MAIS DE 60 ANOS EM CIRCULAÇAO
Não é só nas horas difíceis que você deve se · lembrar do seu corretor de seguros.
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,lta~, Seguradora~ JULHO DE 1980
SEGURO -SAÚDE
Na disputa pela indicação partidária às próximas eleições presidenciais, Carter e Kennedy incluem nos seus programas, com destaque, novas 'idéias sobre o seguro ·saúde. Carter propõe dois esquemas, ambos com dimensões nacionais- eliminando nessa matéria a competência normativa estadual. Um plano chegaria ao limite, em todo o Pa(s, de 2.500 dólares anuais por família, para cobertura das despesas médi· cas. cirúrgicas e hospitalares, através de seguro que seria obrigatório para os empregadores, abrangendo empregados "full-time" e respectivos dependentes. Supõe-se que tal seguro estaria dentro da capacidade econômica dos obrigados, em qualquer ponto do País. Outro p·lano atenderia, especificamente, aos pobres, idosos e incapacitados, com rerursos orçamentários federais. Kennedy, mais ambicioso, advoga um sistema de maior alcance, universal, com beneHcios compreensivos e sem as limitações preconizadas por seu oponente. Seu plano inclui mecanismos de contróle de custos e projetos de medicina preventiva. Ambos no entanto, conferem importante papel aos seguradores privados na execução dos seus planos, estimulando-os à competição para melhor prestação de aviços. Segundo o esquema de Carter, por exemplo, toda a força de trabalho seria, tm primeira linha, segurada por seguradores privados. Sistemas de previdência social, mantidos pelo setor público até certos limites, existem em alguns poucos Estados da federação americana. Carter e Kennedy, portanto, com1seus planos de âmbito nacional, defendem em última análise a generalização dos esquemas hoje operados pelo setor privado. Essa é a linha filosófica de ambos, embora os dois estejam em discordância quanto à extensão das garantias que devem ser concedidas aos beneficiários. Ronald Reagan e Anderson, preconizando a autonomia estadual na matéria, no fundo advogam o status-quo, ísto é, a preservação dos esquemas estatais de seguro IDCial, ·onde eles agora existem.
Em resuma, democratas e republicanos divergem apenas quanto a ampliação do hoje ocupado pela iniciativa privada, na operação do seguro-saúde.
A DE SEGUROS
Companhia de Seguros
ALIANÇA DA BAHIA C.G .C/M .F 15144017/0001-90/0021 Seguros de Incêndio, Vidros, Roubo, Tumultos, Transportes ~:1arltimos, Terrestres e Aéreo, Automóveis, Cascos, Aeronáuticos, Lucros Cessantes, Fidelidade, Crédito Interno, Responsabilidade Civil Geral VelculosFacultativo e Transportador, Rural, Penhor Rural , Habitacional, Riscos de Engenharia, Riscos Diversos, Garantia de Obrigações, Acidentes Pes~ais, Danos Pessoais - VAT, Operações Diversas e Vida em Grupo. CIFRAS DO BALANÇO DE 1979 Capital e Reserva .. . . ..... . ... .. . ......... . .Cr$ · Receita .. . . . . ... . . ... . .... . . . ... . ........Cr$ Ativo em 31 de dezembro ... .. .... .... . ... . .. Cr$ Sinistros pagos nos últimos 3 anos ...... .. . . .... CrS
2.184.230.266,00 3.567 .~U4.533,39 3.349.598.098.70 1.068.675.121,24
CO"ISELHO OE ADMINISTRAÇAO Pâmphilo Pedreira Freire de Carval~o- Presidente Paulo Séqio Freire de Car·valho Gonçalves Tourinno Francisco de Sá Junior- Vice-Presidente
V ice-Presidente
DIRETORIA Paulo Sérgio Freire de Carvalho Gonçalves Tourinho- Diretor Luiz Carlos Freire de Carvalho Gonçalves Tourinho- Diretor José Maria de Souza Teixeira Costa- Diretor Antonio Tavares da Câmara- Diretor Fernando Antonio Sodré Faria- Diretor Sérgio Charles Túbero ·- IJiretor MATRIZ:
Salvador/B;~hi,l
SUCURSAIS NAS CIDADES DE : São Paulo - Rio l.Je Janeiro- Porto Alegre- Fortaleza - Recife- Selo Horizonte- Manaus- Teresina- Slo Luiz - Maceió - Belém - Natal - Aracaju -João Pessoa- CuritibaVitória- Brasllla- Goiânia- Cuiabá- Campo Grande.
AGI:NCIAS EM TODO O PAIS
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HORIZONTES DO SEGURO Luiz Mendonça
Que horizontes os próximos anos oferecem ao seguro brasileiro?. Qualquer resposta estará impregnada de incerteza, por força da instabilidade que se infiltrou em quase todos os sistemas econômicos nacionais. Quando .tudo corre nos trilhos, não há problemas maiores para o exerCI'cio de projeções. O pasado ergue pontes estatísticas para o futuro. O u~ de adequado instrumental matemético permite então antecipar, com ..nde aproximação, o comportamento real das variáveis analisadas. Em outras circunstâncias, porém, a futurologia emi.. para o domínio das ciências acoitas. Em matéria de passado, existe razoável conhecimento do desempenho da atividade seguradora. 1: claro que, como qualquer outrb segmento da estrutura de produçio de bens e serviços, o setor do seguro também se move, eolicamente, segundo 1 direção e a força dos ventos que acioMm toda a economia. Daí ser costume o comportamento do seguro totMndo~se como ponto de referência um ildicador macro-econômico: o PNB. Com essa ótica, o Departamento Eeonômico da "Swiss-Re" tem dois estudos valio~s, que aquela empresa divulgou do seu periódico "Sigma". A análiteve oomo objetivo a investigação dos efeitos provocados, na atividade seguradora, pelas flutuações econômicas; como os dados estaHsticos dos dez maiores Meados de seguros do mundo. As observações fizeram-se a curto t 1 longo prazo. No intervalo menor (perlodo 1971-1976), houve anos de "boom"
econom1co (1971/1972), de recessão (1973/197 4) e de recuperação (1975/ 1976). No intervalo mais longo (1956/ 1977); ocorreram consideráveis declínios do PNB em 1958, 1960, 1967, 1969 e 1974. A conclusão foi a de que, em qualquer período (curto ou longo), o seguro reage fortemente às oscilações econômicas; supera sempre os índices do PNB, estejam estes últimos em alta ou em baixa. Todavia, na última recessão ·(ano de 1974) em alguns países a taxa de crescimento do seguro não acompanhou a de recuperação do PN B. Houve até mesmo casos de situarse em nível inferior. A análise em referência limitou-se, porém, a investigar possível correlação entre dois indicadores globais. Numa comparação entre vários mercados, evidentemente não se poderia aprofundar o estudo de modo a detectar as causas das variações dos próprios indicadores postos em confronto. Nem esse era o objetivo do trabalho realizado. Assim, por exemplo, ali não se mediram os efeitos produzidos pela inflação nas taxas de crescimento . real do setor do seguro. Quanto a isso, a recente experiência do mercado segurador brasileiro é bastante eloquente. E repete, confirmando,.a experiência universal. No período 1963-1974, a economia nacional (tomando-se o PIB como indicador) -cre.sceu à elevada média anual de 11,5 por cento. Em época assim favorável, o seguro alcançou índice de crescimento nunca antes registrado: 21,7 por cento ao ano . No período 1974-1978, quando estava instalada a crise dos preços internacionais do petróleo, a inflação tornou-se 3
ascendente e o PIB diminuiu o ritmo de expansão para a taxa média anual de 6,4 por cento; o seguro caiu para uma evolução ao nl'vel dos 11,2 por cento ao ano. Isso demonstra, de forma até gritante, que o comportamento do mercado segurador é afetado não só pelas oscilações do produto da economia, mas também pelo processo inflacionário. !: fácil entender a repercussão do fenômeno monetário nas operações de seguros. Além das conseqüências que habitualmente produz em todas as demais atividades econômicas, sobre o seguro a inflação tem mais poder corrosivo. Isso porque, na maior parte das modalidades de r.obertura, as garantias vendidas aos usuários formalizam-se em contratos de duração anual. Os valores desdes contratos submetem-se, dessa maneira, a dupla influência negativa: a) São reajustados com defasagem; b) mesmo quando reajustados, tendem a situar-se abaixo dos índices de desvalorização monetária, por causa não apenas da impossibilidade da taxa da inflação, mas sobretudo pelo declínio que a poupança experimenta em tais épocas. l': seguro, de todas as formas de poupança, é a que tem prioridade de corte na escala de preferências do poupador. No Brasil, embora a inflação seja importante dado a considerar, a verdade é que outras variáveis poderão intervir na evolução do seguro. Mercado no qual a procura ainda está longe de ter atingido o ponto de saturação, por isso mesmo o seguro conta com amplos espaços a ocupar. O seguro de vida, por exemplo, no final do ano passado, ainda jazia num consumo "per capita" da ordem de 86 cruzeiros (cerca de 3 dólares, pela cotação média de
1979). A própria economia nacional, por não funcionar em pleno emprego, decerto ainda tem boas perspectivas de expansão. Recursos existem para alocar, naturais e humanos. O problema a equacionar é o das combinações ótimas em que eles poderio ser utilizados. Sendo assim, não há
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motivo para se duvidar das possibilidades de desenvolvimento nacional. Portanto, o mercado nacional de seguros, com uma procura latente em dimensões incomparavelmente maiores que as de qualquer economia altamente industrializada, ainda conta , em favor da sua expansão, com as oportunidades que possam ser criadas pelo próprio desenvolvimento econômico. Difícil, no quadro atual, é fazer previsões em termos quantitativos, mesmo a curto prazo, já que não se dispõe de índ~ ces estáveis, seja no tocante à i'lltlação, seja em referenda à provável evolução do produto nacional. Quando muito, o que• pode esperar (sem o caráter, porém, de esperança matemática) é que as taxas de crescimento do seguro e do PIB mantenham a relação registrada no período 197 4/1978. Essa relação (que traduz a chamada elasticidade-prêmio) foi da or dem de 175 para 100. Em outras palaYI'II: se o PIB crescer seis por cento, o seguro terá condições de crescer dez e meio por cento. O ano de 1980, como se sabe, tem.sido economicamente turbulento. Portanto, não haverá surpresa se entre o crescirnet1D do seguro e do Pl B ocorrer quebra da,.._ ção verificada no último qüinqüênio. sim, seja qual for o índice de expansão mercado segurador, pode-se satisfatório, de~e que supere o da ção, não importa a margem. Para os ximos anos, amainada a turbulência e vertendo-se em descendente o ritmo deSvalorização monetária, pode-se mente esperar, não o desempenho da áurea ocorrida no início dos anos 70, pelo menos a extrapolação do """"""'otili mento observado no período 1 O que será bom para o mercado, economia e para a sociedade, pois o ro se manterá em posição de uma das mais elevadas contribuições o desenvolvimento nacional, o que vale zer, para a melhoria da taxa de do bem estar social.
