanda que me permitiu ver aquela estrutura grandiosa de cima. É uma visão incrível. Esse ambiente cheio de luz compreende sete prédios de vidro e aço que funcionam como apartamentos de luxo, escritórios, algumas lojas, restaurantes, uma pequena versão da Legoland, além da Casa do Cinema (Filmhaus) que abriga o Museu do Cinema, a Cinemateca Alemã, uma escola cinematográfica (rá!) e duas salas de cinema. O museu exibe centenas de objetos, câmeras e projetores dos primórdios, bem como roteiros originais, roupas, cartazes e documentos. Tem um bar ótimo na entrada chamado Billy Wilder, e três das treze salas são dedicadas à diva alemã das telonas Marlene Dietrich, com fotos, objetos, cartas e vestuário. E obviamente, uma Sony Style enorme para os que amam tecnologia. Ah, lá a conexão Wi-Fi é free.

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...DAIMLER CHRYSLER Em 1991, as autoridades de Berlim optaram por um masterplan super conservador para a reurbanização do bairro Potsdamerplatz, rejeitando propostas de projetos mais ousados. A maior concorrência para o Daimler Chrysler foi ganha por Renzo Piano e Christoph Kohlbecker. Richard Rogers foi posteriormente contratado para projetar três edifícios no local com uma área total de 57.800 m². Piano e Kohlbecker fizeram a sede da Daimler Financial Services, que se tornou a peça central da reconstrução da Potsdamer Platz de Berlim. O edifício é imponente e tem uma de cortina de vidro como parede, pensada para reduzir o consumo de energia através do uso otimizado da luz natural. Unindo-se a eles, Richard Rogers construiu o Residencial Daimler Chrysler e o edifício comercial Daimler Chrysler. O resultado é maravilhoso e cerca de dez mil pessoas vivem e trabalham por lá, mas apenas o átrio está aberto ao público.

G

HAUS HUTH No lado de trás da rua, nesse mesmo complexo, vi a Daimler Art Collection, na Haus Huth, seu primeiro espaço próprio para exposições. Cobrindo uma área de aproximadamente 600 metros, o foco da coleção de arte Daimler, fundada em 1977, é uma concepção abstrata-construtiva, conceitual ou minimalista da imagem. O acervo compreende cerca de 1.800 obras de 600 artistas, Para Potsdamer Platz, a Daimler expôs na rua sete grandes esculturas de artistas internacionais como Keith Haring, Frank Stella, François Morellet, Nam June Paik, Robert Rauschenberg, Mark di Suvero, Auke de Vries e Jean Tinguely . Seguindo na direção sudoeste à Alte Potsdamer Str. em direção à Potsdamer Platz Arkaden, em dois minutos chego a...

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H

...MARLENE-DIETRICH PLATZ Resolvi dar uma passada por lá pra ver a escultura azul brilhante do americano Jeff Koons. Já tinha visto alguns trabalhos de Koons nos meus principais sites de referência para pesquisa, e adorei a sensação de leveza dada por suas esculturas. Elas, que parecem balões infantis daqueles que podem ser torcidos e amarrados para gerar formas estranhas e maravilhosas, são feitas em grandes proporções e em aço. A venda de uma das obras por 23,5 milhões de dólares fez de Jeff Koons um dos artistas vivos mais caros do mundo. A Flower Baloon agracia a praça Marlene Dietrich há mais de 10 anos.

I

Filarmônica de Berlim KULTURFORUM Herbert-vonKarajan-Str. 1 Depois da praça Marlene Dietrich, vale uma passada pelo Kulturforum, que fica a oito minutos dali e é uma coleção de edifícios culturais caracterizados por sua arquitetura inovadora modernista. Vários edifícios distinguem-se pelo design orgânico de Hans Scharoun, e a Neue Nationalgalerie, que foi desenhada por Mies van der Rohe, considerado um dos principais nomes da arquitetura do século XX que também foi professor da Bauhaus. Segui caminhando...

J

GROßER TIERGARTEN ... E em 10 minutos cheguei ao pulmão verde de Berlim, que se chama Tiergarten, um parque imenso que dispõe de 210 hectares de superfície e localizado-se bem no centro da capital. Lá já foi local para a caça da nobreza da Prússia e era portanto fechado ao publico. No século 18, as portas desse imenso parque foram abertas e ele se tornou parte da vida dos berlinenses, que a cada verão vão pra lá tomar sol, nus, à beira de uma avenida super movimentada. Deixei de observar o gostinho de hábitos dos locais de Tiergarten e em 15 minutos chego ao...

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L

...BAUHAUS-ARCHIV tão Poucas escolas exerceram influência gn desi no e ra itetu arqu na significativa em ada fund aus, Bauh a o com 20 do século e 1919 por Walter Groupius. Esse museu exib e a coleção mais abrangente do mundo sobr ços, a história da escola. Mobiliário, esbo ares dess nhos dese e iano cotid objetos do lá, por o estã veis incrí s gner desi quitetos e loalém da Bauhaus Shop que vende catá um gos, livros, luminárias, relógios, jogos e oavilh mar gn desi com s tário utili monte de so. E o meu dia fica por aqui.

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Foto Enrique Del Bia

nco

EAST SIDE GALLERY Mühlenstraße 1 seguinte, a minha primeira parada foi a East Side Gallery: 1,3 dia No km do antigo muro de Berlim transformou-se em uma galeria ao ar livre, como um verdadeiro monumento internacional pela liberdade. Em 1990, um ano após a queda do muro, cem artistas do mundo todo se juntaram para pintar o muro com uma arte que expressasse euforia, esperança e expectativa de liberdade para todos os povos. Dois terços das pinturas foram danificados pela erosão, pichações e vandalismo. Um terço foi restaurado por uma organização sem fins lucrativos que começou a trabalhar em 2000; o restante passou por um milionário programa de renovação artística que demorou 12 meses, e ficou pronto no 20º aniversário do fim da divisão da cidade. Hoje, essa parte do muro é um grande ponto turístico que você nunca encontra vazio. Por trás do muro, nas margens do rio Spree, vários barzinhos animados esquentam Berlim no verão e gente se refresca com a gama de cervejas que a Alemanha fornece.

B BERLINER FERNSEHTURM Panoramastraße 1 Para nós gringos: antena de televisão de Berlim. Eu já tinha visto essa torre de muitos dos lugares que passei antes. Ela sempre estava lá, como um grande olho que pode ver Berlim em 360º. Mas fui até Alexanderplatz e, com meus 1,58, espichei o pescoço para tentar alcançar com os olhos a quarta maior estrutura sem apoios da Europa (368 metros). Confesso que, assim como na Torre Eiffel, não cheguei a subir, porque filinha e câmera me dão a sensação de estar sendo turistona demais!!! Mas soube que existe uma plataforma para visitantes a 204 metros de altura, que permite ver Berlim num raio de 42 km em dias claros, alem de um restaurante giratório, no centro da esfera, que gira uma vez a cada vinte minutos, e que fica um pouco acima dessa plataforma. Alem da torre, Alexanderplatz é um bairro super aprazível. Interseção de trens, metrôs, bondes, ônibus - lá nunca deixa de ter gente em trânsito, nem por um minuto. Também acontecem várias intervenções artísticas no seu entorno. Dançarinos amadores, corais, despedidas de solteiro, skatistas e até base jump de um hotel super alto. Dois quilômetros depois...

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EMBAIXADA DA HOLANDA EM BERLIM Rem Koolhaas é holandês, e com o projeto da Embaixada, venceu o Prêmio da União Européia para Arquitetura Contemporânea Mies van der Rohe, em 2005. O júri foi composto por nomes como o da arquiteta israelense Zaha Hadid. O prédio é um cubo com irregularidades que facilitam uma melhor compreensão de Berlim, confrontando idéias divergentes sobre como a cidade, com sua complexidade, peso, opacidade e beleza, devem construir / reconstruir. Dentro do cubo, a livre circulação se dá por um caminho em zig-zag que atravessa os oito andares. A regularidade da fachada no cubo de vidro e aço permite a quem está do lado de fora, ver algumas partes de dentro do prédio – e a quem está dentro ter uma vista ótima do rio Spree. 30 minutos depois...

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D ...MUSEU JUDAICO O Museu Judaico foi inaugurado em 2001 e é um dos monumentos mais emblemáticos da cidade por causa do projeto maravilhoso de Daniel Libeskind, que substituiu o que fora fechado no passado pela Gestapo em 1938. Vencer a concorrência desse projeto foi ainda mais importante para Daniel, por ele ter perdido parte de sua família no Holocausto. A exposição permanente está situada em uma superfície de 3.000 metros quadrados e aborda diversos aspectos dos dois mil anos de história judaico-alemã. Essa coleção abrange desde objetos cotidianos até obras de arte, assim como fotos e cartas. Outro atrativo são os dispositivos interativos e multimídia, que mostram como foi a vida dos judeus ao longo da história da Alemanha. O museu é enorme e é preciso ir com bastante tempo ou definir o que se quer visitar. Eu sugiro as áreas do século XX e as instalações ao final da caminhada, que pra mim foram as mais impressionantes. Se quiser aproveitar pra almoçar, lá tem o restaurante Liebermanns, que serve pratos da gastronomia judaica internacional. Vinte e um minutos depois um lugar enorme para ver e comprar...

