Revista Espaço Cidadão #10

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Santo Antônio da Platina - PR – ano VI – nº 10 – Maio de 2014

Fe MEIO AMBIENTE

Sustentabilidade: o lucro no lixo

E s p e c ia l

Alternativas Éticas Recicle. Separe o papel corretamente.

Au Ni

E c onomia

Gasto Público e Desenvolvimento


Obrigado às empresas parceiras do Copadesc e do Credinorte que contribuíram para que chegássemos mais perto do objetivo de melhorar a qualidade de vida do nosso próximo e do nosso meio ambiente.


ESPAÇO DO CIDADÃO

lrrefutável e triunfante verdade

A

luta por uma ordem social mais justa, alicerçada na seriedade e na moralização da administração pública, é hoje – louvado seja – a determinação da maioria esmagadora e esclarecida da população brasileira. Só os menos esclarecidos e corrompidos por interesses escusos, insistem em impedir a marcha triunfal e irreversível do povo brasileiro na direção dessa conquista. Só os menos esclarecidos e possuidores de má-fé, teimam em manter o povo em permanente submissão, impingindo-lhe toda a sorte de humilhações e sacrifícios. Só os menos esclarecidos e mal intencionados, procuram a todo custo, frear as alentadoras esperanças daqueles que lutam pelo aperfeiçoamento sócio cultural, econômico e político, capaz de nos livrar dos danos que nos causam a ganância voraz, desmedida e afrontosa, desses indesejáveis autores de tantos desmandos e falcatruas. Só os menos esclarecidos e insensatos teimam em dominar o povo à custa de seu permanente e humilhante estado de dependência, da mordaça, da pobreza e da força bruta irracional do poder discricionário. Só estes inimigos do povo e do país, combatem enfurecidamente os que proclamam o extermínio definitivo da miséria da frustração e do desgosto, visando à sublimidade da vida, a alegria e segurança da criatura humana. Só esses insensíveis não se constrangem

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Só os menos esclarecidos e insensatos teimam em dominar o povo à custa de seu permanente e humilhante estado de dependência ao impingirem a seus semelhantes os sacrifícios do trabalho escravo, pago com salários miseráveis enquanto eles se refestelam lambuzados na lama das escandalosas mordomias pagas com o suor e martírio de seus dominados. Só esses senhores teimam em preservar a ridícula exibição do poder despótico, revelador da ignorância e da estupidez, usado para subordinar e vexar seus semelhantes. Só os menos esclarecidos e insensíveis teimam em validar o ignóbil conceito de que o destino é uma sentença sem direito a revisão ou reforma. Que o trabalho, o tormento e a miséria são castigos irrecorríveis, que devem cumprir todos os que tiverem a desdita de nascerem pobres. Para estes, profetizam os insensatos, a vida tem que ser assim: má hoje, pior amanhã, miserável sempre, até seu final. Para esses senhores não pode caber o ajuste de suas doutrinas perversas e desumanas no cântico dos catecismos. O que importa é ajustar suas doutrinas a seu gosto. Para eles, DEUS tem que aceitar e

aplaudir as misérias e lamentações provocadas pela sua ignóbil insensibilidade, pois essa é sua triste visão de “homens civilizados e cristãos”. A miséria que se alastra por este mundo não os comove. Consideram-na até, estupidamente, obra perfeita de seu inatingível poder. As dores do mundo, alegam, não são oriundas de sua culpa. Não raras vezes, para nosso espanto, consideram-nas até, culpa do CRIADOR. Para esses senhores a vida não pode ter bússola, e, para os sofridos dominados, a terra tem que ser um lugar de penitência, de tormentos e sofrimentos. Só eles podem ter direito à felicidade. Só a eles cabe o direito de negarem ao próximo a indulgência, o amor, o sonho e a aspiração de uma vida melhor. É necessário lembrar finalmente, a esses senhores, o seguinte: Que não há nada fixo nesta vida fugitiva; nem a dor infinita, nem a alegria eterna, nem a mentira indecifrável e muito menos o domínio permanente do poder embrutecido. O que haverá, infalivelmente, mesmo contra a vontade desses insensatos, será a derrota de seus repudiáveis princípios, pela força indestrutível da Irrefutável e Triunfante Verdade. Jorge da Silva Pimenta Platinense – Retirado do livro Retrato de um Emigrante

Maio de 2014 Espaço Cidadão

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ENTREVISTA

Com a palavra o Prefeito de Santo Antônio da Platina, Dr. Pedro Claro de Oliveira Neto

Revista Como o Senhor define sua posição política? Qual a ideologia que o inspira? Pedro Claro Não se define posição

política, o que propomos são metas para melhoria da qualidade de vida do cidadão. Para isso procurar meios sadios para alcançá-las. Revista O que mais pesa no voto depositado em seu nome pelo cidadão platinense: o partido político, o candidato ou as ideias? Pedro Claro Sem dúvida, a consciência

de nossa gente sente que as ideias são válidas, as propostas também, promessas nunca. 4

Espaço Cidadão Maio de 2014

Foto: Acessoria Prefeitura Municipal

N

atural de Santo Antônio da Platina, nascido no dia 23/11/1941, formado em Odontologia, pela Faculdade de Odontologia da Pontifície Universidade Católica de Campinas em 1967, onde foi diretor acadêmico por duas gestões. Exerceu a presidência do Instituto Brasileiro de Implantodontia, Professor em Implantodologia, outorgado pelo Consulado da França no Brasil, e conferencista sobre implantodontia. Especialista na técnica Bucomaxilofacial no Hospital das Clínicas de São Paulo. Empresário do ramo de hotelaria, disputou e foi eleito para a cadeira do Poder Executivo de Santo Antônio da Platina como Vice-Prefeito em 2005, assumindo a cadeira como titular em junho de 2007. Disputou a vaga na eleição de 2012 para prefeito saindo vitorioso para exercer o cargo até 2015. É pai de quatro filhos.

Prefeito Pedro Claro: “Não se define posição política, o que propomos são metas para melhoria da qualidade de vida do cidadão”

Revista O Senhor colabora econômica ou ativamente com alguma instituição social, ONG, etc? Pedro Claro Colaboramos sim, com en-

tidades filantrópicas e carentes.

Revista Saúde e educação são elementos fundamentais para a qualidade de vida de qualquer município. Quais os projetos que o senhor desenvolverá nestas áreas distintas? Pedro Claro Colocamos em prática nos-

sos projetos para a saúde, que já estão em andamento, com melhoria para a população. Isso significa Prontos Socorros com mais médicos, durante 24 horas por dia e buscando sempre melhor atendimento. Na educação reativaremos três escolas

rurais, melhorando, assim, o acesso à educação na zona rural. Também temos como objetivo a reforma e construção do Centro Municipal de Educação Infantil CMEIS e Novo CMEIS - e reforma das escolas municipais. Atenção especial será dada na valorização dos cursos profissionalizantes. Tudo isso almejando o crescimento do nosso IDEB. Revista Para que haja uma maior diversidade de projetos e consequente execução é de extrema importância que o senhor tenha apoio dentro do Governo Federal e Estadual. De onde pretende conseguir apoio para a execução de seus projetos? Pedro Claro Precisamos sim do Governo www.copadesc.com.br


Estadual e Federal para execução de nossos projetos. No Governo Estadual temos ajuizado um compromisso do governador Beto Richa, e o apoio do deputado Estadual Pedro Lupion; assim também os deputados que queiram ajudar o nosso município serão sempre bem vindos. Na esfera federal o apoio constante de Abelardo Lupion. Da mesma maneira nos honra deputados que ajudem Santo Antônio da Platina. Revista Saneamento básico e meio ambiente. Como desenvolver projetos onde uma área colabora com a outra na melhoria de qualidade de vida da população? Pedro Claro É importante o saneamento

básico e o meio ambiente. Infra-estrutura como água e esgoto dignificam e gera saúde pública ao cidadão. Meio ambiente realça a qualidade de vida nos tempos atuais é a maneira civilizada de vida.

Revista O turismo em nossa cidade está carente de projetos. Quais os projetos www.copadesc.com.br

Estou, como cidadão platinense, cheio dos melhores sentimentos e de grande vontade em realizar uma gestão com retidão, realizações e honestos, para a dignidade de todo platinense. que o Senhor possui para desenvolver essa área? Pedro Claro Procuramos, Prefeito e Di-

retor de Turismo, Professor Cleide, criar projetos na área de turismo que realce a região e Santo Antônio da Platina. Criando por exemplo festas regionais e festas juninas regionais. No Morro do Bim temos condições de criar trilhas, campeonatos de ultra leves, turismo rural, implementar o Parque no Ribeirão do Boi Pintado, entre outros.

Revista Qual a visão que o Senhor tem sobre nosso cidadão? Pedro Claro A comunidade precisa de ci-

dadãos e cidadãs conscientes, instruídos de fé e esperança, não só nos seus projetos comunitários. Que gostem de sua cidade, vivem como uma única família, procure a qualidade mais em cumprir seu dever como cidadão, honrando nossos antepassados. Tempo de visão mais de uma gente.

Revista Como forma de interação entre o executivo e a população, qual a mensagem que o Senhor deixa a toda população platinense? Pedro Claro Estou como Prefeito Mu-

nicipal e muito me honra, estou como cidadão platinense, cheio dos melhores sentimentos e de grande vontade em realizar uma gestão com retidão, realizações e honestidade, para a dignidade de todo platinense. Meus respeitos à população, respeito esse que será marca da nossa gestão, proporcionando à todos melhor qualidade de vida. Maio de 2014 Espaço Cidadão

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ÍNDICE

m a i o / 2014

04 Entrevista

Com a palavra o prefeito de Santo Antônio da Platina, dr. Pedro Claro de Oliveira Neto

07 Espaço dos 3 Poderes

Gasto público e desenvolvimento: são compatíveis?

09 Opinião

A solução dos problemas urbanos está na equidade

10 Meio Ambiente I

Sustentabilidade consciente

12 Meio Ambiente II O lucro no lixo

14 Saúde I

Depressão:apontada pela OMS como a quinta maior questão de saúde pública, até 2020 deverá estar em segundo lugar

16 Saúde II

Qualidade de vida e saúde

19 Saúde III

Neuróbica: cérebro ágil e saudável

20 Especial

A opção pela ética Quem é o pedófilo - através da ressonância magnética, estudos mostram as diferenças em sua atividade cerebral

26 Cidadania

Liderança Cristã Nacional: o silêncio que machuca e que favorece o mal

28 Legislação

O Contrato Eletrônico como instrumento de prova no processo civil

30 Educação

Uma luz sobre o Autismo

32 Educação no Trânsito

Cuidados com o pequeno passageiro

34 Responsabilidade Social

O instinto natural de sobreviver e a empresa

Expediente

24 Criança

revista

espaço

cidadão PRODUÇÃO:

COPADESC - Consórcio Para Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável e Sociocultural da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas CNPJ 05.947.410/0001-68 CREDINORTE - Sociedade de Microcrédito, Pesquisa, Empreendedorismo e Desenvolvimento Sustentável do Norte Pioneiro CNPJ 06.145.187/0001-06 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Alessandro Mendes Dutra, João Geraldo Frose CONSELHOS: COPADESC - Alessandro Mendes Dutra, João Geraldo Frose CREDINORTE - João Geraldo Frose Jornalista Responsável: Kátia Kertzman MTb nº 2247/09/27 PR Contato: (43) 3558-1937 joaogfrose@gmail.com copadesc@copadesc.com.br www.copadesc.com.br

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$ ESPAÇO DOS 3 PODERES

Gasto público e desenvolvimento: prós e contras dessa combinação

Que o governo gasta demais e inibe a atuação do setor privado

Antes de falar em como o governo, quando gasta demais, inibe a atuação do setor privado, podemos destacar que por causa do excessivo pagamento de tributos pagos pelo setor privado, as próprias empresas, se vendo diante disto, procuram burlar a lei fiscal, e, por consequência deixam de crescer em virtude de não poderem aparecer, mostrar seu crescimento financeiro. Mesmo com o avanço de produtividade pode acontecer das empresas deixarem de querer crescer em virtude da tributação mais alta conforme ela progride no meio onde atua. É contrário às leis, no entanto é o procedimento utilizado por muitas empresas.

