Revista Espaço Cidadão #15

Page 1

Santo Antônio da Platina - PR – ano VII – nº 15 – Dezembro de 2015

entrevista

Governador Beto Richa

CIdadania

Fala sobre os planos do Governo para o Norte Pioneiro

MULHER

Alterações Hormonais e Obesidade

MEIO AMBIENTE

Energia Solar

Uma luz contra a treva da crise energética!

issn_revista_ago15.pdf

Recicle. Separe o papel corretamente.

1

04/



ESPAÇO DO CIDADÃO

O hábito da traição

T

rair compromissos tornou-se um hábito na política brasileira. A traição, com os seus repugnáveis reflexos anda, ultimamente, muito em voga no Brasil. Na política são incontestáveis os dissabores e prejuízos que a traição vem impondo ao país. Basta observar o comportamento de muitos dos nossos homens públicos. Com raras exceções, predominante a incoerência e o desrespeito ao cumprimento das responsabilidades assumidas. Há traições de toda a ordem. Com a decência, com a moral, com os compromissos públicos, com os programas de governo e até o que é mais grave, com a honradez da própria palavra. A população brasileira está enfastiada da palavra traidora e chocha que compõe o discurso demagógico e insipiente da maioria dos nossos homens públicos. Não tolera mais a papagaiada, maliciosamente usada, como meio de persuasão. Felizmente, para nosso alívio, parece aproximar-se o fim desse reino da politicagem. É que, o povo brasileiro, tomou consciência de que nada vale o discurso de um político se a sua ação está contribuindo para ajudar a entupir as nossas ruas de aflitos desempregados e infelizes subnutridos. Que de nada vale a palavra do político, maliciosamente alinhavada para gerar o aplauso forçado, quando a sua ação não objetiva e não consegue eliminar o ronco da barriga vazia da nossa pobreza. Que de nada vale a voz do homem público, quando não é capaz de gerar estimulo ao trabalho, à produção e do equilíbrio e solidez da nossa economia. De nada vale a palavra do político quando brada demagogicamente, que o poder é do povo, mas se refasta nele e na opulência e gozo das suas

www.copadesc.com.br

mordomias imorais e insultuosas. Que de nada vale voz do político divorciado dos princípios da moral, da decência e da seriedade, tendo-se em conta que essa dissociação entre a moral e a política vem, há longos tempos, destruindo as nossas esperanças de alcançarmos uma vida mais feliz e mais humana, Que de nada vale aquela palavra, clamando pelo louvável e patriótico amor à Pátria, pela moderação dos desejos, se quem a pronuncia não mostra veneração com a justiça, com o amor ao próximo, com o respeito à liberdade e grandeza de consciência. O povo não crê mais na palavra do político que, ganhando salários astronômicos, tenta, nos luxuosos gabinetes palacianos, impingir, como um grande benefício, um pálido aumento salarial de 10 a 20 por cento, sobre os não menos pálidos ganhos do nosso assalariado. O povo não crê também na palavra daqueles que vêm mostrando, através da televisão, cenas constrangedoras da nossa pobreza, pois sabe, que quem se propõe eliminá-Ias são os mesmos que ajudaram a gerá-Ias ou que com elas convivem há longos anos sem disposição para suprimí-las. Definitivamente, de nada vale, pois, essa palavra, que não merece confiança e credibilidade suficientes para promover o nosso convencimento, pois ela é sentida como instrumento do traidor. Esse discurso chocho e insipiente que grassa por aí não demoverá, desta vez, o povo brasileiro do propósito de efetuar, através do voto, as desejadas mudanças, colocando no comando da nação homens sérios e avessos ao HÁBITO DA TRAIÇÃO. Jorge da Silva Pimenta - Platinense Retirado do livro Retrato de um Emigrante

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

3


ENTREVISTA

Conversa com o Governador O Governador Carlos Alberto Richa esclarece como o Norte Pioneiro se estabelece no planejamento do Governo do Estado do Paraná

