Mundo Contemporâneo 4ª SÉRIE - EDIÇÃO Nº2 - NOVEMBRO 2012
ANGELA MERKEL EM PORTUGAL O QUE ACONTECEU AO SPORTING?
PRIVATIZAÇÃO DA RTP EM DISCUSSÃO NA UALG A MODA DAS REDES SOCIAIS
BARACK OBAMA VOLTA A FAZER HISTÓRIA
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ÍNDICE 6 8
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EDITORIAL «
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ECONOMIA «
A Crise Económica no Setor da Alimentação e dos Transportes Greves Gerais: Pró ou Contra Sociedade?
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POLÍTICA «
Nova liderança do BE Frente-a-frente com Bashar Al-Assad Angela Merkel em Portugal Crónica: A paz não traz benefícios?
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SOCIEDADE «
16 Orçamento de Estado para 2013 põe em risco futuro da UAlg 17 A Feira mais doce do Alentejo 18 Crónica: A verdade das audiências
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CULTURA «
20 Primeira Fila: Led Zeppelin – Celebration Day 21 Je me suis fait tout petit: Cinema Europeu de qualidade 22 TV GLOBO conquista EMMYS 23 O cônsul dos judeus 24 Privatização da RTP em discussão na UALG
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Mundo Contemporâneo novembro 2012
» LAZER
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A moda das redes sociais Descubra a Leya como espaço de lazer
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» DESPORTO 30 O que aconteceu ao Sporting? Piloto português morre no Grande Prémio de Macau Rui Costa vence prémio de Desportista Português do Ano Campeonato Mundial de Futsal 2012
» INTERNACIONAL
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Mais quatro anos para Barack Obama Furacão Sandy favoreceu Obama na campanha - Mito ou verdade? Direitos Hipotéticos União Europeia, que futuro? Barack Obama volta a fazer história A Taste of life in Portugal
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novembro 2012
EDITORIAL
Visita-nos
http://www.facebook.com/mundo.contemporaneo.12
Colaboradores DIRETORA GERAL
SUBDIRETORA GERAL
Dulcineia Dias
Joana Ellis
DIRETORA DE ARTE
SUBDIRETORA DE ARTE
A segunda edição do Mundo Contemporâneo, tal como as anteriores, vem marcada pela crise, não só a financeira mas também de valores. Não poderíamos, por isso, deixar de questionar as várias guerras; a vinda de Angela Merkel a Lisboa; as revoltas e greves que o país vê com frequência e, claro, a situação que mais preocupou todos os alu-
SECÇÃO ECONOMIA COORDENADORA
Filipa Gouveia SECÇÃO POLÍTICA COORDENADOR
EDITORAS
Inês Vairinhos EDITORES
nos deste país: os cortes orçamentais que as universidades irão sofrer. Além disso, focamos um dos grandes temas que tem tocado o mundo nestes últimos meses, as eleições americanas e, agora, a vitória de Obama. Em termos nacionais, é de realçar a nomeação de uma novela portuguesa para os Emmys. É sempre um prazer ver o trabalho dos nossos profissionais a ser reconhecido, sobretudo internacio-
Inês Fernandes SECÇÃO INTERNACIONAL COORDENADORA
Maria Simiris
Mariana Costa
Raquel Brito
Pedro Cardoso
Ricardo Martins
Vanessa Santos
EDITORAS
nalmente. Esta edição fica, infelizmente, marcada pela morte de um piloto português na competição para o Grande Prémio Macau. Além destas reflexões acerca do estado do mundo e do país falamos, ainda, da Feira do Chocolate de Grândola, assim como a moda que atingiu o mundo - as redes sociais. Numa altura
Sara Ruas SECÇÃO SOCIEDADE COORDENADORA EDITORES
Anuska Portela
Joana Rocha
Rosa Teiga Leonor Coelho Tatiana Bogomazova SECÇÃO DESPORTO EDITORES COORDENADOR
de crise e, muitas vezes, desespero, é bom relembrar a todos que é possível adoçar a boca numa altura de amarguras com aquilo que o nosso país produz e faz, mas bem. DULCINEIA DIAS (Diretora geral) JOANA ELLIS (Subdiretora geral)
SECÇÃO CULTURA COORDENADOR
Marco Silva
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Joana Frederico
Ana Gomes
EDITORAS
Leonor Rodrigues
Mundo Contemporâneo novembro 2012
Marta Cascalheira
Rita Francisco
Sara Machado
André Palma
Carolina Piquet SECÇÃO LAZER COORDENADORA
Paula Rego
Filipa Camacho
Ana Rita Sousa
André Santos
Diogo Oliveira
Cátia Ferreira
Maria Vieira
Nuno Andrade
EDITORAS
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ECONOMIA
ECONOMIA
A Crise Económica no Setor da Alimentação e dos Transportes Não é novidade para nenhum de nós o estado em que o país se encontra. O nosso pequeno Portugal à beira-mar plantado já esteve mais longe de se afogar e esta crise sente-se em vários setores económicos: desde o Primário, como a avicultura, até ao Terciário, como os transportes públicos. Setores tão importantes para a subsistência de uma economia saudável quanto necessários à vida dos portugueses. Ao contrário do que muitos pensam os problemas económicos não se sentem só a nível das famílias, as empresas também se encontram em dificuldades financeiras. Como tal e para sabermos, o que uma empresa faz, atualmente, para contrariar as tendências da crise decidimos entrevistar a Gestora de uma exploração avícola, Fátima Fernandes, que revende e distribui animais vivos destinados à alimentação e o Administrador do Grupo Barraqueiro, o maior grupo de empresas privadas de transportes públicos da Península Ibérica, Dr. Luís Cabaço Martins.
A Crise no Setor da Alimentação As consequências que advieram da crise económica só se começaram a repercutir nas empresas há, relativamente, poucos anos quando comparados com aqueles à que a mesma se instalou. A exploração avícola que entrevistámos tinha, antes da crise, um negócio próspero e rentável onde, por vezes, a produção chegava a ser menor do que a procura, segundo Fátima Fernandes. Atualmente o panorama é bastante diferente: “O número de vendas baixaram, sendo necessário baixar os preços dos produtos comercializados para se poder manter o negócio e fazer face à concorrência. Consequentemente, a margem de lucro desceu significativamente.”; como justificação para a quebra
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do número de vendas, esta gestora, aponta: “… a quebra do poder de compra das famílias e o aumento da taxa de desem-
Gestora da Exploração Avícola, entrevistada.
prego diminuem as suas capacidades financeiras.” As medidas do Orçamento de Estado para 2013 não escapam a ninguém e prejudicam muitos e, este aviário,
Exemplos de animais comercializados pela exploração avícola.
não é exceção: “ … o aumento dos impostos é, já, um entrave que cresce todos os anos e o aumento do preço dos combustíveis vai dramatizar a situação pois esta empresa depende da entrega de animais que estabelece de Norte a Centro Sul do país.” Esta exploração é gerida em ambiente familiar, logo os cortes feitos para contrariar a crise são sentidos no seio da própria família: “… não tomámos medidas de contenção que afetem outros indivíduos, como por exemplo empregados, sentimos esses cortes e dificuldades a nível pessoal abdicando, por exemplo, de férias, grandes gastos, compra de viaturas ou obras de melhoramento para podermos manter a empresa.”
A Crise no Setor dos Transportes Nesta empresa, de ramo totalmente diferente da supracitada, também houve consequências da crise. O Grupo Barraqueiro sempre dependeu, segundo o Dr. Luís Cabaço Martins, de fatores externos, como o poder de compra das famílias e o nível de atividade económica do país. Antes da instalada crise, o Grupo já sentia variações nos lucros obtidos devido à variação do preço dos combustíveis, fator que pesa cerca de 30% na estrutura dos valores operacionais das empresas que o constituem sendo, portanto, necessária uma gestão muito rigorosa dos custos para conseguirem manter as empresas sustentáveis. A economia atual deste grupo de empresas de transportes está mais difícil de gerir e, segundo o seu Administrador: “A situação neste momento piorou significativamente. A procura dos nossos serviços tem baixado muitofundamentalmente por via da redu-ção do rendimento disponível das famílias, das empresas e dos orga-nismos públicos.”
Luís Martins, Administrador do Grupo Barraqueiro.
Vários foram os fatores que contribuíram para a perda de receitas verificadas: “… aumento demasiado elevado das tarifas dos transportes públicos em 2011, aumento significativo do desemprego, redução da atividade económica e diminuição das necessidades de mobilidade das populações, os portugueses questionam todos os gastos face à crise económica que vivemos.” Dr. Luís Cabaço Martins ainda acrescenta que o número de passageiros transportados pelo Grupo Barraqueiro diminuiu cerca de 15%.
Para contrariar a crise económica, este agregado de empresas, tem posto em prática medidas para contenção de custos. A diminuição dos rendimentos líquidos mensais dos seus funcionários, com base em medidas decretadas pelo governo e um corte no número de itinerários efetuados bem como no número de veículos a circular são algumas dessas medidas. Despedimentos não é uma opção para conter gastos. Neste Grupo, há muita valorização dos seus funcionários, o que o distingue, positivamente, de muitos outros: “Nós consideramos muito importante a componente humana nas nossas empresas. É aliás uma das marcas do Grupo Barraqueiro: as pessoas estão sempre em primeirolugar.” A prioridade do Grupo Barraqueiro tal como o de muitas outras empresas é, agora, consolidar o universo que já possuem para conseguirem manter a sua sustentabilidade num enquadramento económico tão difícil de contornar. INÊS FERNANDES RAQUEL BRITO
Barraqueiro Oeste, outra empresa do Grupo Barraqueiro .
Alguns autocarros da Eva, empresa que pertence ao Grupo Barraqueiro.
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ECONOMIA
ECONOMIA
Greves Gerais: Pró ou Contra Sociedade?
Greve Geral de 22 de Março de 2012.
As greves gerais que ocorrem com cada vez mais frequência tendem a prejudicar o país e não a ajudá-lo como muitos pensam. Constantemente, há greves, que têm o intuito de reivindicar os direitos dos trabalhadores mas que acabam por transmitir uma imagem denegrida do que realmente se passa. Fazer greve é um direito e deve ser usado para demonstrar o descontentamento sentido, neste caso, em relação ao estado económico do país e às medidas de austeridade implementadas pelo Governo e pela Troika. Contudo, estas manifestações têm trazido algumas consequências negativas à economia portuguesa. Atualmente, Portugal é um alvo frequente de greves mas greve dos portos tem em vindo a lesar, e muito, o nosso país.
Greve dos Estivadores Portugal sempre dependeu de exportações para controlar a sua economia e a boa qualidade dos seus produtos, reconhecida internacionalmente, em muito contribui para tal. Desde a cortiça aos têxteis, passando por calçado e não esquecendo o ouro, o vinho ou o azeite, Portugal tem excelentes condições para exportar. Desde o passado mês de Setembro que essas exportações têm baixado pois é desde então, que os portos nacionais se encontram em greve, diminuindo em milhões de euros uma das fontes de rendimento portuguesas. Dinheiro perdido para países vizinhos como Espanha pois, as indústrias nacionais
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estão a efetuar as suas exportações através de portos estrangeiros. O impacto desta greve é visível e está a por vários setores, que dependem da exportação, em causa; os mais prejudicados são a indústria automóvel, nomeadamente a Autoeuropa que já se encontra com mais de 5 000 viaturas em atraso; a do azeite que prevê perder cerca de 30 milhões de euros se a greve se mantiver até ao fim do ano; a exportação de Pera Rocha que parou por completo, levando essa indústria a perder 1 milhão de euros por semana ou, por exemplo, a Sagres que diz ser irrecuperável a perda da venda de 2 milhões de litros de cerveja.
