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RIO DE JANEIRO
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LLOYD'S SOB PRESSÃO
Fortes pressões internas e externas estão obtendo êxito no seu objetivo de que sejam promovidas reformas de profundidade, na cúpula administrativa do lloyd's de Londres. Essas pressões se avolumaram a partir de dois incidentes: 1) a recusa do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) em atender indenizações reclamadas sob o fundamento da existência tanto de irregularidades nos negócios originais realizados (e depois repassados ao IRB), como da ocorrência de fraudes nos acidentes e incêndios em que se baseavam as reclamações; 2) denúncia de fraudes num carregamento de automóveis pelo cargueiro "Savonita", cujo incêndio desencadeou uma série de investigações, fazendo supor a existência de repetidas irregularidades no processamento dos seguros de embarques daquele gênero. Esses dois casos suscitaram uma reação em cadeia, começando desde então a se reproduzirem negativas as indenizações reclamadas por efeito de resseguros distribuldos via lloyd's. A secular e famosa instituição está agora na iminência de passar por uma ampla transformação estrutural. A idéia é a de que seja administradas por um Comitê Central, funcionando com largo espectro de poderes e em regime de tempo integral. O novo sistema teria condições de exercer efetiva e eficiente fiscalização interna, baseada inclusive na modernização dos procedimentos contábeis dos numerosos Sindicatos que constituem a curioSa e singular forma de organização do lloyd's. Segundo a revista especializada inglesa "Review", o novo sistema "irá requerer um chefe executivo full-time, mais para prevenir problemas do que para produzir explicações honrosas depois que os erros sejam cometidos'~ O lloyd's é uma das maiores organizações do mercado segurador mundial e, apesar das vicissitudes que acaba de enfrentar, seu prestlgio continuará sólido e inabalável. Não se acredita que em nada seja afetada sua posição de liderança e é justamente para fortalecê-la que se cuida das reformas internas ora em andamento.
REVISTA DE SEGUROS
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Companhia de Seguros
ALIANÇA DI BAHIA C.G.C. 15.144.017/0001-90/0020 Seguros de Incêndio, Lucros Cessantes, Transportes Marítimos, Terrestres e Aéreos, Responsabilidade Civil Transportador, Facultativo de Veículos e Geral, Roubo, Vidros, Cascos, Aeronáuticos, Riscos Diversos, Crédito Interno, Ac:dentes Pessoais, Tumultos, Automóveis, Fidelidade, Penhor Rural, Operações Diversas, Riscos de Engenharia, Vida em Grupo, DPVAT, Riscos Especiais B.N.H., Garantia de Obrigações Contratuais. CIFRAS DO BALANÇO EM 1978 Capital e Reservas .......................... Receita .................................. Ativo em 31 de dezembro .................... Sinistros pagos nos últimos 3 anos..............
Cr$ 1.262.592.793,01 Cr$ 2.034.332.951,60 Cr$ 1.975.393.112,48 Cr$ 499.229.402,12
CONSELHO DE ADMINISTRAÇAO Pemphilo Pldrelre Freire de C.rvalho - Presidente Paulo Strglo Freire de Carvalho Gonçalvll Tourinho - Vloe-Prealdente Francisco de S'.Júnior- Vlce-Prealdtntt
DIRETORIA Paulo S'rgio Freire de Carvalho Gonçalv11 Tourinho- Diretor auperlntlndente Luiz Carlos Freire de C.rvalho Gonçalv11 Tourinho- Diretor Jo" Maria de Souza Teixeira Costa- Diretor Fernando Antonio Sodrl Faria - Diretor Antonio Tavar11 da Clmara- Diretor S.rgio Charl11 Túbero - Diretor
MATRIZ: SALVADOR-BAHIA
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REVISTA DE SEGUROS
PREÇO DE REPOSIÇÃO Luiz Mendonça
No seguro mundial o déficit da carteira Automóvel é a regra. A esta regra não faz exceção o Brasil, país vanguardeiro em índices de acidentes de trânsito. De 1974 a 1977, por exemplo, o prejuízo das seguradoras entrou aqui em forte ascensão, subindo de 3. 7% para 9.3% da receita. O "boom" automobilístico é universal, com suas conhecidas vantagens. Mas, em contrapartida, trouxe como desvantagem a grande insegurança dos usuários de veículos e pedestres. O volume de acidentes gera um derrame de sangue suficiente para tingir as ruas e estradas do mundo, segundo a frase dramatizadora de um especialista italiano que assim procurou abalar a displicência em que, apesar de tudo, se mantém a consciência do público em relação ao problema. Um dado é na verdade impressionante : desde sua invenção, o automóvel já matou mais, nos Estados Unidos, do que as guerras daquele país. Até pouco tempo, o saldo em favor do automóvel era de novecentas mil vítimas, que continuará aumentando na ausência de novos conflitos armados. Portanto, a maior guerra do século é a do automóvel (incluída a do combustível). Mas o trânsito não cobra apenas o holocausto de tantas vidas humanas, pelo progresso que o automóvel trouxe. Produz também elevadas perdas materiais, que fazem o tormento de segurados e seguradoras. Estas últimas, em todo o mundo, já fizeram as mais variadas experiências em busca do justo e equilibrado preço, sem que tenham descoberto a cobiçada fórmula mágica. Qual o mistério? O simples fato de que, ao contrário REVISTA DE SEGUROS
de todos os demais riscos seguráveis, os da circulação automobilística vivem em mutação que se pode dizer quase diária. Cada veículo ou motorista novo que se lança nas ruas, cada simples buraco que se abre na via pública para reparos em galerias subterrâneas de serviços comun itários, é mais um fator de perturbação no trânsito e de alteração na estatística de acidentes. E veículos novos são emplacados a toda hora, fazendo com que as frotas nacionais cresçam em ritmo nem de longe acompanhado pelas obras de engenharia viária que o incrementado volume de trânsito exige. No Brasil, o que se fez agora, em relação a esse seguro deficitário? Fugiu-se do remédio clássico, simplista e bem mais oneroso do mero aumento de preço. Adotou-se um esquema em processo de universalização: o do "bonus-malus", que põe nos dois pratos da balança os bons motoristas e os "barbeiros". Para uns, descontos que podem elevar-se até 65% do preço do seguro; para outros, uma quota nos prejuízos. Essa quota é calculada sobre o chamado "preço de reposição" . Criou-se daí um clamor, pela falsa suposição de que se trata, no caso, de uma participação no preço do conserto de cada avaria. Nada mais errado . A terminologia pode não ser própria, mas no jargão do segurador "preço de reposição" é o princip<ll componente do preço do seguro. Exprime o valor médio das indenizações e como nestas avultam, quantitativamente, os casos das pequenas avarias de "barbeiros", a média· é sempre empurrada para baixo. Para exemplificar, de maneira bem ilus319
trativa: o preço de reposição de um "fusca" (em números redondos) é de seis mil cruzeiros e a participação do segurado na avaria é de dois mil e cem cruzeiros, não importante que c conserto suba a 1O, 20, 50 mil ou mais cruzeiros. Nas pequenas avarias são useiros e vezeiros os maús motoristas, arranhando as partes externas do carro em rampas de garagens, nos estacionamentos e em ligeiras raspagens no trânsito. E essas avarias, que se alojam sem maiores dificuldades no orçamento de quase todo motorista, para as seguradoras representam elevados custos operacionais, em face da quantidade com que lidam. Para avaliá-las, se deslocam às vezes a grandes distâncias os "experts" das seguradoras, com remuneração ao nível da sua qualificação profissional e da necessidade de
que as perícias, o quanto possível, sejam invulneráveis à corrupção. O corte longitudinal na grande massa dessas pequenas avarias diminui custos, evitando que a imperícia e negligência de "barbeiros" ou maus motoristas onerem toda a grande massa de segurados. E contribuindo, a médio prazo, até mesmo para uma provável redução do preço do seguro; se o trânsito não piorar, evidentemente. Pode ser paradoxal, mas o preço do seguro de automóvel somente se reduz quando a garantia se limita às colisões de maior expressão, estas sim, pesadas ao bolso do proprietário de veículo. As pequenas entram nos custos de manutenção do carro, como o desgaste da carroceria e dos inúmeros componentes mecânicos e elétricos.
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REVISTA DE SEGUROS
SEGUROS DE LUCROS CESSANTES CRESCE 133,4%
Uma das carteiras que vem liderando o mercado segurador brasileiro , em termos de expansão, é a de seguros de lucros cessantes. Dados estatísticos fornecidos pelos especialistas mostram que, no quinquênio 1973/1978, as operações da referida modalidade tiveram naquele período taxa real de crescimento da ordem de 133,4 por cento, o que corresponde à elevada média anual de 18,5 por cento. Em valores absolutos (corrigidos segundo os índices gerais de preços), a arrecadação das seguradoras em tal carteira subiu de Cr$ 231,3 milhões para Cr$ 539,9 milhões. Os seguros de lucros cessantes, conforme explicam os técnicos, destinam-se a reparação de prejuízos financeiros (indiretos) derivados da ocorrência de danos materiais que atinjam a empresa. E exemplificou: "o incêndio de uma empresa industrial afetará decerto, total ou parcialmente, a respectiva produção. O resultado é que, durante certo período, o movimento de vendas cairá na medida do declínio da produção, repercutindo sobre o lucro da empresa, cabendo ao seguro indenizar essa perda de resultados de negócios".
Planos de garantias O seguro de lucros cessantes pode cobrir os prejuízos financeiros, ou seja, os prejuízos comerciais derivados da incidência de qualquer risco ou dano material. Entretanto, os casos mais comuns, isto é, na área onde a demanda desses seguros é mais forte, é a da perda de lucros empresariais decorrentes da ocorrência de incêndios. O seguro, apesar de sua denomiREVISTA DE SEGUROS
nação, não garante apenas a perda de lucros provocada pela diminuição das vendas, nem se restringe às empresas industriais. Aplica-se a todo tipo de empresa cujos negócios possam cair como conseqüência de um sinistro que lhe cause danos materiais capazes de criarem soluçãode-continuidade ao ritmo de comercialização. Além d isso, não só a perda de lucro é indenizável, mas também as despesas fixas que a empresa seja obrigada a manter, apesar da alteração ou até mesmo paralização do seu f luxo de vendas.
