Revista Espaço Cidadão # 01

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Distribuição Gratuita

Venda Proibida Revista de circulação bimestral

Santo Antônio da Platina - PR – ano I – nº 1 – Janeiro de 2007

CIdadania

Não Perca a Capacidade de Indignar-se Legislação

Violência Doméstica e Familiar Contra Mulher

Água

O Papel desta revista é Reciclável

Até o ano 2025, dois terços da população mundial poderão sofrer com a escassez desse importante recurso natural


Estas são as empresas parceiras do Copadesc e do Credinorte que contribuíram para chegar mais perto do objetivo em melhorar a qualidade de vida do nosso próximo e com o nosso meio ambiente. Obrigado pela oportunidade de ter vocês como empresas parceiras dos nossos projetos Nossos mais sinceros agradecimentos aos colaboradores, voluntários e às empresas que não mediram esforços para juntos alcançarmos esta parte importante do Projeto Espaço Cidadão, que dará condição de realizar muitas atividades no decorrer do ano de 2007.

AÇOUGUE FILÉ DE OURO • AÇOUGUE MINARDI • ÁGILE EQUIPAMENTOS ODONTOLÓGICOS • AGRONORP • AQUARELA ENCHOVAIS • AUTO MECÂNICA CORSINI • AUTO PADRÃO • AUTO PEÇAS BEIRA RIO • BELLA CENTER • BELLADONA FÓRMULAS • BISCOITOS NALESSO • BORDIGNON SHOPPING DA CONSTRUÇÃO • BOYLANCHES • BRANDÃO MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO • BRUM PAPELARIA • CARPATHYA • CONSULTORIA E ASSESSORIA • CARTÓRIO REGISTRO • CASA DA ESQUINA • CASA DO DOCE • CASA DO LAVRADOR • CASA FOGAÇA • CASA MARECHAL • CASA TINTAS SANTOS • CÉLIO MARTELINHO DE OURO • CENTER GÁS • CHAMARIZ MODAS • CHICO’S RESTAURANTE • CIA. DO CORPO • CLÍNICA MOVIMENTO • CLÍNICA SÃO FRANCISCO • CLINIMED • CONSELHO MUNICIPAL DO MEIO AMBIENTE DE SANTO ANTÔNIO DA PLATINA • CONSTRUTORA BOTARELLI • CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO SÃO FRANCISCO • CONTATO’S DESPACHANTE • CRIATIVA MODAS • DENTISTAS SORRISO • DESIGNSTUDIO • DIAGSON • DINEY CABELELEIRO • DONA NENA • DR. CLAUDINEI DE OLIVEIRA • DR. FÁBIO PATRIAL • DR. MÁRIO GÂNDARA • DRA. JACQUELINE G. MOREIRA AUERSVALD • DRA. VERUSCHKA BOSS VIEIRA • DRA. VIRGÍNIA SANDRA BRITTA • EMPRESA PRINCESA DO NORTE • ERIGESSO • ESCRITÓRIO DO AIRTON FOGUINHO • EXTINPEL • FARMACEM • FARMACENTRO • FARMÁCIA ROMILDO • FAZENDA NOVA FLÓRIDA • FLORICULTURA VÂNIA • FONOAUDIÓLOGA ANA CLÁUDIA MENDES DUTRA FROSE • FORT CENTRO AUTOMOTIVO • FOTO SAGAE • GÁS 2 IRMÃOS • GERAÇÃO CRESCENTE • GOLL LINHAS ESPORTIVAS • GRÁFICA IDEAL • H.R.S. BAIÃO • HOTEL KANÔA • IGREJA METODISTA • IMOBILIÁRIA PORTAL DO SOL • INEDLA • INSTITUTO MUSICAL • INTERCEPTOR • JAIME MENDES • JL DIESEL • LABORATÓRIO DRA. GLAIR • LC MÓVEIS • LOJAS IPIRANGA • LUIZA VILLAGE HOTEL • LUZ DE LUA • MACARRÃO NET • MALHARIA DUAS NAÇÕES • MARMORARIA ROMANO • MEDCLÍNICA • MENINO DA PORTEIRA • MITTIS CALÇADOS • MOTO SHOPPING • MÓVEIS ADELINO • NOVO PISO DECORAÇÃO • ODONTODOC • ORTODON • ÓTICA VILLANI • PANIFICADORA PRETTAS • PANIFICADORA FREEPAN • PAPELARIA AQUARELA • PAPELARIA NOVO MUNDO • PEDREIRA REZENDE • PHARMATIVA • PIPELINE PISCINAS • PIZZARIA BAYUKA • PLÁSTICOS ORMENEZES • PLATICALÇADOS • PLATIFERRO • PLATINATRUCK • PLATIPISO • PLATITURBO • PLHORATA • PONTUAL CARIMBOS • PONTUAL DESPACHANTE • POSTO CAÇULA • PREFERENCIAL AUTO ESCOLA • PROFESSOR ODAIR • PROMOÇÃO HUMANA • PROTÉGÉ ALARMES • QUALLIPRINTING • RAIO DE SOL • REAL VEÍCULOS • RODOVIÁRIO AFONSO • S.O.S CARTUCOS E TONERS • SAMP FIAT • SCHMIDT HONDA • SERRALHERIA RAMOS • SKINÃO RESTAURANTE • SP INFORMÁTICA • STAR NOIVAS • SUPERMERCADOS AVENIDA • TOYSAN • ULTRAGAZ • VEÍCULOS 2000 • VIDRAÇARIA PLATINENSE • YAZAKI


ESPAÇO DO CI DADÃO

U

ma investigação popular indicaria fatalmente a reprovação total dos caminhos que os governantes vêm impondo ao País nos últimos tempos. Urge que os responsáveis tomem consciência desta verdade, antes que seja tarde. Para se evitar uma grande tragédia é necessário precaver o povo dos bens essenciais à sua existência. É preciso que o operário, o camponês, o comerciário, o prestador de serviços ganhe o pão com o suor do rosto e esforço exclusivamente à audácia de aventureiros insensíveis, arbitrários e desumanos exploradores. Dos grandes mestres devemos aprender as lições. Eles ensinam que, para se evitar as grandes tragédias geradas pelas doutrinas nefastas, é necessário que se erga quem esta de joelhos e não se procure abater quem ainda permanece e se mantém de pé. Vivemos num país cheio de virtudes, colorido e repleto de deslumbrantes belezas. Próspero de talentosos artistas, atletas, escritores, músicos, poetas, etc. Vibrante pelas mãos operárias geradores de grandes riquezas. Universal na simpatia, na alegria do povo, nos carna-

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vais, no folclore, na música e na dança. Hospitaleiro na aceitação e acolhida de todos os povos, de todas as raças, de todas as cores. Democrático no respeito

Não se esqueçam os governantes que a maioria esmagadora do povo reprova os rumos que vêm sendo impostos ao País a todas as ideologias políticas, internas ou externas. Pacífico porque procura sempre, para soluções dos seus conflitos, os caminhos da paz. Amigo porque estende com humildade a mão a todos os povos e nações do mundo. Idealista porque acredita que a felicidade e a paz universal só se conquistam através das relações harmoniosas e pacíficas. Perseverante porque jamais se entregou ao desânimo ou se recusou acreditar no grande futuro e na felicidade de seu povo. Justo porque despreza o colonialismo dominador e

não almeja, pela aventura, tomar o que não lhe pertence. Tolerante porque acredita que os problemas da violência brutal não se solucionam com respostas extremas e mais radicais do que aquelas que se pretendemos eliminar. Solidário mesmo quando ainda em dificuldades, tem dado invejáveis demonstrações de solidariedade humana nas tragédias que atingem a humanidade. Afinal, o que falta para conquistarmos a felicidade a que temos direito e que nos vem sendo negada? Não se esqueçam os governantes que a maioria esmagadora do povo reprova os rumos que vêm sendo impostos ao País. O alvo principal da política. Deve tornar cômoda a vida e contentar os povos. Nesse sentido, não ousaremos de dizer não aos que teimam em humilhar o País com inaceitáveis espoliações. Vamos votar pelo caminho da paz e prosperidade, evitando que o Brasil continue fora de rota. Artigo retirado do livro Retrato de um Emigrante – Dr. Jorge da Silva Pimenta

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E s pa ço d o s

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Poderes

Direito do Consumidor Aprenda a fazer uso deste conjunto de leis que é uma arma indispensável para o cidadão consumidor combater o mau produto, o mau atendimento, o mau serviço, etc

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Até isso o CDC responde logo no artigo 2º: “Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final”. Ou seja, uma empresa também é consumidora, sim, quando compra algo para o seu consumo, por exemplo: produtos de limpeza.

ou serviços. Confira os casos mais comuns: • Preços diferentes nas gôndolas e na caixa registradora dos supermercados; • Produtos com prazo de validade vencido ou sem a data de vencimento; • Mercadorias expostas na vitrine sem o preço; • Preços diferentes no pagamento à vista, dinheiro, cheque ou cartão de crédito; • Imposição de limite mínimo para a venda no cartão de crédito; • Produtos importados com bula, rótulo ou manual sem a tradução para a língua portuguesa; • Postos de combustíveis sem tabela de preços; • Financiamentos sem explicitar o número de prestações, valor total à vista, valor total a prazo e valor dos juros cobrados; • Propaganda enganosa.

DIREITO DO CONSUMIDOR

DEVERES DO CONSUMIDOR

Código de Defesa do Consumidor (CDC) - Lei nº 8.078 de 11/09/1990, é uma arma indispensável que o cidadão consumidor tem para o combate do mau produto, o mau atendimento, o mau serviço, etc. Na verdade todos os cidadãos deveriam tomar parte e conhecer a fundo a Lei, saber quais são seus direitos e quais seus deveres, antes de realizar uma compra e mesmo antes de firmar um contrato.

Mas afinal, quem é o consumidor?

Os consumidores têm o direito de denunciar estabelecimentos comerciais quando se sentirem prejudicados por eles na aquisição de bens, produtos

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• Exigir sempre as notas fiscais; • Exigir um contrato ao solicitar prestação de serviço; • Solicitar os termos de garantia de serviços e

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produtos por escrito e definidos em contrato; • Pedir o manual ou o rótulo de qualquer produto em língua portuguesa; • Guardar os recibos para comprovar os pagamentos efetuados; • Colocar no verso do cheque a data combinada para a compensação (caso seja pré-datado) e a que ele se destina; • Não se esquecer que as lojas de roupas são obrigadas apenas a trocar peças com defeitos

Reproduzimos o Art. 6º que diz respeito aos direitos básicos do consumidor, Lei nº 8.078. I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações; III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem; IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços; V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas; VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

F onte: http://portalamazonia.locaweb.com.br/sites/portalcidadao/noticia. http://www.mj.gov.br/DPDC/servicos/legislacao/cdc.htm

Colaboração: Dr. Mário Gândara – Advogado

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Índice

07 Meio Ambiente

A riqueza natural da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas tem sido, ao longo dos anos, a mais prejudicada do Estado.

