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FENASEG Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização Diretoria Presidente: João Elísio Ferraz de Campos Vice-Presidentes: Júlio de Souza Avellar Neto, Luiz Tavares Pereira Filho, Nilton Molina, Olavo Egydio Setubal Junior, Renato Campos Martins Filho, Rubens dos Santos Dias. Diretores: Brian John Guest, Cesar Jorge Saad, Mauricio Accioly Neves, Santi Ciànci , Sergio Ricardo Miranda Nazaré, Sérgio Timm , Valdery Frota de Albuquerque. Conselho Fiscal Membros Efetivos: Antônio Carlos Ferraro e Orlando Vicente Pereira. Suplentes: Aparecida Lopes, Jorge Carvalho, José Maria Souza Teixeira Costa, Lúcio Antônio Marques. Conselho Consultivo Presidente: João Elísio Ferraz de Campos Membros Efetivos: Acácio Rosa de Queiroz, Alfredo Fernandez de Larrea, Eduardo Baptista Vianna, Emilson Alonso, Francisco Caiuby Vidigal , Jayme Brasil Garfinkel, José Américo Peón de Sá, José Castro de Araújo Rudge, Júlio Albuquerque Bierrenbach, Luiz de Campos Salles, Luiz Henrique S. L. de Vasconcellos, Mário José Gonzaga Petrelli, Mário Santiago Salgado B. Costa Duarte, Mário Teixeira Almeida Rossi , Patrick Larragoiti , Pedro Pereira de Freitas, Sérgio Sylvio Baumgarten Jr. Membros Natos: Alberto O. Continentino de Araújo , Antônio Tavares Câmara, Eugênio Oliveira Mello, João Gilberto Possiede, Minas Alphonse Roelof Mardirossian, Miguel Junqueira Pereira, Paulo Miguel Marraccini, Sérgio Passold .
SUMÁRIO
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O economista brasileiro José Alexandre Scheinkman, da Universidade de Princeton, fala sobre as perspectivas da economia brasileira
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CAPA
Conseguro: público recorde debate o futuro do mercado
REVISTA DE SEGUROS Órgão Informativo da Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização Fenaseg. PUBLICAÇÃO INTEGRANTE DO CONVÊNIO DE IMPRENSA DO MERCOSUL - COPREME . Em conjunto com SIDEMA (Serviço Informativo do Mercado Segurador da República Argentina), EL PRODUCTOR (Publicação da Associação de Agentes e Produtores de Seguro da República Oriental do Uruguai) e Jornal dos Seguros (Publicação do Sindicato dos Corretores de Seguros e de Capitalização do Estado de São Paulo). Editor: Geraldo Bolda Editora Executiva: Ângela Cunha (MTb. 12.555} Coordenação Editorial: lJ~;tuac Tel./fax: (021) 262.5215 e 262.4736 Jornalista Resp.: Vania Mezzonato (MTb. 14.850) Programação Visual: Mariza Good (Tel.: 275.5307} Colaboradores: Cecília Guedes, Ediane Merola, Heloísa Daddario, Jorge Clapp, Roberta Tziola, Rogério Reis, Rosane Monteiro e Sanda Silva (SP). Equipe ASCOM: Adriana Beltrâo e Valéria Machado. Escritório Fenaseg/Brasília- SCN/Quadra 1/Bioco C Ed . Brasília- Trade Center- sala 1607 Fotografia: Arquivo Fenaseg e Arquivo Porto Seguro Ilustração: Janey Capa: Scalla Assessoria e Design Fotolitos: Dressa Color Gráfica: Zit Gráfica e Editora Distribuição: Serviços Gerais/Fenaseg Redação e Correspondência: Assessoria de Comunicação e Imprensa - Fenaseg (Rua Senador Dantas, 74/ 12º andar, Centro- Rio de Janeiro (RJ)CEP. 20.031-201 - Telex: (021) 34505- DFNES Fax: (021) 240.9558- Tel. : (021) 524.1204- Ramais 140/156 Periodicidade: Trimestral Circulação: 5 mil exemplares As matérias e artigos assinados são de responsabilidade dos autores. As matérias publicadas nesta edição podem ser reproduzidas se identificada a fonte. Distribuição Gratuita.
ENTREVISTA
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INDICADORES
Estudos da Fenaseg apontam crescimento de 19,79%
CULTURA
Sistemas de segurança reduzem valor do prêmio do seguro da exposição que mostrou o melhor da arte espanhola
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AUTOMAÇÃO
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CAPITALIZAÇÃO
W eb promete muitas mudanças no mercado nos próximos cinco anos
Setor está se tornando mais atraente para o consumidor
EDITORIAL ................ 4
EMPRESAS ................ 26
ARTIGO ................... 12 GARANTIA ................ 14 FRAUDE ................... 18 ARTIG0 ................... 20
AUTOMÓVEIS ............ 28 SAÚDE ..................... 30 OPINIÃ0 .................. 36 RÁPIDAS ................. 37 NOMES E NOTAS ..... 38
ANÁLISE .................. 25
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REVISTA DE SEGUROS
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<REVJ~ TA > SEGUROS
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um grande êxito om toda justiça, o crédito pelo sucesso invulgar dessa Conferência cabe, não só às empresas e organizações que a prestigiaram , mas a todos que dela participaram. Os números são impressionantes: entre as plenárias e os workshops, 53 palestrantes e 67 debatedores. Temas: 37. Inscrições: cerca de 1200 participantes, muitos deles contribuindo, com suas perguntas, para fertilizar os debates. Mais impressionante ainda do que essa estatística, valiosa em termos quantitativos, foi sem dúvida a excelente qualidade da abordagem dos temas em pauta. Seguro, resseguro, previdência privada e capitalização, mais do que atividades afins, são instituições que se complementam , compondo um só e importante segmento. Na anál ise do desempenho que vem tendo esse segmento, tanto quanto na sondagem de suas atuais perspectivas, nada escapou que pudesse servir-lhe ao aperfeiçoamento e à expansão, por serem esses os meios indispensáveis à realização do seu grande objetivo: servir ao desenvolvimento econômico do País e à promoção do bem-estar social. Idéias, conceitos, teses, multiplicaram-se ao longo dos três dias de trabalho da Conferência. Se em tudo isso algo porventura mereceu maior e especial destaque foi , sem dúvida alguma, a generalizada convicção de que os setores de seguro, resseguro, previdência privada e capitalização somente cumprirão seus papéis (relevantes para o contexto da economia e da sociedade) em autêntico regime de mercado, pois é a livre competição que instiga os empreendedores e beneficia os consumidores. A FENASEG, portanto, deseja aqui expressar sinceros e merecidos parabéns, pelo grande sucesso que foi a CONSEGURO, a todos que a prestigiaram e dela participaram.
João Elisio Ferraz de Campos Presidente da Fenaseg REVISTA DE SEGUROS
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JOSE ALEXANDRE SCHEINI<MAN Autor de mais de 50 artigos acadêmicos sobre finanças e economia, o brasileiro José Alexandre Scheinkman é professor do Departamento de Economia da Princeton University e integra o conselho consultivo do Cartadian Institute for Advanced Research, além de ser membro do Social Equity Forum do Inter American Development Bank. Chefiou o Departamento de Economia da Universidade de Chicago, foi vice-presidente do Financiai Strategies Group da Goldman, Sachs e co-editor do Journal of Political Economy. Atualmente é consultor de várias instituições financeiras de destaque
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professor José Alexandre Scheinkman afirma que o mercado exterior tem, hoje, uma boa imagem sobre o futuro do Brasil e essa foi uma das razões pelas quais o país não sucumbiu à crise da globalização, como outras nações. Acha que já temos um mercado interno importante, o grande atrativo para multinacionais, e que só temos a lucrar com a importação de capital e tecnologia Mesmo assim , completa, o país precisa fazer sólidos investimentos em educação e saúde. Nesta entrevista à Revista de Seguros , ele diz que o mercado segurador brasileiro precisa criar produtos que atendam aos desejos da população, como forma de enfrentar a chegada das seguradoras transnacionais. Para Scheinkman, o chamado
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Custo Brasil , grande entrave ao desenvolvimento, só tem condições de ser reduzido por uma reforma tributária.
regulamentação e em parte do nosso sistema tributário que incentiva o setor informal, o que, por sua vez, deprime a produtividade. O terceiro entrave é a nossa própria economia, que ainda é muito pouco integrada com o resto do mundo.
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Como a inserção internacianal do Brasil é vista, hoje em dia, pelos analistas do meio acadêmico norte-americano? Scheinkman - O Brasil é um país importante que, infelizmente, tem uma menor participação no comércio internacional do que deveria ter.
o Como a atual política econômica interna do Brasil é vista pelos economistas e empresários dos países industrializados? Scheinkman - Muitos admiram o sucesso da política monetária do Banco Central, que manteve o controle da inflação após a desvalorização de 99. Por outro lado, reconhecem os problemas aos quais me referi na resposta anterior.
o Quais são os principais entraves ao crescimento do nosso país hoje? Scheinkman - Eu acho que são três. Primeiro, a baixa taxa de poupança, que não permite uma maior taxa de investimento; segundo, a nossa baixa produtividade, que é resultado, em parte, do excesso de
o Os países que têm uma forma soberana de inserção na economia mundial não apre-
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sentam, em geral, maiores conflitos entre o capital eotrabalho. No caso do Brasil, o senhor acredita que o país deve resolver esses conflitos antes de conseguir essa inserção soberana? Ou essa não é uma condição essencial? Scheinkman - Não entendo o que quer dizer "inserção soberana". E tampouco acho que o conflito capital versus trabalho seja especialmente agudo no Brasil. Oque acontece no Brasil é que, como há pouco capital concorrendo pelos serviços de cada trabalhador, o trabalhador está numa posição menos favorável do que em países onde há maior abundância de capital. Mas é verdade que o Brasil tem sérios problemas de distribuição de renda, uma das piores distribuições do mundo. Opaís tem muito a ganhar com a importação de capital e de
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tecnologia. É claro que para que isto traga melhorias no padrão de vida de uma grande parcela da nossa população, é preciso que sejam feitos investimentos em educação e saúde, que preparem a nossa forca de trabalho para se beneficiar dos novos investimentos. Acho que a nossa inserção vai ajudar a resolver alguns destes problemas. O O sr. acredita que um dos
caminhos para começar a resolver os conflitos entre o capital e o trabalho no Brasil teria sido a participação dos trabalhadores no processo de privatização, com o dinheiro do FGTS? Scheinkman - Os depósitos no FGTS tiveram historicamente um retorno baixo. O mais importante é garantir que os depósitos no FGTS tenham um retorno adequado O O Brasil tem dois problemas
considerados sérios para conseguir sua inserção soberana na economia mundial: o alto custo do trabalho e o excesso de regulação.
Como o senhor avalia que eles possam ser solucionados, a curto prazo? Scheinkman - Não estou convencido de que o trabalho no Brasil tem alto custo. Mas uma boa parte do custo resulta da nossa estrutura tributária - o que poderia ser contornado com a reforma tri butária. Quanto à regulamentação, concordo que isto torna o país mais pobre. De qualquer forma, o isolamento do país não ajuda e não devemos esperar resolver os nossos outros problemas antes de concluir o processo de integração.
O Odestaque da po-
"A industria de seguros está passando, em todo o mundo, por urna revolução semelhante àquela que afetou a indústria financeira a partir dos anos 80. Ela tem de se basear e1n conhecimento, e não em capital".
lítica externa brasileira tem sido, ao longo da gestão do ministro Pedro Malan, abusca por investimento externo direto. O estoque desses investimentos foi duplicado, de 1994 para cá. O senhor acha que essa inversão de recursos no país demonstra confiança dos investidores internacionais? Ou há outras razões para isto? Scheinkman - Ninguém investe a longo prazo, como muitas mu ltinacionais têm feito, se não tiver uma boa opinião sobre o futuro país. Todo mundo sabe que há riscos, e os spreads dos bonds brasileiros refletem estes riscos, mas é evidente que os investidores sempre têm uma expectativa de retorno que compense o risco estimado.
O O mercado brasileiro conti-
nua sendo atraente para os investidores estrangeiros. A que o sr. atribui essa atração? Otamanho desse mercado é determinante? Scheinkman - O Brasil tem um mercado interno importante, que atrai grandes empresas em setores como a telefonia. Ao mesmo tempo, tem o potencial de se tornar, no futuro, uma importante base de exportação.