E ...GALERIES LAFAYETTE Nos anos 1990, investidores franceses escolheram a esquina da Friedrichstrasse para construir a primeira filial das famosas Galeries Lafayette. A competição internacional pelo bairro foi vencida pelo estrelado arquiteto francês Jean Nouvel, famoso pela Opernbau em Lyon e pelo Instituto do Mundo Árabe em Paris. Nouvel, com seu design espetacular, projetou a Galeria como um gigante de vidro, onde doze cones e cilindros (também de vidro) garantem elegância e leveza. Aí é o lugar ideal para se deleitar em lojas como Botega Veneta, Bulgari, Sonia Rykiel, Ermenegildo Zegna, Guerlain, Hermès, Issey Miyake, Marc Jacobs, Lalique, Missoni, Miu Mil, Penhaligons, Porsche Design, Stella McCartney, Prada, Thierry Mugler e muitas outras!! Até uma loja das Havaianas se encontra por lá! Vale uma passada! Depois das firulas de shopping, é fundamental conhecer a Ilha dos Museus ou...

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F ... MUSEUMSINSEL

diverA Ilha dos Museus, que abriga o mais que do, mun do sificado complexo de museus guar e 1930 e foram construídos entre 1830 e arte de as dam as coleções reais prussian to arqueologia. Tem uma obra em andamen te lmen cipa prin pra ligar os museus entre si, Culnio imô porque a ilha foi declarada Patr 1999. tural da Humanidade pela UNESCO em s, Alte eu Mus o Lá estão o Museu Pergamon, o e rie gale onal O Museu Neues, a Alte Nati de a gam uma Museu Bode. Cada um com ar atrativos históricos. Estando lá, vale visit garLust o e a catedral barroca Berliner Dom Naten (Parque do Prazer) em frente a Alte ... eles Tach tionalgalerie. Depois segui para

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KUNSTHAUS TACHELES As casas ocupadas (okupas ou squatters ) estão espalhadas por vários pontos de Berlim, e Tach eles (diz-se Táqueles) alem de ser uma delas, é uma gale ria de arte contemporânea. Foi ocupada em 90 por um grupo de jovens artistas que a transformou em um “pól o underground” de arte contemporânea. Lá funcionam cerc a de 30 ateliês de artistas de várias partes do mundo, cada um em sua sala. Logo na chegada, fui recebida por um parq ue de esculturas em metal, que me deu boas vindas ao atel iê do artista turco Huseyin Arda, um dos primeiros a cheg ar por ali. Arda tem um trabalho sensacional. Lá também está o ateliê de Tim Roelofs, um artista de colagens fant ásticas, que são vendidas como postais, A4, ou ainda mai ores - depende de quanto se quer pagar. Roelofs fez parceria s com a Versace, em que desenvolveu uma linha de esta mpas para a marca. Por estar em uma área nobre, o prédio tem sofrido severas investidas pressões do banco HSH Nord bank, de investidores e de políticos que pretendem fechar o pedaço por pedaço de Tacheles. A comunidade chamada Tacheles Foundation tem agido como uma entidade lega l para proteger a Kunsthaus (casa de arte), e tem recebido apoio do mundo todo. Espero que a luta seja vencida pela arte e Tacheles continue sendo a rota preferida de gale ristas badalados de Nova York e de outras partes do mundo.

Foto Enrique Del

Bianco

H FLEAMARKETS

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Mercados urbanos diversos (chamados flea markets, são uma mescla de mercados de pulga com feiras hypes) acontecem duas ou três vezes na semana, e neles é possível encontrar de tudo, do novo ao antigo. Joguetes como Lego e Playmobil por uma pechincha, tecidos, objetos de arte antigos e contemporâneos, telas, livros, roupas de design experimental (e super originais), sapatos, bolsas, telefones, toca-discos, móveis usados retrô, (encontrei um par de poltronas anos 50, com um rasgadinho no estofado, por seis euros!). Um que recomendo é o Fleamarket Mauerpark, que acontece no domingo, das 8 às 18, na Bernauer Strasse. Além do mix variadíssimo de opções, tem uma área com mini restaurantes e estandes de comidas (haja Currywurst!), e um palco onde cantores e desafinados se apresentam no karaokê. Para quem gosta de garimpar, Mauerpark é o lugar! O público da feira é uma mistura maravilhosa de turistas, famílias, estudantes, jovens, adultos e gente que parece que se vestiu (muito loucamente) só para ser notado no mercado. Como Tim Roeloffs já colocou em uma de suas colagens, Berlim é la puta madre de todas las ciudads!


Acontece no mundo

Berlim por Nathália Velame

42 Rue des Lombards, 7º

Bergmannstraße, 21

Berlim derrubou o muro que a dividia, se reinventou e vem mostrando que é uma das principais capitais do mundo, ditando tendências na arquitetura, arte, moda, design e gastronomia... Confiram o que há de melhor por lá...

Estrada do Coco – Km 8 Alexanderplatz

Cachoeira do Roncador

Weinmeisterstrasse, 4

Kantstrasse, 148

Dopo Domani É uma loja bem bacana, talvez uma das paradas obrigatórias na cidade para os loucos por design. Kantstrasse 148.

Ka de we Essa loja é fantástica: lá se pode encontrar absolutamente tudo o que existe de melhor. Passeando por lá, encontrei toda a linha gourmet da Bugatti.As peças são muito especiais, mas o que realmente fez minha cabeça foi uma cafeteira jeans, muuuuito linda! Não deixe de conhecer o gourmet depart da loja. Simplesmente um sonho! Almoçamos lá da ultima vez e eu super indico.

AM1 AM2 & AM3 Três lojas no mesmo espaço, com estilo especial vendendo conceito. Ideal para quem busca o inusitado - a começar pela estrutura do prédio antigo, que tem cara de galeria de arte. Fica na Münzstrasse, 21-23.

Französische Straße, 40 Ribeira PARA MORRER DE VONTADE Passear pela loja The Corner é morrer de vontade de ser milionária pra comprar todas as roupas e acessórios vendidos lá! Fica na Französische Straße, 40.

Hans Peter Jouchum É uma tentação para quem, como o estilista Karl Lagerfeld, curte design retrô. Fica na Bleibtreustrasse, 41.


Hotel Camper O segundo hotel da grife foi inaugurado há pouco tempo na cidade e é uma boa opção para quem busca um quarto espaçoso e com luz natural. O prédio conta com muitas janelas e alguns quartos com teto de vidro. Fica a dica. Weinmeisterstraße, 1.

Barcomi’s Kaffeerösterei Uma ótima opção para fazer o lanche da tarde. Lá tudo é incrível, por isso sugiro o pratinho degustação com quatro “provas” de tortas e bolos à sua escolha. Do outro lado da rua tem uma sorveteria bem pequenininha, com sorvetes deliciosos e artesanais. Fica na Bergmannstraße, 21.

Kantstrasse, 148

Rio Paraguaçu

LIVROS Atenção loucos por livros: a Bücherbogen é a melhor livraria da cidade e tem um acervo perfeito, recheado de livros de moda, cinema, design e arquitetura. Stadtbahnbogen, 593.

Al Contadino Sotto le Stelle É um dos melhores restaurantes italianos da cidade, com massa é feita em casa. Não se assuste se der de cara com Angelina Jolie ou Brad Pitt. Auguststraße, 36.

Münzstrasse, 21-23

VÁ DE BIKE Na busca de uma forma inusitada para conhecer a cidade indico a FAT BIKE TOURS que se reúne, diariamente, na Alexanderplatz.

Bleibtreustrasse, 41

Absinthe Depot Paraíso para os amantes de bebidas, essa loja conta com mais de cem marcas diferentes. Fica na Weinmeisterstrasse, 4.

MERCADO Sou apaixonada por mercados, adoro garimpar coisas bacanas, tirar fotos coloridas e absorver um pouco da cultura de cada lugar. Em Berlim existe o Fleamarket que acontece aos domingos.


CONCEITO TECNOLOGIA

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a h l a atdeiPhone HO DO IPHONE E SABE QUE O APARELHIN TEM E QU S ELE QU DA É S NÃO FAZ MA BÉM , OS TAM SE VOCÊ DE APLICATIVOS ULTRA-MODERN DE DA INI INF A UM DE SE I O SSU NT PO ME O MO MOMENT QUE ELES COMEM, CHEGOU O OS. E PARA QUE O M NE M, RA MO S ELE DE ON PECAD IDÉIA DE UNIVERSO DA CIBER-MAÇÃ, SEM RENDER DEFINITIVAMENTE AO NOLOGIA AOS SEUS PÉS, AS DUAS BELDADES AÍ DO VOCÊ APRENDA A DEIXAR A TEC , NO MÍNIMO, BONITA DE SE VER, QUE VAI TE ENSINAR LADO TRAVARAM UMA BATALHAVOS MAIS BACANAS DA IPHONEMANIA. EI, GAROTOS, DIRETINHO A USAR OS APLICATI NCENTREM-SE NAS DICAS! A MATÉRIA É SOBRE IPHONES, CO PS Express Não vivo sem esse aplicativo! Com ele posso editar minhas fotos. Tango cia em Falo de graça através de vídeo conferên qualquer parte do mundo. Shazam cinema e Sempre me acompanha nas baladas, no lquer Qua o. rádi ndo ouvi u esto do no carro, quan e e o cantor! música que eu goste, ele identifica o nom r Period Tracke s. É um bom amigo para todas as mulhere onde , onal horm io É meu calendár lidade. acompanho minha TPM, sintomas e ferti Suvinil Tintas O aplicativo dos sonhos de todo arquiteto inspiração ou decorador. Basta tirar uma foto da sua. para descobrir a cor referente àquele tom

raram Leticia Ta

Voxer Agora o iPhone também é rádio! Aroundme Bem legal pra quem gosta de viajar! Você encontra os lugares mais próximos, como bares, restaurantes, hotéis... Remote O iPhone vira controle remoto e muda as músicas do itunes. Bump Ele permite trocar informações com outros iPhone’s de maneira rápida e sem complicações. Basta, como o próprio nome diz, “chocar” os aparelhos. Measures Cadastrar um ambiente é cansativo, mas com esse aplicativo tudo fica mais fácil: basta tirar uma foto do cômodo ou do móvel que você quer medir, e cotar na própria foto. Bem útil!

