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O reflexos ercado rador
A ltaú Seguros mudou sua marca. Agora ela está tão moderna quanto a empresa.
ltaú Seguros
EDITORIAL
Todos os agentes da nossa economia devem se adaptar
* Rubens dos Santos Dias
papel institucional do seguro é o de absorver riscos ue os agentes sociais e econômicos não querem ou não
podem assumir. Para isso, o seguro utiliza métodos !écnicos, que tornam mensuráveis os riscos assumidos, e ecanismos financeirqs, que tornam possível a reparação as conseqüências finais desses riscos. uando passa de possível a acontecimento real, o risco em como primeira versão a ocorrência de um fato adverso. as sua outra e última versão é a de uma perda financeira ue demanda compensação. omo a empresa seguradora põe esse esquema em prática? m forma resumida e simplificada, pode-se dizer que ela ecebe um prêmio em dinheiro (preço do seguro), antindo ao segurado uma compensação (indenização) bém em dinheiro, se e quando ocorrer o evento ou "sco objeto do seguro. A receita da seguradora, em rêmios, gera fluxos de caixa regulares, acompanhando ritmo das vendas de seguros. As indenizações, todavia, êm o comportamento errático dos próprios riscos urados, que são aleatórios. Em suma; os dois fluxos e caixa são divergentes, em tempos e valores. omo os prêmios são antecipados e as indenizações são stecipadas, dos primeiros se extraem e provisionam recursos necessários ao equillbrio dinâmico das duas ariáveis. Mas saindo do caixa, as provisões feitas não ~o nem poderiam ser entesouradas: transformam-se em plicações diversificadas, sobretudo de caráter financeiro. ai a empresa seguradora, uma gestora de riscos, também r uma investidora institucional, assim classificada nos ercados financeiro e de capitais, e nessa última função ando significativa contribuição ao processo de acumulação e capital produtivo na economia. evista de Seguros
Dessa descrição do fuDcionamento da instituição do seguro, ainda que feita em termos muito sumários, pode-se no entanto tirar conclusões óbvias sobre os efeitos de que ela passou a ressentir-se, com o Plano Brasil Novo. Prêmios e indenizações tornaram-se desequilibrados, em termos de fluxos de caixa, já que os ativos financeiros em cruzados, constituídos para equilibrar tais fluxos, tornaram-se inconversíveis. Com o forte enxugamento da liquidez da economia, ocorreu generalizado deságio nos valores dos ativos não bloqueados, além de ficarem todos eles também afetados em sua liquidez. O impacto havido no mercado de inversões inibe por outro lado a atuação das empresas seguradoras como investidores institucionais. E essa inibição ocorrerá por força também de outra razão: as operações de seguros, depois de 15 de março, iniciando novo ciclo de formação de provisões, demandará tempo até que se alcance razoável nível de ativos financeiros na nova moeda, reduzindo~ se dessa maneira a capacidade de investimentos do setor do seguro. Certamente será um período de transição, a que por sinal estarão submetidos todos os agentes econômicos. Entretanto, vencida a inflação, a estabilidade monetária criará as condições para novos ímpetos de crescimento da economia do País. E, com isso, não tenho dúvida de que o mercado de seguros também voltará a crescer. Até Já, nós, desse mercado, temos a dura tarefa de ajustá-lo da melhor forma possível às contingências, superando dificuldades e vicissitures. * Presidente da FENASEG e do CODISEG 3
E.NTREVISTA
Olavo Setúbal Jr. defende a economia de mercado
O ano de 1990 será decisivo para o País. O mercado de seguros, importante integrante deste setor, tem se mostrado otimista diante da situação. A ltaú Seguros, terceira no ranking das maiores seguradoras nacionais, compartilha desta opinião. Somente para este ano, a ltaú pretende investir cerca de USS 2 milhões e 300 mil dólares na divulgação de seus produtos. A empresa conta atualmente com mais de 1 milhão de clientes e sete mil corretores cadastrados. Entre as cinco maiores do ranking, ela registrou um crescimento real de 30,1% em prêmios emitidos, entre os meses de janeiro a novembro de 89, enquando a média de mercado foi de 6,2%. Olavo Setúbal Júnior, atualmente diretor executivo de grandes contas, prevê um ano de crescimento para a ltaú e para todo o mercado. Ele vê nas medidas adotadas pela Susep uma grande oportunidade para o surgimento de novos produtos, onde as seguradoras, com mais liberdade de atuação, poderão criar produtos distintos e mais adequados à necessidade do consumidor.
"O marketing é fundamental para que as companhias cresçam e possam desenvolver produtos adequados ao mercado" 4
Revista de Segu ros
Revista de Seguros O seguro é um bom investimento? Por quê? Olavo Setúbal Junior - Para o segurado eu não considero que seja um investimento e muito menos uma despesa. O seguro faz parte da manutenção da empresa. Assim como ela investe em funcionários e instalações, investe no seguro para ter a garantia contra a ocorrência de fatos incertos e a reposição dos seus bens. A companhia seguradora busca o lucro, razão de sua existência, para que possa pagar todas as suas despesas, gerir a empresa, garantir o pagamento aos segurados e a reposição dos bens e também ser premiada com um adicional que seja chamado de lucro. E é esse lucro auferido que lhe possibilitará investir neste mercado, em novos produtos, equipamentos e instalações. R.S. -Há tempos que as companhias seguradoras apresentam em seus balanços resultados industriais negativos. Nos resultados operacionais, referentes à aplicação do capital, este resultado é positivo. Isto significa que o sepro em si não dá lucro? O.S.J. - O objetivo da ltaú Seguros é romper com este círculo e fazer com que as seguradoras, no caso a ltaú, tenham lucro na gestão do seguro. Primeiramente este fato existiu no mercado, por um prolongado período, pela inadequada contabilidade do seguro. Durante muitos anos, o seguro se encontrou com sua aferição de balanços ultrapassada em relação às sociedades anônimas. Esta defas~gem ocorreu porque faltou a distinção do resultado real da gestão de seguros. Anteriormente, quando os balanços eram semi-indexados, e isto só mudou a partir do segundo semestre do ano passado, os prmuos pagos do seguro eram alocados, não como resultado da gestão de seguros, mas como resultado monetário, ou seja, patrimonial. A valorização deste dinheiro acabou gerando no over a perda diária. O resultado da gestão de seguros é o prêmio pago menos as despesas de: resseguro, sinistros, serviços e comercialização. Um resultado muito simples, dependendo da administração de cada companhia. A situação do País ficou prejudicada pela inflação crescente, onde na década de 80 partiu de 100 para 1000"lo nos últimos anos. Com esta deformação contábil e com a desvalorizaçãó monetária do dinheiro no decorrer
" A liberdade que a Susep tem dado ao mercado contribuiu para o surgimento de produtos diferenciados. Hoje eles são melhores e mais ajustados às necessidades do consumidor"
do ano, os balanços anuais das companhias tinham valores totalmente diferentes. Um prêmio recebido em janeiro e outro recebido em dezembro eram bem diferentes, em função da inflação, .quando o valor real era o mesmo. Com a indexação do balanço, a partir do ano passado, boa parte da deformação dos balanços se ajustou, passando ao valor real. A valorização do dinheiro não figurou mais como resultado patrimonial, como vinha até então. E isto ajudou a melhorar o perfil da gestão de seguros. No ano passado, a ltaú Seguros obteve resultado positivo, com o balanço indexado, melhorou-se as deformações existentes. Nós encaramos que ainda existem outras deformações referentes à contabililização do seguro, e ainda para se chegar ao resultado industrial. Assim, a busca da ltaú é o resultado positivo, o negócio tem que ser bom por si, porque se amanhã o governo .t rouxer mudanças radicais, o nosso negócio passa a ser deficitário, quando tem que ser bom. R.S. - Em que o plano de contas contribui para isto? O.S.J.- O plano de contas veio buscar a melhoria contábil na gestão de seguros, porque, de fato, a seguradora assume o risco a partir da aceitação dele, e não a partir do momento
em que ela cobra o valor pago pelo prêmio. Então, a contabilização dos seguros feita pelos prêmios emitidos vieram dar um resultado mais real à atividade do seguro. Mas sem dúvida também houve outràs conseqüências no resultado industrial das companhias, porque elas passaram a fazer reservas de prêmios emitidos e que muitas vezes podem não ser os prêmios cobrados. A ltaú, historicamente, vem tendo uma defasagem de 5"lo em relação aos prêmios emitidos e cobrados. Ocorre que com isto acaba se reservando mais do que o necessário, prejudicando o resultado industrial. Mas, por outro lado, dá garantia e solidez à empresa. R.S. -Em 1989, o setor apresentou um ligeiro crescimento na arrecadação e emissão de prêmios, enquanto a economia brasileira, no geral, viveu um período de crise. A que se deve este comportamento ·do mercado segurador que, tradicionalmente, acompanha a trajetória dos demais segmentos econômicos? O.S.J.- O mercado segurador acompanha a economia do País. No entanto, tem um amplo espaço de crescimento em virtude das liberações feitas e promo.vidas pela Susep, dando autonomia às companhias a criarem novos produtos e assumirem maiores riscos. Mas esta liberdade contribuiu, não foi fundamental. Acredito que o será no decorrer desta década. No <vlO de 1989 o mercado cresceu substancialmente em função de duas carteiras que deram uma alavancagem muito grande: automóvel e saúde. Apesar de não ser um produto novo, muitas empresas se empenharam em 89 no desenvolvimento do seguro saúde. No automóvel, o próprio valor do veículo cresceu mais do que a inflação durante o ano e isto favoreceu o crescimento da carteira. Um outro fator preponderante foram os altos índices de roubos nos últimos tempos, que fizeram as pessoas procurar mais por uma garantia no seguro. R.S. __:Nós estamos entrando em uma nova década e especula-se sobre quais rjlmos apresentarão os melhores resultados nos próximos anos. Na sua opinião, os seguros de automóveis continuarão na confortável posição de líder do mercado ou poderemos ter surpresas? O.S.J.- Ele deverá perder posição r !!ativa, esperamos que para o seguro de 5
Revista de Seguros ----------
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incêndio e de outros ramos, porque com essa liberdade de criação que a Susep vem permitindo às companhias é possível que outros ramos cresçam. Com o novo governo, nós esperamos que as empresas façam maiores investimentos, além disso, novas indústrias surjam. Com isto, as chances do seguro incêndio se desenvolver são grandes. O seguro automóvel, apesar de ser a maior carteira do mercado, tem muitas chances de crescer mais, porque é dito que somente lOOJo cento .qa frota brasile;ra tem seguro, e à medida que o Pais crescer e a renda per capita aumentar, certamente esses 90%, que deixam de fazer seguro, irão fazê-lo. Por isso, há muito espaço para a própria carteira de automóvel crescer. A liberdade que a Susep tem dado às companhias contribuiu para o surgimento de produtos distintos entre elas. Há dois anos, todos os produtos na área de automóveis eram iguais, hoje já se pode diferenciá-los, são melhores e mais ajustados à necessidade do consumidor.
po outra, que buscam públicos alvos distintos. Sem dúvida que há espaço para os dois trabalharem no mesmo mercado. R.S. - Algumas lideranças do setor atribuem os últimos bons resultados das companhias aos investimentos em marketing. Qual o peso real deste item no progresso do mercado e que tipo de política de marketing a ltaú pretende adotar na década que se inicia? O.S.J. - A ltaú busca uma postura de marketing atuante, ou seja, voltada para o mercado consumidor, desenvolvendo produtos dirigidos ao mercado e não mais tendo uma postura meramente publicitária. Para 1990 temos um investimento previsto para esta área de USS 2 milhões e 300 mil. O marketing é fundamental para que as companhias de seguros cresçam e possam desenvolver produtos- adequados ao mercado. Os meios de comunicação funcionam como um canal de informação até o segurado, ou mesmo o próprio mercado.
R.S. -Ainda a respeito deste tema. Várias empresas estão entrando no mercado para comercializar seguros de saúde. Esta tendência veio para ficar ou é apenas uma contingência da crise no setor de saúde pública? O.S.J. -Acredito que o seguro veio para ficar. Nos Estados Unidos e nos países desenvolvidos eles existem na forma de seguro e são uma grande carteira.
R.S. - O mercado de seguros é um dos raros segmentos econômicos que investem no lançamento de novos produtos mesmo em tempos de crise aguda econômica. O Sr. poderia adiantar alguma n()vidade que a ltaú poderá oferecer aos segurados em 1990 e em quais ramos a companhia pretende aprofundar a sua atuação?
R.S. - Por que a itaú não explora este produto? O.S.J.- A ltaú no momento, diante deste período conturbado que o País está passando, aguarda uma melhor definição do quadro político-econômico-social do Brasil e ainda, a curto prazo, de novas medidas do governo que irão dar este perfil. Mesmo assim, ela se encontra pronta e muito amadurecida para trabalhar no ramo saúde. Felizmente em todos os percalços que houver com o Hospitaú, ele ainda continua mantendo uma imagem muito positiva do mercado, graças ao ótimo atendimento que nós procuramos dar ao produto. R.S. - Como as seguradoras deverão enfrentar a concorrência das medicinas de grupo e cooperativas médicas na área de seguro saúde, já que muitas delas se tornarão seguradoras? O.S.J. - Eu acredito que no mercado há espaço para todos. O seguro saúde é uma coisa e a m~dicina de gru6
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O.S.J. - Este ano nós vamos reforçar o lançamento dos produtos já existentes, em virtude de eles terem sido lançados no final de 89 e porque de fato vão se desenvolver e amadurecer no ano de 90. Nestes produtos estão incluídos o ltaú Vida, que tem uma facilidade operacional muito grande de contratação e manutenção; o ltaú Car, que também tem experimentado muita receptividade junto ao segurado; e o ltaú Empresa, que oferece coberturas opcionais para as empresas. A diferença deste produto, o ltaú Empresa, e o oferecido pelo mercado, é que ele não é comercializado num pacote fechado, sendo que o segurado só adquire as coberturas que realmente necessita. Agora estamos lançando este produto a nível nacional, antes era só por região, e estamos reservando para isto um investimento de USS 1 milhão em campanhas de divulgação. A Itaú pretende aprofundar sua atuação n~s ramos que gerem resultados positivos. A companhia não vai entrar numa concorrência predatória pelo simples gosto de participar. Em 86, no período do cruzado, a ltaú praticamente parou sua atividade no ramo de automóvel, em virtude do alto custo negativo que a carteira vinha demonstrando e isto poderia colocar em risco a própria solvência da empresa. A ltaú, como muitas empresas, adotou uma política restritiva nesta
A busca da ltaú é o resultado
positivo, o negócio tem que ser bom por si, porque se amanhã o governo trouxer mudanças radicais o nosso negócio passa a ser deficitário, quando tem que ser bom por si"
Revista de Seg uros
carteira visando, principalmente, não pôr em risco, também, o pagamento aos segurados. Esta política tem sido permanente.
R.S. -Praticamente todos os segmentos econômicos justificam os sucessivos aumentos dos seus produtos como uma maneira de reduzir a defasagem no·s preços. Este problema existe no mercado segurador ou a relativa liberdade tarifária permite às companhias do setor melhores condições para operacionalizacão deste filão de mercado? O.S.J. -De uma maneira geral o mer. cado não se encontra com defasagem de preços. A indexacão favorece na arrecadacão de prêmios, mas prejudica no pagamento de sinistros. Uma solucão seria a revisão de tarifas - utilizadas desde 1946 - , algumas deveriam ser reduzidas e outras aumentadas. Nós estamos lutando para isso.
R.S.- Como o Sr. explica o crescimento da carteira automóvel mesmo com IS companhias mantendo uma política restritiva? O.S.J.- A própria ltaú cresceu 'ais em 89 em virtude do desenvolvimento do seguro de automóvel. Justamen~ te por ter perdido muito de nossa carteira em 86 e o nosso mix ter diminuído é que o desenvolvimento da carteira automóvel possibilitou uma grande alavancagem para a Itaú em 89.
R.s.- O Congresso Nacional deverá YOtar ainda em 1990, ou no máximo •1991, a lei complementar que regulamentará o sistema de seguros no lnsil. Que tipo de expectativa o Sr. lllimenta em relação à aprovação da lei? Qual será a principal diferença entre o mercado segurador nos moldes atais e o que passará a existir após a votação do projeto? O.S.J.- O que aparenta acontecer é a proibição de os bancos atuarem na comercialização do seguro. Mas é capaz que seja aprovada uma solução mista, onde seja permitido aos bancos atuarem em alguns ramos, esta é minha expectativa. Os bancos deram uma contribuição muito grande na difusão do seguro e na sua comercialização, muitos corretores não atuam em certos segmentos e regiões do País. Para o mercado, eu sinto que ele vai buscar uma profissionalização maior, isto pelo próprio desenvolvimento em que se encontra.
R.S.- O Congresso acaba de aprovar
o projeto que institui a taxa de fiscalização no mercado segurador para o custeio da Susep. Pelos cálculos iniciais, as seguradoras, sociedades de capitalização e entidades abertas de pre.Wncia privada irão repassar à autarquia algo em torno de NCz$ 100 miUtões (a preços de dezembro). Este eusto será transferido para os segurados? O.S.J. -Indiretamente sim. A medida que aumentarem os custos das companhias, elas reduzirão suas margens de comercialização. O fato de a Susep ser mantida pelo mercado, eu acho positivo, porque ela está a serviço dele. Nos Estados Unidos, a Susep americana é mantida pelas companhias. Revista de Segu ros
"Os bancos deram uma contribuição muito grande na difusão e na comercialização do seguro"
R.S. - Está comprovada que em casos de hiperinflação um dos setores mais prejudicados é o de seguros. Como a Itaú, dentro deste mercado, pretende se proteger contrá essas conseqüências? O.S.J.- No momento não estamos vivendo numa hiperinflação, e sim uma inflação elevada. A hiper ocorre quando se perde a confiabilidade da moeda, verificando-se também uma correria para o consumo e aquisição de bens, além do acúmulo de dólares, que, sem dúvida, desvirtuam a moeda do seu valor real. Para combater os efeitos da inflação, a ltatí procurou diversificar seus investimentos, de 1naneira que eles pudessem ter uma garantia maior para poder superar os períodos de crise conturbada da moeda. R.S. - Os setores representativos do mercado são unânimes em falar de crescimento. Está previsto a triplicação dos atuais US$ 3 bilhões do volume de prêmios para US$ 9 bilhões. Qual seria a receita para se chegar a este resultado? O.S.J.- A receita seria as companhias chegarem a uma liberdade de atuação, participando de um mercado livre. O resultado disto seria o surgimento de produtos mais ajustados e adequados à necessidade do público consumidor. Acredito que o novo governo irá possibilitar isto, é a nossa esperança. É possível que passemos por momentos difíceis, mas, mesmo assim, vamos buscar um crescimento maior, inclusive aumentando o percentual do mercado na participação do PIB. A tendência é esse crescimento ir aumentando a cada ano. 7
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INDICE
Fenaseg - Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização Presidente: Rubens dos Santos Dias Vice-Presidente: Alberto Oswaldo Continentino de Araújo, Cláudio Afif Domingos, Eduardo Baptista Vianna, Hamilcar Pizzatto, Hamilton Cichierchio da Silva e Miguel Junqueira Pereira. Diretores: Adolpho Bertoche Filho, Antonio Juarez Rabelo Marinho, Ivan Gonçalves Passos, Nilton Alberto Ribeiro, Roborto Baptista Pereira de Almeida Filho, Sérgio Sylvio Baumgartem Júnior e Sérgio Timm . Conselho Fiscal (efetivos): Fernando Antonio Pereira da Silva, Joaquim Antonio Borges Aranha e Júlio de Albuquerque Bierrenbach. Conselho Fiscal (suplentes): Hamilton Ricardo Cohn, Paulo Sérgio Correa Vianna e Sérgio Ramos .