PERSPECTIVAS PARA O SEGURO Clínio Silva Presidente da FENASEG
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Há uma correspondência lógica entre
E válida, portanto, a suposição de
os índices d~ comportamento do seguro e da eeonomia. Pode-se até dizer que isso é o óbvio. Af inal de contas, operado como instrumento de garantia da renda e do investimento, o seguro torna-se variável dependente desses dois importantes agregados da economia. ·
que nos países em desenvolvimento o seguro tenha reações de outra espécie, ou pelo menos em diferente grau, dian'i:e das mudanças de desempenho da economia. O exemplo do Brasil pode justificar essa suposição. Ao longo do período 1970-1979, o mercado nacional de seguros sempre cresceu acima da taxa do PIB, excetuados apenas os anos de 1971 e 1977. Note-se, porém, que o ritmo do crescimento brasileiro vem desacelerando, a partir de 1973. O PIB, quando atingiu o pico de expansão, evoluía a taxas acima de 10 por cento; o seguro, na mesma fase, a taxas maiores que 20 por cento. Depois de 1975, a expansão acumulada do PIB foi de 28.7 por cento (taxa anual de 6.5 por cento); a do seguro, 42.7 por cento (taxa anual de 9.3 por cento). Há explicações bastante plausíveis, nos países em desenvolvimento, para o tipo loca l de reação do seguro às oscilações da economia . Enquanto, nos sistemas produtivos altamente industrializados o faturamento do seguro correspondem d elevadas fatias do PNB, que variam entre 4 a 7 por cento, nas economias menos avançadas tal faturamento gravita em torno de 1 por cento. A disparidade desses índices tem diversas causas. Entre elas pode alinhar-se, por exemplo, a presença do seguro social no universo da previdência, bem mais inibidora para o seguro privado nos países em desenvolvimento. No entanto, as diferenças de posições relativas do seguro privado, no PNB; é tão grande, que daí resulta uma indiscutível evidência: nos países de economia menos avançada o seguro
Quando, porém, tal correspondência é analisada em termos quantitativos, obava-se outro fato , menos evidente à primeira vista . Nos ciclos econômicos, o 11guro reage sempre numa faixa de maior amplitude: em fases de expansão da economia cresce acima e, em fases de contração, cresce abaixo do PNB.
Esse último fenômeno é assinalado, em escala mundial, pelo gráfico de rodapé deste artigo. Vê-se ali que no período 1973-1975, etapa mais aguda da crise internacional dos preços de petróleo, a taxa de crescimento ·do seguro chegou ao mínimo de 95 por cento, na sua relação com ataxa de crescimento do PNB. Se a análise descer, do âmbito mundial, para um nível inferior de agregação geográfica, o mesmo fenômeno será obsercomo que se revelando inerente ao desempenho dos mercados de seguros. E bem possível, no entanto, que esse tipo de comportamento seja mais próprio dos paí• economicamente desenvolvidos. As anlilises estatísticas conhecidas baseiam-se em dados que, mesmo nas tubulações regionalizantes, não deixam de ser vulneráveis à influência daqueles países, com todo o peso dos seus mais avançados mercaseguradores. A DE SEGUROS
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sempre j ispõe de largos espaços a ocupar, de um cunting~nte expressivo de procura latente incorporável ao mercado. Da( o fato de nesses pa!'ses, em quaisquer fases dos ciclos econômicos, o seguro sempre crescer acima das taxas do PNB. E a inflação? Essa, em qualquer economia (desenvolvida ou não), sempre e invariavelmente é inimiga figadal do seguro. Em qualquer parte do mundo, da inflação decorrem, entre outros, os seguintes e principais efeitos para o seguro: 1) as taxas de poupança e de investimento declinam, reduzindo o universo segurável; 2) os custos fixos das companhias seguradoras se elevam, não raro em desproporção com o ritmo de acréscimo do faturamento; 3) o faturamento das companhias seguradoras é prejudicado, na sua expansão, pela defasagem que se instala entre a velocidade da inflação e a da revisão dos capitais segurados. Sobre esse último ponto convém fazer um esclarecimento adicional. As apólices de seguros geralmente têm vigência de um ano, prazo que os segurados quase sempre consideram demasiado longo, em épocas de elevada taxa de inflação, para projeções que mantenham os valores do seguro em permanente atualizaçãO. Por isso, tais valores costumam sitt.:ar-se abaixa dos n!'veis reais para onde a inflação empurra os capitais em risco. Essa desatualização das apólices bloqueiam a expansáo real do faturamento das companhias de seguros.
Mas, apesar dos vemos contrários que hoje estão soprando, acredito que 1 nau da economia brasileira não se desvid do seu curso para o desenvolvimento. E, dentro dela, o mercado de seguro naveg~ no mesmo rumo. Tudo indica que, no Pl{s a atividade seguradora continuari evoluindo acima da taxa do PIB, poisr.onfloq.. as companhias de seguros saberão ~ guir na conquista de espaços ainda abertal e na aiação de mecanismos, eficazll t práticos, para a atualização dos capitais segurados e preservação das apólicescontra os efeitos corrosivos da inflaçlo. SEGURO E PNB
R E LAÇAO ENTRE AS DUAS TAXAS DE CRESCIMENTO
%
104 103 102 101
-
100 -L~--4---~4-4-4-~-\ 73 74 75 I 99 - 1971
9897 96-
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FONTE: "SIGMA", publicaçlo "SWISS REINSURANCE
MANTENHA-SE ATUALIZADO COM OS IMPORTAHTa ACONTECIMENTOS DA VIDA SEGURADORA DO PJUS.
ASSINANDO A
REVISTA :·.
DE
SEGUROS
GANHO DE CAPITAL
Para o imposto de renda, não é tribuüvel a indenização que o contribuinte reabe de empresa seguradora. E nessa condiçlo deve ela figurar em item específico dl declaração anual de rendimentos. Até ar, tudo bem. Mas acontece que este ano, incidindo IDbrt rendimentos isentos ou não tributáveis, foi criado empréstimo compulsório que terá como sucessor um imposto sobre g~nhos de capital. Procede então a pergunta: esses dois encargos fiscais, ou algum deles, deve recair sobre a indenização dueguro? No formulário para declaração de rendimentos, o Fisco usa expressão abrangente, considerando como não tributável tadl indenizaçio paga por seguradora. Nlo poderia ser de outra forma. A inqeniaçlo leja qual for o tipo de seguro que .. di origem, sempre se destina a com..-r uma perda. E compensaçio logican.rte nlo se oonfunde com acréscimo parinonial, em qualquer sentido e muito nnos no senso fiscal. Em todo seguro de bem material, a
indenizaçfo é o contravalor da. perda ou dlpreciaçfo de um ativo físico - repara o dlno patrimonial. Assim acontece no caso do IUtOmóvel avariado em acidente de
trtnlito, ou na hipótese do imóvel destruído (total ou parcialmente) por incêndio . Nas duas ocorrências, o que resulta é 111'1 fito patrimonialmente negativo (a perdi), que através do seguro se anula por outra simetricamente positivo (a indeniza.). Que lucro, renda ou enriquecimento txiltt aí, suscetível de tratamento fiscal que nio seja o da isençio?
Nos seguros de pessoas o que ocorre é sempre o mesmo: a compensação de uma perda. O seguro-saúde, por exemplo, e como ele os seguros de vida e de acidentes pessoais, reembolsam as despesas do segurado co;n o tratamento (médico e hospitalar) de lesões ou enfermidades. E a invalidez da vítima? Em última análise, o que ela significa é urna incapacidade física para o trabalho (com perda consequente de renda), compensada total ou parcialmente pelo seguro (de vida ou de acidentes pessoais). Pode-se falar de ganho de capital (indenização), onde ocorre uma perda (de capacidade física e de renda)? No seguro de vida, além das várias garantias concedidas para a sobrevivência do segurado, há também a garantia de um pecúlio, por morte. Neste último caso, embora sem igual evidência, também prevalece o caráter compensatório da inde ização ou do capital garantido pelo seguro. O que aí se compensa é a perda que o falecimento do titular do seguro representa, em termos econômicos, para os beneficiários que ele próprio, oonsciente dessa perda, em vida tenha instituído. O segurado, pagando o preço do seguro, nisso emprega poupança para formação de um capital que irá substituir, ou <;ompensar, a renda que cessará com sua morte. Em certos casos, que constituem exceções, o pecúlio do seguro de vida, em vez de destinar-se a produzir renda nova compensa uma renda cessante, pode representar acréscimo de bens deixados em herança. Mesmo em tal hipótese não cabe falar de ganho de capital, pois ainda aí o 7
preço pago pelo seu seguro continua assumindo o caráter de poupança, acumulada em vida para utilização após a morte. Quando muito, por equivaler a um acréscimo aos bens do legado, a indenização do seguro de vida poderia ter o tratamento
lndndio
Lucros Ce=ntts
fiscal da herança. Em suma, nunca a compensação financeira obtida ~través do seguro deve constituir fato gerador de encargo fiscal, pois essa compensação jamais pode ter qualquer conotação de ganho de capital.