Esta greve não afeta só a economia e o mercado português, os países estrangeiros que esperam receber os nossos produtos, também veem os seus mercados afetados por não os terem para comercializar. Esta falha portuguesa nas datas e quantidades de mercadorias a entregar pode, futuramente, suscitar uma falta de clientes. O caso da greve dos portos é o mais abrangente mas, para além desse, temos ainda as constantes greves da CP, que lesam milhares de pessoas que dependem desse transporte para irem trabalhar e produzir, lesando, consequentemente, o Estado.
Greve dos Estivadores no Porto de Lisboa.
14 de Novembro: Mais uma de muitas greves Os motivos desta greve, convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) são os que suscitam todas as greves: descontentamento, desagrado e desespero dos portugueses. Mas, desta vez, a greve não foi exclusivamente portuguesa, muitos países sul europeus aderiram com relevante expressão. Em Portugal esta greve geral, a segunda que ocorre este ano, teve enorme adesão, nomeadamente nos transportes, educação, saúde e recolha do lixo.
A Greve a nível nacional
Estação de Comboios encerrada no dia 14 de Novembro de 2012.
Encerramento de Escolas em Faro por motivos de crise.
Os transportes, setor mais afetado, ficaram reduzidos drasticamente em todo o país, nomeadamente o Metro em Lisboa que encerrou e os Comboios que não asseguraram, sequer, os serviços mínimos. Na área da saúde a maior adesão foi a dos enfermeiros com cerca de 76% de grevistas. Na educação, a maioria das escolas e universidades encerraram, tal como a maioria dos portos nacionais. Também os aeroportos viram os seus voos reduzidos, com 270 voos cancelados a nível nacional. Houve inúmeras manifestações de protesto ao longo do dia em todo o país. O mais polémico protesto realizou-se em frente ao Parlamento, onde depois do arremesso de pedras da calçada e petardos ao corpo da PSP, esta interveio, o que resultou em 48 feridos e 9 detidos, sendo um deles de nacionalidade estrangeira. aCONTINUA novembro 2012 Mundo Contemporâneo
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ECONOMIA
POLÍTICA Nova liderança do BE
A Greve Geral em Faro Já em Faro, nenhum comboio circulou durante as 24 horas, afetando toda a região algarvia. No hospital púbico farense, 71% dos enfermeiros fizeram greve. Também os médicos lutaram pelos seus direitos, apesar da expressividade numérica ser inferior à dos enfermeiros. Só neste distrito, 58 escolas e Jardins de Infância encerraram por falta de serviços mínimos. Nenhum porto algarvio funcionou. A capital algarvia foi alvo de duas centenas de manifestantes que apelavam os seus direitos. Gare de Faro encerrada no dia 14 de Novembro de 2012.
O Balanço da Greve
Na VIII Convenção do Bloco de Esquerda sucederam-se as apresentações das moções políticas que foram discutidas pela Moção A, Pedro Filipe Soares, que afirmou «esta é a hora, a hora do Governo de Esquerda». Pela Moção B, João Madeira, diz «O nosso adversário é a troika e a direita, a linha de demarcação é o memorando». Ambas as Moções apresentaram a situação atual do país e descreveram as consequências, consideradas deploráveis, de um ano de troika. Pedro Filipe Soares defendeu que «é preciso uma esquerda forte para responder ao país». Salientou que o programa do governo de esquerda só poderá ser de «rotura com a política da troika» de «defesa do Estado Social». João Madeira descreve o panorama económico e
social do país declarando que Portugal vive na «mais terrível das conjunturas desde o 25 de abril». No final da VIII Convenção do BE, João Semedo e Catarina Martins foram eleitos com 76,5% dos votos. Entre as diversas prioridades desta nova liderança, a principal é a demissão do Executivo de Passos Coelho. Catarina Martins faz duras críticas às relações entre o governo português e a chanceler Merkel. «Tão contentes consigo mesmos nem se apercebem que esses elogios [de Bruxelas] são veneno que condena o país. Merkel e companhia elogiam este Governo porque ele nada mais tem feito do que representar os interesses da finança alemã e europeia, em vez do país que jurou defender e da Europa com que se devia comprometer», disse a nova líder do BE. VANESSA SANTOS Catarina Martins e João Semedo lideram agora o BE.
Frente-a-frente com Bashar Al-Assad Greve Geral de 14 de Novembro de 2012
Esta foi a primeira greve geral internacional do séc. XXI, com 23 países europeus envolvidos, a resposta dos trabalhadores foi significativa, nomeadamente em Espanha com 80% de adesão, em Itália, na França e na Grécia. Em Bruxelas a delegação portuguesa do consulado foi encerrada, e no resto da Europa outras 40 fecharam portas. O número de adesão apontado pelo Sindicato dos Trabalhadores é de 3 milhões de grevistas, número contestado pela Ministra do Trabalho, que refere a improbabilidade desse número, visto que o país nessa situação teria parado. Parado ou não … foi mais um dia de pouca produção. MARIA SIMIRIS MARIANA COSTA
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Cartaz da Greve Geral - 14 de novembro de 2012.
Em entrevista exclusiva com a cadeia televisiva Russia Today (RT), o presidente Sírio, Bashar Al-Assad, pronunciou-se sobre as várias questões que estão patentes no conflito Sírio, afirmando que o seu maior inimigo não é o povo, mas sim os terroristas. «A questão não é que permaneça ou saia mas sim que o país seja seguro», afirmou o presidente. Bashar Al-Assad assegura que o conflito que decorre no território da Síria não é de todo uma guerra civil, embora possam existir alguns conflitos étnicos mas que este não é o foco do problema existente. O presidente afirma que enfrenta um novo tipo de guerra, onde se exerce terrorismo por delegações quer pelos próprios Sírios que vivem na Síria, quer por combatentes que vêm do exterior. Diz ainda, que os seus principais oponentes são os Estados Unidos, o Ocidente, vários países árabes e a «Turquia que apoia mais do que qualquer outro país o tráfico de armas e os terroristas». Segundo da-
dos do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, a violência extrema na Síria provocou a morte de pelo menos 32 mil pessoas, em sua grande maioria civis, desde o início em março de 2011. A ONU também assegura que crimes de guerra ocorrem por parte do exército do governo, apesar de Bashar Al-Assad negar este facto declarando que o exército do governo combate o terrorismo de acordo com a Constituição, tendo como seu único objetivo a proteção do povo sírio. Afirma que apesar dos danos causados em infraestruturas e aos civis, o exército não pode parar de combater, pois não pode permitir que os terroristas matem e destruam. Em relação aos apelos para um eventual exílio, o líder sírio recusa afirmando «Eu sou sírio, eu fui feito na Síria, eu tenho que viver na Síria e morrer na Síria.» Todavia, as notícias mais recentes dão como certo que as negociações para o exílio de Al-Assad já estão a decorrer. VANESSA SANTOS novembro 2012 Mundo Contemporâneo
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POLÍTICA
POLÍTICA
Angela Merkel em Portugal Chanceler alemã visita Portugal sob protestos Foi no passado dia 12, que a chanceler alemã Angela Merkel se deslocou a Portugal na sua primeira visita oficial. Angela Merkel, como já tinha sido anunciado no seu programa, visitou o Presidente da República Cavaco Silva, no Palácio de Belém, depois encontrou-se com o primeiro-ministro português Pedro Passos Coelho e o ministro dos Negócios Estrangeiros Paulo Portas, no Forte de São Julião da Barra, e antes por dar concluída a sua curta visita (durou, aproximadamente, seis horas) discursou no encerramento de negócios entre empresários alemães e portugueses, no Centro Cultural de Belém. Esta visita foi efetuada sob protestos em várias cidades do país, principalmente em Lisboa.
Almoço com Passos Coelho e Paulo Portas
Encontro com Cavaco Silva A sua primeira paragem foi no Palácio de Belém, onde chegou às 12:40h. Foi recebida pelo chefe da Casa Civil da Presidência da República, Nunes Liberato. No Palácio de Belém verificou-se um forte dispositivo policial preparado para receber alguns milhares de manifestantes. No final do encontro, que durou cerca de meia-hora, a chanceler germânica não prestou qualquer declaração, seguindo então para o Forte de São Julião da Barra, onde se encontraria com Passos Coelho e Paulo Portas.
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Reunião entre empresários portugueses e alemães, no CCB Angela Merkel, antes de partir para Berlim, visitou ainda o Centro Cultural de Belém, onde estava a decorrer, no âmbito da visita da chanceler alemã a Portugal, uma reunião de negócios entre empresários portugueses e alemães. Neste encontro empresarial Luso-Alemão estavam presentes os ministros Álvaro Santos Pereira, Paulo Portas, Nuno Crato e o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa. Neste encontro empresarial o ministro da Economia afirmou que Portugal não está a sujeitar-se a estes sacrifícios «para agradar aos nossos parceiros internacionais, não o fazemos para receber cumprimentos dos nossos amigos europeus ou para apenas receber uma tranche adicional do programa de ajustamento», mas sim porque «queremos voltar a crescer, para voltarmos a dar esperança ao nosso povo». Do lado alemão, o presidente da Confederação da Indústria Alemã (BDI) pede aos portugueses «paciência» e que tanto a economia portuguesa como a alemã só vai crescer «através do nosso próprio esforço e não através de transfusões de sangue».
Merkel em encontro com Cavaco Silva, no Palácio de Belém.
Numa segunda fase da visita oficial, Merkel reuniu-se com o primeiro-ministro Passos Coelho para um almoço no Forte de São Julião da Barra. Numa conferência de imprensa que durou cerca de uma hora, Merkel elogiou a atuação do Governo afirmando que «O programa está a ser cumprido por Portugal de forma excelente. Estou convencida de que a sexta tranche vai ser desembolsada». Já o primeiro-ministro português, quando confrontado com a possibilidade de uma eventual renegociação do memorando, diz: «Deixe-me ser claro: se a opinião do Governo fosse a de que seria necessário renegociar o memorando, isso significaria um falhanço do nossso programa de ajustamento. Estaríamos perante a necessidade de encontrar um programa mais severo do que o que temos hoje». Durante a conferência de imprensa, os dois governantes rejeitaram que as medidas de austeridade sejam da responsabilidade da Alemanha. Passos Coelho, relativamente a essa questão, não acredita «que a maioria do país ache que a culpa [da situação económica que vive Portugal] é da Alemanha e da chanceler alemã».
Merkel e Passos Coelho.
Merkel visitou Portugal sob fortes protestos.
Merkel e Cavaco Silva.