08 A Água

Em artigo assinado o autor ressalta que até 2025 dois terços da população mundial sofrerão com a escassez da água.

10 Saúde

O diabete tem sido um vilão cada vez mais combatido pelas pessoas. Veja os tipos existentes e as possíveis complicações.

13 Cidadania

Entenda que o ser humano é o criador, a razão e o agente da cidadania.

16 Legislação 1

Juíza de Direito de Santo Antônio da Platina, Dra. Maristella Carvalho, aborda conteúdo da lei que fala dos direitos dos adolescentes.

18 Legislação 2

Lei beneficia a mulher diante de agressões masculinas e garante o resgate de sua dignidade.

21 Educação

A criança se socializando com o meio escolar: os primeiros passos.

24 Responsabilidade Social Empresarial

Mudanças no perfil econômico e empresarial das duas últimas décadas abrem espaço para uma reflexão necessária do envolvimento de cada empresa com a responsabilidade social.

28 Inclusão Social 33 Instituições

Igreja Metodista iniciou oficialmente suas atividades em Santo Antônio da Platina em 25 de dezembro de 1931 e comemora o jubileu de diamante ao completa 75 anos de ministério.

36 Esporte

Saiba como os exercícios físicos podem ajudar numa vida mais saudável para o diabético.

38 Comunidade

Veja os oito objetivos esperados para que o ser humano possa viver melhor no futuro.

revista

Expediente

Empresa Bordignon abre as portas para a inclusão social e emprega funcionário com deficiência auditiva.

espaço

cidadão PRODUÇÃO:

COPADESC - Consórcio para Proteção e Desenvolvimento Sustentável e Sociocultural da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas CNPJ 05.947.410/0001-68 CREDINORTE - Sociedade de Microcrédito, Pesquisa, Empreendedorismo e Desenvolvimento Sustentável do Norte Pioneiro CNPJ 06.145.187/0001-06 INICIATIVA: PONTO FINAL - Conselho Pioneiro Para a Ética, Cidadania e Transparência. PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Alessandro Mendes Dutra, João Geraldo Frose, Meliza Ramos, Wilson Néspoli CONSELHOS: COPADESC - João Geraldo Frose CREDINORTE - João Geraldo Frose PONTO FINAL - Fábio Patrial Jornalista Responsável: Fábio Galhardi (processo de solicitação de MTb e sindicalizando em Sindicato dos Jornalista em Londrina - em andamento). Contato: (43) 3558-1937

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MEIO AMBIENTE

Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas

A

Itambaracá Bandeirantes

O Norte Pioneiro do Paraná era conhecido no passado pela riqueza da terra roxa e pelo plantio do café. O manejo de agrotóxicos, a ausência de sistemas de esgotos, o desmatamento indiscriminado das matas ciliares e a má utilização dos recursos hídricos desde o século XIX, no entanto, fez da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas uma das áreas mais degradadas do estado.

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Barra do Jacaré

Jacarezinho Ribeirão Claro

MONTE REAL

Santa Amélia

Bacia hidrográfica do Rio das Cinzas abrange uma área de 9,6 mil quilômetros quadrados, com sua nascente na Serra de Furnas. Após percorrer 240 quilômetros ele recebe pela margem esquerda o seu principal afluente Rio Laranjinha e pela margem direita seu principal afluente é o Rio Jacarezinho, com 78 quilômetros de extensão.

História

Cambará Andirá

Santo Antonio da Platina

Abatiá

PLATINA

Ribeirão do Pinhal

R E P R E SA DE X AVA N T E S

Joaquim Távora Guapirama

Jundiaí Conselheiro Mairinck

Carlópolis

Quatiguá Tomazina

Jaboti

Siqueira Campos

Salto do Itararé Santana do Itararé

Japira Ibaiti

R I O DAS CI N Z AS

Com uma área de 9,6 mil km2, a Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas é uma das mais degradadas do estado

Wenceslau Braz

São José da Boa Vista

Pinhalão Curiúva Ventania

Calógeras

Arapoti

Sengês

Jaguariaíva

Piraí do Sul

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MEIO AMBIENTE

A água nossa de cada A

Se não houver uma mudança rápida e efetiva na política mundial da água, até o ano 2025 dois cada dia aumenta a freqüência de noticias e preocupações em relação ao meio ambiente: queimadas, poluição do ar, desmatamentos, destruição de florestas e principalmente fatos relacionados à água como: poluição por esgoto doméstico, vazamentos de óleo, resíduos industriais e agroquímicos, assoreamento de rios devido a desmatamentos clandestinos e destruição de matas ciliares, causando aumento da ocorrência e da gravidade das enchentes, reservatórios destinados ao abastecimento das populações com cada vez menor quantidade e qualidade de água disponível. Juntamente com o aumento da quantidade destas noticias, cresce a preocupação com a disponibilidade desta água para um futuro bastante próximo. Esta mesma água, que até bem pouco tempo era tratada com o descaso de um recurso natural que seria renovável e inesgotável, hoje está recebendo a importância que lhe é devida, por ser um recurso essencial à vida ao desenvolvimento econômico e ao bem estar social e que não pode continuar sendo utilizada de forma indiscriminada como até hoje. Existem previsões de que se houver uma terceira guerra mundial, esta seria pela disputa da água. Por quê? De onde vem toda essa preocupação se dois terços da Terra são formados pela água? Na verdade menos de 1% de toda essa água existente esta disponível, já que apenas 2,68% desta é doce, e existe uma demanda mundial crescente pelo seu uso. A população do planeta levou um milhão de anos para chegar a três bilhões de habitantes e apenas 40 anos para dobrar esse numero. A previsão é de que em 2050 deverá atingir nove bilhões de habitantes. O consumo de água cresceu sete vezes no século XX. Nos últimos 50 anos, o consumo passou de um trilhão para quatro trilhões de litros por dia e esse consumo dobra a cada 20 anos. Juntamente com a disponibilidade de água e o aumento da população, devemos considerar também a porcentagem de terras cultiváveis no mundo (que é de 11%), pois são nessas terras que terão que ser produzidos os alimentos para essa crescente população mundial. A China, por exemplo, tem 22% da população mundial e apenas 7% das terras cultiváveis do planeta, o que a torna um país com forte tendência de importação de alimentos. A única região com potencial de uso de água e terras excedentes é a América do Sul, onde o Brasil tem 53% da água disponível do total latino-americano e 12% do total mundial. Por outro lado, a escassez de água, tanto em termos de

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qualidade (devido à poluição) quanto de quantidade (gerando conflito entre os usuários), já é uma realidade para um terço da população mundial. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 25 mil crianças de 0 a 5 anos morrem diariamente em todo mundo por causa de água contaminada. No Brasil, esse número é de 21 mil crianças todo ano. Essa escassez já fez aumentar a necessidade de importação de alimentos de vários países da Ásia. Mas essa não é uma realidade apenas em países muito distantes, pois na região de Guaíra, no interior do Estado de São Paulo, que já possuiu uma das maiores concentrações de áreas irrigadas do País, a falta de planejamento e de critérios para o uso da água gerou vários conflitos entre os irrigantes em razão da escassez da água. Muitos deles chegaram até a abandonar a atividade ou transferi-la para outras localidades. Prevê-se que, se não houver uma mudança radical, até o ano 2025 dois terços da população mundial sofrerão com a escassez desse importante recurso natural. Todos tem sua parcela de contribuição a oferecer; a população em geral, www.copadesc.org.br


dia preservai hoje

terços da população mundial sofrerão com a escassez desse importante recurso natural evitando o desperdício; as indústrias, com o tratamento de seus resíduos antes de lançá-los nos rios; as administrações públicas, com tratamento de esgotos urbanos e saneamento básico; os agricultores, com o uso correto de agroquímicos e com a preservação de nascentes, mananciais e matas ciliares; e os profissionais que atuam em todas as áreas que possam ter alguma relação com o meio ambiente, oferecendo orientação e educação ambiental, despertando nas pessoas a conscientização para assuntos relacionados à preservação da vida em nosso planeta, que depende diretamente da existência e da preservação da qualidade da água.

Distribuição e consumo da Água 2/3 da superfície da Terra é água. 3% desta água é doce, que se distribue conforme o gráfico (em %): Gelos e geleiras Águas subterrâneas Lagos e rios Umidade do solo e vapor atmosférico

77,39 22,03 0,37 0,20

Evolução do consumo desde 1.900 km3 5.000

Uso Urbano - 7% Uso Industrial - 23% Uso Agrícola - 70 % *

4.000 3.000 2.000 1.000

Artigo elaborado pelo Eng. Agr. Evandro Nei Oliveira.

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1900

1925

1950

1975

2000

* Porcentagens de consumo atuais

Apesar de o Brasil ter aproximadamente 12% de toda a água doce do planeta, 22 milhões de pessoas não têm acesso a água de boa qualidade

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Saúde

Diabetes Mellitus No Brasil, o Diabetes acomete 10% da população entre 30 e 69 anos, atingindo até 10 milhões de pessoas. Infelizmente, apenas 5 a 6 milhões conhecem sua situação

A

s diabéticos, ou seja, pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose (açúcar) no sangue podem apresentar: sede excessiva, vontade de urinar diversas vezes, perda de peso (mesmo sentindo mais fome e comendo mais do que o habitual), fome exagerada, visão embaçada, infecções repetidas na pele ou mucosas, machucados que demoram a cicatrizar, fadiga (cansaço inexplicável), dores nas pernas por causa da má circulação. Em alguns casos não há sintomas, podendo a pessoa demorar muitos meses, às vezes anos, para descobrir a doença. O diabetes pode ser separado em três tipos, o primeiro deles é o diabetes Tipo 1 que aparece como resultado de uma destruição das células produtoras de insulina e seu tratamento consiste na aplicação diária de insulina, dieta e exercícios, uma vez que o organismo não produz mais o hormônio. A alimentação é muito importante, pois pode contribuir para a elevação dos níveis glicêmicos (açúcar), assim como os exercícios físicos que ajudam a baixar a glicemia, diminuindo, a necessidade de insulina. Sabe-se que o diabetes do tipo 2 possui um fator hereditário maior que no tipo 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos e na maioria das vezes maiores de 40 anos. Neste tipo de diabetes o problema está na incapacidade de absorção de glicose pelas células musculares e adiposas e assim, não conseguem metabolizar a glicose em quantidade suficiente da corrente sangüínea (resistência à insulina). O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina. O diabetes gestacional é a alteração das taxas de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na gravidez. Podendo persistir ou desaparecer após o parto. O tratamento do diabetes gestacional tem por objetivo diminuir o risco de peso elevado do bebê ao nascimento, evitar a queda do açúcar ao nascer (hipoglicemia) do bebê e diminuir a taxa de cesáreas. Os fatores de risco são: idade acima de 25 anos, obesidade ou ganho excessivo de peso na gravidez atual, deposição central excessiva de gordura corporal (gordura em excesso no tronco), história familiar de diabetes em parentes de 1º grau, baixa altura (1,50cm), crescimento fetal excessivo, hipertensão ou pré-eclâmpsia na gravidez atual, antecedentes obstétricos de morte fetal ou neonatal, de macrossomia. O tratamento correto do diabetes destina-se a manutenção de uma vida saudável, ou seja, manter a doença sob controle, glicemia dentro dos níveis fisiológicos (no jejum entre 80 e 110 mg/dl e níveis pós alimentares inferiores a 140 mg/dl). Afinal, como se sabe,

