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Cenários Econômicos e Ambiente dos Negócios Prof. Antonio Lanzana | 2016
Sumário
1. Economia Mundial e Impactos sobre o Brasil 2. Desenvolvimento Recente da Economia Brasileira
3. Cenários para 2016/2017 4. Economia do Espírito Santo 5. A Estratégia Econômica do Governo Temer
Material de responsabilidade do professor
1. Economia Mundial e Impactos Sobre o Brasil
Economia mundial em 2016 começou apresentando incertezas: China : desaceleração controlada ou queda brusca do PIB? Situação financeira dos bancos europeus? Economia americana: crescimento decepciona? Incertezas vem sendo superadas e reduzindo volatilidade
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Mesmo assim, economia mundial deve crescer menos que o previsto em 2016 (FMI reduziu projeção de crescimento de 3,4% para 3,2%) Há muita liquidez no mercado financeiro internacional, mas com fundamentos macroeconômicos frágeis, o Brasil tem dificuldades de captação e com custo ainda elevado
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China
PIB da China vem desacelerando 2011 9,2% 2012 8,2% 2013 7,8% 2014 7,3% 2015 6,9% 2016* 6,5%
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Desaceleração será controlada ou haverá “ruptura”? O Governo tem capacidade de controlar Incertezas se reduziram e preços de commodities se recuperaram parcialmente
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Europa
Situação da Zona do Euro Ajustes fiscais importantes foram feitos mas alguns países ainda registram déficit e dívida pública elevados Região deve crescer 1,5% em 2016 Dúvidas sobre a saúde financeira dos bancos europeus.
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Estados Unidos
Sinais de retomada foram arrefecidos Expansão será menor que a prevista Elevação dos juros será mais gradual Valorização mundial do dólar
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Tabela 1 – Projeções PIB
2014
2015
2016*
2017*
Mundo
3,3
3,1
3,2
3,5
Desenvolvidos
1,8
1,9
1,9
2,0
. Estados Unidos
2,4
2,4
2,4
2,5
. Zona do Euro
0,9
1,6
1,5
1,6
. Japão
0,0
0,5
0,5
-0,1
Emergentes
4,6
4,0
4,6
4,7
. China
7,3
7,3
7,5
7,5
. Índia
7,2
7,3
7,5
7,5
. Rússia
0,7
-3,7
-1,8
0,8 Fonte: FMI Material de responsabilidade do professor
2. Evolução Recente da Economia Brasileira
2.1. Erros (Graves) da Política Econômica do Primeiro Mandato Inflação “represada” artificialmente Atuação do BC “segurando” cambio Deterioração do quadro fiscal Expansão exagerada dos gastos públicos (custeio) “Manobras Contábeis” e “Pedaladas”
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2.2. Condução da Política Econômica em 2015
Medidas adotadas: Correção de preços defasados Taxa de câmbio mais “realista” Maior agressividade da política monetária (juros) A grande dificuldade: corrigir o déficit fiscal País foi rebaixado pelas três agencias de risco Vai sofrer novos rebaixamentos
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2.2.1. Resultados Nível de Atividade Contração do PIB de 3,8% Produção industrial caiu 8,3%
Inflação Aceleração inflacionária com correção de preços defasados e alta do dólar IPCA saiu de 6,4% (2014) para 10,7% (2015) Setor Externo Redução expressiva do déficit em transações correntes (de US$ 103,9 bilhões em 2014 para US$ 65 bilhões em 2015) Material de responsabilidade do professor
Gráfico 1 – Déficit em Conta Corrente- Brasil – (US$Bi)
20,0 10,0 0,0 -10,0 -20,0 -30,0 -40,0 -50,0 -60,0 -70,0 -80,0 -90,0 -100,0 -110,0
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015 2016*
Fonte: BC Material de responsabilidade do professor
Agravamento do quadro fiscal
Recessão reduz arrecadação Cortes de gastos concentrados em investimentos Déficit primário atingiu quase 2,0% do PIB em 2015
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Gráfico 2 – Superávit Primário (% do PIB)
4
3,1 2,8
3
2,4
2,1
1,9
2
-2
2015
2014
2013
2012
2011
-1
2010
0
2009
1
-0,6
-1,9
-3 Fonte: BC Material de responsabilidade do professor
-3,3
-2,5
2015
2012
-2,6
2014
2011
-2,5
2013
2010
0 -1 -2 -3 -4 -5 -6 -7 -8 -9 -10 -11
2009
Gráfico 3 – Déficit Público Nominal (% do PIB)
-3,3
-6,7
-10,1
Fonte: BC Material de responsabilidade do professor
2.3. O Início de 2016 Inflação está cedendo e deve se aproximar do centro da meta em 2017. Setor externo ajustado Agravamento do quadro recessivo (1º trimestre)
Produção industrial reduziu 11,7% Vendas do comercio varejista caíram 5,8% Queda muito forte do investimento ‒ Produção de bens de capital: -30,8% ‒ Produção de ônibus: -47,8% ‒ Produção de caminhões: -33,4% Consequente aumento do desemprego ( 11 milhões)
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3. Cenários para 2016/7
A troca de Presidente cria expectativas mais favoráveis Os problemas econômicos , no entanto, permanecem Mudança de expectativa e novas medidas não serão suficientes para reverter o quadro recessivo em 2016, mas podem viabilizar um crescimento (embora pequeno) do PIB em 2017.