Um governo que deve muito, representa risco para os emprestadores, que dele cobrarão altas taxas de juros. Pagando juros elevados e absorvendo parcela significativa dos recursos disponíveis na sociedade, o governo reduz o crédito disponível para o setor privado que majoriza o seu custo. Muitos empreendimentos se tornam inviáveis em função do alto custo de financiamento. A taxa de investimento do país cai, prejudicando o crescimento. Os governos têm, em geral, menos incentivos para agir com eficiência do que o setor privado. Afinal, a empresa que não dá lucro vai à falência, já o governo não corre esse risco. Quando um percentual elevado da renda do país passa pelas mãos do governo, isso significa que um setor com baixos incentivos para ser produtivo tem prioridade na decisão de alocação dos recursos, já escassos, da sociedade. O resultado é a baixa eficiência e produtividade e, mais uma vez, menos crescimento. Já que é o governo quem decide a alocação de quase quarenta por cento da renda nacional, torna-se interessante para cada indivíduo ter acesso a essa parcela da renda. Isso significa que muitas

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istoricamente, tem havido muita controvérsia sobre o quanto o governo deveria expandir seus gastos. Alguns consideram que o governo gasta demais e inibe a atuação do setor privado. E outros atestam que os gastos do governo induzem ao crescimento econômico. Analisemos as defesas de ambas as partes:

Família, Amor & Segurança

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ESPAÇO DOS 3 PODERES pessoas vão investir tempo e dinheiro para se especializar em obter recursos públicos. Vão, por exemplo, buscar relacionamentos pessoais que dêem acesso a instâncias de decisão no governo. Ou, ainda, buscarão uma militância partidária ou em grupos de interesse que abram as portas para um cargo público comissionado ou para um patrocínio de uma empresa estatal.

Que os gastos do governo induzem ao crescimento econômico

A poupança aumenta se o governo reduz imposto, pois o consumidor antecipa os aumentos de impostos futuros para compensar os déficits do governo. Como consequência tem-se a ineficácia da política fiscal. Como exemplo de que as ações governamentais induzem ao crescimento econômico, tomamos o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado em janeiro de 2007 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que vem ao encontro da necessidade de acelerar, de forma sustentável, o crescimento do investimento global da economia. A finalidade do PAC é promover investimentos e infra-estrutura que permitam: eliminar gargalos a esse crescimento, aumentar a produtividade das empresas, estimular investimentos privados e reduzir as desigualdades regionais.

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O PAC está organizado em duas partes. A primeira reúne os investimentos em infra-estrutura e a segunda as ações para ampliação do crédito, melhoria do ambiente de investimento e melhoria na qualidade do gasto público. Os investimentos contemplados pelo PAC são para atender em três diferentes áreas: Social e Urbana, Energética e Logística. Os principais setores escolhidos – habitação e saneamento – são importantes em termos do potencial de geração de emprego, de distribuição da riqueza e do impacto positivo sobre a qualidade de vida da população de menor renda. A terceira e última área, em termos de investimento programado, é a infra-estrutura de logística. Esses segmentos são importantes e essenciais, uma vez que respondem pelo transporte de pessoas e mercadorias, ou seja, incluem rodovias, aeroportos, hidrovias, ferrovias etc. O resultado foi satisfatório em alguns pontos e frustrante em outros, principalmente no que concerne às obras, que estão lentas, mostrando poucos avanços visíveis à população. Essa situação se deve, sobretudo, aos obstáculos relacionados às normas ambientais e ao TCU (Tribunal de Contas da União). Logo, não é difícil percebermos que um dos principais dilemas da economia moderna é encontrar o equilíbrio entre os benefícios gerados pela atuação do Es-

tado e os custos arcados pela sociedade para prover as fontes de financiamento desses gastos. Nesse contexto, faz toda diferença ter um instrumento que deixe claro à sociedade os termos desse dilema. Esse instrumento é o Orçamento Público.

Conclusão:

Conforme percebemos, as ações governamentais podem ser benéficas e maléficas. Maléficas não porque o plano estratégico esteja errado, mas volta a frisar que é pelas ações individuais de servidores públicos que corrompem o sistema. Nada mais justo seria se todo o dinheiro arrecadado fosse devidamente e por completo utilizado naquilo que estava previsto, para o bem coletivo. Portanto, como analisar uma situação onde a variável corrupção se encontra enraizada na sociedade, e aceita pela população em geral, pois se assim não fosse estaríamos numa guerra civil. É certo que muitas atitudes, principalmente do Estado, freiam o crescimento da economia. Fonte: http://www.economia.esalq.usp.br/intranet/ uploadfiles/2013.pdf http://www.sei.ba.gov.br/site/publicacoes/ sumarios/c&p162/c&p162_pag_50.pdf http://educacao.uol.com.br/disciplinas/ geografia/pac---programa-de-aceleracaodo-crescimento-avancos-na-areasocial-e-urbana.htm

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O p inião

A solução está na Equidade

A

pós observarmos a realidade das pequenas cidades e os problemas de grandes centros urbanos, fica notório que problemas tais como as enchentes recorrentes, o crescimento da violência, engarrafamentos no trânsito em grandes cidades e o êxodo rural com o consequente esvaziamento das cidades do interior, são alguns problemas relacionados à má distribuição da densidade demográfica nas terras brasileiras. Já que nos últimos governos têm se discutido, sem ações definitivas, infelizmente, a importância da reforma tributária, sugiro que esta seja utilizada como instrumento para, gradativamente, diminuir os problemas supracitados e outros, inclusive reflexos destes. Creio que, se for elaborada uma tabela de alíquotas dos impostos federais, estaduais e municipais, tornando os mesmos proporcionais à densidade demográfica de cada município, isto incentivará as empresas a se instalarem em municípios cuja baixa densidade demográfica é hoje um grande problema. A falta de oportunidades de trabalho e estudo nas cidades pobremente povo-

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Não há solução para os problemas urbanos sem a observância dos critérios de justiça e igualdade adas, provoca o êxodo para as já grandes cidades – penalizando principalmente suas regiões metropolitanas – que, super povoadas, passam a ter os diversos problemas já mencionados. Com empresas interessadas em alíquotas menores de impostos, esta realidade poderia se reverter, ainda que parcialmente. Esta ideia não é exatamente uma novidade, é inspirada na Zona Franca de Manaus, criada em 1967 pelo governo federal para impulsionar o desenvolvimento econômico da região. Não é guerra fiscal, uma vez que seria direito pré-estabelecido do município que estivesse na suposta circunstância. Havendo possibilidade de melhora na qualidade de vida no interior, os jovens não seriam tão pressionados a deixar as pequenas cidades, fazendo parte do contingente que aumenta os problemas nas metrópoles, onde já não há espaço nos ônibus e trens para as pessoas e muito menos para carros nas ruas; isto sem falar que não há espaço para mais asfalto e concreto, pois eles impedem que a terra absorva a água das chuvas, que tem provocado sistematicamente os alagamentos e enchentes que assistimos

nos noticiários. Como o IBGE não divulga resultado de censo todo ano, as empresas teriam tempo de desfrutar de alíquotas menores por um tempo razoável, e quando ocorressem mudanças, estas seriam gradativas, e não bruscas, como foram diversas aplicações de medidas econômicas na história do Brasil. Creio que o momento em que o Ministro Mantega se reúne com governadores, para discutir a guerra fiscal, é um bom momento para que os novos prefeitos de cidades pequenas solicitem algo neste sentido. Minha dúvida é... solicitar a quem? Impostos proporcionais à densidade demográfica, atraindo investimentos para os municípios menores e com população diminuta, interessa a população em geral e aos dirigentes de municípios que ganhariam com arrecadação maior, mas não interessam aos políticos que tem suas bases eleitorais nas grandes cidades. Como lutar por algo assim? Ilmar da Silveira Brum – Só um cidadão brasileiro trocando ideias (nem tributarista, nem graduado em letras).

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MEIO AMBIENTE

Sustentabilidade Consciente Novos “Rs” se somam aos 3”Rs”: de Reduzir, Reutilizar e Reciclar, em mais ações que colaboram para um consumo sustentável

P

esquisas recentes destacam duas visões quanto à definição de desenvolvimento sustentável: Uma delas prenuncia que para se alcançar o desenvolvimento sustentável é necessário obter crescimento econômico com regularidade, através do manejo adequado dos recursos naturais e a utilização de tecnologias eficientes e eficazes. A outra defende o desenvolvimento sustentável como um projeto social e político destinado a erradicar a pobreza, elevando a qualidade de vida através da satisfação das necessidades básicas da humanidade com a apropriação e transformação sustentável dos recursos ambientais. Não se pode esquecer que uma empresa sustentável é aquela que consegue se articular sob os três pilares do desenvolvimento sustentável, que são gerar benefícios econômicos, sociais e ambientais para a sociedade a qual se encontra inserida. Dentro desta perspectiva, de tratar sobre consumo e o desenvolvimento consciente, registra-se, há cerca de 10 anos, práticas para produzir uma sociedade “ ecologicamente correta” ou “sustentável”, missão essa que não é fácil já que as reflexões começaram com os 3 Rs (que são os princípios para o gerenciamento da eliminação de resíduos sólidos). Ao pensar neste sentido, a partir de princípios que, através de padrões morais, norteiam o comportamento no mundo dos negócios individuais e coletivos, acrescentaram-se aos Rs de Reduzir, Reutilizar e Reciclar, que estimulam para o consumo consciente, em direção ao consumo sustentável dentro do padrão ético de responsabilidade sócio ambiental e humano, Rs de Refletir,

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Respeitar, Reparar, Responsabilizar, Repassar e Reprojetar, Rs que possibilitam assumir, além das obrigações legais e econômicas, a possibilidade de investir no ser humano e no meio ambiente para alcançar o exercício da cidadania plena. 1 - Refletir: Lembre-se de que qualquer ato de consumo causa impactos do consumo no planeta. Procure potencializar os impactos positivos e minimizar os negativos; 2- Reduzir: Exagere no carinho e no amor, mas evite desperdícios de produtos, serviços, água e energia; 3- Reutilizar: Use até o fim, não compre novo por impulso. Invente, inove, use de outra maneira. Talvez vire

brinquedo, talvez um enfeite, talvez um adereço; 4 - Reciclar: Mais de 800 mil famílias vivem da reciclagem do lixo hoje no Brasil. Quer fazer o bem? Separe, em casa, o lixo sujo do limpo. Só descarte na coleta comum o sujo, aquele que contenha algum material orgânico. Entregue o limpo na reciclagem ou para o catador; 5 - Respeitar: A si mesmo, o seu trabalho, as pessoas e o meio ambiente. As palavras mágicas sempre funcionam: “por favor” e “obrigado”; 6 - Reparar: Quebrou? Conserte. Brigou? Peça desculpas e também desculpe; 7 - Responsabilizar-se: Por você, pelos impactos bons e ruins de seus atos,

pelas pessoas, por sua cidade; 8 - Repassar: As informações que você tiver e que ajudam na prática do consumo consciente. Faça o mesmo!! 9 - Reprojetar: produzir de forma que o produto dure mais, que não gere lixo.