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o prolongamento da hiperglicemia (altas taxas de açúcar no sangue) pode causar sérios danos à saúde. Cuide-se bem e faça sua parte! Se, por acaso, você já estiver com o diagnóstico de alguma complicação crônica, saiba que existem tratamentos específicos irão ajudá-lo a levar uma vida normal. Conheça um pouco mais das possíveis complicações e não deixe de procurar um médico especialista, pois ele pode ajudá-lo a prevenir e tratar os malefícios desta doença:

Retinopatia Diabética Caracterizada por alterações nos vasos da retina, que podem causar pequenos sangramentos e, como conseqüência, a perda da visão. Exames de rotina podem detectar anormalidades iniciais, o que possibilita o tratamento ainda na fase inicial do problema.

ná-los todos os dias. Esse deve ser um hábito, principalmente para aqueles que sofrem de neuropatia. É importante também fazer caminhadas com regularidade ou outro tipo de exercício físico. Vícios como o fumo devem ser evitados. Só para se ter uma idéia, 95% de todas as amputações do pé acontecem em fumantes. É algo traumático, que deve ser evitado. O bom controle da glicose, somado à atividade física e medicamentos, combater a pressão alta, o aumento do colesterol e suspender o tabagismo são medidas imprescindíveis de segurança.

Nefropatia Diabética Constitui-se por alterações nos vasos dos rins, fazendo com que haja a perda de proteína na urina. É uma situação em que o órgão pode reduzir sua função lentamente, porém de forma progressiva, até a paralisação total. Contudo, esse quadro é controlável e existem exames para detectar o problema ainda no inicio. Os rins são órgãos muito sensíveis ao mau trato do nosso organismo. Funcionam como filtros no corpo humano com a importante função de eliminar, pela urina, as substâncias provenientes do metabolismo, que já não têm utilidade para as atividades orgânicas. Ao mesmo tempo, precisam manter outras substâncias que não devem ser descartadas, como as proteínas. Na fase inicial da Nefropatia Diabética, aparecem pequenas quantidades dessa proteína na urina. É comum que nesse estágio ocorra, também, o aumento da pressão arterial (hipertensão). Esta situação pode levar à insuficiência renal avançada. Na maior parte das pessoas com o diabetes, o bom controle das taxas de glicemia previne a Nefropatia. Por isso, o tratamento adequado do diabetes e o controle da pressão arterial são considerados fundamentais para evitar esta complicação, podendo, em alguns casos, até regredir o processo. É recomendável, também, o controle do colesterol, parar de fumar, ter uma dieta mais balanceada e até mesmo o uso de algumas medicações (sempre receitadas por um especialista). Caso já exista perda importante da função renal (insuficiência renal avançada), entrará em ação a diálise ou transplante.

Neuropatia Diabética Os sintomas irão depender e variar conforme o tipo de complicação e quais os nervos afetados, causando formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos, dores locais e desequilíbrio, estado de fraqueza e atrofia muscular, ocorrência de pele seca, traumatismo dos pêlos, pressão baixa, distúrbios digestivos, excesso de transpiração e impotência.

Pé Diabético Para as pessoas com diabetes, o pé merece uma atenção especial. Como são vulneráveis a ferimentos, é preciso examiwww.copadesc.org.br

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Saúde A presença excessiva de glicose no sangue aumenta ainda o risco do diabético contrair algum tipo de infecção. Isso ocorre porque os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate ao vírus, bactérias, etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia. Para piorar a situação, o alto índice de açúcar no sangue é terreno ideal para alguns invasores (fungos, bactérias, etc.). Ter uma vida saudável é um desafio para todos nós. O desenvolvimento dos recursos tecnológicos geralmente implica em tornar o indivíduo cada vez mais sedentário, assim como a necessidade da praticidade na preparação das refeições acarreta hábitos alimentares também pouco saudáveis. O segredo da boa alimentação consiste em adequar as preferências individuais com a quantidade e qualidade dos alimentos que farão parte da nossa dieta habitual. Existem algumas recomendações que podem ajudar a tornar sua alimentação mais saudável: Procure incorporar na sua dieta habitual a maior quantidade possível de alimentos ricos em fibras, tais como frutas e verduras que terão um papel fundamental na saúde do seu sistema digestivo. Procure diminuir a quantidade de gorduras (óleo, manteiga, creme etc.) e de carboidratos (massa e doces), dando preferência a alimentos grelhados e cozidos. Diminua a quantidade total de alimentos de cada refeição. Faça mais refeições ingerindo menos calorias de cada vez. Utilize leite e derivados (iogurte, queijos) desnatados ou light e prefira as carnes magras. Assim, você estará prevenindo o aumento do colesterol, além de controlar o peso. As leguminosas devem fazer parte do cardápio, pois contêm proteínas, ferro e fibras. Dê preferência aos temperos naturais, pois os industrializados contêm grande quantidade de sal. Os óleos mais saudáveis são os vegetais (canola, girassol, milho ou soja), porém evite frituras. E não se esqueça: se for comer uma sobremesa diet ou light, fique apenas com uma porção. Comer o dobro pode significar o mesmo que um doce super calórico. Colaborou: Dra. Ana Maria Marques Fracaro Mansano

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Cidadania

Não Perca a Capacidade de Indignar-se

O exercício da cidadania é o cidadão movendo o “motor” dos seus direitos. E isso somente acontece quando a pessoa se interessa em participar, em influir, em buscar a melhoria da vida para si e para os outros

E

m escrito anterior neste mesmo espaço nos ativemos em buscar definir o significado de cidadania e algumas de suas implicações. Agora a intenção é mais focada no exercício da cidadania. A cidadania só existe porque existe o cidadão. Percebe-se ainda que o cidadão seja, ao mesmo tempo, o criador, a razão e o agente da cidadania. De fato, o conjunto de direitos que confere à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo do seu povo vem sendo criado e desenvolvido no decorrer dos anos e ao custo de muita luta pelo próprio cidadão. Por outro lado é justamente o cidadão a razão final de tais direitos. Por fim, é também este cidadão o agente deste poder, ou, em outras palavras, ele tem a “força” para mover o “motor” daquele conjunto de direitos. Veja que palavras fortes e significativas: criador, razão, agente, poder. O exercício da cidadania é isso: o cidadão movendo o “motor” dos seus direitos. E isso somente acontece quando a pessoa se interessa em participar, em influir, em buscar a melhoria da vida para si e para os outros. Com o perdão da palavra, um corpo morto, por mais bonito e cheiroso que seja, não participa de nada, não é ativo em nada, não exerce influência alguma na

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Cidadania

Celebrar a cidadania é fazê-la funcionar. Conforme referido, alguém que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir possui a maravilhosa capacidade de indignar-se. E a indignação é a centelha que põe em funcionamento as forças morais da cidadania

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melhoria da vida das pessoas próximas a ele. Aliás, e a bem da verdade, as pessoas choram por um corpo morto: ele é a negação da existência. Nesse sentido, e voltando ao exemplo do motor, um “meio motor” é, num certo sentido, um meio nada. Considerando-se que o motor de um veículo tem finalidade certa –que é a de funcionar bem e gerar força para mover um automóvel–, o que alguém faria com um “meio motor”? Assim é a cidadania quando NÃO exercitada. Ela é um “meio motor”, ou, um meio nada; um corpo morto. De outro giro, quem perde com o não exercício da cidadania é o próprio cidadão e toda a coletividade. O cidadão possui família. Quando ele se cala sua família e a família dos outros padecem, todos padecem. Vale lembrar que há silêncio –inação– mais letal que o próprio grito errado.

Olhos para Ver e Ouvidos para Ouvir Todavia, quando um cidadão tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, arde em seu peito uma real e constante capacidade de indignar-se. Ah, este cidadão tem um motor inteiro e pronto para funcionar. Culto ou inculto, letrado ou iletrado, pobre ou rico, conhecido ou desconhecido, ele está cheio da capacidade

de indignar-se. De um jeito ou de outro ele irá exercitar a sua cidadania. Utilizará o quanto puder o conjunto de direitos que outros, antes dele, conquistaram pagando preço de muito suor, sangue e alguns até com a própria vida, pois, é certo que toda a conquista social tem um preço... ...que alguém pagou.

A Celebração da Cidadania Celebrar a cidadania é fazê-la funcionar. Conforme referido, alguém que tem olhos para ver e ouvidos para ouvir possui a maravilhosa capacidade de indignar-se. E a indignação é a centelha que põe em funcionamento as forças morais da cidadania. E aí acontece a celebração da cidadania: o cidadão, indignado, começa a “atear fogo” em outros corações. Ele se manifesta. Ele repudia. Ele grita. O criador, razão e agente da cidadania revolta-se. E os governos e governantes tremem. A criatura é recolocada em seu devido lugar porque o seu criador “acordou”. O cidadão estava deitado eternamente em berço esplêndido, mas, indignado, acordou. E ao acordar exigiu –não pediu– a responsabilização de todas as autoridades que ele mesmo, direta ou indiretamente, constituiu. Exigiu a justiça, a decência, a moralização de todos

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os que o servem. Exigiu ser bem tratado. Exigiu a exação na coisa pública. Exigiu o retorno de cada centavo que paga de tributo em benefício dele, de sua família, dos seus amigos e de toda a sua coletividade. Exigiu saúde, educação, segurança e respeito ao meio-ambiente. Exigiu de todos os servidores públicos, mormente os políticos, que de uma vez por todas cumpram com o seu papel, que é SERVIR e não serem servidos. Recentemente o Desembargador Dr. José Renato Nalini, do TJ/SP escreveu: “O terreno fértil para o avanço da delinqüência www.copadesc.org.br

é o esgarçamento moral; a falência dos valores; a política utilizada como forma de fuga da responsabilidade penal e de enriquecimento rápido; a educação cada vez mais inconsciente e imbecilizada” (“in” Consulex, nº 230, 15/08/06). O Desembargador tem toda razão. E justamente por causa disso é tempo de cada cidadão celebrar a cidadania.”Vem, vamos embora, que esperar não é saber...”.

