Linha Direta - Ed 17

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No 17 MARÇO 2016

ALIMENTAÇÃO ADAPTADA À REALIDADE SUÍÇA / DIREITOS E CONQUISTAS DAS MULHERES / CARNAVAL EM BERNA A LENDA DO GUARANÁ / ARTE BRASILEIRA ATRAI PÚBLICO MULTICULTURAL

PERFIS BRASILEIROS

O Brasil é um grande mosaico de cores, formas, jeitos, cheiros e sabores diferentes.


Grupos Brasileiros na Suíça - Conselho Brasileiro na Suíça www.conselho-brasileiro.ch - info@conselho-brasileiro.ch

SUÍÇA FRANCESA Associação Raízes Rue des Savoises 15 1204 Genève Telefone/Fax: 022 321 00 40 Homepage: www.raizes.ch E-Mail: contato@raizes.ch Brasil in Move Association de Montreux (BINAM) Case Postale 1066 1820 Montreux Silvia Oliveira (Presidente): 076 548 47 37 E-mail: info@brasilinmove.org Homepage: www.brasilinmove.org Comunidade dos estudantes brasileiros na Universidade de Neuchâtel Solange Paupe: 078 748 1547 emesolange.paupe@unine.ch Conexãobrasil.ch Case Postale 217 Delémont 1, 2800 Fátima Kamber: 079 215 80 50 E-Masil: fatima.kamber@kamberchristiansa.ch Homepage: http://conexaobrasil.ch Cores do Brasil Cleide Burdet: 024 459 1619 / 079 793 2546 Rue du Four 17 1400 Yverdon E-Mail: saitocleide@yahoo.fr

Coral Canta Brasil Sandra Sueli Rodrigues Urech: 076 572 03 13 Zeughausstr. 14 5600 Lenzburg E-Mail: cantabrasil@gmx.ch

Espaço Brasil – Rádio RaBe 95,6 MHZ - http:// www.rabe.ch Segunda-feira, uma vez ao mês, das 19 - 20 h Andrea da Rocha Christen: 076 383 5759 Frohbergweg 14 / 3012 Bern

FUBA – Fundação Brasil (antigo FEBA) Elizabeth Wyler: 044 482 31 52 Albisstr. 26 8038 Zurich E.Mail: e.wyler@hispeed.ch

Via Brasil (revista A5 – quinzenal) Silvana Hegi: 041 498 07 75 / Fax 041 498 07 79 Zwingstrasse 01 / 6102 Malters E-Mail: viabrasil@projekt.2

Grupo Atitude Ponto de encontro às quintas-feiras, das 14 às 17 Segantinistrasse 26a, Bern Telefone: 031 350 14 35

Revista Perfil Helen Dorian Garrido: 076 326 40 41 Homepage: http://www.jornalperfil.ch E-Mail: info@jornalperfil.ch

Grupo Equilíbrio - Grupo Brasileiro de Frauenfeld e Região Postfach 48 8264 Eschenz Homepage: www.grupoequilibrio.ch E-mail: grupoequilibrio.ch@gmail.com Herly Grutschnig: 052 741 49 97 Maria Janotta: 052 366 38 58 Patrícia Brooking Negrão: 079 487 45 57

GRUPOS RELIGIOSOS BRASILEIROS NA SUÍÇA

Prevenção Madalena’s Rue dès Près 151 2503 Bienne Lúcia Amélia Brüllhardt: 076 454 87 85 E-mail: madalenas@ hotmail.ch Homepage: www.prevencaomadalenas.com.br

Igreja Batista Basel St. Johanns-Ring 122 / 4056 Basel Contatos: Pr. Ricardo A. Arakaki - ricardo. arakaki@ibbb.ch Líder Comunitário: Edgard Mourão - edgard.mourao@ibbb.ch Homepage: www.ibbb.ch

Projeto Resgate Pastor Vicente Medeiros: 044 251 68 50 Homepage: www.projektresgate.ch E-Masil: nfo@projektresgate.ch

SUÍÇA ALEMÃ

LIECHTENSTEIN

ABEC- Associação Brasileira de Educação e Cultura Arlete Baumann Hinterdorfstrasse 35 8400 Winterthur Telefones: 052 609 2449 / 052 203 1017 Homepage: www.abec.ch E-Mail: info@abec.ch

Casa Brasil Liechtenstein Denise da Cruz Campitelli: +423 373 51 11 Meldina 10 9493 Mauren Homepage: http://www. casabrasil.li E-Maisl: denise@casabrasil.li

Brasil Uster Tropical Márcia Enz: 078 841 28 57 Homepage: www. brasil-uster-tropical.ch E-Mail: info@brasil-uster-tropical.ch Brasil Infos - Fórum Brasil Suíça Deborah Biermann Homepage: www.brasil-infos.ch CEBRAC- Centro Brasileiro de Ação Cultural Nilce Cunha Quellenstrasse 25 8005 Zürich Telefone: 044 271 43 05 Homepage. www.cebrac.org E-mail: info@cebrac.org CIBRA – Centro de Integração Brasileiro Cristiane da Silva Lüdi: 032 685 11 73 https://www.facebook.com/CIBRASILEIRO E-Mail: cibra.so@gmail.com CIGA-Brasil Irene Zwetsch: 076 589 64 67 Mischelistrasse 27 4153 Reinach Homepage: www.cigabrasil.ch E-Mail: info@cigabrasil.ch

CENTROS DE ACONSELHAMENTO FIZ – Centro de Informações para Mulheres da África, Ásia e América Latina Carminha Pereira e Sonia Jordi Badenerstrasse 682 8048 Zürich Telefone: 044 426 90 00 Segunda a Quinta 9-13 h - As consultas são gratuitas e confidenciais Homepage: www.fiz-info.ch E-Mail: contact@fiz-info.ch Infodona – Beratungsstelle für Migrantinnen und Migraten Langstr. 21 8004 Zürich https://www.stadt-zuerich.ch/infodona Telefone: 044 271 35 00 – segunda a sexta 10-12 h, 14-18 h MÍDIA

SUÍÇA ALEMÃ Centro Cristão Internacional de Basel Contato: Nivaldo Resende Birsstegweg 5 / 4127 Birsfelden Telefone: 061 631 22 30 / 079 890 12 09 E-mail: christliches-zentrum@hotmail.com

Igreja Católica Padre Marquiano Petez Kloster Mariawil Bruggerstrasse 143 / 5400 Baden Telefone: 056 203 00 49 E-mail: alfa3@freesurf.ch Núcleo Espírita A Caminho da Luz - NEACL Oberwilerstrasse 12 / 4102 Binningen Contato: Vanessa Nigro Telefone: (079) 348 55 53 E-mail: vanessanigro@hotmail.com Comunidade Metodista de Genebra 54, Vieux Chemin d’Onex / 1213 Genève Pastor Jairo Monteiro Telefone: 022 321 14 60 / Fax: 022 321 14 61 Homepage: www.metodistadegenebra.ch E-mail: jairomonteiro@hotmail.com Pastoral Brasileira (Missão Católica de Língua Portuguesa Pe. Pietro Cerantola: 079 521 83 21 Homepage: www.kathbern.ch Templo Guaracy de Genebra c/o Brana Gonthier 5, R. Gautier / 1201 Genève Telefone: 022 738 17 78 CEEAK - Centro de Desenvolvimento Espiritual Allan Kardec Gorete Newton: 078 805 61 81 Industriestrasse 8 / 8404 Winterthur Homepage: www.ceeak.ch E-mail: info@ceeak.ch

Programa Beleza - Rádio X 94,5 MHZ – www. radiox.ch Quarta-feira – 21 - 22 h Tatiana Vieira e Luciana de Carvalho Koller E-Mail: beleza@radiox.ch

Comunidade Cristã Latino-americana de Zurich Evangelisch-Methodistische Kirche Pastor: Jairo Monteiro 54, Stauffacherstrasse 8004 Zurich Telefone: 077 206 77 25 / Fax: 022 321 14 61 E-mail: jairomonteiro@hotmail.com

Brasil In – Rádio Lora 97,5 MHZ - www.lora.ch Terça-feira das 10 - 11 h Ocirema Kukleta: 044 361 86 81 E-Mail: ocirema@hispeed.ch

Igreja E.L.P.Z. Pastor Otávio Rocha Nascimento Luchswiesentrasse 130 / 8051 Zürich E-Mail: rocha_otavio@hotmail.com