Visita oficial da chanceler alemã gera onda de contestação A visita de Angela Merkel à capital gera uma onda de descontentamento em vários quadrantes da sociedade. Foram marcadas manifestações em várias cidades do país, nomeadamente uma manifestação organizada pelos responsáveis do movimento “Que se lixe a troika”, que tinha como destino final a concentração no Palácio de Belém e CCB. Outra das manifestações anti-Merkel foi marcada pela CGTP, que teve início pelas 15h00, no Largo de Camões. Na manifestação orquestrada pela CGTP, os manifestantes carregavam consigo cartazes anti-Merkel e anti-troika. Numa outra manifestação, esta junto ao Centro Cultural de Belém, organizada pelo movimento “Que se lixe a troika”, com o apoio de outros movimentos e partidos políticos (nomeadamente o Bloco de Esquerda e o PCP/ MRPP), os manifestantes cantaram “Grande Vila Morena” de Zeca Afonso. Junto ao CCB, as barreiras chegaram a ser derrubadas, o que levou a um reforço policial na área. PEDRO CARDOSO
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POLÍTICA
POLÍTICA CRÓNICA:
A paz não traz benefícios? Por esta altura em 2009, Israel e Gaza registavam o pico das tensões que, nas primeiras semanas, causaram a morte a 1300 palestinianos e 13 israelitas, em que apenas três eram civis. Quatro anos mais tarde, as tensões entre Israel e Gaza voltam a ser motivo de preocupação para a comunidade internacional e, especialmente, para os palestinianos da região. O reacender das tensões teve como evento principal a morte de Ahmed Al-Jabari, líder do braço militar do Hamas – partido que controla a Faixa de Gaza. Ora, o governo Israelita justifica este ataque com os mísseis que o Hamas tinha lançado primeiro. Aquilo que o mesmo governo não conta ao mundo é que andou a conduzir ações militares onde utilizou várias máquinas, de fabrico e financiamento americano, para fechar os túneis de acesso a Gaza. Estas movimentações foram as que despoletaram o lançamento de rockets pelo Hamas a uma coluna militar e as que agora justificam o lançamento da ofensiva israelita. O bloqueio imposto a Gaza, curiosamente pelo estado de Israel, é o que torna estes túneis extremamente valiosos e quase indispensáveis para uma das zonas mais povoadas do mundo, 1,7 milhões de habitantes numa área de 360 km2. Ao contrário do que é dito por Israel, estes túneis não servem apenas para o tráfico de armamento, mas também para fazer chegar bens essenciais ao povo palestiniano.
Faixa de Gaza no mapa.
Imagens que refletem o “impacto devastador” do conflito nas crianças
As tréguas não ganham eleições Para o governo do primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu as eleições são iminentes, e toda a gente sabe que quem protege melhor o seu povo é, quase sempre, o candidato que acaba por sair vencedor. O que toda a gente não sabe é quem, na maioria das vezes, é o responsável pelos conflitos nesta zona do planeta. Vários órgãos de comunicação e inclusive ativistas israelitas já confirmaram a existência de negociações entre o Hamas e o estado Judaico para a concretização de tréguas. Contudo, todo este processo estava a ser levado a cabo, curiosamente, pelo
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mesmo Al-Jabari. Podíamos então concluir que a sua morte foi um azar tremendo para o processo de paz, contudo os mísseis de Israel são, todos eles, precisos até ao milímetro, desta vez tiveram o infortúnio de atingir um carro que transportava aquele que poderia ser o homem mais importante para a Palestina, curiosamente. Também seria de esperar que, depois de um assassinato destes, o Hamas, que ganhou um novo apoio dos habitantes da Faixa de Gaza, declarasse a abertura «das portas do Inferno» para Israel.
O estranho caso da Faixa de Gaza Israel, através dos sites, declarações oficiais e telefonemas para vários líderes mundiais, entre os quais Pedro Passos Coelho, quer passar a imagem de que toda e qualquer ação contra os Palestinianos é em autodefesa. O que não podemos esquecer é que o argumento da autodefesa, que certamente Israel aprendeu a utilizar com o seu aliado Norte-Americano, justificou a invasão do Afeganistão e do Iraque. As perdas humanas nestes dois países já ultrapassaram, e em mui-
to, as perdas humanas que originaram estas guerras. Situações como esta devem ser impedidas a todo o custo. Israel precisa, o quanto antes, de sofrer as consequências pelos seus atos. Para isso é necessária a existência de uma forte intervenção externa que trave o imperialismo israelita, que continua a causar a morte a milhares de palestinianos. A nossa perspetiva é que reconhecer a Palestina como estado ajudará ao restabelecimento de paz na região. RICARDO MARTINS
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SOCIEDADE
SOCIEDADE
Orçamento de Estado para 2013 põe em risco futuro da UAlg A apresentação do Orçamento do Estado para 2013 deu origem, na Universidade do Algarve, à incerteza quanto ao eficaz funcionamento da instituição nos próximos meses. João Guerreiro, o reitor da casa do saber algarvia, juntou-se aos restantes chefes das Universidades portuguesas, no passado dia 9, onde referiu o sufoco a que as instituições do ensino superior vão estar sujeitas no próximo ano. As instituições de ensino e o Ministério da Educação estiveram já em negociações e o corte previsto de 8% não pode, agora, exceder os 3,5%. Estas alterações constam no Orçamento de Estado aprovado na especialidade pela Assembleia da República, no passado dia 16 de novembro. A atualização corresponde a uma diminuição significativa dos cortes que, no entanto, podem não ser suficientes para poupar as Universidades ao cenário negro. Estas alterações não deixam, mesmo assim, de incomodar os estudantes que se mostram preocupados com o futuro da UAlg como contou à Mundo Contemporâneo um dos alunos da instituição. «É assustador saber que uma Universidade pode fechar por falta de dinheiro. Estão a cortar as pernas aos jovens», referiu. A entrada em vigor dos cortes anuncia-
dos, mesmo que mais leves, podem ditar a falta de verba para pagamento de salários e outros serviços essenciais para um bom funcionamento do ensino. No meio da angústia, há ainda quem mantenha acesa a esperança de uma melhoria financeira, tal como referiu uma das funcionárias entrevistadas pela nossa revista: «Não acredito que a Universidade feche. Há muita coisa em jogo e temos de acreditar que isto vai melhorar. Temos também jovens com talento que vão conseguir dar a volta a isto. Não nos podemos entregar às ideias negativas.», referiu. Os grandes responsáveis pelos diferentes institutos superiores mantém-se, no entanto, atentos a possíveis alterações. As contestações do ensino básico e secundário, relativamente aos cortes impostos para compensar os milhões retirados às Universidades, fazem-se agora ouvir e podem não se deixar ficar por aqui numa luta que põe em causa das condições de aprendizagem de milhões de jovens. ANDRÉ PALMA
Universidade do Algarve - Campus Gambelas
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A Feira mais doce do Alentejo Mais um ano, mais uma volta no mundo da gulosice do chocolate. Pois bem, a vila de Grândola contou com mais uma edição da Feira do Chocolate. Sendo já presença assídua no Parque de Feiras e Exposições esta quinta edição é mais uma riqueza para a vila, não só pela afluência de pessoas que se deslocam até lá, como os benefícios que trás ao comércio local, que em parceria, procura dinamizar os seus produtos e acolher da melhor forma quem visite a região. Com muita diversão, animação e chocolate à mistura procura-se adoçar um pouco mais o espírito de quem aprecie todo este mundo do chocolate. Esta feira é uma versão mais pequena e mais comercial do grande e importante Festival Internacional de Chocolate de Óbidos. Decorre, normalmente, durante o segundo fim-de-semana de Novembro e procura uma interação mais direta com o seu público, quer seja através da venda e de oferendas de todo o tipo de produtos relacionados com chocolate, quer seja através de show cook onde se faz demonstrações ou degustações com grandes chefes de pastelaria.
O público vem de todo o pais e é acolhido com toda a amabilidade, podendo usufruir de um leque de restauração e alojamento, em conta e com qualidade. Para a própria vila de Grândola é uma mais valia porque ajuda a dinamizar o comércio, a restauração e a dar a conhecer o que tem de tão bom e que orgulha os seus moradores. Este ano, concretizou-se então mais uma edição, com muito sucesso que pôde contar com aproximadamente 10 000 visitantes, uma grandeza que só é possível com a capacidade e trabalho de uma organização que tem vindo a melhorar ano após ano, de forma a que agrade aos demais. Foi um fim de semana com muito chocolate para nos deliciarmos, esperamos, assim, ansiosamente uma próxima edição já para o ano. ANA GOMES novembro 2012 Mundo Contemporâneo
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SOCIEDADE
SOCIEDADE CRÓNICA: A VERDADE DAS AUDIÊNCIAS
Até onde podem chegar as estações de televisão para obterem uma boa audiência?
Telenovela de eleição da SIC a competir com o realityshow da TVI.
A concorrência entre os canais generalistas está cada vez mais na ordem do dia com apostas baseadas numa estratégia já bem delineada, de forma a lutarem por uma boa audiência. O mercado televisivo em Portugal mostra-se assim mais competitivo onde se destacam alguns dos projetos em detrimento de outros. A estação pública, em audiências, continua a ser a que menos poder ter para surpreender o telespetador por estar sujeita a algumas regras impostas pela condição do serviço público. A TVI, desde o início do milénio que se destaca pela fervorosa produção de diferentes reality-shows. Estes marcam um período de viragem no mercado em Portugal e mostram ter a grande capacidade de prender milhões de pessoas aos televisores. O quarto canal tirou, por isso, um forte partido desta revolução televisiva e acabou por se tornar líder no período de transmissão destes programas. O forte investimento na ficção acabou por ser também um ponto favorável para estação de Queluz de Baixo,
levando-a a uma sólida permanência na liderança dos resultados audiométricos. Uma tendência que se está a inverter. Pela primeira vez, na última década, a SIC aproxima-se a passos largos da TVI e evidência a sua vontade em chegar ao primeiro lugar. O programa de eleição do público, neste canal, tem sido a novela Dancin’ Days, que começa logo após o Jornal da Noite, competindo diretamente com o Diário da Casa dos Segredos 3. Os resultados, aqui, são pouco clarificadores, isto porque, a vitória é repartida entre os dois formatos. Um dos fatores que poderão influenciar esta alteração é o cansaço do público perante apostas muito pouco diversificadas da TVI. Por outro lado, a SIC apresenta uma programação que aponta para uma forte mudança de estratégia onde a ficção nacional parece estar bem presente e a resultar. No entanto, as polémicas inerentes ao reality-show do quarto canal requerem uma forte atenção por parte dos telespetadores. Prova disso foi a agressão que
ocorreu na Casa dos Segredos e que fez com que esta aumentasse abruptamente o número de espetadores comparativamente a edições passadas: em média, segundo dados do Diário de Notícias, foram mais de um milhão e 968 mil espectadores. Assim, até que ponto é que a manipulação de imagens e de acontecimentos não está presente para fazer aumentar as audiências? Muito se tem falado acerca do assunto, mas poucas explicações são dadas por fontes oficiais. Certo está que a violência e os conflitos entre personalidades são um dos pontos-chave para reality-shows como estes, que mostram o extremo entre seres humanos. A escolha de imagens passadas nos Diários apresentados por Leonor Poeiras são a prova de que as audiências movem interesses e, ao serem associadas a fortes quantias de dinheiro, acabam por decidir o sucesso ou o fracasso de um determinado programa, deixando de parte a qualidade e o conteúdo a que a ele está associado.
Cena de agressão no programa Casa dos Segredos.
Gabriela, outra telenovela da SIC. Teresa Guilherme, apresentadora do Reality-Show: Casa dos Segredos.
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Primeira Fila: Led Zeppelin – Celebration Day
Je me suis fait tout petit: Cinema Europeu de qualidade No âmbito da 13ª Festa do Cinema Francês que decorreu entre os dias 16 e 21 de outubro em Faro e, que contou com a exibição de vários filmes premiados a nível internacional, Je me suis fait tout petit foi o escolhido para encerrar o evento. Esta longa-metragem realizada por Cécilia Rouaud, que anteriormente trabalhou como assistente de realização em filme de Cédric Klapisch e Patrick Poubel, conta-nos a história de Yvan (Denis Ménochet), um professor solitário que depois de ser abandonado pela sua mulher resolve deixar o seu emprego para começar uma nova vida longe da azáfama parisiense, na isolada Bretanha.