Problemas Novos As sociedades seguradoras vêm, aliás, enfrentando um problema novo nas operações da carteira de lucros cessantes. Esse seguro sempre constituiu uma espécie de acessório ou complemento dos seguros de danos materiais (como o de incêndio). O desenvolvimento econômico, a natureza e caracter(sticas da moderna tecnologia industrial, bem como a dimensão hoje alcançada pelos estabelecimentos fabris, vêm a Iterando em mui tos casos a posição clássica do seguro de lucros cessantes. "Vão-se tornando frequentes, explicam os técnicos, os acidentes (como os incêndios, por exemplo) dos quais resultam danos materiais de pequena monta, mas que, por ocorrerem em setor vital ou nevrálgico do processo industrial, paralizam ou reduzem em proporções substanciais a produção final ou total da empresa. Nesses casos, as indenizações de lucros cessantes assumem vulto considerável, superando largamente as indenizações dos danos materiais. E por isso o seguro de lucros cessantes vai perdendo sua anterior posição secundária 321
de cobertura acessória, assumindo cada vez mais destaque e importância própria. Em outras palavras, é hoje modalidade que tende para adquirir autonomia cada vez maior, em todos f planos, inclusive o tarifário, deixando de atrelar-se à modalidade de seguro de dano material a que as perdas de lucros ou os desembolsos de despesas possam ter vinculação".
A cobertura A apólice de seguro de lucros cessantes dá cobertura, como já foi dito, à interrupção ou perturbação no giro de negócios da empresa, provocado pelo evento material (incêndio, por exemplo) que tiver sido especificado no contrato. Essa interrupção ou perturbação, gerando queda ou cessação de vendas, logicamente afeta o lucro da empresa. Além disso, durante o período de recesso ou diminuição de negócios a empresa pode ver-se obrigada a manter despesas fixas em desproporção com os novos-índices de vendas, bem como realizar despesas, por exemplo, para instalar-se em novo local. Todos os prejurzos dessa natureza são indenizáveis pelo seguro de lucros cessantes. Não só os danos materiais de incêndio podem ocasionar interrupção ou perturbação no giro de negócios. Outros eventos também podem ocasionar conseqüências dessa ordem, como os danos elétricos, deterioração de mercadorias frigorificadas, atos dolosos, vazamento de chuveiros automáticos, inundações, alagamentos, tumultos, quebra de máqu inas, terremoto, queda de aeronaves, vendaval. E todos esses eventos são seguráveis. Da mesma maneira, explicam os técnicos, a empresa pode proteger-se contra prejuízos que lhe sejam causados por acidentes ocorridos a seus fornecedores ou compradores, determinando alteração no seu próprio fluxo de vendas.
Definições O seguro de lucros cessantes, conforme esclarecem os técnicos, exige certas definições básicas, indispensáveis à boa
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funcionalidade da cobertura da apólice. Período indenitário, por exemplo, é o período que se inicia na data da ocorrência do evento material especificado na apólice, perdurando pelo número de meses consecutivos que o segurado tenha prefixado, naturalmente com base na previsão do lapso de 'tempo que mandará a normalização dos seus negócios. Lucro indenizável é a diferença entre o lucro habitual e normal da empresa, apurável contabilmente, e o lucro (ou ausência deste) que se registrar durante o período indenitário, isto é, o período de interrupção ou perturbação de negócios. Movimento de negócios é o total das quantias pagas ou devidas ao segurado por mercadorias vendidas ou por serviços, prestados no curso das suas atividades, aplicando-se sobre a totalidade desse movimento a porcentagem normal de lucro da empresa, para efeito da apuração da perda de resu Ita do proveniente do evento material ocorrido. Naturalmente, esclarecem os técnicos, na apuração da perda de lucro é lógica e cabível a análise das tendências do negócio do segurado, procedendo-se aos ajustamentos indicados pela marcha das operações, suas variações e circunstâncias especiais capazes de afetá-las, de modo que os dados assim ajustados representem o resultado que seria alcançado durante o período indenitário, se o evento não tivesse ocorrido. De modo geral, dizem os técnicos, essas apurações, que ao leigo talvez pareçam complexas, na realidade não oferecem maiores problemas, particularmente nas médias e grandes empresas, quase sempre dotadas de bons serviços contábeis.
Pequenas e médias empresas Para as pequenas empresas, de modo geral desprovidas de boa organização contábil, não faz muito tempo foi lançado no mercado um plano especial de seguro de lucros cessantes, cuja apólice é extremamente simplificada. Aliás, em certos casos, essa apólice é também aplicável até mesmo a empresas de porte médio. REVISTA DE SEGUROS
Compreende-se, dizem os técnicos, que a oferta de um só tipo de apólice não pode corresponder a uma procura por sua própria natureza diversificada, já que as necessidades atendidas por tal seguro variam, principalmente, em função das dimensões das empresas seguráveis. "~ claro, acrescentam, que o processo contábil, base de . toda apuração de perda de lucro indenizável, difere de uma para outra empresa, tornando-se mais complexo nas de grande porte, pois estas incorporam inclusive a utilização de equipamentos eletrônicos". Em resultado de pesquisas feitas, os técnicos chegaram à formulação de um modelo de apólice para médias e pequenas empresas. Sua característica, disseram, é a extraordinária simplificação do processo de indenização, afastando-se dessa maneira o principal obstáculo até então oposto à maior difusão do seguro de lucros cessantes.
Apólice Simples A apólice simplificada destina-se a firmas cujo volume anual de vendas não ultrapasse Cr$ 8 milhões.
A emissão da apólice de sumário levantamento de dados, extraídos do balanço do último exercício. De uma parte, adiciona-se às compras desse período o montante do estoque inicial; de outra parte, soma-se às vendas do mesmo perrodo o estoque final. A diferença entre os dois totais é o lucro bruto, depois convertido à forma de porcentagem do volume de vendas. Esse é o lucro percentual segurado pelo espaço de quatro meses, prazo em geral suficiente para a recuperação plena do giro de negócios da firma.
A esse componente (lucro percentual) é agregado outro elemento, segundo explicam os técnicos: o volume básico de vendas. Trata-se de proredimento também simples. As vendas cios 12 meses anteriores ao da realizaçã0 do seguro são listadas por seus valores mensais, acrescidos de uma correção monetária de 20 por cento. Dessa lista, o segurado escolhe o período de quatro meses consecutivos cujo somatório constitua o pico do movimento de vendas quadrimestrais. Esse é o volume básico de vendas. Ocorrido o sinistro, o processo de indenização não traz qualquer dificuldade. Durante os quatro meses seguintes, a firma receberá indenização correspondente à porcentagem de lucro prevista na apólice, incidindo sobre a diferença entre o referido volume básico de vendas e o montante real destas últimas nos quatro meses de período indenitário. A essa diferença podem ser adicionadas despesas extraordinárias, feitas para evitar ou atenuar a queda do movimento de vendas nos quatro meses segurados.
Va lvres prévios Como se vê, salientam os técnicos, o seguro se baseia em valores antecipados, fixados pela forma contábil mais simples de apuração de-lucros. Essa fórmula facilita o processo de indenização na chamada apólice simplificada, um verdadeiro "instrumento eficaz de extensão do seguro às oequenas e médias empresas". O objetivo é o de favorecer as firmas desses portes, pondo a sua disposição meios mais amplos de garanti-las contra os danos possíveis e eventuais a que estão expostas e que podem causar-lhes sérios transtornos.
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O P -I NIAO DA REVISTA ABERTURA Alguns mercados seguradores de países capitalistas, em particular o da Alemanha Ocidental, previram um aumento da demanda de resseguro internacional pelas economias socialistas. Estas últimas, com o aumento desses negócios externos, trocariam resseguros entre si, mas também abririam o leque para incluir os mercados das economias capitalistas. As previsões cada vez mais são corroboradas pelos fatos. Agora mesmo o "Financiai Times" (no seu "World lnsurance Report") dá divulgação a curiosas notfcias colhidas de documentos originários da Romênia, onde as operações de seguros e resseguros são monopólio de uma organização estatal- a ADAS. Segundo tal documento, se não for a China (que acaba de abrir os portos ao comércio com as nações amigas e a economia interna, a capitais estrangeiros) será certamente a Romênia, em 1978, o país socialista que ocupará a liderança em taxa de aumento do intercâmbio com o exterior. Administradores da ADAS declararam que seu pai's, atualmente, tem 140 parceiros de comércio internacional, daí decorrendo necessária expansão da demanda de resseguros internacionais pela Romênia. Os mesmos dirigentes da ADAS adiantaram que, entre 1971 e 1977, as transações internacionais daquela organização tiveram incremento de 93% e que, hoje, são mantidos 8.300 tratados de resseguros com 1.800 companhias do exterior. Por que isso? Entre outras razões, pelo fato de que os riscos envolvidos crescem de forma contínua, havendo muitos seguros de valor unitário aproximadamente deUS$ 100 milhões. A URSS foi das primeiras economias socialistas a exteriorizar-se. Há mui tos REVISTA DE SEGUROS
anos faz diversos resseguros no mercado internacional (como o da sua frota aérea civil) e até possui uma companhia de seguros em Londres (a "Biack Sea & Baltic lnsurance Co."). No momento, em Moscou, está sendo constru(do por uma empresa francesa o mais moderno hotel do mundo - o "Cosmos", com 3.642 apartamentos, para hospedar jornalistas de todo o mundo que vão fazer a cobertura dos jogos olfmpicos de 1980. O seguro dessa construção (riscos de engenharia e responsabilidade civil, no valor de US$ 140 milhões) foi colocado, meio a meio, na França (em 9 companhias seguradoras) e na própria União Soviética (numa só empresa, evidentemente). O resseguro sempre foi um mecanismo de solidariedade internacional. Os mercados segu r:, dores domésticos jamais foram autárqu icos, auto-suficientes, possuindo capacidade para absorver todos os riscos dos seus próprios pa(ses. Hoje esse problema de capacidade interna agravouse, assumindo novas dimensões. Isso pelo vulto que tomaram os estoques de capitais (isto é, os investimentos em ativosHsicos), por força da industrialização intensiva e extensiva, gerando produção, comercialização e circulação na mais alta escala, que implicam elevadas concentrações de valores. Ora, desenvolvimento econômico é processo com dependência fundamental da poupança. E esta, em toda economia, é elemento g.erador do investimento, ou seja, da formação Hquida de capital físico. Assim, na reparação de vulto sas perdas causadas pelos grandes acidentes (ou sinistros, na terminologia do segurador), torna-se muito mais conveniente utilizar a poupança externa (por via do resseguro). Mobilizar para esse fim os recursos acumulados pela poupança inter325
na é, sem dúvida, prejudicar e retardar o processo nacional de desenvolvimento. Esse papel do resseguro internacional é bem mais irnpu rtante na economia capitalista, onde geralmente há o predomínio absoluto da pequena e da média empresa, que não podem suportar o encargo da acumulação dos recursos necessários à redistribuição, processada pelo seguro, das perdas extraordinárias ocorridas eventualmente nas grandes empresas. Mas se o resseguro internacional tem essa importância maior nas economias capitalistas, nem por isso deixa de ser também altamente vantajoso nas economias socialistas. Estas repartem com o resto do mundo suas grandes perdas, sem afetarem as respectivas poupanças int ernas. Essa é a explicação para a crescente abertura socialista no sentido da solidariedade mundial, via resseguro. E a comunidade resseguradora internacional não se furtou a penetrar por essa abertura, mesmo porque, tanto maior seja a pulverização geográfica das responsabil idades vi ncu ladas aos riscos nacionais, tanto menor será a cota de participação de cada mercado nas catástrofes que ocorrem com freqüência cada vez maior.