O Osetor de seguros no Brasil
foi um dos que mais cresceram nos anos que se seguiram à implementação do Plano Real. Oque o senhor acha que falta a este mercado (cujo faturamento hoje está na casa dos 2,6% do PIB), para ele crescer ainda mais? Scheinkman - A estabilização sem duvidas ajudou o setor de seguros. Hoje, a indústria de seguros esta passando, em todo o mundo, por uma revolução semelhante àquela que afetou a indústria financeira a partir dos anos 80. Está deixando de se basear em capital para tornar -se baseada em conhecimento. O setor vai
O Na sua opinião, as crises ex-
"O país ten1 muito a ganhar com a importação de capital e de tecnologia. É claro que para que isto traga n1elhorias no padrão de vida de urna grande parcela da nossa população, é preciso que sejam feitos investin1entos em educação e saúde" REVISTA DE SEGUROS
virar chavão.
ternas têm afetado mais o Brasil do que antes do processo de globalização da economia mundial? Scheinkman - O Brasil foi muito afetado pelas crises do petróleo em meados dos anos 70 e no final da década de 70. Foi também afetado pela crise da divida dos anos 80. Isto tudo antes que a palavra globalização
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crescer se for capaz de criar novos produtos que satisfaçam os desejos da população. O Como o senhor vê o aumen
to crescente da participaçãc do capital estrangeiro nc mercado de seguros do Bra si/? Isso é reflexo do grandt potencial que representa ( seguro brasileiro ou canse qüência do processo de glo balização da economia? Scheinkman - A revolução que transformou a indústria de seguros, de uma indústria lastreada pelo seu capital em uma indústria lastreada pelo conhecimento, ocorreu primeiro nos Estados Unidos e na Europa. Assim sendo, o capital estrangeiro leva frequentemente consigo o conhecimento que permite desenvolver novos produtos. Ao mesmo tempo, as empresa! brasileiras têm muito mais experiência do mercado no Brasil. Há lugar para os dois. A abertura do setor bancário demonstrou, pelo menos até este momento, que empresas nacionais podem competir corr as estrangeiras, mesmo num setor em que o conhecimento tem um papel importante.
Por Ciça Guede:
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CONSEGURO
Da esq./ dir., na abertura da Conseguro: Alfonso Castro Toledo, presidente da Fides, Hélio Portocarrero, superintendente da Susep, Francisco Dornelles, ministro do Trabalho e Emprego, José América Peón de Sá, coordenador do Comitê Organizador da Conseguro, e Henrique Brandão, presidente do Sindicato dos Corretores RJ
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debatem o mercado O mercado brasileiro de seguros voltou
oram três dias, de 11 a 13 de setembro, discutindo os assuntos mais importantes ligados ao setor, no Hotel InterContinental Rio. A Conseguro reuniu 1.342 participantes e as personalidades mais expressivas do mercado de seguros , previdência privada e capitalização. Nenhum tema de grande interesse para esses mercados deixou de ser tratado. Especialistas nacionais e internacionais abordaram as situações atual e futura do setor, sob os mais variados ângulos, chegando a uma mesma conclusão: a de que as perspecti-
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a se reunir, 12 anos depois do seu último encontro, para tratar da sua atualidade e das suas perspectivas. Com a realização da Conferência Brasileira de Seguros, Resseguros, Previdência Privada e Capitalização foi feito um balanço de tudo o que mudou no setor de seguros em mais de uma década - período, aliás, de grandes transformações no Brasil e no mundo, com o advento da globalização e conseqüente queda de várias barreiras inibidoras à expansão do mercado. REVISTA DE SEGUROS
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vas de crescimento são positivas, num panorama de economia estável. Otimismo - A conferência foi marcada pela apresentação de números otimistas sobre o atual momento econômico brasileiro . Ao abrir a Conseguro, na noite do dia 1O, o ministro do Trabalho e Emprego, Francisco Dornelles, disse que a taxa de crescimento do Brasil , conforme indicam os dados recentes, poderá ser superior a 4%, com a inflação totalmente sob controle. "A bolha inflacionária do mês de agosto , motivada por uma pressão nos preços, não resi stiu a uma boa administração da
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política fiscal emonetária", tranqüilizou. O ministro citou ainda dados do IBGE que mostram que houve uma redução da taxa de desemprego, que passou de 8%, em 1999, para 7,2%, podendo chegar ao final do ano a menos de 6,5%. Osecretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Edward Amadeo , ratificou depois esse clima de otimismo, ao falar sobre o processo de estabilização da economia e o compromisso do Governo com uma política de alongamento da poupança e de reformas de caráter microeconômico e regulatório. Amadeo citou como exemplo dessas mudanças a nova Lei das S.A., as leis que regulam a previdência complementar, que garantam portabilidade entre fundos abertos e fechados ; e nova estrutura de regulação do mercado de capitais, que consolide as ações da Susep, da Secretaria de Previdência Complementar (SPC) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Cenários - Coube ao presidente da Fenaseg, João Elisio Ferraz de Campos , fazer uma avaliação do mercado de seguros brasileiro. Segundo ele , o comportamento da economia é fundamental para o sucesso ou não da atividade seguradora. Isso porque nos períodos de expansão econômica, o seguro cresce mais que o PIB, enquanto nas fases de recessão ou depressão da economia, o declínio do seguro é maior que o do PIB. Após considerar uma série de fatores que têm influência direta ou indireta sobre o seguro, o presidente da Fenaseg traçou dois cenários macroeconômicos possíveis de acontecerem. Se o PIB crescer a uma taxa de 4% até o ano 2005, os prêmios de seguros, previdência privada e
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nhum outro segmento da economia brasileira pode gerar uma cifra como esta em tão curto espaço de tempo ", garantiu o presidente. "Queremos ajudar o País a gerar reservas , a gerar poupança, mas para isso é preciso que retirem entraves burocráticos", afirmou , fazendo alusão a reformas como a privatização do resseguro e do seguro de acidentes do trabalho. O superintendente da Susep, Hé.. tr di t lio Portocarrero, que , . 0 nurus o 0 rne 1as pe u que o se or privado se una ao público para ampliar a lambe~ fez uma cobertura previdenciária aval1açao do mercado de seguro brasileiro face aos acontecimentos capitalização poderão somar R$ econômicos, reconheceu que a 58 bilhões, o equivalente a uma indústria do seguro "uma das projeção de US$ 30 bilhões . que mais têm se beneficiado Mas se o crescimento da ecocom as privatizações que aconnomia for mais modesto, essa tecem em vários setores do receita será de R$ 42 bilhões, país" tem sido bastante preou cerca de US$ 23 bilhões. judicada com a não abertura do Maior poupança - Bamercado de resseguros E o seando-se em um estudo feito ramo agrícola é o mais afetado. pela lcatu Hartford Seguros, João Portocarrero esclareceu ainElisio disse que, mesmo sem da que a privatização do ressereceber estímulos oficiais, o seguro, como muitos imaginam, tor de seguros é o único capaz não implicará necessariamente de gerar, em apenas 1Oanos, R$ em uma "concentração avassa278 bilhões em reservas. "Ne-
Fides: momento é de otimismo Paralelamente a Conseguro, real izou-se a assembléia da Federação lnteramericana de Empresas de Seguros (Fides). Segundo o presidente da entidade, Alfonso Castro Toledo, as economias da região ...:._ e consequentemente o mercado de seguros - passaram por momentos de retrocesso nos anos 80, mas a situação atual é de otimismo face ao quadro de liberalização econômica que se · observa em todo o mundo.
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ladora do mercado". Na sua opinião, poderá haver uma diminuição do número de empresas , sim, mas que deverá ser compensada pelo movimento mais intenso entre as seguradoras, decorrente da expansão em diversos ramos, do resseguro em níveis internacionais e do maior fluxo de capital estrangeiro. ,Espaço vazio - Convidado especial do evento, o ministro da Previdência, Waldeck Ornélas, conclamou a Fenaseg e os empresários do setor de seguros a se unirem ao setor público para, juntos, trabalharem no sentido de ampliar a cobertura previdenciária no País. Ornélas lembrou que existem atualmente pouco mais de 19 milhões de brasileiros segurados pela previdência pública , enquanto outros 39 milhões estão sem seguro social - fato que, aliado à nova realidade do mercado, abre amplas perspectivas para o setor de seguros, o único capaz de ocupar aquele espaço. O ministro lembrou ainda, em palestra seguida de almoço com os seguradores, que "épreciso criar no Brasil uma cultura de seguro social ", pois muitas pessoas que têm uma renda boa ou razoável não costumam fazer planos de previdência aberta. Ornélas referiu-se a pesquisas que mostram que, mesmo entre os executivos, não existe o hábito de fazer a previdência complementar. Raio de ação - Até novembro próximo, segundo o ministro da Previdência, deverá estar concluída a tramitação dos projetos de regulamentação do regime de previdência complementar, que terá, assim, seu raio de ação ampliado, através do estímulo ao surgimento de fundos multi patrocinadores. Walde-~ ck Ornélas acha importante que
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se promova um trabalho de conscientização das pessoas para a necessidade de se ter seguro social com previdência básica do INSS e, para quem puder, previdência complementar - seja na empresa, como pensão, ou previdência aberta. . Mais investimentos Uma das palestras que mais atraiu a atenção dos participantes da Conseguro foi a do economista brasi leiro José Alexandre Scheinkman , professor da Universidade de Princeton , nos Estados Unidos, que disse ser necessário ao Brasi l aumentar sua poupança, com o governo reduzindo seus gastos corren tes e aumentando seus gastos em investimentos: "Não estou dizendo que o governo deva gastar mais, mas fazer o contrário do que tem feito ". Segundo Scheinkman , que abordou o tema "Brasil - Inserção Internacional ", é preciso promover uma reforma tributária que diminua o incentivo à informalidade e, ao mesmo tempo, garantir uma integração maior com o resto do mundo. "O Brasil exporta pouco e importa pouco. Precisa exportar mais e importar mais", declarou. Para o professor de Princeton, o déficit comercial brasileiro não é problema grave. Não vê , também , na alta do preço do petróleo, grande ameaça ao País. Na sua avaliação , o repique da inflação em julho e agosto foi provocada pela política de preços públicos e não deverá se repetir. No caso de pressões inflacionárias, acrescentou , "o Banco Central saberá fazer o que for necessário, pois a política monetária é muito certa, muito correta ". Parceria diferenciada Já o economista Orio Giarini, secretário-geral da lnternational
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O mercado no varejo seguro, condição básica para o incremento da As mais de mil pessoas que se alternacarteira no País. ram na assistência dos 30 workshops realizaMuitos optaram também por assistir aos dos na Conseguro certamente deixaram o debates sobre as fraudes, que segundo Roberto evento satisfeitas com a diversidade dos asKelso, da KPMG do Panamá, vêm gerando suntos discutidos, o nível dos debates e o "bilhões de dólares" de prejuízos para o setor clima de otimismo que rondou as discussões de seguros. Já no painel sobre saúde, o presobre o futuro do mercado. Não é por acaso sidente da Agência Nacional de Saúde Supleque o conjunto desses painéis esteja sendo mentar (ANS} , Januário Montone, anunciou considerado um marco na história do setor que a formação de reservas técnicas no setor que futuramente servirá de base para qual~ vai variar de acordo com o porte da empresa. quer análise séria sobre o comportamento do Na apresentação sobre o seguro de acidenmercado nesse final de século. Essa imprestes, o interesse maior ficou por conta da apresão foi impregnada nos participantes logo no primeiro dia, no qual foram enfocados assuntos como previdência privada, resseguro e seguros de automóveis, responsabilidade civil e vida. No workshop sobre previdência, chamaram a atenção do público as previsões animadoras sobre as perspectivas desse segmento. O presidente da Anapp, Fuad Noman, por : Capitalização que sua estréia em corúer~ência. exemplo, previu que a pre- com grande público e sorteio de brindes vidência privada manterá o sentação das propostas da comissão formada atual nível de crescimento, da ordem de 40% pela Fenaseg relativas à regulamentação do em média, pelo menos até 2005. Foi lembrafim do monopólio do INSS nessa modalidade do ainda que cerca de sete milhões de pesde seguro. soas deverão adquirir um plano de previdênNo último dia da Conseguro, entraram em cia nos próximos anos, demanda que será pauta o Mercosseguros, o comércio eletrôni.plenamente atendida por produtos como o co e o resseguro financeiro, entre outros. O PGBL e a nova versão dos planos tradiciopainel que atraiu mais atenção, no entanto, nais, que surge com base nas normas que a foi o da capitalização, que pela primeira vez Susep promete anunciar em breve. assumiu papel relevante em eventos do porte No segundo dia foram abordados temas da conferência. Nesse workshop, houve até como saúde, acidentes de trabalho e fraudes. sorteios de prêmios, incluindo um aparelho Destaque também para o painel sobre seguro de OVO. Durante o debate, os assuntos mais agrícola, no qual foram apresentadas as proabordados foram a diversidade dos produtos postas da comissão criada na Fenaseg visandisponíveis na capitalização e os canais de do a instituição de um novo modelo de codistribuição: "o corretor já se interessa muito bertura no Brasil. Além disso, o chefe do Demais pela capitalização, o que é uma prova partamento de Planejamento Agrícola do Mido crescimento do setor", observou José Luiz nistério da Agricultura, Célio 'Porto, afirmou Florippes, da Sul América. que o Governo já admite oferecer subsídios Por Jorge Clapp aos produtores rurais na contratação desse
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Orio Giarini: perspectivas do mercado internacional
Association for the Study oi lnsurance Economics - The Geneva Association, abordou as perspectivas do mercado internacional. Favorável a que a iniciativa privada e o setor público trabalhem harmoniosamente, mas cada qual com sua área de atuação bem definida, ele disse que o setor privado deve assumir a responsabilidade de gerenciar os riscos em saúde, previdência e meio ambiente, em troca do prêmio pago pelos clientes. Giarini afirmou que cabe ao setor público o papel de atuar em situações como enchentes, incêndios, terremotos, furacões e outras catástrofes, nas quais ainiciativa privada não teria condições de arcar com os prejuízos. Segundo eleini , também na área de saúde o poder público daria suporte, já que nas camadas mais pobres da população as pessoas não têm condições de pagar planos de saúde privados. Quanto aos que têm poder aquisitivo melhor, sugeriu que comecem a investir cada vez mais cedo em planos de previdência privada: "As pessoas estão cada vez mais ativas e vivendo mais que no passado, principalmente nos Estados Unidos,