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Mercado agora preocupa-se com os altos custos de comercialização 16 DESTAQUE
Plano econômico trouxe problemas para o ramo de cascos marítimos 18 EVENTOS
Quattroni quer efetiva participação das empresas na administração do IRB 22 MERCADO REVISTA DE SEGUROS Diretor Responsável: Rubens dos Santos Dias Editor Executivo: Mário Sérgio Alves Marquezelli - MTb 12.205 Redação: Jorge Clapp, Vagner Ricardo Fotografia: Milton Santos Secretária : Norma Alves Lima Diagramação: Rossella Conti Fotolito: Scala Fotolitos Ltda Impressão: Gráfica Sabe llustração : Tiburcio Distribuição : Distribuidora Fernando Chinaglia S.A. Tiragem: 15 .000 exemplares Departamento Comercial : Mário Sérgio A. Marquezelli e Carlos Frederico Rocha Fundador: José Veloso Borba Rua Senador Dantas, 74/ 16° andar CEP 20031 -Rio de Janeiro- RJ Telex: (021) 34505 FNEs Fac Símile: (021) 220-0046 Fone: (021) 210-1204 ramais 140 e 138
Certificados de privatização causaram impacto forte no mercado segurador 25 SINDICATOS, ÓRGÃOS & ENTIDADES
Novo Superintendente da FENASEG quer dar apoio aos associados 37 REPORTAGEM
As seguradoras apostam na expansão do Seguro Saúde em 90 41 EVENTOS
Nossa Capa: Cobertura Propaganda
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EM
PAUTA
Mercado, agora, preocupa-se com os altos custos de comercialização. Equipe de Reportagem
En~errado
o impacto inicial provocado pelo programa de estabilização econômica e desfeita a inquietação causada pela ausência ·de regulamentação das operações de seguros durante as primeiras semanas de sua adoção, hoje uma nova preocupação começa a chamar a atenção de lideranças do setor e diretores de seguradoras. Trata-se da elevada estrutura de comercialização mantida pelas companhias em um período de baixa inflação. Em outras palavras, o mercado segurador, a despeito da reforma monetária celebrada em 16 de março, insiste em manter mecanismos de comercialização semelhantes aos reproduzidos nos últimos meses do governo Sarney.
" Rubens dos Santos Dias. presidente da Fenaseg, está prevendo uma imediata tendência de reformulação das estruturas de comercialização de produtos pelas companhias seguradoras brasileiras" 10
O presidente da Federação Nacio-
nal das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) Rubens dos Santos Dias, ao analisar o tema, reconhece, de saída, que o mercado vem mantendo um comportamento atípico em termos de captação da produção de apólices. Acompanhando atentamente a situação do mercado desde que foi instituído o programa de ajuste econômico, Rubens Dias mostra-se preocupado com a cara estrutura de comercialização mantida pelas empresas. Para ele, o setor terá de rever brevemente a tática de obter produção a qualquer custo e a preços elevados, visto que esse comportamento, se prolongado, acabará sendo um procedimento suicida para algumas companhias.
Depois de recordar que o bloqueio
de 800Jo dos ativos financeiros das seguradoras trouxe sérios problemas para as seguradoras, especialmente em termos de redução de liquidez das empresas, Rubens Dias prevê que, ainda em decorrência do Plano Collor, as companhias irão reformular a sua estrutura de comercialização. Em parte, porque as empresas tiveram sua rentabilidade sensivelmente reduzida e não poderão sustentar altas as comissões encaminhadas· aos corretores. Sem respaldo dos lucros financeiros obtidos antes do dia 16 de março, Rubens Dias assevera que a reestruturação da comercialização dos seguros deverá ocorrer muito em breve, já que as companhias basicamente terão de amparar-se em seus resultados industriais. Ainda sobre a perspectiva de recuperação das vendas, depois de mais de 60 dias de vigência do Plano Collor, Rubens Dias acha prematuro falar em retomada da comercialização de seguros. Pelos seus cálculos, somente a partir de julho o nível de reaquecimento das vendas estará nos mesmos índices dos ocorridos antes do plano Brasil Novo . Por ora, ele estima que o setor está angariando cerca de 80% da produção anterior ao dia 16 de março. Seja como for, Rubens Dias também acredita que o mercado de seguros será promissor à medida em que se solidifique a estabilidade econômica prevista pelo Plano Brasil Novo. _Revista de Seguros
"Neste momento, quando as empresas estão com parte de seus ativos congelados, a instituição do seguro desempenha papel fundamental ao garantir a continuidade dos negócios em caso de imprevistos . Nós, na Bamerindus, acreditamos no crescimento do mercado securitário, tanto que fomos a primeira empresa a fazer em cruzeiros o pagamento de sinistros ocorridos antes de 15 de março. A empresa não sofreu qualquer interrupção em seus negócios e pode-se dizer que a Bamerindus está com suas atividades praticamente normalizado". (Hamilcar Pizzatto, presidente do Conselho de Administração da Bamerindus Seguros e vice-presidente da Fenaseg).
"Antes de 15 de março, muita gente garantia seu patrimônio com os recursos depositados nas cadernetas de poupança ou em aplicações no mercado financeiro. Hoje, estas pessoas não terão outra alternativa senão contratar uma apólice de seguro. Esta, ao meu entender, é a melhor argumentação de podemos utilizar para alavancar a venda dos nossos produtos, diante do novo quadro econômico do Brasil". (Ricardo Lavigne Safadi, vice-presidente da lnteramericana Companhia de Seguros Gerais).
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Continentino acha animadoras as perspectivas para setor a longo prazo
Presidente do Sindicato das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização no Estado de Minas Gerais, diretor da Minas Brasil e, ainda, um dos vice-presidentes da Fenaseg, Alberto Oswaldo Continentino de Araújo está convencido de que a perspectiva de economia estável trará reflexos bem nítidos ao mercado segurador. No primeiro momento, exigirá uma rígida administração de custos e um melhor aprimoramento técnico das seguradoras, devendo elas reestruturarem-se com vista a alcançar um resultado operacional positivo, já que não mais contarão com o respaldo dos lucros pro~enientes do sistema financeiro. Em seguida, uma vez revista a estrutura operacional das seguradoras, Continentino enxerga a longo prazo, horizontes animadores para o setor, já que vão sendo delineadas condições mais favoráveis para o mercado. Para ele", a perspectiva de redistribuição de renda, o que permitirá o crescimento da população com capacidade de utilizar seguro, e o efetivo
A possibilidade do setor de segu ros expe rim enta r um período de alavancagem, a médio ou longo prazos, é grande, no entend er de Alberto Continentino
combate à inflação, deverão ser muito benéficos para a atividade seguradora, "se o plano atingir seus objetivos, será criado um campo mais extenso para o consumo de seguros, havendo, inclusive, a perspectiva de ampliar sua participação do setor no Produto Interno Bruto (PIB)". Para tanto, seguradores, corretores e o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) terão de ser mais criativos, devendo trabalhar no sentido de melho-
"Os ganhos financeiros escondiam as ineficiências ou excessos nos custos de comercialização e descuidos de riscos. Agora, o mercado segurador terá que olhar com muito mais atenção para os seus resultados operacionais . O setor precisará ter mais agressividade no processo de comercialização e o corretor e a propaganda terão um papel fundamental nesta nova realidade". (Armando Erick de Carvalho,
vice-presidente da Companhia Bradesco de Seguros).
rar a imagem do seguro e dar a ele maior divulgação . Nesse processo de expansão acredi· ta que as empresas que sobreviverem a esse período inicial do plano, terão plenás condições para crescer e am· pliar a participação do mercado do PIB . Ao contrário as que não soube· rem se adaptar à nova sistemática, desaparecerão ou serão absorvidas por outras, conclui Continentino.
" A aquisição dos certificados de privatização será mais uma bomba para o mercado de seguros, pois o certificado terá rentabilidade negativa, obrigando a s ua troca por ações num período muito curto, sem permitir um estudo mais completo sobre a empresa a que se venha a investir" (Alberto Oswaldo
Continentino de Araújo, presidente do Sindicato das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização no Estado de Minas Gerais). 12
Revista de Segu ros
" A Sul América Seguros jamais pensou em liquidar sinistros utilizando os cruzados novos bloqueados no Banco Central, apesar da Susep deixar em aberto esta hipótese . O ideal seria que o Governo I iberasse as reservas técnicas das seguradoras para o pagamento de sinistros. Mas, como isto não foi possível, fizemos um imenso esforço para atender aos interesses dos segurados. Tínhamos que mostrar que o seguro continua EXERCENDO A FUNÇÃO DE repor o prejuízo. " (Felice Foglietti, vice-presidente de Marketing da Sul América Seguros).
"As companhias seguradoras precisam adequar os níveis do custo de comercialização ao novo patamar da inflação e das taxas de juros . Hoje, muita gente praticamente paga para comercializar uma apólice e, com o fim dos ganhos financeiros, evidentemente precisaremos ajustar os níveis de comercialização que estão muito elevados ." (João Francisco Borges da Costa, diretor de produção da Paulista Companhia de Seguros).
Marcondes entende que o mercado está atingindo razoáveis níveis de vendas
Recém-empossado à frente da diretoria da Generali do Brasil, o ex-diretor da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Rogério Marcondes, mostra-se, conforme uma parcela expressiva çlo mercado segurador, otimista com o rumo da atividade após pouco mais de dois meses de vigência da reforma monetária capitaneada pela ministra da Economia, Zélia Cardoso de Mello, e do presidente do Banco Central (BC), lbrahim Eris. Em linhas gerais, Marcondes entende que o mercado vem apresentando resultados satisfatórios em uma economia com sua liquidez amplamente enxugada. A seu ver, não se confirmaram os rumores de que haveria queda generalizada tanto na emissão como cobrança de prêmios. Hoje, ao contrário, pressente-se uma tendência de recuperação de mercado, principalmente por parte das seguradoras que dispõem de uma boa imagem junto ao públicó em termos de solvência. Seja como for, um bom termômetro para avaliar o nível da atividade será a apresentação por parte das companhias de seus planos de contas, quanRevista de Seguros
do, afinal, poderão ser computados os resultados industriais das empresas. Prosseguindo em sua análise, Marcondes vê horizontes promissores para a atividade, porque, além do item de estabilização econômica, a perspectiva de internacionalização da economia e redistribuição de renda vão contribuir como novos nichos de comercialização de seguros.
Rogério Marcondes. acha que a internacionalização da economi a e redistribuição da renda no País poderão causar um novo " boom " do setor de seguros
Marcondes admite que a estrutura de comercialização de seguro, uma das preocupações centrais dos seguradores, permanece elevada. Depois de recordar que o custo para angariar produção está livre (não tem máximo), ficando a fixação das comissões da corretagem a cargo das seguradoras, ele adverte que as empresas devem ser cuidadosas ao manter tal procedimento. Isso porque, "captar produção a qualquer preço, por maior que seja a rentabilidade, pode se tornar uma aventura perigosa, já que os riscos também são maiores. O ideal é que as seguradoras procurem se estruturar, melhorando seus controles para obter ganhos mais tranqüilos". 13
Novas seguradoras suportam bem o choque - atesta Milton Soldani.
Segundo Soldani , a Golden Cross já vem detectando uma retomada na venda de apólices de seguros e as perspectivas são as melhores possíveis, mesmo a curto prazo
Os efeitos recessivos do plano Brasil Novo não arrefeceram o ânimo dos principais dirigentes de novas seguradoras em operação a partir dos primeiros meses de 1990 e, a julgar pelo entusiasmo demonstrado pelos executivos das recém-criadas companhias, a perspectiva é de que elas apresentem uma ótima performance no decorrer desse ano, disputando em pé de igualdade fatias importantes
do·mercado segurador e incrementando a concorrência entre as empresas. Pelo menos é essa a avaliação feita pela maioria dos dirigentes de novas seguradoras ao analisar o impacto do programa de estabilização econômica e rechaçar, definitivamente, a hipótese segundo a qual as recéminstituídas companhias seriam as mais duramente atingidas pelo pacote antiin-
flacionário editado pela equipe econô· mica do atual governo. O presidente da seguradora Golden Cross, Milton Soldani Afonso, por exemplo, está confiante de que o Pia· no Collor não será um obstáculo pa· ra atravancar os projetos de sua com· panhia. Pelo contrário, a perspectiva é de que haja, no entender de Solda· ni, uma rápida recuperação na comer· cialização de seguros, caso seja manti· da baixa a inflação. No caso da seguradora Golden Cross, Soldani atesta que já existem sinais de retomada das vendas após dois meses de vigência Plano Collor. De acordo com o presidente da segu· radora, a comercialização da Golden, em abril, registrou um crescimento da ordem de 400Jo em comparação ao mês anterior, quando foram ceie· brados mais de 18 mil contratos dt seguros nos ramos de Vida e Saúde. Otimista, Soldani prevê que a segura· dora apresentará um crescimento ex· pressivo de vendas de seguros nos próximos meses. Para tanto, basta que a inflação mantenha-se estabilizada em patamares bem baixos.
"O interior de São Paulo poderá vir a ser o grande mercado para as companhias seguradoras brasi leiras a médio prazo. Acho até que esta região pode alcançar uma faixa de geração superior à registrada na capital." (Artur Santos, diretor da Adriática Companhia de Seguros). "Com menor interferência do Governo e maior criatividade das companhias de seguros no que se refere a tarifas e tipos de produtos, o mercado segurador tem tudo para apresentar ótimos resultadosa curto ou médio prazo. Não tenho dúvidas de que as dificuldades atuais serão recompensadas por melhores dias". (Francisco Garcia, diretor-executivo do Comitê de Divulgação Institucional do Seguro, Codiseg) . 14
"O Plano Collor não atingiu os nossos projetos. Já pagamos os sinistros que estavam pendentes e estamos quase prontos para o início das atividades da empresa, com muito otimismo em relação ao futuro do mercado, diante do novo quadro da economia nacional." (Raul Silveira, presidente da Nova Iorque Companhia de Seguros, ex-Vox).
Pereira vê sinais promissores para setor segura dor após Plano Collor
O diretor-executivo da Boavista-Itatiaia, Fernando A. Pereira da Silva, alimenta expectativas muito favoráveis em relação aos reflexos do plano de estabilização econômica para o mercado segurador. A seu ver, se as principais metas do programa de governo do presidente da República, Fernando Collor de Mello, forem cumpridas, está fora de dúvida que o mercado disporá de um razoável instrumental para ampliar a sua histórica participação no Produto Interno Bruto (PIB), hoje situado na faixa de 1!1Jo ao ano. Em sua análise, Pereira aponta a debelação da inflação, a perspectiva de redistribuição de renda, a redução do tamanho do sistema financeiro na era Collor de Mello e, ainda, a melhoria na distribuição de seguros, como fatores cruciais para o aumento expressivo da atividade seguradora no País. Pereira recorda que os altos índices de inflação computados nos últimos meses do governo Sarney, apesar do mercado segurador dispor, até então, de mecanismo de proteção via indexação pela BTN, vinham provocando sérias distorções para o setor. Classificando a inflação de inimigo número um para o setor, o diretor da Boavista lembra que, na época, alguns itens segurados apresentavam elevações acima da BTN, fator que provocava dificuldades para administrar o valor dos bens sinistrados. Agora, diante da inflação estacionária, ele entende que a demanda por seguro deverá Revista de Seguros
ampliar-se sensivelmente, já que a atividade será melhor planejada. Sobre a possibilidade de redistribuição de renda na gestão de Collor de Mello, Pereira observa que ela também será benéfica para o setor, porque vai facilitar, sobretudo, a demanda de seguros por segmentos sociais que hoje estão fora de seu nicho de comercialização . "Está provado que a má distribuição de renda responde pela não otimização do mercado. A alta concentração de renda impede, decididamente, a aquisição de seguros por parcelas expressivas da população". Outro ponto destacado refere-se ao rendimento do sistema financeiro na era do Plano Collor. De acordo com o diretor da Boavista, diante da atual fragilidade do entesouramento pelas pessoas físicas ou jurídica, cresce a tendência pela procura de um "hedge" sólido, que atue como um instrumento garantidor do patrimônio. Por conta disso, ocorrerá uma alavancagem em termos de demanda de seguros, já que, em decorrência do enxugamento da liquidez, apenas um número privilegiado de pessoas teria, hoje, condições de repor seus bens em caso de sinistros. Afora isso, uma reestruturação no sistema de distribuição de seguros que, a seu ver, permanece ainda bastante precário. Em linhas gerais, Pereira defende a presença de corretores como principal instrumento de vendas do produto. Apesar de não ser contrá-
Fernando Pereira prevê um incremento na demanda por seguros, a partir da nova realidade econômica do País
rio a permanência dos bancos como ponto de venda de seguros, Pereira enfatiza que o corretor, por conta de sua especialização, tem de ser mantido à frente da "locomotiva de comercialização' '. No mais, ainda com objetivo de incrementar as vendas de bilhetes, Pereira acha que os departamentos de marketing da companhias, bem como o Comitê de Divulgação Institucional de Seguros (Codiseg), devem não medir esforços no sentido de criar uma mentalidade para seguros, instituindo o produto, assim, entre as necessidades básicas da população. 15
DESTAQUE
Plano econômico trouxe problemas para o ramo de Cascos Marítimos Jorge Clapp
O plano econômico anunciado pelas novas autoridades do País, no mês de março, teve conseqüências imediatas sobre as negociações envolvendo companhias seguradoras e os armadores nacionais no que se refere 'à liquidação de sinistros ocorridos antes da posse do Presidente da República, Fernando Collor de Mello e da mudança no perfil da economia do Brasil. Segundo técnicos do ramo, a maior dúvida que surgiu logo após à edição das medidas provisórias de 16 de março, foi relativa ao pagamento das indenizações já que não havia ainda sido explicitado qual a moeda a ser utilizada nesta modalidade de negócio. A regulamentação da atividade de seguros, ou "pelo menos da questão referente ao pagamento das indenizações, baixada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), através da circular 06/90, também pouca luz trouxe para ·o ramo de Cascos Marítimos, uma vez que previa a liquidação de sinistros em cruzeiros apenas para os casos registrados nas carteiras de seguros de Vida, Acidentes Pessoais, Saúde e Transportes, deixando a critério das próprias companhias seguradoras a opção de utilizar cruzeiros ou cruzados novos bloqueados no Banco Central para a solução das demais pendências. Com isto, alguns armadores - cujas embarcações haviam sido objeto de acidentes no período anterior à posse do novo Governo - passaram simplesmente a protelar a liquidação dos sinistros, na esperança de ganhar um tempo maior e obter um acor:do amigável com as companhias de seguros. recebendo, então, cruzeiros e não 16
Entre as soluções ·encontradas pela diretoria da Brasil Salvage para superar o momento adverso constou a concessão de férias para uma grande parte de seus funcionários. Desta forma, pode " respirar" um pouco até que a situação se normalize e ainda garantiu o emprego dos empregados.
cruzados novos pela indenização de seu prejuízo. Esta situação teve reflexos sobre as empresas prestadoras de serviços no ramo, mais especificamente na Brasil Salvage, companhia especializada em inspeções e vistorias em embarcações avariadas no País. De acordo com a diretoria da Brasil Salvage, houve, a partir deste cenário, uma consideráv~l queda na receita de empresa que buscou cortar gastos administrativos para manter um equilíbrio em suas finanças . Entre as soluções encontradas pela Brasil Salvage para superar o momento adverso constou a concessão de férias para uma grande parte dos funcionários. Desta forma, a empresa pode garantir o emprego dos empregados e "respirar" um pouco até que a situação se normalize . Há notícia de que em alguns casos já estão adiantadas as conversações entre seguradores e armadores, visando a definição da moeda a ser utilizada na liquidação dos sinistros. Entretanto, somente a partir de uma definição do problema é que se poderá avaliar o grau de abrangência da atual paralisação das regulações de sinistros. Vale ressaltar ainda que toda esta questão diz respeito apenas aos sinistros pendentes, ou seja, aqueles que ocorreram antes de 15 de março. Nos casos registrados no período posterior a esta data, não há qualquer problema e as companhias seguradoras estão inclusive fazendo adiantamentos em cruzeiros para que os armadores possam efetuar eventuais reparos de avarias em suas embarcações . Estes casos também vem colaborando para a normalidade de situação da Brasil Salvage. Revista de Segu ros
U seguro cresceu em tmponanctd uettu e a~ vi-'~V\...0 de investimentos dos brasileiros. É o que constatam as pesquisas realizadas após o dia 15 de março. O seguro foi beneficiado a curto e longo prazo com o novo perfil da economia. Inflação reduzida e investimentos especulativos em baixa estão dando ao seguro oportunidades excepcionais para expansão. Antes, o seguro era visto como um dreno. Como despesa. Como um dinheiro que, além disso, deixava de render no over. Agora, ao contrário, restabelece, de imediato, a proteção de qualquer patrimônio . .