Escolha fornecedores responsáveis também em seu lazer e suas festas

Não compre produtos piratas ou contrabandeados

Maria das Graças Zurlo MBA em Gestão Empresarial, Gestão de Marketing e Gestão de Pessoas, especialista em Metodologia do Ensino da Geografia, Diretora da UNIESP/ FANORPI. Atua na rede pública Colégio Maria Dalila e privada - Colégio Casucha, na disciplina de Geografia. Presidente do Conselho Municipal do Meio Ambiente e membro do Comitê Gestor e Governança Municipal da Lei Geral. grazu@uol.com.br

Vamos fazer uma Festa?

Reduza os impactos e os desperdícios de suas festas

Despesas com festas abrangem uma gama de bens e serviços – convites, presentes, refeições, produtos de papel, flores, anéis, viagens dos hóspedes, vestuário. Cada cerimônia provoca um impacto ambiental extraordinário, com enorme consumo de água, energia e recursos naturais. Só os convidados que viajam para o evento já aumentam a emissão de CO2. Se forem de avião, pior ainda.

Evite excessos no consumo

Segundo dados do “Estado do Mundo – 2010”, só os americanos, com 5% da população mundial, abocanham uma fatia de 32% do consumo global. Se todos vivessem como os americanos, o planeta só comportaria uma população de 1,4 bilhão de pessoas. Nossas classes A e B+ têm padrão de consumo semelhante.

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O setor de serviços de entretenimento, lazer e eventos registra muita informalidade e relações precárias de trabalho. Só um exemplo: você já notou que há poucas grávidas trabalhando em festas e eventos? Da recepção à limpeza?... Muitas empresas mantêm as pessoas que prestam serviços em festas, apesar da regularidade quase diária, com contratos precários, bicos ou como free lancers. Como não há relações trabalhistas formais, a pessoa quando doente não recebe e, se ficar grávida, é demitida, o que é contra a lei. Portanto, prefira bufês, clubes, serviços em geral que pratiquem de verdade a “Responsabilidade Social”, que muitas vezes alegam em suas propagandas. Ter responsabilidade social é respeitar as leis trabalhistas.

Pagar menos por produtos piratas ou contrabandeados não compensa: você estará contribuindo com o crime organizado e com o consequente aumento da violência no seu bairro, na sua cidade, no seu país.

Dispense os pacotes para presente

No Natal, aniversário, Dia das Mães e outras comemorações sugira aos convidados que os presentes podem vir sem embrulhos enfeitados, que gastam um monte de papel, fita, laço e plástico. Pacotes de presente devem desaparecer na transição para a sociedade sustentável, comece a mudança na sua festa. Inicialmente pode até parecer estranho, mas será um bom exemplo. Quem sabe seus parentes e amigos não começam a fazer igual?

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MEIO AMBIENTE

Sustentabilidade: o lucro no lixo O conceito de desenvolvimento sustentável, atualmente, incorpora-se na visão econômica da população esclarecida

O

termo sustentabilidade surgiu na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972, na cidade de Estocolmo, Suécia. Participantes do mundo todo, contando com organizações não governamentais e organismos ligados à ONU (Organização das Nações Unidas) discutiram problemas ambientais do planeta. A partir de então, sempre idealizadas e convocadas pela ONU, inúmeras outras reuniões sobre o tema ambiental foram realizadas, sendo as principais: a Cúpula da Terra ou a Rio-1992, sediada no Rio de Janeiro; a Conferência das Partes (COP 3), em Kyoto, no Japão, que resultou no famoso Protocolo de Kyoto; a Conferência Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentá-

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vel, a chamada Rio+10, que aconteceu em Joanesburgo, na África do Sul e a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), realizada novamente no Rio de Janeiro em 2012, quando mais de 45 mil participantes aprovaram o documento final, denominado “O Futuro que Queremos”. Nessas Conferências ficaram demonstradas a partir de dados elaborados por cientistas do mundo todo, as degradações a que a natureza está sendo submetida e que, se assim continuar, em um futuro não muito remoto, as gerações vindouras terão sérias dificuldades para manter as suas necessidades básicas atendidas. Por isso, tais reuniões devem sempre ser permeadas por um caráter político governamental, pois somente

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políticas públicas comprometidas de fato com a preservação dos meios naturais, norteiam as ações diretas e conduzem a sociedade para uma nova postura diante da natureza com uma consciência pós-moderna. A aprovação da “Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), Lei 12305/2010, representa concretamente, mesmo imposto pela lei, este comprometimento que o Poder Público deve ter. Mesmo que a responsabilidade não seja só do setor governamental, direta ou indiretamente divide-se também com o setor empresarial e a comunidade. Um dos aspectos mais importantes desta Lei é a obrigatoriedade das Prefeituras dos quase três mil municípios do Brasil em acabar com os lixões a céu aberto até 2014. A partir de então, somente aterros sanitários ou controlados deverão existir. E mais, os aterros somente poderão receber os rejeitos, ou seja, lixo não reaproveitável. Para que estes pontos sejam aplicados, a coleta seletiva de lixo deve ser implantada em muitas cidades e em outras intensificada. No Paraná, apenas metade das cidades adotam a coleta seletiva, e, mesmo assim, esta é a maior proporção em todo o país. Pontualmente o Brasil tem expressivas contribuições contra a degradação da natureza ao reaproveitar cerca de 95% das latas de alumínio, liderando o ranking mundial, cuja liderança também ocorre com a

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destinação correta de embalagens de agrotóxicos, recolhendo 94% do material descartado. No entanto, quando se trata de lixo eletroeletrônico, a reciclagem caminha muito lentamente. Ainda são poucas as ações voltadas ao correto destino destes equipamentos. Dados do Pnuma/ONU (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) apontam que em 2010, o Brasil foi o mercado emergente que gerou o maior volume de lixo eletrônico per capita a cada ano, descartando 97 mil toneladas de computadores, consequência direta do grande consumo das empresas e da sociedade. No processo capitalista, produtos novos e mais sofisticados são lançados no mercado frequentemente. Logo, equipamentos ainda em condições de utilização são considerados ultrapassados e substituídos pelos mais novos, causando um problema de ordem prática: de que maneira se descarta tal ítem, que não tem mais serventia? Tal descarte, geralmente de maneira incorreta, lança na natureza resíduos com muitos elementos químicos presentes nos equipamentos, como cádmio, chumbo e mercúrio, que podem contaminar o ar, o solo, rios, lagos e o lençol freático. Portanto, a coleta de lixo eletroeletrônico e a sua correta destinação, assim como a de lixo residencial, são de extrema importância para a sociedade. A Lei 12305/10 determina a fabri-

cantes, importadores e distribuidores de produtos eletrônicos a implementação de sistemas de logística reversa, ou seja, tais setores são obrigados a receber os produtos descartados pelos consumidores. As empresas públicas e privadas devem estruturar ferramentas para se adaptarem à lei. Por outro lado, a sociedade precisa de uma educação ambiental, conscientizando-a de seu papel neste processo, ao destinar de maneira sustentável o lixo e exercer a sua cidadania para que a lei seja efetivamente cumprida. Com iniciativas de empresas e Universidades, apoiadas pelo Poder Público, devem ser criadas centrais de reciclagem de lixo eletroeletrônico, dentre eles, os bens de informática e de telecomunicações, gerando emprego e renda com a venda do material reciclado. De acordo com informações da Universidade de São Paulo (USP), uma tonelada de lixo eletrônico gera, dentre outros resíduos, 350 kg de ferro, 170 kg de cobre, 70 kg de alumínio, de 300 g a 1 kg de prata e 300 g de ouro. Entende-se, a partir destes dados, que ao não reciclar este tipo de lixo, desperdiça-se um material que, adequadamente manipulado, pode render para, por exemplo, associações ou cooperativas, um ganho financeiro expressivo. Mauro Januário Professor da UENP

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SAÚDE

Depressão: posso ser acometido?

A Depressão é apontada pela Organização Mundial de Saúde como a quinta maior questão de saúde pública e até 2020 deverá estar em segundo lugar. Os sintomas são muito variados e diferentes de pessoa a pessoa

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odas as pessoas, vez ou outra, ficam tristes e deprimidas. Isso é natural quando se perde algo importante ou quando os desafios da vida abatem a autoestima. Mas, há situações e tempos em que o sentimento de tristeza se torna intenso, dura longos períodos e retira a pessoa da vida normal. A doença da depressão é o mais comum dos transtornos mentais. Felizmente é tratável. Saiba mais a respeito. A grande dificuldade é reconhecer quando alguém adoece da depressão. A metade das pessoas que sofrem de depressão nunca foram diagnosticadas, portanto, não puderam ser tratadas adequadamente. Torna-se necessário que a população seja informada para que especialistas em saúde mental possam diagnosticar e tratar. Veja os sinais que indicam quando a tristeza grave pode ser

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uma depressão. •• Perda de interesse por coisas que antes eram agradáveis; •• Falta de energia, fadiga crônica (muito mais que cansaço; não desaparece com descanso); •• Dificuldade de concentração e diminuição acentuada de memória; •• Dificuldade de tomar decisões; •• Insônia ou sono em excesso; •• Irritabilidade mais intensa que a comum, com mais frequência; •• Problemas no estômago ou na digestão; •• Sentimento de desesperança; angústia inexplicável; •• Desejo forte de ficar a sós, isolamento social; •• Problemas sexuais, especialmente

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falta de interesse; •• Dores localizadas e duradouras; •• Mudança no apetite, levando ao ganho ou à perda de peso; •• Pensamentos de morte, suicídio e automutilação; •• Tentativa(s) de suicídio.

Como a depressão pode ser diagnosticada?

Se a pessoa apresentar os sinais acima, o diagnóstico da depressão começa com um exame físico. Existem viroses, remédios e doenças que podem causar sintomas parecidos com os da depressão. O médico irá querer saber quando os sintomas começaram, quanto tempo eles estão durando e o quão severos são. Também irá querer saber se o paciente já sentiu algo parecido antes e qual foi o tratamento. O histórico familiar também é importante, assim como o uso de drogas e álcool. E não é só nos adultos que a doença se manifesta, pois pesquisa desenvolvida no Brasil aponta que de 2% a 5% das crianças sofrem de transtornos depressivos. Embora não exista nenhum exame laboratorial para diagnosticar a depressão, há as características acima mencionadas que podem levar ao diagnóstico

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apropriado. Se uma doença física for descartada, o médico deverá encaminhar o paciente para um psicólogo ou para um psiquiatra. Eles vão determinar qual é o melhor tratamento para cada caso: psicoterapia ou remédio ou a combinação de ambos.

Como saber quando a ajuda de um profissional é necessária?