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Japão e Europa. Uma pessoa de 60 anos hoje é muito mais ativa que outra de quarenta anos que viveu no sécu lo passado", afirmou. Desafios - Para o diretor de uma dos maiores grupos resseguradores do mundo , a Munich Re , o setor segurador está "lidando com uma revolução em larga escala e não simplesmente passando por uma transformação". Segundo o diretor da empresa, Nikolaus vom Bomhard , o que se exige das pessoas nele envolvidas "não são apenas adaptações, em relação a tendências, nos moldes de um ciclo maior e já conhecido, mas uma autêntica redefinição do próprio papel dentro da economia e da sociedade ". Bomhard apontou alguns desafios que o mercado de seguros vem enfrentando, como "as dramáticas mudanças estruturais nas economias nacionais, em conseqüência da liberalização do comércio internacional; o acirramento da competição em preços e produtos que põe em jogo, muitas vezes, a própria sobrevivência das empresas; eas inovações da tec-
nologia da informaÇão, especi almente a Internet". O diretor da Munich Re apontou como desafios, ainda, o aumento progressivo e em dimensões cada vez maiores dos valores dos bens e responsabilidades que o setor de seguros tem de assumir; e o fato de que os sistemas estatais de seguros social "só conseguem dar conta de suas tarefas com limitações cada vez maiores para as pessoas". Outros desafios são a pressão dos mercados de capitais sobre as empresas e a "mania de fusões que torna mais volátil o destino das empresas" Expansão à vista - Oantropólogo Luiz Almeida Marins, presidente da Anthropos Consulting, também falou sobre desafios , destacando que a única certeza para a próxima década é a de que tudo vai mudar no Brasil , sob os aspectos tecnológico, econômico e financeiro. Mesmo assim, previu grande expansão do setor segurador brasileiro nos próximos cinco anos, impulsionada pelo potencial de 167 milhões de habitantes e o aumento da expectativa de vida. Marins acrescentou que, en-
Luiz Marins (Anthropos Consulting): poder migrou das empresas para o cliente
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Nikolaus (Muniche Re): mercado vem enfrentando desafios
quanto nos Estados Unidos e na Europa alguns produtos estão com o percentual de consumo estagnado, no Brasil estes mesmos produtos tiveram aumento significativo de vendas. Para o antropólogo, o poder migrou das empresas para os clientes e, para serem bem suced idas, as empresas terão que prestar melhores serviços, fazer o cliente ganhar tempo, introduzir o fator entretenimento e ter obsessão pela qualidade. Globalização - Ojornalista e cineasta Arnaldo Jabor encerrou o ciclo de palestras, abordando a questão da globalização. Para ele, a implantação desse processo no Brasil enfrenta dificuldades cuja origem remonta o descobrimento do Brasil. Jabor recorreu à História do Brasil para explicar de que forma o patrimonialismo, sistema político vigente em Portugal no século '10/ e trazido para cá, minou a formação político-econômico e social do Brasil com distorções e vícios. Um regime cruel , na visão do jornalista, voltado para os interesses das classes governantes e, por isso, inibidor da liberdade, da igualdade e da justiça. Por Ronaldo Reis e Ângela Cunha
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I ANTONIO PENTEADO MENDONÇA é jornalista e especializado em Segurança e Previdência
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realização e o sucesso da Conseguro, no Rio de Janeiro, tem várias leituras, a maioria francamente positiva. O primeiro dado que deve ser ressaltado foi a quantidade de participantes, que superou em muito a expectativa mais otimista, com mais de mil pessoas inscritas. Só isso seria suficiente para recompensar o trabalho de todos que se envolveram com a realização da conferência. Por outro lado, este número expressivo mostra a necessidade da realização regular de eventos de nível altamente profissional para que o setor possa discutir seus problemas com mais freqüência do que vem acontecendo. Num momento delicado para a atividade, quando o faturamento de prêmios vem crescendo em ritmo muito superior ao restante da economia nacional , mas REVISTA DE SEGUROS
Um sucesso I
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merecido e necessar1o expostos e discutidos os principais temas que afetam de uma forma ou de outra os destinos de um setor que se torna cada dia mais importante, ocupando o .espaço social que lhe cabe, tanto protegendo pessoas e patrimônios, como servindo de alavanca para o progresso do país, começando a gerar a poupança de longo prazo indispensável para a viabilização do financiamento da infraestrutura nacional. Do fim do monopólio do resseguro, tema que, por desconhecimento do governo, vem durando mais do que deveria e por isso preocupando não só o mercado brasileiro mas também os grandes players internacionais, passando pela alta sinistralidade de automóveis e saúde e chegando até a discussão de projetos de ensino e
o lucro das seguradoras tem, na média, caído, em função do aumento da sinistralidade das principais carteiras e da redução dos resultados das aplicações financeiras, é indispensável que o mercado tenha um plano maior que lhe permita se reposicionar, refletindo de forma mais exata a realidade de cada segmento, para que seja possível a equalização dos problemas e a busca das suas soluções. Sem o encontro regular dos diferentes participantes da atividade seguradora não há como se conhecer os pontos fortes e fracos comuns ao setor, nem como encontrar o melhor caminho, com base nesta troca de experiências. Assim, o simples encontro, a troca de idéias entre os participantes da Conseguro, já justificaria a sua realização. Mas o evento foi muito além. Dentro dele foram 12
treinamento para qualificação de mão-deobra, a Conseguro permitiu a soma de experiências indispensáveis para o desenvolvimento das diferentes atividades compreendidas pelo setor de seguros. E este é outro ponto altamente positivo que também precisa ser salientado. Pela primeira vez no Brasil , um evento do setor abrangeu e destacou todas as áreas envolvidas, mostrando de forma insofismável o que nos países mais ricos é claro: seguro e previdência privada aberta. são dois braços de um mesmo segmento econômico. Segmento que, por suas características muito particulares, é um dos grandes responsáveis pelo alto grau de bem estar social alcançado pelas suas populações. Agora, só falta o governo brasileiro enxergar o óbvio. JULHO/AGOSTO/SETEMBRO DE 2000
INDICADORES
crescimento de 19,79% com o presidente da Fenaseg, João Elisio Ferraz de Campos, deve ser creditado, em boa parte, à recuperação da economia do país, como indicam as primeiras aval iações do PIB, com crescimento em torno de 3,8%. O ramo de Automóveis, segundo o estudo, cresceu 16,35%, tendo arrecadado no período R$ 3,4 bilhões. Tal desempenho é reflexo do crescimento das vendas de veículos novos, que incrementa o mercado automotivo como um todo. O ramo de Saúde arrecadou R$ 2,718 bi lhões, crescendo 18,26%, e o ramo Vida apresentou evolução de R$ 12,44%, tendo arrecadado R$ 1,898 bilhão em prêmios.
mercado brasileiro de seguros, previdência privada e capitalização registrou crescimento de 19,79% no primeiro semestre de 2000, em re lação ao mesmo período de 1999. Isto é o que revela estudo preliminar feito pela Fenaseg . Ofaturamento no período foi de R$ 15,770 bilhões contra R$ 13,164 bil hões no ano passado, superando todas as expectativas do setor. Pelas estimativas da Fenaseg , o Seguro respondeu por R$ 11 ,259 bilhões; o segmento de Capitalização, por R$ 2,026 bi lhões; e os planos de Previdência Privada, por R$ 2,484 bilhões. Odesempenho do setor, de acordo
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DESEMPENHO DO MERCADO DE SEGUROS, PREVIDÍNCIA PRIVADA E CAPITALIZAÇÃO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2000 1 11 semestre de 1999
Estimativa 1 11 semestre de 2000 (R$ mil)
Diferença
Automóvel
2.976.352
3.462.996
16,35%
Vida
1.688.441
1.898.489
12,44%
Saúde
2.299.218
2.718.946
18,26%
Riscos Diversos
195.924
172.164
-12,13%
Incêndio
498.947
598.756
20,00%
Acidentes Pessoais
287.684
323.447
12,43%
Habitacional
527.499
560.387
6,23%
Transporte
207.733
224.622
8,13%
Demais Ramos
935.518
1.298.955
38,85%
Capitalização
1.949.440
2.026.892
3,97%
Previdência Privada
1.597.608
2.484.716
55,53%
13.164.364
15.770.370
19,79%
Ramos
TOTAL
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REVI STA DE SEGUROS
GARANTIA
Muito potencial, pouca e pecializaçao ara João Gilberto Possiede, diretor da Asso~ ciação Panamericana de Fianças epresidente da Comissão de Riscos de Crédito da Fenaseg, o mercado de seguro garantia tem um potencial de R$ 600 milhões aser explorado nos próximos anos. Hoje aparticipação deste seguro na arrecadação total do mercado de seguros ainda ébastante tímida, apenas 0,32%, mas Possiede acredita que este percentual pode chegar a 3,2% nos próximos anos. Na Argentina, por exemplo, compara, este ramo representa 1,23% do total do mercado, no México, 2,61% e na Colõmbia, 4,8%. Mesmo sendo um filão ainda pouco explorado no país, a estabilidade econõmica oxigenou a modalidade garantia, fazendo com que ofaturamento da carteira saltassede R$ 5,2 milhões em 1994 para R$ 65,3 milhões em 1999. Para este ano, a previsão de Possiede éque o seguro garantia movimente cerca de R$ 80 milhões. "Esta carteira tende a um crescimento expressivo porque a estabilidade da economia gera investimentos, edessa forma o seguro garantia estará presente, porque garantirá aconstrução dessas obras de desenvolvimento", afirma osegurador.
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REVISTA DE SEGUROS
Vale a pena destacar também como fatores que contribuíram para aalavancagem desse seguro no país nos últimos anos as leis 8.666/93 e8.883/94, que regulamentaram as licitações e contratação de obras públicas no país, validando o seguro garantia, e o ingresso do Brasil no Acordo de Basiléia, que restringiu as emissões de cartas de fiança bancária, tornando-as uma opção muito mais cara que oseguro garantia Tarefas a cumprir - Mas, apesar do desempenho marcante em curto espaço de tempo e das excelentes perspectivas que se vislumbram com aabertura do resseguro, para atingir uma participação mais expressiva no mercado de seguros, seguradores e corre-
!ores ainda têm algumas tarefas de casa acumprir, entre elas, resolver a questão da falta de especialização dos profissionais que atuam nesta área. "Precisamos de mais especialização. Épreciso haver um maior interesse dos corretores em conhecer, em aperfeiçoar-se nesta modalidade. Ainda temos muita carência, são muito poucos os corretores que dominam este segmento", afirma Possiede. Da mesma opinião compartilha o economista e diretor de seguros do Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros - IBEF, Ricardo Rodrigues da Silva, que acredita que aprimeira etapa aser cumprida pelo mercado é investir mais na qualificação profissional. "Épreciso ter vontade, disposição
para fazer as coisas acontecerem. Algumas seguradoras já estão tomando esta iniciativa, e os números mostram que as coisas estão indo de uma maneira boa, mas quando comparo com o mercado internacional vejo que é preciso fazer muito mais", afirma. Área financeira - Odiretor do IBEF acredita que uma das soluções imediatas para o mercado seria optar por profissionais com sólida formação na área financeira eque tenham condições de analisar melhor e subscrever um contrato de seguro garantia. "Para as seguradoras que não têm tempo de ensinar o seu profissional , o melhor écontratar alguém que tenha atuado em área de risco financeiro. É importante também
Ano
Total de Prêmios do Mercado de seguro R$ bilhões
Total de Prêmios em Seguro Garantia R$ milhões
1994
12.109
5.287
1995
14.045
18.576
254,00%
0,13%
1996
15.111
35.698
90,33%
0,24%
1997
18.395
53.204
49,04%
0,29%
1998
19.395
55.636
4,57%
0,29%
1999
20.324
65.383
17,52%
0,32%
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% de Crescimento do Seguro Garantia em relação ao ano anterior
%do Seguro Garantia/total de prêmios 0,04%
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Novos nichos - Para os dois especialistas, a entrada das resseguradoras estrangeiras vai trazer novos produtos que poderão incrementar o seguro garantia no país. "As resseguradoras estrangeiras já tem produtos na prateleira mais diversificados em termos de moda Iidades e preços. Desta forma vamos ter uma abrangência maior eestaremos operando como o mercado mundial opera, o que é altamente benéfico" avalia Ricardo Rodrigues. Segundo ele, o mercado nacional hoje opera basicamente com modalidades que garantem o risco da execução. Neste novo cenário, oeconomista acredita que um novo produto pode surgir com força: o seguro de garantia financeira, ou seja aquele que garante opagamento de um financiamento para um investimento de infra-estrutura. "Os seguros envolvendo aspectos financeiros são um grande mercado, não só no Brasil, mas no mundo todo ", afirma. Concessões rodoviárias Mas, mesmo antes do processo de abertura do mercado de resseguros ser concretizado, novos nichos já vêm despontando. É o caso, por exemplo, do seguro de garantia para concessões rodovi árias epara concessões de construções de hidrelétricas, que se con"Quando os solidou com a retomada do processo de deempresários ficarem senvolvimento da ecomais conscientes de nomia brasileira. Como que o seguro garantia são obras muito grantraz segurança, porque des exigem um seguro com valores elevados. representa uma Por isso, o seguro de terceira pessoa jurídica garantia de concessões / representa atualmente no negocto, a cerca de 20% a25% do modalidade vai crescer volume total contratado. muito mais" Outra modalidade Ricardo Rodrigues da Silva (IBEF) bastante nova, e que
avaliar aseriedade desse profissional porque é ele quem vai ter o poder de dizer sim ou não para o risco que a seguradora está passando o cheque", aval ia. Outra questão que também preocupa estes dois especialistas éada divulgação. Possiede e Rodrigues acreditam que é preciso haver uma divulgação mais agressiva para conscientizar a população e, principalmente, os empresários da importância edas vantagens que esta modalidade proporciona. "Quando os empresários ficarem mais conscientes de que o seguro garantia traz segurança para eles porque representa uma terceira pessoa jurídica entrando no negócio para garantir aquele contrato dele, ou parte daquele contrato, amodalidade vai crescer muito mais", afirma Rodrigues. Já odiretor da Associação Panamericana de Fianças lembra, por exemplo, o caso das garantias aduaneiras, lançadas no ano passado, e que ainda não decolaram. "Épreciso maior divulgação ", avalia. Melhorar o clausulado, tornandoomais claro, eampliar o buquê de coberturas, são, na visão de Possiede, outros fatores importantes que podem fazer oseguro garantia deslanchar mais rápido.
