Revista Espaço Cidadão # 04

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Distribuição Gratuita

Venda Proibida Revista de circulação trimestral

Santo Antônio da Platina - PR – ano II – nº 4 – Agosto de 2008

Cidadania

Educar é Incluir!? Segundo o IBGE, hoje são mais de 25 milhões de deficientes físicos no Brasil batalhando por inclusão

FA M Í L i a

Educação

Alfabetização:

superando as cores da deficiência

Recicle. Separe o papel corretamente.

Terapia Comunitária

Como as comunidades dispõe de mecanismos terapêuticos válidos e culturalmente relevantes, que reforçam e valorizam a trajetória de vida e a identidade de seus membros


Obrigado às empresas parceiras do Copadesc e do Credinorte que contribuíram para que chegássemos mais perto do objetivo de melhorar a qualidade de vida do nosso próximo e do nosso meio ambiente. 2000 V eículos - A driano e A ndréia C abeleireiros - A gile E quipamentos O dontológicos - A gronorp C asa R ezende - Á guia M otos Aline Lima Malharia - Ana Carolina Schiabel Schmidt - Ana Cláudia Mendes Dutra Frose - Angus Casa de Carnes - Aramon - Arte & M agia - A uto E scola P referencial - A uto P eças 2L - A uto P eças B eira R io - A uto P eças Z anin - B aesso C onstrutora - B ella C enter - B io A nálise L aboratório - B oberg I móveis - B ordignon - B randão M ateriais de C onstrução - C afezão - C apricho M odas Carpathya Consultoria e Assessoria - Casa do Doce - Casa Fogaça - Casa São Fernandes - Centro Médico Dr. Garrido - Chaveiro Biro - Cheiro Verde - Clínica de Olhos Santa Rita de Cássia - Clínica do Celular - Clínica Vida Viva - Clinicor - Clinimed - Contato Despachante - Controle Contabilidade - Cores Comunicação Visual - Cosmético Carvalho - Denorpi - Deputado Chico da Princesa - Diagson - Discaluz - Dona Nena Dr. Adriano Carvalho Guimarães - Dr. Claudinei de Oliveira - Dr. Marcelo S. Machado - Dr. Mario A. H. pombo - Dr. Mário Gândara - Dr. Sérgio R. C. Leopolski - Dra. Jacqueline Grubba Moreira Auersvald - Dra. Úrsula Raphaela Vieira Lourenço - Dra. Veruschka Boss Vieira Empório Romano - Empresa Princesa do Norte - Erigesso Decorações - Extinpel - Fabiano Baesso Arquitetura e Urbanista - Fabinho Martelinho de Ouro - Fanorpi - Farmacentro - Farmácia Belladona - Farmácia Santa Terezinha - Farmais - Fazenda Santa Clara - Frangos Pioneiro - Freepan Panificadora - Gás 2 Irmãos - Gasosa Paranaense - Gleide Presentes - Gráfica Ideal - HRS. Baião - Igreja Metodista - Imóveis Portal do Sol Interceptor Auto Shopping - Ipiranga Calçados - Jaime F. Mendes - JL Diesel - Laboratório Dra. Glair - Luiza Village Hotel - Lumi Cosméticos - Mario H. Miranda Negrisoli - Marmoraria e Gesso Prolar - Marmoraria Romano - Med Imagem - MedClínica - Medic Tec - Menino da Porteira - Móveis Adelino - Nego Baterias e Escapamentos - Odontologia Clínica Geral - On Line Informática - Óptica Platinense - Óptica São José Orthoimplant - Ouriçar - Panificadora Santa Terezinha - Papelaria Aquarela - Papelaria Novo Mundo - Paraná Assessoria e Empréstimos - Parseg Corretora de Seguros - Pedrão Buffer Grill - People Language School - Petrolub - Pilotte Pneus - Pizzaria Bayuka - Plat Turbo - Platiaço Platiferro - Platina Truck Center - Platipiso - Plat-Med - Promoção Humana - Pura Manha - Refrigeração Central - Registro de Imóveis - Samp Fiat - Schmidt Honda - SP Informática - Super Festa- Supermercado Bom Preço - Terapêutica Oral - Toldos Platina - Toysan - Vidraçaria Platinense

Rua João Chede, 1835 - CIC - Curitiba - PR - CEP 81170-220

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ESPAÇO DO CIDADÃO

O que o povo quer A política honesta exige, além do compromisso com a verdade, o cumprimento dos princípios éticos da lealdade e respeito ao eleitor. No Brasil são poucos os políticos que cumprem regularmente estes princípios. São raros os que se conduzem de forma a angariar a simpatia e confiança de seus liderados e seguidores. Muitos sequer prestam conta de seus atos, para que o povo os possa submeter à sua apreciação e julgamento. Normalmente elegem-se e desaparecem. Só voltam à cata de votos em época de eleição. Detestam ser questionados publicamente sobre sua ação parlamentar, seus atos de governo. Quando se dispõem a prestar contas, o que é raro, fazem-no, via de regra, através do despresível e inconveniente discurso maquilado. Preparam astuciosamente seus pronunciamentos, com regras e vantagens previamente estabelecidas, amparando-se no instituto da intocável unilateralidade, sem o risco de contestação. Para tanto costumam usar ambientes adrede e cuidadosamente preparados para obter resultados favoráveis e garantias de promoção pessoal, desperdiçando dinheiro, espaço e tempo de jornal e televisão. É o que ocorre hoje com as maioria dos candidatos. Não é isso que o povo quer. A ele não interessam as frases molduradas, o requinte do ambiente, os cuidados da maquilagem, a elegância dos gestos e da expressão, tudo previamente estudado, para produzir melhor efeito promocional no espectador menos avisado. Ao povo só interessa a pureza do

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sentimento, a humanidade do ato, a honradez do comportamento, o patriotismo do governante, e não os engenhosos artifícios planejados para esconder a realidade. O povo está desiludido com grande parte de seus representantes. Sabe que muitos deles sequer podem pronunciar-se, porque nada fizeram. Como sabe, igualmente, que muitos fizeram, o que não pode ser dito. Que governos imorais geram corrupção, violência, inflação, dívidas etc. Por isso está decidido a conquistar, através do voto, nas próximas eleições, uma nova ordem de moralidade, de paz e justiça social. O povo quer que a nossa ordem democrática se moralize, se aperfeiçoe e consolide, através da renovação dos hábitos, da compostura correta e responsável de novos representantes da classe política. Não aceita mais a liderança incompetente e enganadora. Ele quer que os futuros governantes refutem a prática do discurso tapeador. Que, ao contrário, convoquem periodicamente os poderes constituídos, os partidos políticos, os meios de comunicação e o povo para, conjuntamente, debater e julgar as suas ações administrativas. Que assumam o princípio fundalmental do compromisso com a verdade. Quer, enfim, que se extingua definitivamente a repulsiva prática da imoralidade e da tapeação. É isto que o povo quer. Jorge da Silva Pimenta Extraído do livro Retrato de um Emigrante

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Espaço dos

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Poder es

A importância da

Ética e da cidadania para o desenvolvimento pleno da sociedade

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Falar em ética hoje é falar em respeito e responsabilidade, é deixar de pensar exclusivamente no individual para pensar no coletivo.

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Espaço Cidadão Agosto de 2008

Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 é rica em ideais e em discussões. Mesmo após mais de 19 anos de sua promulgação, diversos elementos trazidos por essa inovadora Constituição, ou permanecem inócuos, ou não foram ainda bem compreendidos e utilizados. Direitos fundamentais presentes desde o preâmbulo da Carta Magna, essenciais para que alcancemos o acesso pleno à Justiça, continuam sem efetividade e princípios essenciais ao bom desenvolvimento de nosso país são vistos como meras recomendações, não alcançando a sociedade que deveria proteger. Direitos fundamentais, são considerando todos os direitos que o ser humano necessita para poder ter uma vida digna. Nesse sentido, muitos desses direitos se confundem com os direitos sociais, direitos esses que não se resumem as questões individuais, afetando a sociedade ou vários setores dela, atingindo, portanto, a coletividade. Tais direitos estão ligados diretamente a questões presentes na Constituição Federal, como o direito à saúde, à moradia, à educação, ao meio ambiente sadio e equilibrado, ao trabalho digno e são fundamentais para todo cidadão e indispensáveis para o desenvolvimento pleno de toda a sociedade. Esses direitos sociais dizem respeito a questões que atingem toda a sociedade e podem servir de ferramentas às organizações da sociedade civil, na qual o COPADESC faz parte, para pressionar o Estado, buscando a realização de políticas públicas eficientes, ou para coibir atos que desrespeitem os direitos dos cidadãos. Todas essas questões são formas de luta por uma sociedade mais justa, utilizando os argumentos

destacados na própria Constituição como forma de resolução de conflitos individuais, mas também como uma força transformadora disponibilizando à sociedade os instrumentos necessários à proteção de seus direitos. Para que a justiça seja plenamente realizada em nosso país, precisamos observar também a necessidade de desenvolvimento de nossa sociedade, desenvolvimento este que somente poderá ser pleno quando nos conscientizarmos também de nossa responsabilidade como cidadãos, atuando de modo concreto, para o bem-estar da coletividade. Nesse sentido, tornam-se indispensável analisarmos, como questão essencial ao desenvolvimento, os princípios éticos que permeiam as relações sociais. Atualmente não podemos falar de Ética sem pensarmos nos direitos de cidadania, verificando a influência de ambos os conceitos em prol do desenvolvimento sustentável. Falar em ética hoje é falar em respeito e responsabilidade, é deixar de pensar exclusivamente no individual para pensar no coletivo. É por isso que a questão Ética relaciona-se diretamente as questões ligadas às relações sociais, nas suas mais variadas formas, desde questões de educação, trabalho, comércio, passando pelas relações profissionais, até chegarmos à política, sendo todos esses valores indispensáveis para a transformação e desenvolvimento pleno da sociedade. Ética vem da palavra grega éthos, que conceitualmente é “a atitude do homem perante a sociedade”. Como podemos observar a Ética é estudada como a teoria que, de forma genérica, nos apresenta a situação das atitudes humanas relacionadas às necessidades, aos interesses e aos direitos e deveres sociais. Deveres e

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direitos esses que formam os chamados direitos de cidadania, que não se limitam ao direito ao voto, mas dizem respeito à toda ação ativa do cidadão em prol da justiça e do desenvolvimento social pleno e sustentável. Não podemos falar em sermos éticos se não pensarmos no bem comum. Nesse contexto devemos sair do discurso incorporando e atuando cotidianamente pautados na idéia de justiça e também nos princípios éticos, que devem estar presentes na forma como agimos em casa, no nosso condomínio, no trânsito, na fila do banco, na escola, no trabalho, enfim, em todas as nossas relações. A cidadania ganha força e merece grande destaque por ser o bom exercício de direitos, objetivando não apenas as questões individuais, mas preocupando-se principalmente com questões coletivas visando promover transformações sociais aptas a criar novas possibilidades de vida digna a toda a coletividade. Ser cidadão é atuar comprometido com o bem estar social, é preocupar-se com a sua rua, o seu bairro, com as condições de vida dos seus vizinhos; é manter-se informado sobre o que acontece em seu Município, em seu Estado, em seu País. Podemos chamar de cidadão aquele que conhece seus direitos, exige mudanças e cobra um comportamento ético dos políticos, sem esquecer também de seus deveres, de sua responsabilidade frente aos problemas sociais e da necessidade de sempre atuar de modo ético nas suas relações profissionais, pessoais, ou seja, nas suas relações com outros indivíduos dentro da sociedade. A ética pode transformar as relações sociais e desenvolver nosso país tendo como base os conceitos acima destacados poderemos levantar a bandeira da necessidade de uma ação ética em todos os setores da sociedade. Quando falamos em ética devemos destacar alguns exemplos desse tipo de atuação que deve estar presente na forma de condução das relações sociais, nas relações entre pessoas, entre os políticos e o povo, entre médicos e seus pacientes, entre advogados e seus clientes, entre trabalhadores e patrões, entre comerciantes e consumidores. Na política, por exemplo, nesse ano em que teremos uma das maiores eleições da história do Brasil, onde mais de 115 milhões de brasileiros serão responsáveis pela eleição de aproximadamente 5.560 prefeitos e cerca de 55 mil vereadores, que formarão a base municipal do

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sistema político nacional, sem dúvida alguma, a atuação ética desses candidatos terá importância fundamental para o futuro dos municípios e, conseqüentemente, da sociedade brasileira. Nesse sentido, para que tenhamos prefeitos e vereadores aptos a trabalhar para o bem comum, ou seja, preocupados com o desenvolvimento dos municípios e dos cidadãos que ali vivem, é, sem dúvida, indispensável uma ação política correta, um trabalho com seriedade e responsabilidade. Sendo assim, um governante ético é aquele que esteja realmente preocupado com as necessidades da população, que tenha como fundamento o respeito às boas leis e que não faça uma campanha política repleta de promessas vãs, que depois não serão cumpridas! Ser ético na política é prometer o que realmente pode cumprir, é ser justo, é trabalhar para um desenvolvimento que alcance os anseios de toda à sociedade, que deixe a preocupação individual de lado e que se preocupe com a necessidade da população, que não agrade a todos, mas sim, que atue de maneira correta, tendo em vista a necessidade da maioria, sem preconceitos, sem distinções, com justiça e respeito. Outros exemplos importantes que podemos destacar sobre a ética e sua importância para o desenvolvimento, diz respeito à ética na relação são entre o médico e paciente e o advogado e cliente. Como é sabido pela grande maioria, a implementação de políticas públicas de saúde para a população, a preocupação do Estado para com essas políticas, a melhoria no sistema público e privado de saúde é direito fundamental da pessoa humana protegido de maneira especial na Constituição que em várias passagens destaca a questão da saúde da população como questão essencial ao pleno desenvolvimento humano, devendo ser uma das prioridades do Estado. Nesse sentido o Estado deve possibilitar aos médicos e aos outros profissionais da área da saúde condições adequadas de trabalho, investindo em equipamentos, remédios e também na manutenção, reestruturação, reformas e ampliação dos hospitais, para que possa ser oferecido um atendimento adequado à toda a população que necessite. No campo do Direito a ética deve estar presente tanto na relação entre advogado e cliente, como na relação entre os demais profissionais que são indispensáveis para a manutenção do sistema judiciário brasileiro. Assim, o advogado deve defender os interesses do seu cliente

sem passar por cima dos interesses coletivos, utilizando das leis e dos princípios de modo a trazer ao juiz a verdade sobre os fatos. A ética nas relações de trabalho deve ser analisada na relação entre patrão e empregado e nas relações entre empresas e consumidores. Quando falamos em relações laborais, devemos ter em mente que mesmo a busca pelo lucro, que é inerente às relações comerciais, deve sempre estar pautada pelo desejo também de desenvolvimento da sociedade. Sob esta égide podemos caracterizar os preceitos éticos como aqueles que dizem respeito ao bem estar dos trabalhadores, à promoção do bom ambiente de trabalho, às preocupações com a vida, a renda e a segurança dos empregados. Não podemos deixar de analisar também, quando falamos em princípios éticos nas relações de trabalho, a figura do empregado que possui responsabilidades éticas perante seu empregador como, por exemplo, a sua dedicação no trabalho, fomentando o crescimento industrial ou empresarial, o respeito e a consideração pela Empresa que lhe emprega, fomentando, inclusive, o respeito entre seus colegas de trabalho, buscando um desenvolvimento pleno que englobe seu desenvolvimento pessoal, sem prejudicar os demais funcionários, e o desenvolvimento da empresa em que trabalha. Assim, somente poderemos falar em desenvolvimento social pleno quando tivermos a consciência de que apenas com uma mudança de atitude, através de uma atuação ética e cidadã que respeite os valores humanos e humanizadores, como a igualdade cívica, a justiça, a dignidade da pessoa, a democracia, a solidariedade, o respeito mútuo, conseguiremos realizar todos os ideais que estão presentes na nossa Constituição, mas que ainda hoje são meras recomendações sem qualquer força vinculante aptas a promover o desenvolvimento integral de cada um e de toda à sociedade. A importância da ética e da cidadania para o desenvolvimento pleno da sociedade será alcançado quando o homem tomar para si as rédeas do seu destino com responsabilidade e preocupação coletiva, sempre pautando sua atuação pela ética. Mateus Faeda Pellizzari Advogado, Mestre em Ciências Jurídicas pela FUNDINOPI, Professor da disciplina de Educação, Ética, Cidadania e Desenvolvimento Sustentável do Curso de Direito da FANORPI

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Í nd ice

Ag o s t o / 2 008

04 Espaço dos 3 Poderes

Falar em ética hoje é falar em respeito e responsabilidade, é deixar de pensar exclusivamente no individual para pensar no coletivo

10 Meio Ambiente

A sustentação da cidadania deve ter como base a ética integral de respeito a todos os seres com os quais compartilhamos o planeta