Se o seguro cresceu em importância para os brasileiros, é hora de os brasileiros crescerem em importância para quem comercializa o seguro. Nós, que vivemos de vender seguros, estamos na obrigação de oferecer a todos esses brasileiros o melhor serviço possível. Quem antes desprezava o seguro, está agora receptiv E a hora de vender seguro. E fazé-lo acompanhado do melhor serviço* ~
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CODISEG
EVENTOS
Quattroni quer efetiva participação das empresas na administração do IRB Jorge Clapp
A opinião das companhias de seguros terá, a partir de agora, um peso decisivo nas deliberações que, ocasionalmente, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) vier a adotar. A promessa foi feita pelo novo presidente do órgão, Luiz Quattroni, ao tomar posse no cargo, em uma concorrida solenidade, na qual compareceram as mais expressivas lideranças do mercado segurador brasileiro.
"O novo presidente do IRB quer contar com a ajuda dos empresários do mercado segurador brasileiro para administrar o órgão com instrumentos e mecanismos próprios de sociedades anônimas ... " 18
Segundo revelou Luiz Quattroni em seu discurso, o Instituto de Resseguros do Brasil somente terá ganhos de agilidade se, como sociedade de economia mista, incorporar em suas estruturas os instrumentos e mecanismos da sociedade anônima, abrindo espaços em seu processo decisório para a participação dos acionistas do setor privado, ou seja, as próprias companhias de seguros: "Essa, aliás, é uma idéia que tem consenso na própria casa, como testemunha um dos anteprojetos de lei complamentar sobre o seguro e o resseguro", acrescentou ele. O novo presidente do IRB assinalou que o Governo e a sociedade em geral empenham-se, atualmente, na construção de um novo País, no qual o vigor econômico promova a evolução social. Para Luiz Quattroni, fiéis as suas responsabilidades econômicas e sociais, o IRB e o mercado de seguros terão efetiva e eficaz participação nessa "obra coletiva de modernização da vida nacional". Dizendo-se convencido de poder contar com a ajuda dos empresários do setor para o sucesso de sua gestão frente ao IRB, Luiz Quattroni frisou Rev i sta de Seguros
que o instituto terá tanto maior contribuição a dar nessa nova arrancada da economia nacional quanto mais pronto for nas respostas certas, em tempo certo, à demanda de coberturas da economia e, principalmente, aos problemas relativos ao mercado de seguros: "A nova economia do País convoca seguro e o resseguro para uma nova arrancada. E as duas instituições terão que atender a esta convocação, revitalizando-se com novas doses de eficiência, criatividade e dinamismo. Em uma economia de mercado, a isso tanto mais o seguro estará apto quanto menos a regulação embarace o ímpeto da atividade empresarial". O presidente do IRB afirmou ainda que, no dia 15 de março, não houve apenas uma mudança ritual de Governo no Brasil, mas também uma mudança de concepção e de mentalidade, marco de um Brasil Novo. De acordo com ele, um plano revolucionário, reclamado pelo anseio nacional de normalização econômica, mereceu voto de confiança do Congresso
Nacional. Luiz Quattroni entende que essa decisão do Poder Legislativo aumenta a responsabilidade do Governo que, por sua vez, tem mantida uma acertada linha de conduta, em duas claras diretrizes. "A austeridade é a condição moral inerente ao trato da coisa pública e a eficiência, condição administrativa indispensável à otimização de resultados. E esta tem sido a tônica na linha de ação governamental", acrescentou. Ele elogiou também a decisão dos congressistas de manterem o atual modelo operacional do Instituto de Resseguros do Brasil, na Constituição promulgada em outubro de 1988, e disse que esta postura dos parlamentares brasileiros foi ao encontro do interesse público. Segundo Luiz Quattroni, o IRB, com 50 anos de história e de sucessos, em sua missão institucional, administra um modelo que em termos políticos, econômicos e técnicos ainda é o mais válido para o seguro brasileiro. O presidente do IRB exaltou ainda a criação da fig ura do órgão oficial ressegurador, inexistente
em qualquer outro Constituição brasileira : " Por isto, afirmo que foi o interesse público que assim ascendeu ao plano constitucional. O interesse em internar na economia do País, para fertilizá-la, as poupanças q ue ela própria gera com sua demanda de seguros" . Conselho • Em entrevista à imprensa, logo após a solenidade de posse, Luiz Quattroni explicou que a sua decisão de aumentar o peso da opinião das companhias seguradoras no processo decisório no IRB terá como base a transformação do atual conselho consultivo da casa em um conselho administrativo, retornando a uma estrutura existente até há alguns anos atrás. Ele revelou que esta mudança estrutural deverá ser efetivada com a aprovação do anteprojeto de lei que irá regulamentar as atividades do setor de seguros. Luiz Quattroni espera reunir todos os segmentos do mercado e negociar a votação, pelo Congresso Nacional, de lUl1 único projeto, contendo os principais pontos de interesse das partes interessadas .
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EVE NTO S
Reforma administrativa do Governo irá atingir o IRB Vagner Ricardo
Instituto irá incentivar a aposentadoria e promover a suspensão da contratação de empregados não concursados, seguindo a política adotada pelo novo Governo do País
Ao discursar frente a uma platéia de cerca de 150 pessoas, reunida, no dia 16 de março, no Clube dos Banqueiros e Seguradores com objetivo de homenageá-lo, o presidente do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) Luiz Quattroni Filho, anunciou oficialmente o início da reforma administrativa do órgão. A reforma prevê a extinção de 264 vagas no quadro funcional da empresa, redução de sua estrutura organizacional da ordem de 300Jo e diminuição das funções gratificadas 20
em cerca de 400Jo. Com isso, a perspectiva de Quattroni é de que ocorra, a curto prazo, uma redução das despesas administrativas do IRB de aproximadamente 300Jo. Sabatinado pela imprensa, o presidente do IRB explicou que a redução do número de funcionários da empresa teve basicamente dois critérios: um refere-se ao estímulo à aposentadoria; o outro diz respeito à suspensão de contratação de empregados não-
concursados. Pelos seus cálculos, cerca de 128 funcionários tiveram seus contratos suspensos, enquanto o restante foi aposentado. De acordo com Quattroni, antes de sua posse, ocorrida em 3 de maio, o IRB dispunha de cerca de 1,6 mil funcionários, o que representava uma despesa de Cr$ 180 milhões mensais com a folha de pagamento. Ele prometeu ainda estender, dentro de pouco mais de um mês, a reforma administrativa aos dois escritórios do IRB situados em Nova lorRevista de Seguros
que e Londres, e que , em conjunto, reúnem mais de 20 funcionários. Ainda em discurso , o presidente do IRB fez coro com um dos principais pleitos do mercado segurador. Ou seja, a de efetivamente viabilizar a participação da iniciativa privada na administração do órgão. Após reclamar maior agilidade e eficácia do IRB nas operações de resseguro e retrocessão, Quattroni prometeu promover uma renovação do órgão. Para tanto, ele entende ser necessária ,uma mudança na feição societária da empresa que preveja a criação, nos moldes das "autênticas sociedades por ações, de um Conselho de Administração, a ser encarregado do processo decisório do órgão . Nesse sentidp, caberá ao IRB integrar à sua administração os acionistas do setor privado, ou seja, as companhias de seguros, com representação paritária - exortou ele. Quattroni afiançou ainda que em sua gestão "as portas do IRB estarão sempre abertas a todos os agentes do mercado, para o diálogo construtivo , que soma a contribuição de cada um ao melhor desempenho de todos''. ''A-
Na homenagem Rubens Dias disse estar convencido da atuação do IRB e do mercado ao Plano Brasil Novo
final de contas, acrescentou, sem distinções entre si, todos os agentes desse mercado têm um só e superior compromisso: o da eficiência do seguro, a serviço da comunidade e do interesse coletivo". HOMENAGEM • Promovida pela Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) e o Clube dos Banqueiros e Seguradores, a homenagem prestada ao presidente do IRB reuniu o mais expressivo empresariado do mercado segurador no primeiro contato informal de Quattroni com os mais destacados representantes do setor. Na condição de porta-voz dos seguradores, o presidente da Fenaseg, Rubens dos Santos Dias, em discurso, reconheceu que "o País vive o momento histórico de uma reconstrução econômica nada convencional, que im-
põe a toda sociedade mais do que algumas privações já conhecidas, a revalorização do esforço produtivo como forma de alavanca do desenvolvimento nacional". Dirigindo-se ao presidente do IRB, Rubens Dias disse estar convencido que Quattroni tem absoluta consciência do papel que o IRB e o mercado de seguros vão desempenhar na economia do Brasil Novo . Para o presidente da Fenaseg, Quattroni já manifestou interesse em contar com a colaboração da classe seguradora, evidência essa proporcionada "pela parceria das empresas num futuro Conselho de Administração de um IRB S/ A": - Tenha V .Sa. a certeza de que terá toda a colaboração de nossa classe - asseverou Rubens Dias. IRB e seguradoras, ao longo de cinco décadas, têm-se dado as mãos no empenho comum de engrandecer e aperfeiçoar o mercado segurador brasileiro, na plena convicção de que seguro e resseguro, em ·dependência mútua e proveitosa, têm objetivos e destinos comuns, com as mesmas e entrelaçadas responsabilidades no processo de desenvolvimento econômico e social do País.
Este é mais um motivo para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais escolher José Carneiro de Araújo para receber o título "Dignidade Profissional", nas comemorações do Dia da Indústria. Administrador e contador, Araújo é considerado um dos mais experientes empresários brasileiros na área de seguros. Iniciou sua brilhante carreira em 1940 e desde 1976 é presidente da Companhia de Seguros Minas-Brasil. É, também, presidente da Eletrodados S.A. e membro do Conselho de Administração do Banco Mercantil do Brasil S.A. Uma justa homenagem à competência e à dedicação de um grande profissional. José Carneiro de Araújo- Presidente da Minas-Brasil Seguros.
Revista de Seguros
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MERCADO
Certificados de Privatização causam impacto forte no mercado segurador Jorge Clapp
As companhias seguradoras deverão desembolsar, nos próximos meses, um total de Cr$ 5 bilhões na compra dos certificados de privatização (CPs) criados, recentemente, pelas autoridades econômicas do País. O cálculo foi feito pelo presidente da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg), Rubens dos Santos Dias, para quem o impacto da medida atingirá todas as empresas do setor em igual intensidade, não importando o porte de cada companhia.
Rubens dos Santos Dias acredita que uma boa parcela das seguradoras do País será obrigada a vender seus ativos para adquirir os certificados de Privatização. Para ele, isto representará uma.perda considerável e todas estas companhias serão levadas a rever os seus custos de comercialização de produtos e de administração, provocando um enxugamento em suas estruturas: "Para adquirir estes certificados, as companhias seguradoras precisarão cortar alguns de seus custos, inclusive com a redução do quadro de funcionários, viagens e benefícios concedidos anteriormente. Estas empresas terão que rever ainda as comissões pagas aos corretores de seguros e os demais custos de comercialização de seus produtos", assinalou o presidente da Fenaseg. Rubens dos Santos Dias assegurou, entretanto, que os custos criados com a obrigatoriedade de compra dos certificados de privatização não serão repassados para os segurados. Segundo ele, as medidas de contenção no âmbito administrativos serão suficien22
tes e evitarão um custo a mais para o consumidor final do produto. O presidente da Fenaseg acentuou ainda que certamente as seguradoras encontrarão dificuldades para comprar ações das estatais mais rentáveis nos leilões que o Governo irá oferecer, mesmo com a utilização dos certificados. Isto porque, existe a previsão de que os lances serão muito altos nestes leilões, provocando uma concorrência que elevará o custo daquelas empresas, tornando inviável uma disputa direta com os bancos, por exemplo.
Em contrapartida, Rubens dos Santos Dias acha que poucas companhias de seguros irão se interessar em investir na compra de ações das estatais menos rentáveis, apesar do prazo curto que terão para a utilização dos certificados neste tipo de operação (o valor do certificado tem uma redução de 1Ofo ao mês) . Na opinião dele, é possível até que algumas empresas prefiram ficar com os certificados desvalorizados do que se envolver na aventura de controlar ou participar da com- • posição acionária em uma das diverRev ist a de Seg uros
empresas deficitárias do governo serão postas à venda. Finalizando, Rubens dos Santos Dias lamentou que o Governo tenha P.ptado por esta estratégia para a ven~a de suas empresas, uma vez que as eservas técnicas representam um negócio científico e as aplicações feitas a partir destes recursos precisam oferecer o mínimo de liquidez: "Os Certificados de Privatização não oferecem uma liquidez desejável. Não sei como poderá ficar esta situação, a partir desta constatação". ~ue
Gelo • O presidente da Sul América guros, Rony Lírio, por seu turno, classificou a decisão do governo de "mais um ônus criado para as compa' hias seguradoras". Segundo ele, desC:ie a posse do novo Presidente da Reública, as empresas do setor já esperavam alguma coisa neste sentido mas não com tanta intensidade e velocidade, conforme foram apresentados os certificados de privatização. Rony Lirio acredita que as companhias seguradoras somente não terão uma grande perda se tiverem a oportunidade de utilizar os certificados no
processo de privatização das empresas mais rentáveis do Governo. Para o presidente da Sul América, o encargo é muito pesado e somente a partir desta premissa é que as autoridades econômicas poderão aliviar a situação das companhias seguradoras. Já o presidente do Sindicato das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização de Minas Gerais, Alberto Oswaldo Continentino de Araújo, preferiu comparar os Certificados de Privatização a uma pedra de gelo: "Estes certificados são realmente como estas pedras de gelos. As seguradoras terão que aplicá-los rapidamente antes que eles derretam. Na realidade, e decisão do Governo representa mais um ônus para o mercado segurador que precisa se expandir e encontrará algumas dificuldades com mais este problema", frisou. Um pouco menos pessimista que os demais líderes do mercado, o presidente da Vera Cruz Seguradora, Sérgio Timm, consideras que a compra dos Certificados de Privatização representarão mais uma contribuição doi setor ao projeto do novo Governo do País. De acordo com ele, as empre-
Seguradoras serão obrigadas a reduzir custos administrativos e de pessoal para compensar os gastos nos Certificados de Privatização
sas do setor, os corretores de seguros e os órgãos normativos do mercado precisam se adaptar a nova realidade do País e torcer para que as autoridades econômicas resolvam definitivamente os problemas nacionais: "É válido o Governo pensar em contar com o apóio das empresas privadas para solucionar algumas questões d.e âmbito nacional. A privatização das estatais é um antigo anseio da sociedade brasileira e só nos resta colaborar para que o projeto atinja os seus objetivos", concluiu.
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Revista de Seguros
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SINDICATOS, ÓRGÃOS & ENTIDADES
Industrialização promove crescimento de mercado segurador na Bahia Vagner Ricardo
Ao informar que o mercado segurador baiano já dispõe de mais de 50 seguradoras em operação na região, índice bastante regular em termos de oferta de companhias, o presidente do Sindicato das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização no Estado da Bahia, Geraldo João Góes de Oliveira, está convencido de que a atividade de seguros atravessa uma fase muito favorável em seu Estado. Ainda que a arrecadação em prêmios do mercado local esteja longe de atingir as cifras obtidas nas principais metrópoles brasileiras, Góes de Oliveira entende que o setor de seguros na Bahia, por apresentar um crescimento vertical nos últimos anos, torna-se, em largos passos, uma das principais atividades econômicas do Estado. Para ele, o rápido processo de industrialização da Bahia, desencadeado com a instalação do Pólo Petroquímico de Camaçari, e com a conseqüente proliferação de centros industriais pelos municípios baianos, vem dando respaldo à atividade seguradora. Com isso, ano a ano, amplia-se a arrecadação em prêmios no mercado local e cresce a perspectiva de que reduza-se a diferença entre o volume de produção baiana e a dos grandes centros urbanos. Em sua análise, o crescimento do mercado local de seguros está atrelado ao modelo de desenvolvimento econômico a ser instituído pelo Governo Collor de Mello. No seu receituário para o crescimento pleno do setor, Góes de Oliveira prega a retomada do desenvolvimento econômico brasileiro e a adoção de medidas de combate à inflação; estipula um maior nível 24
dos de persuasão referem-se basi mente à promoção de entrevistas n veículos de comunicação, realiza de palestras e à ação isolada de corr tores de seguros. Por conta desse expediente, G' de Oliveira afirma que a incursão seguros no interior do Estado enco tra-se , também, num estágio de gr de progresso.
de investimento em setores produtivos da economia; e, finalmente, solicita que o governo não recorra ao expediente da recessão para reverter o quadro da crise ec·onômica do País. Para incrementar o crescimento do mercado de seguros em âmbito nacional, Góes de Oliveira acha que é preciso haver formação de novos corretores em regiões distantes dos grandes centros urbanos, "visto que um trabalho de base nos médios e pequenos municípios do País pode melhorar sensivelmente a produção nacional em seguros" . Regionalmente, o presidente do Sindicado da Bahia revela que uma série de medidas vêm sendo adotadas para reforçar a participação do seguro na economia local. Na Bahia, os méto-
Otimista quanto à perspectiva 4 crescimento do mercado de seguro Góes de Oliveira acha que deverá am· pliar-se o número de seguradoras n mercado nos próximos anos. Ain que advirta que a política econômi a ser adotada pelo governo Collor te rá um. peso enorme no mercado, ele prefere acreditar que, na Bahia, o setor irá desenvolver-se por sua própria conta. Atualmente, o mercado local di~ põe de 55 seguradoras (dos quais l são matrizes e 53, sucursais), há 250 corretores pessoas físicas e 150 jurídi· cas, e cerca de 1,9 mil pessoas atuando como securitários em todo o Estado. Falando ainda sobre as principai! modalidades de seguros na Bahia, Góes de Oliveira afirma que, acompa· nhando a tendência nacional, as pfin. cipais carteiras são dos ramos Automóveis e Saúde, que apresentaram, em 89, crescimento real em relação l inflação. Só o seguro Saúde, de acor· .do com ele, teve um crescimento real de aproximadamente 1700Jo entre 88 e 89. No final, ele informou ainda que as modalidades de seguros de Vi· da em Clube tiveram muita aceitação, destacando-se as coberturas de invali· dez por doença, e de Vida atrelada a Saúde. Rev ista de Segur01
SINDICATOS, ÓRGÃOS & ENTIDADES
Novo superintendente da Fenaseg quer dar apoio constante aos associados
Jorge Clapp
O administrador de empresas Antonio Marcos Vargas de Oliveira é o novo superintendente da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg). Ele assumiu o posto em substituição a Astério Sampaio Miranda que, após um ano de serviços prestados ao mercado segurador, na Fenaseg, retorna à ltaú Seguros, onde atuará como gerente-geral, em São Paulo.
Antonio Marcos Vargas de Oliveira é gaúcho da cidade de Estio, na Grande Porto Alegre. Iniciou a sua carreira no mercado segurador trabalhando na seguradora Marítima, em São Paulo, no final da década de 60, como auxiliar de escritório, e, alguns anos depois, foi contratado pela Adriática para prestar serviços na área técnica de inspeção de riscos. Formado em administração de empresas pelo Instituto Metodista de São Paulo, logo teve o seu talento reconhecido e, na Nacional Companhia de Seguros, exerceu, progressivamente, os cargos de inspetor de produção, superintendente da sucursal da Bahia, superintendente da Área de Seguros de Pessoas, superintendente de MarkeRevista de Segu ros
ting, diretor da regição do Rio de Janeiro-Espírito Santo e diretor de Produtos e Marketing. Na Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados pretende por em prática toda a experiência adquirida nesses vinte anos de carreira, quando pôde viajar por vários pontos do País, conhecendo de perto as necessidades do consumidor e os principais problemas enfrentados pelas seguradoras e por entidades de classe. O novo superintendente da Fenaseg se considera um "otimista por natureza" e acredita que todas as tendências atuais sinalizam para um caminho de crescimento da atividade seguradora no Brasil, a partir da década que se inicia agora.