Possiede: "Precisamos de mais especialização. É preciso haver um maior interesse dos corretores em conhecer, em aperfeiçoar-se nesta modalidade"
promete esquentar esse mercado, éagarantia imobiliária, que surgiu no Rio de Janeiro como reflexo do triste episódio do desabamento do Palace 11 , na Barra da Tijuca. Através de Lei municipal sancionada pelo prefeito Luiz Paulo Conde no ano passado, o seguro de garantia imobiliária passou aser obrigatório em todas as construções que tenham mais de dois mil metros quadrados de área, ou naquelas em que as vendas sejam feitas antes da conclusão da obra. Mas, segundo Rodrigues, ainda não foi possível sentir os efeitos da nova Lei. Éque o prefeito, ao sancioná-la, abriu uma exceção, permitindo que todos os projetos aprovados até o final de 99 não fossem obrigados aapresentar o seguro. "Com essa exceção, todos aqueles construtores que tinham projetos arquitetônicos na gaveta, mas não tinham a intenção de começar uma obra, correram para aprová-los e obter a licença. O que temos agora é um hiato de demanda de mercado para esse seguro até que essas obras, que ainda estão no papel , virem realidade", explica.
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Apesar do seguro de garantia imobiliária valer apenas no município do Rio de Janeiro, um projeto de Lei poderá estendê-lo a todo país. Oprojeto de Lei , de autoria do senador Edison Lobão, regulamenta o seguro garantia como um todo, inclusive no seu processo de execução, etrata de moda Iidades bastante novas no país, como a imobiliária. Legislação - Para o expert João Gilberto Possiede, oseguro garantia pode deslanchar de vez no Brasil se o projeto for transformado em Lei. "Oseguro garantia não está previsto na nossa legislação. Afiança é prevista no Código Civil eoseguro garantia não. Então esse projeto é de grande envergadura e contempla essa abrangência maior. Enós temos esperança que com este projeto o seguro garantia complete asua consolidação no nosso país" , acredita. Atualmente o projeto de Lei está tramitando na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), do Senado , e tem como relator o senador Bernardo Cabral (PFUAM).
REVISTA DE SEGUROS
CULTURA
o s Sistemas de segurança implantados por exigência da seguradora garantiram redução do prêmio do seguro de uma das mais valiosas exposições já realizadas no MNBA. O valor do prêmio para o conjunto de obras - avaliado em US$ 150 milhões - foi de R$ 80 mil splendores de Espanha - de E/ Greco a Velázquez foi uma das mais valiosas exposi ções já apresentadas no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) . As 139 obras expostas - entre elas quatro telas de Velázquez e! oito de El Greco - foram avaliadas em US$ 150 milhões. O seguro das obras foi feito pela empresa espanhola Axxa Nordstern, com prêmio no valor de US$ 80 mil , e cobria qualquer tipo de dano. Este valor, considerado baixo pelo conjunto da obra, foi alcançado porque os organizadores se comprometeram a fazer intervenções no museu para garantir maior segurança às obras . "A questão do seguro para este tipo de obra é meio REVISTA DE SEGUROS
retórica, pois se algo mais grave acontecer, não há como repor a obra. Se um Velázquez for danificado, a perda é incalculável ", avaliou a organizadora da exposição, Frances Marinho. Partindo desta avaliação, o esforço dos organizadores foi no sentido de tentar reduzir drasticamente os eventuais riscos , reduzindo também o valor do prêmio do seguro. "Tamamos todas as precauções exigidas pela seguradora para conseguirmos uma taxa mais baixa" , disse Frances Marinho. Equipamentos - Por exigência contratual , foram instalados no MNBA dois detetares de metal , oito sistemas de alarme nas janelas e nas vitrines , um circuito interno de TV com 12 câmeras , um sistema de
segurança com infra-vermelho, além de mecanismos de controle de umidade e luz. "Apesar dos detectores, instituímos a revista de bolsas para evitar que alguém entrasse com spray e adulterasse alguma obra", explicou a organizadora. Nada
A fiação do MNBA foi toda trocada e oito câmeras digitais vigiavam todas as etapas da exposição, por exigência da seguradora
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menos que 15 agentes de seguranças foram destacados exclusivamente para as salas de exposição. Mas um dos maiores te mores da seguradora era com a possibilidade de ocorrer incêndios. A destruição pelas chamas de boa parte dos quadros de Torres-García no Museu de Arte Moderna (MAM) , no final da década de 70 , ainda é um dos maiores entraves nas negociações para a reali zação , no Brasil, de exposições com obras internacionais. Por exigência da empresa seguradora espanhola, toda a fiação elétrica do MNBA foi trocada para evitar o risco de um curto-circuito. Além disso, uma brigada de incêndio ficou 24 horas à disposição do museu.
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Sagrada Família, obra-prima de El Greco, um dos destaques da maior exposição de pintura espanhola já realizada fora da Península Ibérica
Transporte das obras Os cuidados com o transporte das obras constituíram um capítulo à parte. Os organizadores contrataram os serviços da empresa espanhola Sit, que é especializada nesta área . As caixas utilizadas foram construídas de forma a permitir que as obras não encostassem em nada. Uma vez acondicionadas, vieram para o Brasil acompanhadas por especialistas da Sit eacomodadas em quatro aviões diferentes - precaução para que, em caso de acidente, não se perdessem todas as obras. Uma vez no País, as obras foram transportadas pela empresa Fink, devidamente supervisionadas por técnicos dos museus de origem . Um trabalho especial foi desenvolvido
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balho impressionante. Construiu, inclusive, uma caixa especial para acomodar a obra", contou Frances. Ela disse que a contratação de uma seguradora espanhola foi exigência de Madri. "Mesmo que não fosse, eu teria feito o seguro no exterior; as taxas no Brasil são altíssimas ", afirmou . Marco André Machado , diretor de General li Seguros no Rio , disse que dificilmente o mercado brasileiro cobraria preços semelhantes. "A taxa que ele conseguiram é muito baixa para o tipo de risco envolvido. A menor taxa por aqui seria de 2% do valor das obras ", comparou . Segundo acrescentou , para uma exposição desse porte se tentaria negociar uma taxa diferenciada, em função da segurança oferecida. Mas, ainda assim , o valor dependeria de autorização do IRB para se buscar parcerias com empresas de resseguros internacional. Forma Didática Esplendores de Espanha - de E/ Greco a Velázquez ficou em exposição no MNBA até o dia 24 de setembro. A mostra reuniu pinturas, esculturas , mapas, livros, documentos e objetos de época (boa parte proveniente do Museu Nacional do Prado, na Espanha) e foi montada de forma didática, para mostrar uma época pouco conhecida da história brasileira - o período da União Ibérica, entre 1580 e 1640, quando Portugal e colônias, inclusive o Brasil , estiveram sob o domínio espanhol.
para o transporte do quadro A Recuperação da Bahia do Brasil, pintado em 1634 por Juan Bautista Maino. A tela nunca havia deixado o Museu Nacional do Prado , devido às suas dimensões: 3,5 m x 4,2m. "A transportadora fez um tra-
As obras vieram pa a o Brasil em aviões diferentes, p a evitar que todas se pe1!'dessem num eventual
Dividida em módulos A exposição ocupou todo o terceiro piso do MNBA e foi dividida em quatro módulos. O primeiro deles, União Ibérica, reunia retratos de reis e nobres do período . Um dos destaques era uma edição de 1605 de D. Quixote de La Mancha , de Cervantes. No módulo seguinte, A Defesa do Império de Ultramar , estavam reunidas obras relacionadas às batalhas, exemplificando o esforço militar da União Ibérica para defender o império de seus inimigos. O terceiro segmento mostra objetos como jóias e utensílios religiosos . Nos últimos salões surgia a arte dos grandes mestres espanhóis - em duas delas estavam as pinturas religiosas da época, encomendadas por reis para enaltecer suas relações com a Igreja. Chegavase então às duas mais esperadas salas da exposição: as que apresentavam os trabalhos de El Greco e Velázquez. Retrato de Juan Martínez Montaflés , de Velázquez, era um dos maiores destaques. A obra , que mostra o escultor Montanés trabalhando em um busto, faz parte do acervo do Museu Nacional do Prado . De Velázquez, estão também expostos Retrato de Felipe IV e Cabeça de Veado , ambos provenientes do Prado, e As Tentações de São Tomás . Entre os trabalhos de El Greco, o grande destaque era Sagrada Família , do acervo do Museu de Santa Cruz de Toledo . Por Roberta Tziolas
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REVISTA DE SEGUROS
FRAUDE
A Fenaseg vai colocar em prática, ainda este ano , uma série de 11111111 ações que visam, além do esclarecimento à população sobre os benefícios que o seguro pode proporcionar ao consumidor, o combate a uma das principais causas de prejuízos do setor - a fraude. Neste caso, a idéia é consci entizar a sociedade , mostrando ao cidadão que é também dele a responsabilidade de denunciar e, ao cliente , que o dano causado pelo fraudador acaba se transformando num aumento do preço que ele mesmo paga pelo serviço . A cruzada da FWlaseg hoje é provar que a utilizâção doCadastro Nacional de Sinistros (CNS) - um banco de dados alimentado atualmente por apenas 19 seguradoras do país é uma forma objetiva de se proteger e evitar estragos. O cadastro, na opinião do vicepresidente da Fenaseg e da Sul América Seguros, Julio Avellar, é uma das formas mais eficazes de combate à fraude. "Esta é uma postura que tem que ser permanente e sistemática", diz. REVISTA DE SEGUROS
Julio Avellar está convencido de que o acúmulo de pequenos golpes é o que causa grandes prejuízos ao setor, provocando um rombo que não tem como ser precisamente dimensionado. "Não há dados precisos a esse respeito . Se nós soubéssemos o montante exato desse prejuízo, poderíamos saber exatamente onde estão os fraudadores ", explica. Este prejuízo , na sua avaliação, poderia ser drasticamente reduzido se houvesse consultas mais atentas e permanentes ao CNS . Ele explica que é através do cada stro , por exemplo , que se pode ter conhecimento se um bem foi segurado em mais de uma companhia. "Identificar o fraudador e não fazer mais negócios com ele já é um bom começo ", diz. Prevenção - A prática de recorrer ao cadastro - hoje são 222 mil consultas feitas no país mensalmente - é uma estratégia de prevenção , pois, a partir da consulta, pode-se saber , por exemplo , que as características de um determi nado veículo não permitiriam as avarias sofridas por outro ,
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O CNS precisa ser alimentado pelas próprias empresas, que devem estar equipadas para enviar os dados ao sistema a ser consultado pelo setor. O empenho maior da Fenaseg hoje é atrair para o sistema cada uma das empresas associadas à federação (são mais de 100), que ainda não enviam seus dados e não consultam o cadastro. O argumento é simples e matemático. O aumento na-
"É preciso uma postura da sociedade. Determinados deslizes são tolerados naturalmente e as pessoas não percebem que, quando fecham os olhos para qualquer pequena irregularidade, acabam pagando o prejuízo do próprio bolso" Júlio Avellar (Fenaseg)
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tural do custo que uma segu radora terá para se preparar para enviar seus dados para o CNS - gastos com informática, por exemplo - é compensado na medida em que isso vai evitar o dano causado pelos fraudadores e impedir novas tentativas de golpes É a partir do CNS também que o setor vai aprendendo a se prevenir ao perceber como os fraudadores agem. "É claro que o crime sempre anda na frente. E é a partir de sua ocorrência que podemos nos proteger no futuro. Com os casos identificados, vamos aprendendo a sua mecânica" , argumenta o vicepresidente da Fenaseg . Hoje, no setor de veículos , há basicamente três tipos de
num alegado sinistro . "Se um carro colidir com outro, mas o que provocou o acidente tiver um pára-choque alto demais para o dano descrito, fica claro que algo está errado", exemplifica. À sociedade , a Fenaseg quer dizer o quanto é importante a prática da denúncia de qualquer ato ilícito. "É preciso uma postura da sociedade. Determinados deslizes são tolerados naturalmente e as pessoas não percebem que , quando fecham os olhos para qualquer pequena irregularidade, acabam pagando o prejuízo do próprio bolso", alerta Avellar.