• ENCHENTES DE 1979
Em 1979, o Brasil abre a lista mundial com as enchentes que acabam de assolar mÚ.nlcípios de seis Estados. O bã·· lanço final da catástrofe ainda não está encerrado, mas estimativas preliminares bastaram para a adoção de medida inédita no País; o adicional do imposto de renda retido na fonte . Sabe-se com certeza que na espécie foi a maior calami· dade das últimas décadas. Claro que o estudo das enchentes é de grande interesse para o seguro mun· dial. Elas constituem, ademais, entre as catástrofes da natureza, as que tornam maís difícil o processo de avaliação de risco. As .grandes obras de engenharia (represas, hi9relétricas, pontes, rodovias etc.), que se multiplicaram em várias par· tes do mundo, concorreram para apro· fundar o interesse analítico dos segu ra· dores pela freqüênc ia e pelo potencial danoso de enchentes. A enchente deman· da de seguros de riscos de engenharia, com resposta necessariamente positiva do mercado segurador, para este último trou· a seguin'i e: experiência: 90% dos danos em rodovias, 75% em rep resas e 50% em pontes que derivam dos chamados " Water risks". Mais ainda: se, desde o desenho original dos projetos até a execução das obras, melhor estudo se fi zesse das condições geológ icas e atmosféricas dos locais escolhidos; se medidas de proteção fossem adotadas contra a força das águas (drenagem, proteção, de encostas, com· bate e muitas outras coisas), os danos de enchentes poderia m ser bastante reduzidos.
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Observada em escala mu:-id ia l, a enchente é fenômeno que acont ece quase mensalmente. No ano passado, por exemplo, só junho, novembro .e dezembro dei- . O grande problema das inundações, xaram de figurar nos registros. Entre ·as maiores inundações foram arroladas a do em termos do seguro de riscos de engenhaNorte da fndia, com 15.000 mortos e ria e do seguro dos bens móveis e imóveis 500.000 desabrigados; a de Gezirah, no em geral das comunidades expostas a esse Sudão, com 500.000 desabrigados; com risco, não reside na falta de adequado insestatísticas um pouco · menores, as de trumental matemático para aferição proMoçambique, Tijuana (México) Sudeste babilística do preço das garantias ofeda Asia (vários países), Baden-Württem- recidas. Toda a complexidade resulta das berg (Alemanha Ocidental) e Ticino próprias características de tais fenômenos (Suiça). da natureza. Não falemos das mudanças 326
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climáticas relacionadas com os períodos glaciais, pois aí estaríamos lidando com escalas abrangendo milhões de anos. Observem-se modestamente as variações que ocorrem a intervalos de algumas décadas. Nem mesmo assim é fácil ou viável prever os picos das precipitações pluviais nem as regiões onde eles possam ocorrer. Essas oscilações exigem estudos de processos termodinâmicos como elevação da temperatura da atmosfera (derivada da diminuição das geleiras e da calota polar, da redução da superfície dos lagos, do aumento das temperaturas oceânicas, entre outras coisas) e de numerosa gama de fatores científicos; incluídos os hidrológicos, os geológicos e a própria poluição atmosférica provocada pela civilização industrial. Em futuro próximo, modernos métodos de pesquisa climática (como o uso de laboratórios espaciais) enriquecerão o conhecimento da matéria e os proressos de previsão dos picos pluviais. Mas a natureza é tão caprichosa e surpreendente - cabe lembrar - que caiu neve no deserto do Saara. Que importa agora, todavia, todo esse tecnismo? A verdade é que o Brasil, este mês, foi atingido por grandes enchentes, como não houveram em muitos anos. Por serem muito distantes (no tempo) esses picos, também é muito escassa a procura de seguros para tais eventos. Uma exceção, nessa matéria, é o Sistema Financeiro da Habitação (SFH), comandado pelo BNH. As empresas seguradoras vão reparar todos os imóveis atingidos, indenizar (até certo limite) mobiliários e utensílios domésticos, além de pagarem as prestações dos mutuários, durante as obras de recuperação dos· imóveis. O exemplo do BNH, portanto, deve ser imitado, passando o público a acreditar e ter sempre presente que inundações ocorrem mesmo a longo prazo, e que delas precisa defender-se. E para terminar, um esclareci menta:- os seguros de vida e de automóveis, mesmo fora do SFH, cobrem o risco de enchentes. REVISTA DE SEGUROS
PROBLEMA DE TEMPO O seguro de vida pode ser vinculado a qualquer tipo de d ív1 da, garantindo-lhé o resgate. Daí o projeto-de-lei, aprovado pelas Comissões Técnicas que na Câmara dos Deputados o examinaram, instituindo o seguro de vida para o pecuarista. Morto este, o seguro entra em cena para evitar que o endividamento bancário figure como peso negativo no inventário e crie solução de continuidade para a própria fazendo cujo gado esteja apenhado. Em tal hipótese, como em tantas outras, o seguro age como propulsor do crédito e estimula investimentos na expansão de rebanhos, garantindo o resgate dos empréstimos bancários. Não é nova, no País, essa utilização do seguro de Vida como instrumento de solução de dívidas por meio de expressa vinculação contratual. Um antigo plano - o do chamado seguro imobiliário foi posto em prát ica com o fim específico de garantir os mútuos hipotecários, no financiamento para aquisição da casa própria. O BNH, por exemplo, hoje inclui esse plano no seu seguro habitacional. Todo imóvel vendido através dos agentes financeiros do BNH tem a garantia vinculada do seguro de vida, que responde pelo saldo da dívida na ocasião do falecimento do mutuário. Os herdeiros ou beneficários recebem o imóvel quitado, livre e desembaraçado de qualquer ônus da hipoteca que o onerava. Essa prática está agora se estendendo, gradualmente, às transações imobiliárias que se processam fora do Sistema Financeiro da Habitação, em particular nas vendas a médio e longo prazo. ~ mais conveniente para o vendedor a velocidade do resgate do seguro de vida, do que a lentidão habitual nas ações de retomada do imóvel. Diga-se de passagem que há países, como os Estados Unidos, onde é cada vez mais comum a inclusão automática do seguro de vida em toda espécie de venda a crédito (nos casos de pessoas Hsicas, evidentemente). A alienação fiduciária nem 327
sempre alcança ritmo satisfatório e recuperação integral do crédito, tornandose preferível o seguro de vida como garantia contra o risco de falecimento do devedor. No caso dos nossos pecuaristas, a idéia de garantir suas dívidas através do seguro é boa; mas o projeto-de-lei, não. Antes de mais nada, cabe indagar : por que o projeto se restringe aos pecuaristas, ignorando todos os demais criadores? Os investimentos em todos os outros tipos de rebanhos devem ser também estimulados, não havendo razões plausívei-s para que se exclua da garantia do seguro de vida o crédito obtido pelos respectivos criadores. Pior do que essa om issão é a pobreza normativa do projeto na matéria de que ele expressamente se ocupa. Transfere ao Banco Central, por delegação, o poder de legislar amplamente a respeito. No entanto, a delegação além do mais tem endereço errado. Seguro não é assunto da jurisdição nem da competência técnica daquele órgão, mas do Conselho Nacional de Seguros Privados. Não é pelo fato de garantir um crédito bancário que o seguro de vida, mesmo destinado a esse fim específico, deva ser formulado, disciplinado e fiscalizado pelo Banco Central. Mais do que da falta de lei, o problema é ainda o da falta de mentalidade bancária. Conceder crédito não é operação que deva ficar limitada à exigência de garantias reais. Os bens apenhados podem ser materialmente atingidos e danificados por variada gama de riscos seguráveis. E quando o devedor é pessoa física, o bom senso indica a conveniência da vinculação do seguro de vida à operação de crédito. Alguns bancos estão conscientizados disso. E assim agem. O Banco do Brasil, por exemplo, há longos anos mantém seguro para os bens que lhe são apenhados através de operações de crédito agrícola. Para que essa praxe se generalize, o problema não é a ausência de lei, mas apenas o de tempo, para que a boa mentalidade de alguns estabelecimentos possa ter irra328
diação por todo o sistema banc;Jrio.