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Aquela receita caseira que só de sentir o cheirinho desperta sensações agradáveis evocando o prazer vindo lá da infância, agora tem nome e sobrenome: comfort food, a comida emocional! A Conceito AV convidou Dona Silvia, uma mestra empírica dos fogões, para ensinar a vocês uma receita de encher a boca d’água e o coração de saudade...

1° bata o aipim no liquidificador. depois seque a massa que se formou em um pano de prato, de forma que toda a água seja escorrida. 2° coloque a massa em um recipiente e acrescente manteiga, açúcar, leite de vaca e leite de côco. bata à mão. 3° em outro recipiente, bata os ovos (gema e clara) e depois acrescente na mistura. bata novamente. 4° unte a assadeira com bastante manteiga e polvilhe com farinha de trigo. 5° asse em forno médio (180º) préaquecido por cerca de um hora e 20 minutos ou até dourar. 6° deixe esfriar por 10 minutos, desenforme e deguste!


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O

Soho House Berlin faz parte de uma rede de clubes privados fundada pelo empresário inglês Nick Jones. O prédio histórico conta com oito andares de puro luxo e elegância, tendo como principal característica a exclusividade. Inaugurada originalmente em 1928 como uma loja de departamentos, a propriedade foi confiscada pelo governo no período da Segunda Guerra Mundial, e ocupada pelo regime comunista do pós-guerra até 1956. Na época, o local que foi usado para arquivar documentos do partido comunista, abrigava a Instituição Histórica do Comitê Central. Após a reunificação alemã, o imóvel foi devolvido aos descendentes dos proprietários originais. O edifício, que tem estilo Bauhaus e fica localizado no bairro de Mitte (antiga Berlim Oriental), foi restaurado para receber o centro cultural europeu mais cool e desejado do momento. O clube oferece Cowshed SPA completo, ginásio, piscina panorâmica, restaurantes, bares, cinema, sala de jantar privada e quarenta quartos extremamente confortáveis. Para se hospedar e frequentar qualquer uma das filiais do Soho House, é preciso ser membro – o que não é barato nem fácil.

conceito arquitetura & hoteis

Soho House

Berlim texto  lETÍCIA TARARAM

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Esta suíte mescla modernidade e muita sofisticação na mistura de cores das cortinas, nos painéis e no sofá com capitonê.

No sótão do Soho House Berlin, uma outra proposta mais jovem e casual, sem perder a personalidade do clube privado.



O restaurante tem um projeto maravilhoso, nuances de azul petrĂłleo, verde fendi e musgo se misturam em perfeita harmonia.A ĂĄrea do bar tambĂŠm ĂŠ trabalhada nos tons de azul e verde. O destaque vai para os pendentes em musgo com detalhes em passamanarias.



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Alguns lugares s達omaisespeciais do que outros.


Clube Laguna

15.000m² para você nunca cair na rotina 3 Quadras de Tênis | Campo de Futebol Society Clube Cinema com 50 lugares | Kid’s Club com piscina infantil e parque | Espaço Gourmet | Salão de Jogos Club-House | Piscina com raias de natação Centro Náutico com guarderia | Academia by Paulo Meyra | Sala de massagens | Sauna

Casas

Adriano Mascarenhas Ivan Smarcevski Luís Humberto Carvalho Sidney Quintela

Urbanismo Seta Projetos

Portarias - Clube - Edificações Cassio Santana

Prazos de entrega Etapa A – Concluída Etapa B – Novembro 2011 Clube – Fevereiro 2012

O

Paradiso Laguna é uma verdadeira reserva de qualidade de vida, localizada numa área de proteção ambiental de um milhão metros quadrados, no Km 20 da Estrada do Coco. É aqui, num lugar exclusivo, privilegiado pela natureza, pela localização e pela infra-estrutura, que você vai viver momentos inesquecíveis. Ter liberdade, conforto e sofisticação com total segurança. Serão terrenos planos a partir de 1.000 metros quadrados, com todo licenciamento ambiental aprovado pelos órgãos estadual e municipal de Camaçari. Conforto e sofisticação até na hora de ir à praia. A praia também é um dos pontos altos do Paradiso Laguna. Além de acesso rápido e fácil, você conta com uma sofisticada estrutura de apoio, incluindo estacionamento, bicicletário, chuveiros e quiosque. O acesso por parte de não-moradores é controlado, o que confere a ela um aspecto de praia privativa em toda sua extensão. Lagoa Grande. Esporte e Lazer com um cenário deslumbrante. A Lagoa Grande é um dos maiores espelhos d’água do Litoral Norte, com uma área preservada de mais de 1.000.000 m². Um verdadeiro santuário ecológico onde você poderá praticar diversas atividades, como pesca, remo, windsurf e kite-surf. O entorno da lagoa oferece ainda passeio e ciclovia com 7,5 km, além de decks para contemplação das belíssimas paisagens do local.

Informações

Vendas

71 3628.1460 3341.6140 paradisolaguna.com.br

BRITO & AMOEDO 71 3264.8700


conceito arquitetura & hoteis

Nhow Berlim

texto  ANDREA VELAME

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O projeto do Hotel vai muito além das quatro paredes e um teto. Karim Rashid foi o escolhido para contorcer as formas e colorir todo o hotel

Q

uando você se depara com o projeto do Nhow, algo muda. O prédio projetado pelo arquiteto Sergei Tchoban deu a Berlim uma arquitetura moderna intitulada de música para os olhos. Karim Rashid foi convidado a dar ainda mais ritmo ao hotel, sendo o responsável pelo projeto de interiores. A visão de Karim Rashid foi desenvolver um projeto radical, com movimento, cujo núcleo principal fosse quebrar com velhas formas de ver e viver assim, criar um mundo livre de nostalgia. Cores frescas e formas arredondadas para criar espaços que são muito mais do que simplesmente quatro paredes e um teto. O desenho do Nhow Berlin é a manifestação de uma filosofia, que permite aos hóspedes acessar um outro mundo durante a sua estada.

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Neste espaço mais conceitual, predomina a monocromia e a plasticidade das formas sinuosas é substituída pela rigidez do concreto aparente

U

ma viagem a Berlim se transforma em uma nova dimensão – uma experiência positiva que leva você até o limite do tangível, do surpreendente, do inusável. A proposta de Karim Rashid é promover acordes, onde a harmonia estética estimula a mudança na percepção de nós mesmos de tudo à nossa volta. Tudo parece mais intenso, fazendo dessa atmosfera eletrizante a reprodução ideal a energia criativa. Palavras e imagens não podem fazer justiça a algo que precisa ser experimentado; porque este projeto começa no ponto em que a linguagem atinge seu limite. Para aqueles que gostam de entrar na era digital, todos os quartos estão equipados com a tecnologia mais recente: conexões iPod, e mais de 30 canais de TV e 50 estações de rádio integrado em um state-of-the-art sistema de entretenimento. Afinal, a música também merece luxo. E no final da noite, você pode afundar em uma das camas de design exclusivo, que são mais do que simplesmente música para a sua volta.


As formas clássicas formas de Karim Rashid estão presentes em todos os detalhes dos quartos: nos revestimentos de piso e parede e cortinas

Os quartos são equipados com tecnologia de ponta. Há por exemplo, conexões para iPod. A música faz parte dos serviços oferecidos no Nhow

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No projeto do Nhow Berlim, as clรกssicas e simples formas de Karim Rashid comungam em perfeita sintonia com o design proposto pela Bauhaus


O

s hóspedes do Nhow Berlim tem uma relação com a música que pode ser considerado um estilo de vida. Empresários cosmopolitas, jet setters internacionais e as melhores bandas: este é o perfil dos hóspedes do Nhow, de pessoas ligadas ao amor pela música! É uma paixão que está presente em todos os aspectos do hotel, e é por isso que,além de um estúdio de gravação integrado – em cola-

boração com o lendário Berlim Hansa Studios,o Nhow oferece guitarrasno menu de serviços de quarto e vista panarômica para Berlim. Bem-vindos à capital da música. Nos últimos anos, Berlim tem estado na vanguarda da música e cena cultural. Nenhuma outra cidade da Europa oferece mais opções quando se trata de música e estilo de vida. Mais de 700 empresas de música estão na cidade que ostenta inúmeros

museus, teatros, clubes e salas de concerto – um ambiente criativo que atrai pessoas de todo o mundo. E o que poderia ser melhor para esta cena do que uma hotel inspirado pela música? Como uma sinfonia para os sentidos, o Nhow Berlin é uma composição sofisticada de design, música e tentações culinárias e culturais. Reúne muito do que fez de Berlim a capital criativa que é hoje. Sinta o ritmo e faça parte dela!