B

Revista Hoje o Estado apresenta um resultado positivo nas finanças? Até o fim deste ano, serão necessários novos ajustes para o enfrentamento da crise? Richa Trabalhamos, com forte empenho de todo o governo

e em especial do secretário da Fazenda, Mauro Costa, para concluir o ajuste fiscal neste ano para entrar em 2016 com a receita arrecadada beneficiando as 11 milhões de paranaenses. Não haverá mais mudanças em relação ao ICMS e ao IPVA. Vamos fazer um esforço maior na arrecadação para avançar 2016 sem dívidas. O incremento de receitas (com impacto nos exercícios seguintes) junto a redução de despesas permitirão que haja equilíbrio entre receita e despesa. Inclusive, poderemos gerar superávit primário necessário para o pagamento das dívidas, em especial com o governo federal. Passaremos a ter superávit de em torno de R$ 1 bilhão, que se repetirá nos anos seguintes. Revista O que o Governo do Estado do Paraná está fazendo para melhorar a economia da nossa região? Richa Estamos olhando o Paraná como um todo, e desen-

volvendo ações e programas que possam beneficiar todas as regiões. Desde 2011, houve significativos investimentos em municípios como Cornélio Procópio, Arapoti, Andirá, Siqueira Campos, Joaquim Távora e Jaguariaíva, entre outros, no programa Paraná Competitivo. Este programa, com diálogo franco e produtivo com empreendedores, já trouxe investimentos de R$ 35 bilhões ao nosso estado, com criação de empregos e geração de renda. 4

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

Foto: Arnaldo Alves / ANPr

eto Richa, nascido a 29 de julho de 1965, em Londrina. Engenheiro civil, formado pela Universidade Católica do Paraná. Casado com a advogada Fernanda Bernardi Vieira Richa, é pai de três filhos: Marcello, André e Rodrigo. Inspirado pela reconhecida trajetória política do pai, José Richa, que foi como deputado federal, prefeito de Londrina e senador, Beto Richa ingressou na vida pública aos 29 anos. Eleito prefeito de Curitiba, aos 39 anos, com 494.440 votos, em 2004. Reeleito Prefeito de Curitiba, no primeiro turno das eleições, em 2008, com 778.514 votos (77,27%), na maior votação da história da cidade. Eleito Governador do Paraná, com 3.039.774 votos, em 2010. Reeleito Governador do Paraná, com 3.301.322 votos – 55,67% do total, em 2014. Beto Richa, Governador do Estado do Paraná

Revista Existe algum projeto do Governo do Paraná para nossa região, conhecida como Norte Pioneiro? Richa Sob a responsabilidade da Agência Paraná De-

senvolvimento, o Paraná Competitivo, com segurança jurídica e estabilidade política, estimula investimentos para esta região, de acordo com sua vocação econômica e posição logística, especialmente de indústrias agropecuárias e de cooperativas. Temos projetos em estudo, assim como para outras regiões do Estado, mas, ainda, não posso entrar em detalhes.

Revista Recentemente, foi publicada a notícia da duplicação da PR 092, trecho entre Siqueira Campos e Joaquim Távora. Do total, somente 30 Km estão previstos para serem duplicados. Outros 150 km que complementariam o total da extensão que ainda não têm data para serem executadas. O Governo do Paraná tem alguma previsão para que isto aconteça? Richa Como anunciei em setembro último, teremos um

“corredor” de Andirá até Jaguariaíva. Estão previstas duplicações, terceiras faixas, trincheiras, viadutos e contornos urbanos. A obra entre Siqueira e Joaquim Távora, que nos custará R$ 338 milhões, terá início em 2016. www.copadesc.com.br


Para o orçamento do próximo ano, já há uma previsão de R$ 42 milhões. Todo o restante do “corredor” será feito por concessão. Vamos, já em 2016, iniciar esta modernização tão necessária. Revista Muito se tem falado para a proteção dos grupos chamados vulneráveis, como mulher, criança, idoso, etc., de que forma o Governo do Paraná pode coibir certos abusos ou mesmo proteger estes grupos? Richa Há programas e serviços inte-