13 Saúde I – Diabetes

Existem cerca de 10 milhões de diabéticos no Brasil, mas estima-se que a metade não sabe que têm a doença

14 Saúde II – Vitiligo

O vitiligo não é contagioso e nem hereditário, apesar de em alguns casos serem encontrados antecedentes familiares com a doença

16 Cidadania I

Seu significado

18 Cidadania II

Educar é Incluir - Uma análise da acessibilidade dos deficientes ao ensino superior no Brasil

20 Adolescente I

O papel dos jovens nas eleições

22 Adolescente II

Independente de classe social e do maior acesso à informação, a gravidez na adolescência continua crescendo

Anuncie na Espaço Cidadão

24 Família I

Há famílias que se olham, mas não se vêm como gente e sim como maquinário ou cenário

26 Família II

28 Educação

Até que ponto a escola de hoje, seguindo políticas públicas que priorizam quantidade à qualidade, está preparada para superar a deficiência educacional

32 Responsabilidade Social

Toda empresa, independentemente do seu tamanho, pode desenvolver ações que promovam o desenvolvimento do seu quadro funcional

34 Inclusão Social Dislexia e inclusão

38 Instituições

Instituto Peniel Tratamento para dependência química

40 Esporte

O esporte tem o poder para mudar o mundo! Tem o poder para unir as pessoas numa só direção

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revista

Expediente

Toda sociedade humana dispõe de mecanismos terapêuticos válidos e culturalmente relevantes, que reforçam e valorizam a trajetória de vida e a identidade de seus membros

espaço

cidadão PRODUÇÃO:

COPADESC - Consórcio para Proteção e Desenvolvimento Sustentável e Sociocultural da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas CNPJ 05.947.410/0001-68 CREDINORTE - Sociedade de Microcrédito, Pesquisa, Empreendedorismo e Desenvolvimento Sustentável do Norte Pioneiro CNPJ 06.145.187/0001-06 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Alessandro Mendes Dutra, João Geraldo Frose CONSELHOS: COPADESC - Alessandro Mendes Dutra, Ieda Maria da Veiga Franco Reis, João Geraldo Frose, Maria das Graças Ferreira de Campos Zurlo, Tarcísio Boiko CREDINORTE - João Geraldo Frose Jornalista Responsável: Kátia Kertzman MTb nº 2247/09/27 PR Contato: (43) 3558-1937 joaogfrose@uol.com.br copadesc@copadesc.org.br www.copadesc.org.br


C i d a d es e r e g i ã o

Projeto Social

Empresa com tradição em coleta de lixo hospitalar atua na coleta seletiva

A

cidade de Siqueira Campos já conta com a coleta seletiva de materiais recicláveis. Com o objetivo de contribuir com o bem estar da comunidade, a Medic-Tec, empresa que realiza a coleta de resíduos hospitalares, têm colocado a disposição esta importante ação que visa diminuir o uso dos recursos naturais bem como aumentar a vida útil do local onde estão sendo armazenados o lixo comum em Siqueira Campos, e melhorar a qualidade do meio ambiente, sabendo que muitos destes materiais causam grandes problemas ambientais, sociais e econômicos. Hoje este serviço conta com a participação da população da cidade e está sendo expandido, com sucesso, para as cidades da região que são atendidas pela empresa na coleta de resíduos hospitalares. Existe

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também uma troca de valores, onde a empresa de coleta recebe para recolher o lixo hospitalar, mas também compra do hospital materiais recicláveis, reduzindo, e em alguns casos zerando, a despesa com a coleta de lixo destas instituições.

Atuando em várias frentes

Em Siqueira Campos o Projeto já está em um estágio avançado. A coleta é realizada em quase todos os bairros contando com caminhões da empresa e também com catadores, que através desse serviço conseguiram uma fonte de renda, pois todo o material reciclável coletado por eles é comprado pela empresa. A Medic-Tec conta com 8 funcionários trabalhando diretamente na unidade de reciclagem e outros 10 catadores que

trabalham em parceria com a empresa. Um exemplo do que representa a coleta de recicláveis na cidade foi a campanha contra o mosquito da Dengue, onde foi disponibilizado para a Prefeitura veículos da empresa para recolheram todo o material coletado nas casas, desse material aproximadamente 80% foi reciclado. Isto significa que a ação diminuiu o risco de proliferação do mosquito e também de saturação do aterro sanitário da cidade. Com esse projeto de coleta de recicláveis, a empresa além de contribuir com a limpeza pública, também está contribuindo com a população gerando empregos, possibilitando uma fonte de renda a mais e aumentando o tempo de utilização do aterro sanitário da cidade. No final todos saem ganhando com essa iniciativa.

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C i d a d es e r e g i ã o

Siqueira Campos

Espaço Cidadão Agosto de 2008

Jacarezinho Ribeirão Claro

MONTE REAL

Santa Amélia

Santo Antonio da Platina

Abatiá

PLATINA

Ribeirão do Pinhal

R E P R E SA DE X AVA N T E S

Joaquim D Távora Guapirama Conselheiro Quatiguá Mairinck

Jundiaí

Carlópolis

Tomazina

Jaboti

do SiqueiraSalto Itararé Campos Santana do Itararé

Japira Ibaiti Wenceslau Braz

São José da Boa Vista

Pinhalão Curiúva Ventania

Calógeras

Arapoti

Sengês

Jaguariaíva

Piraí do Sul

Fonte: http://www.paranacidade.org.br/ (08/07/2008)

ECONOMIA

Indústria Dominante: Produtos Alimentares Vestuário Calçados e Tecidos Prod. Minerais Não Metálicos Mecânica

Barra do Jacaré

S

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Bandeirantes

Saneamento básico e energia Água: 3.243 Esgoto: 1.856 Ligações de Energia Elétrica: 4.354

Participação no PIB Municipal: Agropecuária: 43,41 % Indústria: 5,15 % Serviços: 51,44 % Produto Interno Bruto: US$ 26.337.833,87 PIB per capita: US$ 1.839,88 População Econ. Ativa: 7.664 hab. Principais Produtos Agrosilvopastoris: Aves de Corte, Café e Leite

Cambará Andirá

CIN ZA

Distâncias Capital do Estado: 313 km Porto de Paranaguá: 404 km Aeroporto mais próximo: 172 km

Itambaracá

AS

Geopolítica Área: 282,971 km2. Altitude: 665 metros. Latitude: 23° 41’ 21’’ Sul. Longitude: 49° 50’ 26’’ W-GR. Possui clima Subtropical Úmido Mesotérmico, verões quentes com tendência de concentração das chuvas (temperatura média superior a 22° C), invernos com geadas pouco freqüentes (temperatura média inferior a 18° C), sem estação seca definida.

Demografia População (2000): Urbana: 11.771 habitantes Rural: 4.231 habitantes Total: 16.002 habitantes Taxa de Crescimento Anual Total: 2.71 %

O

Dados Gerais

(Ponta Grossa)

RI

Siqueira Campos faz parte da Amunorpi – Assoc. dos Municípios do Norte Pioneiro. Os primeiros povoadores da localidade vieram de Minas Gerais. O grupo formado por familiares era relativamente grande, e por isso resolveram nomear o novo povoado de Colônia dos Mineiros que mais tarde foi abreviada para Colônia Mineira. A antiga denominação Colônia Mineira foi mudada para Siqueira Campos, por Decreto n°323, de 05 de novembro de 1930. Criado município através da Lei Estadual n°1.944 de 20 de março de 1920, foi instalado no mesmo ano, sendo desmembrado de Tomazina.

R I O DAS CI N Z AS

HISTÓRIA

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Op i n i ã o

Ser Solidário ... é abrir os braços ... ouvir com o coração... quem sabe, oferecer o pão ...

“S

e cada um limpar o seu quintal o mundo será limpo”dizia alguém. Solidariedade não se define, vive-se. Como se começa ser solidário? Começa-se com as pessoas ao seu redor. Percebendo as necessidades físicas, psicológicas dos indivíduos com quem você convive. Um alô aqui, uma massagem poderosa no ombro carente de afeto e de palavras boas, um bom dia, uma boa noite, durma bem. Não há necessidade de grandes alardes e propagações de seus feitos. A ação solidária se inicia nos relacionamentos interpessoais começando com os familiares, com os empregados, com as pessoas de seu encontro diário. Ação solidária transbordará com suas atitudes pessoais de bom convívio em seus contatos diários. Não é pieguice de gente hipócrita quando você chora e compartilha a dor alheia, quando você ri com a alegria do outro e faz votos para que seja bem sucedido em sua vida. O importante é que cada um ao seu lado sinta-se amado, respeitado até em suas diferenças pessoais. Solidário á aquele que beija o filho ao sair de casa, é aquele que não ri quando a

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criança ao seu redor apresenta os problemas, às vezes, simples para quem ouve mas importante para quem fala portanto se você apenas escutar será solidário. Afinal, o que é a solidariedade? Não se trata de um sinônimo moderno para voluntariado – esta forma de ação é, na verdade, um de seus produtos. Também não é caridade, compaixão ou assistencialismo. Na verdade, ela vai além de tudo isso. Como já indica o radical da palavra, é enxergar a pessoa como algo sólido, interessar-se pelo outro e fazer algo por eles. “Não é apenas de um sentimento, mas uma postura diante da vida, uma disposição para se colocar como alguém que não está sozinho”. A Solidariedade colabora com o ser humano na condição altruísta e o remete a experiências primitivas de estabelecimento de vínculos afetivos e de amor, sentimentos estes responsáveis pela sobrevivência da espécie humana. Luzia de Oliveira Pereira é professora em Santo Antônio da Platina há 41 anos – atualmente ensina no Colégio Casucha, no SENAI e no CPV ( Curso de Preparação aos Vestibulares )

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M E IO A M B I E N T E

Permacultura

Conceitos e Princípios de Educação Ambiental O que estamos fazendo para preservar o planeta? Qual é a relação entre consumo e conservação dos recursos naturais? Você conhece, pratica ações permaculturais?

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osso planeta tem passado por inúmeros problemas de ordem sócio-ambiental - desperdícios, poluições, desmatamentos, crises sociais, educacionais, econômicas. Enfim, o conhecimento ambiental fundamenta ações promovendo a conscientização sobre os cuidados e o desenvolvimento do meio ambiente gerando melhor qualidade de vida. Você já analisou como gasta a água, como é sua alimentação, como tem contribuído na preservação de nosso planeta? Reflita suas ações cotidianas, valorize o saber ambiental, pois ele dá suporte à inovação e à criatividade, oferecendo metodologias e práticas que são possíveis descobertas e experimentações culturais, éticas, sociais, estéticas, científicas, capazes de desenvolver saberes e atividades cotidianas para a realização educativa cultural e permanente.

O que é Permacultura?

São sistemas, técnicas e conceitos de “Cultura Permanente”, pensando e desenvolvendo modelos econômicos, sociais, educacionais e ambientais de assentamentos humanos auto-sustentáveis, diagnosticando e planejando de maneira consciente os agro-ecossistemas, otimizando e integrando a produção e o desenvolvimento agrícola, como também urbano e periurbano. A Permacultura foi desenvolvida na década de 70 pelos australianos Bill Mollison e David Holgren, sendo apresentada como um conjunto de conhecimentos e saberes interdisciplinares e multifuncionais que despertam a percepção socioeconômica e ambiental, por meio de projetos simples

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e sustentáveis nas mais diversificadas áreas: urbanas, agrícolas, sociais, educacionais, culturais, econômicas, empresariais e industriais, sendo readequadas para o espaço a ser trabalhado. Para tornar o conceito mais claro, pode-se acrescentar que a Permacultura oferece as ferramentas para o planejamento, a implantação e a manutenção de ecossistemas cultivados no campo e nas cidades, de modo a que eles tenham a diversidade, a estabilidade e a resistência dos ecossistemas naturais. Alimento saudável, habitação e energia devem ser providos de forma sustentável para criar culturas permanentes. A Permacultura organiza espaços dentro da dinâmica contínua, orientado os seres humanos para a aplicação de saberes ambientais, contendo subprocessos de organização de elementos dentro de determinados contextos: o ecodesign, na compra e venda sustentável, no ciclo de vida, gerenciamento de resíduos, entre outros; proporcionando conceitos, práticas e metodologias de trabalho para pequenos e médios produtores rurais e comunidades carentes, por meio da interação e inovação dos modelos de produtividade tradicionais; discutindo os saberes e a valorização humana e social, como a valoração ambiental, debatendo novas fronteiras para a organização e sustentabilidade biopsicossocial. O colapso ambiental discute questões da necessidade e do conhecimento na complexidade individual e coletiva, independentemente de sua classe econômica e social, partidária, credo ou raça. Este debate transdisciplinar dirige e fundamenta os princípios da gestão e desenvolvimento permacultural, dentro da reorganização e compreensão territorial, econômico e humano, despertando o olhar da criticidade para as circunstâncias reais e insustentáveis das problemáticas do local para o planetário. As metodologias e práticas da Permacultura exercem a tarefa de diagnosticar, planejar, justificar e executar os objetivos que atendem toda uma demanda correlacionada as ações que constituem a estrutura da multifuncionali-

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dade sustentável cotidiana, possibilitando a inter-relação do conjunto de políticas públicas e privadas, favorecendo e afirmando positivamente processos e atividades do desenvolvimento sustentável para o mercado global. Os projetos e iniciativas permaculturais são ferramentas eficazes para o planejamento e a manutenção de projetos a ser desenvolvidos no campo e na cidade, potencializando e gerando o desenvolvimento econômico, educacional e cultural. A Permacultura acrescenta, a toda dimensão da gestão socioambiental, trabalhos de escalas de educação, tempo, espaço e natureza, reunindo ao desenvolvimento sustentável a transição de uma educação social e permanente para o progresso econômico, aumentando todo fluxo consciente e sustentável da área a ser planejada. A sustentação da cidadania deve ter como base a ética integral de respeito a todos os seres com os quais compartilhamos o planeta. Como construir na prática cotidiana essa ética integral sem um processo educativo? Isso exige, com certeza, uma nova compreensão do papel da educação, para além da transmissão da cultura e da aquisição do saber. Implica a construção de novos valores e novas relações. Nosso futuro comum depende da nossa capacidade de entender hoje a situação dramática em que estamos devido à deterioração do meio ambiente. É tempo de conduzir uma educação com que possamos restabelecer a consciência da humanidade, percebendo os fatos e as ações que escrevem a história humana e planetária. O agora pensa na falta d’água como um problema de caráter urgente para milhões de seres humanos no planeta sendo ele, um dos fatores de disputa entre nações. As mudanças climáticas e a contaminação dos recursos hídricos são fatores que antecipam uma crise emergencial sem precedentes. As previsões da ONU (Organização das Nações Unidas) dizem que cerca de quatro bilhões de pessoas,

A sustentação da cidadania deve ter como base a ética integral de respeito a todos os seres com os quais compartilhamos o planeta.

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M E IO A M B I E N T E

É de grande importância conhecer e praticar as possibilidades de economia da água

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serão atingidas pela escassez de água em todo mundo a partir de 2050 e o planeta Terra tem muita água, mesmo considerada própria para consumo, pois são 135 mil quilômetros cúbicos na superfície e 10,5 milhões de água subterrâneas. Mas a grande ameaça da escassez da água é apresentada em grande parte pelo fator de estar ou ser contaminada, e o atual estudo é alarmante mais que seu próprio desaparecimento. A educação ambiental e permacultural são conhecimentos fundamentais para debater e desenvolver saberes necessários que vão além de estratégias de economizar a água: nos fazem analisar e conhecer as questões hídricas, desenvolvendo a compreensão e a reflexão de como melhorar e eficiência e forma de utilização da água, considerando condições de saneamento, reutilização, economia seja em uso de pequenas, médias ou grandes escalas. É de grande importância conhecer e praticar as possibilidades de economia da água, não só em questões monetária, mas como um conhecimento sustentável fundamental para toda geração presente e futura, restaurando e renovando o equilíbrio entre o ser humano e a natureza, por meio de estratégias simples e eficientes para melhorar, conservar e preservar o ecossistema. Para tanto, a Permacultura sintetiza estratégias e soluções de como usar e consumir o recurso hídrico, através de tecnologias para captação, armazenamento, reaproveitamento e preservação das águas e de seus mananciais. Entre as tecnologias ressaltamos as cisternas de ferro-cimento para captação de água de chuva, canais de infiltração, sanitário seco, aquecedor solar, a educação permacultura para aprendizagem de consumo da água: água cinza; pois reciclar toda a água servida em vez de jogá-la diretamente no rio. Isto se faz facilmente com filtros biológicos, feitos de canteiros de plantas aquáticas: 100 litros de água utilizados três vezes significam 300

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litros de água. O uso sustentável da água consiste em estabelecer o máximo de elementos de captação, armazenamento, e reciclagem, preferindo armazenar água nos pontos mais altos e reciclar água o quanto for possível. O reflorestamento de vales são lugares onde se junta a água e pode fazer brotar uma fonte ou um riacho, quebra-ventos, fazendo diminuir a evaporação. A importante atividade das matas ciliares que fazem com que a água chegue gradativamente ao longo do ano, evitando enchentes. A importância da água não pode ser medida, é um recurso indispensável para toda vida planetária. Por isso é necessário preservá-la. Economizar água torna-se um fator benéfico e essencial á vida. A falta d’água em alguns casos pode provocar doenças, epidemias que nos levam até a morte. A Permacultura é um de vários conceitos que apontam estratégias para a manutenção com práticas da conservação e preservação dos recursos hídricos. Depende de todos nós a mudança necessária do fazer acontecer ambiental, seja do saber popular ao científico fazendo renascer o ciclo da natureza, desenvolvendo o olhar capaz de perceber, sentir os sinais e os fenômenos naturais que são vitais para todos nós. O pensamento permacultural, o conhecimento ambiental, a sensibilidade e a maneira como olhamos nossas ações, resgata os valores de vida conjunta e a percepção real que deve ser discutida e abordada nos acontecimentos e fatos ambientais de nosso dia-dia. Daniela Janaína Pereira Miranda é pedagoga, especialista em metodologia de Ensino Superior, especialista em Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, especialista em Auditoria e Gestão Ambiental, mestranda em Geografia, Meio Ambiente e Desenvolvimento (UEL).