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GERt:NCIA DE RISCOS Antes, só a fúria e o poder descomunal das forças da natureza causavam grandes desastres e calamidades. Hoje, não. Pode-se dizer, a título de exemplo, que às vezes a enchente originária de uma tromba d'água deixa saldo inferior ao de um incêndio, em número de vítimas. Tal é o caso do incêndio do "Andraus" em São Paulo, que aliás não foi dos maiores do mundo em seu trágico inventário de conseqüências fatais. Até um terremoto, que nem sempre alcança intensidade elevada na escala sísmica, provoca sacrifício de vidas semelhante ao da colisão de dois Jumbos, há pouco tempo ocorrida em Tenerife com um saldo de quinhentas mortes. Assim, no mundo moderno a humanidade já não padece somente com as catástrofes naturais. Agora existem tam· bém as que podem ser desencadeadas pelo próprio homem, como resultado não previsto nem calculado pelo excepcional progresso científico e tecnológico. Sobrevieram as chamadas "man-made catas· trophes". Grandes edifícios (muitos deles com o formato de torres que são chaminés em potencial), abrigando numerosa população fixa ou flutuante; centrais termo· nucleares; pólos petroquímicos; a circulação automobilística, a longo prazo fazendo mais vítimas do que as guerras e as próprias calamidades naturais; eis aí uma pequena lista do arsenal construído pela febre de progresso que a Revolução Industrial veio exacerbar, criando e multi· pl icando os focos das "man-made catas· trophes". Como se isso não bastasse, a civilização veio inclusive causar danos a um produto milenar da natureza: o equi· líbrio ecológico. E a poluição ambiental, criada pelo homem, contra este se volta, fazendo-o vítima da sua própria obra deletéria. Minamata, no Japão, ilustra bem o poder de destruição que pode ser acumulado pela contínua atividade poluiREVISTA DE SEGUROS
dora. Uma palavra - risco - define e sintetiza esse conjunto de forças negativas, naturais e humanas, que despertam com certa freqüência do estado latente, convertendo-se em penosas realidades. O engenho humano, desde as mais remotas civilizações, criou mecanismos de defesa contra o risco. que evoluiram para assumir uma versão moderna e aprimorada, com alto grau de sofisticação tecnológica: a instituição do seguro. Entre os leigos, a concepção dominante é a de que o seguro é um mecanismo de ação financeira, captando poupanças com a finalidade última de empregá-las na reparação de danos. Essa é uma idéia parcial, incompleta, uma espécie de meiaverdade. O seguro sempre foi, também, um agente educativo, acionando um instrumento pedagógico a serviço da prevenção e proteção contra o risco. Basta dizer que no próprio mecanismo de preços do seguro há componentes destinados a conscientizar e induzir o segurado, estimulando-o à adoção de medidas capazes de reduzirem os riscos que o ameaçam individualmente, e à sociedade, coletivamente. Com a sociedade de consumo, e a escala de investimentos que lhe é peculiar, não há necessidade de ser um técnico para perceber uma coisa demasiado evidente : o risco teve um crescimento exponencial. Assim, a instituição do seguro teve que adaptar-se à convivência com esse fenômeno, procurando uma evo-
lução tecno~ógica capaz de mm1m1zar, quanto possível, a freqüência e o poder ofensivo dos eventos danosos. Isso explica a utilização, cada vez maior, que as emp resas seguradoras fazem de duas modernas especialidades - a engenharia de proteção e o "risk management". Esta última, aliás, sendo bem mais abrangente, costuma incorporar a primeira. Gerência de riscos (ou "risk management") é a atividade que tem por objetivo de minimizar perdas. Em evolução, faz alguns anos, nos pa(ses de avançada industrialização, no Brasil começa a tomar corpo e a desenvolver-se, inclusive com algum estímulo do governo. Se a política econômica se orienta, como é natural, para o desenvolvimento do sistema produtivo e do bem-estar social, é lógico que também lhe toca uma parcela de responsabilidade na criação de condições ambientais para que esse desenvolvimento se processe sem maiores riscos para a riqueza material e para a vida humana.
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bem verdade que a legislação brasileira, desde o nível municipal ao estadual, costuma obrigar dispositivos sobre normas de segurança. Todavia, falta ainda uma peça indispensável - o Código Nacional de Prevenção e Proteção, para estabelecer e padronizar normas mínimas de segurança e, inclusive, para suprir deficiências, hoje existentes mesmo nos textos estaduais e municipais mais avançados.
Anuário de Seguros EM PREPARO A EDIÇAO DE 1979
REVISTA DE SEGUROS
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LOCAÇÃO DE IMÓVEIS
Técnicos do mercado segurador entendem ser desnecessária a obrigatoriedade de seguro para imóveis alugados. "Seguros, dizem eles, é instrumento de previdência a que todo indivíduo recorre para proteger seus bens e interesses, sem necessidade de qualquer tipo de coação, pois ele já é naturalmente coagido por seu próprio instinto de defesa e pela cons. ciência da necessidade de precaver-se contra as incertezas do futuro". A obrigatoriedade, acrescentam, somente se justifica quando o interesse social está em jogo, como é o caso da garantia de reparação do dano causado a terceiros ou, ainda, o caso da proteção da propriedade em condomínio, regime esse em que poucos têm plena consciência da solidariedade de interesses e do imperativo de que se preservem os bens que geram os vínculos existentes nos grupos sociais que exercem a propriedade comum.
Hoje, segundo esclarecem os especialistas, já é obrigatório o seguro de incêndio dos edifícios em condomínio, estejam ou não locadas as respectivas unidades autônomas. E a tendência observada, na quase generalidade desses edifícios, é para a realização de seguros simplesmente simbólicos, tal a desinformação e a inconsciência dos problemas econômicos e sociais que, em caso de incêndio, surgem da falta de recursos para a restauração integral do imóvel. Cada condômino pensa em seu próprio apartamento, sem se dar conta de que o edifício é um todo de cuja integridade depende, em termos de engenharia, a própria existência e integridade de cada 330
unidade autônoma que o compõe. "Mas esse é um problema de mentalidade e não de legislação, pois a lei do seguro obrigatório não trouxe modificação substancial da realidade a ela preexistente".
Os técnicos esclarecem, ainda, que restaria o caso da locação de imóveis de propriedade individual. "Na prática, o que se observa é que, tanto nesses imóveis como naqueles em que a propriedade é em condomínio, o preço da locação, embora sujeito a determinadas restrições legais, sempre se situa em nlvel capaz de permitir ao locador a aquisiçãc de seguro que lhe garanta o patrimônio. A valorização imobiliária não permite a ninguém o luxo ou a inadvertência de expor-se à perda, num incêndio, do que tal patrimônio representa em termos econômicofinanceiros. "O mercado segurador brasileiro tem progredido em ritmo acelerado, não em conseqüência de seguros obrigatórios, mas como resultado do próprio desenvolvimento econômico do Pais. E esse desenvolvimento significa, além de aumento da riqueza material e dos índices de bemestar social, evolução geral de cultura econômica. E este último fator, sim é que desperta e faz prosperar no homem o esplrito de previdência, impelindo-o cada vez mais ao hábito de comprar seguros, pois sabe que ele próprio, e seus bens físicos e financeiros, estão cada vez mais expostos aos riscos que se multiplicam ao compasso dos avanços científico e tecnológico, ambos responsáveis pela crescente insegurança da vida moderna". REVISTA DE SEGUROS
AS GRANDES ETAPAS DO SEGURO
Em valores corrigidos, o .mercado segurador brasileiro teve um faturamento acumulado de Cr$ 63,7 bilhões, durante os dezenove anos transcorridos de 1951 a 1969. Tal cifra foi superada em 37,8% só nos cinco anos seguintes (197Q-1974), quando a receita das operações de seguros alcançou o total acumulado d!t Cr$ 87,8 bilhões. Nos últimos quatro anos ( 19751978), o total subiu para Cr$ 134,4 bilhões, ou seja, pouco mais de que dobrando em relação às duas décadas anteriores aos anos 70.
Segundo explicam os técnicos do setor, o seguro constitui um dos termômetros do ·clima sócio-econômico dos países. As cifras que traduzem a evolução do mercado segurador brasileiro traduzem dois fenômenos importantes. Em primeiro lugar, dão boa medida do grande salto conooguido pela própria economia nacional. Em segundo lugar, mostram a importância atingida pelo seguro privado e a nova magnitude do papel e das responsabilidades de tal setor, atualmente, no processo de desenvolvimento nacional. Frisam os técnicos que o seguro, além de indenizar danos cada vez maiores (ao indivíduo, às famílias e às empresas que produzem bens e serviços, ainda desempenha duas funções essenciais: 1) prover assistência tecnológica para que se reduzam os índices de perdas humanas e patrimoniais, o que é tarefa de alto interesse social; 2) aplicar recursos (acumulados sob a forma de reservas técnicas e de patrimônio líquido das empresas seguradoras), orienREVISTA DE SEGUROS
tando-os para áreas que interessem ao desenvolvimento da economia do País, segundo normas aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional.
Um aspecto assinalado pelos empresários é que o setor, no período 19691974, cresceu à taxa anual (cumulativa) de 21,7%, contra os 11,5% anuais de aumento do Pl B. Depois de 1973, com crise internacional dos preços do petróleo, o PIB passou a ter incremento anual da ordem de 6,4% (ou seja, cerca de 30% da taxa do quinqüênio anterior). O seguro, logicamente, passou a um rítmo menor de evolução, registrando a taxa anual de 11.2%. De qualquer modo, em ambos as fases o seguro expandiu-se acima do Pl B (89% a mais no primeiro período, 75% a mais na última etapa.
