T1949 4 revista de seguros ano i 1921 no 09

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REDACÇÃO:

RUA DE S.PEDRO, 54-f RIO

DE

JANEIRO

Redactor-chefe Dr. Abílio de Carvalho Dírector-gereníe Cândido de Oliveira Secretario Álvaro de Souza ANNO I

MARÇO

A mais importante das nossas emprez<as de navegação foi sempre muito infeliz. Porque? Todos sentem a 'dura verdade, que nos está a subir da penna... A sua existência, sob a protecção do governo, participava 'dos males que affligem todos 'os serviços officiaes e officialisados: — a intervenção dos políticos, com influencia nas espheras governamentaes. incorporada ao patrimônio nacional, depois da fallencia moral das suas administracções, peior* tornaram-se os seus serviços, apezar da boa vontade e esforços do penúltimo e do actual director presidente. Durante a guerra, foi ella n-o mundo uma excepção. Não ganhou dinheiro. E' incalculável o mal que io Lloyd tem feito ao commercio com ,a desorganisação dos seus ser. viços. A má arrumação das 'cargas, os extravios freqüentes, as faltas constantes, as avarias e -furtos a bordo, dão aos carregadores e ás seguradoras, principalmente, prejuizos colossaes. Como grande numero desses damnos são indemnisados, segue-se que a União iFederal participa dos prejuizos, que mais se avultam com os desastres que affectam os seus navios, mais do que -aos de quelquer .outra companhia de navegação! Consta que pendem de despacho duas mil e tantas reclamações lanti-gas por extravios, faltas e damnos. Apesar de organisada a "Companhia de Navegação -Lloyd Brasileiro" o velho Lloyd continuou a explorar o serviço de cabotagem, com as mesmas desvantagens para o publico em geral e com os costumeiros accidentes. .No mez findante, os vapores Tapajoz, íris e Florianópolis -fizeram água, molhando a carga e o Javary teve a carga avariada por má estiva. Uma vistoria judicial requerida por uma companhia de seguros arbitrou- em vinte e tantos contos o damno que lhe foi causado, com a água aberta no segundo daquelles navios e, por isso, vae ser a União accionada.

DE;192-t

NUM.

IX

Até o encerramento da liquidação do "Lloyd Brasileiro" muitas outras reclamações surgirão, corri cerresa. Dizem que um dos ministros actuaes declarou ao Presidente, que o Governo lucraria se se livrasse do Lloyd, dand-o-o, mesmo de graça, a alguém. Isso, s e é verdade, mostna o ônus que tem sido 'elle para o thesour-o nacional. Ha muito, devia ter sido tomada, neste sentido, uma provi-iencia nadical, mas os nossos administradores são sempre tardos. O jornalista belga Louis Pierard, que esteve aqui durante a visita d-o Rei, fez em "Le Soir" de Bruxeílas a nossa psychologia nestes termos: "E uma cousa que desde logo nos irrita, a nós, filhos da Europa oecidental, inglezes, belgas, francezes, realistas e precisos: é a incapacidade congênita! de certos brasileiros — sobretudo -nos meios officiaes — em resolver uma questão rapidamente e de um modo preciso, 'Nada de espirito pratico; nada de organisação; o gênio da imprecisão tri~ umpha em toda a linha. O tempo, mais -que o dinheiro, não tem valor. Parece que os nossos amigos brasileiros tomaram como regra: "iNã-o faças hoje o que puderes fazer amanhã", ou mesmo: "'Não faças amanhã o que outro possa fazer em seu logar, depois de amanhã". Agora, está elle organisado como sociedade ano-nym-a. O Thesouro não mais o sustentará, mas nenhum resultado tirará, talvez dos milhares de contos que representam o seu acervo. Que ao menos os particulares sej-am bem servidos .pela nova empreza!

o Imposto de 5 |. e os juros do uma empreza de seguros O Sr. Ministro da Fazenda resolveu approvar o a-cto pelo qual, em solução a uma -consulta da Sociedade Economisadora 'Paulista, a Inspeciona Geral de Seguros declarou entender que, á vista dos termos do art. I o do deoreto n. 12.437, de 11 de Abril de 1917, e da letra c) do mesmo artigo, os juros dos títulos da mesma empreza se acham sujeitos ao imposto de 5 °|u, embora a sociedade emissora de taes títulos seja obrigada a recolher o imposto antes de iniciado o pagamento, mas o deduza das importâncias a pagar aos -credores.


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