Quando a depressão estiver afetando negativamente a vida, com dificuldades nos relacionamentos, nas questões do trabalho ou problemas familiares. Os pensamentos de suicídio indicam que a ajuda é necessária. Pensar que, “cão que ladra não morde”, isto é, quem fala de suicídio não o comete, é um mito, e pode levar ao amargo remorso de não ter ajudado. Mesmo pessoas muito religiosas, ou que tiveram sucesso profissional e financeiro na vida, podem adoecer de depressão. Ainda a prevenção é o melhor remédio. Em caso de dúvidas, leve a um especialista da área psi: psicólogo ou psiquiatra.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta cerca

340 milhões de pessoas e causa 850 mil suicídios

de

por ano em todo o mundo. No Brasil, são cerca de

13 milhões de

pessoas com depressão

Dr. Prof. Albert Friesen CRP 08/02921 Texto adaptado de: http://yahoo. minhavida.com.br/MostraMateria Saude.vxlpub?codMateria=1525

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SAÚDE

Qualidade de vida e saúde Veja algumas dicas simples para, através de hábitos conscientes, investir em melhor bem estar físico e mental na sua vida

A O processo de alimentação é um processo informativo do sistema vivo, quando introduzimos alimento em nosso organismo, introduzimos informação

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Qualidade de Vida (QV) é um assunto relevante no mundo moderno por ser o produto da interação entre as expectativas e realizações de uma pessoa. Desta forma, qualidade de vida diz respeito, justamente, à maneira pela qual o indivíduo interage, levando-se em conta sua individualidade e subjetividade, sua interação com o mundo externo, isto é, a maneira como o sujeito é influenciado e como influencia. Esta interação leva a um estado de completo bem estar físico, mental e social que pode ser determinado por uma relação de equilíbrio entre forças internas e externas. Este completo estado de bem estar físico, mental e social é definido pela OMS – Organização Mundial da Saúde – como saúde. Obviamente, saúde e qualidade de vida são dois temas muito relacionados, uma vez que a saúde contribui para melhorar a qualidade de vida e esta é fundamental para que um indivíduo ou comunidade tenha saúde. Então, para se alcançar qualidade de vida e saúde, é necessário que o indiví-

duo possa: • Equilibrar corpo e mente, diminuindo o estresse; • Obter um sono tranquilo e reparador; • Equilibrar a alimentação, evitando a intoxicação; • Ingerir água alcalina; • Treinar respiração; • Praticar atividade física.

Estresse

Agentes estressores como frio, calor, problemas psicológicos, fome, ferimentos, promovem desequilíbrio e, para estabelecer a homeostase¹, nosso organismo tem como resposta o estresse. O estresse envolve processos como, secreção de certos hormônios, inibição de outros, ativação de certas regiões do sistema nervoso. Epinefrina, norepinefrina e os glicocorticóides são alguns dos hormônios envolvidos na resposta ao estresse. A depressão é gerada pela diminuição da produção de dopamina que se deve à exposição prolongada dos glicocorticóides dentro do organismo.

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O processo digestório é interrompido no estresse – cessa a secreção de saliva, a boca fica seca, o estômago para de triturar os alimentos, as contrações param, as enzimas e os ácidos digestivos deixam de ser secretados e o intestino delgado interrompe a peristalse, nada é absorvido. É diante do estresse crônico, que surgem doenças como síndrome do intestino irritável e risco maior de úlceras (↑ prostaglandinas). Quando um indivíduo fica muito tempo exposto a um estressor, ele tem o aumento dos níveis de glicocorticóides, o que leva a morte dos linfócitos de forma indiscriminada e suprime a formação de novos. Desta forma inibe a resposta imunológica e aumenta processos inflamatórios e exposição a doenças. O equilíbrio do corpo e da mente ajuda na manutenção de níveis diminuídos de hormônios e consequente diminuição do estresse o que leva a melhoria de nossas respostas.

Sono

Num organismo normal, o sono começa leve, torna-se profundo até chegar ao sono de ondas lentas, seguido do sono REM (Ciclo – 90 minutos). A restauração das energias ocorre no sono de ondas lentas. Este, juntamente com o REM, são importantes na consolidação das informações que recebemos. Nosso cérebro necessita de 25% da energia que consumimos. A insônia se caracteriza pela incapacidade de conciliar o sono e pode manifestar-se em seu período inicial, intermediário ou final. Alterações do ciclo de sono e do relógio biológico desequilibra a produção de melatonina e a diminuição deste hormônio aumenta o risco de vários tipos

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de cânceres, incluindo o de mama. Daí a importância de um sono tranquilo e reparador para melhora da qualidade de vida. Para uma boa higiene do sono podemos seguir as seguinte recomendações: • Não beba álcool em excesso ou bebidas estimulantes como café ou energéticos antes de se deitar; • Evite pegar no sono com TV, rádio ou computador ligados; • Não vá para cama de barriga vazia; • Não abuse à mesa no jantar e aguarde cerca de três horas depois da refeição para deitar; • Não invente de trocar a noite pelo dia para repousar; • Local de dormir é no quarto, deitado na cama; • Na hora do sono mantenha o quarto escuro e em silêncio; • Pratique atividade física regularmente pela manhã ou à tarde, evite malhar, se você já tem problemas de sono à noite; • Tente, na medida de possível, resolver os problemas antes de botar a cabeça no travesseiro. E boa noite!!

Alimentação

Estamos expostos à toxinas de várias formas: no ar e na água poluídos, no local de trabalho e nos alimentos. Somos bombardeados com radiação eletromagnética e poluídos com metais pesados (computador, celular, televisão). O processo de alimentação é um processo informativo do sistema vivo, quando introduzimos alimento em nosso organismo, introduzimos informação. Com o desequilíbrio alimentar, ocorre o aumento de insulina, o estresse do pâncreas, a tireóide sofre impacto, acelerando os processos metabólicos do fígado, fazendo com que o indivíduo

retenha grande quantidade de toxinas. Para equilibrar alimentação, evitando intoxicação devemos seguir as seguintes recomendações: • Não omitir a primeira refeição (gera fadiga e níveis baixos de açúcar no sangue); • Comer menos, com mais frequência (de 2 em 2h) – Evita sobrecarregar o sistema digestório, pois minimiza os picos de insulina que resulta em resistência à insulina o que gera a vontade de comer carboidratos (insaciedade); • Procurar comer alimentos de baixo índice glicêmico; • Ingerir maior quantidade de alimentos alcalinos (segue abaixo uma relação deles).

A importância de ser alcalino

A saúde é extremamente sensível a alteração do ph, é importante que os fluidos corporais sejam mantidos dentro dos limites ácidos/alcalinos. Ácido: (Ph ↓ 7). Alcalino: (Ph ↑ 7). O equilíbrio mais importante é o mantido no sangue, onde o Ph é controlado entre 7,35 e 7,45. Para impedir a intoxicação ácida, o corpo usa tampões alcalinos (bicarbonato de sódio) e o cálcio, que transforma o ácido fosfórico em fosfatos sólidos. Mas estes podem se transformar em cálculos renais calcificados. Dietas alcalinas melhoram a densidade óssea, o equilíbrio de nitrogênio e diminui o risco de osteoporose e perda de massa muscular A maioria dos refrigerantes, principalmente aqueles a base de cola são extremamente ácidos (ácido fosfórico – Ph 2,5). Por isso é importante não consumi-los, pois eles fazem com que nosso organismo se torne muito ácido. Para neutralizar 1 copo de refrigerante

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SAÚDE a base de cola temos que consumir 20 copos de água alcalina (acima de 7,4).

Alimentos alcalinos:

• Limão, lima, alho, cebola, alecrim e chá verde ajudam a fortalecer as funções enzimáticas do fígado e eliminam metais pesados; • Brócolis, repolho, couve-flor, couve, contém antioxidantes com propriedades desintoxicantes; • Outros: castanha de caju, lentilha, orégano, sal marinho, azeitonas verdes, aipo, abóbora, rabanete, melão, maçã, mamão, kiwi, damasco, uva passa, amêndoas, ameixa e algas marinhas.

Água

O nosso corpo é constituído por 80% de água, por isso a importância do consumo de água adequadamente. Se não tomamos água de qualidade e com o Ph correto (acima de 7,4) acabamos por desenvolver doenças crônicas, e nos debilitamos. O consumo de água mineral alcalina ajuda a manter a saúde óssea e melhora as funções digestivas. A maior parte da água encanada municipal é inadequada a saúde. O cloro e o flúor adicionado a água são substâncias químicas altamente reativas com efeitos adversos sobre o corpo humano. O organismo da maioria dos indiví-

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duos é acido devido a ingestão excessiva de carne, carboidratos e açúcar. A água alcalinizada é eficaz para equilibrar este problema e ajuda na constipação intestinal.

Respiração

A respiração nasal é possivelmente regulada pelo hipotálamo alternando o equilíbrio simpático/parassimpático. Orientais afirmam que podem regular seus estados de consciência regulando a respiração. E o controle da fisiologia do corpo está ligado a regulação do ritmo respiratório. O controle da respiração pode ser obtido, através da prática regular de um exercício simples: Faça uma inspiração com duração de 4 segundos e a expiração em 6 segundos, este método é eficaz para manutenção do equilíbrio do organismo e diminuição do nível de estresse.

A prática de exercícios físicos

Não é segredo pra ninguém que atividades físicas, quando feitas de forma regular e correta, só trazem benefícios para a saúde, que se manifestam em diversas áreas do organismo. Com relação aos músculos e articulações, a atividade física auxilia na melhora da força e do tônus muscular e também da flexibilidade, fortalecimento dos ossos e das articulações.

Quando se trata de saúde física, observamos que a prática de atividades físicas resulta na perda de peso e na porcentagem de gordura corporal, redução da pressão arterial em repouso, melhora do diabetes, diminuição do colesterol total e aumento do HDL, conhecido por ser o colesterol “bom”. Mas uma boa atividade física não ajuda somente a parte física, a prática de exercícios ajuda também na regulação das substâncias relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo sanguíneo do cérebro, ajuda na capacidade de lidar com problemas e com o estresse. É preciso ter hábitos saudáveis, cuidar do corpo, da mente e encontrar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Por fim, é preciso estar bem consigo mesmo, bem com a vida e com todos que nos cercam para encontrar a verdadeira qualidade de vida. ¹ homeostase é a propriedade de um sistema aberto, em seres vivos especialmente, que tem função de regular o seu ambiente interno para manter uma condição estável, mediante múltiplos ajustes de equilíbrio dinâmico controlados por mecanismos de regulação inter-relacionados. Caroline Mendes de Almeida Glauber Paulo Muchailh de Almeida Fisioterapeutas Referéncia bibliográfica: Saúde Integral - Dr. Afonso S. Salgado

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Neuróbica:

cérebro ágil e saudável Quem foi que disse que o cérebro não precisa de exercícios para se manter ativo? Evitar fazer tudo no automático ajuda a turbinar a memória e a concentração

S

omos expectadores e participantes de muitas mudanças ocorridas neste terceiro milênio, o avanço das ciências, bem como o progresso advindo da globalização, provocaram mudanças significativas na nossa relação com o mundo. No que se referem a nós, brasileiros, dados atualizados mostram que a expectativa de vida passou na última década de 70 para 90 anos. Observamos em todas as áreas da vida humana, da saúde ao lazer, um grande investimento na até então chamada terceira idade, visto que o prolongamento do tempo de vida leva ao questionamento da sua qualidade. Qual o ganho que teremos de viver 30 anos mais de que nossos antepassados se não o fizermos com qualidade? Recentes descobertas sobre o cérebro trazem informações alentadoras para os longevos. Há algum tempo neurocientistas vem apostando no conceito de neuroplasticidade cerebral, confirmando que o cérebro é um órgão dinâmico, capaz de refazer conexões e se adaptar continuamente. Seu poder de regeneração se revela na formação de novas células e na expansão de novas ligações entre os neurônios. Traduzindo em miúdos, é possível manter a agilidade mental e até aumentar a capacidade cerebral, reduzindo seu ritmo de envelhecimento se adotarmos um estilo de vida saudável. Portanto, se a qualidade devida depende do

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funcionamento adequado do cérebro, então faz-se necessário levar a “ginástica para o cérebro” tão a sério quanto o exercício físico e a dieta saudável. A neuróbica é uma nova forma de exercício cerebral e se baseia em sólidos princípios científicos. Entre os melhores exercícios para deixar o cérebro em forma estão aqueles que nos forçam a pensar enquanto os praticamos, como: criar receitas, montar quebra-cabeças, fazer palavras cruzadas, montar aeromodelos. Podemos ainda fazer coisas rotineiras de um modo diferente como: escovar os dentes e pentear os cabelos com a mão não dominante, executar caminhos diferentes de casa para o trabalho. Fazer atividades sociais interativas como: jogar baralho, participar de debates, fazer Tai Chi Chuan, aprender uma língua nova e praticá-la com um grupo. Na prática clínica, existem alguns programas para a execução de um trabalho neuróbico interessante denominado psicoestimulação cognitiva, cujo objetivo é favorecer a manutenção ou recuperação da memória. Qualidade de vida é essencial, e investir nela não é tão somente um direito de todos nós, mas deve ser um compromisso de cada um. Aurea Maria Ribeiro Chagas Psicóloga-CRP08/0262. Atendendo na Clínica Persona e Espaço Rosas da Serena Idade

