Artigo publicado no Jornal A Gazeta, pelo colunista José Carlos Corrêa, sobre o Cooperativismo.

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SÁBADO, 27 DE AGOSTO DE 2016

Gabriel Tebaldi

José Carlos Corrêa

E-mail: gab_meira@hotmail.com

E-mail: jccorrea@redegazeta.com.br

É graduado em História pela Ufes

OPINIÃO | 13

Escreve aos sábados neste espaço

O brasileiro pôde, por duas semanas, emocionar-se As cooperativas abrem oportunidades para com os exemplos de superação, testemunhar recordes pessoas que, isoladas, certamente não alcançariam e assistir de perto à escrita da história do esporte os resultados que conseguem hoje

Protagonismo popular Foi incrível: em 16 dias, o Brasil viveu o orgulho, patriotismo e otimismo que os últimos seis anos ceifaram de nossa gente. A Olimpíada parecia pronta para anunciar o caos e escancarar nossa ineficiência, contudo, o protagonismo de nosso povo foi a grata surpresa dos jogos! É fato: ninguém faz festa como o brasileiro, e na terra da miscigenação o mundo se sente em casa. Não há aqui um elogio romântico; nos esforçamos de modo único para agradar e celebrar os visitantes. Nos estádios, a torcida gritou, aplaudiu, vaiou e cantou mesmo quando se pedia silêncio. Modalidades de pouca tradição lotaram arenas e o boxeador equatoriano Carlos Mina foi saudado por uma multidão cantando “Pelados em Santos”, dos Mamonas Assassinas. No vôlei de praia, a criatividade ficou por conta de um DJ, que tocou “É o Tchan no Egito” para saudar as atletas muçulmanas da delegação egípcia em

Copacabana. No boxe, diante da ausência de brasileiros no ringue, o público decidiu torcer para o árbitro Jones Rosário. Natural do Pará, Rosário tornou-se o primeiro juiz da história do boxe a ser ovacionado pelo público em todos os rounds de uma luta. O povo também não perdoou atletas que zombaram do país, como a goleira Hope Solo, dos Estados Unidos. Após ironizar o zika vírus e se blindar para a viagem, a Hope foi saudada pelo povo ao som de “Ô Zika” cada vez que pegava na bola. Por fim, o brasileiro pôde, por duas semanas, emocionar-se com os exemplos de superação, testemunhar recordes mundiais e assistir de perto à escrita da história do esporte. O envolvimento popular se sobrepôs aos desajustes estruturais e deixou em segundo plano as falhas dos poderes públicos e privados. Passado os jogos, a vida volta ao normal, com suas polêmicas, crises e seus desafios. Porém, assim como a chuva que apagou a histórica pira brasileira, a Olimpíada lavou a alma de nossa gente e nos permitiu, ao menos por instantes, voltar a bater no peito com orgulho de nossa nação. Em tempos tão difíceis, esse, sem dúvida, é o maior legado dos jogos.

A força das cooperativas O exemplo mais divulgado pelos propagadores do cooperativismo é o do graveto solitário sendo quebrado com facilidade pelas mãos de uma pessoa. Quando esse graveto se junta a outros, se tornando um feixe, é muito difícil ser quebrado. A imagem reforça a mensagem de que as pessoas, quando se unem, se tornam muito mais fortes do que se fossem agir sozinhas. Essa é a essência da filosofia do cooperativismo, atividade que se fortalece cada vez mais à medida em que apresenta resultados positivos. No Espírito Santo, esses resultados têm sido admiráveis, o que justifica o brilho nos olhos exibido pelos dirigentes da OCB-ES, Esthério Colnago e Carlos André Santos de Oliveira, quando falam do sucesso da atividade nas áreas agropecuária, habitacional, consumo, crédito, educação, produção, saúde, transporte e trabalho. São 134 as cooperativas operando no Estado, reunindo 237 mil cooperados, gerando 7,8 mil empregos diretos e envolvendo na atividade 700 mil pessoas. Tem razão a OCB-ES de estar orgulhosa com o trabalho que faz. As cooperativas abrem oportunidades para pessoas que, isoladas, certamente não alcançariam os resultados que conse-