"Acredito que, com o novo governo, o mercado segurador brasileiro e todos os demais segmentos da economia nacional poderão experimentar um longo período de crescimento, se os índices de inflação forem realmente controlados e os investimentos feitos pela iniciativa privada na produção, voltem a ser realizados em larga escala'', assinalou. Antonio Marcos de Vargas de Oliveira entende que a retomada do crescimento econômico do País, o controle da taxa de inflação, a entrada de novas companhias seguradoras no mercado e aregulamentação da atividade seguradora nacional, através da lei complementar que será votada no Congresso Nacional dentro de pouco 25
tempo, poderão criar todas as condições ideais para o incremento dos negócios no setor de seguros. Segundo ele, todos estes fatores reunidos possibilitarão ainda o aumento da qualidade dos produtos oferecidos pelo mercado aos segurados, uma maior profissionalização da mão-deobra especializada em seguros, criação de novas e atraentes apólices e até a reformulação de produtos existentes que "estão há muito tempo imutáveis". Funções • Antonio Marcos Vargas de Oliveira assumiu o novo posto na Fenaseg com a função de acumular as atribuições anteriormente divididas entre a Superintendência Técnica da entidade - pela qual já respondia - e a Superintendência Administrativa, que estava a cargo de Astério Miranda Sampaio. O objetivo dele é oferecer todo um serviço de apoio para sindicatos e empresas associadas e cuidar do funcionamento das comissões técnicas, além, é claro, de gerenciar a área administrativa e financeira da Fenaseg. Para o futuro, está em cogitações o
O superintendente da Fenaseg acredita que a retomada do crescimento econômico do País, o controle da inflação e a entrada de novas companhias no mercado irão contribuir para o incremento do seguro no País
motivo, serão constantemente editadas circulares orientando as companhias do setor sobre determinadas questões que estiverem em pauta. Além disto, haverá ainda um trabalho junto às entidades do mercado segurador brasileiro - como o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), Superintendência de Seguros Privados (Susep), sindicatos regionais e associações técnicas - para que se obtenha uma atualização constante das normas que regem o setor.
uso intenso da informática na colocação de normas e regulamentos que digam respeito ao setor para todas as associadas, com a maior agilidade possível. O novo superintendente entende que a rápida prestação de .serviços às empresas e sindicatos filiados é fundamental para que a Fenaseg cumpra o seu papel de dirimir as dúvidas do mercado em questões técnicas, aspectos normativos, regulamentos e outros itens de natureza fiscal. Por este
Boletim informativo FENASEG Informações oficiais e objetivas do mercado segurador Pedido de assinatura anual Boletim Informativo
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Revista de Segu ros
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SASSI
EM PAUTA
A informática ganha nova força com o amadurecimento do mercado David Ratcov
"O uso da informática se tornou uma ferramenta estratégica parà dinamizar a competitividade de nossa empresa", afirma Maria do Socorro Machado, diretora de informática da ltaú Seguros. Para ela, a informática deixa de ser apenas o processamento de grandes volumes de dados para ganhar o status de ferramenta de apoio à decisão através do uso adequado das informações disponíveis. Esta realidade foi possível com o advento da microinformática na automação dos escritórios. Um micro permite várias aplicações, significando uma via de mão dupla, por exemplo, entre as corretoras e as seguradoras. Em uma seguradora do porte da ltaú Seguros, os micros estão espalhados na maioria das filiais e o seu uso, atualmente, está voltado para agilidade na tomada de decisão. "Hoje o micro é importante para que se possa aceitar ou recusar uma apólice o mais rápido possível, além de emissão, pagamento de comissão e liquidação de sinistros", afirma Maria do Socorro Machado. No sistema de informática implantado na ltaú Seguros, o usuário tem acesso aos dados cadastrais dos seus clientes podendo estabelecer cruzamento de informações de todo o tipo. Um exemplo é o SAV - Sistema de Administração de Vendas, utilizado para relacionar todos os seguros a serem renovados mensalmente. Através de um disquete enviado todo mês da sede às filiais, o gerente comercial pode incluir outros clientes no roteiro de visitas. O SAV permite verificar a "performance" dos agentes com uma simples consulta. 28
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A diretora de informática da ltaú Seguros não revela os investimentos nesta área, apenas diz que as aplicações são altas. Mas eles se justificam pelo valor estratégico que a informação desempenha. "Não existe como mensurar na relação custo x benefício a satisfação de um cliente bem atendido. Qualquer pessoa que tenha o Itaucar, por exemplo, tem a certeza que não vai enfrentar burocracia ou espera quando seu carro quebrar em qualquer parte do país . É evidente que a companhia ganha com isto a médio e longo prazos", analisa Maria doSocorro Machado. A tendência é a informatização de todo o mercado segurador. Dos grandes aos pequenos. Com o objetivo de agilizar e integrar os seus serviços, a ltaú Seguros colocou à disposição de algumas corretoras uma equipe para prestar suporte na implantação da informática. Para Maria do Socorro Machado, a intenção da ltaú é estimular o uso da informática para que possam oferecer um bom atendimento aos clientes, além de agilizar a prestação de serviços aos corretores. Para o mercado segurador, cuja matéria-prima é a informação contida nos cadastros, apólices e contratos de seguro, a informática adquire uma função imprescindível. Não existe um mapeamento que se possa verificar quantas organizações no ramo de seguros estão informatizadas, mas empresas especializadas na comercialização de software já descobriram o potencial do setor e investem em produtos específicos. É o caso da CMA-Intellect, uma "software house" sediada em São Paulo, que comercializa o Premium, um sistema de gerenciamento destinada as corretoras. Segundo Manoel Dantas Matos, diretor-presidente da empresa, os maiores compradores deste software são as grandes seguradoras como o Bamerindus, Vera Cruz e Paulista que adquiriram o produto para oferecer aos corretores com os quais trabalham. A vantagem do Premi um é a padronização da troca de informação para todo o mercado sem se tornar exclusivo de uma seguradora, isto é, o software não limita a corretora a só operar com uma determinada seguradora. "O corretor não gosta de ser colonizado", afirma Matos. O Premi um está sendo comercializada por mil BTNF mais uma assinatura mensal opcional de 50 BTNF para o usuário receber literatura de atualização sobre o produto. Revista de Seguros
No sistema de informática implantado na ltaú Seguros, o usuário tem acesso aos dados cadastrais dos seus clientes podendo estabelecer cruzamento de informações de todo o tipo que desejar. Um exemplo é o Sistema de Administração de Vendas (SAV).
Agilidade é a palavra chave do mercado segurador. Foi pensando nisso que a CMÃ-Intellect colocou no mercado vários softwares no campo dos aplicativos e banco de dados . Um exemplo é o MAILSEG, que funciona como um correio eletrônico, acessando inclusive terminais de fax e telex. A conexão pode ser feita dentro da organização (no.mesmo prédio ou em diversos locais) ou entre diferentes empresas em todo o país. Segundo Matos, o sistema já está funcionando em mais de 5 mil pontos interligados a nível de Brasil, o que significa ao assinante, mediante uma senha, acessar as organizaç(>es no ramo de seguro para negociar ou trocar informações. O custo mensal fixo é de 100 BTNF, mais 25 BTNF por hora de utilização. A CMA-Intellect afirma que o software "roda" em qualquer microcomputador, bastando para isso um modem e um software de comunicação. Outro serviço oferecido pela CMAlntellect é um banco de dados chamado VIDEOSEG . Este software, segundo descrição do produto, "permite o acesso aos dados cadastrais, de desempenho operacional, econômico e financeiro das companhias seguradoras, individualmente ou de forma agregada, resultante do sistema de informações periódicas da Susep - Superintendência de Seguros Privados." Segundo Matos, com o VIDEOSEG as seguradoras poderão transmitir os seus dados diretamente para a Susep. Para isso, basta as micro, um modem e um software de comunicação. Este serviço custa mensalmente 500 BTNF e mais 50 BTNF por hora de conexão.
No ramo dos aplicativos, a Assembler Informática, outra "software house" de São Paulo, oferece três produtos específicos para o ramo de seguros. Segundo Pu Ko Fei, gerente técnico, os três softwares servem para cálculos de prêmios. Um no ramo de automóveis , outro para transportes e o terceiro no ramo de incêndio. Além dos cálculos, é possível a emissão de vários tipos de relatórios como a descrição de embarque no caso de transporte ou uma conta mensal a ser enviada ao cliente. Para Fei, não é possível estabelecer um preço único desses aplicativos e o seu valor depende de cada situação concreta de uso. Outro uso possível da informática está relacionado às fraudes no seguro. É o que ficou evidente no I Seminário de Detecção e Prevenção de Fraude em Seguro, realizado recentemente em São Paulo. Segundo Cathy Murawski, gerente da unidade de investigações especiais na Employers Health lnsurance Company, EUA, a informática permite o cruzamento de vários tipos de dados, marcar códigos em cadastros de segurados ou fornecedores que estejam sob suspeita e também realizar estatísticas que possam comprovar a eficácia do desempenho da unidade de investigação de uma seguradora. As demandas do mercado para conhecer mais a fundo os recursos e aplicações desta poderosa ferramenta poderão ser contempladas no Congresso de Informática no Mercado de Seguros, promovido pela Fenaseg, a ser realizado em novembro próximo. Os interessados que se inscrevam. 29
PRODUTOS & SERVIÇOS
Dois novos seguros de RC estipulam coberturas para terceiros e cargas
Acordado na XV Reunião de Ministros de Obras Públicas e Transportes dos Países do Cone Sul e previsto pelo art. 15 do Convênio sobre Transporte Internacional Terrestre, foi instituído o Seguro de responsabilidade civil do transportador rodoviário em viagem internacional (danos causados a pessoas ou coisas transportadas ou não, à exceção da carga transportada). Em vigor desde I 0 de janeiro, a apólice única terá validade para os sete países que compõem o Cone Sul, formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Bolívia e Peru . Fica estabelecido pelo art. 15 do Convênio que "as empresas que realizem viagens internacionais estão obrigadas a assumir as responsabilidades oriundas da contratação de transporte, quer seja de carga ou de pessoas e de sua bagagem - acompanhada ou despachada - , bem como a responsabilidade civil por lesões ou danos ocasionados a terceiros não transportados, de acordo com as leis e regulamentos vigentes em cada país por cujo território circulem os veículos". Regulamentado pela Circular Susep 08/ 89, de 21 de abril do ano passado, o contrato de seguro de RC para transportadores terrestres será firmado em dólar, cabendo ao Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) promover a operacionalização da apólice no País e responder, ainda, pela tarefa de administrar a captação e remessa de divisas aos países signatários do Convênio. O bilhete de RC do transportador terrestre é obrigatório e, para que não ocorram fraudes contra o novo seguro, as autoridades fronteiriças já fo32
ram P.otificadas no sentido de exigir a prova de contratação da apólice. Para tanto, os transportadores terão de portar o Certificado de Seguro Bilíngüe. Esse certificado deverá dispor de informações sobre as companhias conveniadas ao seguro de RC transportador em cada país incluído no trajeto da viagem e número de dias em que o veículo ficará em território estrangeiro. O critério de companhias conveniadas tem por objetivo determinar que seguradora, em caso de sinistro, prestará assistência ao segurado e/ ou vítimas. Como o bilhete só tem validade em território fora do país estipulante do seguro, as conveniadas responderão pela liquidação dos sinistros, pelo pagamento de despesas adicionais, sendo, posteriormente, ressarcidas. Além do bilhete que trata de danos provocados a pessoas, bens materiais, e a terceiros, transportados ou não, outro bilhete de RC do transportador para danos à carga, também, está em vigor desde janeiro. Trata-se do Seguro de responsabilidade civil do transportador rodoviário em viagem internacional - danos à carga trans-
portada. Desde o dia 5 de janeiro, o RC de carga vigorava, inicialmente, para o Brasil e Argentina. Mas, a partir de 31 de março, passou a ter validade para todos os países do Cone Sul. O seguro de RC para carga, em linhas gerais, "prevê o reembolso ao segurado (até o limite do valor segurado) de quantias pelas quais, por disposição das leis comerciais e civil, for ele responsável , em virtude das perdas ou danos sofridos pelos bens ou mercadorias pertencentes a terceiros e que lhe tenham sido entregues para transporte, por rodovia, para viagem internacional" - afiança a cláusula I do contrato de seguro. Entre os riscos cobertos estão os casos de explosões, incêndios, capotagem e colisões do veículo transportador onde ocorra perda ou dano à carga transportada. Revista de Seguros
CTSTCRCT A Comissão tem como atribuição o estudo de qualquer assunto relacionado com as operações de seguro e resseguro dos ramos de Transportes, Cascos, inclusive Riscos de Petróleo, Responsabilidade Civil do Transportador e Aeronáuticos; estudar a evolução do mercado com relação a estes seguros para propor e defender adequações legais, tarifárias e operacionais, que coloquem o seguro de acordo com a necessidade do mercado. A Comissão é composta de 15 membros que se reúnem quinzenalmente e extraordinariamente quando assuntos relevantes necessitam de estudos e/ou resoluções em curto prazo. As decisões que não forem aprovadas por mais de 2/3 do total dos componentes são encaminhadas à CPCG, Comissão Permanente de Coordenação Geral, para decisão, antes do seu encaminhamento aos órgãos oficiais.
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AER
Mário Baptista disse que a comissão estuda um novo plano de resseguro .
Atualmente, segundo Mário Baptista, a Comissão está estudando a adoção de um plano de resseguro diferenciado para os transportes terrestres. Este plano consiste na substituição do resseguro excedente de responsabilidade por um resseguro de cota combinado com o de excesso de danos. No de cota, se estabelece uma percentagem de resseguro fixa. ''A vantagem desse plano consiste
na eliminação dos CET - Cessão de Excedente de Transporte -, isto é, da efetuação de um resseguro do excesso de responsabilidade em cada uma mesma viagem'', explicou o presidente da Comissão. Algumas seguradoras já solicitaram ao IRB a adoção de planos semelhantes, o que foi concedido. A idéia atual do IRB é a generalização deste plano para seguros terrestres. No momento, a Comissão também está empenhada em estudar a atualização da Tarifa de Transportes Internacionais, concessões de Tarifações Especiais; não aprovados por unanimidade pelos componentes das Comissões dos Sindicatos, as tarifações especiais de segurados do Rio de J aneiro e de outros -Estados, onde não haja Comissão de Transportes, apreciações sobre Registro de Comissários de Avarias, consultas de seguradoras e apreciações sobre alterações nos atuais planos de resseguro do IRB.
SOB NOVA DIREÇÃO Prezado leitor, A Revista de Seguro está passando por uma total reformulação para atender às exigências do mercado. Sendo assim , ela está mais adequada-a seus interesses.
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REPORTAGEM
Seguro Saúde: uma história com novos personagens Da equipe de reportagem
A precariedade dos serviços de assistência .médica prestados pelo Estado deixou uma lacuna hoje explorada por dois segmentos: medicinas de grupo e sociedades seguradoras. Embora atuem de forma diferente, estes dois segmentos prometem disputar cada fatia do mercado, e neste caso quem ganha é o consull)idor.
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Rev ist a de Segur
Breno Cerqueira Leite acredita que hoje o mercado está preparado para comercializar o seguro Saúde.
Legalmente, o seguro Saúde foi instituído no País através do Decreto Lei n° 73 de 1966. Somente dez anos depois, quando o CNSP pela Resolução ll/76 normatizou esta atividade, é que três companhias decidiram-se a entrar no mercado e hoje, destas, apenas uma o comercializa. Atualmente, vencidos alguns obstáculos, diversas companhias oferecem este produto, mas a conseqüência disto é uma acirrada disputa com empresas de medicina de grupo e cooperativas médicas que temem perder espaço neste mercado potencial. A diferença básica entre seguro Saúde e assistência médica é o objetivo de cada uma. A primeira caracterizase por um seguro onde o risco coberto é a despesa do segurado com assistência médica, indenizada sob a forma de reembolso, prevalecendo também a livre escolha como condição básica. A assistência médica funciona por pré-pagamento e o objetivo maior é a prestação deste serviço através de uma rede de médicos e hospitais credenciados. Mas se por um lado a Susep, com a intenção de facilitar o atendimento ao segurado, possibilitou às companhias a prestação de assitência médica através de convênios com médicos e hospitais, também possibilitou, após a queda da carta patente, às medicinas de grupo e cooperativas médicas a entrada no mercado de seguros, Revista de Seg uros
Pedro Pereira de Freitas é otimista em relação ao futoro do seguro Saúde.
desde que atendam as condições mínimas estipuladas de capital para funcionamento. Para Breno Cerqueira Leite, gerente de previdência privada da Interamericana Cia. de Seguros, atualmente existe uma grande possibilidade de o seguro Saúde se desenvolver e não incorrer nos mesmos erros do passado, quando, sem uma proteção contra os aumentos dos custos e sem meios para controlar o verdadeiro montante das despesas, ficou sujeito a inúmeros tipos de fraudes, amargando sérios prejuízos posteriormente. Segundo ele, hoje as seguradoras têm condições de adequar-se a este mercado e a própria Susep ajudou neste sentido não determinando planos rígidos ônde as companhias devessem se enquadrar. Com isto, Breno acredita, além de meios para criar, as seguradoras poderão compatibilizar os custos, negociando diretamente com as empresas prestadoras de serviço. O diretor técnico da ltaú Seguros, Alfredo Del Bianco, não compartilha a mesma posição otimista. A Itaú, que lançou, em 1976, o Hospitaú, enfrentou vários problemas para a manutenção do produto, entre eles a alta inflacionária a partir de 1985 e o aumento desprop(l)rcional dos custos médico-hospitalares, que resultou na retirada do produto do mercado. Del Bianco afirma que o mesmo quadro se
apresenta atualmente, "ou até pior, devido. aos efeitos da inflação e dos planos Bresser e Verão que congelaram o preço do seguro mas não dos custos de assistência médica". A saída que ele vê é a estabilização da economia, que tomaria o produto seguro Saúde atrativo às empresas, pois tempotencial ~ara isto. "Hoje eu acho que o mercado está totalmente preparado para o seguro Saúde", afirma Pedro Pereira de Freitas, diretor superintendente da Multiplic Seguradora. Para ele, o seguro Saúde foi um grande sucesso de marketing e os problemas que ocorreram com o Hospitaú foram de ordem interna, o mesmo se aplica ao Dr. Comind, paralisado em função da liquidação do banco Comind. Quanto ao Saúde Bradesco, também reconhece, "é um grande sucesso de vendas". Pedro Pereira de Freitas participou da regulamentação original junto ao CNSP do seguro Saúde e ainda na reformulação e lançamento do primeiro produto vendido no mercado na década de 70. Por isto ele se mostra otimista em relação ao futuro deste produto, ressaltando que isto poderá ocorrer, principalmente, em função das seguintes variáveis: deteriorização da assistência médica estatal; democratização do produto junto ao consumidor; e estruturação das empresas na distribuição e operacionalização do seguro Saúde. 35
Saúde concorrida O problema de saúde no País, ao que tudo indica, nunca teve uma solução eficaz. São históricos os tempos onde as escolas de medicina eram essencialmente destinadas a uma elite e o governo pouco intervinha neste processo . A saúde era tratada através da medicina particular ou sociedades clínicas beneficentes. Uma tentativa de reverter esta situação ocorreu no governo de Getúlio Vargas que realizou os primeiros ensaios por intermédio de casas de saúde beneficentes e em seguida pelos diferentes institutos de aposentadoria e pensões. Até que, mais tarde, com a criação e desenvolvimento dos serviços médicos dentro destes institutos, surgiu a unificação da previdência social. O tempo demonstrou que a alta de custos nos serviços médicos e a crise econômica que ainda assola o País só deixavam uma saída para o
Por conta do incentivo do Estado às medicinas de grupo era dado um retorno que na época correspondia a 50% do que fosse cobrado por eles . Mas este percentual cai1,1 para 100Jo, quando o então ministro da Previdência Social, Jair Soares, pressionado pelas associações médicas, estagnou o setor, bloqueando a homologação de novos convênios.