grando as políticas da Saúde, Educação, Trabalho, Habitação e Assistência Social. Atualmente, a rede de proteção social do Paraná conta com 555 Centros de Referência de Assistência Social nos 399 municípios do Estado, 156 unidades de Centros de Referência Especializado de Assistência Social em 133 municípios, 24 Centros da Juventude e 21 unidades de Centros de Referência para População em Situação de Rua em 16 municípios. Há ainda serviços de convivência de acolhimento institucional para crianças, adolescentes, jovens, idosos, pessoas com deficiência, adultos e famílias. Desde 2011, os investimentos na política estadual de assistência social aumentaram 841%. Revista Como conciliar o crescimento econômico dos municípios com o desenvolvimento social? Quais são as estratégias do governo para garantir a evolução dos índices sociais? Richa Esta é uma preocupação básica

para mim. O crescimento econômico deve propiciar e andar junto ao desenvolvimento social, em todos seus aspectos. A política mais eficiente para mudar índices perversos de nossa realidade ou de manter bons índices socioeconômicos é a de valorizar e ampliar os direitos da família como instrumento de promoção social que beneficia diretamente não só as crianças e adolescentes, mas a seus pais, a toda a família. A educação, saúde, segurança, habitação, emprego e o lazer, entre outros direitos do cidadão, além de sua qualificação profissional, criam melhores oportunidades para toda a família, evitando que seus filhos acabem vítimas da fome, do abandono, da exploração sexual, do trabalho escravo, da falta de www.copadesc.com.br

acesso à escola, da violência e do crime, e propiciando que se formem cidadãos, sabedores de seus direitos e deveres.

de criminalidade, embora, no cômputo geral, os tenhamos reduzido, ano a ano, em todo o estado.

Revista Atualmente menos de 30% dos jovens entre 18 e 24 anos estão em universidades, isto a nível do Brasil. Quais ações que o Governo do Paraná tem realizado para aumentar este índice? Richa Investido permanentemente, e

Revista O que o Sr. entende quando anuncia que irá criar novas penitenciárias? Richa Sinto que os paranaenses de bem

cada vez mais, não só em nossas sete universidades, mas também nos ensinos fundamental e médio. Em 2015, estamos investindo R$ 2,6 bilhões no ensino universitário, em ciência e tecnologia. Para 2016, nossa proposta orçamentária para o setor é de R$ 3 bilhões. A área de Educação no primeiro semestre deste ano, para se ter uma ideia, recebeu 32,11% dos recursos do Estado, acima da obrigação constitucional, de 30% da receita líquida de impostos. Especificamente para o Norte Pioneiro, além de nossos investimentos na UENP, em Bandeirantes e Cornélio Procópio, criamos o curso de Odontologia em Jacarezinho, que começou a funcionar neste ano, com 40 vagas. Nos cinco primeiros anos do curso, investiremos R$ 11 milhões em estrutura física, equipamentos, bibliografia e contratação de pessoal. Revista O sistema carcerário tem mostrado que não consegue atender com os objetivos que seriam necessários para a ressocialização do preso. De que forma o Governo do Paraná observa isto e como que poderia melhorar com a infraestrutura das penitenciárias, em especial a dos jovens infratores? Richa Em 2012, foi reconhecido por lei

no Paraná um projeto de ressocialização de detentos, inédito no Brasil e no mundo. Este projeto – o da Remição de Pena por Leitura – é adotado atualmente por 16 estados brasileiros e no sul da Itália. Ele é apenas um dos nossos diferenciais na tentativa de reeducar os presos para sua nova vida na sociedade depois de cumprirem pena. Há outros, como o os cursos fundamental e médio, o trabalho tanto urbano quanto agrícola etc., todos com o mesmo objetivo. Estamos tentando fazer a nossa parte. Infelizmente, no Brasil os esforços parecem sempre infrutíferos pelo crescimento dos índices

merecem, entre prioridades que estabelecemos para a gestão, segurança para trabalhar, progredir, viver. Apesar de entender que a prisão não resolve os problemas sociais do país e que devemos investir cada vez mais em Educação, não podemos, em hipótese alguma, admitir o crime. Portanto, temos que investir para que o sistema prisional tenha condições de receber, com condições dignas, inclusive de ressocialização, aqueles que tenham sido condenados pela Justiça.