guem hoje. O presidente Colnago cita o exemplo da Selita, em que 80% dos cooperados são pequenos produtores de leite, cuja produção não ultrapassa os 100 litros/dia. A união dessas pessoas, e a de outras cooperativas, é a responsável por processar 55% do leite produzido no Espírito Santo. Os números impressionam: das duzentas maiores empresas do Estado, vinte são cooperativas. É uma cooperativa a maior operadora de plano de saúde do Estado, a Unimed. Nos hospitais da rede pública e filantrópica, 75% do atendimento de urgência e emergência são feitos por cooperativas de especialidades médicas. O cooperativismo financeiro (como atualmente é chamado o de crédito) é o segundo maior aplicador de recursos na agropecuária capixaba e o primeiro aplicador de recursos do Funcafé, caso em que supera até mesmo o Banco do Brasil. Na área habitacional, sob orientação do Inocoop-ES, as cooperativas construíram, em 48 anos de atividade, mais de 40 mil moradias. O modelo cooperativista tem crescido em todo o mundo. Já está presente em cem países envolvendo 1 bilhão de pessoas. No Brasil, 6,8 mil cooperativas agregam 11,5 milhões de associados. A OCB-ES tem planos para ampliar o cooperativismo capixaba ainda mais. Se há uma década o modelo já representava 1,8% do PIB estadual, hoje ele alcança 4%. E pretende chegar a 10%. Os resultados atuais garantem que o cooperativismo capixaba não vai demorar a chegar lá.

Fernando Manhães

É publicitário e professor do curso de Comunicação Social da Ufes

E-mail: fernandomanhaes@prix.com.br

Possuímos todos os requisitos para transformar Vitória em mercado-teste, pois reunimos condições específicas

Fórum da Comunicação Capixaba No início deste ano, ocupei este espaço para falar da importância de transformarmos nossa Capital em mercado-teste. Uma iniciativa do jornalista Cacau Monjardim, há mais de 30 anos, foi pauta de discussão e o assunto foi tema de reuniões, tendo à frente o Sinapro-ES (Sindicato das Agências de Propaganda do ES) e a Abap-ES (Associação Brasileira de Agências de Pu-

blicidade – Regional ES). Pois bem, o assunto foi abraçado pelo Fórum da Comunicação Capixaba, formado por diversas entidades, veículos de comunicação e segmentos da economia criativa e de comunicação do Estado. O Fórum tem se reunido regularmente para debater o assunto e um primeiro estudo foi elaborado. O desmembramento deste estudo será a

elaboração de um plano estratégico e tático para divulgar nossas potencialidades. Possuímos todos os requisitos para transformar Vitória em mercado-teste, pois reunimos aqui condições específicas e características econômicas, sociais, culturais, religiosas e de raças para tal. As praças como Curitiba, Belo Horizonte e Campinas, que os anunciantes utilizam regularmente como teste, cresceram muito e, apesar de sua diversificação, passaram a ter um custo elevado, o que muitas vezes inviabiliza o teste. Foram realizadas reuniões com agentes públicos e veículos de comunicação para apresentar o tra-

balho inicial desenvolvido pelo instituto de pesquisas Enquet. O seu conteúdo está focado em cinco pontos principais: Geografia estratégica, população diversificada, consumo/renda com alto poder aquisitivo, infraestrutura adequada e, por fim, trade de comunicação – veículos, fornecedores especializados e agências de propaganda. Com o plano estratégico pronto e convênios firmados para a captação de recursos e apresentação nos mercados emissores, principalmente o Estado de São Paulo, a ideia poderá sair do papel e Vitória, depois de 30 anos, poderá se transformar no melhor mercado-teste do Brasil.

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