Baerck conceito arquitetura & moda

texto  andrEa velame


No interior da loja, móveis em módulos que podem facilmente mudar a aparência da loja. A inspiração veio de automóveis vintage

J

acob Brinck foi o idealizador do projeto da loja alemã Baerck, um espaço contemporâneo que associa moda e decoração em perfeita sintonia. Localizada em Berlim, a loja reúne em seu interior um mix de marcas conhecidas e novos designers de várias partes da Europa. Através de viagens pelos quatro cantos do mundo, os “cool hunters” da Baerck fazem uma seleção especial do que é exposto na loja. O estúdio de design Ilov Ilot optou por utilizar módulos móveis de exposição, que podem mudar a aparência da loja. A inspiração veio de veículos vintage de transporte, como um Drojki (veículo utlizado na Rússia) e um caminhão da Ford. Todas as peças dialogam perfeitamente com seus expositores. Como a loja é estreita e longa, Jacob optou por desenvolver um projeto com pureza estética, usando branco, madeira, aço e espelhos.


O principal objetivo no desenvolvimento do projeto foi alcançar um espaço com materiais simples que traduzisse uma atmosfera aconchegante

O design dos expositores e o luminotécnico são grandes destaques do projeto. Na Baerck é possível encontrar acessórios, moda, objetos e móveis



conceito arquitetura & moda

Andreas Murkudis texto  andrEa velame

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A loja de Andreas Murkudis se apresenta, praticamente, como um museu. O projeto arquitetônico proporciona uma espécie de galeria

A

ndreas Murkudis elege o projeto das suas lojas como museus íntimos, com referências pessoais, ao invés de espaços com foco no varejo. Ele reúne nas lojas uma coleção de produtos favoritos e propõe um estilo único capaz de transformar o espaço em galeria. “Não há nada nas paredes das lojas, para que eu possa transformá-las em um espaço limpo e vazio em menos de seis horas,” diz Murkudis. Por vezes, é normal ouvir o mestre citando: “duvido que eu vá vender muitos desses, mas é fantástico, não é?”. A loja Andreas Murkudis está localizada em um belo pátio no bairro de Mitte, em Berlim. Para os curadores de arte, é natural ver a moda como parte da cultura.

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S

uas lojas são uma contra-indicação à onipresença das grandes marcas de moda. Como ele mesmo diz, seu espaço é um generoso convite para as pessoas se tornarem “infectadas com o vírus de qualidade e habilidade”. Embora isso possa parecer sonhador, seu instinto para os negócios certamente não é. “Não acredito em colocar as pessoas sob pressão para comprar, afinal, nada disso é realmente necessário. Queremos que as pessoas vivenciem a experiência. Se as pessoas só olharem, que assim seja: eu quero inspirar. E se existir algo pelo que você realmente se apaixonou, certamente vai voltar e comprá-lo de qualquer maneira, mais cedo ou mais tarde”. Andreas Murkudis vende marcas independentes como Sophia Kokosalaki, Maison Martin Margiela, Lutz e, claro, a linha de seu irmão Kostas Murkudis, bem como uma seleção de porcelanas, jóias e design de interiores.


conceito arquitetura & moda

Labels 2 texto  andrEa velame FOTOS  Iwan Baan

O

Labels 2 Berlin é um shopping center fashion que concentra trinta showrooms e salões de eventos de marcas internacionais de moda, localizado às margens do rio Spree. O escritório de arquitetura HHF ganhou o concurso internacional realizado em setembro de 2007, cujo partido arquitetônico adotado foi a utilização de curvas sinuosas na fachada. Esses elementos criam uma característica super forte no interior do prédio e facilitam a ocupação de novas empresas que não querem arcar com tempo nem com o esforço para a realização de um projeto de interior. O efeito das janelas em arco, causa um impacto minimalista e ao mesmo tempo contemporâneo ao projeto, onde o aspecto brutalista cede lugar a uma linguagem fashion.

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Destaque absoluto para a escada, uma verdadeira obra de arte, um monumento a parte na arquitetura deste empreendimento com uma รกrea de 8.000 metros quadrados, onde o concreto e o vidro dialogam com maestria


conecte-se www.andreavelame.com.br

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Thaís Muniz

cool hunter

Birô de estilo

Low Tech

A

baixa tecnologia é conceituada em produtos confeccionados com pouco ou nenhum uso de máquinas e ferramentas complexas. Esta se alia ao upcycling que, ao contrário da reciclagem, visa transformar resíduos ou produtos inúteis e descartáveis em novos materiais, ou produtos de maior valor, uso ou qualidade. Os muitos mercados de pulgas espalhados por Berlim valorizam as coisas usadas e o handmade. A preocupação real de designers em mudar o sentido de coisas não utilizadas, valida estética e função, e nos imerge em um universo que abraça o verde com cores, texturas, ideias, ideais e exclusividade. Uma tendência? Não apenas. É, na verdade, uma consciência que ainda não brotou em todas as cabeças, apenas nas mais brilhantes. ICA WATERMELON A foto do Birô nessa edição é da ultima coleção da Ica Watermelon, uma marca de Berlim comandada pela designer Julia Knupfer, que saboreia texturas incomuns e combina o conceito da sustentabilidade com a alta moda. O artesanato tradicional, especialmente o tricô e o crochê, evoluem para um resultado fashion altamente elegante e desejável, onde cada peça é feita com matéria prima natural de alta qualidade, como algodão, linho, seda e lã. www.icawatermelon.com

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Sofá Cushionized A designer alemã Christiane Hogner criou um sofá que inspira conforto pra qualquer um que olhe. Composto por vários travesseiros empilhados, o sofá consegue diferentes configurações, texturas e tons, que nos convidam a jogar e mudar as composições. Um charme! www.christianehoegner.com recycle-shoe-lizafredrika -Furniturescrap Shoes A designer Liza Fredrika criou um sapato cujo salto é composto por sobras de madeira de mesas e cadeiras. Cortados e montados a mão em um pino de ferro, os pedaços de madeira são empilhados para formar uma unidade, onde cada sapato acaba se tornando unico. www.wmaty.com

Schrank As latas de óleo recolhidas no porto de Hamburgo viram armários incríveis nas mãos dos designers Dennis, Carsten e Michael, que têm um estúdio de re-design chamado Lockengeloet. As latas são empilháveis, com uma trava na tampa superior. As cores são lindas! www.lockengeloet.com

Leftlovers Linda e Jona são suiças e compram moveis antigos de mercados de pulgas para reformar e criar coleções maravilhosas. Essa chaise faz parte da coleção People, onde roupas de segunda mão viram patchworks inspirados nas belezas e diferenças de todas as pessoas que as rodeiam. www.designbyleftovers.se

Recreate A designer Katie Thompson divide sua experiência entre a indústria de movelaria, o design e os tecidos, em Londres e na Cidade do Cabo. Katie coleciona coisas antigas para recriar peças de mobiliário, iluminação e acessórios, misturando artesanato sul-africano, com acabamentos top.

www.recreate.za.net

shwood A marca nasceu depois que dobradiças de armário, tronco de árvore e lentes de outro óculos viraram um modelo wayfarer feito à mão. A marca hoje tem suas lentes produzidas pela mesma empresa que fabrica as lentes das câmeras Sony, e continua reaproveitando madeira descartada para criar óculos exclusivos.

www.shwoodshop.com

Screen – Loris & Livia As suiças Loris Jaccard e Lauber Livia têm um estúdio de design em Londres e desenharam o Screen, uma peça de grande mobilidade que pode ser usada como biombo, arara, ou os dois. www.lorisetlivia.com

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Gas Case

Beaute

Sebastian O designer Matthew Appleby vive e trabalha entre Londres e Berlim. Há cinco anos, Matthew reúne objetos e sucatas para transformar em objetos de decoração e iluminação como a Sebastian, feita a partir de um radio encontrado na rua.

Michael Wolke tem um estúdio de design em Cologne, na Alemanha, onde cria objetos do cotidiano a partir de materiais reciclados. Os pendentes Beaute são feitos a mão, a partir de papelão que o proprio Michael encontra na rua. www.herrwolke.com

A marca Ivorilla encontrou nos tanques reservas de combustível dos jipes o suporte perfeito pra criar malas cheias de estilo, com diferentes versões: a Business, foi pensada inicialmente para Dj´s, porque abre no topo para armazenar vinis, notebooks etc. A versão Case abre na lateral. Ambas têm travas protetoras. www.gasca.se

otra A marca OTRA significa On The Road Again (na estrada novamente). Os produtos da marca são totalmente feitos a mão e nunca entram em contato com tinta, solvente ou cola. Esse colar, por exemplo, faz parte de uma linha de acessórios feitos de câmara de pneu de bicicleta. www.otra-design.com

schmidttakahash Eugenie Smith e Mariko Takahashi se conheceram na universidade de design de moda, em Berlim, e criaram a Schmidttakahash, uma marca de roupas que funde peças de diferentes origens com design exclusivo. As roupas doadas são higienizadas, fundidas e depois vendidas. Cada tag tem informações sobre a roupa: número peças foram utilizadas para chegar àquela peça, materiais utilizados, cor, corte etc.