Entretanto, os analistas do mercado chamam atenção para o fato de que no desempenho do seguro não existe apenas a influência do PIB, mas também (em proporção ainda maior) o nível alcançado pela inflação. Esta é um grande obstáculo ao desembaraço da atividade seguradora, pois o seguro é uma instituição de índole financeira, um mecanismo de captação de poupanças feitas (por indivíduos e empresas) para se cobrirem de necessidades a médio e longo prazo. E tanto maior a expectativa, ao menos psicológica de uma inflação ascendente, tanto menor é procura de seguro. 331
ARGOS- COMPANHIA DE SEGUROS . ,. . . . FUNDADA EM 1845
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C.G.C. M.F. 33.170.085/0001.{)5
Incêndio Lucros Cessantes Vida em Grupo Acidentes Pessoais Automóveis Responsabilidade Civil Veículos (Obrigatório e Facultat ivo) Responsabil idade Civil Geral Transportes Marftimos e Terrestres Cascos Vidros Roubo-Tumultos F ide Iidade Riscos Diversos. Rio de Janeiro Praça Olavo Bilac, 28-159, 1s<?e 17C?ands. Tel. 244-5225
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Belo Horizonte Rua Goitacazes, 333, 121? Tels.: 224·8522 e 224-8534
Campinas Av. Francisco Glicério, 957, conj. 51 Tel.: 31-5320
Vender seguro é uma das mais gratificantes atividades humanas. Quem entra na atividade de seguros, nunca mois saí dela. De todas as vendas é a que gratifica mais. Pois quando um segurado ou sua família recebe sua indenização, diminuindo o prejuízo que oaca~o provocou, o corretor se sente responsável por isso, gratificado pelo trabalho que teve, pclu tempo gasto em explicações, pelas itJúmeras visitas feitas. O corretor de seguros diante de qualquer sinistro tem sempre a certeza de que,sem ele, o prejuízo seria maior.
Comfttllft".
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REVISTA DE SEGUROS
OS GRANDES SINISTROS DE 1978
Na lista mundial dos grandes acidentes, elaborada anualmente pelos mercados seguradores, o Brasil figurou com três casos em 1978. O primeiro foi a colisão de um ônibus com um caminhão, em Belo Horizonte, dia 8 de janeiro, resultando 29 mortes. O segundo, a colisão de ônibus com uma carreta no Rio de Janeiro, dia 18 de junho, causando 32 mortes. O terceiro foi o incêndio do Museu de Arte Moderna, do Rio de Janeiro, dia 7 de julho, sem mortes, mas com prejuízos materiais estimados em US$ 15 milhões.
Os maiores A lista mundial abrange 125 catástrofes. Dentre estas, em termos de perdas de vidas humanas os maiores casos foram os seguintes : 1) o terremoto de Tabas, Nordeste da Ind ia, nos dias 15 e 16 de setembro, com 26.000 mortos; 2) a inundação no norte da I nd ia em 1~de setembro, com 15.000 mortos; 3) o ciclone no Sri hanka, em 25 de novembro, com 1.000 mortos; 4) o estouro de uma represa no Nepal, em 18 de julho, com 500 mortos; 5) uma tromba d'água no Paquistão, em 15 de agosto, com 400 mortos; 6) o incêndio de um cinema em Abadan, Iran, dia 19 de agosto, com 377 mortos; 7) o tufão "R ita", nas F i Iipinas, em 26 de outubro, com 300 mortos; 8) a queda do "Boeing" 747 da "Air lndia", na cidade de Bombaim, dia 19dejaneiro, com 213 mortos; 9) a queda do DC-8 da "lceland Airways", no Sri Lanka, dia 15 de novembro, com 211 mortos; 10) a explosão de um caminhã0REVISTA DE SEGUROS
tanque, na cidade de San Carlos de La Rápita, Espanha, dia 11 de julho, com 211 mortos. Em termos de danos materiais (não incluídas as calamidades naturais, entre os maiores casos foram arrolados: 1) a queda do Boeing 747 em Bombaim, com uma perda de US$ 40 milhões; 2) a explosão de um alto forno na Alemanha Ocidental (54 milhões de marcos); 3) a queda do DC-1 O da Continental Airlines, em Los Angeles (US$ 33 milhões); 4) incêndio numa fábrica de produtos farináceo,;, no Japão (1 bilhão e 800 milhões de ienes); 5) incêndio numa área residencial de Los Angeles (US$ 71,5 milhões); 6) queda do DC-8 da lceland Airways (US$ 13 milhões); 7) incêndio num banco de Basiléia, Suiça (34 milhões de francos suíços); 8) afundamento do navio "München" (97 milhões de marcos); 9) incêndio no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, e incêndio no Museu de San Diego, Califórnia, cada qual com US$ 15 milhões de prejuízos.
São incalculáveis e de alto vulto as indenizações pagas em numerosas calamidades naturais, tanto no que se refere a seguros de vidas como a seguros de bens materiais. Só no terremoto ocorrido no Japão, por exemplo, dia 12 de janeiro, os danos estimados foram da ordem de US$ 800 milhões. Um tornado nos Estados Unidos, dias 20 a 26 de junho, deu origem a indenizações materiais de US$ 62 milhões. 333
lnclndio Luc"'' C1111111ttl Tf'tlnsporttl C4.scos Acid. P111oai1 Resp. Civil Automóvtis FidtlidGdt Riscol Div,IOI A trONiuticol RoubO Yid"'' Crédito lrtttmo Oiditoà Exportaçlo Tumultos Pmhor Rurrll
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noticias Uma réplica do Lloyd's O Superintendente de seguros de New York, confirmou que já foram concluídos os Estatutos da réplica norte-americana do mundialmente famoso Lloyd's de Londres. Trata-se de uma Bolsa de Resseguros (Reinsurance Exchange, abreviadamente R EX), que pretende constituir-se num redutor do volume de resseguros exportados e, ao mesmo tempo, operar como um novo centro do resseguro mundial. Ao que tudo indica, se cumprido o fluxograma das medidas indispensáveis à instalação da nova entidade, suas operações terão início em outubro deste ano. Os Sindicatos até agora agrupados pela R EX já totalizam um capital de 70 milhões de dólares.
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Olimpíada de Moscou A Rádio e a Televisão da Inglaterra fizeram um seguro de 21 milhões de libras no Lloyd's, garantindo-sé contra o risco de cancelamento das Olimpiadas de Moscou, programadas para 1980. Pelo seguro foi paga a quantia de um milhão de libras.
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Seguro Rural A Federação das Empresas de Seguros (FENASEG) tem um projeto, já praticamente pronto , de um sistema integrado de seguro rural para ser operado em todo o Pais. Participaram da elaboração do projeto, além do Presidente e técnicos da FENASEG, representantes de associações de classe dos produtores rurais e da rede bancária (particularmente bancos que operam em crédito rural. A REVISTA DE SEGUROS
idéia básica do projeto, tendo em vista a natureza catastrófica dos riscos rurais, é a da integração de todas as forças econômicas que intervêm no processo de produção agrícola, conjugando recursos capazes de enfrentarem as calamidades que afetam o rendimento das colheitas. A atual dispersão de esforços torna precários quaisquer esquemas defensivos, que se apequenam diante da magnitude dos danos provocados pelos agentes da natureza.
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I ncend iarismo Em 1977, morreram cerca de 700 pessoas em incêndios dolosos ou suspeitos de fraude, nos Estados Unidos. Os danos materiais, diretamente provocados por tais incêndios foram de 1,5 bilhão de dólares. Em cidades com mais de 200.000 habitantes, calcula-se que 19% dos incêndios são atribuídos ao incendiarismo.
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Riscos espaciais O primeiro seguro de risco espacial foi feito há 13 anos. De lá para cá já foram segurados 40 satélites. Ainda é relativamente modesta a capacidade do mercado mundial para realizar tais seguros.. Entretanto, os indicias é de que ocorrerá em breve uma forte expansão no setor, por vários motivos. Será introduzido em pouco tempo nos Estados Unidos o sistema de transporte espacial denominado "Space Shuttle". Os seguros espaciais, gerando atualmente um volume anual de prêmios da ordem de 10 milhões de dólares, tem apresentado bons resultados, de modo a despertar o interesse de vários 335
mercados seguradores, em particular os europeus.
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Automóvel Em 1975 e 1976, o mercado norteamericano sofreu perdas consideráveis no seguro de automóv2is. Aumentaram as taxas em 1977 e os resultados mel horaram. Em 1978, porém, com a inflação e o aumento de acidentes, as estimativas são de que o mercado, no setor, voltou ao vermelho . No Brasil, onde existe um hiato cada vez maior entre as taxas e os custos dos acidentes, a deterioração de tal seguro vem sendo progressiva, faz alguns anos, aumentando cada vez mais as preocupações e os déficits das empresas seguradoras.
• O seguro do "Cosmos"
Para a construção do hotel mais moderno do mundo (o "Cosmos", em Moscou) foi realizado um seguro (riscos de engenharia) pela soma de 140 milhões de dólares. A metade de tal seguro foi colocada em 9 empresas seguradoras da França (pois é francesa a empresa construtora) e a outra metade pela seguradora soviética. O seguro, complexo pelas proporções da obra e pelo número de pessoas que participarão da construção, tem por objetivo principal cobrir os acidentes durante os trabalhos, os danos sofridos pelos edifícios, os acidentes causados a visitantes, bem como erros de projeto . O "Cosmos", que dará hospedagem a jornalistas de todo o mundo durante as Olimpíadas de 1980, está sendo erigido sobre uma superfície de 130.000m2 , disporá de 3.642 apartamentos, 4 restaurantes, 2 bares, "night club", banco, agência postal, sala de convenções para 1.000 pessoas, e outras coisas mais.
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Poluição O Governo francês propôs em New York, uma ação contra a "Amoco International Oil Co.", pelo derrame du 220.000 toneladas de petróleo que ocorreu, ano passado, nas costas da 336
Bretanha, causado pelo navio "Amaco Cadiz" . Na ação, alega-se que o derrame causou graves danos às praias e à indústria pesqueira; que foram suportados pelo governo francês os gastos com a limpeza de 160 kms. de costas contaminadas, a qual durou 3 meses, mobilizando 10.000 pessoas. A demanda baseia-se na culpa do capitão, que só teria pedido auxílio duas horas depois de haver perdido o controle do barco. O Lloyd's de Londres teria considerado absurda a cifra reclamada (mais de um bilhão de dólares) e estaria disposto a levar o caso até "a instância mais elevada".