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Saúde

Diabetes tipo 2 tem cura?

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iabetes mellitus é uma doença metabólica na qual existe um aumento do açúcar no sangue (hiperglicemia) devido a distúrbio funcional do pâncreas, que é o órgão que produz a insulina, hormônio que regula o nível de açúcar no sangue (glicemia). Existem cerca de 10 milhões de diabéticos no Brasil, mas a Sociedade Brasileira de Diabetes estima que a metade, ou seja, 5 milhões, não sabem que têm a doença. O diabetes tipo 2, ou diabetes maduro, costuma ocorrer em pessoas com mais de 40 anos, com sobrepeso ou obesidade, com história familiar de diabetes e é responsável por 90 a 95% dos casos de diabetes. É um problema que reduz a expectativa de vida em até 10 anos, e que pode triplicar o risco de ataque cardíaco. Basicamente, o tratamento é simples e pode levar o diabético a ter uma vida normal. O tratamento consiste em exercício, dieta e, se necessário, medicamentos. O diabetes é uma doença insidiosa e destrói vagarosamente o nosso organismo. Infelizmente, como no início a maioria dos pacientes é assintomática (não tem queixas), o tratamento é negligenciado. Quando os sintomas aparecem, muitas vezes é tarde demais, pois as lesões oculares, renais e vasculares são irreversíveis. Recentemente, como advento da cirurgia de obesidade mórbida, ficou evidente que, ao perder peso, os paciente obesos melhoravam muito da hipertensão arterial e do diabetes. Esse fato comprovou a associação do diabetes à obesidade. Além disso, alguns hormônios intestinais foram identificados, em níveis elevados no pós-operatório,

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hormônios estes que estimulam o pâncreas e deprimem o centro da fome. Essas informações resultaram no desenvolvimento de algumas técnicas como a proveniente do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e que já resultou em tese de doutorado na Universidade Federal do Paraná pelo Dr. Fábio Milleo, de Ponta Grossa. Essa técnica recente foi minimizada, visando apenas o tratamento de diabéticos e não obesos mórbidos. Nesta técnica, a variação mais importante foi a não-intervenção no estômago, não exigindo, portanto, grandes restrições alimentares. Sabemos hoje que a alimentação de nossos ancestrais era baseada em raízes, folhas, cascas de árvores, frutos, sementes, além da caça e pesca. Alguns desses alimentos são de difícil digestão e por isso o intestino delgado do homo sapiens mede cerca de 6 metros. Hoje, além da obtenção dos alimentos ser muito mais fácil, basta ir, de carro (para não gastar energia, ao contrário dos nossos ancestrais que andavam quilômetros atrás de seu alimento) ao supermercado. Os alimentos industrialmente processados são de fácil digestão e ricos em calorias. Tal fato resulta em maior absorção dos alimentos e menor gasto energético resultando em obesidade. Isto explica a necessidade da retirada parcial (encurtamento) do intestino delgado (enterectomia). Essa técnica, conhecida como Santoro, é usada quando não há resultado satisfatório com o tratamento medicamentoso e dietético, como tratamento auxiliar para o tratamento do diabetes tipo 2. Há grande melhora no perfil metabólico em relação

à glicemia, hipercolesterolemia e trigliceridemia (açúcar, colesterol e triglicerídeos no sangue). Como ainda é considerado tratamento experimental, até que grande número de pacientes seja operado em vários centros e que os resultados confirmem sua eficiência, é necessária a assinatura de consentimento informado, constando no mesmo o caráter experimental de procedimento. Com a cirurgia de Santoro, a conformação geral do tubo digestivo sofre apenas uma redução proporcionada de dimensões e consiste na retirada de uma parte do intestino delgado (enterectomia parcial), deixando dimensões residuais ainda dentro dos limites da normalidade (3 metros), e da retirada da gordura do omento maior. Essa técnica inclui ainda a retirada do omento (omentectomia), que é um tecido rico em gorduras e que produz uma substância, a resistina, que reduz a potência da insulina produzida pelo pâncreas do paciente (insulina endógena). A cirurgia de Santoro é realizada em nível hospitalar, e tem todos os riscos inerentes a uma operação abdominal de grande porte. E necessário, além dos exames de rotina pré-operatória, o comprometimento do paciente para a realização de exames em 3 e 6 meses após a cirurgia, para avaliar os resultados. Tudo indica que no futuro, após confirmações dos promissores resultados iniciais, essa técnica será definitivamente incorporada às opções de tratamento dos diabéticos tipo 2. Dr. Luciano Dias de Oliveira Reis, membro titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões.

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Esconder não vale vitiligo Saúde

O vitiligo não é contagioso e nem hereditário, apesar de em alguns casos serem encontrados antecedentes familiares com a doença.

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uando recebi o convite para escrever nesta revista, que tem como foco a cidadania, logo me veio à cabeça a questão inserção social e qual a melhor maneira de fazer isso na dermatologia? Acredito ser desmistificando alguns tabus em nossa sociedade, como o medo que as pessoas sentem de algumas doenças dermatológicas. Decidi então falar sobre vitiligo, por ser uma doença em que, ainda hoje, existe muito preconceito. O vitiligo foi descrito há mais de 3.500 anos. Primeiramente, no Egito (no Papiro de Ebers) e na Índia (no livro sagrado Atharva Veda). Na Bíblia, no antigo Testamento, era chamado de “Zara’at”. O vitiligo é uma doença que destrói os melanócitos, células que produzem o pigmento (melanina) responsável pela cor da pele, e, por isso, aparecem manchas brancas no local. A causa da doença ainda é desconhecida, e na grande maioria dos casos não há nenhum prejuízo para a saúde. Há diversas teorias que tentam explicar este fenômeno. A mais aceita é a teoria auto-imune, ou seja, os melanócitos são mortos pelas nossas próprias células de defesa que, por algum motivo, passam a atacar e matar os melanócitos. O vitiligo não é contagioso e nem hereditário, apesar de em alguns casos serem encontrados antecedentes familiares com a doença.

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Tensão, medo, angústia, ansiedade, depressão são alguns males que revelam o alto grau de excitação mental que tem atormentado as pessoas

É doença muito comum, acometendo aproximadamente 1% da população mundial, ou seja, uma em cada 100 pessoas possui vitiligo. Acomete homens e mulheres de todas as raças. Aproximadamente 25% dos pacientes têm até 10 anos no início da doença. Outros 25% têm entre 10 e 20 anos e 95% dos pacientes apresentam vitiligo até os 40 anos. Os locais mais afetados são as mãos, pés, punhos, cotovelos, joelhos, rosto e região genital. Certos fatores podem desencadear o vitiligo em algumas pessoas, como: ferimentos, traumas , queimaduras solares e estresse. No vitiligo pode ocorrer o que chamamos fenômeno de “Köebner” ou isomorfismo, que é o surgimento de novas manchas após um trauma físico como corte, arranhão, queimadura, pancada etc. É importante observar se quando a pessoa se machuca surgem manchas brancas no local do trauma. Caso isso ocorra, é muito importante evitar traumatismos para que não surjam novas lesões de vitiligo. Dependendo da localização, da extensão e do tempo em que o vitiligo apareceu no corpo, a doença pode ser curada. No entanto, a ciência ainda não descobriu quais os fatores que determinam a possibilidade de cura. Assim, alguns pacientes conseguem resultados positivos, outros não. Ou seja: existe um fator próprio em cada pessoa que determina a reação do corpo à doença. Os mesmos medicamentos utilizados em alguém que se curou podem não funcionar em outra pessoa. Não se sabe que fator é esse, e não se pode prever quem será curado ou não. Todo tratamento é uma tentativa. O que sabemos é que o estado emocional influencia na manifestação e no tratamento da doença. Pessoas muito tensas, preocupadas, ansiosas e depressivas têm maior probabilidade de ser atingidas por novas manchas de vitiligo. Portanto, é necessário que o paciente tente aliviar as tensões emocionais para melhores resultados. O tratamento do vitiligo pode variar desde o uso de medicamentos tópicos e comprimidos, até a indicação de técnicas cirúrgicas, fototerapia (radiação ultravioleta) ou laser. O dermatologista deverá indicar o melhor tratamento para cada caso, observando o tipo e o estádio do vitiligo. Geralmente o tratamento tem longa duração e exige disciplina e persistência, pois o resultado depende da capacidade de reação do organismo. No entanto, na ausência de tratamento, o vitiligo tende a aumentar e comprometer outras partes do corpo. Dr. Marcelo S. Machado Dermatologista

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Cidadania

CIDADANIA

Seu significado

A origem da palavra cidadania vem do latim “civitas”, que quer dizer cidade. O sentido primeiro do termo cidadania foi utilizado na Roma antiga para significar a situação política de uma pessoa e os direitos que ela possuía e/ou podia exercer.

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onforme Dalmo Dalari, “Cidadania expressa um conjunto de direitos que dá à pessoa a possibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo.”. Cidadania, portanto, é o exercício da condição de ser cidadão como agente e objeto de direitos e obrigações perante a sociedade em que se vive. Por isso o exercício da plena cidadania não é somente a cobrança de direitos por parte do cidadão, mas, também, sua responsabilização quanto às obrigações que ele tem diante dessa mesma sociedade. De outro tanto, cidadania não é uma quimera. Ela existe, está aí, dentro da alma de cada cidadão. Se ele sabe disso ou não, se a exerce ou não, é uma outra questão a ser tratada. Aliás, se cada um dos cidadãos não exercer a sua cidadania, ou exercê-la de forma incompleta, logo não em sua plenitude, fato é que toda a comunidade social sofrerá. Ou seja, não há cidadão-ilha, antes, cada um é responsável pelos outros. É como em uma família, se um sofre, todos sofrem.

O paradigma da cidadania

Por outro lado, é interessante constatar como a verdadeira cidadania pode ser amordaçada, anestesiada, esquecida nos porões do tempo quando a representatividade política do povo deixa de corresponder aos mais profundos anseios da alma

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deste mesmo povo. Explica-se: toda sociedade se estrutura e repousa em basilares, ou, princípios elementares. Outrossim, a consciência coletiva espera, ansiosamente, tais fundamentos sociais nas pessoas de seus líderes, posto que é o seu bem-estar que está em jogo. Nesse diapasão, quer parecer que os líderes, mormente os políticos e sociais, acabam por “encarnar” os basilares dessa mesma sociedade. Não se pode “ver” um anseio, porém, pode-se representá-lo. E os líderes políticos de uma sociedade acabam por personificar os anseios do seu povo.

O cidadão brasileiro

Com a premissa de que a liderança política e social de um povo personifica os basilares de uma dada sociedade, então, a brasileira se encontra em um dos piores momentos de sua história. É trágico este momento. Acontece que, ao personificar os anseios do povo brasileiro, e, por outro lado, tratar-se a atual classe política nacional de umas das piores que já assumiu o poder em todos os níveis e em todos os tempos, o que se tem é uma grave e angustiante sensação de desamparo, de decepção, de desgosto social e deslealdade. A quem gritarão e clamarão os brasileiros a não ser à sua

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liderança? E como clamarão a tal liderança se ela, como um todo, se corrompeu de forma assustadora e imensurável? O que resta a um povo assim senão imitar seus “comandantes” ou associar-se a eles? Ou faz isso ou se cala olhando o chão, ou, como terceira via, insurge-se. Nessa perspectiva, constata-se que o cidadão brasileiro está absolutamente acuado no exercício da sua cidadania. Não que faltem leis ao Brasil; não, não é isso. Aliás, num Estado como o brasileiro todas as relações humanas (sociais, econômicas, familiares...) são reguladas por leis, normas, decretos. Não nos faltam leis, antes, nos faltam Homens (o “H” maiúsculo é proposital). Conforme referido não há Homens políticos no Brasil que correspondam, ainda que minimamente, aos anseios dos nacionais. Se, de fato, os líderes de uma sociedade “representam” os valores éticos e morais que, no geral, são aceitos e, mais que isso, exigidos por seu povo, então, o brasileiro está na UTI. E isso não é de se estranhar, pois o povo sabe que as questões morais e éticas vão ditar condutas e posturas. E condutas e posturas são necessárias para uma mínima convivência em sociedade, posto que resultar-lhe-á em progresso, paz e bem-estar, dentre outros inúmeros benefícios.

A atual conjuntura brasileira

Na atual conjuntura nacional, fica cada dia mais claro que o maior inimigo de cada cidadão brasileiro é representado justamente pela classe dos agentes políticos que ele mesmo elegeu. Em outras palavras, o súdito nacional não teme um adversário externo, armado até os dentes, que avance contra o território nacional. Ele teme os seus próprios líderes políticos. Os brasileiros não mais confiam. Crianças do primeiro grau – pasme-se – chamam autoridades políticas de ladrões, bandidos e corruptos. Não havendo confiança, o tecido social vive no medo, e sua esperança, em crise, pode recair nas mãos de qualquer louco que se apresente. Aí, cessam-se os

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argumentos e há a anarquia. Os “representantes” eram lobos e, agora, dentro do redil, comem as carnes das ovelhas que lhes foram dadas para cuidar e zelar. A maioria de tais “representantes” olha de soslaio à espreita de quem ouse denunciá-los; sabem que têm força e que, se quiserem e quando quiserem, lançam ao chão os que tiverem a infelicidade de não entrar nos seus “esquemas” ou então que resistem aos seus descarados ataques.

dadania, pode e deve enfrentar todo o poder que foi por ele criado, mas que, por várias razões, voltou-se contra o seu criador. Cada cidadão, dentro da ordem e do respeito, pode e deve revoltar-se e exigir dos três Poderes que expurguem, de pronto, de seus seios os trapaceiros, os enganadores, os larápios, os incompetentes, os mentirosos, os que não-sabem-de-nada, os que machucam e ferem, fazendo com que arquem com todas as conseqüências penais, civis, administrativas e sociais de cada um de seus atos.

A consciência da cidadania

A plena cidadania prescinde, sobretudo, da melhor noção possível do “quem sou”, “onde estou” e “o que posso fazer”. É uma questão de consciência. Nesse aspecto, não há falar-se em exercício da cidadania sem, antes, dizer que cada cidadão precisa ter compreensão do que é, do que os outros são e de que o Estado e todos os poderes públicos e seus respectivos agentes são criação do próprio cidadão. O presidente da República, os governadores e prefeitos, os senadores, deputados e vereadores, os ministros e secretários, todo o Executivo, todo o Legislativo e todo o Judiciário, são construção do povo e existem para servi-lo e não para servirem-se dele. Portanto, o povo brasileiro, consciente, exercendo a sua cidadania, não é obrigado a aceitar os juros bancários mais altos de todo o planeta, bem como uma das maiores cargas tributárias do mundo. A pompa e a glória dos poderes e agentes públicos devem curvar-se, em humildade, diante da glória de quem lhes deu vida, a saber, o povo, o cidadão. Nenhum poder público e nenhum agente público, mormente os políticos, podem ferir, direta ou indiretamente, o povo. E também não podem olhar o povo com esta maldita soberba que se observa nos olhares da maioria deles quando inventam de falar. O lugar dos poderes públicos e seus agentes é no sopé da montanha, e não em seu cimo: o nome disso é “servir”. O povo brasileiro, no exercício de sua ci-

Conclusão

Considerando-se, infelizmente, o grave estágio de vício que atingiu os poderes públicos do Brasil, e assustadoramente a classe política nacional, um bom exercício da cidadania é a aglutinação de pessoas em torno de idéias e objetivos em comum. Fato é que vozes solitárias que se levantam em geral são oprimidas com prontidão e violência por aqueles que desejam a manutenção do “status quo”. Por isso a necessidade da união de pessoas com ideais em comum, com objetivos sadios e primados na ética e na moral. Nesse diapasão, a sovada frase que diz que “a união faz a força” é, para este momento, extremamente oportuna. O momento por que passa a nação brasileira é muito grave. A maioria dos nossos governantes é corrupta, desleal e indigna. Portanto, esta é a hora de fazer brilhar a luz do cidadão, de cada cidadão. O pleno e consciente exercício da cidadania é uma das maiores ferramentas que podem nos devolver o orgulho, a satisfação, o prazer de ser brasileiro, e, ainda, resgatar a nossa honra e dignidade tão aviltadas pelos que nos dirigem. Diz-se que nas batalhas ocorridas nos vales é onde surgem os guerreiros, os homens de verdade de uma nação. O povo brasileiro está em um vale, e está em guerra. Dr. João Antônio Santa Rosa Advogado

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Cidadania

Educar é Incluir Uma análise da acessibilidade dos deficientes ao ensino superior no Brasil: a deficiência e suas cores na possibilidade de inclusão.