Após 27 anos de silêncio absoluto deste gigante do rock, ouviram-se finalmente os acordes de clássicos como «Whole lotta love», «Ramble on», «Since I’ve Been Loving You» e «Kashmir». A banda Led Zeppelin composta por Robert Plant (vozes), Jimmy Page (guitarras), John Paul Jones (baixo e teclados) e Jason Bonham, filho do falecido John Bonham (bateria), juntou-se para um concerto de beneficência no estádio O2 em Londres – Inglaterra no dia 10 de Dezembro de 2007. A banda fez-se acompanhar de 16 câmaras que registaram este marco da história do rock n’ roll, e agora chega-nos finalmente às lojas «Celebration Day», um álbum resultante desta inesperada reunião que trouxe alegria a muitos fãs. O álbum é constituído por 2 discos e 1 DVD com filmagens das 2 horas de concerto que a banda proporcionou ao publico. Um concerto cheio de boa ener-
gia com muito rock n’ roll e blues à mistura. A banda viajou por vários êxitos pelos quais ficou conhecida tais como: «Stairway to Heaven» «Whole lotta love» (no primeiro encore) e «Rock n’ Roll» (no segundo encore, que marcou o final o espetáculo). Jimmy Page acompanhado das suas Les Paul, provou mais uma vez que continua a merecer o seu lugar no pódio dos melhores guitarristas da história do rock n’ roll. Quanto a Jason Bonham foi o escolhido para nesta reunião ser o pulso da banda e ocupar o lugar do seu pai na bateria dos Led Zeppelin. Todo este esforço por parte dos músicos e da equipa técnica originou num concerto genial, agora finalmente disponível em formato de álbum. «Celebration Day» é sem sombra de dúvida um must have para qualquer verdadeiro fã desta grande banda de Rock.
Contudo os seus planos não se concretizam como ele idealiza. Yvan descobre que o filho da sua ex-mulher com o seu parceiro tailandês foi deixado ao cuidado da sua irmã que também tinha a guarda das duas filhas do ex-casal. O professor depara-se com a difícil tarefa de cuidar do pequeno Léo (David Carvalho-Jorge) enquanto procura, em segredo, forma de o devolver à mãe.No decorrer da ação, Yvan conhece Emmanuelle (Vanessa Paradis), uma jovem e peculiar professora. Emmanuelle, juntamente com o pequeno Léo, irão dificultar a sua mudança para a Bretanha. Este drama envolto de humor, retrata a liberdade que a sociedade contemporânea tem para escolher quem se ama em determinado momento, ao mesmo tempo que tem de lidar com as consequências não deixando de parte as emoções do ser humano. Uma produção de Origami Films, France 2 cinema e Studio 37, presente no festival de cinema de Monte Real 2012, que prova que o cinema de Hollywood não é o único: também se realiza cinema europeu de elevada qualidade.
LEONOR RODRIGUES MARTA CASCALHEIRA
MARCO SILVA
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Cenas do filme.
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CULTURA TV GLOBO conquista EMMYS A novela “O Astro” da TV GLOBO, na passada segunda-feira, dia 19 de Novembro, foi vencedora de um Emmy na 40º edição do Internacional Emmy Awards, na categoria de Telenovela. A gala de entrega dos Emmys realizou-se no Hotel Hilton em Nova Iorque. Entregue pelo ator Marcelo Serrado e pela atriz Edith González, o autor da Telenovela, Alcides Nogueira, e o diretor, Mauro Mendonça Filho, subiram ao palco para receber o prémio. De acordo com Hipertensão, Alcides Nogueira comentou: “Sou de uma geração de autores que sempre admirou e desejou o Emmy. Ganhar esse prémio, ainda mais na sua 40ª edição, enche meu coração com uma alegria indescritível. Eu me sinto honrado. Mas o prémio não é só meu, é de Geraldo Carneiro, Roberto Talma e Mauro Mendonça Filho, ou da Rede Globo. É da televisão brasileira.” Sob a direção de Cláudio Torres e o roteiro de Mauro Wilson, “A mulher invisível”, uma séria brasileira da TV GLOBO, ganhou também um Emmy na categoria de melhor comédia. As novelas portuguesas “ Rosa Fogo” (SIC) e “Rémédio Santo” (TVI) também foram nomeadas para o Emmy mas acabaram por não ganhar o prémio na categoria de melhor Telenovela. SARA MACHADO
Na foto: Mauro Wilson, Mauro Mendonça, Geraldo Carneiro, Alcides Nogueira e Cláudio Torres.
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O cônsul dos judeus
Vítor Norte no papel de Aristides de Sousa Mendes.
O novo filme português de Francisco Manso e João Correa estreou nas salas de cinema no passado dia 8 de Novembro. Aristides de Sousa Mendes – O Cônsul de Bordéus é um drama de época que relata a vida de Sousa Mendes enquanto cônsul geral português na cidade de Bordéus em França, em junho de 1940. O filme presta homenagem àquele que é conhecido como o Oskar Schindller português e que aquando da invasão de França pelas tropas nazis, na sequência da 2ª Guerra Mundial, concedeu mais de 30 mil vistos para a entrada de refugiados em Portugal, independentemente da sua religião ou força política. Desafiando as ordens de Salazar e da circular 14 emitida pelo mesmo, Aristides salvou mais de 10 mil judeus que tentavam escapar à perseguição nazi. A sua determinação e coragem fizeram-no desobedecer às instruções do governo português e assim comutar o destino de muitas pessoas que teriam como final os campos de concentração na Europa. Sal-
vou políticos, artistas e famílias comuns e aliou-se ao Rabino de Antuérpia, Jacob Kruger preferindo unir esforços com alguém que como ele obedecia à ordem de Deus. A 23 de junho, Salazar demitiu-o das suas funções como cônsul e Sousa Mendes deixa de poder exercer a sua profissão como advogado. Sem dinheiro e com uma família numerosa para sustentar quem o ajudou foi a comunidade judaica de Lisboa que, agradecida pelo seu auxílio, amparou-o com alimento e educação para os seus filhos mais velhos. Aristides de Sousa Mendes viria a falecer pobre a 3 de Abril de 1954. O filme começa na atualidade com uma jovem jornalista que entrevista Aaron Apelman, um conhecido maestro polaco, que em miúdo desencontrou-se da família devido à guerra e recorreu à ajuda do consolado português em Bordéus e a Aristides (Vítor Norte) para conseguir fugir do país e encontrar uma família adotiva. Esta primeira cena é a que nos leva para o decorrer de todo o filme.
Com uma figura tão forte como foi a de Sousa Mendes era de esperar um bom filme histórico mas infelizmente não é isso que acontece. O argumento é pobre e simples, quase que parece um filme amador com uma narrativa muito pouco razoável. As personagens têm pouca profundidade e o seu desempenho fica aquém das espectativas, mesmo a de Vítor Norte que se esperava mais audaz na interpretação de Sousa Mendes. Não se percebe o porquê de incluir uma história paralela e não dar máxima importância à personagem de Aristides na sua luta, transgredindo as normas do seu governo para salvar todos aqueles refugiados que lhe pediam ajuda, nem tão pouco o leque de idiomas falado, ouvindo-se falar a maior parte do filme o português quando se tratava de judeus em França. Era de esperar que o filme fosse um louvor maior a Aristides de Sousa Mendes mas este acabou um pouco banaRITA FRANCISCO lizado. novembro 2012 Mundo Contemporâneo
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CULTURA
CULTURA Privatização da RTP em discussão na UALG
Dez anos depois, Pacheco Pereira regressa à Universidade do Algarve O Ensino Superior é, para muitos jovens, a etapa que conclui a educação pelo agente de socialização “escola” nas suas vidas. Através dele, discentes de idiossincrasias e quadrantes sociais distintos adquirem conhecimentos - uns mais específicos e outros gerais - sobre os mais diversos temas. Desta forma são informados sobre o seu meio profissional e despertos para assuntos de interesse nacional, dos quais se espera que formulem uma opinião como cidadãos conscientes, num processo interdisciplinar, com elementos transversais a todas as áreas do saber. Deste modo, multiplicam-se os assuntos na opinião pública, tendo a Televisão um papel fundamental no acompanhamento que se faz destes, informando, esclarecendo e contribuindo para a formação de opinião. Foi com este espírito de pedagogia que a Universidade do Algarve foi palco de um ciclo de palestras subordinado ao tema “Serviço Público de Rádio e Televisão em Portugal - Quais os Caminhos?”, num formato que se tem tornado comum na universidade, o de aula aberta. A primeira teve lugar dia 13 de novembro e contou com a presença do professor Eduardo Cintra Torres, autor do ensaio A Televisão e o Serviço Público. A nota introdutória ficou a cabo de Vítor-Reia Baptista, servindo para contextualizar a importância deste assunto e a contribuição do convidado para o seu debate público. Usando o seu livro como guia, o autor percorreu mais de cinquenta anos de história da Televisão, explicando a sua evolução, as suas virtudes e defeitos e o modo como afetou as sociedades, não sendo a isto alheia a sua formação em Sociologia, que lhe serviu de base para uma pertinente reflexão diacrónica sobre o porquê de vermos televisão e, sobretudo, de que forma a víamos antes e a vemos agora. Neste aspeto, destacou uma nuance importante na terminologia utilizada: a distinção que os norte-americanos faziam entre televisor e
television, referindo que nos primeiros tempos se utilizava a forma correta televisor, mas que, com o pas-sar dos tempos, passou a usar-se television. Segundo Eduardo Cintra Torres, esta passagem do termo que refere o aparelho para um significado mais lato redundou em Portugal numa confusão que constitui um obstáculo à discussão sobre Televisão, pois ganhámos uma certa tendência para misturarmos os conteúdos com o aparelho de transmissão das imagens. Prontificando-se a responder a questões do público, culminou a sua intervenção dizendo que na sua ideia de Serviço Público de Televisão (SPT) não se incluem programas “comerciais” (visando o Preço Certo) nem “popularuchos”, por não o representarem nem cumprirem o seu papel, relevando que os conteúdos programáticos da RTP1 são da mesma índole da dos privados e que por isso defende a privatização ou concessão do canal a um operador privado que, com um caderno de encargos, se predisponha a fazer SPT. A segunda parte deste ciclo de palestras aconteceu na semana seguinte, dia vinte de novembro de 2012, e assinalou um marco importante: dez anos depois, Pacheco Pereira regressou à Universidade do Algarve. A seu lado, o atual vice-presidente da Entidade Reguladora da Comunicação (ERC), Arons de Carvalho, num debate moderado por Vítor-Reia Baptista e comentado acutilantemente por um habitué nestes eventos, Mário Antunes. Em discussão estiveram os problemas, vícios, soluções e caminhos do serviço de rádio e TV públicos (embora, em abono da verdade, a tónica tenha estado na TV, como relembrou o membro da rádio local Rua FM, Pedro Duarte), numa altura em que está em curso um processo de privatização, aliás presente no memorando assinado com a Troika, dirigido pelo Ministro da Presidência e dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas. O debate estruturou-se de forma simples: uma
hora para cada interveniente expor os argumentos que norteiam a sua posição em relação ao tema, seguido de mais quinze minutos para o debate dos mesmos e cerca de uma hora para as intervenções da audiência. Começou Arons de Carvalho, confesso defensor do SPT e cossignatário dum manifesto pela sua manutenção, explanando a sua importância para a população – benefícios que se podem colher e porque é que ainda é um dos pilares da democracia em Portugal -, sublinhando que, mesmo na “era do digital”, existem ainda diferenças na qualidade dos conteúdos exibidos na RTP 1 e 2 face aos privados. Já Pacheco Pereira iniciou a sua intervenção de modo taxativo, esclarecendo que não acha que o Estado deva deter nenhum órgão de comunicação social e destacando a politização de que a RTP1, em particular, tem sido alvo, ao mesmo tempo que a diversidade e qualidade dos conteúdos que os privados oferecem em Portugal aumenta. Para concluir, deixou no ar uma pergunta para reflexão: se temos empresas privadas a prestar serviços públicos (casos da TAP e da EDP), porque é que a RTP se deve manter do Estado? Na parte final deste confronto de ideias, trocou-se a ordem dos intervenientes, mas manteve-se a toada. Pacheco Pereira optou por deixar claro que o seu argumento em prol da privatização é muito mais político que económico, enquanto que Arons de Carvalho pegou nessa deixa para falar sobre os custos reais da RTP e a sua desmistificação face à opinião pública, visando até o Ministro Miguel Relvas, que, segundo ele, havia referido que a RTP custava um milhão de euros por dia aos portugueses. Da parte do público, destaque para um certo padrão nos comentários: a defesa em teoria de um dos painelistas mas a inclinação na prática para o outro, além do realce para o contraditório lúcido proporcionado por Pacheco Pereira. ANDRÉ SANTOS
Da esquerda para a direita: Mário Antunes, Arons de CArvalho, Vítor-Reia Baptista e José Pacheco Pereira.