• Maior ressegurador do mundo sofre declínio de prêmios e resultados
A "Swiss Reinsurance Co.", de Zurique, é uma das maiores empresas de seguro do mundo. Trata-se na verdade de um conglomerado, com duas "holding" na Europa e outra controlando as organizações espalhadas pelos Estados Unidos, Canadá, Oriente Médio, América Latina, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Ao todo são dez empresas de resseguro, duas companhias de serviços e sete organizações de assessoramento. A "Swiss Reinsurance", que é a em· presa distanciadamente mais portentosa do conglomerado, experimentou uma queda de negócios no ano passado. Sua arrecadação de prêmios baixou para 2,8 bilhões de francos suíços (3 bilhões em 1977) e o lucro I íquido caiu para 72 milhões (contra 76 milhões no anterior) . No relatório anual dos acionistas, a administração da empresa explicou que duas foram as causas dessa diminuição de "performance". A primeira delas foi a valorização do franco suíço em confronto so m todas as 134 moedas nos quais os negócios da companhia são realizados em todo o mundo. A segunda causa foi a deterioração dos negócios de resseguro, REVISTA DE SEGUROS
que acusaram resultados negativos (com exceção dos resseguros do ramo Vida, cujos lucros cobriram o déficit agregado dos demais ramos) .
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Lombardia lidera furtos de ve(culos na Itália Em edição recente, um jornal italiano publicou reportagem na seção "Corrieri Milanese", aberta com a seguinte manchete : "Um quinto dos furtos denunciados na Itália são ocorridos na Lombardia". Trata-se dos furtos de automóveis, que em 1978 totalizaram 250.000 em todo o país, subindo a 45.000 a incidência desses crimes na Lombardia. Nessa região, o grande centro é no entanto Milão (quase 39 mil dos 45.000 automóveis furtados). Essa forma de criminalidade é universal (e progressiva), dela portanto não escapando o Brasil, onde as estatrsticas são também preocupantes. Às nossas quadr ilhas de "puxadores" correspondem as que, na Itália, a imprensa denomina a " sociedade anônima das quatro rodas" , cujo volume de negócios é de grande porte, tendo em Milão um dos centros mais importantes do múltiplo e complexo circuito do comércio negro de carros roubados. Lá se localiza um dos principais canais de exportação dessas "mercadorias", constituindo-se passagem quase obrigatória para os mercados clandestinos do norte da Europa. Nesses pontos terminais desaparecem os últimos traços do furto e, mais facilmente, a viatura regenerada pode ser vendida ao cliente ingênuo e despreven ido. Os autores da reportagem, jornalistas Alberto Berticelli e Andrea Biglia, afirmam que mais recentemente abriram-se, no Oriente Méd io, as portas de um mercado clandestino bem mais lucrativo. Esse tráfico internacional é de alta classe, pois nele predominam automóveis de elevado custo, como o Alfa esportivo, o BMW, o Jaguar, o Mercedes e o REVISTA DE SEGUROS
Ferrari. Há poucas semanas, todavia, foi descoberta uma grande organização (mais de 30 pessoas envolvidas), apreendendose 70 carros de alta dlindrada, roubados de turistas estrangeiros em férias na Itália . Os veículos já tinham sido matriculados como importados regularmente da Alemanha e da Inglaterra. Atualmente, esse mercado clandestino está, porém, entrando em dificuldades. A polícia de fronteira intensificou o controle, sobretudo graças a um novo suporte tecnológico : o chamado "colarinho eletrônico", coletando dados sobre as placas suspeitas. O Sr. Antonio Allegra, dirigente zonal da polícia de fronteira, declarou que em 1978, relativamente a 1977, diminuiu em proporções sensíveis. Dizem os citados jornalistas que a Itália, em suma, é um importante exportador de carros roubados em todo o mundo, com altos lucros porque tal comércio somente se ocupa de veículos de classe, muito embora as despesas de "reciclagem" não sejam indiferentes: opera uma complexa organização técnico-comercial, que procura o cliente; que furta o veículo inutilizando os mais sofisticados dispositivos anti-roubo ; que emprega os "expersts" em maquiagem (tanto dos veículos como dos documentos), e assim por diante. Lá, enfim, como também aqui, o público não deixa de insistir em que os preços do seguro são caros.
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Remessa de divisas O Banco Central reiterou ao I RB, as normas e instruções relativas à cobertura camb ial de remessas no setor do seguro . De acordo com o regime estabelecido, na importação de mercadorias o seguro do respectivo transporte internacional deve ser feito no mercado interno. Assim, nenhuma cobertura cambial será concedida para pagamento de seguro contratado no exterior, salvo em caso excepcional de importação financiada. Nessa 337
hipótese, o Banco Central emitirá certificado à vista de autorização expressa do Instituto de Resseguros do Brasil, documento esse que o interessado terá de apresentar, tanto para ereito de emissão do mencionado certificado quanto, posteriormente, na ocasião em que tiverem de ser emitidos os esquemas de pagamento. Esclarece ainda o Banco Central que somente concederá registro: 1) de participação estrangeira no capital de empresa brasileira (de seguro, de corretagem de seguro ou de atividades afins), mediante apresentação de Portaria da SUSEP, aprovando o estatuto da socie-
dade e a participação estrangeira no seu capital; 2) de contrato com firma estrangeira, para serviços de consultoria ou assistência técnica, mediante documento de autorização do Instituto de Resseguros do Brasil. Técnicos do setor afirmam que o mercado segurador brasileiro está desenvolvido e amadurecido, tornando-se absolutamente desnecessário que se contrate qualquer firma do exterior para dar assistência a qualquer segurado domiciliado em nosso País.
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SEGURO PODE SER CONTR-A TADO COM ATUALIZAÇÃO MONETAR .I A
Foi reformulado pelo IRB o plano de atualização automática das importâncias seguradas, nas apólices de seguro de incêndio. O plano foi lançado em maio do ano passado, nele agora introduzindo-se alteração para torná-lo extensivo a um maior número de segurados. Trata-se de esquema que veio resolver o antigo problema da deterioração dos capitais segurados, causada pela inflação. Os .~ (ndices desta última variam mensalmente, l ao passo que os seguros somente sã'o realizados anualmente (salvo casos esporádicos, e ramos, de riscos cujas duração é ·efêmera e inferior a um ano).
Atualizaçio O processo de atualização, é simples. O próprio segurado, no início da apólice, fixa o valor atual pelo qual pret ende garantir os seus bens e escolhe ele próprio, uma percentagem que · determinará o acréscimo final que sofrerá a quantia no vencimento do seguro. Essa percentagem corresPQnderá, evidentemente, à expectativa do (ndice anual da inflação, de acordo com o "feeling" do segurado e as anunciadas metas governamentais de conteção do processo de desvalorização da moeda. Assim, conforme explicam os técnicos, se o segurado compra uma apólice de seguro de incêndio do seu apartamento que vale,' no ato de realização do seguro, Cr$ 2 milhões, e calcula uma taxa anual de inflação da ordem de 40%, pode incluir nessa apólice como valor final segurado a importância de Cr$ 2,8 milhões. Ocorrendo o thcjndio durante a vigência do seguro, a atualização será procedida , REVISTA DE SEGUROS
na data do acidente, proporcionalmente ao tempo decorrido. Sé o incêndio ocorrer no terceiro mês, isto é, decorrido um quarto do tempo de duração do seguro (um ano), a importância segurada inicial terá o acréscimo proporcional de 10%. Por essa cobertura de atualização, o preço é bastante accessível, pois há um desconto de 50% sobre a taxa normal do seguro por importância fixa. Exemplificando: o seguro de um apartamento de Cr$ 2 milhões custa, anualmente, Cr$ 2.000.00. Para a atualização na base de 40% (800 mil ·cruzeiros ao ano) o preço ' não seria o normal de •,800 cruzeiros e, sim, metade, ist o é 400 cruzeiros. O total portanto, seria de 2.400 cruzeiros.
Rateio Parcial A atualização da importância segurada é de suma importância em face da chamada cláusula de rateio. Segundo essa cláusula, se um apartamento (por exemplo) vale Cr$ 3 milhões e está segurado por 2/3 do seu valor, a indenização pagável pelo segurador corresponderá a 2/3 do preju ízo, seja qual for o montante deste último. Além do já mencionado plano de atualização automática da importância segurada, existe também um outro pelo qual o segurado pode defender-se contra. a inflação e aumento dos preços de reparação dos danos ocorridos ao imóvel. Trata-se da chamada cláusula de rateio parcial. O mecan ismo é o següinte: o segurado fixa uma percentagem para a variação da importância do valor real do objeto garantido pelo seguro. Suponhamos que ele convencie que a importância 339
segurada poderá variar entre 70 e 100 por cento do valor real do objeto do seguro. Se a variação ocorrer dentro desses limftes não haverá rateio. Se for
maior (por exemplo, se a importância segurada corresponder a 60 por cento do valor real), então haverá rateio na proporção dessa diferença.
