Matérias Coopeavi_Condomínio Avícola

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VITÓRIA, ES, DOMINGO, 31 DE JULHO DE 2016 ATRIBUNA

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Regional REGIÃO SERRANA

Um condomínio só para galinhas Cooperativa põe em funcionamento na zona rural de Santa Teresa estrutura com capacidade para alojar até 2,2 milhões de aves

HABILIDADE

Zelador usa bicicleta de 5m de altura O granjeiro Wanderley Groener alia coragem e habilidade para exercer o seu ofício no condomínio avícola. Ele utiliza uma bicicleta com 5 metros de altura para monitorar as galerias onde 100 mil galinhas estão alojadas. “É o primeiro galpão que vejo com tanta eficiência. As galinhas estão muito bem atendidas, tem até aquelas que moram no sexto andar”, diz Groener, funcionário há 24 anos da Coopeavi.

Leandro Fidelis SANTA TERESA

m condomínio onde as moradoras são galinhas poedeiras. Desde a semana passada, funciona na localidade de Alto Caldeirão, zona rural de Santa Teresa, na região serrana do Estado, o primeiro Condomínio Avícola para Postura Comercial do País. A iniciativa é da Cooperativa Agropecuária Centro-Serrana (Coopeavi). O empreendimento fica localizado em uma área de 60 hectares, a 15 quilômetros da sede administrativa da cooperativa, no município vizinho de Santa Maria de Jetibá. Com capacidade para alojar até 2,2 milhões de galinhas, a ideia é envolver os pequenos avicultores ligados à Coopeavi. A estrutura inicial comporta 100 mil aves e a previsão é que o segundo galpão, com a mesma capacidade, comece a funcionar no início de 2017. Alimentação sob medida, com máquinas abastecendo os cochos a cada 1h30 ou retirando o esterco das galerias, e até alarme acionado, no caso de faltar água, são algumas das inovações dos galpões automatizados para atender as penosas. A Coopeavi, pioneira na produção estadual de ovos e maior cooperativa agropecuária capixaba,

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CURIOSIDADE

Desafio de síndico é o bem-estar das aves Como em todo condomínio, o primeiro do Brasil destinado às galinhas também tem o seu “síndico”. Essa é a função do gerente da unidade, Rodrigo Loose. “Minha obrigação é zelar pelo bem-estar das galinhas, mantendo peso, saúde e condições ambientais em cada fase da vida produtiva delas. Desde que cheguei à cooperativa, há seis anos, esse é o meu maior desafio”, disse.

abriu 20 cotas iniciais, cada uma correspondendo a um lote de 5 mil galinhas, para estimular a participação no empreendimento. Segundo o vice-presidente da cooperativa, Denilson Potratz, a prioridade nesse primeiro estágio são os 120 cooperados já atuantes no setor avícola. Posteriormente, as cotas estarão disponíveis para todos os cooperados. “Nossa estrutura ocupa espaço superior, em alguns casos, até da área da propriedade do nosso produtor. Sem essa iniciativa, talvez seria impossível para ele realizar o mesmo investimento”, disse. É o caso de Horácio Müller, de Santa Maria, fundamental na criação do condomínio. Com problemas na sucessão familiar dos negócios e na mão de obra, ele procurou a diretoria da Coopeavi na busca de soluções para manter-se competitivo na avicultura. E dessa demanda surgiu o projeto. “Conseguir reunir pessoas com o mesmo propósito é complicado, por isso busquei a cooperativa. Se não fosse o condomínio, eu e outros avicultores, dependentes do regime convencional de produção, não sobreviveríamos no mercado. O cooperativismo exerce papel essencial nesse caso”, disse Müller.

De olho no mercado internacional O primeiro Condomínio Avícola para Postura Comercial do País promete fortalecer o projeto de exportar o produto dos cooperados. A Coopeavi quer se tornar uma marca conhecida nacionalmente e chegar ao mercado internacional com produtos mais padronizados. A nova unidade deve produzir 94 mil ovos por dia. Com a distribuição da produção entre os 120 cooperados do setor

avícola, a busca por um produto de dimensões, resistência e pesos semelhantes fica mais difícil. O condomínio foi desenvolvido para padronizar o manejo e garantir a escala de produção em conformidade com a demanda de mercado. De acordo com o vice-presidente da Coopeavi, Denilson Potratz, com 150 dias de vida, as aves confinadas e submetidas à mesma dieta, exposição à luz natural e CONDOMÍNIO AVÍCOLA pretende produzir 94 mil ovos por dia e promete fortalecer o projeto de exportar produtos padronizados

temperatura equilibrada já conseguem produzir ovos similares. “Atualmente, temos mercado e não temos ovos. Com a padronização da qualidade e do volume ofertados, fortalecemos todos os elos da avicultura de postura”, destaca Potratz. O investimento inicial foi de R$ 6,5 milhões. A automatização dos galpões do condomínio avícola reduz em 90% o uso de mão de obra em comparação com os sistemas convencionais. Segundo a cooperativa, enquanto no primeiro é necessário um funcionário para administrar a rotina de 100 mil galinhas, o regime não automatizado exige cinco pessoas para galpões com a mesma quantidade de aves. A moderna tecnologia do condomínio acompanha a realidade do município-sede da Coopeavi, Santa Maria de Jetibá, terceiro maior produtor de ovos do Brasil, com 10 milhões produzidos diariamente.

COMO TER COTA E SE FILIAR À COOPERATIVA

Taxa varia de 10 a 12 centavos por ave

COOPERATIVISMO

Se não fosse o condomínio, eu e outros avicultores, dependentes do regime convencional de produção, não sobreviveríamos no mercado

Horácio Müller, avicultor

> PARA PARTICIPAR do condomínio, é

preciso ser cooperado da Coopeavi. O interessado poderá adquirir cotas e se tornar avicultor sem ter conhecimento aprofundado sobre a atividade. Mas, inicialmente, as 20 cotas de 5 mil galinhas cada estarão disponíveis apenas para quem já é avicultor. > OS LOTES para cada cooperado não podem passar de 50 mil aves, ou seja, 50% da capacidade do galpão, e o

cooperado terá direito sobre os lucros da produção até o fim do período produtivo da ave. Depois, será feito um leilão com vagas para os cooperados interessados, incluindo quem já faz parte do condomínio. O valor da cota não foi divulgado. > CONFORME o Estatuto da Coopeavi, podem ser sócios produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades agropecuárias em imóvel de sua propriedade ou ocupadas

por processo legítimo. A integralização de capital é única, no valor de R$ 300. > AS COTAS vão funcionar como uma conta corrente, com a cobrança de taxa entre R$ 0,10 e R$ 0,12 por ave. Todos os meses, a cooperativa vai prestar contas e as sobras serão divididas proporcionalmente às cotas dos cooperados. Fonte: Cooperativa Agropecuária CentroSerrana (Coopeavi).


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