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REDACÇÂO:
RUA 1- DE MARÇt), 66 (Edifício da Bolsa) RIO
Redactor-chefe Dr. Abílio de Carvalho ANNO
II
JANEIRO
Director-gerente C â n d i d o de OÜVCira
SETEMBRO
E' conhecido o receio que têm as companhias de seguros de verem discutidos os seus >actos inia imprensa. Acreditam que a publicação da recusa na -satisfação de uTíra -realamação abale o seu credito e afaste a sua clientela. Alguns espertalhões têm (abusado dessa tiimidez para extorquir dellas indemmisações 'indevidas ou exageradas. A verdade « 'a boa fé não devem jamais ceder o passo á mentira e á improbidade. Se <a companhia de seguros se baseia nas condições do eontra«to, *ia lei ou em documentos', para recusar ou discutir a indemnisação «solicitada, por que temer o escândalo que >o segurado des•honesto possa provocar oias secções dos jornaes? O seu dever é restabelecer a verdade dos factos e em* certos casos chamar aos tribunaes o dififamador. Uma defesa clara e fundamentada calará no •animo de todos os homens honestos. Não devem ellas se esquecer de que a presteza na liquidação dos sinistros tem sido oim in-' cremento para que elles se reproduzam dolosamente. O commercianile em más condições ou de.sejoso de «um ganho rápido, vendo que o vizinho lucrou ciorn o. incêndio, será tentado a especular •com o seguro, arranjando, também, um foguinho casual. Ha alguns armos, em Petropolis, houve um incêndio, 'que foi i.ndemtnisad'0 immediatamente. Dah,i em deante esses sinistros tornaram-se freqüentes, até que uma das seguradoras -reousou aima indemnisação, por se -tratar de seguro repetido. Toda a vez que houver boa prova da fraude do 'segurado ou quando a reclamação não estiver nos restrictos ítermos do contraio, ia seguradora tem o dever moral e jurídico de resistir. Entre nós é grande a faeillidade na liquidação dos seguros. Isto está acostumando mal os segurados, que não têm nenhuma vergonha de reclamar indemnisações excluídas pelas apólices ou sem provas sufficientes do damno soffrido.
DE.
D E A Q2A
NUM,
iNo numero anterior desta Revista estampámos trechos de urna carta vinda dos Estádios Unidos da .America na qual se dizem as exigências feitas ali por três grandes companhias de seguros, «em relação ás indemnisações .reclamadas pelos liquidataros de umia massa falida, daqui. "Elles (os directores das Companhias) exigem 'que apresentemos os documentos em ordem e que lhes demos tempo para verifical-os aniles de fazerem os pagamentos. Temos, pois, de ter paciência e sem duvida alguma mezes se passarão antes que se trate de todas as reclamações." "Algumas companhias mesmo, se estão recusando a tomar em consideração os pagamentos sem que primeiro recebam cópias negociáveis dos conhecimentos." Com a conducta severa dessas companhias axerJcanas, contrasta a fraquesa e à excessiva condescendência das companhias que aqui operam, submettendo-se prestamente, covardemente, a exigências absurdas, illegaes e não documentadas. Ellas têm animado pela sua conducta a exploração com :0 seguro e estimulado a "fraude para a qual o segurado tem de ordinário fraude tentaçãto e opportunidade, na phrase do mais antigo dos nossos commercialistas, o Visconde de Cayim\ E' preciso conter as impaciencias e as grosseirias dos segurados, afim de que elles irr.toderem os seus apetites de faoeis lucros.
A tendência dos tribunaes é para favorecer o segurado. A sua imperdoável indulganicia tem sido tatmbem causa da multiplicação dos sinistros dolosos. "Esses magistrados imbuidos de um terrível e duvidoso socialismo que nutre ódio secreto e Lnstinctivo contra o capital" proferem as suas decisões (calmamente, sem receio da opinião publica, que fica na ignorância dos seus desacertos. Se as companhias prejudicadas por essas monstruosas sentenças, que mais parecem decrcCos de desapropriação emanados de um poder tyrannico as discutissem á grande luz da publicidade,