Entwurf-Direkt A marca, que traduzida do alemão significa design direto foi criada por Per Schumann, um homem fascinado por coisas usadas ou descartadas, em particular, por gavetas - sua matéria-prima para projetar cômodas, armários e afins, com uma marcenaria contemporânea e sustentável.

www.schmidttakahashi.de

www.entwurf-direkt.de

Remember me Chair

rag chair Criada pelo holandês Tejo Remy e produzida pela Droog Design, a idéia é reciclar trapos de tecidos e roupas velhas. Cada peça é única e vira uma verdadeira arca do tesouro de memórias.

O designer Tobias Juretzek também utilizou roupas velhas para criar a Remember Me, uma cadeira estruturada com trajes que recebem um tratamento com resina para garantir a durabilidade. www.tobiasjuretzek.com

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SHOCKING COLORS texto LUCAS ASSIS edição de moda josé almir jr. & marcelo gomes fotografia  michel rey

A

s cores iniciaram uma grande provocação. Cansadas de tanto viver organizadas em degradê, fizeram a arquitetura invejar a arte e montaram-se em blocos. O azul virou aliado do amarelo, o vermelho juntou-se com o roxo – até que o bloco das cores encontrou um novo espaço, onde não havia distinção de gêneros, e por lá se fixou. A Escola Bauhaus era o lar perfeito para os choques cromáticos que se perceberam livres para encontrar uma nova forma arquitetônica onde pintura, escultura e arquitetura formariam um só conjunto. Tijolo por tijolo, num desenho mágico, métrico e colorido.

Destaque absoluto para a escada, umaBlusa verdadeira de arte, e short –obra Corporeum um monumento a parte na arquitetura deste empreendimento Brinco e pulseira – ABX com uma área de 8.000 metros quadrados, onde eo Bolsao –concreto Kate Spade vidro dialogam com maestria


Jardineira – Cantão Top – Pat Pat´s Bolsa – Ellus Brinco – ABX Sandália – Corporeum


Ela Vestido – Ellus Cinto e sandália – Corporeum Ele Camisa – Ellus Calça – Diesel Bolsa – Ellus Sapato – Foxton


Short – Iódice Body – IO Cinto e bolsa – Corporeum Brinco – ABX Sapato – Contempo


Regata e cinto – Alphorria Calça – Corporeum Brinco – ABX Bolsa – Ellus Sapato – Maria Bonita Extra


Vestido – Cavendish Brinco – ABX Bolsa – Thelure Sapato – Contempo


Ela Blazer – Corporeum Regata – Alphorria Short – Cantão Brinco – ABX Sapato – Contempo Ele T-shirt – Redley Calça – Diesel Cinto – Cavendish Tênis – Lacoste Óculos – 284


Ela Blazer – Ellus Short – Redlay Brinco – ABX Cinto – Ellus Bolsa – Alphorria Sapato – Maria Bonita Extra Ele Pólo – Ricardo Almeida Tricot – Sérgio K. Bermuda – Foxton Tênis – Lacoste Ficha técnica Beleza Ricardo Brandão Tratamento de imagem Rodrigo Andrade Estúdio Roda Modelos – 40 graus Daria Jhones Mattos


PROJETO ALINE CANGUSSÚ CASA COR BAHIA 2011

Rua Alameda das Espatódeas 215 Caminho das Árvores

Salvador

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3342.5666 www.casabellamovelaria.com.br


Um livro O último livro lido por Nicole foi Geração A de Douglas Coupland. A história se passa no futuro, em um mundo onde as abelhas foram extintas, mas cinco pessoas são picadas e essa experiência as une de forma diferente.

Coleção “Eu comecei a colecionar cavalos de madeira há um tempo atrás, e eu não sei explicar o porquê!”

conceito close

Nicole Roscher Nicole Roscher é alemã, tem olhos lindos e um enorme talento para a moda. Revirando fotos e arquivos de família, encontrou o nome para sua marca - a Von Bardonitz, onde cria roupas com design altamente contemporâneo e cosmopolita desde 2007, que são vendidas em Berlim, Holanda e China. É também é uma das fundadoras do The Offer Berlin, um coletivo de designers que visa expressar suas ideias através de uma moda inovadora conectada com designers da França, Alemanha, Holanda e Estônia. Nicole recebeu nosso correspondente de Berlim no seu ateliê, para mostrar um pouco do seu universo particular. texto  thaís muniz  foto / still enrique del bianco

RELÓGIO “Acho que esse relógio velho de ouro dá estilo a qualquer roupa. Ele não precisa de bateria. É um relógio “verde”. E vai bem com todos os meus acessórios. É pequeno... adoro ele.”

Um óculos de sol “Gosto deste! É simples e clássico”.


Viagem inesquecível Nicole foi uma das finalistas do Fashionaward 2011, em Berlim. O prêmio foi uma viagem a Paris, com um editorial exclusivo para a revista QVEST!

Um objeto “Encontrei esse cavalo maravilhoso em um mercado de pulgas em Berlim e caí de amores! Feito em madeira e couro, tem um lugar especial na minha casa”

VÍCIo “Sou obcecada por sketchnotes. Acho que uso eles desde os quatro anos! Tenho centenas, cada um pra um tema específico. Eu não saio de casa sem pelo menos dois cadernos para escrever!”.

perfume “O melhor cheiro é o Chanel Mademoiselle”

O colar Nicole comprou esse colar em um mercado de designers de Berlim. Mas, para nossa tristeza, ela não lembra o nome da marca...

Common Delusions Um dos modelos da última coleção Common Delusions de Nicole, apresentada no Fashionclash Maastricht 2011, na Holanda.

Calçado preferido “Eu prefiro sapatos baixos, facilita muito a vida. E como a maioria das minhas roupas, eu descobri esses em um mercado vintage aqui em Berlim”.

Roupa preferida A camisa mustardyellow com camadas é a peça de roupa preferida de Nicole. Foi criada por ela para a coleção atual de outono inverno 2011/2012.

Bolsa preferida Essa maxi-bolsa é a preferida de Nicole, porque ela adora levar muitas coisas. Segundo a estilista, nessa bolsa cabe tudo o que precisa durante o dia - e até o que não precisa também.


grupo av | foto estĂşdio gato louco

shopping apipema center

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3237.8434 paseo itaigara poire paradoxus 71 3353.3604 salvador bahia


IN LOCO

Roberto Migotto

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texto  ANDREA VELAME fotos  ALAIN BURGIER

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inspiração transcende a arquitetura; a valoração das peças e do design celebram um projeto que recebeu o máximo do mobiliário contemporâneo, associado ao antiquariato e à arte contemporânea. Este apartamento em São Paulo, que leva a assinatura de Roberto Migotto, nos presenteia com um projeto rico na essência da leveza e da sofisticação. Não me canso de celebrar Migotto, pois sempre me surpreendo e me emociono com a sua capacidade de desenvolver o que todos aqueles que trabalham com interior sonham: a arquitetura do perfeito equilíbrio.



Destaque para o sofá Franca, de Renée Behar, e do acervo sensacional composto por tela de Vik Muniz (da série diamantes com Audrey Hepburn) além de obras de Arcanjo Ianelli, Sergio Sister e João Migotto



No projeto, móveis italianos

Este apartamento, em São Paulo

de um jovem casal,mescla elementos clássicos e modernos, traduzindo contemporaneidade.

como os sofás Park da Poliform as poltronas Regina e Prive da Cassina, as tradicionais poltronas Frau datadas de 1919, a cadeira Hola (também da Cassina) e a mesa Ufo, da M Mobile, se misturam ao máximo do design nacional de Ricardo Minelli da Eréa


O branco absoluto no quarto do casal, quase uma marca do arquiteto, dialogou com o quarto cinza e amarelo pensado para as crianรงas


grupo av | foto estúdio gato louco

MARIANA BARRETO JOANA REQUIÃO IAMNA SMARCEVSKI THAÍS BRAGA NATHÁLIA VELAME

A Mac completa 31 anos e aposta em um verão com modernidade alegria, beleza e sofisticação.

Rua do Timbó 86 Caminho das Árvores Salvador

71 3019.8208

www.macmoveis.com.br


IN LOCO

Adriano Mascarenhas texto  ANDREA VELAME fotos  leonardo finotti

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raia dos Lagos: este foi o nome escolhido para este condomínio no Litoral Norte da Bahia, onde o arquiteto Adriano Mascarenhas desenvolveu o projeto desta casa,em um terreno de 1.126 metros quadrados e uma área construída de 646 metros quadrados. A implantação da casa no terreno foi baseada na preocupação do arquiteto em valorizar o mar, a lagoa e a posição ideal para a piscina. Adriano levou em consideração o funcionamento da casa para dividi-la em quatro volumes. Os espaços comuns da residência foram projetados para permitir a contemplação da paisagem de qualquer um desses ambientes. O setor íntimo e de serviço foram construídos em dois volumes, os quais têm em harmonia a ventilação e a exposição ao sol. O acesso à residência se dá através de uma escada de concreto sobre um talude ajardinado. Acima deste talude, temos o acesso à piscina e à hidromassagem.

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solução apresentada pelo arquiteto ao pavilhão de hóspedes foi muito interessante. Com o acesso independente do resto da residência, seu funcionamento é viabilizado através de um programa com copa, sala de estar e quarto em cada um dos dois pavimentos. Uma escada de concreto, com fechamento lateral em vidro e madeira, conecta o térreo com o andar de cima. Outro volume, apelidado de espaço da família, abriga no térreo o home theater e a sala de estar e pavimento superior o quarto das filhas e a suíte máster, ambos voltados para o mar. O acesso à garagem foi feito em pedra portuguesa; e um pergolado de concreto promove sombra aos automóveis estacionados.