O Ilustração: Alessandro Dutra

papel da educação para o desenvolvimento do Estado nem sempre é compreendido como prioridade. As implicações diversas da educação no futuro dos cidadãos são tão complexas e variadas quanto devem ser as políticas de inclusão na área educacional. Essa diversidade de fatores se reflete principalmente na imperiosa necessidade de completa abrangência do direito à educação: para todos e em todos os níveis. O desdobramento necessário do problema em nosso estudo será conduzido aos portadores de deficiência e seu acesso ao ensino superior, não apenas pela importância do enfoque, mas pelo tratamento hoje dispensado ao assunto. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, hoje são mais de 25 milhões de deficientes físicos no Brasil. Esta marca serve para demonstrar que a acessibilidade ao ensino deve abranger também esta enorme parcela da população, sob pena de relegar esta numerosa minoria à mediocridade, à exclusão, quando associados com outros fatores não raros como a pobreza e a desinformação. A conceituação do que seja deficiência física, em nosso entender, deve compreender toda e qualquer forma de hipossuficiência que condicione o portador a necessidades especiais para integração na sociedade. Nosso conceito é assumidamente abrangente. Decerto que os conceitos legais e os utilizados pelo IBGE são mais restritivos e, ainda assim, aferiu a dita soma de 25 milhões de deficientes físicos. Aproveitamos então para sugerir uma questão: O analfabetismo se enquadra como uma deficiência? Nos permitimos responder. Nos moldes mais abrangentes e igualitários entendemos que sim. O analfabetismo exclui,

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marginaliza e retira a dignidade humana tanto quanto as deficiências físicas quando abandonadas pelas políticas públicas de inclusão. É o preço da evolução da vida em sociedade, que exige cada vez mais do individuo que pretende a integrar. Noutros tempos a questão sequer mereceria uma resposta. Mas hoje, sem dúvidas que as cores daquela deficiência que marginaliza são vistas em tons fortíssimos nos analfabetos. Educar é incluir. A preocupação com o deficiente e seu acesso ao ensino não é alheia à preocupação das esferas internacionais. A famosa Declaração de Salamanca, em 1994, informa a preocupação com o problema e a necessidade de atenção à abrangência do ensino também aos deficientes. A lei n.º 9.394 de 20 de dezembro de 1996, estabeleceu as diretrizes e bases da educação nacional - LDB. Muito feliz na enunciação dos princípios e fins da educação nacional, a ‘igualdade de condições para o acesso e permanência na escola’ e o ‘acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um’, são bandeiras levantadas pela lei. Ocorre que, mesmo aos não deficientes, a obrigatoriedade na prestação do ensino compreende apenas a educação infantil e fundamental (LDB, arts. 58,§ 3º, 59 e 60). Ou seja, assiste enquanto direito público subjetivo à população o acesso à educação infantil e fundamental. O consenso é o de que, ainda que não seja direito público subjetivo o acesso aos ensinos médio e superior – o que fere a dignidade humana de forma menos evidente mas não menos cruel – onde existirem, devem ser disponibilizados em amplo acesso também aos deficientes físicos. No Brasil a preocupação com o tema do deficiente e o ensino superior ganhou tratativas recentes. O Ministério da Educação em 24 de abril de 2007 publicou a Portaria normativa n.º 14, criando o que denominou “Programa Incluir: Acessibilidade na Educação Superior”. Nossos cumprimentos devem ser dados à preocupação do executivo federal em fomentar a inclusão em área tão nobre e específica quanto a ora em tela. A referida portaria, no entanto, não impôs prazos, meios, formas de execução e outros mecanismos de concretização, apenas designa a Secretaria de Educação Especial – SEESP, que então publicou Edital Nº 3, de 26 de Abril de 2007, anunciando o “Programa Incluir 2007”.

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À par da nobreza da iniciativa, devemos apontar algumas imperfeições da mesma. Aquilo que se anuncia enquanto “Programa Incluir” é menos abrangente e efetivo do que a força do título possa anunciar. Compreende o edital do programa uma chamada às instituições federais de ensino superior – IFES, à apresentação de propostas para aprimorar e mesmo viabilizar o acesso ao ensino superior aos deficientes físicos. Criticamos inicialmente a expressa destinação do programa apenas às instituições federais de ensino superior, deixando de fora as instituições estaduais e as particulares. Decerto que as instituições particulares poderiam ter sido contempladas com o programa, promovendo a implementação de projetos de acessibilidade aprovados pelo programa em troca de créditos tributários, porque não? Talvez a resposta esteja na própria Portaria Normativa n.º 14 do Ministério da Educação, mais precisamente no artigo 3º, onde se determina que os recursos do Projeto Incluir serão as dotações orçamentárias destinadas ao próprio MEC anualmente. Não se diga, pois, que o programa é destinado à inclusão dos deficientes no ensino superior, mas sim à sua viabilização de acesso ao ensino superior em instituições federais, e apenas em alguns aspectos. Na seqüência, lembramos que o “Programa Incluir” em suas bases atuais servirá para concretizar iniciativas pontuais restritas nas instituições federais de onde originarem os projetos remetidos ao programa. Tecnicamente, é política para uma coletividade específica, não uma política difusa, de difusão da acessibilidade. Estes pontos devem ser muito bem lembrados quando dos anúncios publicitários ditos “chapas brancas”. A iniciativa fora válida, mas aquém daquilo que poderia ter sido. Críticas feitas, reforçamos o nosso entendimento de que o conceito de deficiente físico deve ser o mais amplo possível, compreendendo todo e qualquer hipossuficiente que necessite de auxílio especial para integrar-se à sociedade. A inclusão dos ensinos médio e superior como direito público subjetivo – dever do Estado – é medida que se impõe, disponibilizando-os de forma isonômica, ou seja, também aos deficientes físicos. Mais uma vez, e agora à luz de tudo o que expusemos, educar é incluir.

Ocorre que, mesmo aos não deficientes, a obrigatoriedade na prestação do ensino compreende apenas a educação infantil e fundamental.

Márcio Dias de Oliveira Especialista em Direito Público Mestrando em Direito Constitucional

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A d o lesce n te

O papel dos jovens nas eleições É

isto aí. Estamos no ano de 2008. E isto significa que é ano de decidir como serão os próximos quatro anos da comunidade em que vivemos. Vêm aí, em outubro, as eleições municipais, quando serão eleitos os representantes do povo nas Prefeituras e Câmaras Municipais. E, neste momento de extrema importância, vale lembrar que a pessoa que nós colocamos no poder (pois ninguém ganha cargo de prefeito e/ou vereador pelo voto de uma minoria) deve refletir exatamente nossos anseios e atender às nossas necessidades. Os políticos que se elegem têm (ou devem ter) um pouco de todos os eleitores que neles votaram, já que, se receberam os votos, foi porque de certa forma os eleitores com eles se identificaram. Assim, vivemos num país democrático, onde o povo dita (ou deveria ditar) as regras por meio de seus representantes eleitos. Como difunde a mídia, votar é obrigatório para pessoas a partir dos 18 até os 60 anos, exceto se analfabetas, cumprindo com as obrigações militares (conscritos), ou condenadas criminalmente. E devemos dar especial atenção a esta democracia, que é nada mais do que a oportunidade materializada de participarmos da construção de coisas boas (e ruins) para a nossa comunidade, nosso estado, nosso país. Mas vamos enfocar nosso ponto nos jovens deste país, já que ainda são idealistas e não acomodados e acostumados às adversidades do mundo, com sede de lutar, de serem ouvidos, de fazer a diferença. No Brasil, o direito de poder votar é estendido a todos os brasileiros maiores de dezesseis anos, que completem tal idade até o dia das eleições. No entanto, até os dezoito anos, o voto deste jovem eleitor é facultativo, não lhe implicando multa ou qualquer outra conseqüência caso o mesmo não compareça às umas para votar. Talvez por isso, não raramente, muitos destes jovens (que podem fazer enorme diferença num pleito eleitoral) não se alistam antes de alcançarem a idade de voto obrigatório, qual seja, os dezoito anos. Alguns por comodismo, não podem perder cinco minutos para comparecerem ao Cartório Eleitoral mais próximo para fazer o

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título de eleitor, já que, atualmente, o processo de alistamento eleitoral no país todo encontra-se quase totalmente informatizado, com títulos emitidos de imediato. Outros, por estarem acostumados a presenciar seus pais e parentes mais próximos a blasfemarem todo domingo de outubro em que há eleição por terem de acordar cedo para votar, evitando assim enormes filas, e ouvirem seus pais chegando em casa dizendo que votaram para mais um ‘ladrão’ subir no poder (já que grande parte da população, insatisfeita com a política, não raramente considera este adjetivo entre aspas um sinônimo de político). Ora, eis aí um ponto a ser discutido e que merece sua atenção leitor. E quando me refiro a você leitor não almejo apenas chamar a atenção dos jovens, já que muitos adultos também podem ajudar a fazer a diferença nas umas. Trabalho na área eleitoral e não raramente lido com pessoas insatisfeitas com a atual conjuntura política do país. São pessoas que reclamam da saúde, da educação, de saneamento básico, entre outras coisas. Entretanto, a maioria destes ‘reclamadores’ de ‘mão cheia’, alguns que parecem ter nascido de mal com o mundo, são justamente aqueles eleitores que estão em débito com a Justiça Eleitoral, aqueles que deixaram de votar em algumas eleições, tiveram seus títulos cancelados. Ora, que direito têm os mesmos de reclamar? E o pior, quando pergunto aos mesmos se têm filhos já em idade eleitoral, alguns me respondem que sim, então digo aos mesmos para providenciarem a documentação dos filhos para a feitura do título de eleitor, no que não raramente escuto comentários do tipo “Meu filho (a) é muito novo (a) para ficar se envolvendo em eleição!!! Vai votar sem consciência!!!” Ora meu caro pai e mãe. Nenhum ditado mais certo que aquele que os filhos se espelham nos pais, e se vai votar sem consciência, é porque você genitor (a) assim o fez a vida inteira! E o pior é que ainda se acha no direito de reclamar! E incentiva seu filho (a) a não torcer para que as coisas dêem certo, para que se faça uma boa política em sua comunidade. E depois, ainda têm o desplante de reclamar www.copadesc.org.br


dos professores de seus filhos, que a escola está em greve, que sua rua não têm asfaltamento. Senhor pai e mãe! O desinteresse do jovem é o reflexo do que são os senhores. Pessoas sem consciência política. Há casos, ainda, de filhos que acompanham os pais até o cartório eleitoral e perguntam aos pais quando vão fazer seus títulos, interessados e ansiosos em fazer algo de diferente para mudar a cidade, para saberem que participaram do processo de formação política da cidade. Quando são desaconselhados pelos pais a fazer o título, que não raro acham os filhos uns pobres coitados. Ainda são menores!!! Não podem praticar atos da vida civil nem ser presos ou processados!!! Então por que precisariam votar? Ora leitor jovem, filho e pai! Precisam votar exatamente para ter voz ativa e exigir os seus direitos, pois embora não possam praticar os referidos atos acima citados, são sujeitos de direitos, e não é por serem menores de idade que merecem menos atenção que os maiores de dezoito anos. Se fosse assim, a seção de pediatria dos hospitais públicos poderiam ser fechadas. A cota de vagas para estudantes pobres na faculdade que ingressassem antes dos dezoito anos não seria deferida. Você jovem

é sim responsável pela política que temos, a partir do momento em que o direito te dá o poder de decidir o futuro de sua comunidade. E não diga que votar para prefeito e vereador não é importante, pois adstrito apenas ao local em que você vive. Afinal, você deve pensar que já tem dezesseis anos, e que logo, ao completar dezoito, vai mudar para outra cidade para fazer faculdade ou trabalhar. Lembre-se que, apesar de ir embora, um dia você pode voltar. Ademais, pensar assim é egoísmo, pois outros ficarão na cidade. Se todos que fossem se mudar pensassem assim, todas as cidades seriam verdadeiros caos, pois todos os dias mudam-se pessoas de uma cidade para outra. E completo meu raciocínio dizendo que as eleições municipais sejam, talvez, mais importantes para a sua comunidade que as eleições gerais para presidente e governador. Presidente vai cuidar das rodovias federais, governador das rodovias estaduais. E da rua da sua casa, que ainda é de chão de terra? Quem vai cuidar? O prefeito que você eleger! O processo político é importante em todas as esferas, e tudo é concatenado de maneira que os problemas devem ser resolvidos dos mais simples para os mais complexos. Se você participa das eleições da comunidade em que vive, você estará contribuindo enormemente para o futuro da mesma! E reforço! Não seja egoísta ao pensar que dentro de alguns anos se mudará, e lembre-se que outras pessoas vão ficar. Ah, você pouco se importa com as outras pessoas? Se importa com seu umbigo? Saiba que pensamentos como este seu são os maiores geradores de violência e adversidades. Você e mais muitos outros jovens que não votam, e deixam que seus pais sem consciência passem as mãos em sua cabeça, indiretamente contribuem para o cenário de corrupção política que existe hoje em boa parte do país. Está em suas mãos a chance de eleger um candidato honesto, capacitado e com boas intenções. E estes últimos não são personagens místicos ou de desenho animado. Eles existem sim!!! Mas raramente se elegem tendo em vista a falta de consciência de pessoas que não votam, ou votam nulo ou em branco, ou fazem o chamado ‘voto espírito de porco’, daqueles que dizem: “Votei para ver o que vai dar. Quero ver o circo pegar fogo mesmo!” E nesta brecha de consciência do eleitor, é que entram as aberrações políticas para nos representar: pessoas sem a mínima capacidade ou qualificação, sem ética, escrúpulos ou compaixão; capazes até de matar o concorrente para assumirem o cargo, quando ficam como suplentes. Pois então, veja sua importância na formação política de sua comunidade. Eleição é coisa séria!!! Aqueles que querem ver o ‘circo pegar fogo’, pensam que vivem numa anarquia: onde não há lei nem regra. Enganam-se. Desde 1988, quando da promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, vivemos em um Estado Democrático de Direito, que embora ainda engatinhe, já que vinte anos é muito pouco tempo para a consolidação de uma democracia, começa a querer andar. E depende de você dar a mão à este país para que possa ser projetado como uma grande potência. Vote! Vá até o Cartório Eleitoral mais próximo, munido de cópia do RG ou Certidão de Nascimento, comprovante de endereço em seu nome ou de parente próximo (caso o endereço esteja em nome do locador da casa, leve cópia da carteira de trabalho dos seus pais ou sua para comprovar seu vínculo com a cidade) e faça seu título eleitoral. Neste ano o prazo final para alistamento foi no dia 07 de maio. E guarde sempre em sua memória: quem não vota, não tem o direito de reclamar do governo que tem!!! Ana Paula Pavanini Navas Analista Judiciária do TRE-PR, Chefe do Cartório Eleitoral de Santo Antônio da Platina - PR

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A d o lesce n te

Gestação e Adolescência

Independente de classe social e do maior acesso à informação, e na contramão do que ocorre em mulheres maduras, o número de casos de gravidez na adolescência continua crescendo.