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LAZER A MODA DAS REDES SOCIAIS Conheça três diferentes modos de colecionar os seus momentos de lazer. Numa época em que todos se sentem obrigados a fazer contas ao dinheiro, em que a incerteza e o desânimo se acumulam, e em que o fim do mês parece um cenário mais assustador do que o do fim do mundo, um convite à coleção de momentos de lazer pode parecer dispendioso. Pode, mas não é. Na verdade, a nova moda das redes sociais permite dispersar as incertezas de um futuro próximo. A premissa é simples: não é necessário ser-se fotógrafo profissional para colecionar de forma artística pequenos passeios em família, acampamentos com amigos, uma ida a um concerto, ou até uma viagem ao estrangeiro. Basta gostar de fotografia, ter um smartphone e vontade de partilhar com o mundo os seus momentos mais íntimos ou divertidos. Há um novo universo de experiências diferentes e fascinantes por descobrir.
LAZER Snapseed O Snapseed foi eleito em 2012 como a melhor aplicação de imagens pela Technical Image Press Association. O programa detém diversas opções para capturar, editar e compartilhar fotos. As suas principais funções de edição são: a correção automática; a possibilidade de ajustar áreas específicas das imagens e alterar o contraste e a saturação das mesmas. Possibilita ainda a criação de efeitos a preto e branco, vintage e grunhe, que podem ser arquivados na galeria da aplicação em www.snapseed.com. Porém, esta não é uma boa alternativa ao Instagram pelo simples facto de que é uma aplicação paga.
Instagram Foi lançado pelos empresários Kevin Systrom e Mike Krieger em outubro de 2010. Em abril de 2012, o Facebook anunciou a compra do Instagram por 1 bilião de dólares. Desde então a aplicação tem sido gradualmente atualizada, ultrapassando a marca de 5 biliões de fotos compartilhadas e de cem milhões de utilizadores. É uma aplicação gratuita que permite a partilha de imagens de forma rápida e simples. Basta tirar uma fotografia com um smartphone; aplicar um dos vários efeitos à disposição, como o X-Pro II, que dá ênfase à cor amarela; ou o Earlybird, efeito distorcido que atribui às fotografias tons de amarelo e bege; ou ainda o Sutro, que escurece as fotografias, dando-lhes um tom roxo ou amarelo e, depois, compartilhar essas imagens no Facebook, Twitter, Tumblr ou mesmo em www.instagram.com. Eleito em 2011, pela Technical Image Press Association, a melhor aplicação de armazenamento e edição de imagens, ganhou um toque hollywoodesco ao conquistar inúmeras celebridades como Ryan Gosling; Dwayne Johnson; Ashton Kutcher; Lady Gaga;Rihanna; Foo Fighters e Barack Obama. Atualmente, encontra-se sob uma polémica gerada em torno da criação de um Tumblr intitulado The Rich Kids Of Instagram, que usa imagens publicadas, por adolescentes americanos, nesta aplicação. Imagens essas que dão a conhecer as suas vidas luxuosas – desde armas banhadas a ouro, ou carros de alta cilindrada oferecidos no aniversário- ao mundo. Mundo esse que se divide entre a indignação e o fascínio.
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La Photocabine É uma aplicação que permite tirar fotografias ao estilo das cabines tão vistas nos filmes de Hollywood. Para aceder a este programa basta visitar www.laphotocabine.com ou fazer o download da aplicação gratuitamente no iTunes. O La Photocabine é muito fácil de utilizar, só tem de se preparar, carregar no botão vermelho e quatro imagens serão capturadas em sequência. Pode ainda editar as suas fotografias em tons de preto e branco ou colori-las e depois organizá-las em duas colunas ou na vertical. CÁTIA FERREIRA FILIPA CAMACHO
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LAZER
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Descubra a como espaço de lazer
Nascida em 2008, a Leya é hoje líder de mercados editoriais em países como Portugal, Angola, Moçambique e Brasil. Sediada em Portugal, onde se encontram grande parte dos seus colaboradores, a Leya desempenha um papel de vanguarda no campo das edições escolares. No nosso país, esta livraria publica os seus livros através de editoras como Asa, Caminho, Texto, entre muitas outras.
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A Leya conta com uma rede de treze livrarias, dez lojas próprias e três livrarias em regime de parceria, que se expandem por todo o território nacional. Podem ser encontradas livrarias Leya em Lisboa, Massamá, Alcochete, Porto, Aveiro, Coimbra, Viseu, Funchal e Ponta Delgada. As livrarias parceiras situam-se em Lisboa, Santarém e Faro. É precisamente em Faro que a Mundo Con-
temporâneo convida os seus leitores a descobrir a Leya no Pátio, como espaço de lazer ao dispor de qualquer um. O agora denominado espaço «Leya no Pátio» mantém a filosofia da antiga livraria Pátio das Letras e procura ir ao encontro da linha seguida desde sempre. Além da componente de livraria que motivou o seu nascimento, a “Leya no Pátio” distingue-se também pela in-
tensa atividade cultural que desenvolve, tal como afirma a fundadora Liliana André Palhinha: «Vamos continuar a ter as mesmas editoras, entre as quais já se encontrava a Leya». Deste modo, a parceria realizada permite uma maior facilidade na realização de eventos e no convite de várias personalidades. Aproveite então o seu tempo de lazer e parta à descoberta da Leya no Pátio, em Faro. Lá
encontrará não apenas uma livraria mas também um agradável pátio ao ar livre, com o apoio de bar e, ainda um espaço dedicado a atividades de informação, divulgação e tertúlias. ANA RITA SOUSA MARIA VIEIRA
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O QUE ACONTECEU AO SPORTING? Saberá Godinho Lopes o que está a fazer? Várias têm sido as teses sobre a crise do Sporting. Entre fatores económicos, desportivos, estruturais e até mesmo fatores externos ao clube, tudo tem sido apontado como “o” principal problema do clube de Alvalade. Paulo Bento é o treinador do último troféu oficial ganho pelo Sporting, a Supertaça de Portugal 2008/2009, numa final ganha ao FC Porto. Sempre conseguiu resultados desportivos interessantes (tendo em conta os fracos recursos humanos de que dispunha) a nível interno e mesmo externo, tendo conseguido quatro segundos lugares no campeonato nacional, duas Taças de Portugal,
duas Supertaças e a primeira qualificação da equipa para os oitavos de final da Liga dos Campeões. A sua saída precipitou a crise de resultados do Sporting. Ora, a crise no futebol profissional deixa a nu todos os fatores que estão mal no clube. Desde Paulo Bento, já passaram Carlos Carvalhal, Paulo Sérgio, José Couceiro, Domingos Paciência e Ricardo Sá Pinto pelo banco do Sporting como treinadores principais. Agora está lá Franky Vercauteren. Este facto mostra a instabilidade que reina nos “verde e brancos” nos últimos anos. A presidência de Bettencourt foi desastrosa a todos os níveis. Por isso, o dia 26 de mar-
Godinho Lopes já desperdiçou ano e meio de mandato.
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ço de 2011 revelou-se decisivo. Godinho Lopes ganhou as eleições e iniciou um mandato que se mantém até à data. É neste período que me vou focar. Foi eleito graças a Carlos Freitas e Luís Duque, nomes anunciados para serem as “caras” do futebol profissional da equipa, e a Domingos Paciência, que tinha acabado de levar o Sp. Braga à final da Liga Europa. Apesar deste último nunca ter sido oficializado como o treinador escolhido, toda a gente já esperava que fosse ele o eleito. O facto de Godinho Lopes ter ganho por uma diferença mínima a Bruno de Carvalho era já um prenúncio do que aí vinha. Neste momento, nenhum dos trunfos acima mencionados continua no clube. Domingos foi demitido ainda na época transata e a dupla Freitas/Duque saiu no passado mês de outubro. Carlos Barbosa e Paulo Pereira Cristóvão também foram nomes sonantes que já abandonaram o barco leonino. O Sporting teve o pior início de época de sempre, está afastado da Taça de Portugal, em situação complicada na Liga Europa e a 15 pontos dos líderes Benfica e FC Porto no campeonato. A crise é evidente. Quando foi eleito, Godinho Lopes prometeu revitalizar o Sporting. Contratou um sem-número de jogadores estrangeiros e anunciou a época passada como o “ano zero do novo Sporting”.
O Leão está a ter um início vergonhoso.
No entanto, Domingos Paciência, o treinador do apregoado projeto, foi demitido no mês de fevereiro. A seguir veio Sá Pinto, que levou a equipa às meias-finais da Liga Europa e perdeu a final da Taça de Portugal frente à Académica. Esta derrota marcou muito a sua carreira no comando técnico dos “leões”. O “Coração de Leão”, como é conhecido pelos adeptos, iniciou esta época no comando da equipa, saindo em outubro, após uma der-rota humilhante frente ao Videoton, na Liga Europa. Oceano fez a transição para Franky Vercauteren, o atual timoneiro. Esta aposta no treinador belga e os fatores que levaram a esta escolha vieram provar que Godinho Lopes não sabia o que ia fazer quando se candidatou à presidência do Sporting Clube de Portugal. A aposta nos jogadores estrangeiros transforma-se agora numa aposta nos jogadores da for-
mação, nomeadamente nos que evoluem na equipa B, líder da Segunda Liga portuguesa. Vercauteren é um treinador conhecido por apostar nos jovens e já tem títulos no currículo - coisa que Domingos e Sá Pinto não tinham -, mudança no perfil de treinador desejado pelo engenheiro, a que se junta o facto de Vercauteren não ser português. Neste momento, toda a gente opina sobre o Sporting. Antigos jogadores, treinadores, presidentes e outros dirigentes. Toda a gente fala e ninguém sabe estar calado. Para combater isso, Godinho Lopes anunciou há dias que vai começar um modelo presidencialista. A minha questão é: Foi preciso mais de um ano e meio para perceber os problemas do clube e como os solucionar? Talvez a melhor solução para o Sporting tivesse sido a eleição de Bruno de Carva-
lho ou de Dias Ferreira para presidente. Não temos certezas, mas após ver o que está a ser o reinado de Godinho Lopes, pensamos: será que não havia melhor solução? Isto porque, com estas indecisões, já se gastaram milhões de euros em jogadores e treinadores e continuamos sem ganhar nada, e, mais grave do que isso, não se augura um futuro risonho ao clube. A crise financeira agravou-se e esta época da equipa de futebol profissional está praticamente arruinada. A equipa não tem mais margem de erro se quiser chegar à Liga dos Campeões na próxima época, o que é vital para valorizar os ativos do clube e também os cofres, devido aos prémios monetários que envolvem uma participação na “liga milionária”. A Taça de Portugal já lá vai e a Liga Europa também. aCONTINUA novembro 2012 Mundo Contemporâneo
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DESPORTO a A Taça de Liga é uma competição que não é tida em grande consideração pelos adeptos. Tenho de confessar que a minha escolha para presidente aquando das eleições recaía sobre Dias Ferreira, que tinha Paulo Futre e Frank Rijkaard como destaques no seu projeto, e que partilhava da minha ideia do que devia ser o Sporting. Eu tenho esperança que o Sporting renasça e volte às conquistas.