COMPANHIA DE SEGUROS DA BAHIA
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SloPaulo Curitiba 8
REVISTA DE
ASUBSTITUIÇAO DE CONTRATOS PROPORCIONAIS ALGUNS PONTOS BASICOS Paulo Alves Teixeira
ção no ramo de seguro, conceito comercial e, digno de nota, experiência no relacionamento anterior com a própria companhia aceitante. Quanto aos risco.s cobertos pelo contrato proporcional, indicações por demais vagas, tais como a tão frequente morar. Ela oonsiste talvez, em síntese, no "todos os negócios que a Cedente classifimelhor ajuste possível da seleção de ris- ca como Incêndio", e outras, podem cos às exigências e ao âmbito da política mesmo ocultar a inclusão de uma coberde subscrição de negócios própria de cada tura de alta sinistralidade, capaz de comcompanhia que opera em resseguro inter- prometer os resultados globais. nacional. Este processo, de certa compleAlém disso, dentro de um mesmo xidade, abrange não somente a identifica- ramo, abrangendo diferentes coberturas çlo e seleção do que e do quanto aceitar, acessórias, existe grande diversidade de mas também a dosagem entre os dlferen- classificações no mercado internacional. ~ tes tipos de resseguros e ramos, dentro dos. praticamente impossível determinar colimites impostos pela capacidade de subs- berturas que se correspondam exatamente a-içlo da companhia. Tudo isto com vistas, de país a país. Por outro lado, há cober6 formação de uma carteira de riscos nive- turas que quase sempre são resseguradas conjuntamente, como Incêndio e Terrelada, homogênea e equilibrada. Quer se trate ou não de COfltratos moto, embora se admita que a responsaproporcionais, uma avaUaçio aiteriosa da bilidade máxima no caso não exceda a da proposta de p~rticipaçio parte sempre de cobertura principal. Pode também a Cedente incluir no dados gerais do mercado de origem dos contrato coberturas que não constituem ricos oobertos, como, por exemplo, entre outros, situação política, social e econô- precisamente extensões ou acessórios da mica do país; peculiaridades do mercado principal (Incêndio, p. ex.) mas que a ela 11gurador e ressegurador locar; experiên- estejam agrupadas para atender a questões cil globa I dos diferentes ramos de seguros; de classificação inter:na. Nestes casos, torexistência ou não de grande número de na-se importante verificar qual a particicompanhias de pequeno porte, novas e de pação relativa de cobertura, em termos de existência efêmera; exposição ãs grandes prêmios e sinistros, no total do contrato, catástrofes naturais; restriÇ16es ou dificul- para se apurar se a inclusão não busca susdades à remessa de prêmios ou tributação tentar artificialmente a cobertura, com excessiva. Não menos importantes tamprêmios das classes de menor sinistrab6m os aspectos diretamente relaciona- lidada. elos à oompanhia Cedente, como capacidaEm resumo, é preciso verificar se a de financeira, posiçio no mercado do país inclusão não constitui ameaça grave aos tradiçlo, experiência, grau de especializa- resultados globais. A subscrição de negócios do exterior 6 basicamente uma técnica de avaliação de riscos, que, dado o grau de subjetividade que encerra, só mesmo a longa e questionante oonviwncia com os fatos e problemas diários consegue desenvolver e apri-
RMSTA DE SEGUROS
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Como será garantida a preservação dos nossos recursos naturais e energéticos? É o tema do momento, em que todos nós estamos envolvidos: nações, continentes, o mundo. Um mundo de distâncias curtas, ligado por interesses e responsabilidades mútuas. Fomos desafiados de surpresa. numa situação onde deveremos recorrer aos nossos maiores dons: a racionalidade e espírito coletivo de colaboração. Calcula-se que nos últimos 25 anos a humanidade consumiu mais energia que em toda a sua história. Até 20 anos atrás o carvão, ainda importante fonte energética, foi progressivamente substituido por petróleo e gás natural, de custos mais baixos. Em outubro de 1973, a guerra Árabe-Israelita desencadeou uma série de acontecimentos que indicou o início de uma nova era. O aumento vertiginoso do preço do petróleo colocou em pânico o mundo industrializado. Pela primeira vez, a necessidade de medidas imediatas de racionamento afetou diretamente a sociedade. Dentro de toda esta conjuntura mundial, a humanidade não foi colhida pela falta de visão. Constantemente os meios de comunicação mostram o desenvolvimento e criação de soluções que buscam os melhores caminhos sociais e econômicos dentro da dinâmica de nossos tempos. Na verdade, cientistas de todo o mundo já estavam empenhados na busca de alternativas energéticas bem como de matérias primas disponíveis nas reservas terrestres. Entretanto, as investigações neste sentido estavam · até então restritas aos círculos científicos. Em 1972, o Clube de Roma publicava em seu relatório as pesquisas desenvolvidas por D. Meadowsjunto ao M.I.T.- Massachussetts Institute of Technology. Es-
tava levantado o debate a nível do grande com ele, a necessidade intrinseca de adotar previdência quanto ao futuro. Posteriormente, outros cientistas corno M. vié, E. Pestel, Tinbergen, Herman Kahn, e outros, seguiram nesta linha de investigação e estudo buindo para o equihbrio e aprimoramento univa'lll nossa civilização. Tudo isto vem mostrar, em proporções ~IDtclrca.l• importância da racionalidade humana. A capacKIIde~ avaliar e prevenir os riscos a que estamos t:ll,1~•.ua, ..... que se tornem incontroláveis. Neste sentido, as companhias de seguros deti!m•• responsabilidade social perante as pessoas, seus mílias, patrimônios. A GENERAU opera neste setor érn 50 seus alicerces fundados na evolução histórica há 150 anos. Hoje, esta valiosa experiência nos dá a de prestar um serviço tecnicamente aprin·~on~o. para atender e avaliar da melhor forma as nec:essJCIIII• ais de nossos clientes e do mercado.
GENERAU
GENERAll do BRASIL Companhia Nacional de Seguros
150 ANOS DE DESAFIOS 12
REVISTA DE SEGUROS
DA REVISTA previdência , que é valor de índole cultural cresce e firma-se na medida em que ampliam os horizontes e valores econômicos Para exame da evolução do seguro tanto . do individuo quanto da comunidamundial (excluídas as economias sociali- de. Isso decerto explica o fato de que haja zadas), instalou-se desde alguns anos o há- apenas 15 países ostentando "consumo" bito de listar os mercados nacionais com per capita acima de 100 dólares anuais, faturamento igual ou superior a US$ 100 em seguros de vida; e 20 países, com esse mesmo nível de "consumo", no conjunto milhões anuais. Em 1968, figuraram nessa lista 27 das demais formas de seguro. No resto do países, época em que o seguro privado, mundo, tal "consumo" caj para uma faixa no mundo inteiro e ao longo dos 365 dias que varia dos 40 centavos aos 55 dólares, do ano, faturava US$ 90 bilhões. Em em seguros de vida; e dos 90 centavos aos 1978, a lista aumentou para 49 países 85 dólares, na soma dos outros seguros. (quase o dobro) e o faturamento, para Os Estados Unidos, com 31 por cenUS$ 354,7 bilhões (quase o triplo). Mes-. to do PNB mundial, têm mais de 48 por mo expurga ndo a inflação do dólar, o cento do faturamento de seguros. Naquele crescimento daq uelas duas variáveis foi país, que tanto se destaca dos demais, o mercado segurador fatura o equivalente a bastante acentuado. 8.4 por cento do PNB e o "consumo" per capita de c;eguros de vida é de 242 dólares Saber isso não basta, é bem pouco. ::.nuais. Importa conhecer muito mais coisa para melhor avaliação da estrutura e do comNo Brasil, que faz parte do bloco de portamento do seguro mundial. Aqui vão classificados na estatística como "resto alguns outros dados e indicadores. do mundo", o seguro privado representa No já citado intervalo de tempo, o tão-somente 1.13 por cento do PNB, e o seguro representava de inl'cio 4.57 por "consumo" per capita de seguros de vida cento o PNB mundial, passando depois a não chega aos 3 dólares anuais. Nesse nírepresentar 4.73 por cento. Portanto, em vel, dentre os 49 países da lista que abranternos relativos, o avanço foi modesto. ge os mercados com faturamento acima Os países da OCDE (os mais indusde US$ 100 mi lhões, situam-se Portugal, . trializados) naturalmente continuaram as Filipinas, a União dos Emirados Árabes, oom a parte do leão: 83 por cento do PNB a Colombia e o Ma rrocos. mundial e 95.5 por cento do faturamento E bem verdade que no Brasil o segude seguros. O resto do mundo teve que saro privado enfrenta, em grande parte da tisfazer-se com as sobras: 17 por cento do força de trabalho, o bloqueio armado conPNB e 4.5 por cento dos seguros. tra sua penetração pela dominadora preOs números aliás confirmam o que é sença da previdência social. No entanto, intuitivo: o seguro amarra-se ao desenvol- mesmo sem esse bloqueio o "consumo" vimento sócio-e-:onômico, pois depende per capita de seguros de vida não seria tão dos níveis de renda, investimento e produ- expressivo, a ponto de alçar-se aos níveis de muitos outros países, mesmo com PNB çio (além do perfil de distribuição do produto), de cada economia. O espírito de menor que o do Brasil. GRANDES E PEQUENOS
A DE SEGUROS
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Qual a razão do desnível? O seguro no Brasil é mais barato? Ou· os valores segurados são baixos, contentando-se o nosso "consumidor" com uma subprevidência? A proposito de perguntas desse gênero, tenha-se presente o caso da Suíça, pa(s com PNB bem inferior ao dos Estados Unidos, mas que a este supera com larga margem em "consumo" per capita de seguros de vida: 429 dólares anuais contra 242 dólares. A verdade cristalina é que, em matéria de seguros, os países grandes estão separados dos outros (médios e pequenos) por distancias enormes, que só diminuirão a prazo muito, muito longo .
tão sabendo que o aeronauta não estava pretendendo indenização pelos danos havidos ao seu balão. Ao contrário, sua idéia era pagar as avarias causadas às t!!!'raS do fazendeiro. Este, ao saber disso, recusou os simples duzentos dólares que lhe tinham sido enviados, exigindo muito mais. Não faria por menos três mil e qu~ nhentos dólares, sob pena de reter o bailo
• O POUSO DO BALAO Maxie Anderson, aeronauta famoso, con.l8guiu a grande façanha: realizou o primeiro vôo transcontinental em balão.
