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PROGRAMA ROTAS RURAIS VAI MAPEAR E GERAR CEP DE PROPRIEDADES RURAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

Amobilidade em espaços rurais mostra-se carente de instrumentos que viabilizem o acesso às propriedades rurais e o deslocamento de pessoas, produção, insumos, serviços de emergência, segurança, entregas e outros. A ausência desses instrumentos compromete a qualidade de vida, as atividades socioeconômicas e o pleno exercício da cidadania pelas populações rurais.

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Para solucionar essa lacuna presente no ambiente rural, a Secretaria de Agricultura e Abastecimento lançou o Programa Rotas Rurais, que prevê o mapeamento e o endereçamento das propriedades rurais do Estado de São Paulo.

O Programa Rotas Rurais cria um Código de Endereçamento Rural Digital para cada propriedade e estabelecimento, similar a um CEP personalizado. Além disso, também mostra como é o traçado das vias rurais que chegam até cada localização, permitindo a utilização de ferramentas digitais como o Waze e o Google Maps, por exemplo.

A prefeitura de cada município conveniado ao Programa, receberá um mapa com todas as informações da sua área rural e poderá utilizar essas informações para estabelecer nomes de vias rurais e numeração das propriedades, como já acontece com os endereços convencionais. A cidade vai contar ainda com apoio tecnológico para monitoramento aéreo de uma forma mais rápida e eficaz com o uso de novos drones, que foram entregues para a EDR do município no mesmo dia da assinatura do convênio com o Programa Rotas Rurais.

Foto: Divulgação

AgroColunista TRISTEZA PARASITÁRIA BOVINA - UM PROBLEMA PARA BOVINOCULTURA DE LEITE

ATristeza Parasitária Bovina (TPB), um complexo de doenças muito freqüentes no Brasil, é causada principalmente por protozoários da espécie Babesia bovis e Babesia Bigemina, provocando a Babesiose, e pela rickettsia Anaplasma marginale, que provoca a Anaplasmose.

O principal vetor biológico da TPB é o Carrapato dos Bovinos (Rhipicephalus microplus), podendo no caso da anaplasmose também ocorrer devido à participação de outros hematófagos, tais como, Tabanídeos (mutucas), a Mosca dos Chifres (Haematobia irritans) e a Mosca dos Estábulos (Stomoxys calcitrans), e ainda, por via transplacentária, transfusões sanguíneas e fômites, tais como, agulhas hipodérmicas, luvas de palpação, tatuadeiras, entre outras, contaminadas com sangue.

As perdas produtivas associadas à TPB são impressionantes, sendo muitas vezes subestimadas pelos proprietários. Elas provocam prejuízos à saúde animal, perdas de peso, queda na produção leiteira, abortos, elevadas taxas de mortalidade, custos de tratamentos e prevenção, afetando também o desempenho de forma subclínica, devido à depressão hematócrito.

Os sintomas clássicos da TPB são febre alta e anemia, porém é possível observar variações conforme o agente envolvido. Na Babesiose, a hemólise (destruição das hemácias) ocorre dentro do leito vascular, levando a liberação de hemoglobina e observação de urina escura (cor de café), enquanto na Anaplasmose as hemácias parasitadas são removidas no baço, causando hipertrofia do órgão (esplenomegalia) e a liberando a bilirrubina na corrente sanguínea com icterícia nas mucosas, serosas e gordura corporal. A perda de hemácias leva à hipóxia, anóxia e morte do animal. Esse quadro anêmico leva muitos produtores à equivocadamente administrar ferro dextrano, porém NÃO HÁ NECESSIDADE (não se trata de anemia ferropriva), ao contrário, todo o Fe+ liberado das hemácias está acumulado no fígado e essa suplementação pode agravar o quadro tóxico.

Alguns sintomas clínicos são clássicos nos quadros de TPB, sendo diferenciais os achados: - Babesia bovis – sintomatologia nervosa por comprometimento de capilares cerebrais; - Babesia bigemina – presença de hemoglobinúria (urina escura) por hemólise intravascular; - Anaplasma marginale – pigmentação de mucosas por bilirrubina (icterícia).

Apesar de apresentar sintomas clássicos e bastante conhecidos de produtores, funcionários e profissionais da área, o diagnóstico diferencial é importante, sendo baseado na epidemiologia e estudo do quadro clínico, em especial para leptospirose, hemoglobinúria bacilar, hematúria enzoótica e hemoglobinúria pós-parto. Podem ser doenças concomitantes ou diversas, causando surtos inadvertidamente.

Esfregaços devem ser feitos com uma gota de sangue estendida em lâmina e seca ao ar, fixada em metanol e corada pela Técnica de Giemsa. Sua observação em microscopia de imersão permite a visualização das estruturas parasitárias nas hemácias e o reconhecimento do agente envolvido.

O tratamento é baseado na utilização de quimioterápicos como o diaceturato de diminazeno e imidocarb para Babesia sp., oxitetraciclinas e enrofloxacina para Anaplasma marginale, sendo que o imidocarb também é indicado para Babesia sp. também. O uso de antitérmicos, antiânemicos, tratamentos de suporte e transfusão de sangue também auxiliam no tratamento e recuperação do paciente.

RICARDO PAULINO DE OLIVEIRA

Médico Veterinário CRMV/SP nº 22.290

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