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3.1. Condução da Política Econômica no Curto Prazo Política Fiscal Esse é o grande desafio Déficit primário deve ficar próximo de 2,5% do PIB em 2016 O “tamanho do problema” : para estabilizar relação Dívida/PIB superávit teria que ser de 3,0% do PIB
Vai “cortar na carne” as despesas Possível elevação de impostos Mesmo assim, ajuste terá que ser gradual
Dívida Pública vai crescer muito em 2016 e 2017 Material de responsabilidade do professor
Gráfico 4 – Dívida Bruta do Governo Geral (% do PIB)
80,0 75,0 70,0 65,0 60,0 55,0 50,0 45,0 40,0
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016*
2017*
Brasil Fonte: BC e estimativas próprias Material de responsabilidade do professor
Política Monetária Há espaço para redução das taxas de juros em 2016 Deve ocorrer na primeira reunião do COPOM do novo Governo Recessão contribui para reduzir inflação Política Cambial Taxa de câmbio tenderia a depreciar pela maior credibilidade da nova equipe econômica Banco Central, no entanto, deve intervir para manter cambio, porque exportação será um dos pilares da retomada. Material de responsabilidade do professor
3.2. Tendências Macroeconômicas Nível de atividade (PIB) e emprego O PIB terá novo desempenho negativo em 2016 ( -4,0%), mas pode voltar a crescer em 2017 (1,5%) Desemprego continua crescendo em 2016 e se mantém elevado em 2017.
Inflação Inflação está caindo em 2016 (deve encerrar com 6,9%) e fica perto do centro da meta em 2017 (5,0%)
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Setor Externo A questão externa está equacionada
Déficit em conta corrente continua melhorando Previsão de US$ 20 bilhões em 2016 ( US$ 65 bilhões em 2015)
Taxa de câmbio Tendência de Curto Prazo
Tendência de depreciação deve ser “administrada” pelo BC
Tendência estrutural
Dólar mais elevado
Preços menos favoráveis de commodities
Estratégia de crescimento via exportações Material de responsabilidade do professor
Tabela 2 – Brasil – Projeções
INDICADORES
2012
2013
2014
2015
2016*
2017*
PIB (%)
1,00
2,30
0,10
-3,80
-4,00
1,50
Inflação (%)
5,84
5,91
6,40
10,70
6,90
5,00
Taxa de Juros (% a.a.)
7,25
10,00
11,25
14,25
12,75
10,00
Taxa de Câmbio (final de período)
2,04
2,35
2,66
3,94
3,70
3,90
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Tabela 3 – PIB Total e Setorial (var %)
Setor
2015
2016*
2017*
Agropecuário
1,8
1,7
2,0
Indústria
-6,2
-6,0
1,0
Extrativa mineral
4,9
-4,0
3.5
Transformação
-9,7
-8,0
0,5
Construção Civil
-7,6
-4,5
0,0
Prod. Eletric. e Gás
-1,4
1,0
1,5
Serviços
-2,7
-2,9
1,5
PIB
-3,8
-4,0
1,5
Fonte: Projeções próprias Material de responsabilidade do professor
4. A Economia do Espirito Santo
Espírito Santo representa 2,1% do PIB do Brasil (2013) Participação vem aumentando ( em 1996 era de 1,9% ) Mais intensivo em agropecuária e indústria extrativa Menos intensivo em indústria de transformação e em serviços Menor participação da administração pública Renda per capita é 28,0% superior à media do Brasil
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Tabela 5 – Composição do PIB – 2013 (VALOR ADICIONADO A PREÇOS BÁSICOS)
Setores e Subsetores
BR
Agropecuária – Total Indústria – Total
Extrativa mineral Transformação Construção civil Eletricidade, gás etc.
Serviços – Total
Comércio Transportes Instituições financeiras Administração, saúde e educação públicas Outros
ES
5,3
6,3
26,5 4,4 13,3 5,8 3,1 68,2 12,7 5,3 7,2 16,8 26,2
36,0 16,8 10,8 7,8 0,6 57,7 13,3 7,1 3,8 14,8 18,7
Fonte dos dados brutos: IBGE
Material de responsabilidade do professor
Evolução Recente da Economia do Espírito Santo
Participação vem crescendo no PIB do Brasil Comércio cresce no mesmo ritmo do Brasil Indústria cresceu forte nos anos recentes influenciada por extrativa mineral No início de 2016 queda forte devido retração da industria extrativa
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Gráfico 9 – Indústria Brasil x Indústria Espírito Santo
160,0 150,0 140,0 130,0 120,0 110,0
20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 20 20 15 16 (a té 03 )
100,0
BR
ES Fonte dos dados brutos: IBGE Material de responsabilidade do professor
Tabela 6 – Indicadores da Produção Industrial - var%a.a.