União dos Centros de Estudos Espíritas na Suíça - UCESS Postfach 731 / 3052 Zollikofen Homepage: www.ucess.ch SUÍÇA FRANCESA CISCO - Centro de Informação Espírita Rue du Prieuré 20 1202 Genève Homepage: http://www.livres-spirites.org E-Mail: cisco@livres-spirites.org E-Mail: secretariat@livres-spirites.org Comunidade Metodista de Genebra 54, Vieux Chemin d’Onex 1213 Genève Homepage: www.metodistadegenebra.ch Igreja Bíblica Evangélica da Comunhão de Genebra Pastor Roberto Justino Cultos: Terça-Feira às 20h e Sábado às 19h30 Telefone: 022 796 10 55 / Natel: 076 543 60 29 E-Mail: ibecgeneve@hotmail.com Comunidade Cristã Latino-Americana de Genebra 54, Vieux-Chemin d´Onex 1213 Onex Telefones: 022 321 14 60 / 078 858 34 14 Congregação Cristã na Suíça Congrégation Chrétienne en Suisse Route du Mandement 197 / 1242 Satigny Genève Telefone: 022 754 16 79 GRUPOS DE CAPOEIRA E DANÇA Grupo de Capoeira União Mestre Omar Judo-Club / Delfterstrasse 44 / 5000 Aarau Telefone: 056 221 73 37 Homepage: www.capoeira-uniao.ch E-Mail: mestre-omar@capoeira-uniao.ch / capoeirauniao@hotmail.com Brasil Capoeira Mestre Matias Gesellschaftsstrasse 38 / 3012 Bern Telefone: 079 330 18 17 E-mail: mestrematias@hotmail.com Homepage: www.brasilcapoeira.ch Grupo Geração Capoeira Mestre Lagartixa Postfach 468 3000 Bern 25 Telefone: 031 332 60 32 / Natel: 079 660 60 18 Homepage: www.geracaocapoeira.com E-mail: info@geracaocapoeria.com Mestre Formiga Carlito da Conceição Silva Bartolomäusweg 27c 2504 Biel Telefone: 032 341 20 19 / Natel: 078 813 73 14 Homepage: www.capoeira.ch E-mail: daconceicao@bluewin.ch Grupo de Capoeira Angola Jura Beto & Ceiça Knobel Rue des Chappuis, 13 2800 Delémont E-mail: beatknobel@tele2.ch Associação Capoeira Lausanne Mestre Paulão Pl. Chauderon Rue de Genève 26 1003 Lausanne Mobile: 079 418 84 40 Homepage: www.capoeira-lausanne.ch E-mail: paulao@capoeira-lausanne.ch Association Capoeira Neuchâtel Mestre Papa Case Postal 23 / 2002 Neuchâtel Mobile: 076 307 41 67 E-mail: papacapoeira@yahoo.com


EDITORIAL / CONTEÚDO

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Editorial

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ada vez mais me convenço que precisei morar no exterior para decobrir meu próprio país. No Brasil eu vivia numa região mais ou menos definida, tinha meu círculo de amigos. Aqui eu encontrei pessoas de todos os cantos do Brasil, com todo tipo de sotaque, com histórias de vida muito diferentes da minha. São outros sabores, cheiros, cores, outra música e dança, outro jeito de ser brasileiro. É uma experiência fantástica, que mostra um pouco daquela aquarela brasileira que o Martinho da Vila descreveu. Nesta edição trazemos uma pequena amostra dessa diversidade, na forma de relatos de pessoas de diferentes regiões do país. Talvez você se identifique com uma delas ou fique conhecendo um pouco mais sobre o Brasil. Nas colunas de Beleza e Nutrição também se fala de diversidade. São dicas para todos os tipos de pele e formas de estimular a „integração culinária“ na Suíça. Outro tema especial é o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, e os direitos conquistados pelas mulheres ao longo da história. No perfil institucional apresentamos a Fundação Brasilea, que divulga e promove a diversidade da arte brasileira em Basileia, como na exposição da artista plástica Claudia Jaguaribe. Falamos ainda do lançamento da antologia bilingue „Madalena‘s em prosa e verso“. A Coluna Jurídica aborda a „Disputa de Guarda e Sequestro Internacional de Crianças Binacionais“ e no Brincando com a Língua Portuguesa viajamos pela diversidade linguística brasileira. A Brasil Flash TV mostra momentos especiais dos brasileiros no país e o Vida na Suíça dá algumas dicas de eventos para toda a família. E não esqueça: você pode baixar a revista via App e carregá-la no Smartphone ou tablet para onde for. Veja como levar a revista no seu telefone e fique em Linha Direta conosco! Equipe da Linha Direta e do Conselho Brasileiro na Suíça

Leia a Linha Direta no seu „Smartphone ou Tablet“ Carregue o App „Zamml“ (no Google Play ou no Apple AppStore). Instale o App (gratuitamente) e digite no espaço de busca a palavra „Linha“. Daí é só baixar a edição desejada e ler a sua revista comodamente, lá onde você estiver, no seu Smatphone ou Tablet! 1.

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12 - Coluna Lusa

14 - Pela Suíça

15 - Fundação Brasileia

16 - Espaço Infantil

18 - Dia da Mulher

21 - Brincando com a língua

Um passeio pelos caminhos de Portugal

Um espaço de diversidade cultural brasileira em Basileia

Direitos e conquistas das mulheres pelo mundo

22 - Madalenas

Antologia bilingue com objetivos sociais

26 - Vida na Suíça

Cenas do carnaval em Berna

Arte brasileira atrai público multicultural

A lenda da origem do guaraná segundo a cultura Guarani

“Ngraçadimais” e outras expressões que transformam a língua

23 - Coluna Jurídica

Disputa de guarda e sequestro internacional de crianças binacionais

28 - Brasil Flash TV

Carnaval, Noite Brega e Chique e Forró das Meninas

2.

3.

Escolha a edição desejada!

Edição digital! Contatos Linha Direta Redação 061 423 03 47 Publicidade 076 627 34 23 Editora Irene Zwetsch Publicidade Cássia Aquino Revisão Irene Zwetsch e Patrícia Negrão Financeiro e Administração Nilce Cunha Editoria de Arte Mythos Comunicação / www.mythos.art.br Colaboradores desta edição Brasil Flash TV, CEBRAC, Célia Fricker, Deborah Biermann, Fabiana Kuriki, Íris Martins, Jocimar Matias da Costa, José Borges dos Santos Júnior, Joselane Santos Huggler, Lúcia Amélia Brülhardt, Luciene Jutzi de Oliveira, Luciene Maria Stöckli, Marcelo Madeira, Maria Carolina Aeschlimann, Maria Thereza Jorge Tribelhorn, Patrícia H. Fuentes Lima, Patricia Lobmaier, Patrícia Negrão, Paulo Hebmüller, Renata Autran, Sueli Aquino, Suzana Mantovani e Valeska Botacini. Capa Cristiano Zambiasi. A Linha Direta não se responsabiliza pelos textos assinados publicados nas edições e nem pelos serviços oferecidos por nossos anunciantes.


CAPA

04 // MARÇO 2016

Perfis brasileiros Quando alguém pede para descrever o Brasil, a primeira palavra que vem à mente é Diversidade. Nosso país é como um grande mosaico de cores, formas, jeitos, cheiros e sabores diferentes. Por isso mesmo ele é tão especial e por vezes difícil de administrar, como um filho rebelde, que de repente sai do controle. Independente do posicionamento político ou religioso, da preferência musical ou do time de futebol, leva-se o Brasil na bagagem onde quer que a gente vá. Os depoimentos a seguir falam um pouco de algumas regiões do Brasil, só para matar a saudade ou, de repente, conhecer algum aspecto novo do nosso país.

Povo hospitaleiro no calor escaldante da Amazônia Jocimar Matias da Costa

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que destaca a minha região no Brasil é, sem dúvida, a fauna e a flora. Mas também a cultura, nossa música, assim como a dança e o sotaque, retratam o povo tipicamente do Amazonas. Nossa cultura amazonense é baseada no dia a dia do povo. Tem algo bem específico daquele povo: a palavra “maninho”, a farinha do “uarini”, bem típica de lá, o calor escaldante de quase 40 graus. O povo é hospitaleiro e gosta muito de forró, com certeza! O Festival de Parintins, muito conhecido mundialmente, com os bois Garantido (vermelho) e Caprichoso (azul). É lindo demais! Vêm turistas até do exterior e a festa dura três dias!

Também existe a Praia da Ponta Negra, belíssima, com um anfiteatro no qual sempre tem atrações musicais no fim de semana. Sem falar no “encontro das águas” do Rio Solimões e do Rio Negro, onde as águas não se misturam! Incrível, não é? Convido vocês para conhecerem essa linda cidade e provar do delicioso prato típico: jaraqui (peixe) assado na brasa, com baião de dois e salada, molho de pimenta (tucupi) e uma deliciosa sobremesa: açaí ou mousse de cupuaçu! Ah, o guaraná também é bem típico da cidade de Manaus. Sobre as dificuldades que enfrentei na Suíça... Para mim particularmente foi o idioma. Acho que não somente eu, mas para a maioria.

Jocimar Matias da Costa trabalha com Serviços em Geral (Reformas) e mora em Basileia há 24 anos.

O que é que a Bahia tem? Joselane Santos Huggler

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ou natural de Salvador, na Bahia. Como a Bahia é um estado grande (área total: 564 733,177 km²), existem partes com uma natureza admirável, como por exemplo a Chapada Diamantina, com rios e montanhas, e praias ainda paradisíacas - a Bahia é o estado com a maior faixa litorânea do Brasil. Para mim porém o mais marcante são as pessoas. O povo baiano é muito alegre, aberto para novas culturas e sempre disposto a ajudar o próximo. A Bahia é diferente das regiões vizinhas. Na verdade, dentro da Bahia já se pode notar algumas diferenças, como por exemplo no jeito de falar. Comparando com outros estados as diferenças são ainda maiores. A expressão Baianidade é usada para definir as características de vida dos baianos. Temos uma grande influência da cultura africana (música, culinária e religião), somos o estado de maior concentração de negros e mula-


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tos. E por ser um estado “africanizado” temos na Bahia uma cultura muito particular em relação às demais regiões do Brasil. Um exemplo concreto é na área da gastronomia. Nossa culinária é diferenciada pelo tempero mais forte, à base de azeite de dendê, leite de coco, gengibre, pimenta de várias qualidades, coentro e muitos outros temperos que não são utilizados nos demais estados. Na linguagem temos o dicionário Baianês (modo próprio de falar dos baianos). Um exemplo é a palavra “Oxi”, que pode ser usada em quase todos os tipos de situações. Na música e dança temos o samba de roda (das raízes negras) e a invenção do Trio Elétrico, que possibilitou a expansão do que é hoje um dos maiores carnavais do mundo e a divulgação do Axé Music no Brasil e em algumas partes do mundo. Talvez não tão conhecidos, mas que têm muita força na cultura baiana, temos ainda o arrocha e o pagode. Não sei se posso dizer que estou completamente adaptada na Suíça, mas quando cheguei aqui minha maior dificuldade foi o idioma. Acredito que essa seja uma dificuldade partilhada por

todos que chegam aqui. Como moradora da Suíça alemã tenho ainda a dificuldade de entender o dialeto falado pela população. Eu não tenho como dizer com certeza se é uma visão de todos da minha região que chegam para morar na Suíça, mas em minha opinião nós, baianos, ainda enfrentamos a diferença do clima, que é muito diferente do nosso (lá é verão quase o ano todo), a falta do mar (praia) e a simpatia do povo. Os baianos são muito simpáticos, alegres e sempre dispostos a ajudar e aqui as pessoas são muito reservadas e difíceis para fazer amizade.