DESPORTO Mas acho que para tal, tem de apostar na sua formação. Não é por acaso que a Academia Sporting é aclamada em vários pontos do globo. Para além dos títulos que os “leões” podiam ganhar com a aposta nesses jogadores (que têm anos de formação no clube e por isso o sentem, na sua maioria, de forma especial), temos também de olhar para o lado financeiro. Caso houvesse necessidade de vend-
er, seria fácil fazer bons negócios através da venda de jovens jogadores talentosos e que tivessem ganho títulos ao serviço do clube. O Sporting Clube de Portugal é um dos três grandes do futebol português e uma instituição que faz falta, não só ao futebol, como ao desporto nacional. Não é por obra do acaso que é uma das maiores potências desportivas da Europa e do Mundo. DIOGO OLIVEIRA
Piloto português morre no Grande Prémio de Macau Participação portuguesa na prova termina abruptamente Foi no Grande Prémio de Macau, competição com corridas de Fórmula 3, Superbikes e GTs, que o piloto português Luís Carreira, em representação da equipa Bennimoto Raider-Cetelem, sofreu um despiste fatal durante a primeira sessão de qualificação do Grande Prémio de Macau de motos. Apesar deste circuito ser considerado por muitos como sendo um dos mais perigosos do motociclismo, os acidentes mortais são raros, estando sempre disponíveis equipas capazes de prestar cuidados médicos especializados no momento. Costa Antunes, coordenador do evento, garantiu isso mesmo em declarações reproduzidas pelo Jornal de Notícias: “Os serviços médicos, um veículo de intervenção rápida, totalmente equipado, e uma ambulância com dois médicos de serviço, em local perto do acidente, prestaram assistência imediata ao corredor e depois do diagnóstico clínico, Luís Carreira foi imediatamente transportado de ambulância para o hospital, onde deu entrada às 16.08 horas”.
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Não obstante a celeridade do processo, o embate contra a barreira de proteção foi de tal forma violento que a sua moto, uma Suzuki GSXR 1000, se incendiou. O piloto acabou por sucumbir aos ferimentos daí resultantes, já após a reanimação cardiopulmonar, pelas 16.28 horas. No seguimento desta fatalidade, os outros dois portugueses envolvidos na competição, Nuno Caetano e Fernando Costa, resolveram abandoná-la. A decisão, tomada em conjunto com a Federação Portuguesa de Motociclismo, foi adiantada pelo primeiro, que a justificou como sendo “um sinal de respeito pela pessoa e pelo piloto que era Luís Carreira”. Para além disto, apelou aos restantes participantes em prova que usassem uma fita preta em sinal de luto pela morte do lisbonense. À data do fecho desta edição, o seu site oficial apresentava uma imagem de homenagem ao tricampeão nacional, com uma fotografia sua em fundo preto e a mensagem “descansa em paz campeão”. ANDRÉ SANTOS
Momento arrepiante do acidente, à passagem da curva dos Pescadores.
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Rui Costa vence prémio de Desportista Português do Ano
Campeonato Mundial de Futsal 2012 Portugal deixa-se ficar pelo 7º lugar
Ciclista superou concorrência de Cristiano Ronaldo Este ano tem sido marcante para Rui Costa. Vencedor da Volta à Suíça, décimo oitavo na Volta à França e atual décimo classificado do ranking mundial de ciclismo, o atleta poveiro pode juntar mais uma conquista às de 2012, depois de dia 16 de novembro ter ganho o prémio de melhor Desportista Português do Ano. O prémio, atribuído pela Confederação do Desporto de Portugal, visa distinguir os melhores a nível nacional na área, com categorias como “jovem promessa”, “equipa do ano”, “atleta feminino” e “atleta masculino”. Foi justamente nesta última categoria que Rui Costa saiu vencedor, tendo competido contra Cristiano Ronaldo, Fernando Pimenta, Lenine Cunha e Marcos Freitas. Na verdade, o corredor da Movistar foi surpreendido com a distinção, pois não esperava ser ele o eleito... “Pensávamos que o prémio seria para o Emanuel e o Pimenta, ou para o Ronaldo. Ganhar frente a atletas destes dá outro sabor”, diz o ciclista.
Tendo sabido da notícia através da sua noiva Carla Coelho, por se encontrar em estágio de pré-época com a sua equipa, o ciclista agradeceu mais tarde, via Facebook, o galardão: “Este prémio foi o reconhecimento do meu trabalho nesta época. 2012 foi um ano maravilhoso e que jamais irei esquecer. Agradeço a todos os treinadores que fizeram de mim o atleta que sou, à Federação Portuguesa de Ciclismo o apoio e o investimento que tem feito em nós, aos adeptos do ciclismo pela força que nos transmitem, aos mecânicos, massagistas e a todo o staff que todos os dias se esforçam para nos ajudar a sermos melhores. A gala, que teve a sua 17ª edição subordinada ao tema “Jornalismo Desportivo”, foi realizada no Casino do Estoril, tendo o prémio máximo, “Mérito Desportivo-Alto Prestígio”, sido atribuído aos jornalistas Mário Zambujal e Fernando Correia. ANDRÉ SANTOS
O atleta esteve ausente da gala, tendo sido representado pela sua noiva.
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Ricardinho comemora com Cardinal o golo do empate.
O Campeonato Mundial de Futsal, que foi organizado pela Tailândia, decorreu entre os dias 1 e 18 de novembro e teve como grande vencedor o Brasil. Em competição estiveram 24 seleções, sendo que a portuguesa voltou a marcar presença (não falhando um apuramento desde 1996), mas acabou por ficar pelo 7º lugar. Portugal foi eliminado pela Itália nos quartos-de-final, após ter estado a vencer por 3-0, com todos os golos portugueses a serem apontados por Ricardinho. A expulsão de Cardinal complicou, mas a seleção nacional aguentou-se até ao intervalo, acabando por sofrer o primeiro golo só aos 21 minutos, por intermédio de Saad Assis, da marca de grande penalidade. Seguiram-se então algumas decisões controversas por parte da equipa de arbitragem e em dois minutos a seleção italiana conseguiu chegar ao empate, marcando primeiro por Lima e depois por Fortino. É de mencionar que metade da seleção italiana são jogadores brasileiros naturalizados (no Mundial de 2008, disputado no Brasil, eram todos). O tempo regulamentar não chegou para decidir um vencedor, mas chegou para expulsar o
treinador italiano, que mesmo após receber a ordem da equipa de arbitragem para sair, continuou a dar indicações aos seus jogadores e, com o prolongamento veio a derrota. Dois minutos de jogo decorridos e Honório marcou para os italianos, fixando o resultado no 4-3. A nossa seleção começou a carregar mas no meio de muitos nervos, as coisas não saem bem, e o treinador português Jorge Braz acabou também por ser expulso, permanecendo o marcador inalterado até ao final do encontro. No palmarés da seleção nacional é possível ver-se um troféu de 3º lugar no Campeonato Mundial de 2000, na Guatemala, e um troféu de 2º lugar, desta vez num Campeonato Europeu em 2010, na Hungria. A seleção italiana revalidou o 3º lugar, batendo a Colômbia por 3-0 (em 2008, tinha-o conseguido frente à Rússia por 2-1), cortesia de Romano e depois Fortino, por duas vezes. A final deste Mundial teve como protagonistas indiscutivelmente duas das melhores seleções de futsal da atualidade: o Brasil e a Espanha. Estes dois colossos já se tinham encontrado na
Ricardinho contra o Japão.
final de 2008, em que os brasileiros venceram após a marcação de grandes penalidades. Este ano, os espanhóis não passaram do prolongamento. Na primeira parte não houve golos, mas logo aos 24 minutos, Neto inaugurou o marcador a favor da “canarinha”. A Espanha, sem medo, foi à procura do golo, e Torras e Aicardo marcam aos 29 e 30 minutos, respetivamente, dando vantagem aos “nuestros hermanos”. O Brasil não queria aceitar a derrota e Falcão, aos 37 minutos, empatou levando as equipas a prepararem-se para o prolongamento. E foi quando já todos pensavam que o jogo ia ser decidido pelas grandes penalidades que Neto, a 20 segundos do final, marca o golo da vitória. Este é o 7º título mundial para a seleção brasileira. Em relação a prémios individuais, o brasileiro Neto conquistou a Bola de Ouro, seguido pelo espanhol Kike, que ficou com a Bola de Prata, com a Bola de Bronze a ser atribuída ao português Ricardinho. A votação foi feita pelos jornalistas presentes na competição e um grupo de estudos técnicos da FIFA. NUNO ANDRADE novembro 2012 Mundo Contemporâneo
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INTERNACIONAL Mais quatro anos para barack obama De acordo com as sondagens realizadas previamente às eleições, a reeleição de Barack Obama não foi um grande choque. Durante as últimas semanas antes do dia 6 de novembro, dia reservado para os americanos exercerem o seu direito de voto, vários analistas previram a vitória do Presidente. No entanto, nenhum dos especialistas conseguiu prever o grau de dificuldade dessa vitória. Os resultados demonstram uma América dividida, uma América desiluda com o primeiro mandato de Obama.Segundo a constituição americana, o candidato que conseguir acumular 270 votos atribuídos pelo colégio eleitoral é o vencedor e como tal irá assumir a presidência do país. O voto popular é apenas simbólico, não sendo decisivo para a corrida à presidência. Há quatro anos atrás, quando fez história ao tornar-se o primeiro «negro» a atingir a Casa Branca, Barack Obama conseguiu acumular 365 votos do colégio eleitoral e conquistar 66,863,034 dos votos populares, vencendo o seu opositor da altura, John McCain, por uma margem superior à deste ano. Apesar de ter conseguido ser reeleito, a vantagem sobre Mitt Romney foi pouco significativa. Os votos do colégio eleitoral diminuíram, assim como o voto popular. Tal como em 2008, foi um eleitorado composto maioritariamente por hispânicos, mulheres, afro-americanos e jovens que garantiram a reeleição de Barack Obama. Cerca de 71% de hispânicos votaram a favor do segundo mandato do democrata, devido ao apoio que este tem demonstrado por esta comunidade em constante crescimento, dirigindo-se às urnas em números-recorde para garantir a vitória de Obama. Nos estados mais disputados, o voto dos latino-americanos foi decisivo para desfecho das eleições, como no caso da Florida. A sua preocupação com os grupos minoritários também lhe garantiu a maioria dos votos dos afro-americanos e asiáticos. Mais de 90% dos negros decidiram reeleger o presidente, uma percentagem
menor do que há quatro anos, no entanto não deixa de ser significativa. As mulheres também marcaram a sua presença nas estatísticas realizadas, sendo que 55% decidiram reeleger Barack Obama. Estes grupos sociais foram na verdade o fator decisivo da noite, uma vez que Obama perdeu grande parte dos seus apoiantes brancos para Mitt Romney. De acordo com as sondagens, em cada 10 americanos brancos, 6 votaram em Romney. Contudo, o presidente reeleito não se deixou desanimar por tal perda de apoiantes. No seu discurso de vitória, realizado em Chicago perante 10 mil dos seus apoiantes, Barack Obama, para além de agradecer a todos os que votaram nele, prometeu que “o melhor está para vir”, mostrando–se esperançoso. ROSA TEIGA
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INTERNACIONAL Furacão Sandy favoreceu Obama na campanha - Mito ou verdade?