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fraudes - dano agravado , duplo seguro e bem inexistente - que podem envolver clientes, corretores ou funcionários das seguradoras ou das prestadoras de serviços. Esses personagens também podem agir individualmente e há casos em que o cliente é inocente e tem seu nome indevidamente usado pelos fraudadores. O mais comum é aquele golpe em que o dano é agravado . Na prática: o carro tem um estrago qual quer e o cliente aproveita para consertar outro problema e inclui no sinistro . "É aquele caso em que o carro bateu de frente e o cliente acaba incluindo um dano na porta esquerda", exemplifica. Duplo seguro - Outro golpe aplicado é o seguro do mesmo bem em mais de uma companhia Quando há um sinistro real , o cliente tenta receber indenizações de todas as empresas - uma tentativa que seria frustrada se o fraudador tivesse identificado no CNS . Seus dados estariam catalogados e a segunda empresa procurada por ele evitaria a fraude a partir de uma simples consulta ao cadastro. Esse cli ente , se tiver conseguido receber pelo mesmo dano mais de uma vez, pode sofrer várias penal idades: ser responsabi Iizado criminalmente, ser obrigado a devolver o que recebeu irregularmente e ser condenado a cumprir pena na cadeia. Há também o golpe do seguro de um bem inexistente, que vai gerar um sinistro-fantasma, uma ocorrência que jamais aconteceu . Por enquanto alimentado apenas por seg uradoras que operam com a carteira de veículos, o CNS será ampliado para todas os ramos do setor. Por Rozane Monteiro
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O futuro das é presidente da Itaú Seguros
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processo de mudanças que o sistema segurador está vivendo , principalmente nos países mais desenvolvidos, começa a indicar quais são· as tendências básicas que ditarão a nova configuração do mercado. Não são movimentos facilmente assimiláveis, na medida em que o desconhecido gera intranqüilidade. Mas são desafiadores. Hoje já podem ser identificados pelo menos três movimentos estratégicos nesse processo, todos apontando para direções diferentes, que, entretanto, não se excluem. Mais: esses movi mentos mexem no core business da empresa seguradora, ou seja, no oorne que caracteriza o negócio. Com isso, o que se coloca neste momento é o próprio conceito do que é e do que será no futuro a atividade seguradora. Até agora, ser uma "seguradora" significava unir, em uma única empresa, um conjunto de cinco aptidões: capacidade de distribuição (vendas); competência matemática e atuarial para seleção de riscos (underwriting); compe-
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companhias de seguros tência para escolher o quanto reter de cada risco ; capacidade de administrar ativos financeiros; e, finalmente, capaci dade para administrar e con!rolar os custos dos sinistros. O que se tem observado presentemente, contudo, é uma tendência a se desembrulhar essas diversas aptidões, reagrupando algumas e deixando outras sozinhas, dada sua importância. Vale dizer, a atividade seguradora está desenhando para si mesma uma outra face . Entre os três movimentos em curso, o mais visível , inclusive no Brasil , é o que isola, criando um segmento específico, a capacitação em gerenciamento de ativos. Tratase de um negócio em que a expertise fundamental requerida · é uma alta eficiência na administração de recursos de terceiros, com a maximização de resultados, com responsabilidade, e a minimização de custos. Assim, constata-se que, independentemente de imposições legais, produtos como pianos de previdência (nas áreas de pensão e aposentadoria) e
seguros de vida em regime de boratórios e imprensa, entre oucapitalização são , cada vez tros. O problema é que os obmais, administrados por instijetivos e pretensões de cada tuições que não as seguradouma dessas partes são bem diras tradicionais. Essas instituiferentes e muitas vezes conflições, geralmente bancos, con!antes. Ou seja, o que é bom centram o know-how finan ceipara os hospitais (melhor prero indispensável ao gerenciaço para os seus serviços) é pésmenta dos recursos. Planos de simo para o doente e/ou para previdência e seguros de vida a sua seguradora. E o melhor em regime de capital ização atendimento médico-hospitalar apresentam um risco atuarial conflita com a contenção de mínimo ou inexistente, ao passo gastos almejada por todos. que o risco decorrente da Para comprimir a cadeia de volatil idade dos mercados de preços, de forma a se dar o capitai s em que se aplicam os máximo de atendimento e de recursos obtidos com tais procobertura pelo menor preço, é dutos é grande. Portanto, é naindispensável promover a efitural que institui ções acostuci ência dos serviços prestados. madas e habilitadas a admi Em outras palavras, torna-se imnistrar fundos de investimenperativo produzir o máximo pelo tos de todos os perfis, dos mais menor custo. Nesse quadro, o conservadores aos mais agresri sco atuarial ou o volume de sivos, como os bancos, abricapital da empresa fica em piaguem esses produtos. no secundário. Algo semelhante O segundo movimento es- . . ._ocorre com o seguro auto mótratégico é o redirecionamento vel. Constata-se então que há do foco das seguradoras para seguros em que a boa e soa integração vertical de servibretudo eficiente prestação de ços. Um bom exemplo refereserviços é exigida e muito mais se ao seguro saúde . Nesse importante e difícil de atingir seguro, há muitas partes endo que problemas típicos do volvidas e todas têm razão nas seguro tradicional, como é o suas queixas e ressalvas: pade ratear o custo entre os secientes, médicos, hospitais, lagurados. Isso cria a segurado-
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ra es.pecializada na administraEsse esforço de "corta, reção de serviços específicos corta, troca e agrupa" também (médicos ou automobilísticos, se move em direção à maior por exemplo), bem diferente da eficiência. Caminhos para isso tradicional. podem ser vislumbrados no Entre os três movimentos horizonte. Afinal , por -que não estratégicos que mudam o moformar pacotes de riscos sedelo antigo da companhia semelhantes, securitizá-los (ou guradora, o que mais choca, seja, transformá-los em títucontudo, é o que diz respeito los negociáveis) e colocá-los à transferência e troca de risno mercado entre milhares de cos, por ter a ver com as próinvestidores? Isso pulveriza, prias origens da atividade. O além do capital , também o risseguinte quadro ilustra bem co do investidor. O resseguro essa questão: ser economicadaria um passo importante mente eficiente não é fazer o rumo ao aumento da eficiênseguro de uma aeronave de US$ cia, na medida em que o ris100 milhões por participações co já pulverizado na ponta de US$ 1 milhão cada em 100 tomadora ficaria mais diluído aviões diferentes. É intuitivo que igualmente na ponta aplicadoa perda de 100 aviões em um ra. Em outras palavras, em vez ano é muitíssimo mais improde haver um grupo estático de vável do que a perda de um acionistas de uma resseguraúnico aparelho. Conseqüentedora, existiria um grupo infimente, a seguradora que opnitamente maior de aplicadores tou por segurar um grupo de que, via mercado secundário, 100 aeronaves precisa de caestaria em constante mudanpital social muito inferior ao neça, correndo os riscos de um cessário à companhia que teinvestidor comum , diferentes nha segurado uma única aerodos que recaem sobre o capinave por U$$ 100 milhões. tal aplicado por um acionista Como conseqüência dessa pulcomum , que espera um prêverização , investe-se menos mio pelo risco do seu invescapital e há menos a remunetimento . rar, o que, por seu turno, rePara os riscos vultosos, o duz o custo do seguro, tornansegredo do negócio será sado-o um instrumento mais efiber dividir um todo do risco ciente. em muitos pedaços igualmente Esse exemplo demonstra pequenos de muitos outros que a competência em transtambém grandes riscos, poferir, distribuir e trocar granrém diversificados. Isso fará a des riscos, fracionando-os para diferença. que fiquem individualmente peMencionamos neste trabaquenos, constitui-se em espelho três tendências de especialidade muito importante no cialização, cada uma delas musetor de grandes riscos. Mais dando o modelo tradicional importante, quiçá, que as oupara um outro muito diferente tras que constituem uma se- . do original. Como todas as noguradora de modelo convencividades, essas também geram onal. Tal especialidade fará a alguma ansiedade . Mas são diferença entre se ter sucesso desafiadoras. E pensar a resou fracassar na atividade cha~ peito delas é útil e convenimada resseguro. ente.
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FUNENSEG
Claudio Contador, novo secretário-executivo da Funenseg
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Mais Incentivo . a' pesquisa
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economista e professor universitário Cláudio Contador é o novo secretário-executivo da Funenseg. Indicado para o cargo pelo presidente da entidade, João Elisio Ferraz de Campos, seu nome foi homologado sem restrições pela diretoria e pelo Conselho Deliberativo. Ele assumiu seu posto no dia 29 de agosto, quando, em reunião com os funcionários da Fundação, apresentou as suas propostas de trabalho. Entre as ações que pretende empreender ao longo de sua gestão, figuram mais incentivos à pesquisa e uma maior aproximação com as entidades privadas que mantém convênio com a Funenseg . Ele espera também criar um centro de documentação que si rva de referência para a área de seguros e expandir a biblioteca já existente na Funenseg, dotando-a de maior acervo de obras sobre seguros, economia, administração e outros temas importantes para o segmento. Cláudio Contador é diretor-exec utivo da empresa de consultoria Silcon Estudos Econômicos e tem vasta experiência acadêmica. É professor do Instituto de Pós-Graduação em Admini stração da Universidade Federal do Rio de Janeiro ediretor do Centro de Estudos e Pesquisas em Seguros do Coppead, órgão vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro. Além disso, é autor e editor de 12 livros e de 229 artigos publicados em revistas especializadas em economia, no Brasil e no exterior. Para o mercado, a sua nomeação sugere que a nova diretoria da Funenseg pretende , nos próximos dois anos, fazer importantes investimentos em pesquisas sobre o comportamento do setor de seguros e suas perspectivas de crescimento.
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REVISTA DE SEGUROS
AUTOMAÇÃO
Osmar Marchini, presidente da Comissão de Informática da Fenaseg
muda mercado de seguros A tendência para os próximos . . crnco anos e que os negocros no mercado de seguros vão mudar completamente, por conta de transformações provocadas pela Internet /
Douglas Snadeck, executivo da IBM
Jonathan Mizel, diretor da Ciberware Media
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ouglas Snadecki , executivo da IBM , por exemplo, fala em três ondas radicais que vão virar o me rcado de cabeça para baixo. A primeira, que já está acontecendo, vai aumentar o volume de vendas na Web. A segunda promoverá mudanças decisivas nas empresas, obrigando-as a optar por um foco de atuação específico, ou seja, especializar-se. A terceira, que ainda não está bem definida, deverá introduzir nas empresas um alto grau de interatividade e, conseqüentemente , muita intimidade com o cliente, baseada em atendimento impecável, preços muito acessíveis e in-
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tegração dos mercados físico e virtual. Ele acredita que no ano 2005 o volume de transações feitas na Internet irá representar algo em torno de 30% dos negócios realizados na economia global. Só para se ter uma idéia, em 1999, os negócios na grande rede foram responsáveis por 2% do valor movimentado na economia global , que totalizou US$ 30 trilhões. Negócios - Mais do que um veículo de divulgação, a Internet revelou-se um novo canal de negócios. E poderoso, capaz de mudar hábitos arraigados de consumo e de relacionamento com o cliente. Oadvento do comércio eletrônico decre-
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Cyber Point do Sias: ponto de encontro dos internautas
Nos três dias da sexta edição do Sias, cerca de 1000 pessoas, · entre congressistas e visitantes, circularam pela área do evento Visitantes e palestrantes debatem os produtos expostos no Sias
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tou a subversão da ordem: quem manda agora é o cliente, é ele quem dá as cartas, quem detém o poder. Eo setor de seguros não está fora desse contexto. Ao contrário. "Se existe um produto apropriado ao ecommerce, ele chama-se seguro ", afirma Germano Marcano, diretor da Consis lnternational. Segundo um estudo divulgado recentemente nos Estados Unidos, destaca ele, as maiores oportunidades de negócios na Internet estão acontecendo no setor financeiro - seguro incluído. Jonathan Mizel, diretor da Ciberware Media, também é da opinião de que a Web mudou tudo no mercado de seguros dos Estados Unidos. Num fu turo bem próximo , prevê , haverá três modalidades de empresas: as que praticam preços baixos, as que oferecem serviços com valor agregado e um misto destas duas, resultando em maior índice de venda e de margem de lucro. A Internet - Esse cenário pós-Internet, acompanhado por esses três e por outros especialistas , foi palco , em junho passado, do VI Simpósio Internacional de Automação de Seguros (VI SIAS) . O evento foi promovido pela Fenaseg e reuniu cerca de mil pessoas, entre congressistas e visitantes da exposição. Unanimidade entre os palestrantes do simpósio, a Internet, assim como o banco de dados, tornou -se ferramenta indispensável para as seguradoras. De acordo com Jonathan Mizel, a grande rede estimulou um marketing mais agressivo , levando as empresas a explorarem ainda mais o potencial que representa o mercado de seguros na economia do País.