Colaborou: Dr. João Antônio Santa Rosa - Advogado Janeiro de 2007 Espaço Cidadão

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Legislação

Controvérsias na Lei M A rejeição, por parte de alguns, ao Estatuto do Adolescente, gera polêmica ais uma vez me disponho a escrever sobre um assunto palpitante, porque gera uma série de dúvidas, e porque suscita muitas controvérsias entre aqueles que não aceitam os direitos dos adolescentes. Pois bem, a referida lei n° 8.069/90 trouxe inovações no tratamento dos menores de 18 anos, por considerá-los pessoas ainda em formação, mas talvez não tenha deixado claro que os deveres são idênticos àqueles cidadãos maiores. A vontade do legislador foi explicitar os direitos justamente porque foram constatados enormes abusos de tratamento, abandono e até exploração por parte daqueles que – a priori- só deveriam zelar e amar. Destarte a Lei atribui a família, depois à sociedade a as autoridades o dever de cuidar das crianças e adolescentes. Foram definidas ainda na lei mecanismos para abrandar eventual situação

de risco em que possam ser encontrados os menores. Quando os pais ou responsáveis que deveriam cuidar não se desincumbem desta tarefa divina, entra em ação um órgão criado pela Lei para defender os menores, qual seja o Conselho Tutelar, composto de 05 membros abnegados que deixam suas famílias – seguindo escala e plantões para agir em nome da Lei em favor daqueles que foram ofendidos. Todavia, a função do Conselheiro Tutelar não é a mesma da polícia, ele também só pode auxiliar mas não substituir a autoridade de pais e mestres, é comum que professores e diretores de escola queiram saber até que ponto podem contar com os Conselheiros, e, no mais das vezes acabam se frustrando. Os limites, os valores, os ensinamentos, as lições enfim devem ser ministradas por quem teve o privilégio divino de colocar no mundo aquele ser, a crise pela qual passa a família

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enquanto instituição Então de um lar desestru- adolescência, ela fica na “concentração” para ir turado, no qual pai e mãe não têm mais papéis até um baile, algumas vezes sem condições de definidos e harmônicos, dificilmente sairá uma chegar à própria festa e acaba seu fim de noite criança receptiva aos professores, e depois um tomando injeção do hospital. É sim um desabafo, adolescente bem resolvido (que me desculpem o por ouvir depois pais com filhos de menos de 13 paradoxo) e um adulto capaz anos virem em juízo e de também educar o próximo. dizerem – Doutora, não No fim de toda esta discreposso mais com meu Talvez devêssemos pância e encontra o Poder Jufilho! Ora, é comum primeiro definir o que diciário, o Ministério Público ouvir neste caso. De esperar e como incutir e as Polícias. Resolvendo, ao um juiz ou promotor: menos tentando, administrar se teve mais de uma nos menores valores vidas que não tiveram a chandécada para educá-lo e mais elevados para, ce real de dar certo. È claro ainda não foi possível que existem exceções, ou seja depois desta avaliação, a contento, nenhum jumenores que realmente tiverista irá ter sucesso em cobrar resultados ram todas as oportunidades e 15 minutos, ou mesmo não as abraçaram, forma bem 45 dias (prazo do interamados e não sabem retrinamento provisório no buir, não renderam o que a expectativa familiar caso de atos infracionais). exigia deles, porém estes equivalem a minoria Esta participação é um chamado, uma exordentre aqueles atendidos na Vara da Infância e tação, para que repensemos: o quê e como preJuventude. tendemos o futuro? Quais os sonhos queremos Talvez devêssemos, pais, professores, educa- ver realizados e até que ponto estamos dispostos dores, operadores do Direito, primeiro definir o a lutar por eles? O desprendimento dos pais não que esperar e como incutir nos menores valores tem limites, o amor também não, então que a mais elevados, para depois desta avaliação, coragem de incutir valores sadios, com fé em cobrar resultados. Deus possa iluminar a nós todos. Um pai ou mãe que bebe na frente do filho, Obrigada. e pior que desde muito pequeno dá espuma Dra. Maristella Andrade de Carvalho de cerveja para a criança experimentar e acha Juíza de Direito. graça da careta dela, depois se irrita quando, na

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Legislação

Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher Estima-se que mais da metade das mulheres agredidas sofram caladas e não peçam ajuda. Para elas é difícil dar um basta naquela situação. Muitas sentem vergonha ou dependem emocionalmente ou financeiramente do agressor

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esta edição contamos com a colaboração da bacharel em direito e oficial de Justiça, Gislaine Aureliano. Ela lembra, em seu artigo, que, com relação às penalidades aplicadas ao infrator (homem), o sistema ficou mais rigoroso. Na 38ª Delegacia Regional de Polícia (DRP), de Santo Antônio da Platina, a revista Espaço Cidadão foi informada que nos oito primeiros meses de 2006 foram constatados o registro de 31 lesões corporais sofridas por mulheres, dando uma média de quatro lesões por mês. Uma das funcionárias disse que em muitos casos o homem e a mulher chegam àquela unidade e, no momento de registrar o boletim de ocorrência, a mulher entende ser melhor não prosseguir com o termo circuncidado que é encaminhado para o Fórum e se submete a continuar recebendo algum tipo de agressão. No dia 22 de setembro de 2006 entrou em vigor a Lei nº 11.340, publicada em 07 de agosto de 2006 e que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher. A Lei dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. É necessário, agora, que cada município tenha paciência para aguardar a instalação da sede de assistência.

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Artigo A Lei 11.340, publicada em 07 de agosto de 2006, entrando em vigor 45 dias após, coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher. É uma inovação no mundo jurídico, na vida do homem e da mulher. Digo que é uma novidade para o mundo jurídico porque os procedimentos são diversos, as penalidades mais sistemáticas, não existem tantas regalias ao homem quando pratica tal atitude delituosa, há a criação de Varas Especializadas para a punição destes crimes. Quanto à atividade policial, pode-se dizer que ao tomar conhecimento da ocorrência adotará, de imediato, as providências legais cabíveis, garantindo à mulher a proteção necessária, comunicando o caso ao Agente Ministerial e ao Poder Judiciário; se preciso for, terá que encaminhá-la ao hospital para o devido atendimento médico; fornecer transporte para a ofendida e a seus dependentes ao abrigo ou local seguro; colaborar com a ofendida para a retirada de seus pertences do local da ocorrência, dentre outros. Recebido o expediente, o juiz, dentro do prazo legal, decidirá sobre as medidas protetivas de urgência, que poderão ser concedidas de imediato independentemente de audiência das partes e de manifestação do Agente Ministerial, devendo apenas este ser comunicado prontamente.

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Com relação às penalidades aplicadas ao infrator (homem), o sistema ficou mais rigoroso, tendo em vista que não poderá mais ser beneficiado pelo Juizado Especial Criminal; é proibida a aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa. A ofendida (mulher) será beneficiada pela Assistência Judiciária Gratuita ou Defensoria Pública, nos termos da lei, tanto na sede policial e judicial, mediante atendimento específico e humanizado. Enquanto não forem criados os Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, é preciso saber que haverá a acumulação pelas varas criminais. Posto isto, é preciso que os homens praticantes desses crimes tomem conhecimento da nova lei a fim de que saibam que não existem mais benefícios a serem aplicados a eles, muito pelo contrário, agora a lei a ser aplicada é bem rígida e não privilegia ninguém. Praticou o crime contra a mulher, será punido de acordo com a nova legislação. Sem benefícios e nem privilégios. Que assim seja feita a vontade do legislador! Gislaine F. de Oliveira Mascarenhas Aureliano - Oficial de Justiça

A Lei 11.340 coíbe a violência doméstica e familiar contra a mulher. É uma inovação no mundo jurídico, na vida do homem e da mulher

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Legislação

O ECA está em plena adolescência O famoso Estatuto da Criança e do Adolescente, conhecido como ECA completou, no dia 13 de julho, 16 anos. A Lei n° 8.069 no seu Art. 1° dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente

A

partir do Estatuto, crianças e adolescentes brasileiros, sem distinção de raça, cor ou classe social passou a ser reconhecidos como sujeitos de Direitos, considerados em sua condição de pessoa em desenvolvimento e a Quem se deve prioridade absoluta, seja na formulação das políticas públicas e Destinação privilegiada de recursos das diversas instâncias político administrativas do país. (Nilmário Miranda - Secretário Especial dos Direitos Humanos) O ECA veio para assegurar direitos fundamentais e seu artigo 4° exige reflexão e discussão sobre como e quem deve garantir estes direitos. “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar comunitária”. Quando se fala em prioridade absoluta entende-se que a criança e o adolescente têm precedência e preferência em qualquer tipo de atendimento e que devem ser protegidos de qualquer tipo de violência, discriminação ou crueldade. Desta forma cabe à sociedade desenvolver políticas públicas que garantam esta proteção. Na verdade, quando encontramos uma sociedade que reconhece os direitos básicos de

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suas crianças e adolescentes e que os garante integralmente, encontramos também uma sociedade onde a qualidade de vida é garantida a todos. Uma sociedade justa com sua infância é uma sociedade saudável, que desenvolve o convívio justo para todos. A proteção da infância e da juventude garante o desenvolvimento das potencialidades, e a proteção futura da velhice. Cada artigo do Estatuto foca questões que ocorrem na vida das crianças e adolescentes brasileiros, conhecidas por muitos, mas, que levaram muito tempo para adquirir relevância social. As agressões, o descaso, o abandono e outras situações familiares à infância e a juventude precisaram ser encaradas com seriedade e transformadas em Lei para que se possa agir com legalidade nos casos de desrespeito dos direitos básicos do ser humano. O Estatuto vem garantir estes direitos, mas só a ação social consciente pode mudar efetivamente a realidade que encontramos no Brasil e em outros países. Uma criança atendida pelas políticas básicas de saúde, alimentação educação, lazer, moradia entre outras é uma criança que não precisará ser atendida na área de defesa de direitos. A garantia de uma infância saudável fortalece a sociedade e permite o exercício da cidadania. Colaborou: Ieda Maria da Veiga Franco Reis Professora e Psicóloga

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E d uc a ç ã o

Quando Tudo Começa Nos primeiros anos de escolaridade é que o fluxo formal e informal de informações e solicitações entre família e escola deve ser maior