Estas associações, nascidas em Santos por volta de 1967, conhecidas como Unimeds - União de Médicos - , formavam cooperativas que atuavam sem fins lucrativos e justamente por isso recorreram ao código de ética para lutar contra as seguradoras e medicinas de grupo. Foi assim que, procurando outras alternativas, a medicida de grupo descobriu na pessoa física um novo filão de mercado a ser explorado. Segundo os dados de 1988, fornecido pela Associação Brasileira de Medicina em Grupo (ABRAMGE), o total de pessoas atendidas pela medicina de grupo é de 15 milhões, o que equivale a 10% de toda a população brasileira. Neste mesmo período, cerca de 10 mil empresas conveniadas injetaram no setor em torno de US$ 1 bilhão e 200 milhões, mantendo uma rede de 78 hospitais e 600 ambulatórios próprios, 300 grupos médicos e mais mil hospitais conveniados.
foi conseqüência de ·pressões da classe médica que, em nome da ética, suscitava enormes discussões sobre os diferentes significados do termo seguro Saúde. Neste mesmo ano, a Comind Seguradora lançou o primeiro produto nesta área, o Dr. Comind, que deixou de ser comercializado quando o grupo foi extinto. Em seguida, outras duas companhias, utilizando-se de verdadeiras máquinas de venda, entraram no mercado: Itaú e Bradesco, com o Hospitaú, que não é mais comercializado deste 1985, e o Saúde Bradesco, que permanece até hoje. Os primeiros resultados com a operacionalização do seguro Saúde não satisfizeram o mercado de seguros. Várias versões tentam explicar o fato e uma delas define que houve uma distorção da utilidade do seguro pelos consumidores, que passaram a utilizá-lo como medicina preventiva e não
como reembolso. Em 1988 foi a vez de novos protestos da classe médica. Ocorre que, pela resolução 16, o CNSP concedeu autorização às companhias de seguros a operarem no "Seguro de Assistência Médica e/ ou Hospitalar" . Sendo que no ano passado através da Circular 05/ 89 a Susep estabeleceu que, "des· de que preservada a livre escolha, poderão as seguradoras estabelecer acordos ou convênios com prestadores de serviços médico-hospitalares e odontológicos para facilitar a prestação de assistência ao segurado''. Por outro lado, apesar dos protestos, as medicinas de grupos e as cooperativas médicas, temendo perder associados para o mercado de seguros, descobriram uma outra saída para concorrer diretamente com as companhias seguradoras: obedecendo ao capital mínimo estipulado pela Susep, elas próprias serão as seguradoras, é o caso da Golden Cross , Amil e outras.
INAMPS - o grande comprador de serviços médicos - , delegar a terceiros a prestação desse serviço . Com isto, incentivados pela própria previdência social, surgiram os primeiros grupos médicos: as medicinas de grupo. A área de atuação destes grupos médicos eram as pessoas jurídicas. A notícia que se tem do primeiro convênio realizado junto a uma empresa data de 1964, quando a Volksvagen contratou uma empresa médica para garantir assistência médico-hospitalar para seus funcionários .
Em nome da ética O seguro Saúde surgiu numa época em que as medicinas de grupo e as cooperativas médicas começavam a ganhar mercado, enquanto que a medicina estatal apresentava sinais de deteriorização. A regulamentação deste seguro foi feita pelo Decreto Lei 73 / 66 e estabeleceu como condição básica a livre escolha, garantindo ao segurado o direito de recorrer, em caso de sinistro, a qualquer médico ou hospital. Este decreto definiu também às seguradoras a proibição da prestação direta dos serviços de assistência médica ou hospitalar, sendo as indenizações pagas ao próprio segurado, mediante reembolso dos gastos por ele efetuado com saúde, ou ao prestador destes serviços. Somente dez anos após ser legalmente instituído, o seguro Saúde recebeu do CNSP, através da Resolução 11/76, a regulamentação. A demora 36
Rev ista de Seguros
REPORTAGEM
Seguradoras apostam em expansao de seguro Saúde na década de 90 Da equipe de reportagem
Instituído formalmente há mais de 20 anos, somente no início dos anos 90 o seguro Saúde dá mostras de atingir maturidade em termos de comercialização. Depois de apresentar um espetacular crescimento de prêmios arrecadados em 89, o seguro Saúde demonstra novo fôlego e, segundo previsões otimistas de líderes do setor, deverá disputar, nessa década, a posição de liderança com o ramo Autos no critério de arrecadação de prêmios. Sintonizando o potencial de Carteira Saúde, que pode dispor de 15 milhões de segurados, algumas companhias de seguros preparam-se para arrebanhar o enorme contingente de novos clientes. Por ora, ainda .são poucas as seguradoras que atuam no ramo, mas inevitavelmente, por conta da crescente demanda, as companhias deverão contar em suas carteiras, no futuro, do seguro Saúde.
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Presidida por Milton Soldani Afonso, a recém-criada Golden Cross Seguradora S.A . é uma das companhias que pretende dar ênfase à comercialização do seguro Saúde. Companhia vinculada a um dos mais tradicionais grur, JS de medicina em grupo , a Seguradora Golden Cross, que deverá estar apta a operar com todos os seguros nos próximos meses, de acordo com Soldani não vai deixar de dar atenção especial ao ramo Saúde. De acordo com o presidente da Golden, o seguro Saúde apresenta realmente uma grande vocação de crescimento e, nos anos 90, tende a tornar-se um filão muito cobiçado pelas seguradoras. Para reforçar sua opinião, ele recorda que a Golden Cross Assistência Internacional de Saúde obteve, apenas em janeiro, uma arrecadação de NCz$ 550 milhões com captação de planos de saúde. Soldani, que costuma não ver diferenças profundas entre os planos de assistência médica das empresas de medicina grupal e os seguros Saúde das seguradoras, entende que a pers-
pectiva é de que, entre as modalidades de seguro do ramo em pauta , a que alcance melhores resultados seja a seguro empresa. A exemplo dos países desenvolvidos, Soldani acha que, da arrecadação total do ramo, 7007o serão provenientes do seguro saúde firmado com empresas, e 30% ficarão por conta de apólices individuais. Seja como for, ele não tem dúvidas de que o ramo Saúde será um dos líderes em arrecadação nos próximos anos. A exemplo de outras grandes seguradoras, o gru; :- Sul Amética só recentemente insucuiu um produto no ramo Saúde . Trata-se do Sul América Saúde, apólice criada em meados do ano passado. Antes do Sul América Saúde, a companhia atuava nesse ramo como mera administradora de planos de assistência de saúde fechada para centenas de empres.as . Com a introdução do novo seguro, estimativas preliminares apontam que o ramo de Saúde poderá responder, no período de um ano, por 10% da arrecadação global do grupo, formado por seis empresas seguradoras.
Ao justificar o ingresso da Sul América no ramo Saúde, o diretor de marketing, Felice Foglieti, diz que a decisão foi fruto da necessidade de completar "a gama de produtos oferecidos aos usuários da empresa, bem como decorre da constatação de haver uma demanda reprimida nessa modalidade de seguro". Além disso, o diretor de marketing, computando a existência de um mercado de 15 milhões de clientes potenciais, diz que o grupo Sul América não poderia ficar indiferente a esse filão. Ainda que reconheça o potencial do ramo, Foglieti prefere não fazer previsões muito otimistas para a carteira de Saúde. Para ele, o desempenho do ramo Saúde irá depender das diretrizes que os novos governos adotarão para a área de Saúde. De qualquer forma, ele entende ser improvável haver uma demanda excepcional do seguro Saúde por parcela da população, já que o crescimento das vendas torna-se vulnerável num país em que há forte concentração de renda.
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Revista de Segui'CII
REPORTAGEM
Seguro Saúde: a carteira que veio fortalecer o mercado de 90 Da equipe de reportagem
Atualmente a área de saúde, representada pelas cooperativas médicas, medicinas de grupo e planos de livre escolha, tende a se desenvolver constantemente devido à precariedade que se observa na medicina social. Com relação ao segmento do seguro saúde de livre escolha, onde o segurado pode escolher o seu médico, normalmente desenvolvido por algumas seguradoras, foram encontradas várias opções de cobertura, assim como de público alvo. A General] do Brasil, uma das companhias que atuam nesse mercado, com o Seguro de Reembolso de Despesas de Assistência Médica e Hospitalares, segundo Antonio Augusto Soares, gerente de seguros de pessoas, tem como objetivo, neste segmento, viabilizar alternativas às empresas que tenham preocupação na área de benefícios, oferecendo um programa diferenciado de assistência médica, através de planos de total livre escolha de médicos por parte de seus usuários, eleitos para fazer parte do plano. De acordo com a gerente do ramo Saúde da Generali, Fernanda Monteiro, o plano oferecido pela companhia constitui-se de cobertura básica: diárias hospitalares; serviços auxiliares (remédios); sala de cirurgia; emergências; visitas médicas e hospitalares; e honorários cirúrgicos . Dentro desta cobertura existem as coberturas opcioRevista de Seg uros
A Genêrali já atua no Seguro Saúde desde 1979, no sistema de reembolso de despesas de assistência médica e hospitalares, através de planos de total livre escolha de médicos . A Nacional estuda o mercado e as variantes de produto para lançar seu -Seguro Saúde
nais, como maternidade; plano de assistência médica geral; e plano de excedentes (plano que cobre todos os e?'cessos do plano básico e da maternidade), só dirigido a empresas . Os custos variam de acordo com os níveis de cobertura escolhidos por cada empresa e também de acordo com o número de segurados que participam do plano, completou Fernanda. A Generali começou a utilizar o Seguro Saúde em 79 e, segundo a gerente do ramo, o perfil é o mesmo; o máximo que ocorreu foram mudanças no sentido de adaptar as cláusulas con forme a necessidade do cliente, pensando sempre no melhor atendimento do segurado, finalizou . A Nacional Companhia de Seguros ainda não tem a carteira de Seguro Saúde, mas, de olho nesta fatia do setor, já contratou uma firma especializada para pesquisa de mercado e constituiu um grupo de trabalho com atuários e especialistas em medicina em grupo, de forma que possa, a médio prazo, tomar uma decisão quanto à probabilidade de operar na carteira e a que inícios de mercado irá voltar as suas atenções. Na opinião de Nilton Ribeiro, diretor técnico da Companhia, a carteira de seguro Saúde é uma carteira que o mercado não pode deixar de examinar com o necessário cuidado, porquanto é um produto necessário, finalizou. 39
REPORTAGEM
lnteramericana busca nas grandes empresas o filão de seus negócios Da equipe de reportagem
" O Produto foi planejado para se r extremamente simples em todas as suas etapas" , revelou Roberto Mi chaeli s.
O Inter-Saúde, seguro de saúde comercializado pela lnteramericana Companhia de Seguros Gerais, é destinado somente a pessoas jurídicas. Mas, mesmo assim, já se encontra na terceira posição no "ranking" das empresas que operam nesta carteira, superado apenas pelo Bradesco e ltaú:
1987, quando se iniciou uma política de comercialização mais agressiva, especialmente junto aos grandes grupos empresariais, vem apresentando resultados surpreendentemente agradáveis. Entre os grandes clientes da lnteramericana na carteira, estão a Shell e a Alpargatas.
"Nós buscamos este caminho por achar que haveria um grande potencial a ser explorado . O tempo demostrou que estávamos certos e não cogitamos lançar um seguro saúde para pessoas físicas, conforme outras empresas fazem. Mesmo porque, o custo deste produto não compensa os investimentos", afirmou o diretor da lnteramericana, Roberto William Michaelis. Segundo ele, o Inter-Saúde foi lançado há cerca de 10 anos e, desde
Recentemente, teve início um projeto experimental de vendas do Inter-Saúde para empresas de médio e até pequeno portes, também com um bom retorno e a direção da companhia já pensa em investir mais neste segmento econômico. Isto não impedirá, entretanto, que a empresa mantenha a linha de buscar nas grandes empresas o filão para seus negócios.
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Tecnicamente, o seguro Saúde oferecido pela Interamericana engloba uma relação custo/ benefício não en-
contrada em outros produtos semelhan· tes pois, segundo Roberto Michaelis, o segurado tem livre escolha para uti· lizar hospitais ou médicos de sua preferência. Além disto, há cobertura para despesas de tratamento médico e hospitalar de pequeno ou grande por· te, no Brasil ou exterior, sendo estas reembolsadas em Cruzeiros ao câmbio turismo (cotação de vendas do Ban· co do Brasil). Todo o processamento dos contratos é feito por um completo sistema de automatização, propiciando agilidade no reembolso das despesas. "O produto foi planejado para ser extremamente simples em todas as suas eta· pas e a desburocracia e agilidade no processo de adesão e reembolso é que tem atraído mais os clientes, afora, e óbvio, as coberturas oferecidas", acrescentou Roberto Michaelis. Rev ista de '\egur01
EVENTOS
Zurich-Anglo quer investir mais em seguros de Lucros Cessantes Jorge Clapp
A Zurich-Anglo Seguradora ~stá apostando no futuro do mercado brasileiro e pretende investir, especialmente, na carteira de Lucros Cessantes, a partir de meados de 1990. O primeiro passo foi a promoção de um seminário que tratou do comportamento desta carteira no Brasil e na Alemanha, onde a companhia tem uma presença bastante forte. O segundo deverá ser o lançamento de um produto destinado para empresas de pequeno e médio portes, com a assessoria de técnicos especializados do Departamento de Engenharia de Riscos da Zurich-Anglo, no Brasil.
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O superintendente da Zurich-Anglo no Brasil, José Antonio Duarte de Souza, prevê um novo cenário para a carteira de Lucros Cessantes no País. ll.evista de Seguros
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''A cobertura de Lucros Cessantes exige uma boa preparação por parte dos corretores de seguros. A ZurichAnglo está atenta a este problema e, com o nosso departamento especializado e o auxílio dos próprios corretores, pretende dedicar ao ramo um espaço significativo dentro da nossa carteira'', afirmou o superintendente da empresa no Brasil, José Antonio Duarte de Souza. Ele destacou que a mudança de comportamento dos órgãos normativos do setor, especialmente o Instituto de Resseguros do Brasil, contribuirá bastante para que a empresea atinja o seu objetivo de tornar os seguros de Lucros Cessantes um produto atrativo para os segurados brasileiros. José Antonio Duarte.de Souza lembrou que o IRB vem adotando uma postura mais aberta, aceitando novas coberturas na carteira e permitindo a redução das taxas em casos especiais. Para ele, com isto, um dos principais problemas apresentados pela cobertura de Lucros Cessantes no Brasil, o alto custo das apólices, poderá ser resolvido rapidamente. Segundo o superintendente da Zurich-Anglo, a carteira representa hoje algo em torno de 50Jo do faturamento total do mercado segurador brasileiro, arrecadando um volume de prêmios da ordem de US$ lO milhões, anualmente. Ele acredita que esta participação poderá ser triplicada, desde que as empresas do setor ofereçam aos clientes melhores condições de cobertura e taxas mais acessíveis. Na Alemanha, as seguradoras arrecadam US$ 5 bilhões, por ano, com o ramo Lucros Cessantes, uma fatia de 28% da carteira de seguros de In42
Dentro de alguns anos, o ramo Lucros Cessantes poderá gerar algo em torno de 15% do volume total de prêmios registrado no mercado segurador brasileiro.
cêndios industriais délquele País. Além disso, no mercado alemão, para cada grupo de 100 apólices de Incêndio, há 25 de Lucros Cessantes, enquanto, no Brasil, esta relação cai infinitamente (2 de Lucros Cessantes para um grupo de 100 apólices de Incêndio). "Mesmo com estes números negativos, nós achamos que, bem trabalhada, a carteira de Lucros Cessantes pode representar, nos próximos três anos, de 15% a 20% do volume total de prêmios arrecadados pela ZurichAnglo, no Brasil. A empresa quer ter um papel correspondente no ramo e, tenho certeza, este trabalho vai se traduzir em números bastante satisfatórios", concluiu.
Seminário • O "Simpósio sobre o Seguro de Lucros Cessantes", promovido pela Zurich-Anglo em várias capitais do País, teve a finalidade de di-
vulgar a importância do ramo para a sociedade brasileira e o empresariado em particular, visando criar condições de apoio às tentativas de incremento da apólice no mercado nacional. Os principais destaques no evento foram os dirigentes da Zurich-Anglo na Alemanha, Ferdinand Kremmer e Helmo Sholz, que revelaram o seu en· tusiasmo com o desenvolvimento da carteira de Lucros Cessantes em toda a Europa nos últimos anos. Segundo eles, a taxa de prêmios no ramo era bastante alta há algum tempo, quan· do atingia a duas vezes e meia o va· lar cobrado no ramo Incêndio. Hoje, entretanto, as taxas se equivalem e o comportamento da carteira de Lucros Cessantes vem crescendo a níveis surpreendentes. Ferdinand Kremmer e H elmo Sholz afirmaram que ainda há na Alemanha um bom espaço para o crescimento da carteira, pois apenas 40% das empresas contratam, habitualmente, seguros de Lucros Cessantes. Entretanto, um dado que poderá auxiliar no incremento do ramo naquele país é que, das empresas restantes, quando há um sinistro, apenas 30% conseguem sobreviver. Além disto, a Justiça alemã não permite a demissão de funcionários de empresas sinistradas, se não comprovarem a contratação anterior de apólices de Lucros Cessantes. "O seguro de Lucros Cessantes representa uma sobrevida para a empresa sinistrada. Podemos até dizer que é um verdadeiro seguro de Vida empresarial. Portanto, acreditamos no incremento da carteira em todo o mundo, mais cedo ou mais tarde", afirmou Ferdinand Kremmer , com a concordância de Helmo Sholz. Revi sta de Segur01
OPINIÃO
A trajetória do seguro de vida em alguns 11 Fiashes" Luis Mendonça
O seguro de vida nasceu no século XVIII, quando se criou na Inglaterra a 11 Society of lnsurance for Widows and Orphans". A nova instituição não tardou a obter prestígio, ungida pelo reconhecimento de suas virtudes sociais. Tanto assim que, antes de findar o século do seu aparecimento, foi contemplada com atraente incentivo fiscal: o abatimento do prêmio no cálculo do imposto sobre a renda. Isso - fique sublinhado - há quase duzentos anos.
Práticas Anteriores • Formas ancestrais do seguro vida, com ele aparentadas nos objetivos, existiram ao longo de séculos. Há notícia, por exemplo, das Collega Tenuiorum na Roma Imperial, organizações de ajuda mútua que agrupavam diferentes segmentos da população ativa (suboficiais, pequenos comerciantes, lavradores, operários de minas, funcionários públicos subalternos, etc). Sempre tiveram esse caráter gremial as antigas fórmulas de proteção financeira a viúvas e órfãos . Prevalecia a divisa mutualística: um por todos, todos por um. Os sobreviventes repartiam entre si os ônus do amparo por todos prometido às famílias dos que não sobrevivessem. Tinha-se por princípio que a boa sorte de muitos protegeria a desventura de alguns. Tais fórmulas de ajuda mútua surgiram com as aglomerações urbanas. Nestas, a segurança econômica do grupo familiar, sem o arrimo existente em corpos sociais como a tribo e o clã, demandaria nov_o tipo de solução. Apesar de longa história de fracasRevista de Seguros
sos, o mutualismo por muito tempo suscitou esperanças de êxito, multiplicando-se as experiências com esse esquema de auXIlio mortuário. Justifica-se tal persistência: não havia outro caminho, antes do seguro de vida. Causas de Insucesso • Na literatura ocidental, a explicação mais comum para tais fracassos é a da carência de bases técnicas nas antigas mutualidades. Argumenta-se que lhes faltavam condições científicas, apenas sobrevindas depois que no século XVII passaram a ter vigoroso fundamento matemático, com Pascal, o estudo das probabilidades e, com Halley (o astrônomo famoso), o estudo das funções biométricas. Talvez nem tudo seja imputável à falta de técnica e de ciência. Afinal de contas, segundo a "Bible of Life Insurance'', o primeiro Atuário da história terá sido DOMITIUS ULPIANUS, prefeito da antiga Roma, que chegou a organizar uma tábua de mortalidade, em seus estudos sobre os registros de óbitos e nascimentos.