É possível afirmar que houve vários fatores relacionados com o furacão Sandy que de certa forma beneficiaram a campanha eleitoral de Barack Obama, mas a principal foi a sua atitude face a este desastre natural. Ainda antes do furacão Sandy ter feito estragos, Barack Obama já tinha garantido ao país que a sua Administração estava preparada para dar aos governadores tudo aquilo que eles precisassem. Enquanto Mitt Romney declarou várias vezes à imprensa, durante a campanha que defendia uma transferência da responsabilidade da resposta de emergência do nível federal para os estados, por razões orçamentais. Além das incógnitas que a tempestade veio colocar em termos da perceção
pública, pôs à prova os candidatos na medida em que procurou dar resposta a quem faria tudo para a obtenção da máxima eficiência da distribuição de recur¬sos humanos e finan-ceiros em desastres como estes. Nestes momentos de crise, a tendência americana vai no sentido da proteção humanitária e Obama pediu menos burocracia na recuperação das áreas devastadas pelo furacão Sandy pedindo que as autoridades dessem respostas rápidas e eficientes, para ajudar a retornarem ao normal, o mais rápido possível. Assim, o Presidente Barack Obama teve uma melhor oportunidade para explorar os argumentos da sua campanha para a reeleição do que o seu adversário republicano.
Enquanto o desastre natural garantiu ao presidente a oportunidade de crescer na corrida presidencial, também exigiu que a sua administração mostrasse capacidade de responder de forma rápida e eficaz durante uma crise. Outro fator também importante e que fez com que Obama ganhasse mais alguns “pontos” foi o facto de Michael Bloomberg, prefeito de Nova Iorque, ter afirmado que Obama seria o melhor candidato para enfrentar os desastres, provocados pelas mudanças climáticas. O furacão Sandy fez mudar alguns focos na disputa entre Obama e Mitt Romney e a candidatura republicana saiu mais prejudicada com a interrupção causada pelo furacão. JOANA ROCHA
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INTERNACIONAL DIREITOS HIPOTÉTICOS
Portugal legalizou, já como muitos países, o casamento homossexual. Mas isso faz de nós um país tolerante? Qual é o panorama internacional para a comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transsexuais)?
Seria de esperar que no século XXI, passados mais de cinquenta anos desde a fundação das Nações Unidas e da redação da Carta dos Direitos Humanos, que as desigualdades, se não inexistentes, fossem pelo menos em pequeno número. No entanto este não é o caso. Seja em países do Médio Oriente ou de África, nas Américas ou até na Europa, muitas minorias continuam a ser discriminadas. Tal é o caso da comunidade LGBT. O Brasil, apesar de ser o anfitrião da maior Parada de Orgulho do mundo, é um país onde as agressões trans e homofóbicas são comuns, sendo feitas em média 19 queixas de violência ou discriminação deste género por dia, de acordo com o estudo da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Os membros da comunidade LGBT organizaram até uma igreja inclusiva em São Paulo, por se sentirem postos de parte
nas igrejas evangélicas que frequentavam. A violência neste país chega a ser brutal - basta ver o caso de um homem que foi agredido no meio da rua com uma lâmpada fosforescente na cabeça por um rapaz adolescente e os seus amigos, que pensaram que este era gay, ou dos irmãos gémeos que se abraçaram na via pública, e foram agredidos pelo mesmo motivo. Um dos homens morreu devido aos ferimentos, e o outro foi levado para o hospital em estado grave. No entanto, este caso não se compara ao do Uganda, que vai aprovar uma lei que criminaliza a homossexualidade e a transexualidade ainda antes deste Natal. Esta lei, que fora bloqueada em 2009 devido à crítica internacional, vem tornar a homossexualidade um crime punível com a morte, ou com prisão perpétua, dependendo da gravidade da “ofensa”. Apesar disso, o país organizou neste
verão a sua primeira parada de orgulho, que contou com cerca de uma centena de pessoas. Mas não é só nos países em desenvolvimento que se assiste a situações de discriminação contra a comunidade LGBT. Nos Estados Unidos, os estados de Maine e de Maryland aprovaram recentemente o casamento homossexual por voto popular, juntando-se aos outros seis estados onde a legislação já o permitia (Massachusetts, Connecticut, Iowa, Vermont, New Hampshire e Nova Iorque). Mas apesar da comunidade LGBT estar a crescer e a afirmar-se neste país, houve protestos contra esta medida, especialmente das comunidades e associações mais religiosas que se dizem “em defesa do casamento tradicional”. Uma destas organizações, a “Alliance defending Freedom” insta a padres e funcionários públicos para que não cumpram o seu trabalho, recusando-se a passar
licenças ou a casar casais do mesmo sexo se isto não se conformar com as suas normas morais, invocando a lei da “liberdade religiosa” . Em Portugal, de acordo com um estudo da Universidade do Minho, quatro em cada dez estudantes que sejam homossexuais ou em dúvida quanto à sua sexualidade foram vítimas de bullying homofóbico . Professores e administrações escolares escolhem ignorar estas situações, talvez por desinformação, ou por terem medo ou vergonha de atuar, diz um membro da Opus Gay. Até mesmo pessoas adultas sofreram de discriminação em casa, no trabalho e na rua. Segundo uma das vítimas, uma mulher de 39 anos, torna-se difícil lidar com a situação sendo preferível o isolamento para evitar confrontos e humilhações. Em casos extremos, muitas vítimas chegam a suicidar-se por a situação ser insuportável. SARA RUAS
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INTERNACIONAL UNIÃO EUROPEIA, QUE FUTURO? O futuro da União Europeia tem sido imensamente debatido desde que deflagrou a crise das dívidas soberanas. As opiniões divergem sobre uma fragmentação da UE ou uma reforma política que leve à criação de um estado central mais forte; uma Federação Europeia.
O sonho dos “Estados Unidos da Europa” começou cedo, logo no século XIX, tendo Victor Hugo, o grande novelista francês, plantado uma árvore no seu jardim, crendo que quando esta amadurecesse, o velho continente já estaria unido por uma moeda única e seria uma força motora da economia mundial. Mas como surgiu a ideia de juntar vários países independentes, e tão diferentes económica e culturalmente, e torná-los num todo? Logo após a II Guerra Mundial, a Europa atravessava uma fase difícil, com o romper da rivalidade entre os antigos países Aliados: os Estados Unidos da América e a União Soviética envolveram-se numa guerra ideológica que mais tarde se viria a intitular de Guerra Fria. A solução para impedir os outros países de serem esmagados e arrastados para o conflito seria uma relação de unidade entre dois grandes países, a França e a Alemanha. Esperava-se que através desta união houvesse uma aproximação de outros países europeus, e que estes se reunissem com um objetivo comum. Jean Monnet, político francês reconhecido como o “arquiteto” da União Europeia, sugeriu a Robert Schuman, Ministro dos Negócios Estrangeiros francês, e ao Chanceler alemão Konrad Adenauer, a gestão do mercado do carvão e do aço, comandado por uma autoridade independente, proposta
que se enquadrava no interesse comum da França e da Alemanha. Surge assim a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), e, com ela, a primeira visão de uma futura União Europeia. Foi assinado em Abril de 1951 um tratado que ratificava esta colaboração, apoiado pela Itália, Países Baixos, Bélgica e Luxemburgo. Estes seis países, criaram também a Comunidade Europeia de Defesa (CED), com o objetivo de proteger e defender a Europa de ameaças de guerra. Apesar do seu fracasso, esta organização conseguiu aproximar os Estados europeus. A CECA acabou também por fracassar, embora fosse uma ideia inovadora para a situação económica da altura, porque limitava os países que acolhia, visto que se especializou maioritariamente no carvão e no aço. A Comunidade Económica Europeia (CEE) surge com a assinatura do Tratado de Roma, em Março de 1957. Visava auxiliar a tomada de decisões de acordo com os interesses nacionais. Em 1973 dá-se a primeira extensão da CEE, com a entrada do Reino Unido, Irlanda e Dinamarca. A Grécia entra em 1981, e em 1986, Portugal e Espanha. Entre 2004 e 2007, outros países foram incluídos: Malta, Chipre, Eslovénia, Estónia, Letónia, Lituânia, Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria, Roménia e Bulgária. Ainda no ano de 1986 é aprovado o Ato
Único Europeu, que consiste em apoiar a possibilidade de um mercado interno, assim como a coesão económica e social. São criadas políticas estruturais que beneficiam os países com atrasos de desenvolvimento, e também medidas que garantem o sucesso do mercado interno, entre outros aspetos. Em 1992, o Tratado de Maastricht alterou o nome da CEE, que passou a chamar-se UE, União Europeia. Foi também com este tratado que se definiram os três pilares da presente União Europeia: comunitário, que se responsabiliza pelo mercado interno e pelas políticas comuns aos países europeus, política externa e de segurança e, ainda, assuntos internos dos Estados-Membros (dentro da política nacional de cada país). Em 2009, foi discutido e assinado o Tratado de Lisboa, que visa, entre outras medidas, acabar com a política dos Três Pilares; a criação de um Presidente do Conselho Europeu, com um mandato prolongado; e dar uma maior importância às questões de direitos humanos dentro da Europa. O principal elemento que possibilita o mercado comum é a moeda única. O Euro foi implementado em 1999, pela União Económica e Monetária. Uma moeda suficientemente forte para fazer frente a outras grandes moedas, e que se tornaria na principal característica da União Europeia. O Euro viria não só a fomentar uma maior coesão no mer-
cado interno, mas também a permitir uma maior competição com outras potências mundiais, como os Estados Unidos e a China. Apesar de a união monetária ter criado uma Europa virtualmente sem fronteiras, e uma sobrevalorização do euro em relação ao dólar, esta supremacia trouxe problemas internos que se repercutiram a nível mundial. Com a presente crise económica, certos países, como Portugal e a Grécia, vêm-se com dificuldade em pagar a dívida pública devido à sua adesão a uma unidade monetária com um valor inflacionado em relação ao seu nível de vida. Assim, muitos (entre eles a Alemanha, que se proclama farta de pagar a dívida de “países gastadores”) propõem que os países em dívida voltem às antigas moedas, fazendo com que a sua dívida baixe, em vez de forçar países com maior estabilidade económica a pagar as dívidas. No entanto, muitos economistas concordam que esta decisão iria apenas piorar a situação - o
euro iria desvalorizar, piorando ainda mais a crise atual, e os países que deixassem o euro iriam enfrentar o desvario financeiro. A outra opção que muitos parecem apontar como a mais certa parece ser a criação de uma federação europeia, em que os países transfiram uma parte maior da soberania para o governo central, de maneira a cimentar uma identidade europeia. Isto incluiria também um ministério central das finanças, com o intuito de estabilizar a economia da UE. Todavia, assiste-se atualmente ao reavivar dos movimentos nacionalistas, que são contraditórios em relação à união procurada. Torna-se por isso mais problemático criar uma Europa mais forte e unida. Seja qual for o futuro a construir, julga-se que irá afetar profundamente os mercados internacionais, podendo inclusive agravar a presente crise, pelo que a decisão deve ser ponderada globalmente, não tendo em conta apenas os interesses da minoria com maior poder económico. SARA RUAS
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BARACK OBAMA VOLTA A FAZER HISTÓRIA Felicitações dos líderes mundiais a Barack Obama pela sua reeleição
Barack Obama volta a fazer história com a sua reeleição. O Presidente americano afirmou no seu discurso de vitória, que para os Estados Unidos da América “o melhor ainda está para vir”. Nessa mesma intervenção, o democrata saudou o candidato republicano Mitt Romney pela árdua campanha, assumindo o compromisso de discutir com o rival político maneiras para fazer o país avançar. A reeleição de Barack Obama como Presidente dos Estados Unidos da América deu lugar a uma série de reações, a nível mundial, por parte de vários chefes governamentais, que têm sido divulgados em destaque pela imprensa nos últimos dias.