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Estudo - Gérman Marcano diz que a penetração na Web tem sido maior e mais rápida do que a que ocorreu com o telefone e a televisão. Ele apresentou , no SIAS, um estudo realizado na América Latina, que mostra que cerca de 18 milhões de pessoas (1 ,7% da população do continente) já estão conectadas na grande rede. A previsão é que esse número suba para 37 milhões, em 2003, e para 87 milhões, no ano de 201 O. Apesquisa feita nessa região mostra que o Brasil responde com o maior percentual de penetração, 2,3%; seguido da Argentina, com 1,6%; e do México, 1,3%. No que diz respeito ao Brasil, Marcano afirma: 80% do volume de negócios no mercado de seguros brasileiro podem ser feitos na Internet, com destaque para seguros de Vida, Saúde e Automóveis. Cautelosa, Lorna Johnson, vice-presidente da Navisys, que também se apresentou no SIAS, alerta que o seguro virtual é um negócio muito novo e, por isso, arriscado. "Todos os parceiros nessa rede compartilham sucessos e fracassos , mas nem todos controlam todas as etapas do processo ", explica. A venda virtual de seguro, na sua opinião, somente alcançará expressivjdade no ano 2005 , quando deverá representar 20% dos negócios globais. Lorna chama ainda a atenção para a necessidade de as empresas de seguros investirem mais em informações. "A área de seguro ainda está muito voltada para centro de dados, que vem a ser responsável em grande parte pelo sucesso dos negócios", complementa. Investimentos - Mas a venda online não é, pelo meREVISTA DE SEGUROS
TALENTOS PREMIADOS Solução tecnológica
Os mar Marchini entrega o troféu a Paulo Egídio, da Insurance Solutions: "Melhor solução tecnológica"
A lnsurance Solutions conseguiu, com o Superkit, o que muitas empresas, nos últimos dez anos, tentaram sem sucesso: criar · um software gerador de produtos de seguros para qualquer ramo, sem a intervenção da área de sistemas. Isso significa que pode ser manuseado fácil e exclusivamente pelo usuário (técnico de seguro). Por isso, ganhou o prêmio de "Melhor solução tecnológica " no VI SIAS. Segundo a empresa, a geração do código de fonte permite a criação genérica do cálculo e das regras existentes no negócio do cliente, o que não pode ser conseguido através da definição de parâmetros dos produtos de seguros.
Estética
Carlos Leonardo, da IBM, com o troféu de Melhor Estande
nos por enquanto , o foco de atenção das seguradoras do país. A maioria optou por melhorar os processos com os canais de vendas , explica Osmar Marchini , presidente da Comissão de Informática da Fenaseg, com base nos resultados de uma pesquisa sobre automação de seguros no Brasil real izada pela Fenaseg e a
Pela segunda vez consecutiva, a IBM do Brasil conquistou uma das premiações do SIAS. Desta vez foi na categoria "Melhor Estande ". A empresa decidiu investir na dobradinha modernidade/funcionalidade e levou o troféu (foto) de estande mais bonito.
Fides (Federação lnteramericana de Empresas de Seguros) e divu lgada no VI SIAS. Segundo o estudo, 91 ,2% das companhias de seguros já estão na Internet - em 97 esse percentual era de apenas 27%. Os investimentos em tecnologia, este ano, foram estimados em R$ 300 milhões. Desses, 40% serão aplicados em
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software, 30% em hardware e 30% em novas tecnologias. A pesquisa mostra ainda que a evolução em tecnologia fez com que as seguradoras aumentassem a produtividade e, conseqüentemente, diminuíssem o número de funcionários, em torno de 2%. Em 1998, eram 24 .360 funcionários , passando a 23.919, em 1999.
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PGBL FUNDO DE INVESTIMENTO FINANCEIRO OU PLANO DE PREVIDENCIA PRIVADA? i
CARLOS A. TRINDADE
é presidente da IcatuHartfordSeguros
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o momento em que o PGBL alcança a marca de R$ 1 bilhão de reservas aplicadas e com projeções de acumular um saldo de R$ 2 bilhões em 31 de dezembro deste ano, parece oportuno respondermos à pergunta feita por todos: o PGBL é um Fundo de Investimento Financeiro ou um Plano de Previdência Privada? Para responder precisamos retornar a 1998. Naquele ano, a Susep iniciou um esforço para tornar os produtos de Previdência Privada mais transparentes para o consumidor e, ao mesmo tempo, exercer um controle mais ágil e eficaz do setor. Tendo a transparência como objetivo maior, a Susep, após consultas à ANAPP (Associação Nacional Previdência Privada) e à Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização), estabeleceu como prioritários os seguintes pontos que deveriam nortear os trabalhos: a) repasse aos clientes de 100% da rentabilidade das reservas;
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b) não poderia haver garantia de rendimento mínimo por parte das seguradoras e demais empresas de previdência; c) os recursos (reservas) dos clientes deveriam ser administrados em Fundos de Investimento Financeiro, objetivando transparência e controle via Banco Central ; d) as seguradoras e empresas
Com base nesses pontos e um excelente trabalho de articulação junto ao Banco Central , Comissão de Valores Mobiliários, Receita Federal e Conselho Nacional de Seguros Privados, a Susep conseguiu encaminhar a legislação que criou o PGBL. Pela legislação aprovada , cada PGBL teria seu Fundo de Investimento Financeiro Exclusivo (File) para acolher os invesEm apenas wn ano e meio, o timentos das rePGBL tomou-se um dos servas técnicas da seguradora ou maiores sucessos do segmento entidade de prede poupança de longo prazo na vidência privada história do nosso país à qual estivesse ligado. de previdência deveriam esEssa mecânica e a divulgatabelecer, desde o princípio, ção imediata do valor das quoas tábuas de sobrevivência tas desses fundos nos cadernos que aplicariam ao cálculo financeiros dos principais jornais das rendas de aposentadodo país fizeram com que muitos ria em cada um de seus passassem aver os PGBLs como produtos PGBL; e um tipo de investimento finane) a liquidez deveria ser garanticeiro de longo prazo, com incenda aos participantes - sem tivos fiscais extremamente atragarantia mínima de rentabitivos. Já para outros, os Files eram apenas instrumentos de vilidade, os participantes não poderiam ficar presos a insabilização de um plano de pretituições com má performanvidência privada moderno, flexíce na gestão de seus recurvel e transparente. sos . Para responder à pergunta
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inicial é preciso dizer que, pela legislação, o PGBL tem a estrutura de plano de previdência privada. Mas suas características de rentabilidade eflexibilidade o aproximam tanto de um fundo de investimento financeiro de longo prazo que alguns o consideram como tal. Neste caso, o que importa realmente é a resposta do mercado ao PGBL: em apenas um ano e meio, o PGBL tornou-se um dos maiores sucessos do segmento de poupança de longo prazo na história do nosso país. Com o PGBL, demos um salto de anos na evolução do setor brasileiro de previdência privada, se compararmos seu processo evolutivo com o do mesmo mercado em países como os Estados Unidos, França e Inglaterra. Resta ao setor e aos órgãos reguladores, agora, perceber a enorme aceitação da sociedade a este novo instrumento de poupança, e modernizá-lo cada vez mais a fim de que possamos, todos juntos, construir uma significativa poupança de longo prazo, fundamental para a estabilidade eo crescimento da economia brasileira.
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EMPRESAS
- - - . incremento no atendimento ao cliente é o " must" do momen....__ _. to em duas das mais tradicionais seguradoras do país: a Sul América e a ltaú Seguros. Atentas à valorização cada vez maior do chamado CRM (Customer Relationship Management, ou gerenciamento da relação com o cliente}, elas buscam projetos criativos para chegar mais perto dos segurados . Segundo José Alberto Pineda, diretor administrativo da Sul América, esse mote já veio se desenhando na empresa desde o ano passado, quando uma campanha interna para a motivação dos funcionários começou a ganhar corpo . "Lançamos para o quadro funcional de todo o Brasil , em 99 , um programa de motivação buscando envolver os funcionários na gestão da empresa como um todo ", explica Pineda. Segundo ele, o programa procurou incentivá-los a participar mais do dia-a-dia da empresa, dando sugestões e integrando-se mais ao am biente de trabalho. "É praticamente um programa de comu REVISTA DE SEGUROS
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nicação entre a empresa e seu quadro funcional ", diz. Envolvimento - O programa incluiu palestras de especialistas no tema, e a campanha de motivação alcançou , segundo Pineda, um nível de participação bastante significativo. Ele surgiu em resposta a uma pesquisa interna que os funcionários responderam dizendo se a empresa deveria se aproximar mais deles. No fim, as pessoas que mais se destacaram no processo de integração receberam prêmios diversos. "Este ano, dando prosseguimento a este processo , a
cionários não estiverem motivados para o bom atendimento, o resultado deixa entrever isso. E a empresa encontrou uma outra maneira para motivar ainda mais seus quadros: aproveitando a inspiração de um ano olímpico, criou sua própria olimpíada interna. Premiação - "Conferimos aos funcionários, mensalmente , medalhas de ouro, prata e bronze, dadas em reconhecimento por um bom trabalho junto aos clientes. Existem cinco " modalidades" em que os funcionários podem competir: Feedback (em que o funcionário detecta os possíveis problemas de uma "C )nferimos aos área específica de prestação de fui" cionários, serviços e ofemehsalmente, medalhas rece ao cliente de ouro, prata e bronze, um atendimento diferenciado para dadas em reconhecimento resolvê-los) ; Supor um bom trabalho gestão (concepjurito aos clientes" ção de medidas José Alberto Pineda (Sul América) que melhorem o atendimento em qualquer área); diretoria da Sul América eleSocialização (realização de geu o tema Atendimento ao eventos festivos fora da emCliente como o foco de uma · presa, reunindo o maior número campanha". Adianta. Esta campossível de colegas para um panha tem o objetivo de levar aumento da integração); Solio funcionário a se dedicar ao dariedade (iniciativas como atendimento , chegando até campanhas de doação de alimesmo ao ponto de buscar um mentos para instituições de envolvimento emocional junto caridade) ; e Voluntariado ao cliente. (quaisquer serviços à comuni De acordo como Pineda, dade prestados por iniciativa do procurando ir além das metofuncionário) . dologias e performances de Os mais bem colocados produtividade inerentes ao dianessa olimpíada recebem outros a-dia de uma companhia do prêmios (os Top Prêmios, por setor, a Sul América quer torsetor) como viagens de fim de nar a relação corretor-cliente semana custeadas pela empreo mais eficaz possível. "Por sa e bonificações em dinheiro. isso, o fator humano é primordial neste processo Se os funPor André Machado
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Itaú Seguros: cadastro é a tônica do processo A ltaú Seguros também está bastante voltada para o da relação com os segurados. Algo que pode, 1nclus1ve, ser comprovado em sua versão na Internet < www.itauseguros.com.br >, que já apresenta - a exem~ pios de outros sites voltados para,o e-business - páginas que os corretores podem consultar para obter informações automáticas de cada um de seus clientes. Atràvés delas, é possível verificar dados como atual situação· da apólice do segurado, emissão, cobrança e sinistro. Segundo o diretor de canais da empresa, José Carlos Moraes Abreu Filho , hoje em dia o CRM (Customer Relationship Management) é um conceito de que se fala muito, mas em relação ao qual ainda se faz a co ecer o muito pouco. Não é o cliente em detalhe. caso, entretanto, de sua companhia. "A ltaú SePar isso, guros está no meio de precisamos de um um grande processo que vi sa a conhecer seu cad stro que tem cliente em detalhe", explica . Ele acrescenta que, gerenciar de forma eficaz a relação com o segurado significa, antes de mais nada, ter um bom cadastro. "Precisa Jol6 C rios Moraes Abreu Filho ser minucioso, conter (ltaú Seguros) toda a informação possível sobre o cliente ", opina. De acordo com Abreu Filho , a estratégia da companhia é examinar a fundo esses cadastros e dividir os cli entes em faixas de score, arbitrando valores específicos a cada grupo. "A partir daí, fazemos diversos tipos de ações de relacionamento, como ofertas sem custos para o cli ente, cross-selling (vendas cruzadas} , ações de fidelização e outras". Segundo ele , a ltaú Seguros vem se preparando para o incremento da relação com o cliente há cerca de dois anos, e conta com uma superintendência voltada para a área de CRM, em seu departamento de marketing. !ncre~ento
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AUTOMÓVEIS
Centro de Experimentação e Segurança Vi ária (Cesvi) comemora ......__ quatro anos de ativi dade com os olhos no futuro. Até o final do ano estará lançando o seu portal na Internet, com investimento de US$ 4 a US$ 5 milhões. O projeto está sendo feito em parceria com uma incubadora de sites. Outra inovação será a criação do Cesvi Caminhões , que terá capital de R$ 3 milhões. O Cesvi faz testes de impacto e resistência em veículos, elabora pesquisas sobre segurança automotiva, reconstitui acidentes para seguradoras e treina funcionários de oficinas de todo país. Na opinião de seu diretor, Marcelo Varella, a nova unidade para caminhões estará em funcionamento em dois anos . Atualmente o Cesvi tem dois mil clientes , mas pretende ampliar a rede de atendimento por meio do treinamento de pessoal . Mão-de-obra - Desde a criação do centro já foram trei nadas cerca de sete mil pessoas e o número de funcionários pulou de 1,5 para 100. Para incrementar a formação profissional dos empregados do ramo de seguros , foram assinados acordos com o Senai de Juiz de Fora (MG) , Salvador (BA) e Niterói (RJ) . "Estamos negoci ando também convênios com o Senai de Porto Alegre (RS) e de São Paulo , porque o lanterneiro muitas vezes não tem condições de freqüentar os cursos na sede do Cesvi ", diz Varella.