Revista Sabe-se que o custo de manutenção de um hospital é alto. Diariamente muitas pessoas da região do Norte Pioneiro buscam tratamento em centros maiores como Curitiba e Londrina. O Governo do Paraná tem alguma proposta para que o cidadão possa ser tratado por aqui mesmo? Richa Mantemos o Hospital Regional

do Norte Pioneiro, em Santo Antônio da Platina. Na região, há outros hospitais que atendem pelo sistema público de saúde, que têm apoio do Estado. É inevitável que situações complexas sejam tratadas em grandes centros, que concentram os profissionais e serviços mais especializados, e isso acontece não só no Brasil, mas no mundo todo. Cabe ao Estado a gestão do sistema público e, quando necessário, encaminhar pacientes para centros maiores. Para atender essa demanda, além de fortalecer o atendimento municipal em Unidades de Saúde e apoiar hospitais públicos e filantrópicos, estamos construindo, em parceria com consórcios intermunicipais de saúde, os Centros de Especialidades para oferecer consultas e exames com especialistas, além de cirurgias eletivas ambulatoriais. Há intenção de construir um Centro como este em Jacarezinho. Para os casos em que há necessidade de deslocamento para grandes centros, além da renovação da frota de ambulâncias de todo Estado, foram adquiridos 80 ônibus adequados para esse transporte. Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

5


ÍNDICE

D e z e M B R o / 201 5

03 Espaço do Cidadão O hábito da traição

04 Entrevista

O Governador Beto Richa esclarece como o Norte Pioneiro se estabelece no planejamento do Governo do Estado do Paraná

07 Espaço dos 3 Poderes

Gasto Público: A conta que todos deveriam fiscalizar

10 Meio Ambiente I

Energia Solar: Uma luz contra a treva da crise energética!

12 Meio Ambiente II

O lixo nosso de cada dia - A gestão do descarte de resíduos

15 Mulher l

O Pilates vai pra cama - Os benefícios no desempenho sexual

16 Mulher lI

Alterações hormonais e obesidade

18 Mulher lII

Entendenda o processo de Fotodepilação com Luz Pulsada

20 Mulher IV

Microfisioterapia: A cura vem de dentro Tanko: A vitrine e o registro do platinense

26 Cidadania

Relações de poder: O perigo do abuso

30 Política

A importância da superação do preconceito contra a política

32 Trabalho

Educação profissionalizante: Direito do cidadão e obrigação de toda sociedade

34 Reflexão

A apatia gritante no silêncio das palavras e atitudes

36 Educação no Trânsito

De olho no sinal: Como a sinalização de trânsito influencia na segurança viária

38 Gente

Entrevista com Edina Bordignon

6

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

Expediente

24 Memória

revista

espaço

cidadão PRODUÇÃO:

COPADESC - Consórcio Para Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável e Sociocultural da Bacia Hidrográfica do Rio das Cinzas CNPJ 05.947.410/0001-68 CREDINORTE - Sociedade de Microcrédito, Pesquisa, Empreendedorismo e Desenvolvimento Sustentável do Norte Pioneiro CNPJ 06.145.187/0001-06 PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Alessandro Mendes Dutra, João Geraldo Frose ImpressãO: Hellograf Artes Gráficas Ltda CNPJ 85.057.529/0001-02 CONSELHOS: COPADESC - Alessandro M. Dutra, João Geraldo Frose CREDINORTE - João Geraldo Frose Contato: (43) 3558-1937 joaogfrose@gmail.com copadesc@copadesc.com.br www.copadesc.com.br www.copadesc.com.br


ESPAÇO DOS 3 PODERES

A conta que todos deveriam fiscalizar Gestão pública e gastos públicos são temas polêmicos que ganham cada vez mais atenção da sociedade

O

processo de participação popular na gestão pública ainda está em desenvolvimento. Porém percebe-se que, quando ações passam a ser tomadas, grandes são os resultados obtidos através deste maior engajamento social. Observa-se assim, a necessidade de maior envolvimento da população quanto à aplicação do dinheiro público com propósitos de fiscalizar e contribuir para o desenvolvimento econômico e social. Este artigo tem como objetivo identificar as ações realizadas pelo observatório social e sua importância para o

www.copadesc.com.br

processo de compras da gestão pública. Observa-se como sendo vantajosa as ações de caráter popular atuantes na gestão pública a fim de fiscalizar seus gastos. As compras realizadas pelo poder público, onde este processo assim como tantos outros estão diretamente relacionados a gestão dos recursos financeiros públicos, que tem sua origem na “contribuição” da sociedade. Devendo, portanto, ser administrado da forma mais vantajosa possível. Relacionando esta contribuição ao valor