A

Ilustração: Alessandro Dutra

maternidade é, sem dúvida, uma experiência tremenda na vida de uma mulher, mas a cada dia que passa percebe-se que criar filhos requer, além de muito amor, responsabilidade. Os pais desejam que seus filhos sejam saudáveis, que tenham uma educação que os capacite a ser adultos realizados como indivíduos, que sejam felizes. Quando se avalia a sociedade atual, percebe-se que cada vez é mais difícil tornar realidade este sonho. A violência, a desigualdade social, a corrupção, a corrida pelo ter e não pelo ser, e, em algumas vezes a valorização do eu, o ritmo de vida, e a ascensão profissional, levam os casais a limitar cada vez mais o número de filhos. Fato inverso também está ocorrendo. Enquanto a fecundidade das mulheres adultas cai, baseado nos fatores citados acima, entre outros, percebe-se que o número de casos de gravidez na adolescência continua crescendo. Segundo o IBGE, nos últimos 10 anos (19962006), enquanto as mulheres brasileiras têm cada vez menos filhos, a proporção das adolescentes com filhos aumentou de 6,9% para 7,6% São muitas as causas do aumento da freqüência de gestação na adolescência. Entre as mais citadas na literatura, estão a maturidade sexual precoce, o início precoce da atividade sexual, o pouco conhecimento ou uso inadequado dos métodos anticoncepcionais, fragilidade da tutela familiar É conhecido o fato de que a idade da primeira

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menstruação vem diminuindo seis meses a cada geração, tendo se estabilizado nos países de primeiro mundo em torno de 12 anos. As meninas adquirem precocemente as formas de adulta, o que as tornam expostas à iniciação precoce e a procriação. Esta aceleração da maturidade é muitas vezes estimulada pela mídia e pelos próprios pais. Vemos cada vez mais meninas pré-adolescentes vestindo-se como adultas, tendo como modelo o que a televisão lhes apresenta. Seria o estímulo visual também responsável por esta aceleração precoce da maturidade? As adolescentes estão fisicamente maduras, mas psiquicamente imaturas, despreparadas para administrar esse corpo maduro, Este é o problema da gestação na adolescência. Aliado a esses fatores, a adolescente tem um pensamento mágico, de que com elas “não vai acontecer”. Elas não acreditam que poderiam engravidar e muito menos que estariam expostas a doenças sexualmente transmissíveis entre elas a Aids. Como a adolescência implica uma mudança, o jovem se reveste de uma suposta onipotência que vai permitir enfrentar medos diante do desconhecido, das incertezas, do descontrole sobre transformações físicas pelas quais passa. Só assim, ele enfrenta o mundo e tem controle de tudo, nada lhe acontece, só aos outros. É uma necessidade de segurança. Ele se ancora na fantasia para suportar a realidade. Ele pensa ser todo-poderoso. Os efeitos da gravidez na adolescência podem ser

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considerados uma seqüência de fracassos. As jovens mamães deixam de desfrutar o seu tempo de adolescência, tempo de crescimento físico, emocional, cultural e social. Ocorre o abandono dos estudos, sobretudo nas classes menos favorecidas, e, como conseqüência, menor chance de capacitação para entrar no mercado de trabalho. A tão sonhada independência, reclamada aos pais e proclamada aos amigos, passa a não existir, uma vez que cuidar de um filho, sobretudo nos primeiros meses, requer envolvimento quase que total da mãe e de seus familiares. Torna-se difícil manter uma família estável e de tamanho limitado, pois quanto mais precoce é o início da sua atividade sexual, maior o número de parceiros, e, na dependência do seu nível sócio-econômico e cultural, maior o número de filhos. Quanto maior o número de filhos, menor a chance de ter filhos sadios, porque a mortalidade infantil nessa faixa da população é maior. Nas classes mais favorecidas, o ônus do cuidar dos bebês recai muitas vezes sobre os avós, havendo um enfraquecimento do vínculo entre mãe e filho. Apesar deste quadro não tão animador, percebe-se que muitas gestantes adolescentes conseguem passar bem por essa experiência e tornam-se mães competentes e amorosas, que com apoio familiar conseguem atingir os seus objetivos de vida. Os fatos obstétricos e perinatais negativos da gestação na adolescência seriam resultado de um conjunto de fatores, entre eles: início tardio do seu pré-natal, a pouca assiduidade às consultas, a baixa idade materna, os fatores psicossociais e sócio-econômicos. A gestação inadvertida e indesejada, a ambivalência do momento, a dificuldade de revelar a gravidez para seus familiares e parceiro, são condições que levam à insuficiência de cuidados pré-natais

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A tão sonhada independência, reclamada aos pais e proclamada aos amigos, passa a não existir Ainda, seria de se esperar que a experiência de uma gestação anterior levasse a adolescente a usar métodos anticoncepcionais eficientes. O que se percebe, no entanto, é que ela engravida novamente em um curto período, impondo sobrecarga física e emocional a um organismo em fase de desenvolvimento ainda não encerrado, e recém-nascidos de menor peso ou prematuros. A escolaridade, a presença de um companheiro, o apoio familiar, os hábitos de vida (fumo, álcool, drogas) são fatores que vão influenciar decisivamente sobre os resultados maternos e fetais. A hipertensão (pré-eclâmpsia, eclâmpsia), a anemia, as infecções urinárias, a ruptura prematura de membranas, a maior mortalidade materna, os partos distócicos (difíceis), as más apresentações fetais, a prematuridade, a maior incidência de cesarianas, seriam fatos mais citados como presentes nas grávidas desta faixa etária. São dados apresentados em algumas publicações, mas contestados em outras. As que contestam, afirmam que a evolução da gestação e parto seria o mesmo de gestantes adultas e que o resultado adverso seria causado pela coincidência entre adolescência e ausência de partos anteriores. As condições sociais desfavoráveis que cercam a gestação na adolescência são as principais causas que determinam resultados maternos e perinatais adversos, comparativamente às mulheres de faixa etária mais avançada. A diminuição das taxas de gestação na adolescência poderia acontecer se houves-

se, dentro dos lares, maior diálogo entre pais e filhos, a criação destes filhos em ambiente favorável, de preferência com conhecimento de princípios religiosos, com amor, responsabilidade, cuidado e disciplina amorosa. A atitude nas escolas também é decisiva. O ensino, por profissionais qualificados, deve envolver não só os métodos anticoncepcionais, mas tudo quanto envolve a sexualidade, de modo seguro e responsável. Os adolescentes devem ser informados que sexo, prazer e responsabilidade estão interligados, e que não serão bem sucedidos se eles não tiverem atenção. Atividades escolares que desenvolvam o potencial destes adolescentes em outras áreas devem ser estimuladas. A carência afetiva, que eles tentam satisfazer iniciando um relacionamento sexual numa idade tão precoce, deve ser suprida pelo aumento da sua auto-estima e valorização deles na sua totalidade como indivíduo. Ainda ações na área de saúde, incluindo acesso fácil a métodos anticoncepcionais, com indicação e esclarecimento médico, bom atendimento pré-natal, de preferência multidisciplinar, com profissionais motivados ao atendimento a esta faixa etária, e estimulando a participação da família neste processo. Atenção, amor, ensino, valorização é preciso! Dra. Angela Beatriz Villwock Bächtold Ginecologista e Obstetrícia Fontes: Saúde da adolescente - Manual da Febrasgo - junho 2007 Gravidez na adolescência - Denise Leite Maia Monteiro e col Ed Revinter Ltda.

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Quando todos perdem Há famílias que se olham, mas não se vêm como gente e sim como maquinário ou cenário. Primeiramente vamos meditar sobre o seguinte conto:

O Casal Silencioso

(Este conto aparece em diferentes versões pelo mundo afora, desde o Sri Lanka até a Escócia). Era uma vez um jovem que era tido por todos como o sujeito mais obstinado da cidade, e uma jovem tida como a mais teimosa. E, é claro, eles deram um jeito de se apaixonar um pelo outro e acabaram se casando. Depois da cerimônia do casamento, ofereceram uma grande festa na residência do casal que durou o dia inteiro. Quando os amigos e parentes não agüentavam mais comer, começaram a voltar para suas casas. Os noivos estavam exaustos e foram tirando os sapatos, preparando-se para relaxar, quando o marido percebeu que o último convidado havia deixado a porta aberta, disse a esposa: - Querida, você se importaria de ir até lá para fechar a porta? Está entrando uma corrente de ar. - Por que eu deveria ir? – disse ela, bocejando de cansaço – Passei o dia inteiro andando de um lado para o outro e mal acabei de sentar. Vá você. - Ah, então é assim que serão as coisas! – retrucou, de pronto, o marido – Bastou colocar o anel no dedo para você se transformar numa grande preguiçosa! - Mas que atrevido! Não faz um dia que estamos casados e você já está me xingando e dando ordens! Eu deveria saber o tipo de marido que você seria! - Nhém, nhém, nhém! Será que você não pára

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nunca de resmungar? - E será que você não pára nunca de reclamar e criticar? Ficaram os dois se entreolhando, irados, por bons cinco minutos. Enfim, a noiva teve uma idéia: - Meu bem, nenhum de nós quer ir fechar a porta e estamos os dois cansados de ouvir a voz do outro. Proponho, então, um concurso. Aquele que falar primeiro terá que ir fechar a porta. - É a melhor idéia que ouvi hoje – retrucou o marido. – Vamos começar já. Acomodaram-se em suas cadeiras e ficaram se olhando em silêncio absoluto. Estavam sentados de frente um para o outro havia duas horas quando dois ladrões passaram com um carrinho e viram a porta aberta. Esgueiraram-se para dentro da casa, que parecia estar totalmente deserta, e começaram a roubar tudo que conseguiam. Pegaram mesas e cadeiras, arrancaram quadros da parede, chegaram até a enrolar os tapetes para levar. Mas nenhum dos recém-casados disse uma palavra, nem se mexeu. “Não posso acreditar”, pensou o marido. “Eles vão levar tudo que temos, e ela não vai dizer uma palavra sequer”. “Por que ele não pede socorro?”, pensou a mulher com seu botões. “Será que ele vai ficar sentado ali enquanto eles roubam tudo que desejam?” Os ladrões acabaram percebendo o casal calado e imóvel e, achando que eram estátuas de cera, tiraram-lhes as jóias, relógios e carteiras. Mas nem marido nem mulher disseram uma

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palavra sequer. Os ladrões fugiram com o produto do roubo e os recém-casados passaram a noite ali sentados. Quando o dia raiou, um policial passou em frente da casa e, percebendo a porta aberta, meteu a cabeça pelo vão para verificar se estava tudo bem. Mas, é claro, não obteve resposta alguma do silencioso casal. - Ora, essa! – gritou ele – Eu sou um agente da lei. Quem são vocês? Esta casa é sua? O que aconteceu com seus móveis? – E, ainda sem resposta, preparou-se para acertar um sopapo no homem. Não se atreva! – gritou a mulher, levantando-se de um pulo – Ele acaba de se tornar meu marido, e se você encostar um dedo nele, vai ter que se ver comigo. Ganhei! – gritou o marido, batendo palmas – Agora, vá lá e fecha a porta. (Extraído do Livro das Virtudes). Pensei muito sobre o tema que me foi sugerido: SOLIDARIEDADE. Observei os vários usos dessa palavra, variações, aplicações. E alguns significados são muito interessantes, embora não dê para esgotar o significado desse tema: -Sentido moral que vincula o individuo à vida, aos interesses e às responsabilidades de uma nação ou grupo social. (Dic. Aurélio) -Relação de responsabilidade entre pessoas unidas por interesses comuns. (Idem) -Solidário: Aquele que partilha do sofrimento alheio ou e se propõe a mitigá-lo (Idem) Essas definições mostram uma ação que sai fora de si mesma; que contraria o individualismo e a segregação. A segregação (expelir, afastar, isolar), para usarmos a linguagem do filosofo judeu Martim Buber, substitui a relação “eu-tu” por uma relação “eu-outra-coisa” e acaba colocando as pessoas no status de coisa. E isso tem gerado muros cada vez mais altos em todos os sentidos. Alguns anos atrás pude ouvir o Pastor Dr. Luiz Wesley de Souza, PhD, (professor da Emory University – Atlanta GA - USA),

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que ministrou em um encontro de casais, que tivemos na igreja, sobre a vivência de alguns fazendeiros americanos que vizinhavam com uma reserva indígena muito pobre. Ele comentava sobre cenário, maquinário e gente. Muitos fazendeiros viam a miséria indígena (e miséria é miséria em qualquer canto) que os cercava como mero cenário: as pessoas padecendo não geravam dor ou tristeza, eram só cenário. O maquinário era o que gerava renda, dividendo, lucros etc., e isso tinha muito valor. Muitos funcionários e contratados temporariamente eram visto como maquinário. E quem era gente? Ah, eram as pessoas que viviam na casa, algumas pessoas da casa. Pensando nisso, todos corremos o mesmo risco, ou seja, de coisificar pessoas e achar que tudo é cenário. Há famílias que se olham, mas não se vêm como gente e sim como maquinário ou cenário. Não foi esse o objetivo de Deus ao criar o homem à Sua imagem e semelhança. O plano de Deus revelado em Gênesis 1 e 2 harmonizava o ser humano com Ele mesmo, com o outro, com a criação, e tinha em vista uma vida plena e abundante para todos! Jesus deixa claro em João 10:10 e em Marcos 12:31: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. A minha resposta ao amor de Deus tem como fruto a minha responsabilidade com as pessoas ao meu redor. Não é à toa que no latim “responsa” é a raiz das palavras resposta e responsabilidade. Agora, quando falta esse partilhar do sofrimento alheio com intenção de diminuí-lo, todos perdem. Quem ganha? A fome, a violência, o pernilongo da dengue (que é solidário, não é preconceituoso, não faz distinção de classe social, é ecumênico – ele pica o evangélico, o católico, o ateu...) Pastor Fernando César Monteiro Igreja Metodista de SAP

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Terapia Comunitária Capa

Toda sociedade humana dispõe de mecanismos terapêuticos válidos e culturalmente relevantes, que reforçam e valorizam a trajetória de vida e a identidade de seus membros.

“A

qui o remédio é a palavra”, assim o Dr. Adalberto Barreto, com doutorado em psiquiatria e antropologia, fala da terapia comunitária por ele criada e desenvolvida nos últimos vinte anos. O grupo original nasceu na favela do Pirambú em Fortaleza, Ceará, e se expandiu para todo o país e também tornou-se conhecida e aplicada no exterior. Hoje temos a Associação Brasileira de Terapia Comunitária, 30 pólos formadores e 11 mil terapeutas treinados pelo Dr. Adalberto.

O que é e como se desenvolve o trabalho de Terapia Comunitária?

É um espaço comunitário onde ocorre ajuda mútua, através da palavra, escuta e construção de vínculos, que é oferecido às famílias que vivem em situação de estresse e sofrimento. Tem como objetivo reforçar o vínculo entre as pessoas, respeitando a cultura de cada um, para promover a saúde mental comunitária. Individuo, família e comunidade devem superar a crise através de recursos e competências culturais locais, criando assim subsídios para lidar com futuras crises. A intervenção se dá nas diversas redes que compõe o sistema de relações humanas, incluindo a família, os amigos, vizinhos, ou seja, toda a coletividade, a comunidade em geral. O espaço físico onde acontece a Terapia Comunitária é construído de forma a que todos se posicionem de maneira igualitária, um círculo para que as pessoas possam se olhar e participar. O terapeuta tem como ponto de partida uma situação problema (violência doméstica,insônia, dificuldades com os filhos, etc...), apresentada por alguém e escolhida pela comunidade para ser trabalhada. A partir desse momento a equipe terapêutica passa a favorecer e estimular o crescimento do indivíduo e das pessoas mais próximas a ele, para adquirir um maior grau de autonomia, consciência e co-responsabilidade. Tudo isso atinge os níveis psicológico, biológico e social.

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Quem participa da TC?

Pessoas que vivem em constante exclusão social, pobreza econômica e cultural, fragilidade de laços sociais, incapacidade de se organizar de forma mais democrática, baixa auto-estima que culmine na perda de identidade e dignidade. Entretanto a TC pode ser aplicada a qualquer grupo de pessoas pertencentes às mais diversas classes sociais, idades, situação socio-econômica e profissional. Tem sido utilizada dentro de instituições escolares, seminários, hospitais, encontros de terceira idade, etc...Toda sociedade humana dispõe de mecanismos terapêuticos válidos e culturalmente relevantes, que reforçam e valorizam a trajetória de vida e a identidade de seus membros. Dessa forma a TC se propõe a reforçar o vínculo entre as pessoas, respeitando a cultura de cada um; mobilizar recursos e competências culturais locais, construir uma rede social de inserção promovendo uma cultura de paz e criar gradualmente uma nova consciência social, para que os indivíduos tomem consciência da origem e das implicações sociais da miséria e do sofrimento humano.