Joselane Santos Huggler é Secretária Executiva e mora há 2 anos e 9 meses na Suíça, primeiro em Basileia e agora em Berna.

Danças e gírias marcam os cariocas Por Luciene Jutzi de Oliveira

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Rio é conhecido pelas suas praias, dentre as quais se destaca a Praia de Copacabana. Também temos uma região serrana com Petrópolis, Teresópolis. Infelizmente, entre coqueiros e praias existem favelas enormes, como a Rocinha e o Complexo do Alemão, que tem até um teleférico. Quem nasce no Rio é chamado de carioca. O povo carioca é descontraído, chegando a ser até um pouco folgado na sua forma de ser: gosta de pagode, funk, carnaval, futebol e mesmo sofrendo, parece estar sempre feliz. No momento o Rio se tornou uma cidade muito violenta, para minha tristeza. Entre o Rio de Janeiro e as regiões vizinhas há muita diferença. Já na forma de falar existe diferença. Também na forma de se vestir, se alimentar e viver. Nossos valores parecem ser outros. Temos muitas particularidades na música, dança e linguagem. Como falei anteriormente, o carioca dança muito o funk, que tem suas origens nas favelas, e o pagode, que também é um samba. Ainda tem a roda de samba de fundo de quintal e o samba de carnaval, folclore que se iniciou com os escravos. Quanto à linguagem, há muitas gírias, como por exemplo: maneiro, cara, sinistro , malandro, meu irmão, etc. As maiores dificuldades que enfrentei na Suíça foram o idioma e o frio. Eu acho que posso dizer que todos que chegam aqui sentem essas dificuldades.

Luciene Jutzi de Oliveira é Pedagoga e na Suíça formou-se como Fachfrau Hauswirtschaft (Tecnóloga em Administração Doméstica). Natural de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, mora em Walkringen, no cantão de Berna, desde abril 1991.


CAPA

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Brasília: a minha cidade Por Maria Thereza Jorge Tribelhorn

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asci em Alegre, no Espírito Santo, mas considero Brasília como minha cidade, pois passei 20 anos de minha vida lá. Tinha apenas 2 anos de idade, quando mudamos para a cidade, em 1960. Tenho um carinho enorme por Brasília, pois cresci junto com seus prédios, suas casas, seu comércio, suas árvores, sua grama, enfim cresci com a cidade. A vida na cidade é tranquila. As superquadras, formadas por 11 blocos de apartamentos, foram planejadas com bastante espaço para jardim de infância, escola primária e lazer. Cada quadra também tem sua banca de jornal na entrada e entre elas, de um lado a rua de comércio e do outro, igreja, cinema, escola, parque ou campo de esporte, tudo que se precisa para viver. Apesar da vida tranquila, nos fins de semanas os brasilienses, para fugir da rotina do trabalho, vão fazer um churrasco com a família e amigos nos diversos clubes à beira do lago Paranoá ou numa chácara aos redores da cidade. Às vezes também visitam cidades vizinhas como Goiânia, Anápolis, Caldas Novas, Pirinópolis, Luziânia ou Formosa. Brasília é uma cidade grande, com muito espaço verde, incluindo mais de 100 espécies de árvores nativas e exóticas. Os maiores astros e alvo

dos fotógrafos são os 5 tipos de ipê existentes na cidade: roxo, rosa, amarelo, branco e verde. Sinto saudades do canto das cigarras na primavera, de observar os colibris pela janela e principalmente de namorar as nuvens. Elas e o céu de Brasília são um show à parte. Brasília é diferente por sua forma de avião e sua bela arquitetura, com as curvas de Oscar Niemeyer. Não só Brasília foi planejada, Goiânia também foi, na década de 1930 e estimulou o povoamento de uma longa faixa do Mato Grosso

Maria Thereza Jorge Tribelhorn é contadora e mora há 36 anos na Suíça, em Liestal, cantão de Baselland.

O Brasil que eu conheço Por Luciene Maria Stöckli

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asci na região do semiárido nordestino, na cidade de São José do Egito, no interior do Estado de Pernambuco, e cresci no meio da Caatinga do semiárido nordestino, a 359 km do Recife. Estamos na fronteira com o Estado da Paraíba, bem pertinho da cidade nacionalmente famosa Taperuã, do grande escritor paraibano Ariano Suassuna. Em abril de 1999, aos 19 anos, deixei a minha região em uma viagem de ônibus de Pernambuco para São Paulo, percorrendo 2.531 km em quatro dias e três noites. Cinco horas depois da partida chegamos na cidade de Petrolina.

Luciene Maria Stöckli mora em Neuendorf. No momento é dona de casa e está concluindo o nível c1 do curso de alemão. Mais tarde pretende se formar numa área profissional.

goiano. Na década de 1950 Brasília estimulou também o povoamento do Centro-Oeste e da Amazônia brasileira, num passo determinante para a interação econômica das regiões brasileiras. Goiás tem muitas belezas naturais, são inúmeras cachoeiras e grutas, assim como formações rochosas e águas termais. O turismo ecológico se destaca no cerrado. Por ser uma cidade formada por uma população oriunda de todos os estados, não temos particularidades na música, dança ou na linguagem. A “Festa dos Estados” em Brasília, que teve seu auge de 1960 a 1980 (exatamente nos anos em que lá vivi), ainda é importante para construir uma cultura brasiliense, cuja base é a união das nossas culturas. Os estados traziam o melhor de sua cultura, seus costumes e sua culinária para os brasilienses saudosos. Acho que a maior dificuldade que se tem chegando na Suíça é aprender a língua. Como temos o dialeto, praticamente necessitamos aprender duas línguas ao mesmo tempo, o que dificulta. Não acho que essa seja uma dificuldade específica das pessoas de minha região, mas sim generalizada. Mesmo porque como mencionei, minha região é formada por pessoas de todas as regiões do Brasil. Sempre tive amigos e colegas de todo Brasil, o que para mim não mudou muito na Suíça, com a comunidade brasileira. Só acrescentei mais amigos, agora também de outros países do mundo. Uma pequena coisa que não alterou para as pessoas de minha região foi por exemplo o número do DDD da cidade: 061 de Brasília é o mesmo em Baselland e Basileia.


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Ao olhar para a cidade, ficamos estonteados com a paisagem urbana e, sem sombra de dúvida, com o rio São Francisco. Nunca tínhamos visto tanta água em nossas vidas. E as pessoas, como eram diferentes! Elas falavam expressões difíceis de entender e a comida era totalmente outra, com temperos desconhecidos. Nossas refeições eram no ônibus, pois tínhamos pouquíssimo dinheiro. Do outro lado de Petrolina estava a cidade baiana de Juazeiro. Era a despedida de Pernambuco e a entrada no Estado da Bahia. Durante a travessia na balsa, cantávamos a música do trio nordestino “Petrolina Juazeiro” e ouvíamos história de Lampião e Maria Bonita, contada por um velho de Petrolina. Em Juazeiro, pisando em terra baiana, um grupo de cinco baianos embarcou no ônibus. Eles eram morenos e ao olhar para nós, pernambucanos, diziam: “Que povo mais branco!” Eu não entendia o espanto deles, para mim era tudo tão normal! Mas eles falavam bem devagar, diferente de nós, que falamos muito rápido. Até no nome

da nossa cidade não conseguimos falar todas as palavras. A cidade se chama São José do Egito, mas no nosso dialeto falamos: “Som Zé du Gitu”. Os baianos diziam: “Que gente que fala rápido e como são avexadas! O bom de ser baiano é que não temos estresse, temos tempo, daqui para São Paulo é pertinho”. Segundo o motorista faltavam ainda 2.246 km! Após 12 horas de estrada entramos em Minas Gerais. Ficamos impressionados com a linda paisagem. Era um infinito tapete verde, paisagem plana e cheia de fazendas. Para nós, do sertão, era bem diferente. Um homem estava esperando o ônibus na estrada. Era um mineiro de aproximadamente 30 anos de idade, cabelos lisos, caboclo, que estava muito bravo porque o ônibus tinha atrasado quarenta minutos. Ele dizia: “Uai sô, que trem martido. Ocês num sabi o pirigo?” O mineiro falava e eu tentava entender o significado do que ele dizia. Era o seguinte: “ficar naquela estrada era perigoso, pois poderia passar uma onça faminta ou uma sucuri e devorá-lo”. Eu pen-

sei: “que contraste. Lá no sertão, graças à seca, eu só ouvia falar de onça ou sucuri nas histórias dos livros”. Ele descrevia todas as coisas com a palavra “trem”. Era “trem” para todo lado. Quase todos os nomes que ele descrevia tinha “trem”. Até o nosso ônibus ele chamava de trem. Ele falava espontaneamente conosco e eu percebia como éramos todos parecidos e diferentes ao mesmo tempo. Compartilhávamos a mesma aventura: ir tentar a vida em uma das maiores metrópoles da América Latina, São Paulo. Com mais um dia na estrada, finalmente chegamos a São Paulo, a gigantesca cidade que nos fascinava. Desembarcamos no bairro do Braz. Era hora da despedida, depois de quase três dias juntos. Alguns foram conosco para a Zona Sul. O choque cultural foi enorme, começando pela Estação de trem do Braz. Foi a primeira vez vimos um trem de perto. Até o mineiro, que só falava trem, não acreditou ao ver um de perto. E o metrô, que coisa grande para nós e que doideira andar num trem debaixo da terra!