IN LOCO

Fred Mafra texto  ANDREA VELAME fotos jomar bragança


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arquiteto Fred Mafra assinou o projeto do Roxy Nightclub, o mais novo Hotspot do Brasil. A edificação criada para a Roxy tem quase mil metros quadrados construídos em dois pisos de plantas retangulares. A face principal da construção é definida por um pano de vidro laminado, recoberto por película branca. Mafra classifica a fachada como minimalista, e diz que a configuração busca amenizar o caos urbano do entorno. O projeto do clube é centrado em ângulos geométricos como prismas e hexágonos, que se repetem em toda a criação estética como favos de mel. O projeto se completa com duas pistas de dança, três bares, quatro áreas VIP e um pátio com teto retrátil. O espaço inaugurado em 2007 foi redesenhado

por Mafra, que sintetiza a experiência como fantástica, pois “reformar seu próprio projeto traz para você uma liberdade especial que vem de já dominar o espaço em que você está trabalhando, além da confiança de ser o dono do seu trabalho”, como definiu o próprio. O projeto de interior da Roxy traduz espaços híbridos e mutáveis e despertam diferentes sensações. Segundo os mineiros, a Savassi, bairro de Belo Horizonte, reúne o maior número de bares, botecos e afins. E é la que fica a Roxy clube-danceteria projetado pelo arquiteto - e DJ ocasional .Para ele, o objetivo de casas como a Roxy é surpreender e seduzir, além de oferecer comodidade, escapismo, flexibilidade e tecnologia. No trabalho, o arquiteto recebeu carta branca dos proprietários.






IN LOCO

Márcio Kogan texto  ANDREA VELAME fotos nelson kon

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asa Bahia é o nome escolhido pelo Studio MK27, do arquiteto Marcio Kogan, para essa residencia que projetou em Salvador. Cercada por um grande jardim interno, a casa tem em si a poesia e a imponência despojada que Kogan imprime em seus projetos, e claro que na terra abençoada por todos os Santos não seria diferente.

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ão foram utilizados no projeto recursos e dispositivos que otimizassem a redução do gasto de energia, por exemplo. O partido arquitetônico, ao contrário, tentou respeitar ao máximo o projeto original. A casa tem telhas de barro feitas de forma rústica e forro de madeira. As aberturas e vedações têm grandes painéis de muxarabis de madeira, que deixam o vento passar e filtram a luz do sol. Os muxarabis foram trazidos ao Brasil pela arquitetura colonial portuguesa, nos primeiros séculos de ocupação do território americano, e tem influência cultural árabe. Esses painéis de madeira proporcionam um grande conforto para o interior. A casa utiliza o sentido nordeste do vento, que vem do mar, para estruturar sua planta, e tem ventilação cruzada nos principais espaços da casa, tornando o interior sempre fresco e arejado. A Casa Bahia utiliza todos esses elementos tradicionais das casas brasileiras. Essas adequações da casa portuguesa para o clima tropical foram sempre estudadas e aplicadas pelo modernismo no Brasil. O resultado, neste caso, é uma casa muito agradável, onde o interior é um resguardo do clima quente e ensolarado do lugar. A planta estruturase inteiramente em torno de um pátio central, o que possibilitou a ventilação cruzada nos espaços e uma vista para dentro - um jardim gramado que tem duas exuberantes mangueiras. O terreno de 2.165 metros quadrados teve 690 metros de área construída. Esta casa teve como co-autores no arquitetônico, Suzana Glogowski e Samanta Cafardo. No interior, um projeto maravilhoso, contemplando grandes nomes do design nacional e internacional. Diana Radomysler foi a co-autora junto a Márcio na seleção de peças atemporais e extremamentes confortáveis para a ambientação da casa. Sergio Rodrigues, Carlos Motta e Charles e Ray Eames foram alguns dos designers presentes neste projeto. Parabéns a Márcio e a toda equipe da MK27 por mais este projeto!


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IN LOCO


Viviane Vieira texto  ANDREA VELAME fotos xico diniz

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m casal, duas filhas e um apartamento de quatro suítes em Salvador, na Bahia. O desafio:Criar um projeto elegante que valorizasse a arte e possibilitasse ao casal receber a família e os amigos. Por isso, a designer de interiores Viviane Vieria escolheu montar uma caixa branca para receber as cores através dos elementos decorativos. O piso carrarinha está em todo o apartamento, o que deu amplitude e nobreza ao projeto. Os móveis em tons de chocolate e bronze e uma mesa de jantar com a estrutura revestida em laminado melamínico bronze escovado e tampo em espelho, do designer Guilherme Torres, traduziram a sofisticação. Todos os móveis deste apartamento receberam a assinatura da Home Design. Na entrada, um belíssimo quadro vermelho de Ricardo Teixeira, adquirido na Pena Cal Galeria, ganhou destaque no ambiente. A valoração das obras foi uma característica neste projeto, que ainda foi contemplado com a escultura em bronze de Eliana Kértesz e esculturas em madeira de Florival Oliveira, encontradas na Paulo Darzé Galeria de Arte. Viviane também adotou nesse projeto rasgos de luz, iluminação difusa e peças decorativas especiais, a exemplo da Twigg e do abajur Atollo, da Omni Light.


Escultura de madeira, de Florival Oliveira, e uma instalação com ovos, de Ricardo Teixeira, ganham destaque no móvel de apoio em laca auto brilho, da Home Design

No gabinete, sobriedade com muita contemporaneidade. Destaque para as cadeiras clássicas dos designers internacionais Charle e Ray Eames




No quarto do casal predominam os tons de bege e off white A cabeceira da cama estofada traduziu o requinte da Home Design Destaque para o pilar, onde Viviane Vieira tirou partido, e engastou uma bancada


IN LOCO

Carlos Brenha & Braz Guimarães texto  ANDREA VELAME fotos xico diniz

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uma paisagem natural de 5.700m² e acentuado declive, a Triplo Engenharia, construtora dirigida pelos arquitetos Carlos Brenha e Bráz Guimarães, implantou em apenas 8 meses esta casa térrea, com 750m² de poesia petrificada. Com espaços generosos e a limitação de profundidade plana do lote, a expansão desta casa gerou uma grande fachada horizontal, onde os arquitetos usaram alguns artifícios para gerar movimento à edificação. Variações de alturas marcam acentuadamente o zoneamento de funções, assim como um mix de acabamentos - como pintura acrílica, cerâmica, textura, madeira de lei, alumínio e vidro - dão movimento esperado as fachadas, quebrando a grande perspectiva horizontal. À área mais baixa, com pé direito de três metros, é destinada à área íntima. Esta zona é “descolada” da área social, com pé direito de cinco metros e meio e um espelho d’água coberto por vidro laminado com filtro solar. Essa transição é marcada na fachada frontal com maestria por um painel de veneziana em madeira de lei. A área social, com grandes vãos de iluminação e ventilação protegida por brise soleil em madeira de lei na sua fachada frontal. A ampla varanda , mantém um agradável conforto térmico durante qualquer período do dia. Uma cobertura de cerâmica e pérgola em madeira de lei, situados na parte posterior da casa, dão maior aconchego e integração à mata nativa que cobre esta área do terreno. Desta maneira, entre poesia concreta e natureza, os arquitetos Carlos Brenha e Bráz Guimarães apresentaram com muito elegância, um projeto contemporâneo e atemporal!


grupo av | foto estúdio gato louco

Alameda das Espatódeas 173 Caminho das Árvores Salvador 71 3272.2475 - 3341.1373


IN LOCO

Joana Requião texto  ANDREA VELAME fotos xico diniz



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arquiteta Joana Requião foi convidada para desenvolver o projeto de uma casa de praia para um cliente que desejava um espaço prático, contemporâneo e de rápida execução. O terreno de 1000m² é plano e bastante arborizado. Partindo deste princípio, a arquitetatirou partido do entorno , para implantação da casa no terreno, de modo que propicie a integração do interior com exterior. O programa da casa consiste em um living com cozinha incorporada, duas suítes e lavabo. Na área externa foi concebido a estrutura de lavanderia e o apoio dos funcionários. Esquadrias tipo camarão com vidro no living e venezianas nas suítes. Os decks de madeira que dão acesso a casa se tornam espaços para convívio externo. A caixa se rompe entre ambos os lados dando vazão a um visual verde de vegetação exuberante. Na entrada, um espelho d´água banha a sacada de uma da suítes e ao fundo, a piscina. “Gosto de projetar para o bem estar, a beleza de um projeto é uma consequência da harmonia de traços. “Menos é mais” de Mies Van Der Rohe, a mais sucinta das expressões, porém a mais esclarecedora, é, para mim, uma referência”, define a arquiteta, que busca inspiração nas suas pesquisas internacionais e afirma que viajar é um dos alimentos essenciais para um arquiteto criador.





IN LOCO

Iamna Smarcevscki texto  ANDREA VELAME fotos  MARCELO NEGROMONTE

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versatilidade, o luxo do viver bem e a brasilidade são a marca deste ambiente, um loft de praia aconchegante, despojado e convidativo. As cores claras em combinações náuticas de azul e laranja trouxeram aconchego para quem gosta de receber os amigos ou ter seu canto para ficar sozinho. Iamna Smarcevski mostra a versatilidade de peças de design, mixadas com materiais alternativos e rústicos, alguns deles desenhados pela própria arquiteta, como a bancada da mesa com azulejos antigos e pés tipo cavalete, prateleiras feitas com caixotes de frutas, uma antiga bacia de prata usada como cuba do banheiro. A designer multifacetada faz também a vez de fotógrafa e expõe uma das belas imagens capturadas pela suas lentes.