O mutualismo pioneiro terá esbarrado não apenas no atraso técnico, mas também num repertório de outros fatores adversos: econômicos, sociais, demográficos e culturais. O contexto econômico reduzia-se a acanhado espectro de atividades produtivas. E a organização social, privilegiando uns poucos, repartia os bens produzidos empobrecendo a grande maioria. Pouco ou nenhum lugar havia para uma classe média. A evolução demográfica- ela, sim, prejudicada pelo atraso científico foi sempre lenta, padecendo a falta de condições sanitárias favoráveis. Era curta a expectativa de vida e baixo o coeficiente de expansão populacional, este contido pela vizinhança entre os índices de óbitos e nascimentos. O peso do componente cultural pode ser ilustrado até sem o recurso a exemplos de tempos remotos. Em amplas regiões da Ásia, ainda hoje a idéia do seguro de vida encontra resistências de fundo religioso. Na Arábia Saudita, por exemplo, sempre funcionavam apenas agências de segurado43
ras estrangeiras, pois o Carão vedava aos locais a exploração do seguro. Entretanto, o país há anos vem investitndo na diversificação da sua estrutura produtiva, para escapar à excessiva dependência do petróleo exaurível. E por isso o Governo reconheceu afinal a necessidade de uma seguradora local, protegendo a economia e os investimentos nacionais. A solução foi aprofundar o estudo dos ensinamentos do Profeta, à busca de nova e moderna interpretação dos textos sagrados. Dessa maneira chegou-se a outra versão. Nada realmente acontece por acaso, mas por vontade de Alá, inclusive a adversidade do acidente ou do evento danoso. Apesar desse determinismo sagrado, não é proibido que se dê auxílio ou amparo a quem é castigado pelo acontecimento adverso. Proibido é transformar essa proteção em fonte de lucro. Portanto, em janeiro do ano passado, o Rei Fahad autorizou a constituição de uma seguradora mútua sem fins lucrativos: a' 'National Company for Cooperative Insurance". Queda das Barreiras • No Ocidente, foi a partir do século XIX que se operou a grande remoção de obstáculos. A Revolução Ind ... strial mudou a escala de produção, a produtividade e o panorama sócio-econômico. O avanço científico e tecnológico, que provocou revolucionária transformação da economia, mudou também o quadro demográfico. Em 1800, já com doze séculos de história, a Europa tinha 180 milhões de habitantes. Em 1914, isto é; pouco mais de um século depois, a população já era de 460 milhões, crescendo cerca de 156 por cento. Mudanças tão amplas nas bases econômica e demográfica implicariam, obviamente, significativas alterações sociais e culturais. Abriram-se largos espaços para a ocupação de uma crescente classe média: E alargou-se de forma contínua o leque da oferta de bens de consumo. "Cresceu a vida do homem na dimensão da potencialidade", pois "conta ele com um espectro de possibilidades fabulosamente maior que nunca". Isso observou Ortega Y Gasset, na década de 30, em seu ensaio "A Rebelião das Massas". E disse ele, ainda: a vida do homem médio, que está para a história como o nível do mar está para a geografia, agora alcança padrões antes característicos apenas das minorias culminantes. "Se, pois, o nível médio se acha ho44
je onde antes só o tocavam as aristocracias, isso quer dizer lisa e saudavelmente que o nível da história teve uma subida repentina'', dando um salto em poucas gerações, no correr tão-somemte de um século. Foi esse novo rumo da história que, mudando a qualidade de vida desde a base ao vértice da pirâmide social, rasgou amplos horizontes ao seguro de vida e outras formas de seguros de pessoas. Por todos os motivos, inclusive o demográfico . No período 1900-1980, a expectativa de vida aumentou dos 45 para os 73 anos, em seis importantes países da Europa, e dos 50 para os 74 anos nos Estados Unidos. No período de 1960-1980 foi observado, ainda, em 23 países de boas condições econômicas (incluídos, é óbvio, os industrializados) que: I) na pirâmide etária: a) o grupo mais jovem (abaixo dos 15 anos) caiu 5,5 pontos percentuais, baixando para 23.1 OJo da população; b) o grupo mais idoso (acima dos 65 anos) cresceu 2,8 pontos percentuais, elevand0-se para 11,3% da população; 2) decresceu de I ,4 para I ,2 (em média) o coeficiente de pressão econômica sobre a população ativa, isto é, a carga sobre ela exercida pelos nãoativos. As quedas mais acentuadas desse coeficiente ocorreram nos Estados Unidos (de 1,6 para I) e no Canadá (de 1,8 para 1). Essa evolução demográfica resultou de extraordinário progresso científico, tecnológico, econômico, social e cultural. Nos últimos 50 anos, a história deu salto ainda maior (e mais rápido) que o assinalado por Ortega y Gasset na década de 30. Hoje, na era da informática e da invasão do espaço cósmico, cresceu muito mais a vida humana na dimensão da potencialidade. E essa nova onda de progresso veio, é claro, carregada de implicações para o seguro vida. Abertura do Leque • A exemplo das predecessoras caixas mortuárias, . o seguro de vida de início limitou-se a formas simplificadas de proteção a ,·iúvas e órfãos. Entretanto, na medida em que o desenvolvimento sócio-e..:onômico foi abrindo o leque das necessidades e aspirações humanas, tal seguro também se enriqueceu, desdobrando-se em variada oferta de garantias ao público. . O risco, essa variável desconhecida que é a duração de vida do indivíduo, foi decomposto em duas catego-
rias: a morte e a sobrevivência (a determinado período de tempo). A proteção financeira, também em versão dupla, assumiu as formas do pecúlio e da renda . E dessas duas vertentes rolaram variadas combinações, talhando diversificados planos de garantias operadas pelo seguro. A educação do filho menor; a assistência ao filho excepcional; a liquidação da dívida contraída para aquisição de casa própria ou de bens de consumo duráveis; a pensão ao próprio segurado; a preservação do capital da pequena empresa (morrendo sócio); a pensão à filha (quando solteira após determinada idade) até mesmo a pensão à esposa, sobrevindo divórcio após duradoura ligação matrimonial, essas e outras formas de cobertura e de garantias acrescentaram-se aos planos clássicos do seguro de vida. Dados Recentes do Seguro Mun· dia! • Vejamos agora alguns dados sobre o recente comportamaento mundial das operações de seguros de vida (excluídas as economias socialistas). No período 1960-1983, o volume de prêmios elevou-se de 20,1 para 201 bilhões de dólares. Decuplicou, alcançando a taxa de crescimento da ordem de 10,5% ao ano. Os demais segurós,
an conjunto,
cresceram à taxa anual
de 10,711/o. Mesmo expurgando-se dos prtmios nominais o teor da inflação mericana (que no período acusou a mMia anual de 5,4%), houve bom crescimento efetivo (4,8o/o a/a) do sepro de vida. E cumpre observar ainda: 1)que, no triênio 1980-1983, o sepro de vida cresceu acima do conj unto dos demais ramos (4,7% contra 2,3'!t ao ano); 2) que, ao longo doperfodo de 1960-1983, a arrecadação de premios do ramo vida correspondeu an média a 71% da arrecadação total dos demais ramos. Há mais. Estudo recente apurou 01 seguintes e expressivos indicadores: 1)em 16 dos 18 países analisados, vem crescendo a relação capitais segurados IPNB, destacando-se o caso do Japão, onde tal índice triplicou entre 1970 e 1983; 2) naqueles mesmos países o motor do crescimento do ramo Vida tem sido (com poucas exceções) o seguro an grupo. Conhecemos aqui no Brasil a força de penetração do seguro em grupo, cuja expansão é favorecida: por am custo mais reduzido; pela tendência de empregadores a incluírem na sua política de pessoal a contratação de seguro de vida para os empregados; pela menor vulnerabilidade à corrodo inflacionária. A pressão negativa da inflação desencorajando seguros de prazo longo pode ser aquilatada atrav.és de alguns exemplos muito imples. Com uma inflação anual de 51Ft, o capital segurado perde metade seu valor original em cerca de 14 39% em 10 anos; 21 ,6%, em 5 Com uma inflação anual de 10%, • perdas do capital segurado original llo: metade, em 7 anos; 40% em 5 Para encerrar estas ligeiras referênao panorama mundial, v·ai aqui observação a respeito 'dos 15 mercados seguradores do ''ran' mundial. Neles, o volume de premios do seguro de vida representa de 2 a 4 por cento do PNB em 9 paíe de 1 a 1,9 por cento do PNB S outros. A Itália registra taxa bem inferior não obstante o conjunto dos ramos tenha volume de prêda ordem de 2,3 por cento do
O Mercado Americano • A análida atividade seguradora é sempre ~~~ue,ciaí:t,
quando inclui subsídios experiência dos Estados Unidos, por causa do volume tanto de prê-
Nos Estados Unidos, chama a atenção o número de segurados no Ramo Vida: são cerca de 150 milhões de pessoas, o equivalente a dois terços da população norte-americana.
mios como de informação estatística, naquele país. Chama desde logo atenção, ali, o número de segurados no ramo Vida: 150 milhões de pessoas, correspondendo a 2/3 da população. Em 1982, os capitais segurados somaram o equivalente a 156% da Renda Nacional; e sua média aritmética, para os 90,8 milhões de famílias existentes no país, foi de US$ 49,3 mil, subindo a US$ 57,3 mil em relação ao 78,1 milhões de famílias seguradas. É um robusto mercado, cujo faturamento de prêmios evoluiu a taxa anual de 7,9% entre 1950 (US$ 7,2 bilhões) e 1984 (US$ 94,1 bilhões). No período 1950-1984, dois fatos convém destacar quanto ao ramo Vida: 1) O número de seguradoras aumentou de 649 para 2.134; 2) as maiores taxas de expansão, nos negócios de tais seguradoras, ocorreram nos planos de pensões e de seguro saúde. Em 1982, a receita de prêmios totalizou US$ 134,8 bilhões, assim decomposta: Seguros de Vida, nestes incluídos US$ 42,8 de seguros de pensõesUS$ 94,1 Seguro-Saúde US$ 40,7 USS 134,8
bilhões bilhões bilhões bilhões
Entre 1950 e 1984, em termos de receita de prêmios, o seguro de Vida cresceu de US$ 939 milhões para US$ 42,8 bilhões (11,9% ao ano) nos planos de pensões, e nos demais planos, de US$ 6,2 bilhões para US$ 51 ,3 bilhões (6,4% ao ano); o seguro saúde cresceu de US$ 1 bilhão para US$ 40,7 bilhões {11,5% ao ano). Esses dados revelam a capacidade de adaptação das seguradoras às tendências do mercado. Souberam elas responder à concorrência dos Fundos de Pensões, mecanismo de conquista de melhores níveis de aposentadoria, cujo grande ímpeto ocorreu a partir dos anos 50 entre as instituições sindicais. Os planos de pensões das seguradoras, que em 1940 tinham apenas 695 mil participantes, em 1955 já abrangiam 4 milhões, chegando em 1984 35,5 milhões. A outra resposta das seguradoras de Vida foi a procura do seguro saúde que se tornou ascendente na medida em que, de um lado, aumentou a insatisfação com os padrões de assistência médica do seguro social; de outro lado, elevaram-se os custos da medicina particular. Sintetiza essa mudança estrutural em indicador bastante expressivo. Os seguros de Vida (excluídos os planos de pensões) em 1950 representavam 76% da receita das seguradoras do ramo; em 1984, passaram a representar 38%. Outros dados de grande interesse, para fins analíticos, são os que se referem ao perfil das compras de seguros novos. O último ano sobre o qual dispomos de informações é o de 1982, quando as compras totalizaram US$ 837,9 bilhões em capitais segurados. Naquele ano, 73% dos compradores distribuíam-se em classes de renda anual abaixo de US$ 25 mil. E a distribuição de freqüência das apólices mostrou que 55% das mesmas situavam-se em classes não superiores a US$ 25 mil de capital segurado. Também importa assinalar, no seguro de vida americano: 1) que a relação entre o valor médio da apólice por família e a renda anual disponível também por família, da ordem de 1,9 em março de 1945, logo a seguir se establilizaria em 2,3 até 1982, chegando a 2,5 em 1984; 2) que, desde 1945 até hoje, os prêmios pagos pelos segurados do ramo Vida têm oscilado em torno de 3,6% da renda pessoal disponível; 3) que os chamados seguros industriais (com capital inferior a mil dólares e pagamento semanal ou mensal 45
do prêmio), no final de 1984, totalizavam 58 milhões de apólices e US$ 34,4 bilhões em valores segurados. Por último registre-se que a evolução do seguro de vida tem permitido às seguradoras do ramo o desempe. nho de importantes funções econômicas e sociais. O volume de capitais e reservas (técnicas e livres), que era de US$ 64 bilhões em 1950, elevouse a US$ 723 bilhões em 1982, colocando tais seguradoras em segundo lugar no "ranking" dos investidores institUdonais. Em 1982, 44,60Jo daqueles recursos (US$ 322,5 bilhões) estavam aplicados em títulos privados; 21,7% (US$ 156,7 bilhões) em hipotecas; 13,8% (US$ 99,8 bilhões) em títulos públicos; 7,5% (US$ 54,5 bilhões) em empréstimos a segurados; 3,6% (US$ 25,8 bilhões) em imóveis.
A Evolução no Brasil • O advento do seguro brasileiro, é óbvio, teria de ser posterior à independência política do país, somente alcançada em 1822. É verdade que no período colonial aqui já se falava e escrevia sobre as virtudes de tal instituição. Em 1810, por exemplo, assim doutrinava o Visconde Cayru: "O comércio de seguros, arrimando todos os outros, e por conseqüência a civilização, é sem dúvida um dos mais beneméritos · da humanidade; especialmente quando tem por objeto o amparo da viúva, do órfão, do velho e do jornaleiro, ou pobre, ou desgraçado, ou debilitado pelo trabalho". Não obstante tal elogio doutrinário, que aliás dava realce ao seguro de Vida, este seria, anos depois, condenado pelo Código Comercial que, em 1850, o vedava (atr. 686, ítem 2), quando contratado "sobre a vida de alguma pessoa livre" . Thl seguro, portanto, àquela altura somente era legíti-
mo se tivesse a finalidade econômica de resguardar o patrimônio vivo dos senhores de escravos. Mas apesar dessa proibição não tardaria sua existência oficial no País. Em 1955 foi autorizada a funcionar a' 'Companhia Tranquilidade", aceitando seguros sobre as vidas de pessoas livres. Não se dispõe de informações posteriores sobre o desempenho e a expansão que tenha alcançado esse ramo de seguro. Sabe-se no entanto que, em 1895, a ele o Governo dava alguma importância, pois naquele ano, através do Decreto n° 294, passavase a obrigar as seguradoras estrangeiras a empregarem em ''valores nacionais" (imóveis, hipotecas, ações de caminhos de ferro, bancos, empresas industriais) as "reservas de todas as apólices vigentes no Brasil". Em 1930, o seguro de vida era o mais importante no "ranking" nacional, faturando 43% do total de prêmios do mercado. Esse percentual entraria depois em declínio. Caiu em 1945 para 27,5% e, no final, de 1984, para 13,7%. Essa queda de posição relativa é, no entanto, indicador em alto nível de generalização. Convém, por isso, qescer a análise a dados que possam conter alguma contribuição explicativa. Nos últimos quarentas anos, o salto que deu a economia brasileira (em volume de produto, de estoque de capitais e de renda pessoal disponível) criou ambiente e condições para uma correlata e forte expansão de toda a atividade seguradora. Disso, porém, os chamados ramos elementares conseguiram tirar maior e. melhor partido do que o ramo Vida. No qüinqüênio 1945-1950, o seguro de Vida teve crescimento real de 7. 7 ao anó; os ramos elementares, ao contrário, cresceram à taxa anual de 3,2%. Nos quinze anos seguintes (1%5-1980), ambos os grupamentos
A previdência social sempre foi fator de emagrecimento da renda pessoal disponível e chega hoje ao seu nível mais alto de encargo para o segurado, representando de 8,5% a 10% do "salário de contribuição"
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cresceram: Vida 12,2% ao ano; ramos elementares, 11,5% . No período 1980-1984, ambos tiveram perda real de faturamento: 8,4% ao ano, o ramo Vida; 4,4% ao ano, os ramos elementares. Esses números deixam patente que a pior fase do seguro nacional foi a do período 1950-1965, quando ocorreu sistemático deeréscimo real de faturamento. Tal fase caracterizou-sepela exarcebação do processo inflacionário. A taxa anual de inflação, que antes acusara média da ordem de 1011/o, subiu para 17% entre 1950 e 1958 e para 52% nos seis anos seguintes, isto é, 1958 a 1964. Ora, em boa parte dos anos 50 o que prevalecia, nas operações das seguradoras, era a carteira de seguro de Vida individual, somente superada pelo Vida em grupo (com pequena margem) no ano de 1960. Mas, além da inflação, outros obs· táculos se ergueram ao crescimento das operações das seguradoras do ramo Vida. Tiveram elas que enfrentar, por exemplo, a concorrência não só dos montepios e da previdência social, como também, depois, a dos fundos de Pensão. A previdência social - que não chegou de repente a seu gigantismo atual, mas por um processo de gradativa e persistente expansão - sempre foi importante fator de emagrecimento da renda pessoal disponível. Che· gou hoje a seu nível mais alto de encargo para o segurado, representao· do de 8,5% a 10% do chamado "salário de contribuição". Mas esse encargo, embora antes menos oneroso, em qualquer época sempre esteve bem acima da média, por exemplo, que o americano por longo tempo vem dispendendo em seguro de Vida (3,60Jt da renda pessoal disponível) . E deve· se pôr em relevo, no exame desses dados, que o teto para a incidência da contribuição previdenciária, com gabarito em 10 e depois em 20 salários mí· nimos, sempre foi demasiado abran· gente. Basta dizer que, segundo o Censo de 1980, somente 1,6% da população economicamente ativa (P .E. A.), então recenseado, tinha remuneração superior a 20 salários mínimos. É verdade que não satisfaz a boa parte da massa de contribuintes a contrapartida que lhes pode dar a previdência social, em termos de pecúlio ou de renda de aposentadoria. Isso abre uma porta à ação complementar do seguro privado, em particular do seguro de vida. Mas diante dessa porta se ergue, como f~tor de bloqueio, Re vista de Seguros
Os montepios, operando sem a disde regime legal próprio e sem de um órgão fiscalizador, de vantajosa liberdade com as empresas segoestas perdendo ímpeto com de estritas e detalhadas relegais. Tal quadro alterou-se em com a promulgação da lei da tmclenc:~·a privada, enquadrando não montepios mas também os chaFundos de Pensão. Esses fundos, de história bem mais no País, tiveram no entanto 11Q11reer10ente e rápida expansão, sumontepios e empresas seguEram eles, no final de 1984, número de 145 (112 governamene 33 privados), com mais de um e quatrocentos mil participanano de 1984, a receita global gepelo seguro de vida e pela previprivada foi de Cr$ 2.6n6,8 biassim distribuída: Cr$ bilhões
805,3
1.861,5 2.666,8 Os Fundos de Pensão arrecadaram, duas vezes o que foi captapelo seguro de vida, e quase oito o que arrecadaram os antigos Tornaram-se os grandes -.orrP•otP< do seguro de vida. Entrenão obstante o grande impultiveram os Fundos de Pensão, é que a receita agregada os esquemas privados de pene pecúlios (incluído o seguro de apenas correspondeu, em 1984, do PIB, quando a mesma revaria entre I a quatro por cen15 maiores mercados seguradodo mundo. Creio assim que não se pode exigir de vida, no Brasil, evolução e mais rápida que a obtida até tais os obstáculos a ele oposE não deixa de ser grande feito, exemplo, o crescimento real de IOOJo, registrado faturamento de prêmios em 1985. de sucessivos anos de recuo, crescimento é um fato de excep-
cional significação, porque alcançado mal a economia dá os primeiros e ainda trôpegos passos para sair de prolongada crise. Creio que ·não se pode exigir mais do seguro de vida por que à sua expansão oferecem poderosa resistência, além da competição dos fundos de Pensão, os seguintes fatores de bloqueio: 1) O gigantismo da previdência social, cuja arrecadação é da ordem de 5% do PIB; 2) O FGTS, reserva de longo prazo de todo assalariado, para muitos funcionando como sucedâneo do seguro e da previdência privada; 3) O perfil de distribuição da renda nacional. Talvez seja conveniente acrescentar outro dado a essa análise. O seguro saúde, nos últimos anos, tem experimentado forte expansão. Crescente camada da sociedade, procurando escapar da assistência que lhe oferece a previdência social, mas apreensiva com a eventual incapacidade de enfrentar os custos da medicina particular, vem encontrando no seguro saúde a fórmula para sair desse difícil dilema. No entanto, é bom pesquisar e quantificar até que ponto a expansão do seguro saúde tem importado em retratação de compras do seguro de vida. É obvio que a evolução dos seguros de pessoas tem preponderante dependência das mudanças que ocorram no perfil de distribuição de renda do País. Tais mudanças em geral não são rápidas e, obviamente, não convém que o mercado de seguros fique tãosó na passiva espera de que elas aconteçam. Hoje, várias são as ferramentas já usadas para descobrir, abrir e ocupar espaços nesse difícil universo da procura latente de seguros de vi-
da. O mercado brasileiro tem feito uso dessas ferramentas e acredito que as continuará usando, casa vez melhor e com mais eficiência. Pois é essa a fórmula para a evolução do seguro de vida, antes e depois das lentas mudanças - na renda per capita e nos acentuados desvios em torno desta última.