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no momento de início de entrada na escola que a criança pequena chega geralmente acompanhada por um adulto. No percurso entre casa e escola e vice-versa, conversam sobre as atividades, os professores, os colegas, os sentimentos, as alegrias, as tristezas e as descobertas. Na porta da escola, responsáveis, professores e funcionários se encontram e trocam informações, dão e recebem recados, respondem perguntas, discutem sobre a criança, a turma, as atividades. Nos primeiros anos de escolaridade, o fluxo formal e informal de informações e solicitações entre família e escola costuma ser maior do que quando a criança já tem mais autonomia. Ao confiarem os filhos à professora, os pais contam que eles serão olhados, observados, estimulados, instigados, desafiados, avaliados, encaminhados e também cuidados, alimentados, acarinhados, respeitados e queridos. Expectativas que não são apenas das classes altas e médias, mas de qualquer pai ou mãe. Os professores, por sua vez, também esperam a colaboração dos pais e o envolvimento deles com as atividades dos filhos. Expectativas que implicam disponibilidade para construir uma

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relação de confiança mútua, de diálogo e de troca de informações. Existem muitas formas de se promover a aproximação com as famílias e esta é uma das funções dos gestores, que passa não só pela boa vontade, mas principalmente pelo planejamento e implantação de uma concepção de educação construída no coletivo. A educação integral da criança só é possível quando se trabalha de forma não fragmentada. Algumas experiências são consideradas como ponto de partida para este trabalho:

Escola como espaço aberto A presença dos pais na escola, dentro de regras preestabelecidas pelo grupo, pode ser muito interessante. Os pais podem participar de inúmeras atividades como: lanchar com os filhos na escola, participar de passeios e estudos do meio acompanhando as crianças, ajudar na organização de festas e eventos, falar sobre seu trabalho e/ou profissão, ensinar uma atividade que realizam como, por exemplo, um trabalho com argila, trançados com fibras, contar histórias, ensinar danças e músicas.

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E d uc a ç ã o Escola como referência educativa Os pais muitas vezes não sabem o que fazer diante das mais diversas situações do cotidiano, nem todos estão informados sobre as características do desenvolvimento infantil, sobre questões pedagógicas mais específicas e/ou atualizadas. Dúvidas e esclarecimentos cabem à escola que, por ter uma equipe especializada, deveria ter condições de promover debates, ensinar, orientar, trocar informações sobre os mais diversos assuntos de interesse da comunidade escolar.

Escola como lugar de construção de conhecimento As crianças aprendem muitas coisas na escola, projetos interessantes são desenvolvidos e a socialização do que foi realizado pelos grupos deve fazer parte do próprio ato educativo. Como por exemplo: exposições de trabalho, apresentação de pesquisas e de dramatizações, feiras de arte, de literatura, de ciências e dos mais diversos saberes. As crianças têm também muita coisa para ensinar aos adultos, é preciso dar a voz a elas.

Escola como lugar de troca e de afetividade Como os pais sabem sobre o que acontece na escola? Geralmente é através do que os filhos levam para casa como conversas, deveres de casa, desenhos. Mas por que não manter uma correspondência que possa aproximar mais os pais do que está sendo desenvolvido na sala de aula? Desde a creche, competência, sensibilidade e compromisso precisam caminhar juntos para que a construção de um trabalho pedagógico de qualidade, que envolva também os pais, possa assegurar os direitos

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da criança. Não é por acaso que a freqüência a creches e pré-escola é considerada, pela UNICEF, um dos fatores para medir ou avaliar a situação da infância (IDI - Índice de Desenvolvimento Infantil). Para este órgão internacional, a educação infantil é reconhecida como um espaço de promoção do desenvolvimento infantil e, conseqüentemente, de garantia dos direitos da criança. Pois é esperado que este espaço possa assegurar a proteção (aos maus-tratos, à violência dos adultos, à discriminação), a provisão (alimentação, assistência, cuidados com a saúde e a própria educação) e a participação da criança (socialização, inserção na cultura e exercício da cidadania) como sujeito de direitos. Colaborou: Regina Poletto - Professora

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E d uc a ç ã o

Educação no Trânsito A educação é o instrumento capaz de formar cidadãos mais conscientes e preparados para enfrentar a vida e o trânsito

N

o dia 11 de setembro de 2001 o mundo parou por causa do atentado nos Estados Unidos, onde cerca de 3 mil pessoas morreram. No Brasil, o trânsito faz o mesmo número de vítimas todos os meses, índice de fatalidade quatro vezes maior ao de países desenvolvidos.

Alto Custo para o País O Brasil tem prejuízo anual de R$ 105 milhões com acidentes de trânsito. São custos com perdas em produção, custos médicos, previdência social, custos legais, perdas materiais, despesas com seguro e custos com emergências entre outros.

Excesso de Velocidade No Rio de Janeiro 41% dos acidentes são causados por excesso de velocidade. É o Estado onde essas infrações são mais freqüentes, seguidos de São Paulo (28%) e Brasília (21%). Os atropelamentos são responsáveis por 36% das mortes nas estradas brasileiras. O pedestre só tem chance de sobreviver se o veículo estiver a 30 km/h. Se o motorista estiver a 40 km/h, a chance de óbito vai para 15%. A 60 km/h, a chance de morte cresce assustadoramente, vai para 70%. E, caso o pedestre seja apanhado a 80 km/h, provavelmente não terá qualquer chance de sobreviver.

Principais Causas de Acidentes • Dirigir sob efeito de álcool e substâncias entorpecentes • Trafegar em velocidade inadequada • Inexperiência e falta de conhecimento • Falta de atenção e falha de observação

Não Dirija Se... ... Não estiver em boas condições físicas e psicológicas, sofrendo de fadiga, sonolência ou após ingerir bebidas alcoólicas ou substâncias entorpecentes.

Álcool e Drogas Metade das mortes no trânsito envolvem motoristas embriagados. Mesmo em pequenas doses, o álcool prejudica a percepção de velocidade e distância, pode causar dupla visão e incapacidade de coordenação. A pessoa alcoolizada tende também a fixas os olhos em movimento e não consegue observar tudo o que acontece no trânsito. Algumas drogas para tirar o sono podem fazer o condutor dormir de olhos abertos. É importante que fabricantes e comerciantes estejam juntos com a sociedade na luta contra o álcool nas estradas.

Direção Defensiva Você sabe o que é isso? Direção defensiva é dirigir com objetivo de prevenir acidentes, atento às ações incorretas de outros motoristas e das possíveis condições adversas da pista e do tempo. Trata-se da prática de dirigir com segurança, reduzindo a possibilidade de ser envolvido em acidentes de trânsito. Fonte: http://www.der.rj.gov.br/educacao_transito.asp

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Dicas Para Um Bom Motorista: • Conheça as leis de trânsito • Use sempre cinto de segurança • Conheça com detalhe seu veículo • Mantenha seu veículo sempre em boas condições de funcionamento • Faça a previsão da possibilidade de acidentes e seja capaz de evitá-los • Tome decisões corretas com rapidez nas situações de perigo • Não aceite desafios e provocações • Não dirija cansado, sob efeito de álcool e drogas • Veja e seja visto Não abuse de auto-confiaça para não colocar a sua vida e nem a de outros em risco

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SA 8000 RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL

Norma SA 8000:

Conscientizando o Lucro Com o surgimento de novas demandas e maior pressão por transparência nos negócios, empresas se vêem forçadas a adotar uma postura mais responsável em suas ações

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s transformações sócio-econômicas dos últimos 20 anos têm afetado profundamente o comportamento de empresas até então acostumadas à pura e exclusiva maximização do lucro. Se por um lado o setor privado tem cada vez mais lugar de destaque na criação de riqueza; por outro lado, é bem sabido que com grande poder, vem grande responsabilidade. Em função da capacidade criativa já existente, e dos recursos financeiros e humanos já disponíveis, empresas têm uma intrínseca responsabilidade social. A idéia de responsabilidade social incorporada aos negócios é, portanto, relativamente recente. Com o surgimento de novas demandas e maior pressão por transparência nos negócios, empresas se vêem forçadas a adotar uma postura mais responsável em suas ações. Infelizmente, muitos ainda confundem o conceito com filantropia, mas as razões por trás desse paradigma não interessam somente ao bem estar social, mas também envolvem melhor performance nos negócios e, conseqüentemente, maior lucratividade. A busca da responsabilidade

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social corporativa tem, grosso modo, as seguintes características: É plural. Empresas não devem satisfações apenas aos seus acionistas. Muito pelo contrário. O mercado deve agora prestar contas aos funcionários, à mídia, ao governo, ao setor não-governamental e ambiental e, por fim, às comunidades com que opera. Empresas só têm a ganhar na inclusão de novos parceiros sociais em seus processos decisórios. Um diálogo mais participativo não apenas representa uma mudança de comportamento da empresa, mas também significa maior legitimidade social. É distributiva. A responsabilidade social nos negócios é um conceito que se aplica a toda a cadeia produtiva. Não somente o produto final deve ser avaliado por fatores ambientais ou sociais, mas o conceito é de interesse comum e, portanto, deve ser difundido ao longo de todo e qualquer processo produtivo. Assim como consumidores, empresas também são responsáveis por seus fornecedores e devem fazer valer seus códigos de ética aos produtos e serviços usados ao longo www.copadesc.org.br


de seus processos produtivos. É sustentável. Responsabilidade social anda de mãos dadas com o conceito de desenvolvimento sustentável. Uma atitude responsável em relação ao ambiente e à sociedade, não só garante a não escassez de recursos, mas também amplia o conceito a uma escala mais ampla. O desenvolvimento sustentável não só se refere ao ambiente, mas por via do fortalecimento de parcerias duráveis, promove a imagem da empresa como um todo e por fim leva ao crescimento orientado. Uma postura sustentável é por natureza preventiva e possibilita a prevenção de riscos futuros, como impactos ambientais ou processos judiciais. É transparente. A globalização traz consigo demandas por transparência. Não mais nos bastam mais os livros contábeis. Empresas são gradualmente obrigadas a divulgar sua performance social e ambiental, os impactos de suas atividades e as medidas tomadas para prevenção ou compensação de acidentes. Nesse sentido, empresas serão obrigadas a publicar relatórios anuais, onde sua performance é aferida nas mais diferentes modalidades possíveis. Muitas empresas já o fazem em caráter voluntário, mas muitos prevêem que relatórios sócio-ambientais serão compulsórios num futuro próximo. Muito do debate sobre a Responsabilidade Social Empresarial já foi desenvolvido mundo afora, mas o Brasil tem dado passos largos no sentido da profissionalização do setor e da busca por estratégias de inclusão social através do setor privado. Para melhor informar ao empresário, gerentes, executivos, funcionários, consumidores e à todos aqueles tem relacionamentos com alguma empresa, usamos esta seção da Revista para reproduzir a Norma SA 8000 no que diz respeito à responsabilidade da empresa em relação ao meio onde está inserida.