Loft naĂştico assinado por Iamna Smarcevski

Destaque para mesa de jantar executada com sobras de azulejos antigos garimpados pela designer, deram exclusividade e personalidade ao projeto


Um quarto gostoso com cama de madeira, e bancada realizada com reaproveitamente de um pĂŠ de maquina de costura, mostram a criatividade da profissional.



IN LOCO


Haifatto texto  andréa velame FOTOS  PEDRO CAMPOS

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Haiffato Arquitetura, representado por Marcos Rolim, Luciana Bittencourt e Camila Mariana, assina o Loft da Jornalista Ticiana Villas Boas, um espaço aconchegante, moderno e cheio de personalidade! A proposta da Haiffato para esta baiana radicada em São Paulo, foi trazer uma alma feminina ao ambiente, cuja arquitetura, projetada por Liana Hespanhol para o antigo morador, valoriza o verdadeiro conceito de lofts nova-iorquinos. O moderno loft de 115 metros quadrados no Morumbi privilegia o verde, num paisagismo que se mostra exuberante desde o alto do mezanino. Buscando valorizar o acervo de arte da proprietária o trio destacou com propriedade as belas obras de importantes artistas como Irineu Alves, Marta Lobão e Cordel Borges.




conceito VIAGEM

Lutetia Paris texto  andréa velame

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empre que vai a Paris o artista plástico Vik Muniz hospeda-se no charmoso Hotel Lutetia, localizado no coração de Saint-Germain-des-Prés, na Rive Gauche parisiense. A história do brasileiro com o hotel já é de longa data e sempre foi muito próxima. Para celebrar seus 100 anos, em 2010 o Lutetia inaugurou quatro suítes especiais. As “Rotondes Suites” levam os nomes e estão decoradas com obras de importantes artistas dos quatro cantos do mundo, em uma parceria com a Maison Européenne de la Photographie. A suíte que representa a América do Sul é dedicada a Vik Muniz e está decorada com fotos de obras do artista especialmente selecionadas pelo próprio. Alguns dos destaques da “Vik Muniz Suite” são: a Brigitte Bardot em diamantes, da célebre série “Diamond Divas”, com o contorno da diva feito com quase meio quilo de diamante; a Marilyn Monroe de cho-

colate, vendida em leilão da Sotheby’s por mais de R$ 500 mil; e a Monalisa de Leonardo da Vinci recriada em peças de quebra-cabeça. Além dessas, gravuras de nuvens e travesseiros para embalar os sonhos de quem ali se hospeda, entre outras obras de arte. A propriedade clássica da Rive-Gauche parisiense foi vendida para o grupo israelense Alrov Properties & Lodgings e continuará sob administração do grupo francês Concorde Hotels & Resorts pelos próximos dois anos. A X-Mart Consultoria & Marketing foi eleita como sua representante no Brasil, e convidou o Programa TUDO AV e a Revista Conceito AV para desfrutar deste que pode ser considerado um endereço de charme em Paris para aqueles que curtem Saint-Germaindes-Prés, na Rive Gauche parisiense e contar com um serviço personalizado e uma gastronomia singular. Confiram o endereço, eu super indico!


Para aqueles que curtem Saint-Germain-des-Prés e um serviço personalizado o Hotel Lutetia é sem dúvida uma grande escolha.

5 motivos para visitar 1 Luxo 2 Conforto 3 Localização 4 Arte 5 Gastronomia



No lobby do hotel, podemos desfrutar de um belissĂ­mo acervo de arte com mais de 300 obras entre pinturas, fotografias e esculturas

Outro grande diferencial do hotel Lutetia em Paris ĂŠ a sua gastronomia. Quando falamos de patesserie no mundo, Paris ĂŠ a nossa grande escola



conceito fotografia

O Muro T

odos os dias, as fugas de quase dois mil cidadãos alemães orientais para o lado ocidental golpeavam a República Democrática Alemã (RDA), que se via cada vez mais ameaçada. Foram mais de dois milhões de fugitivos, desde que fora criado o “Estado dos trabalhadores e dos camponeses” até o dia 13 de agosto de 1961, quando a RDA resolveu frear a corrida pela liberdade. De arame farpado e concreto, foi construído um muro de 155 quilômetros de extensão que interrompia estradas e linhas férreas, invadia casas e separava famílias. A partir daí, a brutalidade do muro passou a fazer parte do cotidiano dos berlinenses, de ambos os lados da fronteira. Após a construção do muro, a Guerra Fria atingiu seus momentos mais dramáticos e cenas espetaculares de fuga acompanharam o Muro de Berlim em toda a sua história. Dois dias após o início das obras, o soldado alemão-oriental Conrad Schumann, destacado para controlar a linha divisória na rua Bernauer, ainda sem concreto e marcada apenas por arames farpados, tomou uma inesperada decisão: jogou fora o fuzil e pulou sobre o arame farpado, passando para o lado ocidental. Algumas fugas não foram felizes – outras, quase cinematográficas, como a que aconteceu na madrugada do dia 17 de setembro de 1979: duas famílias, os casais Strelzik e Wetzel e seus quatro filhos, em idade entre dois e 15 anos, conseguiram cruzar a fronteira em direção à Alemanha Ocidental a bordo de um balão de ar quente, que eles próprios construíram às escondidas, durante meses de trabalho. O balão pousou de madrugada em Naila, na Baviera, sem chamar a atenção dos guardas da fronteira. A pressão dos protestos populares e as fugas em massa da RDA culminaram na queda do muro de Berlim. Durante uma entrevista coletiva, no dia 9 de novembro de 1989, o jornalista e membro do politburo do SED – Partido Socialista Unificado – Günter Schabowski, interpretou erroneamente um comunicado oficial do governo da Alemanha Oriental, anunciando a abertura das fronteiras entre as duas partes da Alemanha. Poucas horas depois, a pressão popular fez com que a guarda de fronteiras da RDA abrisse o Muro de Berlim. No dia 10 de novembro de 1989, 28 anos depois da construção do maior símbolo da Guerra Fria, berlinenses orientais e ocidentais dançavam sobre o muro, em comemoração ao fim do seu império. Com as fronteiras abertas, milhares de cidadãos alemães orientais viajaram imediatamente à parte ocidental da Alemanha, para fazer compras, visitar parentes e amigos ou simplesmente para fazer valer a liberdade. Hoje a RDA é apenas nostalgia..


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conceito design

ARQUITETURA texto  tiago nery

design

escola

BAUHA 198


33 Sta at l i che s - B a u ha u s

A Bauhaus foi uma escola de design, artes plásticas e arquitetura. Vanguardista que só ela, entre 1919 e 1933, na Alemanha, firmou-se, no design e na arquitetura, como uma das maiores e mais importantes expressões do Modernismo. Soberbamente, a Bauhaus é a primeira escola de design do mundo.

VANGUARDA

A escola possuia ateliês ligados à produção de mobiliário e de acessórios. Ela não se limitava à arquitetura. O arquiteto alemão Walter Gropius, em 25 de abril de 1919, fundou a Bauhaus a partir da reunião da Escola Superior de Belas-Artes e da Escola de Artes e Ofícios. Muitos trabalhos feitos pelos alunos nas aulas-oficina foram vendidos durante a Segunda Guerra Mundial.

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INTERNATIONAL STYLE Dá-se o nome de International Style ou Estilo Moderno Internacional à arquitetura funcionalista bastante utilizada na primeira metade do século XX em todo o mundo. A expressão, muitas vezes, é usada para referir-se ao movimento moderno de modo geral. A história da arquitetura moderna divide o movimento em duas vertentes: o organicismo, com Frank Lloyd Wright destacando-se o funcionalismo, de onde vieram novas tendências. As origens deste movimento estão nas obras e ideias de Le Corbusier e da Escola Bauhaus. Como o modernismo, de uma forma geral, Corbusier nega referências históricas na arquitetura por considerá-las ornamentais, e portanto, desnecessárias. A produção que começou a ser realizada pelos arquitetos modernos podia, facilmente, se adaptar às necessidades de todos os países – o que aconteceu, e é de onde deriva o caráter internacional do movimento. O lema era: a forma segue a função. E todo o resto é desnecessário.

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Acima, fotos de Tel Aviv, a cidade branca, repleta de edifícios do Estilo Moderno Internacional, sendo a cidade que mais tem edifícios neste estilo no mundo, tomabada pela UNESCO como patrimônio mundial


Tel Aviv, capital financeira de Israel, é a cidade com maior concentração de edifícios em Estilo Moderno Internacional mais conhecido como Escola Bauhaus. Durante a década de 1930 e a Segunda Grande Guerra, muitos arquitetos judeus fugiram para lá em busca de refúgio. Eles procuraram esta cidade escapando do regime nazista. O resultado foi a construção de uma cidade cosmopolita e moderna. É a cidade branca, que nunca dorme. São prédios e construções que têm, notadamente, forte influência modernista. Em 2003, Tel Aviv foi considerada patrimônio mundial pela UNESCO. É fundamental a influência da Escola Bauhaus na introdução da arquitetura moderna no Brasil. A primeira geração de arquitetos modernos no país, com destaque para Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Afonso Eduardo Reidy, Carlos Leão, Rino Levi e Vilanova Artigas, possui obra fundamentada nas ideias de Le Corbusier, com um trabalho que tornou-se famoso mundialmente. O uso de pilotis, brises, cores puras, concreto armado tornou-se paradigmática no modernismo brasileiro, criando uma tradição fortemente presente até os dias atuais.