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O Centro de Experimentação e Segurança Viária já iniciou o novo cadastramento de oficinas, para as quais vem entregando um selo de qualidade que contempla a formação técnica do pessoal, a qualidade do atendimento e até a limpeza das instalações
muda áTí a de sinistros Fundado por oito grandes seguradoras, o Centro de Experimentação e Segurança Viária tem ajudado a reduzir as fraudes em até 30% e, em muitos casos, força as montadoras a alterar seus projetos, em beneficio dos motoristas e segurados 28
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Na sua opinião, o Cesvi trouxe benefícios a todas as partes que atuam no segmento de seguros de automóveis. Além do aprimoramento dos equipamentos usados em reparos nos carros, o Cesvi também ajudou, em muitos casos , a desenhar as próprias instalações das oficinas. Aquela velha imagem da borracharia coberta de graxa desapareceu , cedendo espaço à organização. "Estamos conseguindo padronizar e calcular o tempo gasto em cada reparo , com diferenciação entre os modelos. Isso traz economia de tempo nas oficinas de até 30%", afirma o diretor do Cesvi. Essa redução de tempo é possível por conta da utilização do Baremo - software criado pelo Cesvi para controlar o tempo gasto em atividades de reparo. Atualmente, o programa está sendo testado em oito oficinas. Mas a expectativa é de que até o final do ano já esteja sendo utilizado em 150 estabelecimentos. Menos oficinas - O executivo prevê ainda um enxugamento no número de oficinas existentes no país. Na opinião de Varella, o mercado está inchado. Nos EUA há 50 mil oficinas, para um universo de 250 milhões de veículos. Aqui também há 50 mil oficinas, mas para um total de carros muito menor: 28 milhões. Opróprio Cesvi já está credenciando oficinas e criando um selo de qualidade. "Só vai ficar quem for profissional. Osegredo será lucrar o mínimo possível com a margem e ganhar na escala", sugere Varella. Uma evolução que ocorreu no mercado, desde achegada do Cesvi em 1986, é que hoje dáse importância igual ao lanterneiro e ao pintor. Segundo o diretor do Cesvi, antes havia um lanterneiro para cada dois pin-
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!ores, porque "esses últimos eram mestres em esconder as imperfeições deixadas na lataria". Aatuação do Cesvi também permitiu a fixação de uma cobrança do prêmio de seguro de forma mais padronizada. Isso porque, como os carros não eram mostrados para as seguradoras antes de serem lançados no mercado, os valores cobrados do segurado eram fixados apenas levando-se em conta os modelos semelhantes. "Em alguns casos pode até ter aumentado, mas ·podese dizer, com certeza , que a cobrança ficou mais justa", afirmou. O modelo Celta da General Motors, que foi lançado em julho, por exemplo, poderá ter o seguro mais barato entre os populares, porque os testes realizados pelo Cesvi mostram alto grau de reparabilidade neste veículo. Esse lançamento no mer-
cado mostra que cresce cada vez mais a preocupação das montadoras em fabricar carros cujos custos de reparação sejam mais baixos, em caso de colisões . "Foram os crash tests realizados exclusivamente pelo Cesvi que motivaram estas mudanças na fabricação de carros, a partir de 1997", afirmou o diretor do centro. Um erro comum das montadoras, que passou a ser apontado pelo Cesvi, ocorre na fabricação de faróis de plástico : eles não quebram, mas como o suporte é quebrável , em caso de batidas o proprietário do carro era obrigado a trocar toda a peça (incluindo o farol de plástico} , o que anulava qualquer vantagem. Aexpectativa do Cesvi éa de que em dois ou três anos o custo dos sinistros possa ser reduzido em 10%, o que vai representar uma economia de R$ 250 milhões, num mercado de seguros que movimenta R$ 5 bilhões por ano. "Nossa atuação também
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A padronização do tempo gasto em cada reparo trouxe uma economia de tempo para as oficinas de 30%
está colaborando para a descoberta de fraudes no seguro, que em 30% dos casos têm a cumplicidade do motorista", disse. São feitas por mês entre 60 e 70 perícias no Cesvi . Segundo Varella, foi possível provar, com a ajuda de peritos, que motoristas que alegavam ter batido em outros carros na verdade foram vítimas dos acidentes, mas resolveram arcar com a responsabilidade porque os outros envolvidos não tinham seguro. América Latina - OCesvi é o primeiro centro de pesquisa da América Latina e o único do Brasil. Foi fundado por oito seguradoras: AGF Brasil , Bradesco, HSBC, ltaú, Real , Sul América, Unibanco e Vera Cruz, em conjunto com a Cesvimap Internacional , do grupo espanhol Mapfre. O investimento foi de R$ 8 milhões. O faturamento anual está em torno de R$ 7 milhões, e com os investimentos, também anuais, entre R$ 3 milhões a R$ 4 milhões. Segundo Varella, o centro brasileiro tem o terceiro maior faturamento entre os 23 Cesvis espalhados pelo mundo.
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COMPLICAÇÕES PROVOCADAS PELO USO DE DROGAS, ENTRE ELAS O ÁLCOOL • violência: brigas, acidentes, suicídios e homicídios; • mortes violentas: as drogas estão presentes em 70% do sangue das vítimas; • a droga está relacionada com a taxa de 80 a 90% dos acidentes de trãnsito na faixa etária dos 16 aos 20 anos;
AS DROGAS MAIS PERIGOSAS • • • •
por overdose: cocaína, heroína e álcool; a longo prazo: cigarro e álcool; as mais usadas: cigarro e álcool; com maior grau de dependência: cocaína e heroína.
O GREA, que tem sua sede no Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, realiza um trabalho de prevenção para adultos classificando em primeiro, segundo eterceiro o grau de prevenção no tratamento de drogas, entre elas o álcool.
O objetivo, além da prevenção, éaumentar a renda por meio da permanência no emprego ou da volta ao mercado de trabalho; a redução do comportamento criminoso - já que oálcool está associado à violência - a diminuição do abuso infantil, a diminuição da taxa dos serviços de saúde e a redução dos serviços da Previdência Social. O atendimento psicológico familiar é fundamental na recuperação e na reintegração social de dependentes de álcool. Além de apoio psicológico, essas famílias são encaminhadas também para grupos de auto-ajuda como o AAA, o Alanon, Naranon, Amorexigente e grupos patrocinados por igrejas, entre outros. Prevenção - Os problemas de saúde e sociais têm le-
vado os países a investir em programas de prevenção . Alguns implementam o programa em empresas, mas a aceitação social do álcool e a legalidade do que a OMS considera uma droga dificultam o tratamento e o controle da doença. Danos por ingestão Para os médicos, não são as leis, que proíbem ou liberam a substância, que determinam o que se denonima "droga" e, sim, a dependência e os danos provocados por sua ingestão. Segundo o professor Arthur Guerra de Andrade, os dependentes, dentro dessa visão, são os que perderam a liberdade de escolha e que não conseguem parar, mesmo conscientes de todos os danos. "O quadro é drástico, mas pode começar a mudar quando
se procura assistência e centros de tratamentos em hospitais e universidades, onde a medicina não vê o paciente como um 'fraco ' e sim como um doente que precisa de tratamento ", diz. Ele acrescenta que o que mudou, nos últimos anos, foi a consciência da comunidade de que o problema existe epode ser evitado, mas não com medidas ingênuas. "Oalcoolismo e a dependência de outras drogas não é só um problema da área de Saúde. Envolve segurança, por causa da violência, e educação. Hoje, as pessoas já estão preocupadas com o excesso de consumo de álcool. É preciso se unir, dar as mãos e enfrentar o problema", sugere o professor. Por Heloisa Daddario
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FINANÇAS
tem novo modelo s 189 empresas seguradoras, de títulos de capitalização e de previdência privada que estão subordinadas à Superintendência de Seguros Privados (Susep) tiveram até 1° de julho para adequar sua escrita contábil ao novo Plano de Contas das Seguradoras As que ainda não se adaptaram ao sistema estão sujeitas à multa que varia de R$ 1.500 a R$ 50 mil. A facilidade de ter uma visão unificada de como as diversas empresas estão se comportando financeiramente chamou a atenção da Agência Nacional de Saúde (ANS} , que também está criando seu plano. O novo modelo deverá valer a partir de 1° de novembro. Oassunto foi discutido numa reunião , no Rio de Janeiro, no dia 4 de setembro. O novo plano das seguradoras, instituído em fevereiro pela resolução número 19 do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP} , nada mais é que a consolidação das alterações efetuadas desde 1989, no Plano Oficial de Contas. O balanço semestral , que deveria ser publicado até o fim de agosto , ainda poderia ser confeccionado pelo modelo antigo . Mas o Formulário de Informações Periódicas (FIP} , entregue mensalmente à Susep , deverá seguir as normas do novo plano.
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Mais controle - De acordo com o presidente da Comissão de Administração e Finanças da Fenaseg e Diretor Contábil da Bradesco Seguros, Carlos Roberto Costa Pinto, a Susep terá mais controle sobre as empresas a partir do plano de contas unificado. "As empresas seguradoras do setor não trabalham com um produto visível. Somente pela prestação de contas é possível descobrir como elas estão se comportando financeiramente . E se houver algum problema, a Susep tem como interferir", disse. Na avaliação de Costa Pinto, a partir do momento em que todas as empresas fizerem seus balanços, seguindo uma mesma fórmula, a Susep terá mais
facilidade para fiscalizar e comparar a saúde financeira. Mas se cada uma faz um balanço diferente fica complicado para estabelecer parâmetros. Até mesmo os empresários que contratam seguros e títulos de previdência privada vão sair ganhando com o novo plano de contas, já que eles costu mam escolher a seguradora através do balanço financeiro ", explicou . Segundo o representante da Fenaseg , as empresas não deverão ter despesas com o novo plano, pois apenas irão adaptar seus balancetes, que já estão informatizados. Apenas as companhias, que utili zam serviço terceirizado , talvez tenham custos extras . Atual mente, as dez maiores empre-
sas dos três segmentos realizam 80% do total dos negóci os no setores. Modelo na Internet - As normas básicas do plano e os modelos de publicação estão disponíveis na Internet no endereço < www.susep .gov.br > . Além do plano de contas e do FIP, as empresas seguradoras são fiscalizadas pela Susep através de dois balanços anuais e de um questionário trimestral. "No questionário as empresas respondem a perguntas sobre o funcionamento dos setores . As respostas sempre são auditadas por uma firma parti cular que emite um parecer para a Susep e para a seguradora", explica Costa Pinto. Por Ediane Merola
"As empresas seguradoras do setor não trabalham com um produto visível. Somente pela prestação de contas é possível descobrir como elas estão se comportando financeiramente. E se houver algum problema, a Susep tem como interferir" Carlos Roberto Costa Pinto (Fenaseg)
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CAPITALIZAÇÃO
e mais atrativos setor de capitalização caminha firme para ser ~ ainda mais acessível e atraente aos olhos dos consumidores, reforçando, paralelamente , o seu papel institucional de formador de poupança interna. O primeiro e mais importante passo nesse sentido foi a edição da Circular 130/2000 da Susep, baixada em 12 de maio, que estabeleceu novas normas para a contratação de títulos. Agora, a autarquia está definindo o novo plano padrão , que vai tornar mais fácil o entendimento , pelos leigos, dos termos uti Iizados nos contratos. Tanto a circular quanto o plano padrão estão send,o estabelecidos com base ení propostas discutidas exaustivamente entre técnicos da Susep e integrantes da Comissão Técnica de Capitalização da Fenaseg , nos últimos 12 meses. O resultado é animador. A presi dente da comissão , Rita Batista - que também é gerente geral da Real Capitalização por exemplo , aposta em uma nova etapa na história da capi talização no país. "O mais im-
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REVISTA DE SEGUROS
portante é que a circular trouxe inúmeras vantagens para os consumidores ", afirma. Ela destaca, na nova regu lamentação, a garantia de valor mínimo de resgate desde o início de vigência do plano . Até então , alguns planos estabeleciam prazos de carência para o resgate , o que não agradava ao consumidor. Outro ponto importante é a exigência de correção dos valores aplicados
com base na variação da TR mais juros, que deverão ser equivalentes a, no mínimo, 20% da taxa vigente no caso das cadernetas de poupança, hoje estabelecida em 6% ao ano. Estímulo à poupança Rita Batista entende que essa exigência também vai , indiretamente , favorecer o alongamento dos prazos de investimentos na capitalização, pois o consumidor terá a garantia
As empresas de capitalização lançam novos produtos este ano dentro das normas da circular 130/ 2000 da Susep
Simplicidade e clareza no plano padrão
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A Susep anuncia em setembro o novo plano padrão para a capitalização. Segundo o diretor da autarquia, Neival Rodrigues, o objetivo é adotar uma linguagem mais simpl ificada, para que o consumidor possa entender o que está adqui rindo: "o plano padrão também será bom para as empresas do ramo, pois agilizará a aprovação dos novos planos pela Susep ", acrescenta Neival Rodrigues . Ele assinala ainda que, em primeiro lugar, será definido o plano padrão para os títulos com pagamento mensal, que até maio, representaram 68 ,5% do faturamento global do setor. A padronização dos contratos para os títulos com pagamento único ficará para depois.