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NORMA SA 8000. OBJETIVO E ESCOPO Esta norma especifica requisitos de responsabilidade social para possibilitar a uma empresa: a) desenvolver, manter e executar políticas e procedimentos com o objetivo de gerenciar aqueles temas os quais ela possa controlar ou influenciar; b) demonstrar para as partes interessadas que as políticas, procedimentos e práticas estão em conformidade com os requisitos desta norma; Os requisitos desta norma devem se aplicar universalmente em relação à localização geográfica, setor da indústria e tamanho da empresa. Nota: Os leitores são aconselhados a consultarem o Documento Guia da SA8000 quanto à orientação interpretativa relativa a esta norma.

ELEMENTOS NORMATIVOS E SUA INTERPRETAÇÃO A empresa deve atender às leis nacionais e outras aplicáveis, a outros requisitos aos quais a empresa tenha se obrigado e a esta norma. Quando as leis nacionais ou outras aplicáveis, outros requisitos aos quais a empresa tenha se obrigado e esta norma tratarem do mesmo tema, a disposição que for mais rigorosa se aplica. DEFINIÇÕES 1. Definição de empresa: a totalidade de qualquer organização ou entidade de negócio responsável pela implementação dos requisitos desta norma, incluindo todos os funcionários(i.e., diretores, executivos, gerências, supervisores e demais funcionários, quer seja diretamente empregado, contratado ou de alguma outra forma representando a empresa).

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RESPONSABILIDADE SOCIAL EMPRESARIAL 2. Definição de fornecedor / subcontratado: uma entidade de negócio que fornece à empresa bens e/ou serviços necessários e utilizados na/para a produção de bens e/ou serviços da empresa. 3. Definição de sub-fornecedor: uma entidade de negócio na cadeia de fornecimento que, direta ou indiretamente, oferece ao fornecedor bens e/ ou serviços necessários e utilizados na/para a produção de bens e/ou serviços do fornecedor e/ ou da empresa. 4. Definição de ação de reparação: ação tomada para fazer reparação de dano em relação a um trabalhador ou ex-empregado quanto a uma violação anterior de um direito do trabalhador, como coberto pela SA8000. 5. Definição de ação corretiva: implementação de uma mudança ou solução sistêmica para assegurar uma reparação imediata e contínua de uma não conformidade. 6. Definição de parte interessada: indivíduo ou grupo interessado em ou afetado pelo desempenho social da empresa. 7. Definição de criança: qualquer pessoa com menos de 15 anos de idade, a menos que a lei de idade mínima local estipule uma idade maior para trabalho ou educação obrigatória, situação em que prevalece a idade maior. Se, entretanto, a lei de idade mínima local estiver estabelecida em 14 anos de idade, de acordo com as exceções de países emergentes sob a Convenção 138 da OIT, prevalecerá a menor idade

entre as duas condições. 8. Definição de trabalhador jovem: qualquer trabalhador com idade acima da idade de criança conforme definido acima e abaixo de 18 anos de idade. 9. Definição de trabalho infantil: qualquer trabalho realizado por uma criança com idade menor do que as idades especificadas na definição de criança acima, exceção feita ao que está previsto na Recomendação 146 da OIT. 10.Definição de trabalho forçado: todo trabalho ou serviço que seja extraído de qualquer pessoa sob a ameaça de qualquer penalidade para a qual essa dita pessoa não tenha se oferecido voluntariamente, ou cujo trabalho ou serviço seja obrigado como meio de pagamento de débito anterior. 11.Definição de reparação de crianças: todo o apoio e ações necessários para garantir a segurança, saúde, educação e o desenvolvimento de crianças que tenham sido submetidas a trabalho infantil, conforme definido acima e sejam demitidas. 12.Definição de trabalhador doméstico: uma pessoa que realize trabalho para uma empresa sob contrato direto ou indireto, em local outro que não seja a instalação da empresa, em troca de remuneração, e que resulte no fornecimento de um produto ou serviço conforme especificado pelo empregador, independentemente de quem forneça os equipamentos, materiais ou outros insumos usados.

Seja você um cidadão ativo! Faça parte da ONG Ponto Final! Exerça seu poder de cidadania!

Informações: www.pontofinal.org.br

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S o li d a r i e d a d e

A Saúde Começa Pela Boca P ode parecer estranho para alguns, mas existem vários tipos de classificações para a língua: Língua fissurada, Geográfica, Crenada , Saburrosa, Pilosa, etc. ... No passado, a língua foi considerada como termômetro da saúde, uma vez que várias patologias sistêmicas nela se refletem, também nela se encontram papilas específicas para definir sabores, nos ajudam na digestão dos alimentos, nos dá condições de expressarmos verbalmente nossos sentimentos, e tantas outras funções! O que falar da língua que fere sem armas, que mata sem bombas, que destrói vidas como se fossem animais para o abatedouro, que roubam a paz de tantas pessoas inocentes ou não, e mesmo assim não cessam de expelir seu veneno ou melhor, engoli-lo a todo instante, como é triste sabermos e reconhecermos este tipo de língua. Mas como é boa e agradável a língua que

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profere bênçãos , ela ajunta, repara, da força, anima, agradece, louva, glorifica seu Criador, “Uma língua saudável é árvore de vida”, semente para futuras gerações. Não esqueçam de escova-lá todos os dias. Dr. Antônio César de Camargo - Cirurgião Dentista / Radiologista

“ ”

Uma língua saudável é árvore de vida

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I n clu s ã o S o ci a l

As ações participativas da Bordignon A Bordignon abre as portas para profissionais que querem se inserir no mercado de trabalho, mas que por algum motivo apresentam deficiências que muitas vezes os impossibilitam de trabalhar.

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sta seção e dedicada para as empresas que contribuem com a melhoria da qualidade de vida do ser humano e da qualidade do meio ambiente. Entre muitas empresas da nossa região que participam com estes quesitos, começamos com a apresentação da Bordignon Materiais de Construção, atuando no Norte Pioneiro do Paraná. Revista Espaço Cidadão - Para a BORDIGNON o que significa inclusão social? BORDIGNON - Para nós da Bordignon, inclusão social é mais que um compromisso com a sociedade, é uma obrigação cristã. A decisão de abrir postos de trabalho para pessoas com deficiência rompe as barreiras que tradicionalmente excluem essas mesmas pessoas do processo produtivo. A partir daí, três questões devem ser enfrentadas prioritariamente pelas empresas: em primeiro lugar, as dificuldades de compreensão e informação por parte de empregadores e empregados; em segundo, a inexperiência das pessoas da empresa em conviver com pessoas com deficiência; e, em terceiro: a precária educação e profissionalização da maioria delas.

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REC - Desde quando vocês começaram a contratar funcionários portadores de deficiência? B - Aqui em Santo Antônio da Platina, há dois anos.

REC - E o desempenho dele como é? B - Desempenho acima da média, pois o mesmo não perde tempo em rodinhas de conversa, e por dar tanto valor no emprego eles fazem por merecer, um deles já ganhou até o prêmio de BOM EXEMPLO do mês que significa que se destacou em vários quesitos avaliados pela gerência.

REC - Qual a mensagem a empresa pode transmitir para as outras da região que ainda não exercem esse tipo de responsabilidade social? B - As empresa tem uma grande capacidade de influir na transformação da sociedade. Mesmo as mudanças de caráter interno repercutem diretamente na vida dos funcionários, suas famílias e na comunidade com a qual a empresa se relaciona. Além da motivação ética e da determinação legal a empresa tem outro motivo relevante para adotar uma política inclusiva em relação à pessoa com deficiência: ela pode obter benefícios significativos com essa atitude. Um dos ganhos mais importantes é a imagem. O prestígio que a contratação de pessoas com deficiência traz às empresas está bastante evidente na pesquisa Responsabilidade Social das Empresa - Percepção do Consumidor Brasileiro, realizada anualmente no Brasil , desde 2000, pelo instituto Ethos. Também existem ganhos no ambiente de trabalho. A empresa inclusiva reforça o espírito de equipe de seus funcionários, fortalecendo a sinergia em tomo dos objetivos comuns e expressando seus valores coletivamente. O ambiente físico adequado atenua as deficiências e toma-se mais agradável para todos. Enfim, esses fatores humanizar mais o ambiente de trabalho. Com um clima organizacional assim, também é possível obter ganhos de produtividade, se as pessoas com deficiência estiverem devidamente inseri das nas funções onde possam ter um bom desempenho.

REC - Ele precisa de algum tratamento especial? B - Somente de respeito.

Fonte: Bordignon Materiais de Construção – Santo Antônio da Platina – Paraná

REC - Como é a seleção para escolha do candidato? B - De acordo com as exigências da função e com as habilidades do candidato. REC - A procura pelas vagas é grande? B - Não. REC - Quantos funcionários especiais vocês possuem? B - Em Santo Antônio da Platina, apenas um funcionário.

Mais que um compromisso com a sociedade, uma obrigação cristã

REC - Como é feito o treinamento dele? B - Por se tratar de uma pessoa com grandes habilidades, nível escolar razoável e noções de informática, foi um treinamento tranqüilo, uma vez que nosso encarregado de RH fez o curso de libras para poder acompanhar e dar suporte e também o funcionário possui um parente que trabalha na empresa e isso contribuiu muito para a fácil integração. REC - Qual o tipo de deficiência deste funcionário? B - Deficiente auditivo.