Proposta

A proposta da TC rompe com o pensamento que não considera o saber do povo, sendo necessário educá-lo. Que a tradição é obstáculo ao progresso e só existe um modelo válido de intervenção. Trata-se de uma terapia de caráter preventivo uma vez que permite ao excluído enfrentar a realidade que ameaça distanciá-lo de sua cultura e destruir sua identidade. Integrado em sua cultura e em sua comunidade, ele torna-se consciente de seus direitos/deveres individuais e sociais, o que lhe permite uma existência cidadã digna e plena. Assim a comunidade se fortalece e, redescobrindo seus próprios recursos, age onde as políticas sociais falham ao construir redes solidárias de apoio social. Portanto, a Terapia Comunitária apresenta três características básicas: primeiro, a discussão e realização de um trabalho de saúde mental que atua de forma preventiva e curativa; segundo, a ênfase no grupo como instrumento de agre-

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gação social; e terceiro, a criação gradual de consciência social. A Terapia Comunitária tem como base cinco eixos teóricos: o Pensamento Sistêmico, a Teoria da Comunicação, a Antropologia Cultural, a Pedagogia de Paulo Freire e a Resiliência. O Pensamento Sistêmico sustenta que problemas só podem ser entendidos e resolvidos quando observados como parte de uma rede complexa e ramificada de relacionamentos interpessoais, envolvendo os aspectos biológicos (corpo), psicológicos (emoções) e a sociedade. Tudo está ligado e a consciência dessa rede é o que proporciona a dissolução de problemas pessoais, familiares e sociais. A Teoria da Comunicação aponta para o fato de que a comunicação é o que une ou não os indivíduos, a família e a sociedade. Todo o comportamento, verbal ou não, individual ou coletivo, é comunicação de significados e sentidos ligados ao comportamento humano. A comunicação pode ser nociva se ambígua, a clareza e sinceridade na comunicação é um instrumento de crescimento pessoal e coletivo. A Antropologia Cultural chama a atenção para a importância das realizações de um povo ou grupo social e para o referencial a partir do qual cada membro se baseia para discernir valores e fazer opções no cotidiano. Sendo assim, a cultura é elemento fundamental na construção da identidade pessoal e grupal nos indivíduos. Toda cultura deve ser valorizada, se enxergada negativamente e diminuída pelos agentes comunitários os indivíduos a serem atingidos também se sentirão diminuídos por fazerem parte do contexto, o que torna qualquer intervenção falha. A Pedagogia de Paulo Freire traz que ensinar é um exercício de diálogo, troca, reciprocidade e não apenas a transferência de conhecimento do educador ao educando. O conhecimento não esta separado do contexto de vida e, para aceitar a pluralidade cultural é preciso estar aberto ao novo, ao diferente. Deve-se indagar, comparar, duvidar, sem invadir a privacidade do outro, não em busca de erros mas para ajudar a encontrar soluções. O educador deve ter ao menos um mínimo

de apreço e identificação com sua prática, tal trabalho visto como “bico”, visando apenas retorno financeiro, sem o devido envolvimento, será prejudicado. O método de Paulo Freire implica em criar e recriar, fazer e refazer através da ação e reflexão, descobrir novos conhecimentos e maneiras de intervir na realidade, tornando os indivíduos sujeitos e não meros objetos. O Terapeuta Comunitário deve assumir uma postura similar a do educador aqui proposta. A Resiliência apregoa que as crises e sofrimentos de cada um devem ser usados como matéria prima na criação de uma consciência social para que o indivíduo entenda que seu sofrimento é também produto de agentes externos, e que interagir de forma saudável com o meio ambiente, enfrentando as dificuldades, é a única e verdadeira forma de superação existente independente da metodologia a ser aplicada. Na nossa região são feitos alguns atendimentos em T C, dos quais podemos citar o trabalho realizado há cinco anos em Carlópolis pela psicóloga Sonia Barone. Em Santo Antonio da Platina é aplicado no Projeto Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade. Em Jacarezinho pelo Núcleo de Apoio à Mulher e à Família – projeto de Extensão à Comunidade executado pela Faculdade de Direito do Norte Pioneiro. Apesar de terem partido dos moldes estabelecidos na formação dada por Adalberto Barreto, têm apresentado características próprias em conformidade com a comunidade em que se instala, mas sem perder a sua essência de ação cidadã. Como afirma o Dr. Adalberto Barreto: na Terapia Comunitária a carência gera competência e todos contribuem. As pessoas que foram rejeitadas estão acolhendo a dor do outro. A ostra que não foi ferida não produz pérola. Uma palavra de apoio pode fazer a diferença entre os que fracassam e os que vencem. Áurea Maria Ribeiro Chagas, psicóloga, CRP: 08/0262 Lucas Renato Ribeiro Chagas, Psicólogo, CRP: 08/12003

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Educação

Alfabetização: estamos superando as cores da deficiência? Até que ponto a escola de hoje, seguindo políticas públicas que priorizam quantidade à qualidade, está preparada para superar a deficiência educacional que exclui, marginaliza e retira a dignidade humana?

Q

uando conversamos com pessoas mais velhas, que estiveram nos bancos escolares algumas décadas atrás, todos se lembram da escola como um espaço muito respeitado onde a prática pedagógica acontecia de maneira tranqüila. Também se lembram de como temiam os corretivos, porque a exigência da escola vinha sempre muito próxima à educação exigida no seio da família. Nestas lembranças há lugar para se exaltar a qualidade dos conteúdos ensinados e a qualidade do português praticado por essas gerações, quando ainda eram cartas, cadernos e poucos jornais e revistas que serviam de meio de comunicação escrita entre todos, sem falar na beleza da caligrafia que precisava ser muito desenhada e limpa. Nada de computadores com correção automática de textos ou cópias de idéias prontas recortadas e coladas de outros ar-

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tigos disponíveis na internet. Admirava-se a postura dos professores, a conduta dos alunos e os resultados obtidos. A aprovação escolar dependia do resultado das avaliações e as reprovações eram a forma de impedir o progresso do aluno despreparado. A escola possuía respaldo social e a sociedade reconhecia o valor que agregava àqueles que sorviam de seus conhecimentos e ensinamentos. Que beleza, diriam os incautos, assim deveria ser a escola até hoje! Como diria um compositor de músicas, “o tempo não pára”. As transformações e mudanças fazem parte da civilização e precisam ser ajustadas em todos os segmentos da vida. Se a escola antiga possuía uma organização mais metódica e mais previsível, ela também era mais rígida, repetitiva e de acesso restrito, poucos tinham acesso aos bancos escolares.

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A quantidade de informações atendia um fluxo muito mais lento que o de hoje e a atualização dos livros ou fatos possuía uma periodicidade bastante ampla se comparada com a atual forma, o ensinamento se arrastava pelo conhecido. A metodologia científica, as teorias do conhecimento, vinha devagar, no ritmo de uma época que começava a acordar para mudanças tecnológicas. Nada de celular, computadores, comunicações em tempo real. Desse período herdamos milhões de analfabetos, excluídos do mundo escrito e da educação formal. Outros tempos, novas teorias de educação, novas políticas educacionais, avanços em muitas áreas, aumento de dificuldade em outras. Hoje o Brasil possui mais de 57 milhões de crianças na escola. Excelente, diremos, quase a totalidade de nossas crianças está

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nas salas de aula, mas um olhar mais cuidadoso nos mostra que essas escolas são muitas vezes precárias, sem estrutura física, superlotadas, com dificuldades para oferecer boa informação aos seus profissionais, com problemas de segurança, entre outros. A baixa qualidade de ensino se reflete nos índices coletados pelos órgãos de educação. Deixamos de ter elevado número de analfabetos para agora classificá-los como analfabetos funcionais. Freqüentam os bancos escolares por vezes por períodos maiores que quatro anos e da escola levam apenas autonomia para ler e escrever o próprio nome. As leis da educação mudam seus parâmetros e exigências de acordo com os burocratas, não raro indicações políticas, que se alternam no poder por tempo definido pelas questões eleitorais. Os técnicos e estudiosos, os práticos que se revezam em sala

A baixa qualidade de ensino se reflete nos índices coletados pelos órgãos de educação. Deixamos de ter elevado número de analfabetos para agora classificá-los como analfabetos funcionais.

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Educação de aula, aqueles que amam e se envolvem nas questões da educação nacional, poucas vezes tem voz na elaboração dos planos de desenvolvimento da educação. As mudanças são rápidas, pouco planejadas, mas viram exigências nas escolas para os profissionais que não foram preparados para elas, para os alunos que precisam ir se adaptando às novidades. Os resultados são estes com os quais nos deparamos nas sendas da educação. Professores desmotivados, alunos com baixo rendimento, pouca qualificação geral para o mercado de trabalho. Com as exigências da globalização, num mercado cada vez mais sofisticado, nossas perspectivas não são das melhores. As famílias esperam das escolas ações que antes eram iniciadas em casa, fiscalizadas pelos pais e ampliadas pelo contexto familiar. Educar era uma ação conjunta: os pais eram educadores, incentivadores da cultura; a escola dava continuidade ao processo; e o aluno alçava vôos para um mundo onde ele era o próprio limite. Hoje a família abandonou o processo, a escola ficou limitada e os alunos desconhecem o prazer de aprender. Precisamos retomar alguns conceitos familiares fundamentais, quando a educação era prioridade, juntamente à saúde, alimentação, e moradia. Quando pais se preocupavam com o conhecimento e desenvolvimento de seus filhos. Quando a cultura era mérito, trazia reconhecimento, era apreciada por todos e, quanto melhor a escola

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freqüentada, melhor o reconhecimento em seu meio social. Quando um presidente da República não se orgulharia de não ter estudado para ocupar cargo de tal relevância. Educação não é um ato isolado, é um conjunto de ações sociais. Precisa ser instigada, estimulada, buscada incessantemente por aqueles que acreditam que um país pode atingir a plenitude de seu desenvolvimento se houver oportunidade para todos. A educação tem que ser acima de tudo solidária, pois, quando nos nivelamos na educação, ganhamos todos em justiça, igualdade e oportunidades. Sem necessidade de cotas, de corrupção, de politicagem. Cada um assume seu papel e a ética prevalece. A educação solidária é praticada com ações, com investimento de recursos, com participação de todos os segmentos. A escola é o espaço ideal de educação, precisa ter importância real para a sociedade para que a educação seja transformadora e para que as pessoas sejam beneficiadas por ela.

Hoje a família abandonou o processo educativo, a escola ficou limitada e os alunos desconhecem o prazer de aprender.

Ieda Maria Franco Reis Professora e Psicóloga

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Educação no trânsito

Faixa de Pedestre N ão se trata de respeitar a faixa para o pedestre, - uma imposição da Lei -, mas de respeitar o pedestre na faixa. É respeitando a pessoa que entramos no domínio das Boas-maneiras, e uma boa ocasião para isto é quando estamos ao volante do carro e percebemos que alguém na calçada deseja atravessar a rua à nossa frente pela faixa do pedestre. Respeitar a pessoa significa reconhecermos e valorizarmos o seu sentimento de auto-estima, o que também faz com que nossa própria auto-estima cresça e com ela o orgulho de nossa cidadania. Ao respeitar a faixa de pedestres, não estamos apenas seguindo uma norma de Boas-maneiras no trânsito, mas também respeitando a Lei. Os artigos 70 e 71 do Código Nacional de Trânsito dizem:

Art. 70. Os pedestres que estiverem atravessando a via sobre as faixas delimitadas para esse fim terão prioridade de passagem, exceto nos locais com sinalização semafórica, onde deverão ser respeitadas as disposições deste Código. Parágrafo único. Nos locais em que houver sinalização semafórica de controle de passagem será dada preferência aos pedestres que não tenham concluído a travessia, mesmo em caso de mudança do semáforo liberando a passagem dos veículos. Art. 71. O órgão ou entidade com circunscrição sobre a via manterá, obrigatoriamente, as faixas e passagens de pedestres em boas condições de visibilidade, higiene,

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segurança e sinalização.

O Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 183 considera infração de natureza média parar o veículo sobre a faixa de pedestres na mudança de sinal luminoso, com aplicação de multa. No artigo 182 diz que parar o veículo no passeio ou sobre faixa destinada a pedestres, nas ilhas, refúgios, canteiros centrais e divisores de pista de rolamento e marcas de canalização é infração leve, também com aplicação de multa. Os condutores ao pararem seus veículos nas faixas de pedestres, dificultam a travessia do pedestre e os obrigam a sair de um local seguro para travessia e se expor, com risco de atropelamento. É correto? Com certeza não. Vale a pena arriscar tanto?

Regras importantes

1. Familiarize-se com os locais onde existem faixas para travessia de pedestres; 2. Não dirija a mais de 60 km por hora em ruas que tenham muitas faixas para o pedestre; 3. Diminua a marcha bem antes da faixa, se for parar, com atenção no retrovisor para o carro que vem atrás; 4. Pare, se notar com antecedência um pedestre na calçada em um dos extremos da faixa em atitude indicando que pretende atravessar a via (observada a recomendação 3, acima). 5. Deixe o pisca - alerta ligado enquanto estiver parado e não movimente o carro antes que o pedestre alcance a calçada do outro lado (Estando parado você atrairá a atenção do motorista que vier na outra faixa para que também ele pare o seu veículo).

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RESPONSABILIDADE SOCIAL

Um novo paradigma estratégico A responsabilidade social não se resume em ações de envolvimento comunitário.

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s empresas (ou organizações) estão inseridas em um ambiente composto por inúmeros agentes que estabelecem entre si uma cadeia de relações. Relacionam-se com as organizações os clientes, os fornecedores, os funcionários, os acionistas (proprietários), o meio ambiente, o governo e a comunidade onde a empresa está localizada. Pode-se dizer que é imprescindível, com todos os públicos com quem ela se relaciona, existir uma relação socialmente responsável visando ao bem comum de todos. A empresa deve conduzir sua gestão para que aconteça o desenvolvimento social dos seus envolvidos. Nesse sentido, dentro do seu ambiente interno os colaboradores ou funcionários são agentes potenciais para o exercício de ações de responsabilidade social. A empresa tem, portanto, o desafio de criar estratégias para o desenvolvimento de seus recursos humanos.

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Às práticas de responsabilidade social exercidas pela empresa na comunidade, devem somar-se as práticas realizadas no interior da empresa. O colaborador, o funcionário, é um dos principais divulgadores da empresa e seu valores. A ler um material editado pela professora Lílian Aligleri, da UEL, encontrei alguns exemplos de ações voltadas paro os recursos humanos que gostaria de compartilhar. São eles: • Promover o bem-estar e a saúde. Ficar atento no que pode estar prejudicando a saúde do funcionário e tomar ações corretivas. • Promover o equilíbrio entre trabalho e a família. • Auxiliar na recolocação de trabalhadores quando demitidos. • Adotar políticas de contratação de pessoas deficientes. • Promover o desenvolvimento educacional e cultural. • Oferecer orientação quanto a planejamento financeiro do funcionário. • Investir em instalações sanitárias adequadas. • Incentivar a comunicação interna de maneira transparente. • Buscar a participação do funcionário nos processos de melhoria do ambiente de trabalho. • Oferecer apoio educacional com objetivo de contribuir para a escolaridade mínima dos funcionários, erradicando o analfabetismo. • Assegurar remuneração igual pelo trabalho de homens e mulheres que ocupem as mesmas posições. • Possuir programas de reconhecimento do empregado, como funcionário do mês, empregado destaque. • Fornecer cesta básica aos funcionários

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mais carentes. • Manter constantemente programas de recapacitação de empregados. • Proporcionar check-ups periódicos para medir nível de colesterol, pressão sanguínea, dentre outros. • Estabelecer um plano de cargos e salários. • Possibilitar um ambiente saudável nas relações interpessoais evitando conflitos e promovendo o respeito humano.

Toda empresa, independentemente do seu tamanho, pode desenvolver ações que promovam o desenvolvimento do seu quadro funcional.

Existe um velho provérbio que diz : “O bom exemplo vem de casa”. Sendo assim, uma boa dica é iniciar suas práticas de responsabilidade social com os funcionários e seus familiares. Toda empresa, independentemente do seu tamanho, pode desenvolver ações que promovam o desenvolvimento do seu quadro funcional. Muitas empresas não fazem nada porque acreditam não ter nada a oferecer ou acham que pequenas ações não tem valor. Experimente, escolha algum item acima citado e coloque em prática. Pelo bom exemplo que a empresa dá, os funcionários serão motivados e motivadores de ações na comunidade onde estão inseridos e, certamente, a imagem da empresa será fortalecida. Para conhecer mais sobre ações voltadas para os funcionários consulte a o Anuário da Exame ou da Revista Época sobre as melhores empresas para se trabalhar. Tarcisio Boiko Graduado em Administração de Empresas pela Fanorpi. Especializando-se em Gestão de Pessoas. Professor da Fanorpi nas disciplinas de gestão de pessoas e Instrutor do IDEPE. Fonte: Aligleri, Lílian. Responsabilidade Social: princípios e práticas para um novo paradigma estratégico, 2007.