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Belém, Manaus e Parnalba. lnspetnriss de Produçlo em:
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Rua Libero Badaró, 377- 1SC? andar- Tel. 239-2211 -C.P. 8963
AINDA EXEMPLARES
DO
RESTAM
ANUA RIO DE
340
ALGUNS
DE
SEGUROS
1978 REVISTA DE SEGUROS
A MORTALIDADE NO TRÃNSITO
Com base em dados estatísticos da ONU e da "lnternational Road Federation", a publicação suíça "Sigma" (especializada em seguros) fez em sua última edição uma análise dos índices de mortalidade nos acidentes de trânsito, durante o período de 1966 a 1975, isto é, em um decênio. O estudo abrange 12 países: Alemanha Ocidental, Dinamarca, Finlândia, França, Grã-Bretanha, Itália, Holanda, Austria, Suécia, Suíça e Espanha. No referido decênio, em termos de crescimento da frota nacional de veículos, a Espanha foi o país que assumiu a liderança com a taxa de 274 por cento. A ela se seguiram a Itália (130 por cento), a
Holanda (106 por cento), e Áustria (81 por cento), a Suiça (76 por cento). A menor taxa de crescimento foi a da Dinamarca (39 por cento). Em termos de expansão relativa, isto é, de densidade do fenômeno da motorização (que se mede pelo número de veículos por mil habitantes), as posições de I iderança, em 1975, foram ocupadas pelos Estados Unidos (622 veículos por mil habitantes), Suécia (357), França (337) e Dinamarca (331). O quadro abaixo mostra a evolução, no decênio de 1966/1975, do fenômeno da motorizaçâ'o :
Número de Veículos por 1.000 habitantes País
Expansão
ANO 1966
1975
Alemanha Ocidental
197
317
61,9
Dinamarca
250
331
32,4
Finlândia
169
284
68,0
França
237
337
42,2
Grã-Bretanha
205
279
36,1
Itália
135
290
114,8
Holanda
150
281
87,3
Áustria
165
288
74,5
Suécia
260
357
37,3
Suíça
189
308
63,0
48
165
243,8
479
622
29,9
Espanha Estados Unidos
REVISTA DE SEGUROS
em%
341
' Obs. : O Brasil deve ter alcançado, hoje, cerca de 58 veiculas por 1000 habitantes. Esse quadro mostra que os palses I íderes de incremente da frota em números absolutos (isto é, Espanha, Itália, Holanda e Áustria) f oram também os que alcançaram mais elevados índ ices per capita de motorização. Quanto ao número de mortes, as maiores taxas de crescimento, no mencionado decênio, foram as da Espanha (39 por cento), Áustria (17 por cento), País
Itália (7 por cento) e França (7 por cento). Apresentaram declínio nesse índice a Alemanha Ocidental, a Dinamarca, a Finlândia, a Grã-Bretanha, a Holanda, a Suécia, a Suíça e os Estados Unidos. fndice de grande importância, na análise dos acidentes de trânsito, é no entanto que mede a relação entre o número de mortes e a dimensão da frota. No quadro abaixo estão indicadas as relações do número de mortes por 10.000 veículos:
ANO
Alemanha Ocidental Dinamarca Finlândia França Grã-Bretanha Itália Holanda Áustria Suécia Su(ça Espanha Estados Unidos
I
j
Declínio
1966
1975
em%
14.4 8.5 14.2 10.4 7.1 12.6 14.0 15.6 6.5 11.3 20.6 5.6
7.6 4.9 6.8 7.3 4.1 5.9 6.0 10.2 4.0 6.3 7.7 3.5
47.0 42.4 52.1 29.8 42.3 53.2 57.1 34.6 38.5 44.2 62.6 37.5
~
~ 11
Na redução indexada do número de mortes por 10.000 veículos, os países de me lho, "performance" foram, portanto,
a Espanha, Finlândia.
a Holanda, a Itália e a
•
JOHNSON & HIGGINS- ELUMA ~ ~~-~ieY~.~ ~~.
Rio ele Janeiro Campinas 342
Slo Paulo Curitiba
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Belo Horizonte SalVIdor REVISTA DE SEGUROS
-
SEGURO DO MUNDO ÁRABE ESTÁ EM EXPANSÃO
Os países árabes devem faturar este ano, em operações de seguro e resseguro, um volume global de 1,5 bilhão de dólares, em prêmios, alcançando nível de arrecadação um pouco inferior ao do Brasil. Os mercados líderes do Islã são os da Arábia Saudita, Argélia, Marrocos, lraque e Egito, que em conjunto apresentam cifras correspondentes a 70 por cento do faturamento global do mundo árabe. A "General . Arab lnsurance Federation", reunida há pouco no Kuwait para a realização da 11~ Conferência dos seus membros, decidiu estabelecer um programa com vistas a expandir as relações do mundo árabe com os mercados seguradores dos demais países em desenvolvimento, particularmente os da América Latina. A idéia é diversificar um intercâmbio tradicionalmente circunscrito aos mercados europeus.
Três etapas A história do seguro no mundo árabe (como de resto em todos os chamados países em desenvolvimento) divide-se em três etapas : 1) domínio estrangeiro, implantado pelo colonialismo; 2) criação de empresas locais; 3) conquista da autonomia interna. No último quartel do século passado, instalaram-se as companhias estrangeiras no mundo árabe, que o partilharam em função do domínio político europeu. Assim, por exemplo, as seguradoras inglesas estabeleceram-se no Egito, lraque, Sudão e Jordânia; as francesas, na Tunl'sia, Argélia, Marrocos, Síria e Líbano; as italianas, na Líbia. REVISTA DE SEGUROS
A segunda etapa surge com a independência política, quando então passaram a prevalecer os interesses econômicos nacionais. !: nessa época que se organizam empresas sob controle acionário de capitais nacionais. Essas empresas tiveram lenta evolução, competindo dentro de seus próprios pal'ses com as poderosas seguradoras estrangeiras. No Egito, por exemplo, até 1956 existiam 124 empresas estrangeiras e 13 locais, estas últimas possuindo apenas a fatia equivalente a 9 por cento do mercado interno do País. O amadurecimento político e a constatação de que as empresas nacionais ex· perimentavam dificuldades para competir com suas congêneres estrangeiras, foram esses os fatores que levaram à terceira etapa: a da nacionalização, a partir dos anos 60. Esse último processo foi conduzido por caminhos e fórmulas diferentes. Em alguns países a preferência voltou-se para o monopólio do estado. Isso ocorreu no Egito, Síria, lraque e Argélia, por exemplo. Em outros (como a Tunísia, Marrocos, Kuwait e Emirados Árabes Unidos), preferiu-se a criação de vigorosas empresas de capitais-exclusivamente nacionais, proibindo-se a realização de qualquer seguro no exterior. Qualquer dessas fórmulas teve, no entanto, o mesmo efeito: provocar o desinteresse e retirada das empresas estrangeiras.
Federação O crescimento e integração do seguro na economia interna daqueles países, despertou-os para a conveniência estratégia de que, também nessa área de 343.
atividade, se promovesse a integração econômica do mundo árabe. Essa idéia frutificou na criação de empresas de resseguro para a troca de negócios (excedentes nacionais) entre os me1 cados dos referidos países. Organizaram-se companhias resseguradoras, então, no Egito, I raque, Marrocos, Argélia, Kuwa it e Sudão. Para melhor coordenação de toda essa atividade desenvolvida em busca de uma evolução constante do seguro e do resseguro, criou-se finalmente, em 1964, a "General Arab lnsurance Federation".
Objetivos Tem-se melhor compreensão dessa estratégia desenvolvimentista do seguro árabe, a partir do conhecimento dos obje-
COMISSARIOS DE AVARIAS
tivos da aludida Federação. Os principais são : criar uma resseguradora para todo o mundo árabe, além de "pools" para aumento e melhor aproveitamento da capacidade de absorção dos diversos mercados; promover o ensino do seguro, em par· ticular, através da criação do "Arab Regional lnsurance lnstitute"; criar o sistema europeu do chamado "cartão verde", para o trânsito de ve(culos entre os países árabes. A Federação hoje reúne 80 companhias, oito das quais são de resseguro. Destas últimas, duas são "joint-ventures" formadas por capitais de diferentes mer· cados árabes : a "Arab Reinsurance Company of Lebanon" e a "Arab Union Reinsurance Company of Syria".
CHILE fundada em 1921
Matriz: P.O.Box 1426 SANTIAGO Telex: 40757 Ormus CL. Cables: Adjusters, Oirección : Moneda 1040 Teléfonos: 84648 · 67784 · 66331 · 498559 · 465156. Sucursais: HEAD OFFICE: P.O. BOX: 1426 SANTIAGO DE CHILE, TELEX: 40757 ORMUS CL, CABLE: ADJUSTERS, ADDRESS: MONEDA 1040, PHONES: 6 63 31 • 8 48 48 6 77 84 49 85 59 VALPARAISO OFFICE: P.O. BOX: 1185, ADDRESS: PLAZA JUSTICIA 45, OFF. 313, PHONE:3268 CONCEPCION OFFICE: P.O. BOX: 1087, ADDRESS : LltJCOYAN 588, PHONE: 234 42 PUERTO MONTT OFFICE : ADDRESS : BENAVENTE 914, PHONE 3464 ANTOFAGASTAOFFICE:P.O. BOX : 650, ADDRESS : WASHINGTON 2335, PHONE:2 43 74 SAN ANTONIO OFFICE : P.O. BOX : 526, AOORESS: TRES NORTE 290, PHONE: 3 2316 PUNTAARENASOFFICE:P.O. BOX : 22·D, ADDRESS:PEDRO MONTT841, PHONE :2 3008 ARICA OFFICE: P.O. BOX: 716, ADDRESS: PARQUE INDUSTRIAL MENOR 20, PHONE:4 26 66, TELEX : 21017 ASIND CL COYHAIOUE OFFICE: P.O. BOX: 310, ADORESS : BAQUE DANO 56, PHONE: 140 TEMUCO OFFICE:P.O. BOX: 1772, ADDRESS:GENERAL MACKENNA,S, PHONE:3 41 30 COQUIMBO OFFICE: P.O. BOX: 1·D, ADORESS: ALDUNATE 502, PHONE: 66 o
o
Miembros del "lnternationallnstitute of Loss Adjusters" U.S.A. "National Association of Independem lnsurance Adjusters" como associado internacional U.S.A. "Asociación de Liquidadores Oficiales de Seguros lndependientes" Chile
344
REVISTA DE SEGUROS
SEGURO DE VIDA CONTI~~UA CRESCENDO
No ano passado, o seguro de vida (segundo estimativa preliminar) teve arrecadação de prêmios da ordem de Cr$ 5,7 bilhões, contra Cr$ 5.1 b i Ihões em 1977, acusando crescimento real de 13.7 por cento. No período 1973- 1978 a expansão acumulada foi 60 por cento (em valores corrigidos), correspondendo a média geométrica anual de 1O por cento. Quando tanto se fala em problema de má distribuição da renda, esse incremento do seguro de vida é fenômeno bastante significativo, pois a difusão de tal modalidade de seguro vem ocorrendo precisamente entre as classes que não são as de maior capacidade de poupança.