União Europeia:
Os presidentes da União Europeia, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, felicitaram o presidente Barack Obama e salientaram que vão continuar a colaborar para fazer crescer a economia e criar mais empregos. Ambos concordaram ao dizer que os Estados Unidos são um “sócio estratégico fundamental” para a União Europeia, exaltando que esperam manter a “cooperação” estabelecida com Obama ao longo dos últimos quatro anos e reforçar os laços bilaterais, quer a nível de segurança, quer a nível económico.
Portugal:
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, felicitou Barack Obama pela sua reeleição para a presidência dos Estados Unidos, lembrando: “Nesta oportunidade, tão simbólica para os Estados Unidos da América, não podemos também deixar de sublinhar o papel da significativa comunidade de portugueses e lusodescendentes que vive e trabalha nos Estados Unidos da América e que constitui um elo fundamental de ligação entre os nossos dois países”, pode ler-se na mensagem de Cavaco Silva publicada no site da Presidência da República.
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Alemanha:
A chanceler alemã Angela Merkel congratulou Barack Obama, felicitando-o pela reeleição e referindo a colaboração amigável entre ambos para “superar a crise económica e financeira mundial”. A chanceler alemã frisou também a cooperação entre os dois países no Afeganistão, onde a Alemanha tem o terceiro maior contingente militar a seguir aos Estados Unidos e ao Reino Unido, e os esforços para convencer o Irão a abandonar o programa nuclear. Merkel elogiou longamente a cooperação EUA-Alemanha para superar a crise económica global.
França:
O presidente francês François Hollande também felicitou Barack Obama pela sua reeleição como Presidente dos Estados Unidos, considerando tratar-se de “uma escolha clara” por “uma América aberta, solidária e plenamente comprometida na cena internacional”. Considera esta eleição como um momento importante, quer para os EUA, quer para o resto do mundo. “A vossa reeleição é uma escolha clara a favor de uma América aberta, solidária e plenamente empenhada na cena internacional, consciente dos desafios do planeta: a paz, a economia e o ambiente”, disse o Presidente francês, declarando também: “França e EUA compartilham valores comuns. Estou convencido que durante este novo mandato reforçaremos ainda mais a nossa aliança para favorecer o crescimento económico dos nossos países, para lutar contra o desemprego e para encontrar soluções para as crises que nos ameaçam, em particular no Médio Oriente”.
Inglaterra:
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, felicitou o presidente, manifestando o desejo de continuar a trabalhar em conjunto. Cameron refere a sua vontade de “impulsionar a economia mundial” e de “fazer um acordo comercial entre os EUA e a UE”, referindo também a crise da Síria como um dos conflitos que deverão ser abordados com os EUA, a fim de encontrar uma solução. aCONTINUA
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INTERNACIONAL Rússia e Médio Oriente:
A presidência russa recebeu positivamente a reeleição de Obama, reforçando o desejo de aperfeiçoar as relações bilaterais e a cooperação entre a Rússia e os Estados Unidos da América no plano internacional, no interesse da segurança e estabilidade no mundo. No Médio Oriente o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o negociador principal da Autoridade Nacional Palestiniana, Saheb Erekat, expressou a esperança de que Obama se concentre na democracia, paz e estabilidade para a região neste segundo mandato e que promova uma solução de dois Estados com Israel.
África:
O continente africano é aquele cujo feedback têm sido aparentemente mais passivo, o que não deixa de ser curioso devido às raízes quenianas do Presidente, que se assume orgulhosamente como um cidadão afro-americano. Mesmo de forma mais discreta, alguns líderes e personalidades mais importantes de África não deixaram de felicitar Obama na conquista deste seu novo mandato.
Egito: China:
Dalai Lama felicitou Barack Obama pela sua grande vitória mas, no entanto, o líder espiritual aproveitou para lembrar que os Estados Unidos da América têm-se esquecido do povo tibetano.
O Egipto, apesar dos recentes acontecimentos violentos que ocorreram na embaixada americana no Cairo, devido a manifestações de caráter religioso, foi um dos países africanos que congratularam o Presidente Obama. Yasser Ali, porta-voz do presidente egípcio, Mohamed Morsi, deu os parabéns ao “povo americano pela sua escolha”, na expetativa “que a recém-eleita Administração dos E.U.A. trabalhe em prol dos interesses dos povos, americano e egípcio”.
Japão:
O primeiro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, cujo país é o maior aliado americano na Ásia, acolhendo mais de 40 mil soldados dos EUA, afirmou que está ansioso para continuar a cooperação. O presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-Bak, outro forte aliado no continente, pediu a continuidade da parceria para combater a sufocante ameaça nuclear da Coreia do Norte. Em Taiwan, o presidente Ma Ying-jeou afirmou que pretende construir a relação mais forte em 30 anos com a nação ocidental.
Irão e Afeganistão:
Porém, tanto o Irão como o Afeganistão reagiram de forma fria à reeleição de Barack Obama, dizendo que este não deveria esperar rápidas negociações com o governo iraniano. “Depois de toda essa pressão e crimes contra o povo iraniano, as relações com a América não podem ser possíveis do dia para a noite e os americanos não devem pensar que podem chantagear a nossa nação ao chegarem à mesa de negociações”, disse Sadeq Larijani, segundo a agência de notícias IRNA. No Afeganistão, o porta-voz dos taliban, Sabijullah Mudschaid, advertiu que Obama tem de reconhecer que os Estados Unidos da América perderam a guerra no Afeganistão.
África do Sul:
Na África do Sul, o presidente Jacob Zuma, declarou que valoriza a relação da África do Sul com os E.U.A. e que espera “que a cooperação seja reforçada nos próximos anos”.
Cabo Verde:
O presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca espera “que a liderança americana tenha, a partir de agora, novas condições e um novo impulso para continuar a ter um papel fundamental no âmbito das relações internacionais, e que também possa desempenhar um papel muito relevante para enfrentar com sucesso a crise internacional que nos apanha a todos um pouco”. Esta opinião é partilhada pelo primeiro-ministro do mesmo arquipélago, José Maria Neves, acrescentando que “trata-se da vitória da tolerância, da liberdade e da inclusão social”. aCONTINUA
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INTERNACIONAL Senegal:
Apesar de em África, assim como no resto do mundo, as mensagens dirigidas a Obama, serem maioritariamente positivas, há aqueles que questionam alguns aspetos da sua conduta. No Senegal, Austin Holl, professor da Universidade de Cheik Anta Diop em Dakar, considera que o principal interesse do Presidente Americano em África reside na luta contra o terrorismo fundamentalista islâmico neste continente e não propriamente no seu desenvolvimento. Holl questiona, assim, o plano de ação de Obama em África, afirmando “que nos últimos quatro anos ele poderia ter inspirado uma política económica mais dinâmica”.
A TASTE OF LIFE IN PORTUGAL My name is Tatiana and I am a student of the Erasmus program. I’ve been staying in Portugal for almost 3 months and I still have 7 months ahead of me. I am really happy to be here, experiencing a new culture and way of living. Before I came here, I had no concrete image of the country in my head. And probably that’s the reason why discovering Portugal is so interesting. Here I would like to share a few things that have impressed me the most during this period of time.
Portuguese people love to eat. Presunto, chouriço, bacalhau (com grão, com natas, à Braz...), dozens types of grilled fresh fish, sea food, pastel de nata and of course, wine, coffee and juice from Algarve oranges. That’s just a small part of Portuguese cuisine, that I was lucky to try during this time. And people keep telling me new names of “very typical”, “very Portuguese” and “very traditional” dishes. I would never even imagine this “cult of food” existed in Portugal.
Independentemente da sua descendência africana, África não apresentou um papel relevante durante a primeira presidência de Obama. A Europa e a Ásia, foram e continuam a ser os principais focos de interesse de Washington, em termos de relações internacionais. Atualmente a falta de atenção manifestada pelos E.U.A. relativamente a África talvez constitua uma atitude sensata. Uma maior envolvência, neste momento, poderia abalar a relativa estabilidade de um continente que possui uma grande complexidade multicultural. ANUSKA PORTELA JOANA ROCHA LEONOR COELHO
Praxes. Well, I wouldn’t say that I like this idea from the beginning. For me it seemed humiliating and uncomfortable. And it’s completely different from our traditions of welcoming first-year-students. People are having fun during the first month instead of studying, third year students bullying the “fresh” ones, and everyone is partying, partying, partying... But I’ve changed my mind after I went to the parade and talked to the people who were participating in all these events. Praxes bring a lot of joy for those who are inside the action. And the whole month of September is like a big celebration of youthfulness, craziness and happiness on a student’s life.
University’s Library. This is very interesting, because I would never even guess that the university’s library can provide books from every library in Europe. I think it’s very inspiriting and useful for education and self-development. Students should make a better use of this opportunity.
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INTERNACIONAL Portuguese people are very good at other languages. Someone knowing English and Spanish in advanced level is barely a surprise in here. And as for me, one of the reasons I think this happens is because all movies and tv-shows in foreign language run with subtitles and not with duplicate translation, like in Russia, Spain and Brasil, for example. That’s really awesome and impressive, although it’s a simple, easy idea. I wish we could do the same in our television.
The studying process here is more interactive - a lot of group works, discussions during the classes and live communication with a professor. But students get less practical skills over here. At least compared with Immanuel Kant Baltic federal university where I have been studying for 3 years. For students of Journalism it’s compulsory to make a practice work in the mass media for 5 weeks by the end of every academic year. Although in here students get quite an impressive amount of field trips, and that’s something that my university doesn’t have.
Portugal is accepting of other cultures. And It’s not only about Chinese shops. During this time I saw African dances, listened to brazilian music and tried mexican food. Well, probably those are signs of globalization, but it seems like Portuguese are very tolerant and respectful to other cultures.
Fado music. I don’t have enough words to express the feeling that I got when I first listened to this music in the places of Alfama (Lisbon), motherland of Fado. Dozens of places, professional singers and a very impressive atmosphere – that’s what you can definitely find in this district of the capital. I remember, during one of the performances, that suddenly the waiter started to sing with a great, beautiful voice. That time I thought: “Wow, these people really love Fado and live with this music”.
Portuguese people are so patriotic. They are proud to live in the country with the oldest borders in Europe, about bringing black tea to England and ATM system to the world. And they really know and like the history of the country. Well, despite the difficult time period for Portugal right now, I can definitely say - the people love their country. Tatiana Bogomazova
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Their way of living. I remember my first days in Faro. After all this exhausting flights Moscow-Madrid-Lisbon-Faro, organizational problems, etc., I was finally at my new home. This mild climate, friendly people and relaxing atmosphere give you a lot of positive emotions. And that’s why people are very calm and peaceful. Even if a bus is late, no one gets nervous. For me it means that Portuguese people know how to live and enjoy this life.
MC Ciências da Comunicação - 2ºano - 2012/2013
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