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ESPECIAL

Opção pela Ética

Não existe plena satisfação sem um compromisso firmado, redigido em boas aspirações e estabelecido com bases sólidas

N

a realidade da vida, precisamos unir força e moral. Vemos na formação ética algumas respostas para continuidade da vida plena, tão sonhada. A ética tem origem grega derivada de ethos, que diz respeito ao costume, aos hábitos dos homens. Teria sido traduzida em latim por mor ou mores (no plural), sendo essa a origem da palavra moral. Uma das possíveis definições de ética seria a de que é uma parte da filosofia (e também pertinente às ciências sociais) que lida com a compreensão das noções e dos princípios que sustentam as bases da moralidade social e da vida individual. Em outras palavras, trata-se de uma reflexão sobre o valor das ações sociais consideradas tanto no âmbito coletivo como no âmbito individual. Neste ínterim a ética tem um valor sublime, pois forja os limites necessários para uma boa convivência, mas também amplia a condição de possibilidades, isso por valorizar o ser humano em sua essência. A busca por valorização pessoal e por condições de se sobressair nesta terra está ligada a alguns itens éticos. Neste artigo gostaria de descrever sobre três posicionamentos éticos, que acreditamos ser mais relevantes. Vamos à eles:

Condição ética nas escolhas

As escolhas que fazemos têm uma grande importância na continuidade da vida. Todos devem fazer algumas perguntas sobre o que “devo fazer” ou sobre o que “deveria fazer”. Essas perguntas mostram um grau de maturidade com relação à vida. Uma boa escolha é melhor do que mil opções. Fazer boas escolhas é viver de forma sabia. O que tem maior valor para você? Agora pense se isso realmente é algo que te eleva, proporciona futuro, ou simplesmente é um desejo pessoal. Precisamos pensar se nossas escolhas são significativas, contundentes e prósperas. A escolha consiste em um processo mental de pensamento, que envolve um julgamento dos méritos de múltiplas opiniões. Essa se conduz por uma seleção de opções, verificando qual alternativa se encaixa mais em nossa necessidade e possibilidade. A maioria das pessoas considera ter alternativas uma boa coisa, embora uma escolha

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severamente limitada ou artificialmente restrita possa levar ao desconforto, isso por uma má escolha, que pode ser insatisfatória. No extremo oposto, alternativas ilimitadas podem levar à confusão e remorsos que trarão dificuldades, e mais, talvez sem uma possível correção do caminho. Em todas essas definições, torna-se necessário avaliar com clareza e optar pela escolha que mais capacite. O filosofo Bertrand Russel (1872-1970) disse a seguinte frase: “Na vida nunca se deveria cometer duas vezes o mesmo erro. Há bastante por onde escolher”. Certamente existem alternativas... Não busque as mais fáceis. A bíblia diz que temos livre árbitro (livre escolha), contudo não podemos usar nossa liberdade para dar ocasião ao erro, pecado ou a uma conduta que proporciona dificuldade (Gálatas 5:13). Nossa conduta deve revelar o quanto somos capazes de nos sobressairmos nesta terra, não por maior capacidade, mas simplesmente pela escolha do melhor caminho.

Condição ética responsável

Ser responsável tem sido, do ponto de vista de muitos, um crime. As pessoas em geral estão dispostas a buscar apenas níveis cada vez mais altos de satisfação. No entanto, não existe plena satisfação sem um compromisso firmado, redigido em boas aspirações, e estabelecido com bases sólidas. Isso é um ato responsável. O grande problema está em uma visão totalmente errada sobre a vida. Muitos acreditam que a ausência de responsabilidade proporciona liberdade, no entanto, a responsabilidade fortalece a liberdade, pois apenas quando, em nossa consciência, buscarmos agir de forma comprometida, poderemos ver a credibilidade, pois teremos experiências pessoais, baseadas em fatos vividos. Desta forma conseguiremos avançar, pois somos testados e aprovados pela experiência comprometida. Certamente que na responsabilidade existe peso, pois, responsabilidade é o dever de arcar com o próprio comportamento, obrigação e competência.

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Responsabilidade é a obrigação de responder pelas próprias ações, atendendo com afinco aos compromissos e deveres previamente estabelecidos. Na Palavra de Deus vemos um exemplo muito bom de responsabilidade. Paulo escrevendo aos Coríntios chama-lhes a atenção sobre a responsabilidade pessoal que assumira. “Se o faço de livre vontade, tenho galardão; mas, se constrangido, é, então, a responsabilidade de despenseiro que me está confiada.” (I Coríntios 9:17). O que Paulo desejar é reafirmar a responsabilidade que ele tem. Não vai fugir da responsabilidade por nada deste mundo, mais que isso, nem mesmo que lhe cause perdas. Não podemos fugir das obrigações que a vida nos proporciona. Creio que a vida é um presente, ela nos oferece o privilégio, a oportunidade de aprender, viver e sonhar. No entanto é preciso lutar com afinco, construir, produzir e tornar-se uma pessoa melhor, e capacitada para responder com firmeza e lisura a tudo que lhe foi proposto e confiado.

Condição ética e Integridade

Como último tópico sobre condição ética, vemos que a integridade é um elemento fundamental na vida. A revista Seleções do Readers Digest fez uma pesquisa, em 2010, sobre a falta de honestidade das pessoas. Na conclusão da pesquisa, nós, brasileiros, não ficamos em primeiro lugar. Graças a Deus! Ficamos, no entanto, em décimo quarto. Na pesquisa, realizada em vários países, foram deixados (esquecidos) trinta celulares em locais comuns, com alto volume de transeuntes. Em primeiro lugar ficou a China, como os mais desonestos, pois de trinta aparelhos deixados, foram recuperados apenas treze. Segundo a pesquisa, uma das pessoas, ao invés de devolver o celular, preferiu presentear o filho menor, apenas por que ele havia pedido o aparelho. Na cidade de Hong Kong, um homem achou o celular e disse ao ser questionado: Que celular? Ele estava segurando o telefone em um das mãos. Fatos assim nos levam a avaliar nossa

Nossa conduta deve revelar o quanto somos capazes de nos sobressairmos nesta terra, não por maior capacidade, mas simplesmente pela escolha do melhor caminho.

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ESPECIAL conduta, pois temos em nosso País uma cultura da esperteza desonesta. O velho “Jeitinho Brasileiro” – ato que parece estar acima de qualquer questionamento. Isso não pode ser assim, faz-se necessário uma nova consciência que proporcione um bem comum. O nosso tempo tem revelado uma cultura da desonestidade, uma cultura voltada para o fácil. Somos educados a levar vantagem em tudo e se aproveitar da ingenuidade, ou da falta de instrução das pessoas. Uma educação que infelizmente é pautada na ambição, no desejo consumista, no desejo de enriquecer sem esforço. Gosto de um frase que diz “A integridade de um homem não consiste naquilo que ele diz, mas sim naquilo que ele faz.” (autor desconhecido). A palavra de Deus revela que precisamos de coragem, força e dedicação: “Não to mandei Eu? Esforça-te, e tem bom ânimo; não te atemorizes, nem te espantes; porque o Senhor teu Deus está contigo, por onde quer que andares” (Josué 1:9). Não se pode investir tempo, dinheiro e inteligência na busca de meios ilícitos de sobrevivência. Precisamos reciclar nossos conceitos, reconstruir nosso caráter, ampliar nossos horizontes, pois a vida é feita de colheitas. Tudo que plantamos, certamente, em algum momento iremos colher. “Quem planta vento, colhe tempestade”, diz o ditado. A Bíblia diz: “Não vos enganeis, de Deus não se zomba, pois tudo o que o homem semear, isto também ceifará” (Gálatas 6:7). A vida é feita de desafios, vencer não é uma opção, mas sim uma condição. Contudo, os

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fins não podem justificar os meios. Queremos acreditar em nosso potencial, pois temos valor e capacidade para crescemos por méritos morais, tais como estudo, trabalho, esforço, e, por fim, sermos reconhecidos por isso. Acreditamos que somente quando tivermos uma nova visão moral poderemos avançar como uma comunidade solidária e respeitosa. A Bíblia revela uma boa forma de viver: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” (Filipenses 4:8). A integridade é um ato simples que eleva a estima e fortalece a alma. Sendo assim, busca em tudo ser íntegro.

Conclusão

Temos opções na vida. Podemos viver ao Leo, sem destino ou aspirações, ou escolher o melhor e sobressair sobre muitos. Podemos agir de maneira irresponsável e imatura, ou podemos criar credibilidade e avançar como pessoas que mostram seu verdadeiro valor. Podemos agir como pessoas levianas, sem brilho, sem caráter, ou mostrar ao mundo que somos pessoas capazes e valentes, não precisamos de engano ou subterfúgios, pois somos capacitados, aceitando os desafios da vida sem medo.

“A integridade de um homem não consiste naquilo que ele diz fazer, mas sim naquilo que ele faz.”

Rev. Alberto Inácio de Oliveira Pastor Coadjuntor da Igreja Metodista Central em Santo Antonio da Platina. Bacharel em Teologia pela Universidade Metodista em São Bernardo do Campo/SP.

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FAMÍLIA

De olho no Homem!

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assando a vista sobre os meses de julho (com o “Dia do Homem”), e agosto (com o “Dia dos Pais”), o que encontramos é a figura masculina sendo exaltada. O “Dia do Homem”, no Brasil, foi celebrado no dia 15 de julho e internacionalmente se celebra no dia 19 de novembro, de cada ano. A UNESCO diz que a data é uma excelente ideia para equilibrar os gêneros. Mas não queremos criar disputa entre gêneros, mas abordar a importância do “Homem”, na vida, na sociedade, nas amizades, na família. O “Dia dos Pais”, celebrado no segundo domingo de agosto de cada ano, por sua vez já tem seu lugar garantido no calendário e na vida comercial, que, sendo este um dos motivos principais, foi instituído para fortalecer as vendas e fomentar o comércio de forma geral. Quando paramos para analisar por dentro e por fora este ser humano chegamos a conclusão de que ele precisa ser mais conhecido do que observado. A beleza masculina não é só externa. Pois, sentado ao sofá, e mantendo-se geralmente em silêncio, não mostra a necessidade guardada em sua mente. Ele busca aconchego depois da batalha que é um dia de trabalho e se aninhar em sua casa, seu abrigo, seu esconderijo, seu lugar secreto de sentimentos nunca revelados, assim deseja se acomodar, buscando paz e compreensão. A beleza masculina vem de dentro do coração, pela desatenção momentânea que não vê muito, e a impressão é que se faz pouco, mas que existe e é nos abraços