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Inclusão SOCIAL

Dislexia e inclusão:

Uma breve explanação

“Poucos são aqueles que vêem com seus próprios olhos e sentem com seus próprios corações.” Albert Einstein (disléxico)

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H

oje a mídia tem divulgado de maneira educativa as portas para que conheçamos um pouco mais sobre alguns transtornos. A novela das oito, no horário nobre de uma rede de televisão brasileira, tratou muito bem a questão da dislexia no meio acadêmico, permitindo a todos conhecer alguns direitos garantidos por lei com relação à avaliação nas instituições. Como a dislexia é genética e hereditária, é possível que a criança possua pais ou outros parentes disléxicos, e quanto mais cedo for realizado o diagnóstico melhor para os pais, a escola. A criança, assim, não sofrerá nenhuma discriminação em sala de aula, pois é apenas portadora de uma disfunção de aprendizagem. O disléxico tem dificuldade para entender o que lê, para decodificar o texto, para interpretar a mensagem. Tende a ler e a interpretar o que ouve de maneira literal, ao pé da letra. Para entendermos um pouco mais vejamos algumas características:

Na Classe de Alfabetização e 1ª série do Ensino Fundamental

Na Educação Infantil

Da 2ª à 8ª série do Ensino Fundamental

• Falar tardiamente. • Dificuldade para pronunciar alguns fonemas. • Demorar a incorporar palavras novas ao seu vocabulário. • Dificuldade para rimas. • Dificuldade para aprender cores, formas, números e escrita do nome. • Dificuldade para seguir ordens e seguir rotinas. • Dificuldade na habilidade motora fina. • Dificuldade de contar ou recontar uma história na seqüência certa. • Dificuldade para lembrar nomes e símbolo.

• Nível de leitura abaixo do esperado para sua série. • Dificuldade na seqüenciação de letras em palavras. • Dificuldade em soletração de palavras. • Não gostar de ler em voz alta diante da turma. • Dificuldade com enunciados de problemas matemáticos. • Dificuldade na expressão através da escrita. • Dificuldade na elaboração de textos escritos. • Dificuldade na organização da escrita. • Podem ter dificuldade na compreensão de textos. • Podem ter dificuldade em aprender outros idiomas.

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• Dificuldade em aprender o alfabeto. • Dificuldade no planejamento motor de letras e números. • Dificuldade para separar e seqüenciar sons (ex: p – a – t – o). • Dificuldade com rimas (habilidades auditivas). • Dificuldade em discriminar fonemas homorgânicos (pb, td, fv, kg, xj, sz). • Dificuldade em seqüência e memória de palavras. • Dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar. • Dificuldade em orientação temporal (ontem – hoje – amanhã, dias da semana, meses do ano). • Dificuldade em orientação espacial (direita – esquerda, embaixo, em cima etc.). • Dificuldade na execução da letra cursiva. • Dificuldade em segurar o lápis. • Dificuldade de copiar do quadro.

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• Dificuldade na compreensão de piadas, provérbios e gírias. • Presença de omissões, trocas e aglutinações de grafemas. • Dificuldade de planejar e organizar (tempo) tarefas. • Dificuldade em conseguir terminar as tarefas dentro do tempo. • Dificuldade na compreensão da linguagem não verbal. • Dificuldade em memorizar a tabuada. • Dificuldade com figuras geométricas. • Dificuldade com mapas.

Ensino Médio • Leitura vagarosa e com muitos erros. • Permanência da dificuldade em soletrar palavras mais complexas. • Dificuldade em planejar e fazer redações, reproduzir histórias, nas habilidades de memória.e entender conceitos abstratos. • Dificuldade de prestar atenção em detalhes ou, ao contrário, atenção demasiada a pequenos detalhes. • Vocabulário empobrecido. • Criação de subterfúgios para esconder sua dificuldade.

Adultos • Permanência da dificuldade em escrever em letra cursiva. • Dificuldade em planejamento e organização. • Dificuldade com horários (adiantam-se, chegam tarde ou esquecem). • Falta do hábito de leitura. • Normalmente tem talentos espaciais (engenheiros, arquitetos, artistas).

Algumas dicas para atender um disléxico em sala de aula:

1. Use linguagem direta, clara e objetiva quando falar com ele. Muitos disléxicos têm dificuldade para compreender uma linguagem (muito) simbólica, sofisticada, metafórica. 2. Fale olhando diretamente para ele. Ajuda muito. Enriquece e favorece a comunicação.

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3. Traga-o para perto da lousa e da mesa do

professor. Tê-lo próximo à lousa ou à mesa de trabalho do professor, pode favorecer o diálogo, facilitar o acompanhamento, facilitar a orientação, criar e fortalecer novos vínculos. 4. Verifique sempre e discretamente se ele demonstra estar entendendo a sua exposição. Ele tem dúvidas a respeito do que está sendo objeto da sua aula? Ele está acompanhando o raciocínio, a explicação, os fatos? Repita sempre que preciso e apresente outros exemplos, se for necessário. 5. Certifique-se de que as instruções para determinadas tarefas foram compreendidas. O que, quando, onde, como, com o que, com quem, em que horário etc. Não economize tempo para constatar se ficou realmente claro para o aluno o que se espera dele. 6. Observe discretamente se ele fez as anotações da lousa e de maneira correta antes de apagá-la. O disléxico tem um ritmo diferente dos não-disléxicos, portanto, evite submetê-lo a pressões de tempo ou competição com os colegas. 7. Observe se ele está se integrando com os colegas. Geralmente, o disléxico angaria simpatias entre os companheiros. Suas qualidades e habilidades são valorizadas, o que lhes favorece no relacionamento. Entretanto, sua inaptidão para certas atividades escolares (provas em dupla, trabalhos em grupo etc.) pode levar os colegas a rejeitá-lo nessas ocasiões. O professor deve evitar situações que evidenciem esse fato. 8. Estimule-o, incentive-o, faça-o acreditar em si, a sentir-se forte, capaz e seguro. O disléxico tem sempre uma história de frustrações, sofrimentos, humilhações e sentimentos de menos-valia, para a qual a escola deu significativa contribuição. 9. Sugira-lhe “dicas”, “atalhos”, “jeitos de fazer”, “associações” que o ajudem a lembrar-se de, a executar atividades ou a resolver problemas. 10. Não lhe peça para fazer coisas na frente dos colegas que o deixem na berlinda, principalmente ler em voz alta. Fiquem atentos, o disléxico tende a lidar

e entender melhor as partes de que com o todo, por isso, o método global é mais difícil para ele compreender. Apresente a ele o conhecimento por partes, de maneira indutiva, assim ele terá uma melhor compreensão. Permita, sugira e estimule o uso de gravador, tabuada, máquina de calcular, recursos da informática. Tudo isso é ferramenta para que ele possa ter melhor aquisição de conhecimento. A inclusão do aluno disléxico na escola, como portador de necessidade educacional diferenciada, ou seja, especial, está garantida e orientada por diversos textos legais e normativos. A Lei 9.394, de 20/12/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), por exemplo, prevê que a escola o faça a partir do artigo 12, inciso I, no que diz respeito à elaboração e à execução da sua Proposta Pedagógica; o inciso V, do mesmo artigo, diz que a escola deve prover meios para a recuperação dos alunos de menor rendimento; o artigo 23 permite à escola organizar a educação básica em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização; o artigo 24, inciso V, alínea a), prevê que a avaliação seja contínua e cumulativa, com a prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período. Então não estamos reivindicando nada que não tenhamos direito, e direito garantido por Lei. Não é necessário que alunos disléxicos fiquem em classe especial. Alunos disléxicos têm muito a oferecer para os colegas e muito a receber deles. Essa troca de humores e de saberes, além de afetos, competências e habilidades, só faz crescer a amizade, a cooperação e a solidariedade. Professor não tente encaixar uma peça quadrada num buraco redondo. “Aceite e respeite as diferenças.” http://www.dislexia.org.br Rita de Cássia Jesuíno Peixe Pedagoga

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Inclusão SOCIAL

A História da Águia A

águia empurra gentilmente seus filhotes para a beirada do ninho. Seu coração maternal se acelera com as emoções conflitantes, ao mesmo tempo que ela sente a resistên cia dos filhotes aos seus persistentes cutucões: “Por que a emoção de voar tem de começar com medo de cair?” Ela pensou. Esta questão secular ainda não estava respondida para ela. Como manda a tradição das espécies, o ninho estava localizado bem no alto de um pico rochoso, nas fendas protetoras de um dos lados dessa rocha. Abaixo dele, somente o abismo e o ar para sustentar as asas dos filhotes. “E se isso não funcionar?” Ela pensou... Apesar do medo a águia sabia que aquele era o momento. Sua missão maternal estava prestes a se completar. Restava ainda uma tarefa final: o empurrão. A águia tomou-se de coragem que vinha de sua sabedoria interior: enquanto os filhotes não descobrirem suas asas, não haverá propósito para sua vida; enquanto eles não aprenderem a voar, não aprenderão o privilégio de nascer uma águia. O empurrão era o maior presente que ela poderia oferecer-lhes. Era seu supremo ato de amor. E então um a um, ela os precipitou para o abismo... E eles voaram!

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Escola Inclusiva

Imaginem-se (todas as mamães) como sendo a mamãe águia da estória acima, aquela que, apesar de todos os medos e receios do desconhecido, sabe que é necessário encaminhar seus filhotes para o precipício da vida, buscando autonomia e independência para cada um de seus queridos. Agora imagine que seu filhote é uma criança especial, um portador de deficiência, seja mental, física ou emocional... Cadê a coragem para levar seu filhinho para o despenhadeiro... Cadê a força, a sabedoria e o empenho para tanto? Como fazer isso? Entregá-lo a quem? A que instituição, de que forma? Por quanto tempo? Como confiar? Será que vão amá-lo, respeitá-lo como diferente, ampará-lo em suas dificuldades? Mas caso contrário, com o intuito de protegê-lo das mazelas do mundo, deixá-lo “guardado” no ninho doméstico? Isolado de tudo e de todos, para evitar qualquer sofrimento? Seria isso humano? Seria a manifestação do amor ou a negação do direito de viver a vida? Quantas dúvidas, quanto sofrimento na alma materna... Pois sabemos que é difícil decidir, oportunizar o dia a dia do filho especial. E quantas vezes a sensação de impotência,

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a frustração e a sensação de não suportar a carga de responsabilidades... O quão difícil é, às vezes impossível, contar com a compreensão e aceitação da sociedade em geral e de algumas pessoas especialmente amargas, que a família encontra pelo caminho. Caminho áspero, sofrido, com gosto amargo, das palavras frias e indiferentes de quem se sente acima das dificuldades. E que alívio e gratidão quando se encontra a pessoa acolhedora, tranqüila e de boa vontade... Que felicidade se sente nessa hora... Sempre digo que a criança precisa da escola, como o adulto precisa do trabalho! É condição para viver com dignidade, com qualidade de vida, com alegria no coração... Mas, apesar das leis que regem a sociedade inclusiva, pouco se faz, do ponto de vista prático em benefício da pessoa portadora de deficiência.

O que podemos fazer?

A experiência pode levar as deduções, a raciocínios criativos na busca de soluções e ao desejo desenfreado de fazer algo para mudar. Baseada em vivência pessoal, eu gostaria de sugerir, sem pretensão, atitudes geradoras de aceitação e acolhimento da pessoa especial, quais sejam: 1. Criar a cultura de aceitação da diversidade, através da mídia, da divulgação em massa dos exemplos de superação de obstáculos, de empenho e de aceitação da vida como ela é e não somente como se almeja que ela seja. 2. Usar meios criativos para solucionar as dificuldades dos deficientes, procurando ouvir o que eles têm a dizer mesmo que seja apenas com a linguagem corporal. 3. Usar mecanismos e pessoas disponíveis (quem está por perto) para ajudar, apoiar e dar suporte técnico para os que necessitem. (Pesquisas da Universidade de Yale demonstram que, a partir dos 5 anos, crianças podem ser treinadas para atuarem como parceiras (monitores) na integração escolar).

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A criança precisa da escola, como o adulto precisa do trabalho! É condição para viver com dignidade, com qualidade de vida, com alegria no coração... 4. Usar de diálogo esclarecedor sobre os talentos e dificuldades de cada pessoa. Neste contexto explicar que deficientes são todos os homens, visto que não há ser humano perfeito, sempre haverá pontos fracos em cada um de nós. 5. Escolher cuidadosamente as atividades (escolares ou sociais) integradas, com critério e discernimento de acordo com cada caso, para não criar situações melindrosas e embaraços para todos os envolvidos. 6. Educar os pais das crianças ditas “normais” para que aprendam e entendam a inclusão social, como responsabilidade de todos. 7. Sem receios, denunciar maus tratos e comportamentos discriminatórios venham eles de quaisquer indivíduos, visto que o acolhimento do portador de deficiência não configura apenas generosidade mas, como diz a lei, configura principalmente DEVER de todos os cidadãos. Citando o escritor gaúcho Mário Quintana: “Deficiente” é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive sem ter consciência de que é dono do seu destino. “Louco” é quem não procura ser feliz com o que possui. “Cego” é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só têm olho para seus míseros problemas e pequenas dores. “Surdo” é aquele que não tem tempo de

ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão, pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês. “Mudo” é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia. “Paralítico” é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. “Diabético” é quem não consegue ser doce. “Anão” é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois: “Miseráveis” são todos que não conseguem falar com Deus.

Boas Perguntas

1 - A lei garante os direitos das pessoas portadoras de deficiência? Sim. A lei Federal n° 7853, de 24 de outubro de 1989, estabelece os direitos básicos das pessoas portadoras de deficiência 2 - Quais são os crimes previstos na Lei Federal n° 7853/89 praticados contra as pessoas portadoras de deficiência? Em seu artigo 8° constitui como crime punível com reclusão (prisão) de 1 a 4 anos e multa: a) Recusar, suspender, cancelar ou fazer cessar, sem justa causa, a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, porque é portador de deficiência. Impedir o acesso a qualquer cargo público porque é portador de deficiência b) Negar trabalho ou emprego, porque é portador de deficiência c) Recusar, retardar ou dificultar a internação hospitalar ou deixar de prestar assistência médico-hospitalar ou ambulatória, quando possível, a pessoa portadora de deficiência. Dra. Selma Beccari de Oliveira Especialista em Odontogeriatria

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I nsti t u i çõ es

Instituto Peniel Tratamento para dependência química

U

Uma entidade que busca a excelência no tratamento da dependencia quimica, nasce em Santo Antônio da Platina

m dos problemas mais complexos e difíceis da atualidade é o aumento do uso e abuso de substâncias psicoativas por uma grande parcela da população. É uma questão social de saúde pública, com dimensões éticas, sócio-econômicas, políticas e de seguridade pública. O alcoolismo, considerado como doença pela Organização Mundial da Saúde – OMS, é a forma mais presente na sociedade deste abuso, muitas vezes não considerado como droga, por ser lícita, apesar de causar dependência como qualquer outra droga ilícita. O uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas compromete seriamente a pessoa, tanto na questão de saúde, com conseqüências irreversíveis no organismo, como acaba afetando diretamente todas as suas instituições sociais, família, amizades, trabalho, estudos, etc. Segundo a OMS o alcoolismo é um dos diagnósticos mais freqüentes nas internações psiquiátricas, sendo uma das cinco maiores causas do afastamento do trabalho, constituindo-se como o segundo problema de saúde pública mais agravante do mundo. Paralelo ao uso indiscriminado de álcool outra realidade assustadora que se apresenta na atualidade é o aumento do uso de drogas por uma faixa de idade cada vez menor, não somente em grandes centros urbanos, mas também nas cidades de médio e pequeno porte, a cada ano, acentua-se o consumo de drogas ilícitas. Dentre as drogas com maior crescimento no consumo, esta hoje o crack, que vem aumentando significativamente, como

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se pode observar através do aumento na procura por tratamento, por parte de indivíduos dependentes desta droga (80% dos internamentos hoje em Comunidades Terapêuticas são pela dependência do crack), como também pelas apreensões realizadas pela polícia. O crack é hoje o responsável direto pelo aumento da violência e da criminalidade nos centros urbanos e em especial na cidades de pequeno porte. A forma destruidora que leva a dependência do crack em um curto período de tempo, leva o individuo no início a praticar pequenos roubos (normalmente dentro de casa), posteriormente se estende a outras formas de roubo, sempre para conseguir dinheiro e sustentar o vício, visto que a “fissura” para utilizar é muito grande. Queira ou não, todos nós estamos direta ou indiretamente afetados pelo uso de substâncias psicoativas pela sociedade. A prevenção primária ainda é a melhor ferramenta para evitar conseqüências no futuro, mas a mesma não possibilita resultados imediatos, assim como a repreensão tem-se mostrado ineficiente no combate as drogas, enquanto houver demanda haverá oferta, esta lei do mercado é aplicado também no trafico de drogas. Quando se prende um traficante abre-se outros dois pontos de venda. É importante então unir esforços de toda a sociedade no apoio ao tratamento, que possibilita não somente diminuir a demanda, mas tratar os indivíduos que tornam-se, após o processo de recuperação, agentes multiplicadores. O testemunho pessoal de um dependente recuperado a ou-

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tro (identificação dos pares) é uma ferramenta poderosa na ação multiplicadora, possibilitando a outro dependente o despertar do interesse para também buscar ajuda, o que muitas vezes uma conversa técnica ou mesmo conselhos de familiares e amigos não consegue. Fundada em janeiro de 1984, a A.R.A – Associação de Recuperação dos Alcoólatras de Santo Antônio da Platina, teve como o seu objetivo principal a recuperação e o encaminhamento de pessoas usuárias de álcool, atuando no inicio com reuniões no formato de “Grupo de Apoio” ao dependente e seus familiares e posteriormente passou a atuar também com o internamento social. Apesar da dedicação e boa vontade de seus sócios fundadores a A.R.A. teve durante o seu percurso como uma entidade não governamental, muitas dificuldades, principalmente no aspecto financeiro para manter suas atividades e contratar profissionais para atuarem na área técnica. Em maio de 2001 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa – editou a resolução RDC-101 que “Estabeleceu Regulamento Técnico disciplinando as exigências mínimas para o funcionamento de serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de substâncias psicoativas, segundo modelo psicossocial, também conhecidos como Comunidades Terapêuticas”. Devido às impossibilidades da A.R.A de se readequar dentro destas normas, a mesma foi quase extinta, permanecendo por dois anos sem atividades. Constatado a necessidade de um programa específico para atender esta população usuária de drogas em nosso município, devido a grande demanda por tratamento e a inexistência de um programa realmente eficaz, em setembro de 2007, por iniciativa de um grupo de pessoas ligado a Igreja Metodista de Santo Antônio da Platina, foram retomadas as atividades da A.R.A. através de um plano de trabalho, onde se propôs criar na cidade uma Comunidade Terapêutica para tratamento de dependência química de excelência e referência em todo o estado do Paraná.