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

7


ESPAÇO DOS 3 PODERES da participação popular nos processos de Gestão Pública. O OS tem ainda como um de seus objetivos específicos, levantar aspectos sobre a cidadania fiscal. Aponta-se assim para os grandes resultados positivos que podem ser conquistados quando a sociedade participa ativamente da Gestão pública e diretamente na utilização dos recursos públicos. Fiscalizando e buscando inovações para melhor aplicabilidade destes fundos, no intuído de promover o desenvolvimento econômico e não apenas o crescimento do mesmo. A gestão social compreende que a gestão pública deve ser habitada por todos os cidadãos que por sua vez devem atuar neste meio a fim de fazerem valer seus direitos com intuído de contribuir para a esfera pública. A gestão social é entendida como uma ação política deliberativa, na qual o indivíduo participa decidindo como pessoa, eleitor, trabalhador ou consumidor. Assim busca-se criar organizações administrativas e efetivas permeáveis a participação popular e com autonomia para operar em favor do interesse público. Trata-se de estabelecer uma gestão pública que não centraliza o processo decisório no aparelho de estado e contempla a complexidade das relações políticas, pois procura se alimentar de diferentes canais de participação, e modelar novos desenhos institucionais para conectar as esferas municipais, estadual e federal. O orçamento participativo, por

8

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

exemplo, é um método pouco conhecido, apesar de ter sido instituído do final dos 1970, o qual proporciona a oportunidade de o cidadão interagir nas decisões de gastos do dinheiro público. Não há uma metodologia especifica para a implantação do orçamento participativo, cada município desenvolver a forma que melhor se adapta. Outra forma em que a população pode atuar junto a gestão pública é através da criação de leis. Tanto em âmbito federal, estadual ou municipal. A Constituição Federal prevê em seu artigo 61 que a inciativa das leis complementares e ordinárias pode também partir de cidadãos: §2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.

Valores compartilhados pelos observatórios

Apartidarismo, visão de longo prazo e comprometimento com a justiça social. Seus principais objetivos são: • Possibilitar o exercício do direito de influenciar as políticas públicas que afetam a comunidade, conforme assegurado pelo Art. 1º da Constituição Federal de 1988: “todo poder emana do povo” • Incentivar e contribuir com o apri-

moramento pessoal e profissional de membros da comunidade e de profissionais ligados as áreas de interesse do OS, através de cursos, seminários, palestras, debates, grupos de estudos, entre outras atividades. • Incentivar e promover eventos artísticos e culturais que possam contribuir para a criação da cultura da cidadania fiscal e popularização das ferramentas de participação dos cidadãos na avaliação e monitoramento da gestão dos recursos públicos. • Contribuir, diretamente, para que haja maior transparência na gestão dos recursos públicos, de acrodo com o previsto no Art. 5º, incisos XIV e XXXIV; no Art. 37, § 3º da Constituição Federal de 1988. • Estimular a participação da sociedade civil organizada no processo de avaliação da gestão dos recursos públicos, visando defender e reivindicar a austeridade necessária na sua aplicação, dentro de princípios éticos com vistas á paz e a justiça social. • Incentivar e promover o voluntariado nas ações educativas e operacionais em favor dos direitos do cidadão e contra a corrupção.