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aos amigos, no colo tão disputado pelos filhos, da palavra esperada pela esposa, da opinião aguardada que apruma qualquer situação e abranda todo o furor. É sinal da autoridade que foi destinada a todo homem. O homem foi criado primeiro e muitas coisas e situações são baseadas neste princípio de autoridade. A figura masculina é muito valorizada, pois sobre seus ombros paira algo especial. Os homens estão fazendo falta em muitas esferas da sociedade. Ele é a metade na criação e sem sua contribuição o mundo fica mais pobre. As responsabilidades a ele atribuídas são grandiosas e abrangentes. O homem saiu a desbravar o mundo e passou a atravessar fronteiras, quer seja no desenvolver e pilotar um avião, ao dirigir uma carreta, a comandar um submarino, no semear das sementes no campo, na construção de estradas e pontes, no escalar de montanhas e vales ou até mesmo viajar sobre fibras ópticas com velocidade e precisão. O homem sempre desejou ser muito, vencer desafios com suas mãos ou máquinas, com sua força ou pela força de um motor. Não há limites para descobertas, pesquisas e profissões para ele. Parece que este quadro está completo e o homem tem abrangência total, e extrapola a sua natureza, esquecendo da preservação do mundo onde habita, pois, se de um lado é tão eficiente, de outro é inoperante. A resistência masculina é indiscutível, e por isso tem sofrido ataques que não dão margem a recursos de última hora e, mesmo com todo o desenvolvi-

mento tecnológico, principalmente na área da saúde, os homens continuam morrendo mais cedo. Quando uma família perde seu homem que consequências enfrentará? O enfraquecimento do poder daquela família é sentido, a pobreza pode bater à porta, pois a adaptação é demorada, a tristeza e o ciclo de amigos e familiares se dissolvem. Estas e muitas outras são as razões pelo qual o homem precisa ser envolvido numa atmosfera de amor, que poderá mudar esta realidade e para que ele sinta que é importante onde está inserido, que vai fazer falta, se vier a faltar. Com isso precisamos observar que o homem não tem tempo pra si, a doação é completa, por isso não pode ficar sozinho. Ele não foi criado para ficar sozinho. Não pode ficar sem carinho. Não pode ficar sem família. Não pode ficar sem o amor de um Deus que o criou à sua imagem e semelhança e conhecer a extensão de seu amor, que foi capaz de dar seu filho para o resgate de muitos. Assim, podemos perceber que a felicidade do ser humano depende mais do que ele faz para os outros, do que faz para si mesmo. À medida que o homem percebe que ele precisa reconhecer Deus em seu viver ele terá mais eficiência no seu agir e a felicidade o visitará com certeza, trazendo sustento para que seus relacionamentos sejam duradouros, sua vida seja longa e eterna. Sandra Regina Del Colle Silveira, formada em letras e tradutora interprete, pela Faculdade Ibero Americana de Letras e Ciência Humanas - São Paulo/SP.

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C R I A NÇA

Quem é o pedófilo? Alguns estudos, usando ressonância magnética, mostraram diferenças significativas na atividade cerebral dos pedófilos

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ncontramos frequentemente nos meios de comunicação, notícias de indivíduos que praticam pedofilia. A nossa reação diante de tais fatos é de revolta e indignação. Segundo a Organização Mundial de Saúde, pedofilia é definida como “Preferência sexual por crianças, quer se trate de meninos, meninas ou de crianças de um ou do outro sexo, geralmente pré-púberes”. É necessário para o diagnóstico que haja atração sexual de um adulto, de forma exclusiva ou parcial, por crianças pré-púberes. A Associação de Psiquiatras Americanos, considera pedófilo o indivíduo que apresenta todos os seguintes critérios: 1- Ter atração sexual, fantasias sexuais ou outros comportamentos de caráter sexual, por pessoas com 13 anos de idade ou menos ou que ainda não tenham entrado na puberdade, e que o sintoma ocorra por um período de pelo menos seis meses.

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2- Ao apresentar o comportamento demonstra sofrimento psíquico, tendo sérias dificuldades pessoais e de relacionamento com aqueles com quem convive. 3- Possuir mais do que 16 anos e ser no mínimo 5 anos mais velho do que a criança. É crime na legislação de inúmeros países, assim como o assédio sexual a crianças por meio da Internet, a divulgação de pornografia infantil e a sua apologia. A lei brasileira não possui o tipo penal “pedofilia”. A pedofilia, como contato sexual entre crianças e adultos, se enquadra juridicamente no crime de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal) com pena de oito a quinze anos de reclusão e considerados crimes hediondos. Nem todos os indivíduos que abusam de menores são pedófilos. Podem fazê-lo simplesmente de forma oportunista. Por outro lado, nem todos os indivíduos que preenchem esses critérios para pedofilia, abusam de crianças.

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Não se conhece a incidência de pedófilos no mundo, pela dificuldade dos indivíduos em revelar suas práticas e fantasias. O comportamento pedofílico inicia-se em geral na adolescência ou na idade adulta. Toques e exposição genital são eventos típicos, enquanto outras práticas sexuais são menos frequentes. Quando confrontados na justiça, os abusadores geralmente alegam que “a criança queria”, “não forcei nada”, “ela que iniciou”. Outros podem até se sentir aliviados quando são pegos, pois têm possibilidade de pararem com o comportamento e se tratar. Não se tem ainda o conhecimento do porquê um indivíduo apresenta atração por crianças. Um dos fatores de risco mais frequentemente citado é o abuso sexual sofrido pelo pedófilo na infância, mas esse fato tem sido questionado, uma vez que nem todos os indivíduos que sofreram abuso tornam-se pedófilos. Relacionamento familiar inadequados, níveis elevados de substâncias neurotransmissoras no cérebro desses indivíduos e distúrbios hormonais são considerados fatores associados ao comportamento pedofílico. Alguns estudos, usando ressonância magnética, mostraram diferenças significativas na atividade cerebral dos pedófilos. Outros estudos mostram diferenças na estrutura e no funcionamento do cérebro dos pedófilos. Esses achados seriam diferentes de outros criminosos

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não sexuais. Fala-se ainda da possibilidade de haver uma causa genética. Os pedófilos apresentam altas taxas de distúrbios psiquiátricos: depressão, ansiedade e abuso de substâncias como o álcool. Podem estar presentes ainda transtornos de personalidade, principalmente transtorno obsessivo compulsivo e muitos evitam o contato social, preferindo o isolamento. Em algum momento da sua vida, os indivíduos com pedofilia descobrem ter atração sexual por crianças e é deles a responsabilidade de controlar sua expressão. Assim como indivíduos usuários de drogas e de álcool, necessitam de ajuda para mudar sua atitude, sozinhos são incapazes de controlar seus impulsos. Muitas técnicas são usadas para o tratamento da pedofilia. Tratamentos psicológicos e terapia de grupo têm por objetivo cessar o abuso sexual de crianças, prevenir sua recorrência e ajudar o paciente a controlar seu comportamento desviante, impulsos e preocupações. Substâncias que atuam bloqueando a ação de hormônios masculinos, e alguns antidepressivos podem ser usados para diminuir o desejo sexual, mas devem ser utilizadas em conjunto com outras medidas. A taxa de casos muito bem-sucedidos de tratamento é muito baixa e pedofilia é considerada um transtorno crônico. Muitas vezes resta a reclusão e separação

da sociedade, a fim de que ele deixe de causar sofrimento para si e para outros indivíduos. Importante lembrar que o pedófilo que praticou abuso sexual de menor, cometeu um crime; mas ao mesmo tempo ele é portador de um transtorno psiquiátrico. Por trás de um comportamento tão reprovável, há um indivíduo que sofre por não poder controlar seus impulsos. São poucos os profissionais de saúde que se propõem a ajudar um pedófilo, uma vez que esse comportamento é repugnante mesmo àqueles mais preparados. No entanto estudos têm demonstrado que o tratamento para esta condição é mais efetivo do que o não tratamento, no sentido de prevenir que mais crianças possam ser agredidas sexualmente por esses indivíduos. É necessário que eles recebam cuidado da justiça, mas que dentro do período de reclusão e mesmo quando ganharem a liberdade eles recebam um tratamento adequado. Podemos refletir que quando um pedófilo volta a agir, a responsabilidade deixa de ser somente dele. Há uma sociedade que não lhe ofereceu condições de recuperação, e aos vulneráveis a ele, a proteção. Por trás de um monstro, há alguém que sofre e que precisa de ajuda. Dra. Angela Beatriz Villwock Bachtold Ginecologista - Obstreta e Medicina Sexual

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CIDADANIA

Liderança Cristã Nacional o silêncio que machuca e que favorece o mal

Onde estão os líderes e lideranças nacionais diante da violência perpetrada pela classe política e demais homens públicos contra o povo brasileiro há décadas?

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enho referido em igrejas de várias denominações cristãs que no tempo presente há quatro “profetas” no e para o Brasil quanto ao ato de denunciar o repugnante, constante e avassalador pecado dos agentes políticos e públicos em geral do Brasil e suas danosas consequências. São eles a Imprensa, o Ministério Público, a Polícia Federal e algumas ONGs. Por certo que os quatro “profetas” padecem, e muito, das fraquezas e mazelas dos humanos, e isso em todos os aspectos e graus. Contudo,

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ah não fossem eles na terra onde um dia cantou o sabiá! Mas, o que causa grande e profundo esmorecimento é saber que biblicamente a missão de denunciar e enfrentar o pecado e, por consequência, proteger o fraco, o pequeno, o indefeso, o velho, a criança, o trabalhador e a própria sociedade por meio da implantação da Justiça e da Verdade, cabe, de ofício, à Igreja (Provérbios 31 :8). Não se esquecendo que o ‘irmão gêmeo da denúncia do pecado é o anúncio da salvação em Cristo Jesus.’

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Em meio a essa tragédia da corrupção e impunidade que se abateu sobre a Nação, há o insuportável silêncio – que machuca e que favorece o mal – das lideranças e dos líderes máximos das igrejas cristãs do Brasil. É certo que a culpa do pecado é só de quem o comete. Ou seja, a culpa pelo cometimento da corrupção não passa a outros; mas as suas consequências são sofridas pelos inocentes, pobres, fracos, miseráveis – em quaisquer dos aspectos da miserabilidade –, que não têm como defender-se dos danos causado por este pecado – dentre outros. Por outro lado, espera-se de uma liderança, qualquer que seja ela, que se posicione diante dos grandes dramas do seu povo, e isso de forma clara e antecipada. Sua gente precisa compreender a extensão, gravidade e detalhes de situações que sobremodo lhe interessam em seu tempo e espaço e, também com olhos nisso, se posicionar ativamente. Esta é uma função elementar a qualquer liderança que não seja meramente diplomática e protocolar, mas, antes, profética. Líderes e lideranças cristãos foram chamados para proclamarem quem é o seu Senhor e, em defesa dos que não têm “boca”, denunciarem toda forma de pecado e suas nefastas consequências. Neste sentido seu chamado é bíblico e eminentemente profético. Acontece que não há profetas no Brasil. Onde estão os líderes e lideranças

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nacionais diante da violência perpetrada pela classe política e demais homens públicos contra o povo brasileiro há décadas? Onde estão suas vozes, convocações e enfrentamentos? Onde estão nossos tenentes, capitães e coronéis? Não sabem eles que, hora menos hora, haverão de prestar contas ao Grande General dos Exércitos? Lideranças e líderes cristãos nacionais: reformados ou não, calvinistas ou arminianos, congregacionais ou episcopais, históricos ou pentecostais, tradicionais ou progressistas, lideranças antigas ou novas, assumam o seu papel de profetas no e para o Brasil! Profetizem às suas respectivas tribos! Denunciem, chorem, jejuem, lutem, esperneiem, mas, em nome de Deus, levantem-se contra a decadência moral generalizada dos líderes políticos e dos que nos governam em todas as esferas! Deixem de ser “politicamente corretos”, porém, irrelevantes à Nação. Façam parte da criação de um novo Brasil que, diga-se, haverá de abençoar muitos países e povos, alimentando-os com o pão da terra e com o Pão do Céu. O Brasil e o seu povo não merecem o que Ihes está sendo feito, e também não merecem este silêncio, que machuca e favorece o mal, das lideranças e líderes cristãos enviados ao seu solo. “Soli Deo Gloria”

Líderes e lideranças cristãos foram chamados para proclamarem quem é o seu Senhor e, em defesa dos que não têm “boca”, denunciarem toda forma de pecado e suas nefastas consequências.