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É importante destacar também que a empresa não é obrigada a adotar o plano padrão. Em tais casos, no entanto, poderá encontrar mais dificuldades para aprovar seu produto na Susep. Rita Batista, por sua vez, diz que o plano padrão vai estabelecer nova relação entre as empresas do setor e o consumidor, que terá mais confi ança para adquirir os planos. Ela cita a expressão "provisões matemáticas ", que será substituído por "valor de resgate ", que é a informação mais importante fácil de entender, do ponto de vista do investidor. Com isso, a presidente da Comissão de Capitalização da Fenaseg espera que o consumidor seja estimulado a permanecer por mais tempo no plano.
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de correção dos valores aplicados: "Na prática, é um estímulo à formação de poupança interna, que representa a principal meta das autoridades governamentais no momento", observa a presidente da Comissão de Capitalização da Fenaseg. Ela também vê vantagens para as empresas do setor, que poderão optar entre três formas de correção dos valores. A primeira hipótese é o estabelecimento de juros mensais fixos , que serão aplicados sobre o montante investido durante toda a vigência do plano. Outra possibilidade é a pré-fixação dos juros, mas em percentuais variáveis ao longo do plano. Taxa de poupança -- A terceira alternativa, que é a preferida de Rita Batista, será condicionar os juros aplicados na capitalização a um determinado percentual (a critério da empresa) da taxa vigente na caderneta de poupança . Nesse caso , exp Iica, estará garanti da a concorrência, pois cada plano adotará o percentual que considerar mais interessante, sempre obedecendo ao limite mínimo de 20% do percentual aplicado nas cadernetas de poupança, estabelecido pela circular, e as empresas não correrão riscos caso as taxas de juros da economia sofram quedas bruscas . As empresas têm até novembro para lançar novos produtos ou adaptar os já existentes às normas estabelecidas pela Circular. "O fundamental é que a capitalização se firma como uma opção de investi mento transparente e disponível para todos os bolsos, pois os planos mensais variam de R$ 30,00 a R$ 2 mil" , diz Rita.
"O fundamental é que a capitalização está se firmando como uma opção de investimento transparente e disponível para todos os bolsos, por oferecer planos variáveis de contribuições mensais" Rita Batista (Fenaseg)
Boas perspectivas para o final do ano Nos seis primeiros meses do ano, segundo estimativas da Fenaseg, as empresas de capitalização arrecadaram R$ 2,02 bilhões, apenas 3,97% a mais do que no mesmo período de 99. Há bastante otimismo, contudo, quanto a uma reviravolta no segundo semestre. A expectativa é de que o setor poderá faturar até R$ 5 bilhões este ano, o que representará um incremento da ordem de 20% em relação ao exercício passado . Rita Batista diz que normalmente o setor de capitalização apresenta desempenho mais animãdor a partir de junho, com ~ restituição do Imposto de Renda e o adiantamento de parte do 13° salário de muitas categorias profissionais: "o primeiro
trimestre tradicionalmente é o pior do ano , pois esse período coincide com o pagamento de tributos como o IPTU e o IPVA, além das despesas com a volta às aulas, que sempre representam um custo grande no orçamento ", diz Rita Batista. Além disso, ela assinala que o ano 2000 está sendo atípico, por causa das mudanças de normas no setor. Diante de tal quadro, muitas empresas aproveitaram o primeiro semestre para "limpar suas prateleiras", dei xando para o segundo semestre o esforço maior de vendas e o lançamento de novos produtos, já de acordo com as regras definidas pela Circular 130.
Por Jorge Clapp
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REVISTA DE SEGUROS
OPINIÃO
O Luiz Mendonça é jornalista e consultor técnico de seguros
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sociedade de consumo tem estrutura produtiva altamente dinâmica, mas caótica. Tal conceito, embora chocante, não é gratuito; resulta do fato óbvio de que a constelação de bens e serviços disponíveis no mercado, cujo ritmo de crescimento é vertiginoso, vem todavia implicando simultâneo declínio da incolumidade pública. Um exemplo, entre vários outros a poluição, adversária famosa do equilíbrio ecológico, é hoje uma badalada tributária dessa correlação negativa entre progresso e segurança. A febre de consumo não faz concessões na sua pressa. E, por isso, ondas sucessivas de novos produtos varrem e expandem os mercados, não raro em detrimento dos respectivos testes e
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Engenharia de Segurança setores de atividade econômica, e da vida social , desenvolveram-se técnicas, métodos e procedimentos de segurança. As empresas seguradoras tiveram relevante papel , nessa reação. Um dos testemunhos disso é, nos Estados Unidos, o do centenário UL -Underwriter's Laboratories, entidade dedicada à pesquisa de segurança, que também funciona como agência para testar e certificar equipamentos de proteção e prevenção. O seu selo, o UL, é dos símbolos mais respeitados, naquele país, no tocante à qualidade daqueles equipamentos. Foi a reação ao elevado poder ofensivo do "cupim do risco " (produzido e portado pela Revolução Industrial) que fez surgir, e alcançar extrema relevância, a engenharia de prevenção e proteção ou, em sentido
controles de qualidade. A talidomida é, disso, um dos casos mais ilustrativos. Não é pequena a lista dos riscos (alguns catastróficos) criados por essa evolução espasmódica da sociedade de consumo. Mais um, dos muitos exemplos: o incêndio é hoje evento de altíssimo potencial danoso, que pode matar, destruir riquezas e causar perturbações (econômicas e sociais) numa escala que seria impensável há poucas décadas. O navio supertanque, o jumbo, a usina nuclear, o complexo petroquímico e o trânsito de automóveis (só para ficar numa breve enumeração) são fontes latentes ou efetivas de elevadas perdas. Esse crescimento exponencial do risco, indesejável subproduto da civilização industrial, não teve aco lhimento passivo: para os mais diferentes
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mais amplo, a engenharia de segurança. E dos profissionais do ramo o Brasil vem precisando cada vez mais; porque a sua economia (a oitava ou nona do mundo) já alcançou elevado teor de industrialização ; e porque progresso social do País, no presente estágio de evolução econômica, não pode continuar sacrificado pelos insatisfatórios índices de aproveitamento da engenharia de segurança. O interesse maior, no uso e na eficácia dos recursos dessa engenharia, não é o das empresas seguradoras, mas o dos segurados delas: se o desembolso de indenizações pelas seguradoras diminui com a redução do poder ofensivo dos ri scos seguráveis, o efeito direto e imediato disso é a redução dos preços dos seguros, em benefício dos respectivos consumidores.
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RÁPIDAS
Caixa Seguros Está à venda, por R$1 bilhão, o controle acionário da Caixa Seguros, que pertence ao Funcef (Fundo de Pensões dos Funcionários da CEF) . O Goldman Sachs foi o banco convocado para conduzir o negócio ejá está em contato com vários grupos estrangeiros que demonstraram interesse. A Caixa Econômica manterá suas ações (pouco mais de 48%) , mas não se sabe, ainda, se quem comprar o controle da Caixa Seguros vai continuar vendendo seus produtos nas mais de 1.900 agências da CEF, espalhadas por todo o país
Nova parceria Os grupos Nobre de Seguros e lcatu Hartford firmaram uma parceria para ampliar suas participações no mercado. A operação _envolve 350 mil seguraB'Ôs de Vida, participantes de uma carteira que, a partir de agora, será gerida por um acordo operacional e comercial de co-gestão. Com a associação , o lcatu Hartford passa a atuar no segmento de clube de seguros, atingindo os 3.000 corretores que já trabalham com a Nobre Seguros no país .
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Banco do Corretor
Seguro de viagens A Zurich Brasil fechou um acordo pioneiro com o portal www.decolar.com, especializado em turismo , para a venda de planos de seguro e de assistência médica em viagens nacionais e internacionais. Ao acessar o site , os interessados podem escolher entre várias modalidades, nas opções Standard , Plus e VIP . A Zurich possui 400 mil prestadores de serviços cadastrados , em todo o mundo, com uma central de atendimento em português , funcionando 24 horas por dia. Já o decolar.com é um dos maiores portais de viagens do mundo , que põe à disposição do público 500 empresas aéreas , 51 mil hotéis, 50 locadoras de automóveis e dezenas de pacotes promocionais de turismo.
Família Lima A ACE Seguradora lança uma forma inédita de divulgação do seu produto no mercado: quem comprar o mais novo CO da Família Lima tem direito a um seguro gratuito de Acidentes Pessoais, com uma cobertura de R$ 25 mil em caso de morte. O seguro tem prazo de 30 dias, é pessoal e intransferível e, para se habilitar, a pessoa precisa apenas telefonar para
0800-780805, informar alguns dados que constam do CO e fornecer seus dados pessoais. Grupo que incursiona com sucesso tanto pelo pop quanto pela música erudita, a Família Lima tem um seguro de Acidentes Pessoais com a ACE no valor de R$ 7 milhões, além de contar com o apoio cultural da seguradora.
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O Sincor-RJ inaugura em outubro a Cooperativa de Crédito dos Corretores, destinada a atuar como um verdadeiro banco para os profissionais associados à entidade . Autorizada a funcionar pelo Banco Central , o "Banco do Corretor" funcionará na Rua do Rosário, 99, Centro do Rio, e oferecerá taxas bem abaixo do mercado financeiro para todos os tipos de transações, incluindo cheque especial e empréstimos para capital de giro.
Assistência 24 horas A Brasil Assistência, maior empresa de assistência 24 horas do país, fechou contrato com a Finasa e a Minas Brasil. A partir de agora, os clientes das duas seguradoras passam a ter direito a novos serviços de emergência em seus veículos, como despachandte, troca de pneus e envio de combustível. Paulo Peret, presidente da Brasil Assistência, acha que a simples indenização oferecida tradicionalmente já não é o bastante : o consumidor quer prevenir e resolver problemas. A Brasil Assistência é líder nacional do setor, está presente em outros 32 países e faturou R$ 66 milhões, num mercado que movimentou R$ 200 milhões no ano passado .
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NOMES E NOTAS
LIVROS Conheça os quatro livros que a Revista de Seguros selecionou para esta edição. Os títulos podem ser encontrados na Biblioteca Luiz Mendonça. E-mail: biblioteca@fenase(J.!l~JJJJL
Tutela de urgência e Plano de Saúde De Luiz Lux, Editora Espaço Jurídico O trabalho de Lux estuda a questão dos planos de saúde do ponto de vista de todas as partes envolvidas: consumidor, prestadora de serviços e Justiça, que em várias ocasiões, além de ter a palavra final , tem a ingrata missão de se pronunciar com urgência. Olivro tem um caráter didático e apresenta uma ampla jurisprudência sobre o tema, atualizada até a Lei 9656 e seus dispositivos de regulamentação.
Seguradora do Ano A Real Seguros foi eleita a seguradora do ano pelo prêmio Destaques do Ano 1999/2000, evento promovido pelo Clube de Vida em Grupo do Rio de Janeiro. A entrega do título ocorreu em solenidade realizada no Jockey Clube, em agosto. Walter Hime, vice-presidente da empresas, recebeu o troféu (loto) das mãos de Horácio Cata Preta, diretor da Fenaseg. A lista com todos os premiados pode ser encontrada no site www cvgrj com br.
• • • Destaque do setor Outra premiada pelo Destaque do Ano foi a Sabemi, empresa gaúcha com 27 anos de experiência no segmento Vida: sua assessora comercial , Diana Mascherin, foi uma das eleitas na categoria Melhor Funcionário Interno. Diana está há pouco mais de um ano como assessora do diretor comercial da empresa, Túlio Severo Júnior, mas já acumula 14 anos de vivência em outras organizações do mesmo ramo. A própria Sabemi , por sua vez, ganhou o prêmio de Menção Honrosa pelo Refeiseg Garantia Alimentação. Trata-se de um seguro de vida em grupo com cobertura de morte, por qualquer causa, e de invalidez total e pernanente por acidente, que também garante aos beneficiários ou ao próprio segurado o . ressarcimento de despesas mensais com alimentação familiar por um período de 12 a 60 meses, dependendo do plano escolhido. REVISTA DE SEGUROS
Interesses difusos em espécie De Motouri Chiorchetti de Souza, Saraiva Editores Direito ambiental, direito do consumidor e defesa do patrimônio público são discutidos nessa obra, cujo autor tenta analisar exaustivamente cada um dos temas. Motouri discute todos os conceitos envolvidos, citando a jurisprudência e as doutrinas de cada um. Éum livro de grande utilidade pois que seus três assuntos costumam ser incluídos em provas dos principais concursos públicos realizados no Brasil.
Comentários à lei de plano privado de assistência à saúde De Luiz Antonio R. Nunes, Saraiva Editores
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Apresenta um panorama completo sobre os principais aspectos surgidos após a nova lei que regulamentou os planos de saúde. Os capítulos possuem um grande poder didático. Comenta também as autorizações introduzidas por Medidas Provisórias da Presidência da República. A parte final aborda a jurisprudência existente sobre o assunto, nos últimos anos.
Teoria e política do desenvolvimento De Celso Furtado, Editora Paz e Terra Expõe a visão dos fundadores da economia política. Estuda a evolução das sociedades que acumularam riqueza e elevaram seu nível de bem estar. Discute as teorias do desenvolvimento econômico partindo de uma perspectiva histórica. Para finalizar, aborda as experiências feitas em alguns países para superar o subdesenvolvimento.
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