Programas de Ação do Observatório Social

Confira alguns dos programas: 1. QUALIDADE NA APLICAÇÃO DOS RECURSOS PÚBLICOS: Moni-

www.copadesc.com.br


toramento sistemático: das licitações (desde a publicação dos editais até a entrega do produto/ serviço); da execução orçamentária (receitas e despesas); dos recursos humanos (cargos comissionados); da produção legislativa; das diárias no legislativo; dos processos judiciários contra órgãos públicos e contra sés gestores. 2. SEMEANDO A CIDADANIA FISCAL: Realização de eventos de educação fiscal, como: concurso de redação, concurso de monografia, feirão do imposto, peças de teatro, festival de música, pesquisa sobre cidadania. 3. DINAMIZANDO A CIDADANIA FISCAL: Potencialização dos Conselhos Municipais e aumento da competitividade nas licitações municipais através da inserção de MPEs. 4. SEMANA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS QUADRIMESTRAL: Realização de evento de prestação de contas e apresentação de relatório das ações do OS, na mesma semana em que a prefeitura realiza sua prestação de contas quadrimestral, convidando também os deputados da região para fazerem também a apresentação da sua produção legislativa.

Indicadores da Gestão Pública

Consiste na coleta dos dados no balanço anual da prefeitura e alimentação do sistema para geração dos Indicadores da Gestão do Município, proporcionando as condições para

www.copadesc.com.br

comparação com os dados de outras cidades onde há OS e gerando a possibilidade de análise da execução orçamentária X indicadores sociais, de qualidade de vida da população e de desenvolvimento do município. O trabalho do observatório não se resume apenas em fazer o acompanhamento das licitações e observar as irregularidades. Quando os processos indicam incorreções o observatório além de aponta-las procura suas justificativas e explicações sobre a suspeita. Após pesquisar os editais publicados e constatado ilegalidades durante analise do edital o observatório comunica ao gestor público por meio de oficio o questionamento levantado. Quando este não apresenta correções ao processo o observatório encaminha um ofício à câmara dos vereadores. Não havendo manifestações da câmara é então encaminhando outro oficio ao ministério público como denúncia ao promotor do patrimônio público para abertura de inquérito. O prazo de resposta para os oficio encaminhado ao gestor público e a câmara de dias 15 dias cada um.

Após pesquisar os editais publicados e constatado ilegalidades durante análise do edital o observatório comunica ao gestor público por meio de oficio o questionamento levantado

Copilado do trabalho Transformando Indignação em Ação: Um Estudo Sobre as Ações Desenvolvidas pelo Observatório Social - Mariana Aparecida Euflausino e Marco Aurélio Kasmin

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

9


MEIO AMBIENTE

Uma luz contra a treva da crise energética! Energia solar fotovoltaica é solução para economia de energia e crise no setor de geração elétrica.

O

A busca por soluções energéticas e economia é uma constante no atual cenário brasileiro. No norte pioneiro não é diferente. Empresas e casas estão optando pela utilização das placas fotovoltaicas a fim de gerar economia e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente. A energia solar fotovoltaica transforma a luz do sol em energia elétrica, podendo ser considerada uma fonte limpa e inesgotável, além de gerar abatimento na conta elétrica. A energia solar fotovoltaica é uma opção para crise energética nacional pois o Brasil tem excelentes níveis de insolação capazes de suprir boa parte do déficit da matriz energética, além disso é fonte de energia limpa, renovável e contribui com a redução de emissão de CO2. Em paralelo com a tecnologia da energia solar fotovoltaica e também com grande importância está a resolução 482 de 2012 da ANEEL (Agência Nacional de Energia

10

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

Elétrica) que define as regras para micro e minigeração distribuída que tornou possível a geração da energia de forma descentralizada. Esta resolução permite que usuários instalam pequenas usinas no telhado das casas e empresas e injetem a energia elétrica na rede da concessionária. Esse tipo de geração evita novos investimentos em infra-estrutura como linhas de transmissão e distribuição pois a energia é produzida onde é consumida. A energia solar fotovoltaica é interessante pois não interfere no cotidiano das pessoas e utiliza uma área ociosa, o telhado.