Plano Cruzado • Nas três décadas, a evolução do seguro de vida foi prejudicada no Brasil por vários fatores, entre eles a inflação. Ao menos essa barreira acaba de ser posta abaixo, com a volta da estabilidade monetária. Abrem-se, portanto, perspectivas bastante favoráveis ao seguro de vida, que em 1930 tinha receita de prêmios equivalentes a 43% do faturamento global do mercado segurador. Essa era uma posição relativa que nunca deveria ter perdido. Quem consultar as estatísticas do seguro mundial, verá que o seguro de vida tem mantido posição relativa daquela ordem, tomada a soma global de prêmios de todos os mercados. É claro que nesse grande agregado predomina a influência dos mercados dos países desenvolvidos, mercados esses em cuja estrutura o seguro de vida tem quinhão relevante. Entretanto, a verdade é que nenhum mercado segurador atinge elevado grau de evolução e altos índices de pujança econômica sem que, na sua estrutura, o seguro de vida (em conjunto com os demais seguros de pessoas) ocupe a mais importante posição reiativa. Para que, no Brasil, o seguro de vida tenha ascensão ao topo do ranking, é preciso que a economia do País, oitava do mundo em volume de produto, deixe de ocupar o inexpressivo lugar que tem, em renda "per capita". 47
SINDICATOS , ÓRGÃOS & ENTIDADES
Marketing: a força que o mercado segurador precisava Monique Cimatti
Para Foglieti a Comissão Técnica de Marketing deverá demonstrar ao mercado casos concretos de como, em determinadas situações, a empresa 11 A" consegue resultados maiores e mais interessantes que a empresa "B", que continua operando dentro de um sistema ultrapassado de marketing. 48
Revista de Segur01
de 89 foi marcado pela consdo mercado, lançamentos produtos e altos investimenIIIMm,.•rlrPt que coincidiram com nsc:unento do setor. Na opinião Maria Foglieti, presidente "--•··"- Técnica de Marketing e diretor da Sul América, llDGlpaJnhi.;as estão investindo mais de marketing e, . nos últimos houve uma maior diversifi-
mas, sim, na medida em IIDarecem mudanças mercadológilançamentos de novos proe conceitos. A atividade de maréjulgada através de novas camvinculadas e também pelo conpela qualidade. E, agora, isto ICO>ntecen.do mais", disse Fogliecita como exemplo de inovação América, com três lançamentos: com carro reserva; Sul América 24 horas; e Sul América Sao presidente da Comissão Téc-
de Marketing, o crescimento do em termos reais está diretarelacionado com o aumento per capita, porque, na medique o consumidor tem uma ren' passam a surgir oportunidaproteção, como vida, patrimôetc. Ele ressalta que o verdadeil«scinnenlto está ligado ao increda economia e a uma melhor
acha que há muito espaço atual e o mercado ainda muito distante do consumidor
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CODISEG • Sobre o Codiseg, Code Divulgação Institucional do Foglieti acredita que o órgão
contribui decididamente para a criação de um ambiente mais favorável ao desenvolvimento do mercado, na medida em que informa, prepara e predispõe o consumidor a aceitar melhor o conceito seguro. Na sua opinião, o ato de fazer ·seguro, comprar uma proteção, é um ato racional, em que o indivíduo resolve investir uma parcela de sua poupança em segurança. "Trata-se de um ato responsável e não emocional e todo o trabalho que o Codiseg desenvolver nesse sentido será válido". Ao analisar o papel da entidade como um canal que envia conhecimento, dá segurança e cria o ambiente mais favorável ao consumidor, Foglieti acha que cabe depois, às Seguradoras, aproveitar o clima com várias iniciativas, desde a criação de novos produtos mais adequados até novos sistemas de distribuição que permitam maximizar o processo de compra-venda do produto. Quanto à mídia especializada, o presidente da Comissão de Marketing vê uma enorme contribuição junto ao mercado segurador para melhorar o conhecimento da própria atividade das inovações mercadológicas, novos sistemas de vendas, administrações de riscos, além de tender a aperfeiçoar o nível de profissionais do próprio mercado t; levantar temas polêmicos atuais em torno dos quais focalizam . discussões e debates extremamente produtivos que tendem a produzir mudanças.
Comissão Técnica de Marketing • Como a Comissão Técnica de Marketing praticamente acaba de ser eleita, nessa primeira fase ela se dedicou basicamente à definição de suas prioridades: 1° - contribuir para definir, divulgar metodologias e exercícios práticos de marketing aplicado junto an mercâdo; 2° -cooperar com o Codiseg para a definição de uma estratégia de comunicação institucional do seguro; e 3° - contribuir para um código de ética a ser adotado na comunicação de seguros - límpida, transparente .:._ e que o consumidor esteja protegido em todos os sentidos para não ser iludido ou confundido através de publicações dúbias. "A nossa idéia básica é de demonstrar ao mercado casos concretos de como, em determinadas situações, a empresa 'A', que adota uma política correta de marketing, consegue resultados maiores e mais interessantes que uma empresa 'B', que continua operando dentro de um sistema tradicional", explicou . O presidente, ao defender o marketing como uma filosofia, uma maneira de ser, não crê na teorização, ao escrever manuais ou definir uma série de recomendacões, como forma de solucionar possíveis problemas, e para finalizar completou: ''A nossa atitude, pelo contrário, será muito prática e concreta. A análise se fará interna e externa de casos específicos que acontecem ou podem acontecer no nosso mercado, cujas soluções poderão ser de extrema utilidade para o próprio mercado". 49
GENTE
Direitos do consumidor: ainda no papel
Está tramitando no Congresso Nacional o Código de Defesa do Consumidor, elaborado para atender a determinação da Constituição que delega ao Estado, na forma da lei, a defesa do consumidor. Marcos Gomes Sodré, diretor técnico do Procon e integrante da Comissão que confeccionou o Códico, acredita em grandes mudanças nesta área, onde, inclusive, o consumidor, mais consciente quanto aos seus direitos, poderá desencadear o desenvolvimento da responsabilidade civil no País.
A necessidade de reformulação da lei no âmbito da defesa do consumidor foi reconhecida até mesmo pela Constituição, quando incluiu no inciso 32 o artigo 5°, determinando ao Estado a obrigação de defendê-lo. A partir disto, o Conselho Nacional de Defesa do Consumidor, após realizar vários estudos, nomeou uma comissão para elaboração do Código de Defesa do Consumidor, que hoje tramita no Congresso à espera de aprovação . Ao examinar a legislação atual, que é baseada no Código Civil de 1915, esta comissão constatou uma enorme defasagem entre as relações econômicas de hoje e da época em que o Código foi confeccionado . Naquele período, estas relações não eram determinadas pela produção em massa e muito menos induzidas pela propaganda de incentivo ao consumo. Além disso, para que se efetue uma indenização, a legislação exige que haja um dano efetivo causado por uma ação negligente, imprudente ou de imperícia, cabendo a prova ao reclamante. 50
Com a aprovação do Código de Defesa do Consumidor, as relações entre fabricante, fornecedor e consumidor deverão ser alteradas, e isto, indiretamente, poderá alterar também o conceito de responsabilidade civil no País . A grande mudança refere-se à inversão do ônus da prova que de acordo com o Código passa a ser obrigação do fornecedor ou fabricante. Atualmente um consumidor que se sentir lesado e promover uma ação judicial contra seu fornecedor, terá que reunir provas para isto.
Muitas intenções, poucos poderes • A defesa do consumidor no Brasil iniciou sua trajetória em São Paulo com a criação do primeiro órgão destinado a este fim, o Procon. Com o passar do tempo, em outros Estados, surgiram órgãos similares, e hoje, ao todo, somam 20 entidades. Vinculado à União, criou-se ainda o Conselho Nacional de Defesa do Consumidor que agrega representantes das classes produtivas no País. Atualmente, o
Procon funciona como um dos depar· tamentos da Secretaria Estadual <i Defesa do Consumidor e mantém coovênio com 180 municípios da grande São Paulo. Somente no ano passado, o Procot recebeu 142 mil reclamações, um acréscimo de 400Jo em relação a 88, quando contabilizou 102. Estes númerostiveram seu ápice em 86, com o adveoto do Plano Cruzado, que se não certo, considera Marcos Gomes Sodré, pelo menos permaneceu a consciência do consumiddor em relação aos seus direitos. A maioria das reclamações que chegaram até o Procon, conforme seudiretor técnico, têm solução em 80\ dos casos, numa negociação direll com o denunciante, o que pode lev.de um dia a seis meses. Nos dem · não havendo acordo e caso se justifi. que uma ação de responsabilidadea. vil, o consumidor é orientado a cot tratar um advogado ou é encamiru. do à Procuradoria Geral do Est para um advogado dativo. E ainda;
se configura em crime, o MiPúblico é quem instaura in-
O Procon, atualmente, não tem poderes que gostaria de ter. Ele somente como órgão de orientaprevenção. Mas, acompanha toos casos encaminhando-os, atrade convênios, às secretarias e miespecíficos, que promovem tDIC:aiJZaça.o e penalização. Contuisto deverá mudar; após aprovaoCódigo de Defesa do Consumidá direitos ao Procon de ajuizar coletivas, em casos genéricos, a comunidade é atingida. a solução para os problemas ICOIIISunud<Jr não está apenas no Cádiz Marcos Gomes Sodré. Num onde mais da metade da populaDio tem acesso ao consumo, a saída seria uma distribuição de mais justa, acredita. Mesmo asque o Código será o instrupelo qual a população, através canais, irá defender seus di-
•mdctres. que quase sempre conaltas indenizações, ajudados uma indústria advocatícia hábil lpcrien.te, montada especialmente fim. Este fato vem provocansério desajuste no mercado norte-americano e levou fabricantes e seguradores para garantir sua sobreviBrasil, ocorre o inverso, someno dano e a comprovação de é que se efetua uma indeMas isto poderia ser mudafosse a enorme polêmica insem torno do capítulo que traresponsabilidade civil. Segundo Gomes Sodré, muitos empresáh!r<ltes1taram em relação a este ca0 argumento é que neste caaproo~ttor seria sempre obrigado pelo dano, "e isto seria uma forma de transferir o proque a comissão encontrou JIOIUC!Ctnaro impasse foi estabelemeio termo para a questão ldoção da responsabilidade ohmitigada, que ainda discute a
" Cód igo de Defesa do Con sumido r não resol ve t odos os probl emas do con sumidor; a solu çã o seria um a distribui ção de renda mais justa".
culpa, mas inverte o ônus da prova para o réu. Atualmente, no Brasil, a responsabilidade objetiva é aplicada em alguns casos, um deles é o meio ambiente , onde a Constituição estabelece que os danos à ecologia são considerados como crime, sujeitos a reparação, independente de culpa. Apesar de se dizer favorável à adoção da responsabilidade objetiva para a defesa do consumidor, o diretor do Procon, juntamente com outros membros que participaram da elaboração do Código, entenderam que equiparar o Brasil aos países desenvolvidos em termos de responsabilidade civil, "seria 'muito avançado". Por isso, o Código de Defesa do Consumidor, considerado avançado por mui-
tos juristas internacionais, retrocedeu neste ponto . Um outro aspecto levantado por Marcos Gomes Sodré refere-se à indústria do seguro, que nos países de primeiro mundo atende perfeitamente as necessidades econômicas. Ele acredita que, no Brasil, caso vigore a responsabilidade objetiva, nem mesmo a contratação do seguro de responsabilidade civil resolveria. Isto porque, supõe, o preço do seguro acabaria sendo repassado ao produto, prejudicando o consumidor. Mesmo assim, prevê o crescimento deste seguro, pois à medida que o consumidor puder mover uma ação direta contra o produtor, este irá atuar com mais cautela, trazendo mais seriedade à relação. 51
PERFIL
Para Fernando Faria o ganho terá de vir da produção
Nascido em ltabuna - Bahia, há 50 anos, Fernando Antonio Sodré Faria, presidente da lochpe Seguradora, chegou a São Paulo, em 1974, época do milagre econômico, e nunca mais deixou a cidade. Houve inteira identificação de propósitos. Fernando, um homem de poucas palavras e muita ação, trabalha em média 12 horas por dia . Há cinco meses, trocou a vice-presidência da Aliança da Bahia, seguradora com sede em Salvador, para a qual trabalhou durante duas décadas, pela presidência da lochpe, cuja matriz fica em São Paulo, cidade que permite o maior faturamento do mercado segurador. O presídente da lochpe enfatiza que deixou uma companhia tradiciQnal, com 120 anos de existência e administração familiar, para dirigir uma seguradora de administração por objetivos, que completa em 90 seu 5° ano de vida. A lochpe, sob o comando de seu atual presidente, deverá cada vez mais se direcionar para o campo da alta tecnologia de seguros, voltada para riscos industriais (linha mestra da empresa), sem se esquecer, no entanto, do segmento de massa, principalmente de seguros para pessoas físicas. Em cinco meses de gestão, Fernando já colocou no mercado o lochpe Residence, apólice simplificada com 14 coberturas e taxas atraentes. E já se encontram no prelo o Empresarial, o Saúde, com nova roupagem, e um Clube Vida em Grupo, para pequenas empresas. Além dos investimentos em criação de novos produtos, a companhia in52
veste, pesadamente, em seu projeto de informática. Ele está dotando todas as sucursais da lochpe com centrais de informações e sistemas operacionais em microinformática para emissão das especificações técnicas de seguro. Um novo plano diretor, concebido na filosofia de banco de dados em linguagem de quarta geração, envolvendo todas as operações do seguro, entrará em funcionamento ainda em 1990. Planejamento é seu forte • Formado em Economia, com cursos de extensão em Administração de Empresas e Estatística, Fernando lembra que sua opção por seguro foi mera conseqüência de seu interesse pela área de prestação de serviços. Ele sempre gostou de planejamento, controladoria e administração. Antes de chegar à Aliança da Bahia, em 1969, o atual executivo do setor de seguros havia trabalhado na Comissão de Planejamento Econômico do Estado da Bahia, nos anos de 61 e 62. Logo após, seguiu para a Cia. Industrial Metalúrgi~a da Bahia para participar do seu projetb de instalação da empresa, vindo a assumir sua diretoria, tendo ali permanecido até 1969. Os empregos lhe permitiram conviver com duas realidades distintas: o setor público e a iniciativa privada. Acabou ficando com a segunda. De lá para cá, fincou o pé no ramo de seguros, fez carreira e permanece atento às variações do mercado. Hoje, ele admite que o setor, para se desenvolver, depende de três pontos básicos: çriação de novos produtos, aumento da renda da população, e maior liberdade e profissionalização
para comercializar seguro . O presiden· te da lochpe entende que o mercado se coloca mais como comprador, do que como prestador de serviços. O se· tor vende de maneira acanhada. Um dos responsáveis pela mudan· ça no· comportamento do mercado, na opinião de Fernando, poderá vir a ser o Comitê de Divulgação Institucional do Seguro (Codiseg), órgão que leva a instituição seguro para o conhecimento da opinião pública. Precisa repensar como elabora os seus produtos; criá-los dentro de outra filosofia: identificar, através de pesquisa, aquilo que o cliente deseja comprar para depois produzi-los. Ainda, segundo Fernando, este é o momento de revisões, uma vez que o governo Collor assumiu com o compromisso de reduzir a inflação. Isso significa que o mercado financeiro não mais representará grandes ganhos. O ganho terá que vir da produção. As companhias precisarão adequar· se ao novo fluxo de receita. Tarefa que não será fácil pela política de comercialização do mercado, de salários vigente e ainda devido à estrutura bu· rocrática da atividade mal informatiza. da como um todo. Rev ista de Seguros
OPINIÃO
A sub-rogação no contrato de seguro
* Alui zio Melo de Oliveira
dos seguros marítimos , de Sub-rogação integra hoCondições Gerais de quase toseguros terrestres . Como é sana transparência do separa o segurador de direitos daquele contra terceiro responpor dano indenizado. tratar dos seguros terrestres , Código Civil silenciou sobre a Não obstante, por analogia t-•.,~•1nr••• fizeram incluir a refericláusula nos contratos de seguros marítimos, procedimento hoje legitimado pela jurisprupátria, através da Súmula n° do Supremo Tribunal Federal. A doutrina, porém, não empresta incondicional aquiescência a esta consqgrada. A partir da pródefinição do instituto, é discutijuridicidade de sua indiscriminaDO contrato de seguro pa0 fundamento jurídico da , lembram esses doutrinaé pagamento de dívida alheia. sub-rogado quem paga a crede obrigação que originalmente lhe era própria, a este substituinforça do pagamento a que não obrigado. Ora, a indenização pelo segurador é pagamento de decorrente de obrigação a título de contra-prestaao prévio recebimento do prêmio pelo segurado. O risco assumiinteiramente compensado pelo recebido. Portanto, impõe-se 'COilC:tuslio de que, na falta do indisfundamento jurídico, a subcontratual dá causa ao enrimnento ilícito do segurador' de essa corrente conclui pela antiju-
Aluizio de Oliveira revela que a sub-rogação pode ser um instrumento para a restamação do equilíbrio social
ridicidade de sua estipulação no contrato de seguro. · Por outro lado,objetam os que advogam sua legitimidade, não se pode deixar livre de sanção aquele que causou o dano, sob pena de estar-se estimulando a imprudência civil e a impunidade , com grave ameaça à ordem pública e à estabilidade da sociedade. De acordo com estas linha de pensamento , a sub-rogação serve à função de instrumentar a restauração do equilíbrio social, impedindo que o causador do dano livre-se de sua responsabilidade, amparado pela proteção representada pelo seguro contratado por sua vítima. A instituição do seguro não deve servir de manto para deixar inatacado o ilícito. A punição do agente é imposição que o seguro e seus contratantes não podem desconhecer . A extrema simplicidade formal torna este argumento bastante sedutor e suasório. Indaga-se porém que, se razão existe para fazer do segurador o agente da restauração do equilíbrio social desfeito , através de sua legitima-
ção para cobrar do terceiro valores pelos quais é responsável, por que não acode idêntica razão para que tal cobrança seja feita por parte do segurado? O fundamento da outorga concedic!a ao segurador não é outro senão o acordo pactuado entre as partes contratantes, expresso pela cláusula de sub-rogação. Porém, se o direito não o reprova para o segurador, por que negá-lo- ao segurado sob o pretexto de que, para este, tal recebimento caracterizaria enriquecimento sem causa? Observa-se assim que, não obstante a manifesta juridicidade da estipulação da discutida cláusula nos contratos de seguro, assegurada por decisão inconteste de nossa Suprema Corte, não se deve descartar a incômoda hipótese de sua latente antijuridicidade, visto que concede a uma das partes aquilo que, a igual título e sob idênticas condições, nega à outra parte contratante . O direito do segurador é também justificado por uma razão de natureza operacional : a de que a sub-rogação está embutida no valor da taxa que serve de base para estabelecer o valor do prêmio. Isto é, o prêmio é fixado levando-se em consideração a possibilidade de recuperar as indenizações paga aos segurados, decorrentes de atos de responsabilidade de terceiros. Essa expectativa de recuperação repercute na redução das taxas que, caso contrário, seriam mais elevadas, tornando, em conseqüência, mais caros os preços do seguro. Na prática, porém, é irrisório o montante de valores efetivamente recuperados pelas seguradoras, por força 53
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da sub-rogação. As razões são várias. Vão desde a precariedade dos registros feitos por ocasião da ocorrência dos sinistros, passando pelos inconvenientes custos administrativos para a manutenção de um "staf" jurídico integrando o corpo de pessoal, até a morosidade habitual na fluência processual das ações cabíveis. Dessa realidade, decorre múltipla desvantagem. Primeiro, para o segurador que, não dispondo de efetivos mecanismos para. recuperar valores indenizados, termina por abrir mão de maiores volumes de prêmio a que faria jus, se as taxas estivessem compatibilizadas com a inexistência a sub-rogação contratual. Em segundo lugar, para o segurado que, pela adesão ao contrato, transfere seu direito original ao segurador, restando impedido para reclamar o pagamento devido pelo terceiro. Por último, para a sociedade que, ao fim e ao cabo, acaba - mesmo sem desejá-lo - agasalhando a ilicitÚde cometida, e cuja impunidade ameaçalhe a própria estabilidade. A situação apresenta assim, na sua dupla face, jurídica e operacional, graves inconvenientes que estão aí, desafiando a criatividade daqueles que têm
sob seus cuidados profissionais o mister do seguro. É imperioso buscarmos soluções alternativas mais funcionais e economicamente mais satisfatórias para a cláusula de sub-rogação, capazes de evitar ou de resolver os problemas aqui apontados. À guisa de sugestão e sob a censura dos doutos, indico aqui alguns caminhos. Para o inconveniente da possível antijuridicidade, um remédio poderia ser a alternativa de garantir-se contratualmente ao segurado a iniciativa da ação indenizatória contra o terceiro, considerando-se sua legitimidade de parte com interesse jurídico na causa. Para o rateio da importância recuperada, por via de ação ou por via de acordo, a repartição seria feita, entre segurador e segurado, na mesma proporção em que cada um concorreu para o contrato. A mesma regra valeria para o caso da sucumbência. A desvantagem operacional seria atacada pela oferta ao segurado da opção entre subscrever ou não a cláusula de sub-rogação, quando da contratação do seguro. Na primeira hipótese, ser-lhe-ía assegurado um custo menor, um prêmio maior, estabelecido na mesma proporção em que a re-
ferida cláusula incidisse no matemático da respectiva taxa. alternativa opcional garante para segurador a vantagem de uma adicional· significativa em função taxas mais elevadas. E para o do, a contrapartida igualmente josa de poder conservar com dade a prerrogativa de reclamar terceiro a importância relativa à responsabilidade civil, além do to à indenização, adquirido por ça do contrato celebrado com a panhia seguradora. Com a palavra aqueles que responsabilidade final de tornar quíveis soluções que, embora vencionais, podem ter o condão promover mais justiça e mais riqueza. Nestes momentos em que de austeridade e aperto em de recursos e liquidez, esta ser uma forma de resposta ao proposto pelo Sr. Presidente da blica que, através de seu Plano tabilização Econômica, reclama soluções novas e criativas para ver os graves problemas da e da sociedade brasileiras. * O autor é advogado e chefe de da SASSE Seguradora.