Dr. João Antônio Santa Rosa Advogado

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LEGISLAÇÃO

O Contrato Eletrônico como instrumento de prova no processo civil Os meios de comunicação eletrônica se difundiram de tal maneira que hoje em dia não se pode afirmar que as fronteiras ou longas distâncias físicas são impedimentos à celebração de negócios jurídicos

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disseminação e a facilidade de acesso à rede de computadores, de âmbito mundial, fez com que as relações jurídicas decorrentes dos contratos clássicos adquirissem uma nova técnica contratual: a eletrônica. Os meios de comunicação eletrônica se difundiram de tal maneira que hoje em dia não se pode afirmar que as fronteiras ou longas distâncias físicas são impedimentos à celebração de negócios jurídicos. Com o surgimento de sistemas computacionais interligados à rede mundial de computadores, a contratação realizada pela via eletrônica tornou-se uma realidade concreta. A definição e o exercício de consumidor mudam constantemente, e uma das mudanças foi com consolidação da internet na vida das pessoas, onde qualquer pessoa de qualquer lugar do mundo pode acessar um site. Isso põe em dúvida onde estará o consumo, e qual o tipo de consumidor com o qual as empresas terão de tratar. Este é o desafio de hoje. Quando havia um consumidor

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certo, como no estabelecimento físico, a empresa procurava atender a todos os requisitos da legislação brasileira. Com o comércio eletrônico não se sabe, a priori, quem é o consumidor; se for para exportar ou importar de outro país não se sabe quais são, por exemplo, as exigências que vigoram nesse país quanto à linguagem utilizável, imagens consideradas ofensivas, etc. Há, portanto, uma mobilidade no consumo. Nesse contexto as empresas não têm mais um local físico ao qual obrigatoriamente se reportem. Eles podem estar alocados fisicamente em qualquer lugar do mundo e virtualmente num endereço apenas eletrônico. Com a vinda da Internet, as relações e as informações entre as pessoas tornaram-se muito mais rápidas e eficientes. Atualmente dita-se a velocidade de informação em segundos, o que antes era medido em dias, semanas. O contrato eletrônico é considerado uma nova técnica contratual existente no mercado atual. A celebração de negócios por meio da internet, não é um tipo novo de contrato e

sim apenas uma nova formação dos mesmos, restando idênticos os princípios, elementos e requisitos fundamentais dos contratos convencionais. Contudo, como todo novo meio contratual, este também traz muitas dúvidas relacionadas com determinados pontos, tais como a definição dos requisitos para a validade respectiva, que ainda será motivo para inúmeras manifestações de doutrina brasileira e estrangeira, bem como a definição dos pressupostos de sua formação. Juntam-se a estas, a questão da assinatura digital e da validade como instrumento de prova em juízo, e o problema da jurisdição. Em razão da vulnerabilidade das informações sobre pagamento, tanto como fornecimento de números de documentos pessoais, senhas bancárias, quanto pela dúvida a respeito da qualidade dos produtos expostos virtualmente em monitores, inúmeros consumidores têm medo de efetuar compras pela web. A celebração de contratos por meio da Internet, por melhor que os sites sejam bem organizados, ainda não mede o co-

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eficiente de confiabilidade e segurança contidas nas transações presenciais. Destaque para a Medida Provisória nº 2.200/2001 e a Lei nº 11.419/2006, que instituiu o processo eletrônico, tenham eficácia probatória e normas específicas vêm sendo criadas. Em breve o contrato eletrônico terá tanta força probatória quanto às escrituras públicas.

Tipos de Transações

Business-to-consumer, B2C, também business-to-customer, é o comércio efetuado diretamente entre a empresa produtora, vendedora ou prestadora de serviços e o consumidor final, através da Internet (Note-se: consumidor e não ainda necessariamente cliente, pois o consumidor pode estar ainda apenas a conhecer os produtos e serviços). Sob o ponto de vista do consumidor: define uma imagem de empresa atualizada, demonstrando uma organização de caráter evolutivo, moderna e apta a oferecer um produto ou serviço de qualidade. C2C (do inglês Consumer to Consumer) é uma referência ao comércio eletrônico que se desenvolve entre usuários pessoas físicas da Internet. Atualmente considera-se a “terceira onda” do comércio eletrônico. Neste caso, diferente do comércio entre empresas e empresa e consumidor, o comércio de bens ou serviços não envolve produtores e sim consumidor final com consumidor final caracterizando o modelo de comércio chamado “Um para Um”. Business to Business – B2B é o nome dado ao comércio associado a operações de compra e venda, de informações, de produtos e de serviços através da Internet ou através da utilização de redes privadas partilhadas entre duas empresas, substituindo assim os processos físicos que envolvem as transações

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comerciais. O B2B pode também ser definido como troca de mensagens estruturadas com outros parceiros comerciais a partir de redes privadas ou da Internet, para criar e transformar assim as suas relações de negócios.

Validade, prova da Autoria e veracidade do conteúdo do contrato eletrônico

Dentre os pontos de discussão mais polêmicos, temos a falta de assinatura de próprio punho dos contratantes, que é talvez um dos maiores problemas envolvendo os contratos eletrônicos, bem como a identidade das partes (falsidade ideológica, incapazes, etc), e a integridade do conteúdo do contrato (possibilidade de alterações). Apesar de o contrato eletrônico ser considerado um documento com menores formalidades que o contrato escrito, historicamente, nossos doutrinadores têm definido o documento como algo material, ou seja, uma representação exterior do fato que se quer provar. O contrato eletrônico, como qualquer outro contrato necessita que seja um negócio jurídico, que haja vontade das partes envolvidas, podendo ser mais de uma de cada lado para sua formação, o que gera, para as mesmas, uma norma jurídica individual, que regula os interesses privados. A diferença, em modo geral, dos contratos eletrônicos com os contratos é que ao invés de serem firmados pela via tradicional do documento escrito, são celebrados de forma eletrônica, por meio de um instrumento eletrônico, onde as partes expressam seu interesse e seu consentimento em contratar. No entanto, embora o contrato eletrônico possa ser equiparado ao contrato tradicional, lhe falta a identificação de sua autoria, ou seja, a assinatura, e em

razão disso, há que se aplicar o que diz o artigo 371, inciso III, do Código de Processo Civil, o qual dispõe que a autoria do documento é normalmente identificável por meio da assinatura, salvo nos casos em que o documento não tenha por hábito ser assinado. Desta forma, está resolvido parcialmente, o problema da validade do contrato eletrônico e da prova de sua autoria, sem a necessidade de maior intervenção da lei, mas persiste o problema da veracidade de seu conteúdo, que é absolutamente passível de adulteração, sem deixar qualquer rastro. Nesse sentido, a possibilidade da utilização de assinatura digital, ou criptografia, merece muita consideração, o que impossibilita, tecnicamente, a modificação do conteúdo do contrato eletrônico, tornando-o plenamente eficaz. Deve-se destacar que todo contrato eletrônico necessita ter dois pressupostos para ser legítimo, quais sejam: Autenticidade: caracteriza-se como um processo confiável através do qual se possa garantir a real autoria dos termos de um contrato eletrônico. O documento verdadeiro é aquele que não deixa qualquer dúvida quanto ao reconhecimento de seu autor. Integridade: configura-se como a possibilidade de demonstrar a integridade do contrato eletrônico após sua transmissão, e ainda apontar possível modificação de seu conteúdo. Em outras palavras, o documento completo é aquele que dá certeza de que não sofreu qualquer alteração. Dr. Christovam Castilho Júnior Advogado. Adaptado para a Revista Espaço Cidadão por João Geraldo Frose

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EDUCAÇÃO

Uma luz sobre o Autismo A intervenção precoce pode fazer uma grande diferença no desenvolvimento da criança, influenciando como ela agirá e se comportará no futuro

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urante décadas, predominou o conceito de que o Autismo era uma doença psicológica, a qual se baseava na dificuldade de relacionamento entre mãe e filho e, consequentemente, a criança não teria um desenvolvimento normal. Atualmente podemos conceituar como sendo uma disfunção neurológica de base orgânica, que afeta a sociabilidade, a linguagem, a capacidade lúdica e a comunicação. Caracteriza-se por dificuldades significativas na comunicação e na interação social, além de alterações de comportamento, expressas principalmente na repetição de movimentos, como balançar o corpo, rodar uma caneta, apegar-se a objetos ou enfileirá-los de maneira estereotipada. Todas essas alterações costumam aparecer antes mesmo dos três anos de idade, em sua maioria, em crianças do sexo masculino. O desenvolvimento da fala, nessas crianças, é lento e anormal, senão ausente, caracterizando-se pela

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repetição daquilo que é dito por terceiros ou pela substituição das palavras por sons mecânicos. Pode-se associar o autista ao retardo mental, visto que em estudos mostra-se que, em cerca de 70% dos casos, poucos indivíduos apresentam Q.I. acima de 80. Para o autista, o relacionamento com outras pessoas costuma não despertar interesse. O contato visual com o outro é ausente ou pouco frequente e a fala, usada com dificuldade. Algumas frases podem ser constantemente repetidas e a comunicação acaba se dando, principalmente, por gestos. Por isso, evita-se o contato físico no relacionamento com o autista, já que o mundo, para ele, parece ameaçador. Insistir neste tipo de contato ou promover mudanças bruscas na rotina dessas crianças pode desencadear crises de agressividade. Para minimizar essa dificuldade de convívio social, vale criar situações de interação. Respeitar o limite da criança

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autista, ser claro nos enunciados, ampliar o tempo para que ele realize as atividades propostas e sempre comunicar mudanças na rotina antecipadamente. A paciência para lidar com essas crianças é fundamental, já que pelo menos 50% dos autistas apresentam graus variáveis de deficiência intelectual. Alguns, ao contrário, apresentam alto desempenho e desenvolvem habilidades específicas, como ter muita facilidade para memorizar números ou deter um conhecimento muito específico sobre informática, por exemplo. Descobrir e explorar as ‘eficiências’ do autista é um bom caminho para o seu desenvolvimento. Por ser de uma população em que as deficiências individuais são muito diferentes, cada paciente exige uma compreensão específica, e requer que ele seja atendido por uma equipe multidisciplinar, como terapia fonoaudiológica, fisioterapia, acompanhamento psicopedagógico e terapia ocupacional. Devem trabalhar de forma harmoniosa para diminuir o stress do indivíduo. Os tratamentos do autismo geralmente são programas intensos e abrangentes que envolvem a criança, a família e os profissionais. Cabe ressaltar que o estímulo é de fundamental importância, visto que na sua ausência o quadro evolui para deficiência mental. Graças ao avanço da medicina, através de estudos e pesquisas, sabemos hoje que o Autismo é uma doença de disfunção neurológica orgânica, identificável através da neuro imagem, por estudos anatomo-patológicos, pela ressonância magnética funcional e outros, sendo possível que a maioria dos autistas sejam tratados com medicamentos. Algumas especificações clínicas-sintomatológicas estão expostas no quadro a seguir.

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Déficits atentivos

• Não olha, quando apontamos para algo. • Inspeção visual curta com varredura pouco ocorrente e pobre. • Atenção multifocal com muita inabilidade em restringir-se ao foco contextual relevante. • Interrupções súbitas de atos e condutas iniciadas ou em trabalho. • Interesses auditivos e/ou visuais circunscritos, fásicos, alternados ou aleatórios.