PANAMERICANA DE SEGUROS S.A. CGC 33 245 162A:JODr.OT
Seu pouso, coberto p~la imprensa internacional (inclusive TV), ocorreu numa clareira das terras do fazendeiro canandense Rosaire Plouard. O balão "Kitty Hawk" ficou pendurado nos topos de algumas árvores, de onde foi "soprado" por um helicóptero da Força Aérea Canadense. Acabadas as comemorações da notável proeza. O aeronauta mandou seu assistente David Stipple recolher e transportar o balão. Deu-lhe duzentos dólares para que os entregasse ao dono da fazenda, tanto pela guarda do balão, como para reparar avarias no solo e nas árvores. A sobra - bem, essa bastaria para uma razoável e , merecida gorjeta. Não se pense, todavia, que tenha sido ' fácil a missão do assistente do aeronauta. Só falando inglês, suas dificuldades começaram pelo fato de que o fazendeiro canadense apenas se comunicava na sua própria língua - a francesa. Com a intervenção de interpretes da pol(cia, tudo se esclareceu. O fazendeiro Plouard ficou en14
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pousado na sua propriedade. Ander:Dn, inconformado, protestou: "Nio poderia haver mais de vinte árvores de pequeno porte na clareira e nós não teremos quebrado mais de oito". E disse mais que alguns danos foram provocados pelo ":Dpro" do helicóptero da Força Aérea, o que deveria tornar o Governo canadense ~Diidário na indenização reclamada pelo fazendeiro, "doublé" de madeireiro. O balão de Ander:Dn e o seu vôo transatlântico estavam segurados no Lloyd's, de Londres. Os corretores do seguro (Aiexander & Alexander Inc., de Den~) enviaram representante ao local e foi essa intervenção que permitiu o resgate da "aeronave". Tai representante assumiu a responsabilidade por todo e qualquer dano real que fosse provado e documentado. Declarou ele, a respeito: "Não sabemos ainda a quanto montará a despe•· mas certamente não atingirá três mil e quinhentos dólares". De qualquer maneira, o compromis:D assumido em nome do
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Lloyd's valeu para o fazendeiro, pois o balão pôde ser afinal liberado e conduzido para Denver. A ''aeronave" de Anderson fazia parte de seguro coletivo, abrangendo centenas de outros aparelhos do mesmo tipo. Pelo arriscado vôo transcontinental, o aeronauta teve que pagar, ao segurador, tiosomente o preço extra de 153 dólares. E por essa quantia os corretores do seguro conseguiram uma boa dor-de-cabeça, nas tratativas com o teimo:D e exigente fazendeiro canadense. Pode-se ver, por esse episódio, como é rica e variada a experiência de uma companhia de seguros, na solução dos problemas dos seus segurados. Problemas que podem ter caracter(sticas as mais inusitadas, em circunstâncias as mais estranhas e nos locais os mats remotos. Para isso, enfim, é que existe seguro: assumir preju(zos e dores-de-cabeça de quem não possa ou não deseje enfrentar contratempos.
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INFLAÇÃO DOMADA
Em valores corrigidos, o faturamento de seguros de vida do mercado brasileiro experimentou queda de 13 por cento, no primeiro trimestre deste ano. A atmosfera psicológica do processo inflacionário é pobre de oxigênio para o seguro em geral. E o é, em particular, para o seguro de vida . Por que? Pelas seguintes razões: 1) a inflação reduz a margem de poupança do salário que é o maior componente da renda nacional; 2) o seguro de vida é, de todos, o que possui maior teor de poupança; 3) entre as alternativas de aplicação de poupanças, o seguro nem sempre é a que reune, aos olhos do público condições de boa trincheira contra a inflação. Vale a pena refletir um pouco sobre essas razões, mais aparentes do que reais e, todavia, de tanto peso no comportamento do mercado segurador. O seguro de vida, ao contrário da noção corrente, não tem propriamente como lastro a fatalidade biológica da morte. Esta é certa e por isso não faz o gênero do seguro, que tem por matéria prima a incerteza ou, melhor dizendo, o risco. Na experiência humana , sua duração, esta sim, é que implica incerteza. Em outras palavras, o que entra em Jogo no seguro, com ocaráter de risco e como objetivo de probabilidade, não é a morte, mas o ciclo de vida, a sobrevivência - com sua respectiva incógnita, o tempo. Ora , a poupança, afinal de contas; o que vem a ser? Nada mais, nada menbs do que uma troca no tempo. O consumo presente é trocado por capital futuro. E, para o individuo que poupa, o exercício dessa troca também envolve o tempo como fator de incerteza, tal como envolve a própria duração da sua vida. Assim, o volume acumulável de capital futuro é .incerto, pois depende do tempo de sobrevivência do poupador. REVISTA DE SEGUROS
O seguro de vida interfere nesse mecanismo de poupança para dele eliminar o tempo e, portanto, o fator de incerteza. Por força disso, através do seguro passa a ser fixo e certo o montante de capital futuro, embora permaneça incerto o volume da poupança. Desde o primeiro instante o seguro cobre integralmente o capital préestabelecido, embora a empresa seguradora tenha apenas como crédito, nesse mesmo instante, a mensalidade inicial devida pelo seu segurado.
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Portanto, bem feitas as contas, não há outras formas de aplicação que melhor proteja a poupança, não só contra a incer· teza nela incutida pelo fator imprevisível 1ue é o tempo de sobrevivência, mas também contra os efeitos corrosivos da inflação. Além disso, o seguro de vida, na maioria dos casos feito hoje em grupo (isto é, reunido dezenas e até milhares de pessoas na mesma apólice), tem bastante flexibilidade para que nele se venham a introduzir elementos adicionais de resistên· cia ao processo inflacionário. Por exemplo: os capitais garantidos, sujeitos a uma escala dentro da qual os segurados exer· cem opções para livre reajuste, poderiam tornar-se objeto de correções automáticas. Como a vigente política salarial do País, essas correções se processariam a cada seis meses, guardando certa relação (convencionável) com as variações percentuais do índice oficial que comanda as revisões de salário. Tal como vem acontecendo, por exemplo, com as contribuições e os benefícios da previdência social. Com mais esses mecanismos corret~ vo é evidente que, em termos de seguro de vida, a inflação ficaria inteiramente subjugada, domada nos seus efeitos negativos. E tal seguro continuaria a cumprir, em forma plena, sua importante função ~cial de mecanismos sui generis de poupança, mecanismo que garante a cada individuo, e a todos, um patrimônio fixo e certo, independentemente dos recursos poupados embora estes últimos sejam de volu-
me real que o imprevisível tempo de sobrevivência torna extremamente incerto, para cada indivíduo.