O “R” do paulista é especial Por Valeska Botacini

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ou de São Caetano do Sul, no ABC paulista. Minha cidade não é grande e já ficou conhecida por ter o melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil. Se compararmos a outras regiões do Brasil, é verdade que podemos perceber uma certa qualidade na Educação e na Saúde Pública. Sua paisagem é típica de uma cidade paulista, com muitos prédios, carros e pouca área verde. Por estar próxima à Grande São Paulo, temos a vantagem de desfrutar da oferta cultural que a cidade dispõe. Com certeza existem diferenças entre São Caetano do Sul e as regiões vizinhas. Num país grande como o Brasil existe uma diferença considerável de região para região, em relação à forma de vida, costumes, “sotaques”, alimentação, cultura, entre outros... É difícil comparar/criticar, por exemplo, o ritmo de vida das pessoas de diferentes regiões, principalmente quando temos como referência São Paulo e quando até a diferença climática interfere na forma de se viver. Acredito que essa diversidade enriquece o nosso país, principalmente quando estamos dispostos a aprender, crescer e aproveitar as diferenças.

Algumas particularidades da região: O sotaque paulista é reconhecido rapidamente. Esse “R” que só nós de São Paulo conseguimos “caprichar” na hora de falar é especial. Como disse anteriormente, São Paulo dispõe de uma diversidade de oferta cultural imensa.

Também por receber pessoas de diferentes lugares, encontramos na cidade bairros típicos de diferentes países e regiões brasileiras. Esse e outros aspectos fazem de São Paulo uma grande metrópole intercultural, que abrange, cresce e se desenvolve com as diferenças. Em relação à Suíça, acredito que a maioria dos estrangeiros que chegam aqui enfrentam algumas dificuldades de adaptação, mas para mim a maior dificuldade foi a questão do idioma, pois enquanto não conseguimos nos comunicar não estamos integrados ao país. Esse fator nos torna, muitas vezes, dependentes de outras pessoas e se essa dependência se prolonga por muito tempo, abala a nossa autoestima. Portanto, temos que ter coragem para enfrentar as situações cotidianas sem medo , utilizar a fala frequentemente e tentar manter o sentimento de que já somos vencedores por estarmos dispostos a enfrentar, conviver e aprender uma nova cultura.

Valeska Botacini é professora e mora há três anos em Berna.


CAPA

08 // MARÇO 2016

Para quem gosta de cidade grande, São Paulo é tudo de bom! Por Renata Autran

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ara quem gosta de cidade grande e trabalha perto da residência, São Paulo é tudo de bom, pois lá tem muitas oportunidades de bons empregos, boas escolas, bons restaurantes, farmácias. Eu particularmente não me adaptaria, pois não gosto muito de cidade grande, tem muito trânsito, pouca segurança. Há muitas diferenças em relação aos estados vizinhos do Rio de Janeiro e Minas Gerais, tanto nos costumes alimentares, como na mentalidade e estilo musical. São Paulo possui uma cultura muito diversificada em relação aos outros estados do Brasil. Lá se encontra todos os estilos musicais. Eu, por exemplo, gosto muito de dançar forró, que é uma dança mais nordestina. Em São Paulo porém também tem muitos eventos de forró. Sobre a linguagem, tem suas variações, como a caipira, que é do interior de São Paulo e algumas cidades da Grande São Paulo, e a caiçara, que aparece na maioria das cidades do litoral paulista. Eu acho a cultura paulista uma das mais ricas dentre os estados brasileiros.

Eu não tive muitos problemas em me adaptar na Suíça, apesar do idioma, que eu acho que é a maior barreira. Sempre fui muito ativa, muito curiosa em aprender os hábitos, costumes e a educação suíça. Aprendi até a esquiar e aproveitar esse inverno rigoroso. Vejo que muitas pessoas não gostam muito. Eu consegui superar, talvez pelo fato de ter sempre me integrado bem com as pessoas, costumes, horários etc.

Renata Autran vem de Jundiaí, interior de Sao Paulo. É publicitária, fotógrafa, mora atualmente em Berna e está na Suíça desde 2008.


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Os banhos muito quentes devem ser evitados

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NUTRIÇÃO

10 // MARÇO 2016

Alimentação: Como se adaptar à realidade suíça? Por Suzana Montovani

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uem se muda para outro país enfrenta a quebra de muitos hábitos e tem necessidade de se adaptar aos modos e costumes locais. Uma das mais importantes e delicadas mudanças ocorre na alimentação. Nós, brasileiros, nos orgulhamos das dimensões continentais do Brasil, que englobam uma variedade incontável de recursos naturais, uma variação regional ampla e uma grande oferta de alimentos praticamente o ano inteiro. Nosso histórico de colonização e emigração contribuiu para essa diversificação, incluindo componentes culturais e uma riqueza culinária sem precedentes. Essa tradição culinária tão criativa e saborosa resulta da agregação à alimentação das populações indígenas nativas, de outras tradições, como a portuguesa, africana, espanhola, italiana, francesa, holandesa, alemã, japonesa, asiática, árabe e até suíça, apesar de mais discreta. Um dos patrimônios nacionais é essa singularidade, que tem cor, aroma, sabor, textura: a “comida brasileira”.

TEMPO DE ASPARGOS: Uma deliciosa salada de aspargos com massa e presunto é boa pedida.

de e um conhecimento mínimo da língua, para compreender as informações. Podemos buscar a ajuda de amigos brasileiros ou suíços, de outros estrangeiros ou grupos. Isso é bom, pois auxilia a criar e fortalecer vínculos sociais e enriquecer nosso vocabulário.

Qual de nós não tem saudade da refeição caseira, que nos remete a lembranças da nossa terra, família, amigos? Essas recordações sensoriais, aliadas à memória gustativa, é impossível de apagar. Longe do país de origem, devemos tentar lidar com a alimentação de forma a enriquecer essas lembranças e contribuir de maneira positiva para nossa adaptação aqui.

Entretanto, por que não nos “aventurarmos” mais e nos abrirmos para novas experiências gastronômicas e nutricionais? Substituir alimentos, aprender a cozinhar ou re-inventar a preparação dos alimentos, conhecer novos produtos e sabores, assim como as típicas receitas locais. Deve-se lembrar que a Suíça é um país multicultural, com influências germânicas, italianas e francesas e que também oferece diferenças culinárias regionais. Vai muito além do chocolate, dos queijos, vinhos, fondue, raclette e grill.

Ajustar nossa alimentação num país estrangeiro é tarefa que exige flexibilidade, pesquisa, criativida-

É interessante reconhecer que aqui as estações do ano são bem definidas e a sazonalidade dos

alimentos vegetais é bem mais marcante. É o momento em que os alimentos atingem seu pleno potencial nutricional. Exemplo disso são as épocas dos aspargos, das abóboras, morangos, cerejas, castanhas, maçãs, quando se aproveita para fabricar produtos e receitas com esses alimentos e se realizam os festivais gastronômicos. Pesquise o calendário. Indo além, por que não descobrir a culinária de outras regiões do planeta? Aqui na Suíça não é difícil encontrar um restaurante típico de outro país. É uma experiência ímpar! Também ocorrem regularmente feiras livres nas cidades, com produtos naturais, artesanais, regionais. Há fazendas nos arredores que revendem sua produção. Dependendo do alimento e da época nós mesmos podemos colher. Que experiência maravilhosa, não? Em muitas dessas fazendas, além de um pequeno mercado, há um restaurante. A oferta de alimentos naturais, e


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orgânicos (bio) também é extensa. São alimentos mais saudáveis, produzidos sem fertilizantes químicos, hormônios sintéticos para crescimento, pesticidas e agrotóxicos, que podem causar danos à saúde. Investir nesses alimentos é investir na saúde. Para quem segue dietas com restrições, por exemplo dietéticos, restrição de sódio, baixo teor de gordura, lactose, ou sem glúten ou açúcar, a oferta de produtos específicos é bem grande. É importante o aconselhamento de um profissional nutricionista para ajustar o plano nutricional. Claro que não temos as mesmas marcas de produtos do Brasil, mas muitas vezes encontramos nas grandes filiais dos supermercados os mesmos produtos ou alguns semelhantes aos que compõem os cardápios brasileiros. Pesquise, pergunte, peça, converse com outros brasileiros, troque ideias com amigos nas reuniões nas associações brasileiras ou em grupos na internet. Há sempre alguém que já encontrou algum produto ou alimento regional ou fez substituições interessantes. É surpreendente também o que se acha nas lojas de produtos portugueses, espanhóis, asiáticos, orientais, turcos, libaneses. Encontra-se produtos típicos da cozinha brasileira in natura ou congelados, como a couve mineira ou quiabo, que na verdade são oriundos de outros países. Frutas como manga, coco e banana, tradicionais no Brasil, são nativas da Ásia e por isso não é difícil encontrá-las em outros mercados por aqui. Também nas lojas brasileiras encontramos cada vez mais sortimento da cozinha típica brasileira: feijão preto, farinha de mandioca, polvilho, azeite de dendê, temperos, além de congelados, como polpas de frutas nativas do norte-nordeste e até a erva mate para o chimarrão gaúcho. Pescados frescos e produtos cárneos de qualidade para ajudar a compor nossos pratos regionais en-