Captação de Poupanças "O seguro de vida, afirmam os téc-. nicos, é institucionalmente um dos mais avançados mecanismos de captação de poupanças". Quando compra um seguro dessa natureza, o indivíduo está aplicando poupanças para formar patrimônio isento das vicissitudes criadas pela grande incerteza inerente à duração da sua própria vida". Se todos nós soubéssemos com exatidão qual o nosso tempo de sobrevivência, seria extremamente fácil elaborar com rigor uma programação financeira adequada às nossas conveniências e disponibilidades de recursos. O grande problema, na organização dos nossos planos, é que neles interfere essa variável rebelde que é o tempo disponível para a plena execução de qualquer esquema elaborado, a curto, médio ou longo prazo". A grande virtude do seguro de vida, esclarecem os técnicos, é que ele inclui o tempo como variável ou componente REVISTA DE SEGUROS
de importância na programação financeira do indivíduo, seja ele comprometido ou não com a responsabilidade de amparar dependentes. "O homem solteiro, livre de qualquer vínculo ou obrigação com a subsistência de qualquer outra pessoa, também ele carece de seguro de vida. Uma invalidez que o incapacite para o trabalho, ou a própria velhice com uma aposentadoria de baixa renda, são situações que podem gerar a necessidade de um seguro de vida capaz de garantir melhores padrões de subsistência " . Na verdade, o seguro de vida não se limita a planos destinados a amparár os dependentes após a perda do segurado. Há esquemas de garantias, também, para que em caso de sobrevivência o segurado possa dispor de recursos para manter padrão de vida a que já esteja habituado. Esse é, entre outros, o caso do seguro com complementação de aposentadoria.
Capitalização As poupanças aplicadas em seguro de vida, frisam os técnicos, constituem a mais garantida forma de acumulação de capital, de formação de patrimônio. · "Suponha-se, exemplificam os especialistas, que alguém planeje garantir à família determinado capital (físico, como a casa própria, ou financeiro), que levaria 20 anos para ser acumulado, em função de determinada parcela mensal que para tanto lhe permitisse o seu nível. !: claro que tal objetivo não seria alcançado se, ao cabo de 5 anos, esse indivíduo por qualquer circunstância viesse a falecer. !: contra imprevistos dessa ordem que funciona o seguro de vida. Nos cinco anos decor345
ridos, o seguro proporcionaria à fam i lia o patrimônio projetado para 20 anos. Em dinheiro, se esse fosse o desejo do segurado; ou sób a forma de casa própria, cujo saldo da divida, apurado na ocasião do falecimento do segurarlo, seria resgatado pela empresa seguradora. Informam os técnicos, a propósito, que todo imóvel adquirido através do Sistema Financeiro da Habitação dá ao mutuário a tranqüilidade de não deixar dívida para sua família, pois o seguro de vida contratado com o mercado segurador brasileiro garante a quitação do imóvel e a entrega deste, sem qualquer ônus, aos beneficiários do mutuário.
Versatilidade Garantindo um pecúlio "postmortem", ou responsabilizando-se pela dívidas que o segurado possa contrair, o seguro de vida é dotado de extrema versa~ tilidade, tornando-se capaz de abranger toda espécie de necessidade financeira decorrente tanto da morte quanto da sobrevivência do segurado. Em suma, dizem os técnicos, o seguro tem condições de proteger todo e qualquer tipo de interesse financeiro qu~ esteja ligado ao problema da incerteza da duração da vida. "Já foi citado o exemplo da complementação. Sabe-se que esse é, hoje, um problema social de crescente importância, porque se torna cada vez maior a faixa de população que, por seu nivel de renda, prefere abster-se do benefício da aposentadoria do seguro social, para não cair de nível de vida depois de uma longa existência de trabalho útil à coletividade. Esse é um problema que pode ser resolvido pelo seguro de vida, através de plano antigo (o de renda vitalícia). que até hoje não pode ser lançado em escala no mercado". A vitaliciedade do profissional qualificado na ocupação do seu emprego é um problema, aliás, não só para ele próprio, mas também para as novas gerações que deixam de contar com mais "chances" de acesso aos cargos situados no topo da carreira profissional.
346
Informam os técnicos, que o seguro de renda vitalícia (ou de complementação de aposentadoria) podem ser lçmçados ainda este ano. Tudo depende da regula· mentação dos fundos de pensões e dos montepios, através de lei que há bastante tempo tem sido objeto de estudos do Governo. "As companhias de seguros, sem o conhecimento exato das regras e normas
GaUPO SilVIO SANTOS
PANAMERICANA DE SEGUROS S.A. CGC 33 245 162lJCXJt.01 Fundllda Bm 1965
Capital Cr$
3aooo.ooo,oo
Ops171 nos Ramo1 E/emsntsrlll
DIRETORIA DIRETOR SUPERINTENDENTE
Jun Mizukawa DIRETOR ADJUNTO
Mario Albino Vieira DIRETOR ADM. FINANCEIRO
Renê Saller DIRETOR COMERCIAL
Jo•f Berensztejn
MATRIZ: Rua
Ubero
30<? ANDAR -
SÃO PAULO -
SUCURSAL :
Badaró, 425 SP
Av. Rio Branco, 131 11 <?ANDA R • R lO • RJ
FONES :
221-7938
222 -6799
222-6768
que venham a compor a disciplina legal da matéria, esclarecem os técnicos, não 111 sentem em condições de formular e
lançar planos, pelo risco de desajustamentos e contradições com as diretrizes legais que afinal venham a vigorar.
Novos rumos De qualquer maneira, informam os especialistas, nos últimos anos o seguro de vida tem tomado novos rumos. " E porcaminhos certos, tanto assim que foram bem acentuadas as taxas de crescimento anual dessa carteira". As empresas seguradoras vêm mudando suas táticas de comercialização, visando sobretudo massificar o seguro, e cada vez mais se empenham no trabalho criativo de identificar as necessidades da população brasileira para, nessa base, formular com riqueza imaginativa os planos capazes de alcançarem ampla aa!itação do público". A evolução econômica e social d9 Pafs já chegou a um patamar em que, tal como em outros, também aqui o seguro de vida possa representar um grande foco de desenvolvimento econômico e de promoção do bem-estar social . "Na América do Norte, por exemplo, o seguro de vida
ocupà pos1çao de primeira grandeza no universo tanto econômico (pelos maciços investimentos que realizam na expansão do sistema proiutivo) . como social, pela contribuição que dá à estabilidade da renda familiar" . No Brasil o seguro de vida já exerce a liderança no "rank" do mercado segurador. Com o processo inflacionário, crônico e fortemente ascensional em certo período, ta I carteira entrou em declínio. Mas agora, com os novos impulsos recebidos (sobretudo em face da criação do sistema de correção monetária), vem subindo na escala, já sendo hoje a terceira carteira do mercado, com possibilidades e recursos potenciais para elevar-se à primeira posição. "Basta dizer, esclarecem os técnicos, que esse ramo já está penetrando cada vez mais nas camadas de baixa renda, sobretudo através de seguros em grupo feitos por empregadores que, adotando avançados processos de administração de pessoal, compreendem que aos assalariados, aos seus empregados, não basta apenas o justo ou o possível salário condizente com as forças que atuam no mercado de trabalho ; também preocupa a força de trabalho o problema do amparo da família no futuro".
SEGUROS DE VIDA
A.., preços de 1977 ANO
PR~MIOS (Em Cr$ milhões)
INDICE DE EXPANSÃO
1973
3.650
100
1974
4.054
111
1975
4.610
126
1976
4.753
130
1977
5.066
138
1978
5.852
160
REVISTA DE SEGUROS
347
. OJULGAMENTODEUMJORNAL
REVISTA DE SEGUROS EDITADA POR
TECNICA EDITORA L TOA.
- Segundo o "New York World" , eis como o leitor julga o jo rnal :
Se o tipo é miúdo, "não se pode ler"; Se é grande, "não tem assunto"; Se trata de política, "é intrujão" ; Se não trata, "é insípido" ; Se desenvolve o telegrama , "é mentiroso"; Se não desenvolve, "não é noticioso"; Se é chistoso, "não é sério "; Se não é, "é escrito para estátua de pedra"; Se é original, "é superficial" ; Se é profundo, "1ão tem graça nenhuma"; Se noticia reuniões políticas, "faz política"; Se não noticia, "é inútil" ; Se tem seção de biografias, "é faccioso"; Se não tem, "não aprecia os homens públicos"; Se interessa às senhoras, "é jornal de mulher"; Se interessa aos senhores, "é jornal de homem"; Se é caro "explora"; Se é barato, "não presta"; Se o diretor vai a igreja "é retró gado"; Se não vai " não tem consciência".
Av. Franklin Roosevelt, 39, gr. 414 Telefone 252-5506 Rio de Janeiro- RJ DIRETORES IVO ROSAS BORBA LUIZ MENDONÇA WILSON P. DA SILVA
Redator: FLÁVIO C. MASCARENHAS
Secretária: CECiliA DA ROCHA MALVA
SUMÁRIO ·:t
Lloyd's sob pressão
* *
Preço de reposição - Luiz Mendonça
* * *
Seguros de lucros cessantes Locação de imóveis As grandes etapas do seguro Os grandes sinistros de 1978
*
Seguro pode ser contratado com atualização monetária
* *
A mortalidade no trânsito Seguro do mundo árabe está em expansão
* Seguro de vida continua crescendo
* * *
O julgamento de um Jornal Notícias di versas Opinião da revista
MELHORE A SUA REVISTA. INFORME
O QUE
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LER NA "REVISTA
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Ano LIX- n<? 694 ABRIL DE 1979 Composto e Impresso Mauro Familiar- EDITOR
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REVISTA DE SEGUROS
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