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A cidade é considerada um verdadeiro museu para a história da arquitetura. Entre 1931 e 1956 foram erguidos cerca de 4.000 construções, todas ao estilo Bauhaus.


Ao fundar o movimento Bauhaus – que significa “Casa de construção” –, o arquiteto Walter Gropius criou uma instituição de ensino com ideias vanguardistas, numa época em que o mundo enfrentava séria crise econômica. Engenheiros e arquitetos buscavam uma maneira simples de produzir em série objetos de consumo baratos. No primeiro manifesto da Bauhaus, publicado em 1919, Gropius declarou que a arquitetura é a meta de toda atividade criadora. Completá-la e embelezá-la foi, antigamente, a principal tarefa das artes plásticas. “Não há diferença entre o artesão e o artista, mas todo artista deve, necessariamente, possuir competência técnica”, pregava o fundador da Bauhaus. Gropius pressentiu que começava um novo período da história com o fim da Primeira Guerra Mundial e decidiu que a partir daí dever-se-ia criar um novo estilo arquitetônico que refletisse essa nova época. O seu estilo, tanto na arquitetura, quanto na criação de bens de consumo, primava pela funcionalidade, custo reduzido e orientação para a produção em massa, sem jamais limitar-se apenas a esses objetivos. O próprio Gropius afirma que, antes de um exercício puro do racionalismo funcional, a Bauhaus deveria procurar definir os limites deste enfoque, e, através da separação daquilo que é meramente arbitrário do que é essencial e típico, permitir ao espírito criativo construir o novo sobre a base tecnológica já adquirida pela humanidade. Por essas razões, Gropius queria unir novamente os campos da arte e artesanato, criando produtos altamente funcionais e com atributos artísticos. Ele foi o diretor da escola de 1919 a 1928, sendo sucedido por Hannes Meyer e Ludwig Mies van der Rohe. Gropius tinha fé na teoria da “obra de arte total” na qual o design se torna a síntese de todas as artes e ofícios, sob a égide da arquitetura. Tinha a concepção quase religiosa do design como uma força redentora por si mesma; um elemento de estímulo radical no contexto de uma nação moral e economicamente derrotada pela Primeira Guerra Mundial. O design, afirmava Gropius, poderia reestruturar uma sociedade alemã melhor, mais coesa e, afinal, democrática. Para alcançar esse marco, Gropius viu a necessidade de desenvolver novos métodos de ensinamentos e concluiu que as bases para as várias artes ainda deveriam ser achadas. A escola tinha basicamente três objetivos, que não se alteraram ao longo de seu período de existência, mesmo quando a direção da escola mudava significativa e rapidamente. O primeiro deles era tirar cada uma das artes do isolamento em que se encontrava a fim de motivar os artesãos a trabalharem em cooperativa, combinando todas as suas habilidades e técnicas. O segundo era elevar o status das peças artesanais (cadeiras, candeeiros, bules de chá, talheres etc.) ao mesmo nível das belas-artes, como a pintura, a escultura etc. E o terceiro objetivo era manter contato com as indústrias, numa tentativa de conseguir a independência do governo por intermédio da venda dos seus projetos. O ensino da história da arte foi considerado desnecessário, uma vez que partia da ideia de que tudo deveria ser criado por “ideologias racionais” ao invés de usar como base o passado. O importante era a reconstrução de um novo “ser”, da arte e da economia. A experiência prática (ligada à teoria educacional progressista do filósofo John Dewey – “aprender fazendo”), tornou-se um modelo seguido por escolas de arte e design no mundo inteiro. Ao iniciar a Bauhaus, Gropius apoiou-se, principalmente, em três mestres: o pintor americano Lyonel Feininger, o escultor e gravador alemão Gerhard Maecks e o pintor suíço Johannes Itten. Depois, juntaram-se a eles alguns artistas como Oskar Schlemmer, o suíço Paul Klee, o russo Wassili Kandinski, László Moholy-Nagy e Ludwig Mies Van der Rohe. O ano de 1928 marca a saída de Gropius da direção e sua substituição pelo arquiteto suíço Hannes Meyer, o que sinaliza uma ênfase mais social em relação ao design, traduzida na criação de um mobiliário de madeira – mais barato, simples e desmontável – e de grande variedade de papéis de parede. Diante das pressões do nazismo sobre Meyer, em 1930, a escola passa a ser dirigida pelo arquiteto Mies van der Rohe.

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Desvendamos os universos de alguns convidados para saber o que neles habita. Livro, música e cinema: vamos compartilhar!

O clássico O Apanhador nos Campos de Centeio, de J. D. Salinger, é um livro que eu já li duas vezes e que poderia reler muitas outras. Não sei por que, tem algo de muito poético, uma sensação de nostalgia e melancolia que todo mundo na adolescência encontra e leva consigo para o resto da vida. Além disso, a primeira vez que eu li estava na Inglaterra, e depois o encontrei de novo durante a minha viagem ao Brasil. Já Foi Apenas um Sonho, de Richard Yates, é um livro que no começo eu não gostei – achei chato porque não aconteciam muitas coisas. Mas, normalmente, no começo, você tem que ter um pouco de paciência. Continuei a ler e me apaixonei por ele. Este livro, como o de Salinger, também tem essas ideias dos sonhos que uma pessoa tem na adolescência e depois começa, por brincadeira, a viver uma vida de adulto. Isto é a real brincadeira da vida. Niccolo Montanari,Creative Director de Fier Management Berlin

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Um clássico é o livro Mate-me Por Favor: Uma História Sem Censura Do Punk, de Legs McNeil e Gillian McCain. Este é um dos meus livros de cabeceira, que registra os primórdios do movimento musical que mais tarde ficou conhecido como punk. Longe de ter uma estrutura narrativa clássica, o livro detalha por meio de depoimentos de quem esteve lá – como Iggy Pop, Malcolm MacLaren, Debby Harris, Joey Ramone, entre outros artistas e produtores – a cena iniciada nos Estados Unidos que, mais tarde, chegou à Inglaterra. Legs McNeil e Gillian McCain trazem os bastidores explosivos de personagens das décadas de 1960, 1970 e 1980, que influenciaram a música que conhecemos hoje. Recentemente descobri Tecidos: História, Tramas, Tipos e Usos, de Dinah Bueno Pezzolo. Para quem trabalha com moda ou é interessado no assunto, a obra é essencial. Ela traz o resultado de uma pesquisa histórica feita sobre a vestimenta, desde quando era feita manualmente até os dias de hoje, com os processos tecnológicos. Além disso, apresenta um glossário com todos os tipos de tecidos produzidos no mundo. Eduardo Diório, jornalista


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Um clássico, sem dúvida, é Blade Runner, de Ridley Scott. Totalmente atemporal, ele é, para mim, o melhor filme futurista de todos os tempos. Vale pelo roteiro, efeitos e atuação. Um contemporâneo muito bom é Grey Gardens, de Albert Maysles. Com as impagáveis Drew Barrymore e Jessica Lange no elenco, o filme conta a história real das primas de Jack O., Edith Bealle e sua filha de mesmo nome – duas socialites de East Hampton que, entre outras coisas, perderam toda a sua fortuna. Weider Silveiro, Estilista Fight Club, de David Fincher, com Brad Pitt e Edward Norton é um clássico. Este filme contém uma mensagem para despertar e deixar atento ao próprio interior. A fotografia e a ambientação são excelentes e fazem com que você sinta até o suor das personagens. Um filme que descobri esse ano é Downtown 81, filmado no começo da década de 1980 e lançado em 2000. Um jovem negro, pintor, músico e artista da vida vai sobreviver na Nova York dos anos 80 como alguém disposto a viver seus sonhos e trazê-los de volta à realidade. Enrique Del Bianco, Fotógrafo

Carlos, Erasmo é um desses discos pra ser resgatado de quando em quando. O álbum, lançado em 1971, traz um Erasmo de peito aberto, desapegado do comportado iê-iê-iê brasileiro, concentrado em fazer o seu melhor, tremendão! O disco é mesmo uma declaração de princípios e vem embalando minhas tardes por esses tempos. Fuçando aqui e lá, encontrei um grupo de judeus que moram em Londres e fazem um som cosmopolita e corajoso. A banda Oi Va Voi – hebraico moderno para algo como ‘Oh, cara!’ – inovou a música folclórica judaica misturando a pureza dos violinos à (boa) música eletrônica contemporânea. Se entregue à experiência de ouvir a faixa Refugee, do primeiro e homônimo álbum, em alto e bom tom. Nyala Cardoso, produtora Bem difícil escolher um clássico, porque são vários. Mas vou de música nacional com o álbum Tom Zé – Estudando o Samba. Pra mim, é a maior prova de que ele é um dos melhores compositores da nossa música. Abusa das sílabas tônicas e das monossílabas com lindas melodias. De mais recente, vou ficar com o Nó na orelha, de Criolo. Literalmente, um nó mesmo. Ele começa o disco com um groove à la Fela Kutti e parte pro samba, rap, brega, reggae. Botou de tudo. Banda excelente e letras inteligentes. Clarissa Pivetta, Fotógrafa

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