DO BRASIL: Nos grandes mercados é possível encontrar produtos para compor cardápios brasileiros. contramos em lojas especializadas e em dias específicos da semana. Informe-se na sua região. Os restaurantes exclusivamente brasileiros servem os principais pratos regionais, sobremesas e até bebidas das marcas mais conhecidas. Temos também profissionais autônomos brasileiros, que prestam serviços oferecendo desde os nossos salgadinhos, passando pelo pão de queijo até a feijoada e outras comidas regionais, tipo nordestina ou mineira. Podemos encomendar e comer em casa. Importante é certificar-se de que as pessoas trabalham atendendo os critérios e controles sanitários suíços para a produção de refeições. É fundamental compreender que não há tantas barreiras para encontrar e ter a “comida brasileira” na mesa. Lembre-se que o ato de comer não deve ser algo automático, apenas para saciar a fome, que nos remeta apenas a comprar, preparar, consumir algo ligeiro, monótono,

sem valor nutritivo ou apelo gastronômico. O processo de adaptar nossa alimentação à realidade local deve ser um ato consciente, salutar, de socialização, de forma a usufruir do que o país e o continente nos oferecem: uma cozinha deliciosa, que preza pela qualidade. Essa cozinha, somada à herança culinária que trazemos na bagagem – muitas vezes oriunda do continente Europeu, vai tornar nossa estadia e vida aqui cada vez mais interessante, integrada e por que não dizer, mais gostosa . Saúde e bom apetite!

* Suzana Mantovani é Nutricionista Clínica e Consultora na área de Nutrição em geral, esportiva e médica. Contato: +41 78 661 2093


COLUNA LUSA

12 // MARÇO 2016

Pelos caminhos de Portugal Por Íris Martins

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ortugal é um país com cerca de 10 milhões de habitantes, espalhados por 11 regiões, também chamadas de províncias. As regiões do Norte e do Sul são as mais conhecidas pelas suas culturas, daí serem as que atraem mais turistas. Cada português tem sua cultura, suas crenças e seu sotaque. Os sotaques mais conhecidos são os das regiões do Norte e das Ilhas de Açores e Madeira, pois são os que mais se destacam na língua portuguesa. No entanto, cada região tem seu próprio sotaque. É fácil perceber que Portugal é um país com vários tipos de habitantes. Na verdade, apesar das muitas diferenças no país, não só sociais e culturais, mas também econômicas, os portugueses são muito solidários e tentam sempre ajudar os que mais precisam. No entanto, é difícil conseguir ajudar em todas as carências espalhadas pelo país. Ainda se consegue perceber a diferença entre pobres e ricos e de quem faz parte de um ou outro grupo. Nos últimos anos Portugal tem perdido muitos habitantes, por causa das grandes dificuldades laborais. Isso faz com que os “nossos” portugueses se vejam obrigados a arranjar alternativas para melhorar suas condições de vida. O número de emigrantes portugueses espalhados pelo mundo triplicou, mas isso não fez com que o nível de desemprego em Portugal descesse.

Ora, se o desemprego aumenta, os portugueses começam a “fugir” de Portugal e aí torna-se mais notável a diferença de português para português. Os ricos ficam mais ricos e os pobres mais pobres. Os que estão no meio, limitam-se a apostar noutros territórios. A região do Norte, para além de ser uma mina de ouro para o governo português, em função das suas belas paisagens e natureza que a envolve (atração turística), também se torna um pesadelo para os que vivem lá. Como é uma região com muitas vilas e aldeias, não tem o mesmo acesso às “modernidades” e oportunidades das grandes cidades. São, por isso, os primeiros a sofrer com a escassez de trabalho. Daí o número de desempregados e emigrantes ser mais elevado nessas regiões. Já nas grandes cidades também se começa a sentir na pele as horrendas causas da crise, levando muitos citadinos a apostarem noutros países. Consegue-se, realmente, distinguir quem é socialmente mais avantajado, não só pela marca de roupa ou carros, mas também pelo estilo de vida. Ainda existem muitos portugueses que não precisam (e nem sabem o que é) contar os “trocos” para ver se podem beber um café. Mas essa realidade está patente na vida da maior parte dos portugueses, um país outrora tão abastado e que agora encontra-se nessa situação. Existem muitos portugueses que passam grandes dificuldades, enquanto outros só se preocupam em qual será o próximo destino paradisíaco para seus fins-de-semana ou férias. Essas são as duas faces mais patentes em Portugal: as diferenças regionais de terra para terra e os tipos de portugueses deriva exclusivamente do dinheiro que possuem. Quem possui dinheiro para viver uma vida confortável e luxuosa é considerado um português com qualidade de vida superior. Os portugueses que conseguem pagar suas despesas e fazer uma vida normal, mas cujo dinheiro não chega ao fim do mês, são portugueses com uma qualidade de vida mediana. Por fim, há os portugueses pobres, que nem têm dinheiro ao fim do mês e que vivem da ajuda do Estado ou da boa vontade de outros portugueses. Isto leva-me a pensar que

recuamos milhares de anos, para o tempo onde só existiam os ricos (representados pelo Clero) e os pobres (o povo). O revoltante é que esses anos ficaram para trás, mas Portugal vê-se a entrar numa fase de ruptura financeira e laboral sem perspetivas de melhorar. Quem perde com essa falta de apoio é o próprio País, que perde cada vez mais portugueses. Como se adaptam facilmente a novos países e culturas, os portugueses conseguem lucrar e ajudar outros países a crescer, deixando Portugal para trás. Mas nem tudo são espinhos. Nas pequenas regiões as diferenças financeiras não se tornam tão visíveis e as pessoas são mais receptivas. Todos ficam a saber de quem precisa de ajuda e tentam sempre, de uma ou outra maneira, ajudar da melhor forma. Portugal é um país lindo, com um clima maravilhoso e com pessoas solidárias, bem dispostas e lutadoras. Resta ter esperança de que o país consiga dar a volta por cima, ultrapassar essas crises, fazendo com que as grandes diferenças se tornem igualdades. Até porque todos os seres humanos têm a obrigação de viver dignamente.

Íris Martins é jornalista, repórter e cronista.



PELA SUÍÇA

14 // MARÇO 2016

Arte brasileira atrai público multicultural

Daniel Roberto Pinto, Claudia Jaguaribe e o Embaixador José Borges dos Santos Júnior.

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vernissage da exposição da artista carioca Claudia Jaguaribe, realizado em 21 de janeiro na Fundação Brasilea, em Basileia (www.brasilea.com), atraiu a atenção não apenas da comunidade brasileira na região, mas de muitos convidados suíços, franceses e alemães. Com 250 pessoas presentes, o público superou as expectativas, apesar do frio e das pancadas de neve. A artista serve-se de fotografias, vídeos e outros recursos, em montagens originais, para destacar aspectos inusitados da realidade, seja urbana (cenas do Rio de Janeiro e de São Paulo), seja ambiental (cenas da floresta, com uma crítica original à destruição das matas). Na Brasilea, foram expostas 36 fotografias de diversos tamanhos, inclusive uma parede inteira. Em seu discurso de abertura, Raffaello Tondolo, da diretoria da Brasilea, informou que a exposição marca o início do décimo primeiro ano de atividades da Fundação na divulgação da arte brasileira. Tondolo saudou a parceria com a Embaixada do Brasil na Suíça e expressou o desejo de continuar o trabalho conjunto para trazer ao público as riquezas da cultura brasileira. Daniel Faust, diretor artístico da Fundação, colocou-se à disposição da Embaixada para continuar a colaborar na difusão da arte brasileira e na realização de exposições na Suíça e em outros países. O Embaixador José Borges dos Santos Júnior falou em seguida e agradeceu à Brasilea pelo

trabalho de grande qualidade que realiza pela nossa cultura. Disse que continuará colaborando com a Fundação de todas as maneiras, mesmo em cenário de recursos limitados. O Embaixador cumprimentou a comunidade brasileira presente, informando que as portas da Embaixada estão sempre abertas e que, juntamente com os Consulados-Gerais em Genebra e Zurique, trabalhará sempre pelas melhores relações entre Brasil e Suíça e pelo bem-estar dos brasileiros neste país. O Conselheiro Daniel Roberto Pinto, chefe do Setor Cultural da Embaixada, referiu-se à alegria de poder contar nos últimos anos com um parceiro

Embaixador José Borges dos Santos Júnior e sua esposa Danielle Marquardt Bayer.

com a qualidade e o entusiasmo da Brasilea. Destacou ainda o quanto havia aprendido sobre a arte de seu próprio país com as exposições na Fundação. Por fim, Claudia Jaguaribe falou de sua obra, de seu objetivo de realizar imagens em várias “camadas”, com diversas leituras possíveis, mostrando a tensão entre o crescimento urbano e a paisagem: a série de “cactos” ilustra como a natureza nas grandes cidades se adapta ao cenário de desertificação. A justaposição de fotografias – cenas de favelas e do cotidiano urbano sobrepostas a vistas aéreas das metrópoles – pretende mostrar, sem jamais adotar estética agressiva, a diversidade das realidades que convivem no dia-a-dia sem se darem conta uma da outra. Os visitantes mostraram grande admiração pelas obras da fotógrafa carioca. Daniel Faust agradeceu a presença do Embaixador e de sua comitiva, manifestando seu desejo de continuar a trabalhar pela arte brasileira na Suí­ ça e em toda a Europa. O Embaixador expressou sua admiração pelo cuidado e bom gosto com que havia sido preparada a exposição e reiterou que a Brasilea pode contar com o apoio continuado da Embaixada em Berna. Os comentários dos presentes – tanto brasileiros como suíços, franceses ou alemães – foram os mais elogiosos. Ao final, foi servido o tradicional coquetel brasileiro, com pães de queijo, caipirinha e outras comidas e bebidas típicas.