Déficts e características interativas e comunicativas

• Isolamento social. • Pode haver rejeição do seio materno com boa aceitação da mamadeira. • Não estendem os braços, para serem pegos no colo, quando bebês. • Pouco interesse em assentar-se e olhar para o meio ambiente, mesmo quando há capacidade motora para tal. • Não mostram coisas ou compartilham situações prazerosas com os pais. • Alterações entonativas na emissão verba.

Déficits compreensivos

• Incompreensão de regras sociais. • Não demonstra entender gestos sociais convencionais. • Não cumpre ordens auditivas puras e, às vezes, nem com a presença do apoio indicativo gestual. • Compreensão através de termos isolados do enunciado de entrada com desprezo dos termos sintáticos. • Não diferencia contextos afetivos-emocionais dos enunciados. • Não amplia o significado das palavras que ouve.

Déficits cognitivos

• Tende a uma atuação prática sobre os objetos, monótonas e repetitivas, sem caráter funcional. • Não demonstra nem mesmo condutas simbólicas simples. • Não imita. • Tendência a pensamento concreto. • Tendência a condutas auto-estimulatórias. • Resistem à aprendizagem.

Déficits perceptivos

• Muitos não decodificam material pictórico bidimensional. • Dificuldade em associar o material concreto com seu correspondente bidimensional. • Hiper ou hiporreatividade a sons. • Não olha, quando é chamado pelo nome. • Preferência por receber inputs táteis, somestésicos e proprioceptivos.

Déficits comportamentais gerais

• Resistência a mudanças (rotas, disposição de móveis, etc). • Tendência a apegos (objetos). • Rituais estereotipados e interesses circunscritos (balança o corpo involuntariamente). • Ausência de noção de perigo. • Medos, risos e choros imotivados. • Auto e heteroagressão. • Movimentos estereotipados. • Condutas apragmáticas. • Hiperatividade.

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EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO

Ilustração: Alessandro Mendes Dutra

Cuidados com o pequeno passageiro C adeiras de segurança devem fazer parte da vida do pequeno passageiro desde a saída da maternidade até que ele possa usar o cinto de segurança. Quando corretamente instaladas, protegem a criança contra freadas repentinas e acidentes no trânsito. A legislação brasileira (Resolução do Contran nº 277/08) determina os tipos de dispositivo descritos na tabela da página ao lado. Leia o manual de instrução da cadeira de segurança e do seu veículo cuidadosamente para uma instalação correta. E, se possível, antes de comprar, veja se o modelo é apropriado para o cinto e assento do seu carro. Veja alguns cuidados: - A cadeira de segurança deve estar bem presa ao assento do carro, através do cinto de segurança. Ela não pode mover mais de 2cm de um lado para o outro. - O banco da frente deve ser a última opção para instalar a cadeira de segurança, principalmente nos carros que possuem air bag de passageiro. Caso seja inevitável, afaste

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Tipo de assento

Idade

Posição

Bebê conforto ou conversível

Crianças até 1 ano de idade

No banco traseiro do veículo, virado de costas para o motorista.

Cadeirinha

Crianças com idade superior a um ano e inferior ou igual a quatro anos

No banco traseiro do veículo, virada de frente para o motorista.

Assento de elevação ou booster

Crianças com idade superior a quatro anos e inferior ou igual a sete anos e meio

No banco traseiro do veículo, virada de frente para o motorista.

Cinto de segurança

Crianças com idade superior a sete anos e meio e inferior ou igual a dez anos deverão utilizar o cinto de segurança do veículo

No banco traseiro do carro, com o cinto de três pontos passando pelo ombro, peito e quadris.

o banco dianteiro o máximo possível do painel do veículo e desative o air bag. - Não utilize uma cadeira de segurança que tenha sido envolvida em acidente, ela perde seu potencial de proteção. - Certifique-se de enviar o cartão de registro ao fabricante para que seja notificado em caso de quaisquer problemas ou convocações. Esteja atento ao selo de certificação de Padrões de Segurança (Européia ou Americana). O Brasil possui a NBR 14400, norma que estabelece os requisitos de segurança de dispositivos de retenção para criança em veículos (cadeirinha e assento auxiliar), mas esta norma ainda não é obrigatória. Adquira sempre produtos certificados com o selo do INMETRO (consulte no site). - Nunca transporte mais de uma criança por cinto e nem carregue crianças no colo.

Crianças acima de 10 anos de idade

As condições para que uma criança viaje no banco da frente do veículo são:

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ter 10 anos ou no mínimo 1,40m de altura, pois para que fique segura usando o cinto, ela deve ter altura suficiente para sentar-se e dobrar seus joelhos na borda do assento sem deslizar. É importante certificar se os cintos de segurança do veículo encaixam nela corretamente. O cinto de 2 pontos deve ajustar de um lado a outro no quadril da criança, não no estômago. O cinto de 3 pontos deve cruzar no centro do ombro, não no pescoço ou garganta. Não deixe suas crianças colocarem o cinto de 3 pontos embaixo dos braços ou por trás das costas. Isto pode resultar em sérios acidentes.

Não utilize uma cadeira de segurança que tenha sido envolvida em acidente, ela perde seu potencial de proteção

Lembre-se também: - Use travas bloqueando a abertura interna das portas traseiras. - Mantenha os vidros levantados (deixando sempre uma pequena fresta para a ventilação em dias quentes). Ivonei Clauer Bozi Gestor em Trânsito

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RESPONSABILIDADE SOCIAL

O instinto natural de sobreviver e a empresa

O

homem, da espécie homo sapiens, é um ser racional e, em essência, possue o instinto natural de se defender e defender sua própria espécie, geralmente priorizando essa ordem. Desta forma, quando ele se sentir ameaçado provavelmente irá procurar maneiras para defesa o que, muitas vezes, resulta em ataques antes que ele seja atingido. Podemos entender que no mundo corporativo as coisas ocorram de maneira semelhante, onde para se manter no emprego, deva-se lutar com todas as forças, procurando, em alguns casos e situações, se manter neutro e, em outros, tomar partido numa determinada questão. A condição de se manter neutro é para garantir seu sustento e de sua família, porque por vezes é melhor ficar passivo e receber pelo seu labor, mesmo que seja mínimo, do que se expor e perder a garantia do emprego estável. Esta condição não deixa de ser a sua defesa, defesa em fazer o necessário para não perder o que já alcançou. Outros poderão ir contra a condição natural ao enfrentar a determinada questão e até optar por partir para novos horizontes. No passado, as grandes navegações dos séculos XV e XVI partiram assumindo o pressuposto de que haveria terras em outros lugares do planeta e de que a linha do horizonte não seria o limitador dos seus sonhos. A cada impulso em suas velas, foram chegando mais e mais perto da linha do horizonte a qual, sabemos por experiência, sempre estará ao alcance dos nossos olhos. Assim, independentemente de quanto queiramos chegar perto dela, sempre estará à nossa frente e, por mais rápido que naveguemos, nunca a alcançaremos. Da mesma maneira o homem deve procurar se expandir dentro de empresas. Assim como os navegadores do passado que, certamente em alguns momentos, fizeram cálculos concretos e, em outros, somente suposições. A parte concreta foi

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a construção dos navios que, apesar de serem pequenos para nossos padrões, suportaram as viagens pelo mar aberto, o qual não sabiam quão grande era. Podemos imaginar que tiveram que pesquisar novos métodos e tecnologias para a construção e é bem provável que houve sacrifícios para a concretização do projeto, talvez similar ao programa de enviar o homem a lua, ou mesmo construir um túnel debaixo do leito do mar. Sabe-se o que quer mas não se sabe ao certo como será o resultado, porque muitas variáveis acontecem em cada situação. Uma empresa, para ter sucesso e apresentar crescimento sustentável, depende de pessoas. São as pessoas que fazem acontecer e não as máquinas e equipamentos. Muitos dizem que é melhor investir em máquinas, robôs e outros do que em material humano. A diferença é que quando as máquinas tomam o lugar do homem, ainda assim pessoas devem estar presentes, porque a máquina trabalha sozinha, mas não é independente; ela necessita do homem para funcionar, para ser programada. Outro fator é que, antes, se tinha um funcionário de “chão de fábrica”, por vezes iletrado, e agora temos um profissional capacitado que, por regra, estudou para ter o mérito de trabalhar neste posto, porém com um salário maior. Mas ainda assim são as pessoas que fazem acontecer. São as pessoas que constroem e destroem. Pessoas que criam, copiam, estragam e desfazem. O ponto ainda continua sendo o homem. Máquinas trabalham em conjunto e em parceria, elas fazem conforme programado e pronto. O homem não. Cada um foi feito e programado de maneira diferente, cada um pensa diferente do outro. Cada um é um. Existe, é claro, um padrão comportamental, uma tendência em toda essa diversidade, que se reforça quando o

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assunto é sobrevivência e a necessidade de colaboração. Os conflitos começam quando um pensa diferente e quer impor sua opinião, a sua forma de trabalhar. Se o grupo não estiver coeso e a empresa não estiver bem fundamentada, é bem provável que alguém venha a perder, ou o funcionário, ou a empresa, ou o grupo, ou o dono da empresa. O homem é um ser social, que vive em grupo e para isso deve haver uma harmonia entre ele e o meio que vive. Numa empresa, como também no meio social, é necessário regras que garantirão a satisfação dos sócios, o pagamento de contas, a expectativa dos seus colaboradores e, óbvio, seja rentável, e mais: que seja vista com bons olhos pela sociedade e pela comunidade da qual faz parte. No organograma e fluxograma das empresas existem tarefas, funções, cargos. Existe uma hierarquia que se deve manter para que o grupo trabalhe em harmonia. Também se espera que todos cumpram com suas funções de acordo com o contrato assinado entre as partes. É a empresa que detém o capital, mas é o homem que detém o conhecimento. Não basta ter recursos financeiros se não houver recursos humanos capazes de multiplicar o investimento. Se a empresa não investir da mesma forma no capital humano como no de materiais é provável que a empresa não tenha vida longa. O poder do know-how pelo homem é maior do que o poder do dinheiro. Nessa visão cabe ao administrador ter a sensibilidade de lidar com os possíveis conflitos gerados dentro do ambiente de trabalho, onde pessoas pensam diferente, pois a empresa trabalha, ou deveria trabalhar, para que consiga o melhor de cada indivíduo, funcionando como se fosse uma engrenagem em perfeita

sincronia e, ainda, que busque sempre a inovação, trazendo benefícios para o hoje e o amanhã. Sabemos, através de publicações, estudos e até mesmo pela observação mais acurada de nosso círculo de amizades, que existe um percentual de pessoas que são e tem o espírito empreendedor, e outras que não as tem. Quando defendemos que os que ocupam cargos superiores em empresas devam estar atentos ao que está acontecendo nos níveis hierárquicos abaixo, é que pode ser que existam pedras de diamante bruto que, com sua interferência, poderão se tornar diamantes de valor extraordinário. Quando se frustra um empreendedor nato, como é de sua natureza, ele irá procurar onde pode se manifestar. Além da satisfação das necessidades básicas e de sobrevivência ele irá buscar meios para satisfazer sua vontade de procurar transformar o mundo onde ele vive. Esforçando-se para que o meio onde ele está seja transformado para melhor. Para isso procurará novos métodos de trabalho, e também desenvolverá novos produtos que satisfaçam as necessidades, ainda que latentes, de seus clientes. Portanto é de responsabilidade da empresa se empenhar para manter seus profissionais sempre atuantes e satisfeitos para que, como resultado, tragam não só soluções no dia-a-dia mas também, por quê não, surpreendam com inovações. O sucesso ou o fracasso de uma equipe depende da percepção do todo, pois cada um deve ser tratado como sendo único, caso contrário a empresa concorrente poderá valorizar esta “pedra de diamante bruto”, atraindo-a para sí. João Geraldo Frose Redação Revista Espaço Cidadão

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