• "CONSUMO" DE SEGURO
Em 1978, apenas 49 mercados nacionais de seguros tinham faturamento anual acima de US$100 milhões. Os Estados Unidos abriram a lista, com US$160,5 bilhões, e o Quênia a encerrava, comUS$107 milhões. Nesse elenco, a liderança dos Estados Unidos não fica limitada ao volume de dólares que o seguro privado gera e gere. Estende-se ainda ao peso relativo que tem o seguro nacional na economia nacional: 8.4 por cento do PNB. As estatísticas informam que, tornado o PNB como ponto de referência, a atividade seguradora exibe maior expressão nas economias mais industrializadas. Isso, todavia, não decorre simplesmente do fato de que, em tais economias, o PNB acuse maiores valores absolutos. O Brasil, por exemplo, é o nono maior PNB no citado elenco de 49 países. No entanto, o seu mercado segurador é o 179 em faturamento de seguros; e esse faturamento equivale a pouco mais de um por cento do PNB. Se não é o valor absoluto da produçlo do sistema econôiT'ico, o que é, então, que leva o setor do seguro para otopo? Só há uma resposta para essa pergunta: o valor relativo da produção, ou seja, a renda par capita da população. Não se conhece uma única economia onde esse indicador seja alto e o seguro privado seja baixo, na IU8 relação percentual com o PNB. Por uma razão que parece evidente: quando a renda per capita é elevada, sua distribuiçlo adquire inevitavelmente melhor grau de dispersão. Em outras palavras: aumenta o quinhão recolhido pela força de trabalho (em todos os seus segmentos) e sobem os padrões de vida de toda a população. Para análise menos superficial do as-
sunto, vale a pena consultar a lista dos 49 REVISTA DE SEGUROS
mercados de seguros com um faturamento anual superior a US$ 100 milhões. Ali figuram, Brasil no meio, sete países com PNB entre 100 e 200 bilhões de dólares . Quatro exibem renda per capita que vai de 7.500 a 10.000 dólares. Três estão mais abaixo: Espanha, Brasil e fndia, com rendas de 4.300, 1.400 e 158 dólares, respectivamente. Nos quatro de maiores renda, o maior o "consumo" per capita de seguros: 400 a 540 dó lares anuais. Nos outros, baixo "consumo" de seguros: Espanha 71, Brasi.l 16 e fndia 2 dólares per capita. Há mais um detalhe, que analiticamente talvez seja o mais importante. Nos países de maior renda per capita, o "consumo" de seguros gira em torno de 4 a 5 por cento da renda. Nos de renda média ou inferior, esse "consumo" desce para 2 por cento e até menos. Na Espanha é de 1.6 por cento; no Brasil e na fndia, aproximadamente de 1.1 por cento. Aliás, a noção desse fenômeno é até mesmo intuitiva. A ascensão percentual da verba de seguro somente pode ocorrer, no orçamento familiar ou individual, quando a renda atinja nível para atender itens de consumo que a sociedade moderna torna mais valorizados. Aqui no Brasil, alguns dados trazem à tona boas indicações dessa valorização. No período 1963-1979, enquanto o PIB per capita subiu de 747 para 1.739 dólares, registraram-se os seguintes aumentos na produçéio de alguns bens-de-consumo duráveis: automóveis, 553,5 por cento; refrigeradores, 417,6 por cento; televisores, 410,7 por cento ; enceradeiras, 249,5 por cento; liquidificadores, 305,8 por cento; rádios e fonógrafos, 886.7 por cento. No Brasil, o "consumo" de seguros está no nível dos países situados na sua faixa de renda per capita desta absorvendo cerca de um por cento. O mercado segurador nacional somente ultrapassará esse marco percentual quando a renda do brasileiro alçar-se a patamares bem mais elevados. Assim mesmo haverá certa dificuldade na área dos seguros de pessoas, onde 17
a previdência social ocupa largo espaço, com seus planos de benefícios que visam ao atendimento pleno de quase toda a força de trabalho, isto é, dos que têm renda correspondente até a 20 salários mínimos. A conclusão, enfim, é de que só existe grande mercado de seguros onde há grande renda per capita. Isso é intuitivotalvez, - IT'esmo para o Conselheiro Acá cio.
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PREÇO DA FRAUDE
!: na realidade expressivo o volume das indenizações pagas pelas companhias de Seguros . No Brasil, ano passado, a cifra foi de Cr$ 25,3 bilhões. No entanto, aqui e em toda a parte, vez por outra a imagem do seguro é turvada pela infiltração da idéia de que as compimhias de seguros mantém seus guichêsde-caixa em locais de acesso difícil. Essa infiltração pode-se dizer que é artificial, quando manobrada por estelionatários que assim revidam suas tentativas fracassadas de abiscoitarem indenizações fraudulentas. E pode-se dizer que é natural, quando funciona como válvula de saída para a reação de quem comete erro de julgamento. Esse erro é o de atribuir a si mesmo, na condição do segurado, direito e garantias inexistentes no seguro comprado - realidade que nem todos sabem encarar com isenção na hora do prejuízo. Agora, na Alemanha, está ocorrendo um fenômeno inverso, quanto a opinião do público sobre o desempenho dos guichê.s-de-caixa das companhias de seguros. Já não se diz que eles são operados com lentidão, a passo de tartaruga. O que se condena é, ao contrário, a facilidade erapidez no pagamento de indenizações a segurados que cometem fraudes contra o seguro. Ora, se as seguradoras não conseguem identificar os casos fraudulentos, pagando-os sem demora, éporquetal ritmo de pagamento prevalece na generalidade das indenizações processadas. 18
A tese defendida é a de que as companhias de seguros devem ser mais ativas e inteligentes na repressão às fraudes contra elas cometidas. Sabe-se que as atividades criminosas, voltadas para a área do seguro em caráter de especialização, estio evoluindo não apenas em quantidade, mas também em qualidades, pois as verdade~ ras quadrilhas organizadas empregam métodos de crescente sofisticação. Saber de experiência feito. O público segurado alega que é seu ônus da fraude, porque as indenizações dessa origem afinal de contas influem no custo estatístico dos riscos operados pelo seguro, agravando os respectivos custos e os preços de mercado das apólices vendi· das. Agora mesmo está em pauta na Justiça inglesa, para julgamento um cam descoberto pela Scotland Yard. Jóias do famoso centro de diamantes Hatton G•· den, em Londres, supostamente estavam a caminho de representantes da Rei Khaled; da Arábia Saudita, quando o mensageiro que as transportava foi • saltado por um bando armado. Tudo não passava, todavia, de uma contpiração para lesar o Lloyd's, de Londres no qual as jóias estavam seguradaL Os acusados são dois homens de negócios do Reino Unido: Wilfred Hogg e John Heath.
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O DEBATE POLITICO A Society of Chartered Propety &C. sualty Underwriters acaba de publicar os resultados de pesquisa que realizou. O objetivo foi identificar, em matéria de seguros, as definições dos candidatos à próximas eleições presidenciais, nos Esr. dos Unidos. O principal tema, nas manifestações e programas dos candidatos, foi o dos I~ mites de competência legislativa da Unilo e dos Estados, também na área do seguro. Pela pesquisa agora conhecida, trts modalidades de seguro atualmente estio em foco, chamando a atenção da opinlo REVISTA DE SEGUROS
pública americana e motivando, por isso, os pronunciamentos dos candidatos. Em crescente evidência, o seguro do vendedor, que este adquire para garantir danos causados aos consumidores ou usuários dos seus produtos (inclusive bens-decapital). Carter e Anderson concordaram que haja, a respeito, um ml'nimo possível de legislação federal. Kennedy entende que a interferência da União só deve ocorrer se, dado um tempo conveniente de espera, os Estados falharem no exercício da sua competência preferencial. No tocante ao seguro de acidentes do trabalho, Carter adota a mesma linha de moderada intervenção federal; Kennedy é pela com· petência estadual e Anderson se confessa hesitante. Quanto ao seguro-saúde, Carter preconiza a adoção de um plano nacional com o limite, por família, de 2.500 dólares anuais para cobertura das despesas médicas, cirúrgicas e hospitalares. Kennedy é por um plano sem limitações, concordando ambos, no entanto, em que o seguro deve continuar preferivelmente a car· go da iniciativa privada. Anderson é contra qualquer plano nacional. Ronald Reagan é radical. Para ele tudo deve ficar reservado ã competência estadual. Desnl'veis regionais de evolução econômica podem existir em qualquer parte, independentemente de ser forte ou fraco o poder central. O sistema americano de pronunciada autonomia dos Estados, a estes não deu, até agora, armas e condições suficientes para razoável equilíbrio de oportunidades de crescimento. No fundo, esse é o grande debate em que se envolvem os candidatos, nas questões de política interna do pal's. Inclusive pol(tica de 111guros.
• INDENIZAÇOES MILIONÁRIAS Nos Estados Unidos, data do ano de 1963 a primeira indenização de um miREVISTA DE SEGUROS
lhão de dólares, fixada pela Justiça em caso de responsabilidade civil emanada de dano pessoal. Depois dessa, outras sentenças condenatórias deram sequência â estatística judicial de indenizações milionárias. Atualmente lideram tal estatística a Califórnia, a Flórida e New York, com respectivamente 59, 46 e 42 casos de indenizações superiores a um milhão. Nessa categoria especial de indenização, predo· minam os processos judiciais de responsabilidaãe civil de produtos, acidentes de trânsito e erro médico. Um caso ·de erro de diagnóstico quase entra para o rol das sentenças milionárias. A indenização ficou na casa dos 800 mil dólares. O diagnóstico foi de câncer ósseo. A cliente, com seus 48 anos, recebeu de acréscimo o impacto da sentença médica de que teria apenas a sobrevivência de um mês a um ano. Seu mundo caiu. Abandonou o emprego, desfez o noivado e depois, enquanto padecia as torturas de um tratamenw quimioterápico, providenciou todos os preparatórios do seu próprio funeral. Decorridos cinco meses, a infeliz paciente recebeu outro laudo do seu médico. Desta feita, a conclusão foi simplesmente esta: ela nunca teve câncer. Contudo, em consequência do diagnóstico errado e do tratamento da doença inexistente, o fato é que a mulher ficou na verdade seriamente doente, sofrendo de profunda depressão e necessitando de tratamento psiquiátrico. Depois de tudo passado, a vítima acionou o clínico e teve ganho de causa na Justiça. O ilustre esculápio foi condenado a pagar 800 mil dólares pelos danos, angústias e sofrimento que causou . Por essa, e por tudo o mais, é que está táo difundido nos Estados Unidos o seguro de responsabilidade civil - em todas as suas versões, inclusive a de erro médico. Este último, que é o chamado malpractce insurance, chega até mesmo a ser operado 19
por organizações que a ele se dedicam com exclusividade, algumas delas fundadas e mantidas pelos próprios médicos. Aqui no Brasil, tal seguro· é praticamente inexistente: o que leva à dedução de que também são raras as demandas judiciais da espécie. Por que?
• INJUSTIÇA FISCAL
O imposto de renda admite redução da carga tributária, quando o contribuinte sofra uma perda extraordinária. Esta, para tanto, é abatida da renda bruta. Que perda é essa? Toda aquela resultante de caso fortuito ou de força maior. Para tornar ainda mais inteliglvel tal definição, a lei exemplifica enumerando eventos como incêndio, tempestade e naufrágio.