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Após várias reuniões com este grupo de trabalho a primeira providencia foi encontrar um local ideal para as instalações da futura “unidade de tratamento” pois o local até então utilizado pela A.R.A. não correspondia com as exigências da Anvisa. Após vários locais avaliados foi definido uma chácara próxima a antiga estação da rádio como o local ideal para desenvolver as atividades propostas. Iniciou-se então toda uma mobilização deste grupo de trabalho para arrecadar recursos para a reforma e construção da sede principal na unidade de tratamento, com a ajuda da comunidade local que vêm doando desde material de construção até mão-de-obra para a construção. Outra providência urgente definida foi a convocação de uma Assembléia Geral Extraordinária dos associados da A.R.A. para realizar alterações no estatuto social da entidade, principalmente para readequar seus objetivos estatutários dentro da resolução nº 101 da Anvisa e nas “proteções afiançáveis” da Política Nacional e do Sistema Único de Assistência Social – PNAS e SUAS assim como a eleição de um novo Conselho Administrativo. Esta assembléia, realizada no dia 26 de abril, além de aprovar as alterações propostas, proporcionando assim uma reformulação, tanto administrativa como operacional, das atividades da instituição dentro de uma fundamentação legal, elegeu também um novo Conselho Administrativo como órgão soberano da instituição, tendo a sua frente como presidente o Sr. Paulo Santa Rosa. Alterou-se também a razão social, que deixou de chamar-se de A.R.A. – Associação de Recuperação de Alcoólatras, para a nova denominação: Instituto Peniel – Tratamento de Dependência Química. O Instituto Peniel surge com uma nova dinâmica na forma de desenvolver a suas atividades, buscando no processo participativo o envolvimento de toda comunidade platinense. Desta forma foi criado o “Conselho Comunitário”, proporcionando assim que qualquer grupo da sociedade civil organizada

ou não e do poder público possa participar diretamente das atividades da instituição com projetos e programas. Outra proposta inovadora do Instituto Peniel foi a criação do “Conselho Técnico” formado por uma equipe multidisciplinar de profissionais das áreas da saúde e do serviço social responsável diretamente pela metodologia de tratamento, desde a sua implantação, manutenção e no processo de avaliação. A metodologia de tratamento será embasada no “Modelo Minnesota”: referência mundial no tratamento de dependência química. O principal objetivo desta metodologia é o usuário alcançar a abstinência da droga, posteriormente a sobriedade, a transformação e o crescimento pessoal, estimulando o auto-conhecimento; a aprender novos significados em sua vida e levá-lo finalmente a resgatar valores e princípios sociais, através da mudança do estilo de vida. Outro ponto importante é que o Instituto, como uma entidade de assistência social, destinará 20% de suas vagas para a Assistência Social no município de Santo Antônio da Platina, através de parceria com a Secretaria de Assistência Social, sendo que os encaminhamentos para estas vagas sociais serão realizadas pelo Centro de Referência da Assistência Social – CRAS. Todas estas reformulações visam criar em Santo Antônio da Platina uma instituição que seja modelo no tratamento da dependência química. Apesar da visão humanitário-cristã de seus dirigentes e da “missão” da instituição, o programa de tratamento se apóia no aspecto técnico e profissional em suas atividades com o usuário, para que não seja apenas mais uma entidade assistencialista. O Instituto Peniel deve iniciar suas atividades no tratamento de dependência química no mês de junho/2008. Para maiores informações ligue para: 43-3534-0046 ou pelo e-mail: institutopeniel@hotmail.com Carlos Antônio Pessuto Assistente Social, Especialista em Gestão do Terceiro Setor

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E sp o r te

O esporte é da paz Uma reflexão sobre a atividade esportiva os seus valores individuais, sociais e para a promoção daqueles universais, além de traçar um paralelo entre as políticas de incentivo nos países desenvolvidos em comparação aos mais atrasados

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esporte... Que atividade é essa, a qual o ser humano pratica, uns por prazer outros por profissão; que muitos querem praticar, mas não têm equipamentos, espaços, incentivos; que atividade é essa que só uma em cada três crianças e jovens praticam no mundo e que a grande maioria dos adultos não pratica, mas só assiste na forma do esporte-espetáculo; que benefícios ele pode trazer para a saúde, para a educação, para a conquista da cidadania, para melhorar o homem e o mundo? O esporte como atividade incorpora vários aspectos positivos relacionados ao desenvolvimento humano, especialmente quando praticado nas atividades de tempo livre, em que o indivíduo está desobrigado das atividades de trabalho e dos compromissos de caráter social - nos seus mais preciosos momentos: os de lazer e recreação. Oferece benefícios para a saúde, pelos diversos aspectos que lhe são afins e relacionados principalmente físicos, psicológicos e terapêuticos, contribuindo para uma vida saudável; oferece importantes componentes para a educação, contribui para promover a participação social, a disciplina e a competitividade e, assim, para o desenvolvimento intelectual do indivíduo que o pratica. O esporte também promove o intercâmbio sociocultural, que ocorre através da participação da prática e dos eventos esportivos e, neste contexto, também promove os valores humanos e universais, tais como a disciplina, o senso de equipe e de coletividade, a solidariedade, a compreensão e a tolerância; os quais em conjunto contribuem para a cooperação e o estabelecimento da paz. Desde a criação dos jogos Olímpicos na Grécia, há mais de sete séculos antes de Cristo, a chama olímpica permanece viva e propõe a incorporação de valores individuais, sociais e universais ao esporte no caminho do crescimento humano e da solidariedade. O esporte desenvolve o homem e a humanidade e contribui para a paz e a cooperação entre os povos. Para o homem, oferece a oportunidade da exploração e a incorporação de novos valores éticos, seja ele desenvolvido de forma descompro-

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missada e praticado nos momentos de lazer e recreação, no esporte amador, seja através de uma formação atlética profissional, quando o praticante desenvolve plenamente o seu potencial com estes princípios e encontra a justa oportunidade desta expressão atlética profissional. A formação atlética e a profissionalização esportiva podem também ajudar a diminuir o imenso abismo da inclusão do jovem que busca e não encontra espaço para o exercício pleno da cidadania e que imprescinde, para isso, do exercício de uma profissão digna e alinhada com a sua vocação. A problemática juvenil é uma das maiores preocupações nos países desenvolvidos (que têm políticas próprias e recursos) e, nos países mais atrasados, é uma panacéia que não encontra saídas pela premência da atenção a outros problemas, sempre considerados mais urgentes, tais como a inclusão econômica no mercado globalizado, o combate à pobreza, a fome, a saúde, o déficit habitacional; a expansão da infra-estrutura , dentre outros fatores que desviam a atenção e os recursos (seja para as prioridades ou para outras antiéticas, tais como a mal versação e a corrupção). O esporte como política pública, por outro lado, pode ajudar na conquista da cidadania para aqueles que estão à margem da sociedade e propiciar a sua inclusão social. Por conseqüência também oferece a oportunidade de um antídoto ético ao rumo que estamos apontando para a convivência humana em sociedade nas grandes cidades e, também é uma forma de prevenção dos conflitos sociais que normalmente têm origens na exclusão social e são expressados pelo vandalismo que evolui numa espiral ascendente e incontrolável, mas que traz a mensagem do descontentamento dos excluídos, dentre eles os jovens - para com a sua complicada inserção no processo civilizatório, no mundo globalizado que avança no rumo da economia e sem olhar para eles e para as suas idéias. Autor: Fernando Zornitta Fonte: http://www.midiaindependente.org

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O esporte tem o poder para mudar o mundo ! Tem o poder para unir as pessoas numa só direção. Nelson Mandela

Perfeita solidariedade O companheirismo exigido pelos esportes coletivos é condição natural para sua existência As competições coletivas são o fiel retrato da solidariedade esportiva e que deveria ser a marca de nossas próprias vidas. Ou seja, quando se trabalha e vive em conjunto não se deve abrir espaço para individualidades específicas. Não que o esporte seja marcado exclusivamente por um todo. Afinal, estrelas sempre vão brilhar nas quadras, piscinas e campos de todo o mundo. Quando se começou a criar esportes com a participação de um grupo, o princípio era o de que cada atleta exerceria uma função, para cobrir um espaço determinado e uma atividade complementar do companheiro. Não se pensava em indivíduos isoladamente. Deveria haver cumplicidade, confiança e crença em uma outra pessoa que estava ao seu lado. Só assim era possível igualar os altos com os de estatura inferior, os mais fortes com os de menor potência e os mais velozes com aqueles que vêm atrás mas que, certamente, vão chegar. Tudo com simplicidade e harmonia. Mas era chegado o momento de demonstrar esse ‘pequeno discurso’ ao público. E a resposta foi a melhor possível. A alegria, a disputa, o sorriso, a lágrima, tudo, enfim, seduziu o mais frio dos observadores. E são exatamente as equipes - sejam elas de que modalidade for - que atraem multidões, que desenvolvem paixões alucinadas e permitem uma intimidade além de qualquer fronteira psicológica. O espelho do desempenho coletivo é,

e sempre será, o reflexo do que todos nós imaginamos em nosso cotidiano: a revolta momentânea com o erro ou a falha do parceiro e a divisão dos melhores instantes apenas sugerem que devemos ser humildes e solidários. O tempo inteiro. Atualmente, as imagens que nos vemos ultrapassam os ensinamentos de qualquer professor em sala de aula. Sempre é bom saber que atrás de um atacante há um goleiro, de que atrás de um pivô há um assistente, de que atrás de um cortador há um levantador - mais parecendo um garçom que não se importa em ser chamado durante toda uma noite para servir pessoas (que na maioria das vezes não conhece) e, mesmo assim, se sentir feliz pela tarefa cumprida. E é cada vez mais comum a criação de novas modalidades que permitam a aproximação dos indivíduos e, saber que se pode dividir frustrações e equívocos, é melhor que amargar o gosto da derrota sozinho. Não que isso isente qualquer um de nós de assumir as falhas, porém, serve de estímulo para a amizade e a confraternização. A mesma que se pode acompanhar a cada dia pela tevê ou Internet em todas as partes do planeta. Todos nós somos capazes de nos emocionar com uma luta acirrada entre potências esportivas no basquete, vôlei ou futebol e, ao mesmo tempo, nos sentir tocados por jogos em que as diferenças técnicas são indiscutíveis. Autor: Reinaldo Carrera Fonte: http://www.gazetaesportiva.net

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M E IO A M B I E N T E

Projeto Adote uma Árvore

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rojeto Adote uma Árvore é um projeto do Copadesc, que busca despertar uma consciência geral a favor do meio ambiente, pois visa preservar a fauna e a flora usando uma idéia que funciona de forma muito simples, mas que proporciona fantásticos benefícios para aqueles que dela participam. O Projeto Adote Uma Árvore consiste em estimular a comunidade em geral a adotar árvores e assim auxiliar na preservação da biodiversidade da região. O projeto tem algumas formas de ações sendo elas: plantar árvores nas calçadas, nas praças, nas margens de rios, ribeirões, córregos, nascentes entre outros lugares. Além destes locais o Copadesc lança sua versão para rearborizar, recuperar (se necessário) e revitalizar (se necessário) o Morro do Bim, localizado na cidade de Santo Antônio da Platina.

Como funciona: Nas calçadas e canteiros centrais de avenidas

- Cada árvore é protegida por uma grade que serve para protegê-la de situações diversas. - Está previsto no conteúdo do Projeto que um estudante cuidará da muda plantada,

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sendo que seu compromisso com esta muda é de regar quando necessário, fazer a condução e substituí-la por outra, caso a muda não vingue. Esta ação estava sendo executada pelo Colégio Casucha e o qual convidou o Copadesc para fazer parte deste projeto. Os alunos do Colégio Casucha acompanham o crescimento das árvores na Av. frei Guilherme Maria, onde cumprem com o objetivo proposto. Em todas as etapas tem o acompanhamento de um técnico qualificado da prefeitura municipal para garantir o correto procedimento. - Através deste acompanhamento o aluno é sensibilizado para cuidar não somente desta muda, mas de toda a natureza. - Sensibilizar os comerciantes e empresários para deixar plantar uma muda de árvore defronte seu estabelecimento. - Conscientizar a população de que cada um é co-responsável pela sobrevivência da humanidade

No Morro do Bim

Esta ação é uma forma singela para rearborizar um dos cartões postais de Santo Antônio da Platina, o Morro do Bim. Neste espaço encontram-se o Parque Ecológico da cidade, uma estátua representando o Cristo, além de proporcionar uma visão belíssima da região. Portanto, para alcançar com o objeti-

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vo proposto, o Copadesc lança a sua versão, para isso pede que todos que possam adotem uma árvore no Morro do Bim, contribuindo em doação com um determinado valor. Como contra-partida o Projeto presenteia com uma camiseta com estampas que lembram o Morro do Bim e com dizeres relacionados ao projeto. Se você tem no seu íntimo o interesse em adotar uma árvore no Morro do Bim, faça sua doação e o Copadesc plantará e cuidará da sua árvore durante um período mínimo de 18 meses. Este projeto é acompanhado pelo Departamento da Prefeitura e pelo Conselho Municipal do Meio Ambiente de Santo Antonio da Platina.

Nos Ribeirões Boi Pintado e do Aldeia

A proposta do Copadesc é levantar recursos para fazer a limpeza permanente destes ribeirões. Queremos sensibilizar a população de que quando joga-se lixo no chão, este lixo vai parar em algum lugar e este lugar será dentro destes ribeirões. Para um determinado valor doado o Copadesc presenteará com produtos que podem ser camisetas, bonés, estojos de lápis e mochilas escolares, sempre lembrando os lugares em questão. A ordem é recuperar, revitalizar, preservar e rearborizar as margens destes ribeirões e bem como aproveitar os espaços públicos para lazer e diversão. Como objetivos específicos podemos citar: - manter uma reserva florestal, em seu estado nativo; - identificar, através de pesquisa de campo, todas as espécies da biota da área objeto do Projeto; - desenvolver pesquisas sobre a biodi-

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versidade da área, cujos resultados seriam colocados à disposição da comunidade científica nacional. - Incentivar a manutenção de florestas e matas nas propriedades da zona urbana e rural, atendendo às exigências legais.

Camisetas do projeto de Rearborização do Morro do Bim

Benefícios

- considerar o meio ambiente em sua totalidade, ou seja, em seus aspectos naturais e criados pelo homem, tecnológicos, sociais, econômico, político, técnico, histórico-cultural, moral e estético; - construir um processo contínuo e permanente no cuidado com a natureza. - concentrar-se nas situações ambientais atuais, tendo em conta também a perspectiva histórica; - insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional para prevenir e resolver problemas ambientais; - considerar de maneira explícita, os aspectos ambientais nos planos de desenvolvimento e de crescimento; - ajudar a descobrir os sintomas e as causas reais dos problemas ambientais; - destacar a complexidade dos problemas ambientais (sócio ambientais) e, em conseqüência, a necessidade de desenvolver o senso crítico e as habilidades necessárias para resolver problemas; - utilizar diversos ambientes educativos e uma ampla gama de métodos para comunicar e adquirir conhecimento sobre o meio ambiente, acentuando devidamente as atividades práticas e as experiências pessoais. João Geraldo Frose Formado em Administração de Empresa e Especializando-se em Gestão Ambiental

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