*Relato do Embaixador José Borges dos Santos Júnior, adaptado por Irene Zwetsch


FUNDAÇÃO BRASILEIA

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Brasil + Basilea = BRASILEA!

Por Irene Zwetsch

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rasilea é uma ideia sensacional”, afirma entusiasmado Daniel Faust, diretor da Fundação Brasilea, na cidade de Basileia. Concebida como espaço multiuso, com salões amplos e vidros grandes, que garantem uma iluminação ideal, a Fundação abriga exposições de arte, eventos culturais variados e a mostra permanente da Coleção Walter Wüthrich, seu fundador (detalhes no box). O projeto arquitetônico permite também a interatividade e o intercâmbio entre o artista, as obras e o público. É sempre algo diferente. Alguns artistas até dormem no local e preparam suas obras e exposições diretamente lá. „Queremos chamar a atenção do público para a diversidade do Brasil“, afirma Faust. Por isso a Fundação Brasilea expõe tanto obras de grandes nomes, como de artistas desconhecidos e da arte popular. É isso que o diretor mais preza: poder viajar pelo Brasil, ter contato com pessoas diferentes e conhecer as várias facetas do país. Daniel Faust garante que „o Brasil tem o suficiente para mostrar“. Com catálogos das exposições e convites especiais para cada evento, a Brasilea criou um pacote de marketing que traz resultados positivos, tanto para a divulgação como para atrair patrocinadores e parceiros. O diretor valoriza muito o apoio da Embaixada do Brasil em Berna, que lhe possibilitou apresentar o projeto da Fundação Brasilea ao Ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira. Recentemente a Fundação iniciou também um intercâmbio com o Consulado-Geral do Brasil em Genebra, a fim de realizar atividades conjuntas.

Uma das novidades é a criação de exposições itinerantes. Um exemplo é a mostra dedicada ao artista Alex Flemming (SP), que faz parte da programação especial do Museu Olímpico de Lausanne sobre a Olimpíada de 2016 no Rio. As obras de Flemming foram expostas na Fundação Brasilea em 2012. Além disso, em maio deste ano a Fundação realizará uma exposição na Galeria Portinari, na Embaixada do Brasil em Roma. A profissionalidade destaca a Fundação Brasilea no cenário europeu. „Quando se tratar de arte brasileira, queremos ser a instituição de referência e contato na Europa“, resume o diretor. Uma parte do mérito cabe à diretoria e à equipe de apoio, responsável pela infraestrutura, pela divulgação e pela parte culinária das exposições. A experiência de Daniel Faust é de que „o trabalho

com os brasileiros é diferente, mas funciona muito bem. Há muita flexibilidade“. Para manter o propósito de valorização e divulgação da arte brasileira, a fundação conta com várias fontes de financiamento. Além dos patrocinadores e dos „Amigos da Fundação Brasilea“, a venda de obras expostas e o aluguel das dependências para eventos completam o orçamento.

Fundação Brasilea Criada em 22 de setembro de 2003, em Basileia, a Fundação Brasilea tem como base a Coleção Walter Wüthrich, uma coletânea que é fruto da longa amizade entre o fundador, Walter Wüthrich e o artista Franz Josef Widmar. Objetivos: construir, operacionalizar e manter um centro cultural para o incentivo e a promoção da cultura brasileira, através de exposições de artes plásticas e fotografias, da realização de eventos culturais e do acesso à exposição permanente da Coleção Walter Wüthrich. Para alcançar seus objetivos a Fundação trabalha em conjunto com instituições no Brasil e na Suíça, bem como com a comunidade brasileira residente na região, contribuindo assim para o intercâmbio cultural entre os dois países. A diretoria da Fundação é composta por Raffaello Tondolo (presidente e reponsável pela comunicação), Donald Stückelberger (setor jurídico), Jean-Marc Wallach (finanças), Enrico Tarelli (patrocínio). Na parte operacional estão Daniel Faust (diretor), Leoni Wienandts (assistente e eventos), Pia Kuchenmüller (imprensa e patrocínio) e Christoph Schnoz (assistente de manutenção e eventos). Mais informações: http://www.brasilea.com/


ESPAÇO INFANTIL

16 // MARÇO 2016

A lenda do guaraná

Adaptação: Marcelo Candido Madeira

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entre as 25 mil espécies de plantas da floresta amazônica, o guaraná é, sem dúvida, a mais popular. Desde os tempos mais remotos suas propriedades são utilizadas para fins medicinais. Os índios da Amazônia mastigavam suas sementes, acreditando assim obter energia suficiente para longos combates. Hoje, os cientistas já admitem os efeitos terapêuticos do guaraná. Estudos mostram

que o guaraná promove a dilatação dos vasos, facilitando a circulação sanguínea. Além disso, o seu uso freqüente ajuda a atividade mental ao inibir a produção de escopolamina, uma substância que provoca amnésia. Muitos especialistas estão de acordo ao afirmar que o guaraná revitaliza a memória e melhora as condições gerais do organismo. Os índios da Amazônia estavam certos. Diversas tribos consideravam o guaraná uma planta sagrada. Seus efeitos são surpreendentes, mas a história de sua origem é ainda mais curiosa. Reza a lenda que um casal da tribo de índios maués não podia ter filhos. Pediram então ajuda a Tupã, o rei dos deuses. Tupã, ao ver a angústia daquele bondoso casal, concedeu-lhes a graça de uma criança, um belo menino, forte e sadio. Com seu carisma e simpatia a criança logo conquistou os corações de todos os índios da tribo. Era um menino alegre, peralta e inteligente. Mas suas qualidades despertaram a inveja de Jurupari, o espírito do mal. Um dia, quando o pequeno curumim se distraiu colhendo frutos na floresta, Jurupari o seguiu em forma de serpente e, na primeira oportunidade, abocanhou o calcanhar do

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menino expelindo o seu veneno. A pobre criança desfaleceu e caiu morta no chão. Seus pais correram desesperados em direção ao filho, mas já era tarde demais. A tribo inteira se reuniu aos prantos em torno ao corpo do menino. De repente, ouviram um estrondo no céu e um raio atingiu a árvore mais próxima. Sua mãe levantouse, enxugou as lágrimas e disse: – É Tupã, que chora a perda de nossa criança. Ele assegura que se plantarmos os olhos do meu filho nascerá uma planta cujo fruto será nossa felicidade! Os índios obedeceram aos desejos de Tupã. Enterraram os olhos do menino como se fossem sementes em terra fofa. E deles nasceu o guaraná, que em língua Tupi quer dizer “bagos que se parecem com olhos de gente”.


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Direitos e conquistas das mulheres pelo mundo

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Dia Internacional da Mulher é celebrado em 8 de março. A ideia surgiu no início do século XX nos Estados Unidos e na Europa, no contexto das lutas femininas por melhores condições de vida e trabalho, bem como pelo direito de voto. Em 1876 a líder socialista alemã Clara Zebrino propôs à 2a Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhagen, a instituição do Dia Internacional da Mulher. A partir daí as comemorações foram marcadas pela luta em favor dos direitos femininos. A adoção do dia 8 de março como “Dia Internacional da Mulher” é associada ao protesto das operárias do setor têxtil nova-iorquino contra as más condições de trabalho, ocorrido em 8 de março de 1857. A manifestação foi reprimida de forma violenta, com o incêndio da fábrica e a morte 130 mulheres. Posteriormente, o ano de 1975 foi designado pela ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de 1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas para lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres. Um dos mais importantes direitos conquistados pela mulher é, sem

A chegada do voto feminino no Brasil e no mundo OCEANIA 1893: Nova Zelândia se torna o primeiro país a garantir o sufrágio feminino. 1901: Austrália AMÉRICA DO NORTE 1918: Canadá Nos Estados Unidos, por causa da autonomia legislativa dos estados-membros, o direito ao voto feminino ocorreu em datas diversas. 1869: Wyoming foi o primeiro. Depois vieram Utah (1870), Colorado (1893), Washington (1910), Califórnia (1911), Arizona, Kansas e Oregon (1912), Montana e Nevada (1914). Em 1920, uma Emenda Constitucional deu o direito de voto às mulheres em todo o território americano. EUROPA Os países nórdicos foram os primeiros. 1906: Finlândia, Noruega (1913), Dinamarca e Islândia (1915) e Suécia (1918). 1917: Holanda e Rússia, após a Revolução Bolchevique.