Para não desfiar todo o rosário das perdas contempladas pelo benefício fiscal, o texto as resume na expressão aciden181 da mesma ordem, utilizada logo em segu~ da àquela curta e ilustrativa enumeraçlo. O abatimento está sujeito, no entanto, à condição de que a perda não se tenha compensado através do seguro ou de qualquer indenização de outra origem. Claro, o benefício fiscal não teria a menor just~ ficativa se o contribuinte, apesar do evento danoso, deixasse de sofrer uma efetiva diminuição de patrimônio. Portanto, a lesão patrimonial derivada de fato imprevisível e inevitável (cam fortuito ou força maior) é que dá origem ao tratamento fiscal de exceção. lm, pela razão óbvia de que o contribuinte, sofren. do perda extraordinária e ele inflingida por forças materiais ou naturais fora do seu alcance e controle, somente podereparar essa perda com o sacrif(cio de parte
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· dos seus próprios rendimentos. É essa parte que, com toda justiça, deixa de ser tributável pelo imposto de renda. Na hipótese, o que em suma ocorre é uma renúncia do Fisco, que deixa de arrecadar imposto. Mas, embora existindo a perda, se ela for indenizada por companhia de seguros, nesse caso quem se beneficia é o Erário, passando a tributar o contribuinte como se o evento danoso não tivesse ocorrido. Esse benefício aproveita ao Tesouro Nacional por ter o contribuinte, como recursos extraídos da sua renda tributável, custeado o seguro que indeniza a perda - e que reintegra o imposto, de cuja base impossível não mais fica excluída a perda indenizada. No entanto - dois pesos e duas medidas- o mesmo Fisco, que beneficia o Contribuinte cuja renda é afetada por perda extraordinária, não paga na mesma moeda ao contribuinte que lhe beneficie a renda fiscal com o seguro que torna tributável a mesma perda extraordinária. Por que? Simplesmente porque o custo do seguro não pode ser abatido da renda bruta. A perda não segurada, pode ser abatida; a perda segurada, não pode, nem mesmo pelo valor bem menor da sua contrapartida, que é o preço do seguro. A lei só classifica entre os abatimentos da renda bruta os encargos do contribuinte com a manutenção de três espécies de seguro: saúde, acidentes pessoais e vida. Exclui os demais. Assim fazendo, comete evidente injustiça fiscal, pois tal exclusão encerra o paradoxo de punir o contribuinte que, por manter seguro, evita ao Fisco uma perda de imposto.
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A CONVENÇAO DO GOP Nos Estados Unidos, como fartamente noticiou a imprensa brasileira, o Partido Republicano realizou convenção para a escolha do seu candidato à próxima eleição presidencial do país. REVISTA DE SEGUROS
A convenção teve lugar na Joe louis Arena, em Detroit, reunindo 30.000 participantes. A direção do partido {do Grand Old Party, mais referido pela sigla GOP), é claro que requisitou segurança à polícia de Detroit e, no plano federal, ao Serviço Secreto. Este último, além da proteçao a Ronald Reagan e ao candidato que viesse a ser incluído na chapa como VicePresidente, por lei somente estaria disponível · em caso de ameaça de explosão de bomba no local da convenção. Segurança policial, entretanto, não seria o bastante. E, naturalmente para garantia de indenizações que tivessem de ser pagas em decorrência de acidentes, três seguros específicos foram comprados para o período da convenção. O Grand Old Party {GOP), através do Comitê Organizador do evento, comprou um seguro de responsabilidade civil {US$ 5 milhões). Outro para garantir danos ao teto de vidro da arena. Um terceiro para cobrir tantos os móveis e instalações existentes no local da convenção, como os móveis do próprio partido, levados para aquele local. A arrendatária da arena {a Olympia Stadium Corp.) assumiu, por conta própria, a responsabilidade por danos até US$ 500 mil. E, para acidentes superiores a essa quantia, comprou um seguro de responsabilidade dando-lhe cobertura de US$ 5 milhões. Além disso, a Olympia comprou seguro para ressarcí-la de prejuízos que viessem a sofrer, caso perdesse {por cancelamento) a convenção. No Cobo Hall, ao lado da arena e sob administração direta da municipalidade de Detroit {proprietária da arena), instalaram-se a imprensa e os serviços administrativos do GOP. Para garantir-se contra possíveis demandas judiciais, a municipalidade comprou seguro de US$ 15 milhões {responsabilidade civil), cobrindo todas as áreas {plenário e anexos) ocupadas pelos trabalhos da convenção. Tais fatos transcendem o plano da vida partidá.ria e dos estritos rituais internos que a ela dão curso, existência e afir: 21
mação. Esses fatos revelam antes de tudo que o seguro, como forte traço da cultura econômica, tem larga presença na sociedade norte-americana, invadindo inclusive a própria dos partidos políticos.
E aqui? que se pode dizer, por exem· pio, sobre essa exótica figura da respona· bilidade civil? E do seguro a ela vinculado?
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PREVISOES PARA O SEGURO NA DÉCADA DE 80 I
Com o advento da nova década e a perspectiva de muitas mudanças pela frente, solicitamos aos expoentes máximos da comunidade dos seguros o seu parecer sobre o mundo dos seguros, e sobre o mercado londrino em particular. E pouco provável que o seguro, de conformidade com princípios éticos, seja admitido na sua qualidade de conceito por demais impreciso. Acordos de honra terão de ser incluídos em estatutos, porque as sanções convencionais deixarão de vigorar. A lógica será levada a posições absurdas que haverão de restringir o estilo do mercado londrino até quando forem reafirmadas as virtudes do bom senso e do comportamento digno. Os "pools" serão obstruidos e ervas daninhas umedecidas pelo tempo haverão de entravar a circulação. Fenômenos de miragens serão presenciados em todos os descampados. Os valores apúrios perderão gradualmente seu brilho. As louras anêmicas de Drysdale, ora famosas, serão vistas, nuas, à luz mortiça de uma nova aurora. A virtude será recompensada e os atuários não-marítimos receberia grau de cavalheiros. O pecado origiMI será espanejado e reservado no armário
6 espera do revivescimento. As crianças de ontem rememorarão o Carrossel Mágico. O impacto da política sobre um mercado Je compradores ressalta os problemas imediatos de muitos resseguradores internacionais, ao ingressarmos na década de 1980. Dir-se-ia que considerações de ordem pol(tica, tanto quanto comerciais, poderiam eventualmente aiar uma dose de desencanto suficiente para restring ir o mercado e mais uma vez restaurá-lo em REVISfA DE SEGUROS
base mais firme. A supercapacidade é consequência de o resseguro ter-se tornado em atividade de bom-tom na qual engajarse, para todos aqueles seguradores que aspiram aos negócios internacionais. O fracasso em controlar a inflação, conduzindo a taxas de juros notoriamente elevadas, reduziu a importância de lucro de "underwriting" em favor dos luaos resultantes do fluxo monetário. As decisões de "underwriting" sem base comercial bem podem enfraquecer um mercado de resseguros de outra maneira estável se, por exemplo , um desacordo com a ideologia política resultasse em boicote. O culto do consumo tem também raízes políticas e de maneira alguma contribui para o desempenho de uma operação financeira sofisticada, de caráter essencialmente internacional. Invariavelmente, porém, num negócio que apresenta variados aspectos, em seu cenário estável ocorre o inesperado, e é portanto para os acontecimento anormais e imprevistos que devem estar preparado o ressegurador. O ano de 1979 assistiu ao aniversário da R.O.A. A Sociedade foi organizada em 1969 por iniciativa de cerca de onze resseguradores proeminentes do Reino Unido. De origens modestas, contando com apenas 38 integrantes ao final do seu primeiro ano de existência, R.O.A. aproxima-se agora da nova década com mais de 350 membros, oriundos de aproximadamente 57 pa(ses diversos. Não resta dúvida de que essas cifras haverão de elevar-se, embora em ritmo reduzido, no correr dos próximos anos, mas a posição da Sociedade no mercado internacional continuará a fortalecer-se, ã medida que sua voz se faz ouvir com inten-
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sidade crescente, no estímulo à prática judiciosa do resseguro. As publicações da R.O.A., bem como os relatórios de suas atividades, são remetidos com regularidade a associados e a outras partes interessadas, em todo o mundo. A instituição continuará a organizar seminários expressivos para debater problemas atuais, numa tentativa de afastar profissionais das inúmeráveis armadilhas em que tão facilmente poderão cair. ~ flagrante a necessidade dessa comunicação, quando se tem em mente o expressivo crescimento do números de operadores, aliados à deficiência de seguradores experimentados e de pessoal de apoio, nessa área especializada da indústria do seguro. Mas a R.O A. não é uma autoridade tarifária, nem tampouco o seu quadro de sócios encontra-se em condições de garantir estabilidade financeira, prática ética ou capacidade técnica. Como Sociedade, pode apenas fazer recomendações, à luz da experiência combinada do seu Comitê Executivo, seu secretariado e seus diversos comitês e grupos de estudo, organizados para examinar proble-