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criança

O Exame da Orelha Logo após o nascimento, um simples exame pode detectar se a criança apresenta algum problema auditivo

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m simples exame feito após o nascimento do bebê pode detectar se ele tem algum problema auditivo. Também chamado de Emissões Otoacústicas Evocadas EOAs, o exame permite avaliar a audição do recém-nascido. O teste é indolor e mesmo os bebês internados em UTI podem passar por ele. Qualquer bebê recém-nascido pode apresentar um problema auditivo no nascimento ou adquiri-lo nos primeiros anos de vida. Isto pode acontecer mesmo que não haja casos de surdez na família ou nenhum fator de risco aparente. Por isto peça ao pediatra para fazer o Teste da Orelhinha quando seu filho nascer. A audição começa a partir do 5º mês de gestação e se desenvolve intensamente nos primeiros meses de vida. Qualquer problema auditivo deve ser detectado ao nascer, pois os bebês que têm perda auditiva diagnosticada preferencialmente nos três primeiros meses de vida, para que se possa detectar perdas precoces, dificultando o aprendizado da linguagem. Os que iniciam o tratamento até os 6 meses de idade apresentam desenvolvimento muito próximo ao de uma criança ouvinte. O diagnóstico após os seis meses traz

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prejuízos inaceitáveis para o desenvolvimento da criança e sua relação com a família. Infelizmente, no Brasil, a idade média de diagnóstico da perda auditiva neurosensorial severa a profunda é muito tardia, em torno de quatro anos de idade. Lembre-se de que ouvir é fundamental para o desenvolvimento da fala e da linguagem. Se o exame não foi realizado no nascimento, faça-o agora. Para que isso não aconteça, procure o pediatra, um médico otorrinolaringologista ou uma fonoaudióloga quando houver alguma suspeita de perda auditiva no seu filho. Podemos citar algumas causas da Surdez • Fatores pré e peri-natais; • História familiar de perda auditiva na infância; • Nascimento prematuro ou parto complicado; • Infecções durante a gestação (toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus); • Mauformações de cabeça e pescoço. Ana Cláudia Mendes Dutra Frose Fonoaudióloga

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I n s titui ç õ e s

Inclusão, Solidariedade e o Apoio da Mídia Quando a mídia divulga a inclusão social, muita coisa pode mudar na vida de uma pessoa com síndrome de down

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uiza Elias da Silva Caldi, 43 anos, Psicopedagoga e coordenadora da APAE- Escola de Educação Especial “Renascer” de Santo Antônio da Platina, que atende 25 crianças com a Síndrome de Down, fala sobre o papel da mídia na inclusão social de pessoas com necessidades especiais. Um exemplo é o que mostra a novela “Páginas da Vida”, o drama da personagem de Regina Duarte, a Helena, com sua filha adotiva, a Clara, que tem a Síndrome de Down e não consegue ser inclusa na sociedade. Revista Espaço Cidadão - O que é Síndrome de Down? Luiza Caldi - A Síndrome de Down é uma alteração genética que ocorre na formação do bebê, no início da gravidez. É um atraso

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no desenvolvimento das funções motoras do corpo, como das funções mentais, todas as pessoas estão sujeitas a ter filho com a síndrome, pois a mesma é um acidente genético que ocorre na divisão celular, um processo inatingível aos pais e cientistas, é uma das anomalias cromossômicas mais freqüentes encontradas. R.E.C. - Quais são suas limitações? L. C. - Toda deficiência tem graus, que designamos leve, moderado e profundo. No grau leve, a criança tem um comprometimento mais sutil e pode ser totalmente alfabetizada, mas em casos (moderado, profundo) suas necessidades educativas especiais são muito significativas, ela necessita de uma metodologia com adaptação de pequeno e grande porte, mas podendo ter uma vida ativa e uma

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Incluir não é espalhar conhecimentos, mas espalhar sensibilidade para manifestação do outro em nós

” aprendizagem funcional para a vida, onde deverá ter orientações psicoeducacionais com pessoas especializadas. R.E.C. - Como é incluir uma criança especial numa escola pública ou privada? L. C. - Nós ainda estamos caminhando para uma sociedade indutiva, pois as políticas publicas estão a nosso favor, mas falta ainda o preparo do pessoal, estrutura física, adaptações, acessibilidade. Acredito sim na inclusão, mas com responsabilidade. Sabemos que o ensino é responsabilidade. Sabemos que o ensino é gratuito, para todos pois a Constituição e as leis estão a nosso favor, mas não se faz educação só pela socialização e sim, com ensino de qualidade, as escolas ainda não estão preparadas ,assim, ficando o atendimento para as escolas especiais. R.E.C - Qual o papel da mídia na inclusão social? 32

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L. C. - Nós ainda não estamos totalmente preparados para lidar com as diferenças, fomos educados para trabalhar com padrões de normalidade, por isso nós fazemos o trabalho de prevenção, de conscientização. Para nós um dos veículos de comunicação mais importantes é a televisão, o rádio. A televisão tem o poder de sedução, por isso temos que utilizá-la clara para a educação e o bem-social. Nós utilizamos desses meios de comunicação para conscientizarmos toda a sociedade para a inclusão, através da Semana do Excepcional que acontece todo ano no mês de Agosto, em todo território brasileiro. Particularmente em nossa cidade esses meios de comunicação sempre foram acessíveis para a causa humanitária.

Colaborou: Alika Moro, estudante de Jornalismo

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75 anos de Ministério

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Igreja Metodista é um ramo da Igreja Cristã, e teve seu início no seio da Igreja Anglicana (Igreja da Inglaterra), como um movimento de renovação espiritual liderado por um homem chamado John Wesley, pastor anglicano, que possuía métodos de disciplina pessoal e cultivo espiritual que chamavam a atenção dos demais alunos da Universidade de Oxford, Inglaterra. Daí vem o nome METODISTA. Esse homem teve uma profunda experiência com Deus e, tornou-se o grande líder espiritual do seu país: “O homem que salvou o seu século!” Com o passar do tempo o movimento iniciado por Wesley cresceu e organizou-se, passando a ser o que é hoje a IGREJA METODISTA, com ramificações em mais de sessenta países ao redor do Mundo, e contando com mais de quatorze milhões de membros. No Brasil, a Igreja Metodista começou a sua obra em 1867, no Rio de Janeiro, com a chegada dos primeiros missionários norte-americanos. No período de 1928 a 1931 pregadores da cidade de Ourinhos-SP, desenvolveram trabalho Metodista, extra-oficialmente, em Santo Antônio da Platina, com visitas e pregações nas casas. Trabalho este facilitado

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Igreja Metodista celebra jubileu de diamante ao completar 75 anos de ministério em Santo Antônio da Platina

pelo transporte oferecido pela Ferrovia que tinha sua estação no povoado de Platina, sendo que as reuniões eram freqüentadas por cerca de cinqüenta pessoas. Em 1928 já existia trabalho Metodista na Pedra Branca, um bairro rural do Município, originando uma Congregação, com grande número de membros. A Congregação foi extinta em 1977, sendo que, após alguns anos, ali tornou-se um ponto de pregação. No entanto, a Igreja Metodista iniciou oficialmente suas atividades em Santo Antônio da Platina no dia 25 de dezembro de 1931, com uma Escola Dominical, dirigida pelo Rev. H. I. Lehmam, na residência de José Elias de Andrade Nogueira, que na época era o Presidente da Câmara Municipal. Essa Escola Dominical, que marcou a instalação da Congregação Metodista em Santo Antônio da Platina, teve a participação de aproximadamente noventa pessoas, das quais saíram os primeiros platinenses metodistas. Uma Congregação que teve seu desenvolvimento abençoado por Deus desde suas primeiras atividades. No ano de 1934 a Congregação recebe a doação do Senhor Álvaro Ferreira de Moraes, de Ourinhos, de um terreno com uma pequena

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Antigo templo na Av. Oliveira Moto

Templo atual na rua Sete de Setembro, 913

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casa de madeira (pau a pique com barro), localizado ao lado do Colégio Santa Terezinha (atualmente a quadra de esporte). E, em 1939 troca esse terreno por outro localizado n Av. Cel. Oliveira Motta, esquina com a Rua Cel. Capucho, onde foi construído o primeiro templo da Igreja Metodista em Santo Antônio da Platina. Em 1964 foi adquirido o terreno na Rua 7 de Setembro, e no ano de 1969, mais precisamente no dia 24 de maio - Dia da Experiência de Wesley “Coração Aquecido”, e dia, também, da instalação da Comarca de Santo Antônio da Platina, foi celebrado o Culto de Lançamento da Pedra Fundamental, pelo Reverendíssimo Bispo Wilbur K. Smith. Daí desencadearam trabalhos para angariar recursos financeiros para a construção do templo. Sendo que no dia 11 de junho de 1978 foi inaugurado o Templo Metodista na Rua 7 de Setembro, 913, com culto celebrado pelo Rev. Wanderley Nunes da Costa e pelo Bispo Wilbur K. Smith. A Igreja Metodista em Santo Antônio da Platina é uma Igreja de visão, pois algumas pessoas ousaram sonhar com um templo para mais de 500 pessoas, com mais de doze salas para Escola Dominical, com amplo salão social, e prática cozinha, é mesmo um sonho abençoado. E, Deus concretizou esse sonho. A Escola Dominical é base para toda a Igreja, estruturada com cinco salas para crianças, duas para juvenis, sala de jovens e sala de adultos, além de uma sala de ABC da Fé, para aqueles que querem tornar-se membros, sala de CDV para despertamento vocacional, sala de música para ministros do louvor, sala de discipulado I Fundamentos da Fé, e Discipulado II Caráter cristão. É a Igreja crescendo no conhecimento da Palavra de Deus. O discipulado tem sido uma dinâmica

A Igreja Metodista em Santo Antônio da Platina. Testemunhando a Alegria e a Esperança do Serviço na vida da Igreja, intitulados de Farol de Discipulado, a Igreja conta com inúmeros grupos familiares. Santo Antônio da Platina conta com três congregações metodistas: Platina, Recanto Feliz (na Casa da Criança) e Projeto Bóia-Fria, e mantém a Congregação de Joaquim Távora; além dos Pontos Missionários: Grupo Barra Mansa Banco da Terra, Pedra Branca, Fazenda Nova Flórida, Monte Real, Projeto Shekinah, Água Branca e Fazenda São Jorge. Hoje desfruta de uma excelente estrutura, e continua a sonhar com outros campos missionários, pontos de pregação e em avançar sempre. A Igreja Metodista em Santo Antônio da Platina está bem organizada. Os ministérios estão funcionando e seus líderes são comprometidos. Existe uma profunda paixão por missão e isto tem contagiado toda a Igreja. Os ministérios estão bem definidos, tendo liberdade para atuar e, por isso, funcionam. No âmbito da administração, bem como dos Ministérios, há ordem e equilíbrio, revelando uma Igreja madura, que tem dado testemunho perante a sociedade, tornando-se uma Igreja de Confiança. Fonte: Igreja Metodista de Santo Antônio da Platina

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Rotary em Plena Atividade A organização realiza diversos projetos em Santo Antônio da Platina, demonstrando seu compromisso de servir na comunidade, no trabalho e fazer deste um mundo melhor para se viver

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“Dar de Si Antes de Pensar em Si” é o lema rotário

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Fundação Rotária do Rotary Internacional é uma das mais conceituadas organizações não-governamental sem fins lucrativos do mundo, procurando promover a paz e a compreensão mundial através de programas internacionais humanitários, educacionais e de intercâmbio cultural. O objetivo principal do Rotary é servir – na comunidade, no lugar de trabalho e no mundo em geral. Os rotarianos procuram estabelecer a boa vontade e a paz no mundo, oferecer serviços humanitários e fomentar um elevado padrão de ética em todas as profissões. “Dar de Si Antes de Pensar em Si” é o lema rotário. O Clube Rotary Santo Antônio da Platina realiza diversos projetos junto à comunidade, onde podemos destacar o Projeto de Conscientização à Preservação dos Rios de Santo Antônio da Platina contando com a parceria do Copadesc. Este projeto foi realizado pelo Interact Club de Santo Antônio da Platina, composto por jovens de 14 a 18 anos

dispostos a melhorar a qualidade de vida do próximo e com o meio ambiente, onde foram realizadas palestras para mais de 600 alunos das 4ª séries das escolas públicas de Santo Antônio da Platina, onde foco principal foi em relação aos cuidados que cada um deve ter com os recursos hídricos. O Clube de Santo Antônio da Platina conta com a importante colaboração da Associação das Senhoras de Rotarianos ASR, onde realizam projetos tais como: arrecadação de livros para crianças, brinquedos, promoção de atividades como jantares beneficentes e como exemplo o Jantar dos Anos 60, em prol do Lar Jesus Adolescente. Neste ano rotário, que vai de julho de 2006 à junho de 2007, houve a doação de um bebedouro para o Colégio Estadual Rotary, com capacidade para 200 litros, que muito está refrescando a sede de aproximadamente 700 alunos. Outro importante trabalho realizado pelo Club Rotary de Santo Antônio da Platina foi a doação em parceria com a Ótica Tesouro de óculos para idosos.