1918: Alemanha 1922: Irlanda 1923: Áustria, Polônia e Tchecoslováquia 1928: Inglaterra 1931: Portugal, com várias limitações. Plenamente só após a Revolução dos Cravos, em 1974. 1931: Espanha 1945: França e Itália, após a 2a Guerra Mundial 1971: Suíça AMÉRICA LATINA Equador foi o primeiro a aprovar no voto feminino em 1929. 1947: Argentina, através de uma campanha liderada pela então primeira dama do país, Eva Perón. BRASIL Embora tanto a Constituição Imperial, de 1824, como a primeira Constituição Republicana, de 1891, não proibissem o direito de votar às mulheres (“são eleitores os cidadãos maiores de 21 anos que se alistarem na forma da lei”), ao

mesmo tempo não lhes dava, em termos claros e precisos, o seu exercício. O Rio Grande do Norte foi o pioneiro a assegurar, em 1926, o direito de votar e ser votado a todos os cidadãos “sem distinção de sexos”. A primeira eleitora a se alistar foi a professora Celina Guimarães Viana, de Mossoró, em 1927. Outras fontes apontam que já em 1905 três mulheres conseguiram se alistar e votar na Comarca de Minas Novas (MG). O Código Eleitoral aprovado pelo Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, inovou o sistema políticoeleitoral brasileiro, criando a Justiça Eleitoral e consagrando de forma expressa o voto feminino, ainda que não obrigatório. O alistamento e o voto das mulheres só passaram a ser irrestritamente obrigatórios a partir da Constituição Federal de 1946. Carlota Pereira de Queirós foi a primeira deputada federal do Brasil eleita pelo voto popular, em pleito ocorrido em 3 de maio de 1933.


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dúvida, o direito de voto. Essa conquista ocorreu em diferentes épocas no mundo inteiro (cf. quadro na página anterior). Licença e salário Maternidade Outra conquista foi a licença e o salário maternidade. Só 34 países (incluindo o Brasil) cumprem a recomendação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de conceder ao menos 14 semanas de licença à mãe com remuneração não inferior a dois terços dos seus ganhos mensais no trabalho. A maioria das mulheres trabalhadoras do mundo – cerca de 830 milhões – ainda carece de uma proteção de maternidade suficiente. Quase 80% delas são da África e da Ásia, segundo a OIT. A organização aponta que as maiores licenças maternidade estão na Europa. Os países do leste europeu se destacam. A Croácia, com 410 dias de licença, é o país com maior tempo de licença maternidade no mundo todo. Montenegro, Bósnia e Albânia oferecem um ano de licença para as mães que acabaram de ter filhos. Nos países de economia mais forte, como o Reino Unido e a Noruega, são 315 dias de licença e na Suécia, 240. O salário recebido nesse período varia. No Reino Unido as mulheres recebem 90% de salário nas primeiras seis semanas de licença e pouco menos que 90% da sétima à quadragésima semana. A Croácia oferece 100% de salário por seis meses e na Noruega paga-se 100% de salário se a mulher ficar afastada por 35 semanas ou 80% se ela preferir a licença de 45 semanas. A Suécia oferece 80% de salário durante todo o período de afastamento. A título de curiosidade, a Licença Maternidade na Suíça só passou a existir em 2005. São 14 semanas, nas quais a mulher recebe pelo menos 80% do salário, num máximo de 196 CHF por dia. Alguns empregadores adotam políticas próprias, oferecendo mais vantagens. Na América Latina, a política dos países é desigual. Chile e Cuba

oferecem um período maior de licença, com 156 dias de afastamento, e chegam a pagar 100% do salário durante esse tempo. O Brasil oferece 120 dias de licença com 100% de salário. Empregadores que fazem parte do Programa Empresa Cidadã, no entanto, oferecem 180 dias de licença. Na Costa Rica são 120 dias de licença com 100% de remunera-

ção. Na Colômbia são 98 dias e salário completo. Atrás deles, estão Argentina e Peru, com 90 dias de licença, Paraguai, Equador, México, Uruguai, El Salvador, Honduras e Nicarágua, com 84 dias de licença. O país da América Latina com menos dias concedidos é Porto Rico, que oferece 56. No Brasil, a Constituição Federal de 1934 já previa assistência médica e sanitária à trabalhadora gestante, assegurando-se o direito ao descanso, antes e depois do parto, sem prejuízo do salário e do emprego. (Salário e Licença Maternidade). Atualmente no Brasil o Salário Maternidade é um benefício pago às seguradas que acabaram de ter um filho, seja por parto ou adoção, ou aos segurados que adotem uma criança. Para algumas situações é possível fazer o pedido pela Internet e enviar os documentos necessários pelos Correios. Essa forma de pedir é simples, rápida e fácil. Mais informações no site do Ministério da Previdência Social do Brasil: http:// www.previdencia.gov.br (Pesquisa e edição de Irene Zwetsch)


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“Ngraçadimais” Paulo Hebmüller

C

om a rapidez de que é capaz, a internet tratou de espalhar imediatamente versões bairristas, clubísticas e de outras ordens (sempre humorísticas, claro) sobre as variações do “curtir” apresentadas pelo Facebook. Em Minas, por exemplo, os botõezinhos “curti”, “amei” e “haha” podem ser substituídos por “bão, uai”, “paxonei” e “ngraçadimais”. Já no Rio Grande do Sul, é preciso prestar atenção, porque são sutis as diferenças entre “haha”, “uau”, “triste” e “grr”: “bah!”, “baaah!!!”, “bah...” e “bah”. Esses poucos exemplos, colhidos rapidamente entre posts dos amigos da rede, ilustram uma das grandes riquezas do português do Brasil: a sua ampla e bela diversidade. Mapear essa riqueza para oferecer mais e melhores subsídios a professores, gramáticos e estudiosos é um dos objetivos do projeto Atlas Linguístico do Brasil (www.alib.ufba.br). Uma das vertentes do projeto aborda justamente as diferenças léxico-semânticas entre as regiões. Simplificadamente, o léxico é o conjunto de palavras de um idioma, enquanto a semântica se ocupa do sentido e das mudanças ocorridas ao longo do tempo e do espaço na significação das palavras. As diferentes origens na constituição das populações e na formação dos lugares ajudam a compreender a variedade vocabular Brasil afora. Basta ir à feira: a mesmíssima fruta será chamada de “mexerica”, “bergamota”, “mimosa”, “poncã” ou mesmo “tangerina” dependendo da cidade em que se estiver – assim como “aipim”, “mandioca” ou “macaxeira” designam a mesma planta. Quem fala certo, quem fala errado? Lamentavelmente, a mesma rede que nos faz rir instantaneamente das gafes do universo da mídia e das celebridades também é pródiga em apresentar “doutores” que – na maioria esmagadora dos casos sem nenhuma formação para isso – não se furtam a publicar posts que ditam as regras do que seria uma única língua portuguesa correta, inflexível e imutável, e cujo descumprimento talvez devesse levar os perpetradores à forca. Como explica Celso Pedro Luft, este sim um dos grandes estudiosos da língua portuguesa, “não há propriedade privada no mundo das palavras”. Elas estão na “boca do povo” e são a “soma de todas as camadas socioeconômico-culturais, em suas diversas modalidades e circunstâncias”. Em Língua & Liberdade (L&PM, 1985), Luft anota que “infelizmente é muito expandida (mesmo entre pessoas cultas) uma noção ingênua de gramática como regras que gramáticos, professores, academias ou outra autoridade não identificada impõem”. “Como se uma língua se construísse de fora para dentro...”, continua. “O natural, a verdade, é o inverso: os gramáticos devem observar e registrar os fatos da língua (falados ou escritos), e deles depreender as regras que os explicam e avaliam.” Entender isso é começar a compreender que não faz sentido discriminar quem não usa as mesmas palavras que eu, ou que pronuncia o “r” com aquele charmosíssimo, especialíssimo e brasileiríssimo sotaque caipira.

*Paulo Hebmüller é jornalista e mora em São Paulo pauloeh@uol. com.br


22 // MARÇO 2016

“Madalena’s em Prosa e Verso: antologia bilingue com objetivos sociais Por Lúcia Amélia Brüllhardt

A

Associação Madalena‘s Suíça, com o objetivo de arrecadar fundos para novos projetos na Suíça e em zonas carentes do Brasil, editou uma coletânea com poesias, crônicas e contos, através do selo da Helvetia Edições. Participaram da elaboração do livro todos que admiram e seguem o trabalho da Madalena’s, bem como qualquer pessoa que desejou aderir a essa causa literária-social. A Antologia, realizada para comemorar os 15 anos da organização, está pronta e conta no prefácio com um texto da Embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo, do Consulado Geral do Brasil em Genebra. Nossos sinceros agradecimentos a todos que acreditaram em nosso trabalho e nos ajudaram a realizar este projeto bilíngue. A capa do livro é uma linda obra do artista suíço Lushan 23. A orelha da publicação é da advogada Fernanda Pontes Clavadetscher e o time de escritores é extraordinário! A obra será lançada em quatro oportunidades: • O primeiro lançamento acontecerá no Brasil, no dia 19 de março, em Blumenau (SC), durante as festividades do III ano do Jornal Sem Fronteiras. • O segundo lançamento acontecerá no dia 07 de maio, na cidade de Biel-Bienne, no Bangalow do X-Projet, com apoio do Multimondo. • O terceiro lançamento será em Genebra, no dia 25 de junho, no Centro Cultural Brasileiro, presidido por Veronice de Abreu. • O quarto lançamento será em Londres, no dia 02 de julho na Casa do Brasil em Londres, presidida por Carlos Mellinger. Todas as informações sobre os lançamentos e o livro podem ser acessadas na página oficial criada para Antologia Madalena’s: https://www.facebook.com/groups/983992148325019/?fref=ts Outros links: www.luciaameliamadalenas.com / https://www.facebook.com/madalenas.suicabrasil Lúcia Amélia Brüllhardt, escritora multitalentosa, é presidente da ONG Madalena‘s