mas específicos. Cabe, entretanto, ao presidente da Sociedade fazer comentários objetivos !k>· bre a situação do resseguro. Ano após ano, compete-lhe transmitir uma mensagem acauteladora, à luz da crescente concorrência, da supercapacidade e das taxas inadequadas, as quais não são propícias à produção de lucros indispensáveis para avolumar as finanças e manter as reservas necessárias, a fim de enfrentar os prejuízos decorrentes de catástrofes, quando quer que ocorram. Até que advenha uma modificação no mercado, a perspectiva de alteração material na presente situação é insignificante. Altas taxas de juros, inflação, movi· mentação do meio circulante e da bolsa de valores, todos desempenham um papel para esconder os verdadeiros resultados da atividade de resseguros, razão pela qual, no período de instabilidade econômica que ameaça prolongar-se, aconselha-se aos resseguradores buscar um "underwriting" proveitoso, de preferência ao volume de
Interamericana, Companhia de Seguros Gerais American Home Assurance Company RIO DE JANEIRO: Rua Senatdor Danta, 70n4, ~ anct. Te~tone:2~7722
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Ende..., TelegrMioo: "AMINTERSUR"
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prêmios, se é que desejam evitar choques desagradáveis. . Poucas pessoas, ou mesmo nenhuma, no ramo da indústria do seguro, poderiam fazer uma idéia, em 1970, do quão traumáticos viriam a ser os acontecimentos da década. Foi o que sucedeu, não obstante, com o preço do petróleo dez vezes aumentado, a inflação assustadora e a situação de insolvência de diversas companhias de seguros de vida. O inconcebível realmente aconteceu. Tais eventos devem, no entanto, ser considerados com certa margem de perspectiva. Apenas uma fração insignificante do mercado de seguros de vida foi atingida. As principais empreas britânicas do ramo passaram em todos os testes e puderam lançar mão de taxas, de juros mais altas para aumentar o valor dos prêmios. A década de 80 terá, sem dúvida alguma, seus desafios próprios a apresentar, mas ninguém melhor equipado para enfrentá-los do que as companhias britânicas de seguros de vida, com sua combinação singular de tradição, tino comercial e inventivida~e. No auge da concorrência internacional, o mercado londrino de seguros tem conseguido sustentar sua j:>osição no centro do seguro mundial enfrentando o desafio de riscos cada vez mais complexos e diversificados. Numa época em que as taxas de juros atingem níveis nunca igualados, certos seguradores, cujas atividades de "underwriting" se destinam a obter prêmios para investimentos, estão ameaçando os mercados de seguros tradicionais. Portanto, para preservar o ritmo de desenvolvimento é essencial que o mercado londrino mantenha os mais elevados padrões de serviço, competência técnica e espírito competitivo. Para garantir esses objetivos, o Lloyd's, que representa parte tão preponderante do mercado internacional de Londres, tomou algumas importantes deliberações. Ao mesmo tempo que enfrentava as controvérsias geradas por uma série de problemas comuns, solicitou ao partido trabalhista, comandado por sir REVISTA DE SEGUROS
Henry Fisher, que o aconselhasse sobre como atualizar seus métodos de regulamentação. Decidiu, outrossim, construir uma nova Câmara de Subscrição (Underwriting Room) capaz de satisfazer as crescentes necessidades do mercado até uma data avançada do século XXI. Durante a última década, o mercado de seguros de Londres manteve sua posição como principal centro da indústria internacional do seguro: mas essa posição não lhe é concedida por direito divino, e esforQOs constantes deverão ser enviados, durante o.s anos 80, para manter essa preeminência. No momento, cumpre levar em consideração que a capacidade do mercado permanecerá adequada para os riscos que tem de enfrentar, e essa capacidade será apoiada através dos esforços desenvo' vidos pelos principais· corretores do m(.,cado, nosentido de utilizar-se de Londres como centro de aplicação de capital para todas as partes do mundo.~ de esperar-se que nossos amigos de além-mar estejam voltados para Londres, durante a década de 1980, na expectativa de maior dose de profissionalismo e apoio técnico. A proficiência empresarial é parte essencial de toda vida comercial, mas, com a crescente sofisticação que vem imperando em numerosos mercados, serão exigidos de Londres um serviço e um respaldo técnico ainda mais apurados do que oque tem prestado no passado. Além disso, devemos esperar que nossos clientes de todo o mundo atentem particularmente para a estabilidade a longo prazo de seus contratos de seguros, usando de cautela ao confiar seus negócios a seguradores ou intermediários de menos porte e habilidade. ~ mediante a adoção de padrões profissionais mais elevados e segurança financeira mais sólida que Londres prosperara durante a década de 1980. O mercado segurador levará adiante suas duas tarefas essenciais. Primeiramente fornecendo ao consumidor serviços de seguros eficientes e constantes, e, em segundo lugar, preservando sua posição no cam-
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pos dos negócios internacionais. Essas funções gêmeas exigirão, em 1980, uma adaptaçâ'o concentrada de tecnologia novas aos recursos humanos que vimos utilizando tradicionalmente. O escritório eletrônico existirá, porventura, ao final da década, mas será inútil sem o concurso da apurada técnica de indivíduos que praticam "underwriting" e comercializaçâ'o de maneira flexível e imaginosamente informada. A concorrência será intensificada: em primeiro lugar, devido à solidez das forças do mercado, e em segundo lugar, porque o atual Governo criará um ambiente em que essa
concorrência possa florescer. As incertezas da vida econômica determinaria a nece. sidade de flexibilidade e de destreza no manejo das numerosas modificações a • rem impostas à indústria do seguro. O objetivo deverá consistir em gerar lucros não distribuídos, através de um comércio bem sucedido, em número suficiente para reforçar o capital básico de nossa indústria, recorrendo o mínimo possível ao mercado, ã procura de capital novo. (TRADUZIDO
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Anuário de Seguro EM PREPARO A EDIÇÃO DE 1980 28
REVISTA DI SEGUROI
ENGENHARIA GENeTtCA
Aliás, quem se der o trabalho de co· lecionar notícias divulgadas sobre o assun· to, chegará à conclusão de que, nos Esta· dos Unidos, vem crescendo o contingente de adeptos da inseminação artificial em seres humanos. ~ uma absorção, .pela mo· ral mcial, das t-endências permissivas das sociedades produzidas pela civilização in· dustrial. Os avanços da ciência, ao invés de se limitarem à condição de glórias aca· dêmicas, terminaram convertidos em instrumentos - sem outras barreiras, além das estritamente científicas- para satisfaçãO das necessidades e aspirações huma· nas. A engenharia genética, que não é exceção, está indo por esse caminho.
"mãe-de-empréstimo", que assume o seu papel à base da amizade e do altruísmo. Na grande maioria dos casos, acrescentou, a recipiente é a "mãe-de-aluguel", paga para procriar. Naquele mesmo programa, em outra reportagem foram entrevistadas personalidades da comunidade científica norteamericana, cujas opiniões se dividiram sobre a idéia de produzir-se uma nova geração de gênios, ã base da utilização de semens de pesmas laureadas com o Prêmio Nobel. O que mais autoriza a dedução da crescente prática de inseminação artificial nos Estados Unidos é, no entanto, o fato de lá estarem proliferando os chamados "sperm banks" ·- que, no dizer de um jornalista, podem também conceber tremendas responsabilidades. E exatamente para cobertura dessas responsabilidades estão sendo compradas apólices de seguro. O Cryo Laboratory Facility Ltd., de Chicago tem, por exemplo, uma apólice de 600 mil dólares. A Hull & Co. Inc., empresa de corretagem que tem vendido seguros para diversos bancos, diz que a apólice tl'pica dá uma garantia de 200 mil dólares para cada ocorrência e de 600 mil dólares para ocorrências agregadas. Em um ou outro caso, a cobertura é de 500 mil dólares por ocorrência e de 1 milhão para agregação.
A reportagem do "Fantástico", pro· grama da TV-Globo, há pouco tempo entrevistou um casal americano cujo lar se alvara pela inseminação artificial. A reei· piente, amiga de infância da esposa estéril, residia com o casal e a este dera dois filhos. Esse é o caso, esclareceu a reportagem, da
Acontece, porém, que segurados e seguradores não estão plenamente satisfeitos com as soluções até agora adotadas. Estão sendo utilizadas, ora apólices comuns de seguro de responsabilidade civil, ora apólice.s de seguros de erro médico . No entanto, as responsabilidades dos
Nos Estados Unidos acaba de cair uma proibição legal: a de patentearem-se os chamados "produtos da natureza" . A decisão foi da Suprema Corte, em favor da General Eletric, empresa cujos cientis· tas criaram em laboratório um microorganismo para limpar a poluição atmosférica causada· por vazamento de petróleo. Se· gundo laboratórios americanos, a decisão l~a o sinal verde para novo e importante desenvolvimento da engenharia genética . Essa mesma engenharia já abrira caminhos no campo da procriação humana. Sua mais recente e conhecida conquista foi o bebê de proveta, de tanto impacto na opinião publica mundial.
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"sperm banks" são variadas, em alguns casos um tanto nebulosas e podem, inclusive ser extensivas ao nascimento de crianças defeituosas. Na inseminação artificial, tudo quanto possa ocorrer à mãe ou à prole deixa de ser responsabilidade da natureza para recair sobre os bancos que recebem, conservam, operam e administram o sêmen.
Assim, alguns especialistas sustentam com razão, que as apólices comuns e tradicionais no mercado devem ser postas de lado. Os novos clientes pertencem a uma categoria sui generis e para eles de· vem ser criadas garantias específicas: "a tailor-made coverage for sperm banks". ~ isso aí.