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Esporte

Comprovado: Exercícios Físicos Exercitando os músculos, fazendo alongamentos, além de ajudar no controle glicêmico e na sensibilidade à insulina traz múltiplos benefícios na qualidade devida do diabético

A

s atividades físicas tem um papel importante no plano de tratamento do diabetes. Todos os níveis de exercícios, incluindo a musculação, atividades de lazer, esportes recreativas e de alto desempenho, podem ser feitos por diabéticos isentos de complicações e que têm um bom controle da glicemia sanguínea. A habilidade em ajustar o regime terapêutico (insulina, medicamento e dieta) ao exercício, permite uma segura participação do diabético em atividades de alta desempenho; sendo que, o fato de conhecer as alterações da glicemia em resposta ao exercício e utilizar estes dados para aumentar a performance, aumentam a segurança

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são Benéficos para o Diabético dos exercícios. A hipoglicemia, que pode ocorrer durante, logo após ou várias horas depois do exercício, deve ser evitada. Para isto, existem alguns cuidados, como: • evitar exercitar os músculos que estão próximos ao local da injeção da insulina de ação curta por mais ou menos 1 hora; • consumir carboidrato de índice glicêmico médio/baixo antes de exercícios prolongados; • consumir carboidratos (15-30 g) a cada 30 minutos de exercício de intensidade moderada; • evitar a prática de exercícios tarde da noite; etc. O exercício físico, além de ajudar no controle glicêmico e na sensibilidade à insulina, traz múltiplos benefícios na qualidade de vida’ do diabético e, por isso, deve fazer parte do estilo de vida desta população. A melhoria da sensibilidade à insulina através da perda de peso parece ser mediada pela perda principalmente de gordura visceral excessiva. As melhorias do condicionamento cardiovascular e muscular estão presentes tanto para o indivíduo normal quanto para o diabético que se exercita regularmente e isto afeta diretamente a capacidade funcional, a postura, a manutenção do peso corporal ou a perda de peso, o estado emocional (como melhoria da auto-estima, menor ansiedade e sensação de bem-estar). O Diabetes Melitus é uma doença metabólica que traz conseqüências gravíssimas se mal tratada, mas a mudança de comportamento e estilo de vida para hábitos alimentares mais saudáveis, o controle glicêmico e a prática de exercícios físicos prolongam a perspectiva de vida, bem como ajudam muito a diminuir o risco das doen-

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O que fazer para iniciar um programa de exercícios físicos com segurança? 1º passo Para indivíduos com mais de 35 anos de idade ou que apresentam qualquer tipo de limitação física, será realizar uma avaliação médica, de preferência com um cardiologista ou especialista do problema apresentado (ex: se a pessoa possuir dor no joelho, deverá fazer esta avaliação com um médico ortopedista). Desta forma, se houver algum cuidado especial a ser tomado durante a prática dos exercícios, neste momento ele será realizado/prescrito.

2º passo Procurar um profissional de Educação Física capacitado, para orientar toda a prática e prescrever os exercícios de acordo com a situação física em que se encontra o praticante. Um praticante sedentário (que não possui o hábito de praticar exercícios) deverá tomar cuidados especiais e progredir a intensidade e a duração dos exercícios aos poucos; daí a importância da presença do profissional da área, capaz de adaptar os principais exercícios a serem realizados:

• aeróbio – esteira de caminhada/corrida, bicicleta/ natação/ etc., • de força ou resistência muscular – ginástica localizada/ musculação, etc. • de alongamento - de acordo com a capacidade, a necessidade e os objetivos de cada praticante.

ças relacionadas ao diabetes (doenças coronarianas, cerebrovasculares, hipertensão, etc.).

É comum pensar que pessoas com diabetes não devem praticar exercício físico por causa risco disso provocar hiplogicemia, porém, praticado com orientação profissional, o exercício pode ser bastante benéfico para quem tem diabetes

Colaborou: Melissa Luna Cintra Vieira Corrêa, licenciada em Educação Física

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C omunidade

Senhoras Voluntárias Ajudam a Pastoral do Menor Com alegria, conhecimento, vontade e talento, elas se reúnem toda terça-feira, das 14h às 17 horas, no Salão Paroquial onde desenvolvem trabalhos manuais como o crochê

E A voluntária, Neuza Godói, 56 anos, disse que há três anos começou a colaborar na Pastoral

nquanto lá fora a maioria das pessoas corre pra cá, pra lá, sobe e desce, sempre de olho no relógio, negócios e mais negócios, lá dentro, numa sala do Salão Paroquial da Igreja Católica, em Santo Antônio da Platina, um grupo de voluntárias, do Cursilho, Apostolado da Oração, Legionárias, donas de casa, sob a coordenação de Vilma Bindi, se reúne toda terça-feira, das 14h às 17 horas, para desenvolver trabalhos manuais. A média de voluntários é de 10 a 15 pessoas. “Elas adoram a idéia de vir aqui. Mas há também aquelas que nos ajudam em suas próprias casas”, disse dona Vilma, que no dia cinco de outubro completa 66 anos. As senhoras fazem tapetes de modo artesanal. “Nós confeccionamos juta, que é conhecido também como saco de estopa, fazemos bicos de crochê, utilizando lã, forro. O trabalho é feito por parte. Fazemos uma remessa de pano de prato. Depois uma remessa de tapete. Outro dia, fazemos caminhos para mesa e tapetes em geral. A matéria prima, em grande parte, é doada. Por isso mesmo cobramos mais barato que outras pessoas. O valor

das peças varia de R$ 3,00 a R$ 15,00”. Os produtos são vendidos nas residências e na Feira da Lua e Feira Livre. “O faturamento mensal varia muito. De R$ 160,00 a R$ 200,00. Descontamos algumas despesas e, o lucro é de R$150,00, aproximadamente. Em datas especiais como Páscoa, dia das Mães, Natal, o faturamento bruto vai até R$ 250,00. O dinheiro é encaminhado para a Pastoral do Menor que atende as famílias de baixo poder aquisitivo”, disse dona Bindi. A voluntária, Neuza Godói, 56 anos, disse que há três anos começou a colaborar na Pastoral. “O que me levou a estar aqui é que gosto de ajudar. Fui convidada, vim conhecer o local e gostei. É importante passar o tempo aqui ajudando com um trabalho que irá dar retorno em dinheiro para beneficiar as crianças e suas famílias mais pobres”, disse dona Neuza. A Pastoral do Menor tem como coordenadora geral Maria Zenilda Ramos Sigo. Atualmente são atendidas em torno de 120 crianças e adolescentes na faixa etária de cinco a 14 anos. Eles são orientados a se envolverem com os trabalhos manuais como tricô, crochê, pintura, desenho, além de brincar de bola, pular corda, etc. O projeto se desenvolve em sete bairros: Santa Terezinha, Bela Vista, Altvater, Jardim do Sol, São Mateus, São Benedito e Vila Ribeiro. Todos os sábados, entre 14h e 16 horas, nas capelas católicas, os dirigentes de cada local oferecem lanche e incentivam à prática de atividades. A cada evento comemorativo como Dia da Criança, Natal, Páscoa, os menores recebem brindes alusivos à data festiva. “É um meio de fazer com que as crianças sejam valorizadas. Infelizmente, notamos que muitas famílias que encaminham os filhos, os pais não tem condições de dar nada de presente ou comprar um ovo de Páscoa, por exemplo. Nossa meta, nestas datas especiais, é proporcionar um pouco de alegria às crianças e que elas não se sintam excluídas”, disse Maria Ramos. Fábio Galhardi – Jornalista

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Os 8 Objetivos do Milênio: Não se trata de sonho. Mas, sim, esperança de que no novo período em que estamos ingressando, possa existir melhores relacionamentos e que prevaleça a união, amizade, confiança, não faltando à todos, muita saúde e o resgate da dignidade Objetivo 1: Erradicar a extrema pobreza e a fome

Objetivo 5: Melhorar a saúde materna

“No Brasil há alimentos suficientes para alimentar toda a população. Apesar disso, 29% das pessoas estão abaixo da linha da pobreza e apresentam deficiência alimentar”

“No Brasil, morrem mais de 2 mães a cada 1000 nascimentos”

Objetivo 2: Atingir o ensino básico universal “O Brasil é o sétimo país do mundo em número de analfabetos. Dezoito milhões deles nunca passaram pela escola”

Objetivo 3: Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres “No Brasil, as mulheres chegam a ganhar até 40% menos que os homens para exercer o mesmo trabalho”

Objetivo 4: Reduzir a mortalidade infantil “No Brasil, a cada 1000 crianças que nascem, 28 morrem antes do primeiro ano de vida”

Informações: www.nospodemos.org.br

Objetivo 6: Combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças “O Brasil tem o maior número de casos de malária das Américas, e é o terceiro lugar do mundo em incidência dessa doença”

Objetivo 7: Garantir a sustentabilidade ambiental “Apesar de o Brasil ter aproximadamente 12% de toda a água doce do planeta, 22 milhões de pessoas não têm acesso a água de boa qualidade”

Objetivo 8: Estabelecer uma Parceria Mundial para o Desenvolvimento “Muitas vezes a solução de um problema pode servir de resposta para outros, principalmente quando pessoas, escolas, governos, sociedade civil, empresas e organizações sociais trabalham juntos”


Você já pensou qual patrimônio estamos legando às futuras gerações?

Conservação do Meio Ambiente. A consciência é nosso maior legado.


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