MADALENA’S


MARÇO 2016 // 23

TEXTO LOBMAIER & NEGRÃO

COLUNA

JURÍDICA

Disputa de Guarda e Sequestro Internacional de Crianças Binacionais

E

m janeiro de 2016 o Ministério das Relações Exteriores lançou uma cartilha com o objetivo de informar os cidadãos brasileiros que vivem no exterior sobre o tema de disputa de guarda, subtração internacional de menores e violência doméstica. Essa cartilha pode ser baixada gratuitamente no Portal Consular do Itamaraty no seguinte link: http://www.portalconsular.mre.gov. br/administracao/avisos/cartilha. São inúmeros os casos relacionados a essa problemática e, por se tratar de um assunto bastante delicado, inclusive com aspectos humanitários, a Coluna Jurídica desta edição preparou um artigo para auxiliar no esclarecimento e compreensão de algumas questões jurídicas internacionais abordadas pela cartilha. 1) O que é a Convenção Internacional de Haia de 1980 e qual o seu objetivo? A Convenção de Haia de 1980 é um acordo internacional relativo ao sequestro internacional de crianças. Ela estabelece que os Estados Membros (países signatários, por ex: Brasil e Suíça) devem cooperar entre si, com o objetivo de restituir ao país de residência habitual toda e qualquer criança que tenha sido retirada do seu local de residência de forma ilegal. Ou seja, quando há a violação do direito de guarda/pátrio poder de um dos pais ou de terceiros ou da instituição responsável pelo menor (por ex: abrigos do Estado). 2) O que se entende pela expressão “residência habitual do menor”? A Convenção de Haia diz que a “residência habitual do menor” é o país/estado onde a criança vive, com a intenção de lá permanecer. Isto é, o local onde a criança se encontrava no momento, antes de ser retirada de lá. 3) Casei com um estrangeiro e temos filhos binacionais. Em caso de divórcio, qual país será responsável por julgar a guarda do menor? A justiça que irá determinar a questão da guarda do menor é a do país em que a criança tem a sua residência habitual, independente da sua nacionalidade. Por exemplo: Uma brasileira casada com um português e que reside com seu filho na

Suíça, terá o processo de guarda julgado pela justiça suíça, que é o país de residência da criança. 4) Meu filho e eu somos brasileiros. Posso ter meu processo de guarda julgado pela justiça brasileira? Infelizmente não é possível. Mesmo tendo cidadania brasileira, países que são membros da Convenção de Haia, como é o caso do Brasil, deverão cumprir esse acordo internacional e fazer valer a regra da residência habitual do menor. Portanto, a pessoa deve sempre buscar a solução de conflitos perante o judiciário do país em que a criança mora. Ainda que a pessoa resolva, por conta própria, levar a criança para o Brasil e pedir a guarda lá, as autoridades brasileiras, que devem cumprir as obrigações internacionais assumidas nesse acordo, irão provavelmente determinar o regresso imediato desse menor ao seu país de residência. 5) Eu me divorciei e a justiça me concedeu a guarda da criança e regulamentou as visitas do meu ex-cônjuge. Sendo assim, como eu tenho a guarda da criança, posso sair do país com meu filho na hora que quiser? Não, não pode! Ainda que um dos pais tenha a guarda unilateral da criança, via de regra, ambos os pais detêm o Poder de Família (direitos e deveres de cuidar e prover sustento ao menor). Portanto, o genitor que possui a guarda do filho só pode mudar o local de residência dele com prévia autorização do outro genitor ou judicial. 6) Vou me divorciar e gostaria de regressar ao Brasil junto com meu filho. Porém meu cônjuge não está de acordo. Como meu filho é brasileiro, pretendo levá-lo comigo mesmo assim. Terei algum problema? Sim! Retirar o menor de seu local de residência habitual sem o consentimento do outro genitor, ainda que a criança possua passaporte brasileiro, é considerado sequestro internacional, conforme prevê a Convenção de Haia de 1980. Dessa forma, o genitor abandonado pode acionar as autoridades competentes para fazer valer a cooperação internacional entre ambos os países e assim trazer o menor sequestrado para o seu local de residência novamente.

7) Estou sofrendo violência doméstica por parte do meu marido. Preciso de ajuda para proteger a mim e ao meu filho. Pretendo sair do país, pois tenho receio do que pode acontecer. Como devo agir? Casos de violência doméstica são muito delicados e mesmo nessa situação é preciso obter autorização judicial para retirar o filho menor de idade do país. O aconselhável é que as vítimas busquem apoio em órgãos de assistência jurídica, social e/ ou psicológica à mulher no local de sua residência. É importante também que ela faça um registro de ocorrência junto à autoridade policial do seu domicílio o quanto antes. Caso a pessoa não domine o idioma do seu local de residência, ela pode buscar um tradutor para fazer a intermediação. No link a seguir estão disponíveis mais informações sobre o tema da Violência Doméstica na Suíça: http://www. migesplus.ch/fileadmin/Publikationen/250.pdf

LOBMAIER & NEGRÃO

Advocacia e Consultoria Patricia Lobmaier Advogada e Mestre em Direito Internacional Tel.: 076 665 60 33 [OAB/RJ 134.929]

Patricia Brooking Negrão Advogada, Tradutora e Intérprete Tel.: 079 607 67 33 [OAB/SP 105.386] Esta coluna é uma colaboração das consultoras jurídicas do Conselho Brasileiro da Suíça. Para mais informações ou para enviar as suas perguntas, escreva para: info@lobmaier-negrao.ch info@conselho-brasileiro.ch


24 // MARÇO 2016

CardioFatio Tenho o prazer de anunciar, que inaugurei o meu consultório de cardiologia e medicina geral. A minha experiência ao longo dos anos adquirida em hospitais e grêmios cientificos me permite aconselhar e tratar de maneira profissional os pacientes a mim encaminhados. A cardiologia é minha paixão, mas o mais importante é a pessoa em quem o coração bate. Competências:

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VIDA NA SUÍÇA

26 // MARÇO 2016

Carnaval em Berna

Homem Aranha, Cinderela, Branca de Neve e muitas outras meninas das histórias encantadas motivaram as crianças a participar do carnaval.


MARÇO 2016 // 27

Dicas de eventos de Páscoa CANTÃO AARGAU (AG) (25 e 26.03) Bibeli und Schoggihasen – weicher Flaum und süsse Ohren Crianças podem observar pintinhos nascendo na incubadora, acariciar coelhos fofinhos, participar de workshops e ainda brincar na caça aos ovos de chocolate. Das 10 às 16h, no Naturama Aargau. Informações: http://www.naturama.ch (Atenção! É preciso se inscrever antes.) CANTÃO BASEL-STADT (BS) (24 a 28.03) Ostertango Maratona de Tango em Basel durante a Páscoa. Sim, nada de coelhinho de páscoa. Durante o festival serão 16 horas e meia por dia de muito tango, workshops e apresentações de bailarinos internacionais. Informações: http://www.tangobasel.ch/Aktuell/OsterTango_e.html (24 e 26.03) Osterrock Um festival de rock e indie ocorre no Biomill para agitar um pouco o feriado. Este ano a banda Das Pferd se apresenta no evento. Informações: http://www.biomillaufen.ch/programm/ archiv/2016/03-26-osterrock-part2.html CANTÃO BERN (BE) (27.03) Eiertütsche Como acontece todos os anos no domingo de Páscoa, todos se encontram no Kornhausplatz para o ‘Eiertütsche’ (Eierpecken), às 10 horas. Cada um deve trazer o seu próprio ovo pintado. (12.03 a 21.05) Festival Internacional de Jazz de Bern

Se você procura um programa cultural, durante a Páscoa o festival não pára. Até as apresentações no Jazz-Zelt, no Parque do Hotel Innere Enge, têm entrada livre. Informações: http://www.jazzfestivalbern.ch CANTÃO FRIBOURG/FREIBURG (FR) (25.03 e 28.03) L’Enigme du Lapin de Pâques (O enigma do Coelho da Páscoa) Na cidade antiga de Estavayer-le-Lac as famílias percorrem as pequenas ruas procurando a resposta para o enigma de páscoa. Ao final, todos os participantes recebem uma surpresa. Informações: http://www.estavayer-payerne. ch/fr/nouveautes-evenements/event-calendar. html?eventID=69541985&datefrom (27.03) Oficina de coelhos de chocolate Na tradicional Chocolaterie de Gruyères crianças

podem fazer seu próprio coelhinho de chocolate. Informações: http://www.chocolaterie-gruyeres. ch/home.html CANTÃO DE GENEBRA (GE) (25.03 a 10.04) PâKOMUZé 2016 36 museus realizam atividades para toda a família para a celebração da páscoa, que se estende até abril. Informações: http://www.lausanne.ch/de/ thematiques/culture-et-patrimoine/culture-a-vivre/saisons-de-la-culture/printemps/pakomuze-2016.html


Brasil Flash TV A Brasil Flash TV também esteve na comunidade brasileira na Suíça para registrar alguns belos momentos do Carnaval do Brasil 2016.

Confira também as imagens da Noite Brega e Chique, em janeiro, e do Forró das Meninas.


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