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1979
COTEJO DE MOTORIZAÇAO A NIVEL INTERNACIONAL INTRODUÇAO Em 1977, a produção mundial de automóveis excedeu pela primeira vez a marca dos 30 milhões. Este fato reflete o anseio básico do povo pela movimentação, que no tr::~balho ou nos momentos de lazer. Não obstante, tais dados dão margem a certa preocupação concernente à situação do tráfego, preocupação essa que prevalece nos países desenvolvidos industrialmente. Até que ponto essa alta repentina de vendas ainda representa um crescimento legítimo, e não apenas o desejo de substituir carros já existentes? Acaso representará ela também uma tendência à redução da vida média dos carros em atividade? Existirá alguma conexão entre o aumento no número de carros e o desenvolvimento econômico? O alcance dessas interrogações no terreno do seguro de Automóveis - o mais importante dos ramos não referentes a Vida -, em termos de prêmios-, afigurou-se-nos motivos suficiente para examinar essa forma de evolução e, se possível, dela retirar algumas conclusões com respeito a negócios em perspectiva. O estudo restringe-se a automóveis e baseia-se nas estatísticas do I R F - International Road Federation. Os pa(ses selecionados são: Bélgica, França, Alemanha Ocidental, Grã-Bretanha, Itália, Sul'ça, Estados Unidos, Austrália e Japão, todos exibindo alta densidade, em termos automobilísticos e representando uma cota total de mais de 80 por cento da motorizaçao mundial. REVISTA DE SEGUROS
AUMENTO DO NÚMERO DE AUTOMÓVEIS Conforme demonstra a comparação entre o número de veículos em 1977 e a situação dos dez anos antecedentes, o incremento nos diversos países excedeu, também nesse período, as previsões mais otimistas, embora em 1967 já se houvesse detectado e discutido certos sinais de saturação. Além do mais, a partir de então o mundo ocidental jamais deixou de enfrentar sérios reveses e obstruções nesse terreno. O l'ndice de crescimento mais rápido foi novamente registrado pelo Japão, onde, por volta de 1976, o número de veículos havia quintuplicado. Cumpre também mencionar, no entanto, a Bélgica, a Alemanha Ocidental, Itália e Suíça, onde o aumento, por essa época, era da ordem de 100 por cento. Nos pa(ses restantes, permanecia entre 40 e 60 por cento. Embora o final da alta repentina de ' venda de carros, repetidamente prevista no passado, ainda não se tenha registrado, o aumento em relação ao número de veículos, no período 1967/1977, decresceu em ritmo. Os índices de crescimento de dois algarismos- ainda CC'muns em 1963 -desapareceram por completo, em 1977. No caso do Japão, foi possível observar-se, inclusive, um declínio constante, de 35,4 por cento para 7,2 por cento (1976), e na Itália, de 15,4 por cento para 4,6 por cento. Embora os (ndices decrescentes não fossem por toda parte tão acentuados (cf. a Alemanha Ocidental), e inclusive em 29
países tradicionalmente motorizados (França, Estados Unidos) se mantivessem surpreendentemente elevados, pode-se afirmar que os valores anteriores jamais voltarão a ser alcançados, em vista elos altos números absolutos dos veículos em uso. Se paralelamente a essa tendência de· crescente, o número de primeiras inscrições (automóveis colocados em uso pela primeira vez) continuar a crescer - como já é possível observar-se distintamente nos diversos países examinados, o que é causa dos recordes mundiais de produção -, isto significa que a cota de substituições no número de novas licenças está aumentando. Essa tendência e efetivamente, mais do que flagrante: em 1977", a cota era de 80 por cento para a Grã-Bretanha, 60 por cento para a Fiança, 53 por cento para a Alemanha Ocidental e ainda superior a 40 por cento na Itália, Austrália (1976) e Japão (1976). Em 1967, esses montantes haviam sido, em parte, consideravelmente inferiores o Japão por exemplo, acusara o índice de 11 por cento. As únicas exceções são a Austrália e os Estados Unidos, países de vasta área territorial, onde a motorização de há muito já atingira o seu ponto de saturação. Entretanto, quanto menor o aumento no número de veículos em uso, mais o índice de substituições se aproxima do limite de 100 por cento e os veículos só são licenciados na proporção em que outros são retirados das estradas. Assim sendo, uma das maiores indústrias do mundo não tardará a ver severamente afetado o seu prestígio, e incentivos de crescimento só poderão resultar de uma mudança no comportamento do consumidor, corno, por exemplo, a de reduzir a vida dos auto· móveis. Essa redução de vida pode ser facilmente observada ao longo dos últimos dez anos: se o número de veículos de determinado ano for expresso como percentagem do número de carros em uso no ano anterior, acrescido dos recém-licenciados {isto 30
é, se determinarmos a proporção do nú-
mero de veículos atualmente em uso no número fictício correspondente, obtido sem levar em conta os carros retirados de circulação), registrar-se-à uma tendência ao declínio em direção a 90 por cento. Essa tendência apresenta-se mais acentuada na Bélgica, onde, no final de 1976, apenas 90,3 por cento dos autorr.6veis I~ cenciados pela primeira vez naquele ano, que deveriam estar em uso, encontravamse efetivamente em circulação. PRODUÇÃO DE AUTOMOVEIS E ATIVIDADE ECONOMICA
Tendo examinado o declínio flagrante, embora apenas a longo prazo, dos índices de crescimento do número de autom6veis este novo tópico tenta mostrar os efeitos das flutuações econômicas na ~ manda de automóveis. Como pode bem ser observado, todos os nove países pesquisados f.oram ~ sivelmente afetados pela crise de 1974fl5. A evolução que é ilustrada na base de ín· dices de crescimento do produto nacional bruto caracteriza-se, na maioria dos casos. por uma tendência decrescente desse indicador de prosperidade, de forma acentuada na Suíça, com menos 7,7 por cento (1975). Estados Unidos e Grã-Bretanhl chegaram a experimentar essa característica invulgar por dois anos continuados. Segundo ensina a experiência, u1111 alteração dessa monta no índice de prot peridade não deixa de refletir-se na venda de bens de consumo duráveis. As vendas de automóveis viram-se tanto mais afetados quanto, concomitar.tementa, uma alta brusca nos custos operacio,.ls de certa. forma amorteceu o prazer de guiar e, "ipso facto", a disposiçlo de comprar um novo carro. Não obstante, é digno de ':lota oba· var que ambas as curvas correm relativf. mente paralelas: uma vez alcançados os valores médios, o número de automóveis acompanha, até 1974fl5, a evoluçlo do PNB, com atraso mais ou menos pronunREVISTA DE SEGUAOI
ciados. Embora o índice de alterações se modifique e o número de veículos · não tenha sofrido, em qualquer parte, uma qüeda absoluta, as discordâncias muito raramente se registraram em direções opostas. Em 1976, todos os países assinalavam uma considerável recuperação econômica, durante CUJa vigência as taxas de crescimento do PNB dos anos anterior.es eram quase igualadas, com exceção da Suíça. Este fato surtiu efeito imediato mbre o aumento do número de veículos, embora a evolução subsequente já não se apresentasse tão nítida. Na Alemanha Ocidental e na Grã-Bretanha, os compradores de automóveis simplesmente desconheceram um posterior retardamento manifestado sob a forma de um PNB em declínio. No casO da crise de 1977 o mesmo I
ocorreu na Bélgica, França e Alemanha Ocidental. Na Suíça, a acentuada revivescência da atividade aquisit iva não produziu efeito equivalente sobre a venda de automóveis. Dos fatos acima relatados é possível deduzir-se que o creseimento do número de carros é consideravelmente afetado por reveses econômicos, em vista da mais ou menos acentuada contenção no que diz respeito a novas aquisições. Ao mesmo tempo, a posse de um carro parece ter-se tornado necessidade tão elementar que a comprà de um modelo novo fica apenas adiada para uma data posterior. Isso significa que a recente revitalização no crescimento do número de veículos representa acima de tudo, uma necessidade de reserva, incapaz de atrair significat ivamente, a longo prazo, a tendência estagnadora.
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A INDÚSTRIA DO SEGURO As observações acima demonstraram claramente que a dramática tendência ascendtmte da motorização nos últimos dez anos, refletidâ nas altas taxas de crescimento do número de veículos, baixou gradativamente, sendo pouco provável que volte a atingir os níveis anteriores. O fato de o aumento no número de automóveis declinar em relação ao número de veículos em uso, significa que uma cota crescente de novas licenças, consiste simplesmente, em substituições. Por outro lado, a cota de novas licenças aumentando também, em confronto com o número de veículos em uso, revela uma nítida tendência à redução da vida média dos carros em circulação. A motorização é fenômeno intimamente associado ao desenvolvimento eccnômico, ernbora se possa comprovar que as novas aquisições são apenas adiadas e que o automóvel tornou-se praticamente um item vital. Com esse futuro a vista, os novos negócios em automóveis perderão igualmente a sua importância. Para o segurador, o resultante agravamento da competição, poderá associar-se a uma futura deterioração de resultados. Um efeito positivo dessa tendência ;:>oderá ser viável, contudo, no que concerne à evolução do dano. Isso resultaria de uma estabilização do número de veículos, associada à introdução de melhoramentos em mecanismos de tráfego que, em muitos lugares, S9 apresentam ainda inadequados. A par diss:>, a estabilização da estrutura etária dos motoristas,. resultante da estagnação do crescimento acarretaria o aumento da prática de conduzir. Ambos os fenômenos teriam efeito decrescente sobre a frequência de dano, que poderia levar a uma tendência decrescente de sua taxa, a rtespeito de uma média de perdas inevitavelmente ascendente. Assim sendo, a estagnação de novos negócios não seria forçosamente equivalente a uma de'terminação de resultados. 32
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EDITORA LTOA. Av. Franklin Roosevelt, 39. gr. 414 Telefone : 220-3577 Rio de Janeiro - RJ DIRETORES IVO ROSAS BORBA LUIZ MENDONÇA WfLSON P. DA SI~VA Redator: FLÁVIO C. MASCARENHAS
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Secretária:
CECfLIA DA ROCHA MALVA SUMÁRIO
e e
Seguro - saúde Horizontes do Seguro Luiz Mendonça e Perspectivas para o seguro Silva e Ganho de capital • A Subscrição de contratos unJI..... . cionais - Paulo Alves Teixeil'l e Opinião da revista e Previsões para o seguro na década de 80 e Engenharia genética e Cotejo de motorização internacional
ANO LXI - N9 709 JULHO DE 1980 Composto e Impresso Mauro Familiar· Editor
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