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ESTATÍSTICA
Mercado emitiu NCz$ 14,7 bilhões nos dois primeiros meses do ano
Jorge Clapp
segurador brasileiro dois primeiros meses do volume de prêmios da ordem 14,7 bilhões, o que represenincremento real de 0,1 OJo soresultado apurado no mesmo do exercício passado. Estes foram apurados pela Federadas Empresas de Segue de Capitalização (Fenaa 82 companhias do mercaDOS
ressaltar que a Fenaseg está nova metodologia para avedo comportamento do setor, a análise das taxas de sinisprincipais ramos do mereste critério, a taxa apurabimestre do ano alcan' na média do setor.
O ramo que apresentou o melhor resultado no período de análise, na emissão de prêmios, foi Saúde, com uma variação positiva de 19,6%. Nesta carteira, houve a emissão de um volume de prêmios de NCz$ 826 milhões, contra NCz$ 22,8 milhões nos dois primeiros meses do ano passado. Outro bom resultado foi detectado na carteira de seguros de Automóveis, onde as companhias informantes obtiveram um total de prêmios emitidos de NCz$ 5,7 bilhões, o que representou um crescimento, também em termos reais, de 15,1% em relação aos NCz$ 164,9 milhões apurados em janeiro e fevereiro de 1989. A terceira carteira que obteve um resultado satisfatório no primeiro bimestre do ano foi Acidentes Pessoais,
com a em1ssao de um montante de prêmios de NCz$ 480 milhões, aproximadamente 3% aéima dos NCz$ 15 milhões emitidos no primeiro bimestre do exercício passado. A segunda carteira do mercado segurador em termos de arrecadação ou emissão de prêmios - Incêndio - , por seu turno, apresentou uma performance abaixo das expectativas do mercado. Neste ramo, foram emitidos NCz$ 3,2 milhões em prêmios, volume 3,9% inferior, em termos reais, aos NCz$ 109 milhões verificados nos dois primeiros meses de 1989. Nos seguros de Vida, a terceira carteira do mercado, foi emitido um volume de prêmios da ordem de NCz$ 1,4 bilhão, o que representou uma queda de 9,8%, ainda em termos reais, 55
em comparação aos NCzS 53,7 milhões registrados no primeiro bimestre do ano anterior. Outra queda na emissão de prêmios foi detectada na carteira de seguros de Transportes, onde as empresas informantes obtiveram, nos dois primeiros meses do ano, NCzS 489 milhões em prêmios emitidos, valor 24, 8o/o inferior aos NCzS 21,4 milhões verificados em janeiro e fevereiro de 1989. No ramo Habitação, as companhias seguradoras incluídas na pesquisa registraram um volume de prêmios emitidos na ordem de NCzS 381 milhões, o que representou uma desaceleração de 25,1% em comperação aos NCzS 16,7 milhões registrados no primeiro bimestre do exercício passado. No convênio DPVAT, as empresas informantes verificaram uma emissão de NCzS 74,9 milhões em prêmios. Este valor significou uma queda real de 67,7% - a maior do setor no período - em relação aos NCzS 7,5
A maior taxa de sinistralidade verificada nos dois primeiros meses do ano, segundo a consulta promovida pela Fenaseg, ocorreu no ramo Automóveis, a principal carteira do setor
milhões apurados em janeiro e fevereiro de 1989.
Sinistralidade • De acordo com a nova metodologia adotada pela Fenaseg para verificar o comportamento do mercado segurador, a maior taxa de sinistralidade registrada no primeiro bimestre do ano foi a do ramo Automóveis, da ordem de 133,9%, o que se explica pelo alto número de carros roubados nas principais metrópoles brasileiras, especialmente Rio
de Janeiro e São Paulo, além, é ro, do também alto número de tes d~ trânsito registrados no País. Alta ainda foi a taxa de "'"·'"u.am,.. de nas carteiras de seguros de Transportes (99,6%) e DPVAT (87,50Jo). O roubo de cargas e a má conservação das estradas além de problemas muns no embarque de mercadorias nos portos brasileiros para o índice elevado de sinistros ramo Transportes, enquanto que, 110 convênio DPVAT, o numeroso volume de acidentes nas ruas brasileÍ111 pode ser apontado como a razão para o aumento dos sinistros. Nas demais carteiras, as taxas sinistralidades foram as seguintes: cêndio (42,3%), Habitação ( Acidentes Pessoais (26,20Jo), (43,2%) e Saúde (59,9%). A taxa sinistralidade é calculada através divisão do volume de sinistros pelo montante de prêmios pelas companhias seguradoras.
Quadro Geral dos Prêmios/Sinistro do Mercado Brasileiro Prêmios em cruzados novos emitidos
Ramos
Crescimento(%) Prêmios em i tidos
até fev/89
até fev/90
Incêndio (1) Auto I RCF Transporte (2) Habitação DPVAT Ac . Pessoais (3) Outros RE Vida (4) Saúde
109.989 164.988 21.405 16.737 7.531 15.302 70.863 53.720 22.716
3.213.108 5.774.544 489.404 381 .020 73.930 480.009 2.000.609 1.471.625 826.641
Total
483.251
14.710.890
2.944,1
0,1
9.415
231.077
2.354,3
( -19,2)
Previdência Privada
Prêmio Retido Prêmio Ganho Sinistro Retido
Del/ator utilizado com a
variaç~o
Nominal 2.821,3 . 3.399,9 2.186,4 2.176,5 881,6 3.036,9 2.723,2 2.639,4 3.539,0
Real/IGP ( -3,9) 15,1 (-24,8) ( -25,1) (-67,7) 3,1 ( -7,1) ( -9,8) 19,6
Sinistro Prêmio G 42,3700 133,9100 99,6800 49,2700 87,5300 26,2000 150,1700 43,2000 59,9100
12.227.039 8.239.318 7.370.367
do/CP - DI M édio 2.940,27%
(1) APÓLICE f BILHETES (2) NACIONAL f INTERNACIONAL (3) ACIDENTES PESSOMS E BILHETES (4) VIDA INDIVIDUAL, VIDA EM GRUPO E VG/A PC Tota/ de empresas informantes no
m~s
foi de 82
Obs.: Conforme normas do IRB o ramo VG/APC deve ser somado a VIDA (4) e n~o a ACIDENTES PESSOAIS (3)
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Revista de
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Retração no comércio provocou reflexos no seguro de Transportes A retração verificada na compra e
venda de mercadorias, no âmbito intemo, e a queda volume do comércio araior brasileiro atingiram profundalllellte os seguros de Transportes no mercado nacional, a partir do anúncio do Plano Brasil Novo. A conclusão é do presidente da Associação dos Tic:nicos de Seguros do Rio de Janeiro, Mário Baptista, na palestra "O Seguro de Transportes em Face das Novas Medidas Econômicas'', realizada no auditório da Federação Nacio1111 das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg). Segundo Mário Baptista, que também é presidente da Comissão Técnicade Seguros de Transportes, Cascos, R.C do Transportador e Aeronáuticos da Fenaseg, a situação somente não ficou mais crítica devido a performancerazoável do setor de gêneros alimentkios, no qual não foi registrada retraçlo no volume de negócios ou na conllltação de apólices de seguros.
araná Cia de Seguros pretende ser a15a do ranking em prêmios cobrados" Em reunião celebrada entre os memllros do Conselho de Administração do Paraná Companhia de Seguros, llllizada em 19 de abril, em São Paulo, foi conduzido ao posto de presiclalte da recém-criada seguradora Joio Gilberto Possiede, profissional de larga experiência no mercado de IC&UfOS. A nova seguradora é fruto de fusão entre o Paraná Companhia de Seguros Germano Brasileira e a Companhia de Seguros Rio Branco. ~~Msta
de Seguros
Após frisar que as novas medidas do governo deixaram, no primeiro momento, as seguradoras perplexas e não sabendo como proceder com relação ao pagamento de indenizações e despesas de sinistros, ele lembrou que a circular baixada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) regulamentando as operações dos contratos no setor não preencheu uma lacuna no que se refere aos seguros de Transportes: "A circular determinava que nos seguros de transportes, os sinistros, ocorridos antes ou depois de 15 de março, teriam que ser indenizados em cruzeiros, elimirlando a suposição de que os ocorridos antes poderiam ser pagos em cruzados novos. Ficou, todavia, uma dúvida, quanto aos seguros de Responsabilidade Civil do Transportador-carga, pois a circular não especifica a abrangência da regulamentação neste ramo", assinalou. Mário Baptista acentuou que em razão desta dúvida, à Associação dos Técnicos de Seguros encaminhou uma consulta à Susep que, até o fechamento desta edição, ainda não havia esclarecido o problema, não obstante a rapidez que o assunto merecia. Quanto aos aos seguros feitos em moeda estrangeira, ele assegurou que
nenhuma dificuldade está sendo encontrada, quer para a aquisição dos cheques de pagamentos de prêmios, quer para a obtenção das ordens de pagamento de cheques destinados às liquidações de sinistros dos seguros, quando a documentação apresentada está em ordem. Ele alertou, entretanto, para o risco que seguradoras e segurados estão correndo nos casos em que seguros de Transportes - relativos a viagens internacionais - são contratados em moeda nacional. De acordo com o presidente da Associação dos Técnicos de Seguros, nestes contratos há sempre a hipótese do sinistro ocorrer no exterior e com despesas em vistorias, peritagem, consertos ou restauração cujos pagamentos devam ser processados no País onde forem efetuados estas providências: ''Nestes casos, como a seguradora não obtém do IRB ordem de pagamento no exterior, estes serão feitos em cruzeiros aos segurados, os quais ficarão sob a responsabilidade de transferência destes recursos pára o local do sinistro ou dos reparos". O mesmo ocorre no caso de Avaria Grossa. É por estes motivos que os seguros de transportes internacionais precisam ser feitos em moedas estrangeiras", concluiu.
Com participação societária dos grupos Bamerindus, Nordstern Versicherung, de origem alemã, e Banco do Estado do Paraná (Banestado), a Paraná Cia de Seguros deverá enfileirar-se entre as grandes seguradoras do País. Para se ter uma idéia, a "Nova Paraná", conforme vem sendo informalmente chamada, já ocupa a décima colocação no ranking brasileiro das seguradoras pelo critério de ativos líquidos, ao dispor de recursos da ordem de US$ 14,4 milhões; em matéria de classificação por faturamento, a companhia situa-se como a 22a maior. As perspectivas, de acordo com 1oão Possiede, são bastante animadoras para a nova seguradora e a previsão é de que a Paraná atinja a 15a colocação em prêmios cobrados no pra-
zo dos dois próximos anos. Para tanto, os dirigentes da seguradora estão centralizando a atenção em duas vertentes. Uma trata do lançamento de novos produtos com base em pesquisas para identificação de nichos e segmentos para criação de seguros; outra diz respeito à melhoria no nível de atendimento aos clientes. "Queremos ter na qualidade da prestação de serviços o nosso ponto alto" - proclama Possiede. A Paraná opera em todos os ra.mos de seguro, nacionalmente, e é controlada pelo grupo Bamerindus, cuja participação acionária é de 46%. O Banestado detém 30,4o/o do investimento e o grupo alemão· Nordstern, 20%, estando o restante das ações pulverizadas em mãos de pessoas físicas. 57
Bamerindus lança seguro para pequenas empresas As empresas brasileiras de pequeno e médio portes acabam de ganhar um novo produto para garantir os seus patrimônios. Trata-se do Seguro Empresarial Bamerindus, cuja maior novidade é oferecer ao segurado a oportunidade de escolher apenas as coberturas que realmente sejam adequadas às suas necessidades. Segundo revelou o presidente da Bamerindus Seguros, João Elísio Ferraz de Campos, o novo produto foi desenvolvido tendo como base pesquisas feitas junto a empresários de di-
versos segmentos da economia e corretores de seguros. Por intermédio deste trabalho, pode-se verificar quais as reais necessidades dos clientes, especialmente no que se refere ao elenco de coberturas desejáveis em um produto destinado a diferentes setores de atividade: "O seguro Empresarial Bamerindus é o seguro da livre iniciativa. Ele oferece ao empresário a liberdade de incluir no seguro somente as garantias realmente importantes para o seu negócio, determinando também os valores de cobertura que julgar mais justos. E tudo isto em uma única apólice como primeiro risco absoluto, ou seja, sem cláusula de rateio", revelou João Elísio Ferraz de Campos. O presidente da companhia seguradora explicou ainda que estas vantagens evitam a necessidade de aquisi-
Seguro garantiu show de ex-Beatle no Brasil As violentas chuvas que caíram sobre o Rio de Janeiro no final do mês de abril por pouco não provocaram o maior sinistro do mercado segurador brasileiro, no período Pós-Plano Brasil Novo: o cancelamento do show do ex-Beatle Paul McCartney, no Maracanã. Contratada a um grupo de seguradoras do País, tendo a frente a Boavista Itatiaia, a apólice envolvia um volume de aproximadamente CR$ 670 milhões de importância segurada, quantia mais do que considerável nestes dias de liquidez excassa para todos os segmentos da economia nacional, e, em contrapartida, o pagamento de um prêmio da ordem de CR$ 6, 7 milhões. Os diretores destas companhias já faziam contas dos prejuízos que poderiam amargar com a não realização do espetáculo (o primeiro show chegou a ser adiado de 19 de abril, uma 58
O diretor da Boavista-ltatiaia, Fernando Pereira, disse que a cobertura oferecida óu show do ex-Beatle foi um dos maiores seguros já realizados, no ramo, dentro do território brasileiro
ção de apólices de seguros 0 ""'~ . . .l • • para cada tipo de risco, ou de com coberturas uma determinada empresa, ld\,;1111411'• do o relacionamento entre ~-.F.u•cu""• ra e segurado e a própria nel~OCilaçàol do contrato. A contratação do seguro cmtorca. ria! Bamerindus, aliás, é feita de neira bem simplificada. Os rnrrPin. . . receberam um disquete de mi•cr~:O!tll putador com todas as · bre o produto, além de um personalizado . Além do ' to" em um sistema simplificado, Bamerindus também oferece ao te uma franquia facultativa, o permite uma redução nos custos, nus de renovação, indexação pelo nus do Tesouro Nacional (BTN) e descontos para pagamentos dos mios à vista.
quinta-feira, para o dia seguinte) do, subitamente, as chuvas --------· e o show pôde ser realizado, na absoluta calma e sem outros rnT1ttroli. . . pos. Mas, para a imagem do setor, um grande negócio o seguro feito ra a apresentação do ex-Beatle, vez que o contrato foi amtplam~ divulgado pelos veículos de ção, mostrando a importância do ro em todas as atividades do da sociedade (no caso, até nos mentos de lazer): "Foi um dos maiores seguros shows já realizados no Pais. A ce ofereceu cobertura para a lização do evento (na faixa de 161 milhões), em razão de chuvas renciais, morte ou seqüestro do ta ou incêndio; para os equJ'•va•uo.. (de CR$ 450 milhões) e para a sabilidade do promotor nos terceiros (CR$ 67 milhões). O to somente não oferecia rni~Pr1tnr• ra ausência de público, de ingressos e atos de autoridades blicas. Foi, na verdade, um· te negócio tanto para nós quanto ra o segurado", afirmou Pereira, diretor-executivo da ta Itatiaia, sem esconder o seu mo.
m nto A alta tecnologia em prestação de seNiços da Brasil Salvage extrapolou nossas fronteiras provando que know-how nacional não se prende a uma única atividade e nem a um único local. Em busca de novos desafios, vem buscando seu aperfeiçoamento, através de joint ventures e acordos operacionais, reforçando a atuação no mercado nacional e internacional.
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Brasil Salvage S. A. Rua Mt§xico, 111 - 12'1 andar - Rio de Janeiro - RJ CEP20031- Te/. 240-0454- Telex (21) 235171~0034
Sul Amêrica Auto com carro reserva
O seguro que dá a mão
para ninguém f"ICar a pé.
O carro do senhor aí do lado esquerdo levou uma batida por trás que o projetou à frente, indo acertar em cheio a traseira do outro carro, deixando-o parecido com uma sanfona . Já o carro da senhora aí no meio. inexplicavelmente. desceu sozinho uma baita ladeira e foi abraçar fortemente um poste que. talvez para responder à agressão. jogou um de seus
fios em cima do carro. soltando faíscas e acabando por provocar um incêndio que não deixou roda sobre roda . Quanto ao terceiro carro. foi só o seu dono deixá-lo sozinho um m inuto, enquanto comprava jornal, para que ele desaparecesse sem deixar vestígios. Portanto, os carros que você está vendo são carros-reserva . Assim , a partir de agora, em caso de colisão, incêndio ou roubo de seus carros. basta tomar as devidas providências e se dirigir à locadora de automóveis que bem entender e alugar o carro a que tem direito, pelo prazo que iria ficar a pé. Se preferir, pode andar de táxi, de ônibus ou qualquer outro meio de transporte. Depois é só passar na Sul América e receber a quantia referente ao período que o veículo ficou impossibilitado
de uso, observando o limite de contratadas na apólice. O Seguro Sul América Auto Carro Reserva é uma novidade que a Sul América tem o prazer de car à disposição dos proprietários tomóveis . Fale com o seu corretor de guros sobre o Sul América Auto Carro Reserva. E tenha sempre um carro à disposição, sem ocupar garagem .