2015 2002
2015 2008
Indústria BR
1,9
-0,5
Indústria ES
3,3
1,3
INDICADORES
Fonte: IBGE Material de responsabilidade do professor
Tabela 7 – Produção Industrial – ES (var. % Acumulada)
Indústria Geral Extrativa
Transformação
20132009
20152013
3,1
12,3
-22,6
52,1
25,5
-36,8
-23,6
-2,0
-0,7
1,4
-21,3
11,6
1ºt16/1ºt15
Alimentação e Bebidas
Celulose, Papel e Outros Produtos de Papel
11,9
0,0
-7,6
Minerais não Metálicos
18,9
-3,0
0,3
-71,2
10,4
-3,3
Metalurgia Básica
Fonte: IBGE Material de responsabilidade do professor
Gráfico 10 – Vendas do Comércio Brasil x Espírito Santo 260,0 240,0 220,0 200,0 180,0 160,0 140,0 120,0 100,0
20 02 20 03 20 04 20 05 20 06 20 07 20 08 20 09 20 10 20 11 20 12 20 13 20 14 2 20 015 16 (1 ºT )
80,0
BR
ES Fonte dos dados brutos: IBGE Material de responsabilidade do professor
5. A Estratégia Econômica do Governo Temer
Princípios Básicos: Reequilíbrio Fiscal, Mais Iniciativa Privada, Maior Inserção Internacional (Objetivo: Aumento da Produtividade) Mudar a Dinâmica da Política Fiscal Mesmo cortando despesas, e eventualmente elevando impostos no curto prazo déficit continuará elevado Estabelecer teto para a expansão das despesas públicas Redução de juros Privatizações Reavaliação de programas estatais
Material de responsabilidade do professor
Mudar a Dinâmica da Política Fiscal Redução de subsídios Eliminação de cargos comissionados Desvincular do salário mínimo as despesas previdenciárias Reforma da Previdência
A necessidade de mudar a política fiscal (entre 2000 e 2015) Despesas do Governo Central subiram 150% (0 PIB aumentou 44%) Carga tributária passou de 26% para 36% do PIB Dívida Líquida do Tesouro subiu 350% em termos reais
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Trajetória insustentável Tentar distribuir mais do produz é contratar crises O setor público concedeu benefícios alem de sua capacidade O modelo de crescimento baseado na expansão dos gastos públicos está esgotado Não se pode mais esperar por soluções simples e irrealistas
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Retomada do Crescimento : Exportações e Infraestrutura Retomada não será imediata Exportação será um dos pilares do crescimento ‒ Economia mundial ( EUA, Europa, China) Grandes oportunidades na Infraestrutura ‒ Situação da Infraestrutura é precária ‒ Investimentos em Infraestrutura caíram muito nos últimos anos ‒ Possibilidade de atrair capital estrangeiro
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Gråfico 11 – Brasil Gastos com Infraestrutura como % do PIB
7 6
5,42
5 3,62
4
2,29
3
2,13
2,01
2
2011/4
2001/10
1990/00
1981/89
0
1971/80
1
Fonte: Inter B Consultoria Material de responsabilidade do professor
Gråfico 12 – Investimento em Infraestrutura (% do PIB) 1992/2013
10,0 8,0 6,0
5,8
5,1
Mundo
Emergentes
4,7
China
India
2,2
Brasil
4,0 2,0 0,0
8,5
Fonte: Bain & Company , Banco Mundial e McKinsey Material de responsabilidade do professor
Tabela 8 – Qualidade da Infraestrutura (Amostra de 140 países)-2015/6
ÁREA
China
Índia
Rússia
África do Sul
Brasil
Aeroportos
51º
71º
77º
14º
95º
Portos
50º
60º
75º
36º
120º
Ferrovias
16º
29º
24º
42º
98º
Rodovias
42º
61º
123º
34º
121º
Infraestrutura Total
51º
74º
64º
59º
123º
Fonte: World Economic Forum Material de responsabilidade do professor
Maior Inserção Internacional Brasil está isolado das cadeias produtivas mundiais Aceleração de acordos bilaterais Maior aproximação com Europa, Estados Unidos e Argentina Possível mudanças nas condições do Mercosul Reformas Estruturais Novo pacto federativo ( proposta complexa) Reforma Trabalhista Maior flexibilização do mercado de trabalho ‒ Negociado versus legislado Material de responsabilidade do professor
Reforma Previdenciária ( aumento da idade mínima) Despesas com INSS subiram de 4,6% do PIB em 1995 para 7,5% do PIB em 2015 Gastos totais com Previdência alcançam 11% do PIB, igual Japão e Alemanha Na Alemanha 21% da população tem mais de 65 anos, no Japão 23% e no Brasil 7%.
Material de responsabilidade do professor
Considerações Finais ESTRATÉGIA é excelente A GRANDE QUESTÃO : haverá condições políticas para sua implementação? EXPECTATIVAS melhoraram
Mas ainda permanecem INCERTEZAS Corte de gastos afeta interesses de congressistas Conflito de interesses mesmo dentro da base de apoio Conclusão: “OTIMISMO CAUTELOSO”
Material de responsabilidade do professor
BONS NEGĂ“CIOS Muito Obrigado
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