Operação

Na prática, a resolução 482 de 2012 da ANEEL torna possível o exemplo abaixo: Durante o dia: O sistema de energia solar fotovoltaica gera eletricidade que é consumida instantaneamente pelos equipamentos, o excedente passa

www.copadesc.com.br


por um relógio medidor bi-direcional (novo) que conta quanto de energia foi injetado na rede elétrica da concessionária gerando crédito em KWh. Durante a noite: Utiliza-se a energia da concessionária normalmente, consumindo o crédito gerado durante o dia. Se houver crédito no final do mês, o mesmo poderá ser utilizado em até 36 meses ou reduzir a conta de luz de outra unidade consumidora do mesmo proprietário CPF ou CNPJ. O ideal é procurar empresas especializadas pois é necessário apresentar um projeto elétrico e seguir várias etapas para obter autorização da concessionária para ligação do sistema na rede elétrica. Energia solar fotovoltaica é a energia elétrica obtida a partir de luz do sol, quanto maior a intensidade de insolação, maior será a eletricidade produzida, em dias nublados a produção é menor. O principal elemento no processo de conversão da energia solar em energia elétrica é o silício(semicondutor). Conforme a luz solar incide sobre as células fotovoltaicas, os elétrons do material semicondutor se movimentam, gerando assim eletricidade. Nesse momento, quanto há geração de eletricidade é possível ligar aparelhos elétricos ou injetar na à rede elétrica. O sistema solar fotovoltaico é diferente do sistema de aquecimento solar, no qual o sol esquenta as placas solares, atuando geralmente como aquecedor de água para chuveiros, torneiras e piscina. A tecnologia está consolidada, já existem milhões de sistemas fotovoltaicos conectados à rede instalados em mais de 100 países. Hoje, China seguida por Japão e Estados Unidos são os mercados de energia fotovoltaica com maior crescimento, enquanto a Alemanha se mantém o maior produtor do mundo de

www.copadesc.com.br

energia fotovoltaica, contribuindo com aproximadamente 6% da sua demanda de energia elétrica. A líder Alemanha possui níveis de insolação bem abaixo dos índices brasileiros. A energia fotovoltaica é uma tecnologia 100% comprovada, sistemas fotovoltaicos conectados á rede elétrica já são utilizados a mais de 30 anos. Por se tratar de um sistema com longa vida útil, a escolha da marca dos módulos e inversor é muito importante para garantir a durabilidade. Em termos de capacidade instalada, a energia solar fotovoltaica é a terceira maior fonte de energia renovável do mundo, depois da hidráulica e eólica, mas o potencial da energia solar é muito maior. O setor fotovoltaico cresceu mais de 100 vezes na última década e não para de crescer. O termo “fotovoltaica” vem do grego (Phos), que significa “luz”, e em “volt”, a unidade de força eletro-motriz, o volt, que por sua vez vem do sobrenome do físico italiano Alessandro Volta, inventor da pilha. O termo “foto-voltaica” tem sido usado em Inglês desde 1849.

Baixa manutenção

Os sistemas fotovoltaicos são muito confiáveis e exigem pouca manutenção, que consiste principalmente em: •Limpeza periódica dos módulos, retirada de fuligem, poeira e eventuais dejetos. •Verificação dos inversores. A vida útil estimada dos módulos fotovoltaicos é superior a 30 anos e sua garantia de eficiência é de 25 anos.

Investimento com incentivo

O valor do investimento depende basicamente do consumo mensal pois é através desse número que é definido a potência do sistema fotovoltaico neces-

sário para reduzir ao máximo a conta elétrica. É possível montar um sistema de menor capacidade e adquirir aos poucos os módulos fotovoltaicos para reduzir o custo inicial de implementação. As recentes isenções fiscais concedidas pelo governo, por meio da ANEEL e ministério de minas e energia à esses equipamentos, contribuíram para reduziram o preço final do sistema tornando-o viável financeiramente, pois o custo é recuperado em poucos anos com a economia gerada todo mês na conta luz. Se for considerado a inflação da eletricidade, que apenas em março de 2015 subiu 22% e os futuros aumentos da tarifa elétrica pode-se dizer que o investimento é atrativo do ponto de vista financeiro. Além de ser um “negócio” onde o dinheiro é investido para obter um retorno financeiro, existem outros motivadores para a aquisição do sistema, que são: Obter autonomia energética, tomar a atitude correta e contribuir com o meio ambiente. Existem ainda linhas de créditos especiais para financiamento, vários bancos já oferecem linhas especificas para energia solar fotovoltaica e as taxas são bem atrativas, fazendo em alguns casos com que a parcela do financiamento seja próxima do valor da economia gerada, sendo mais um facilitador para aquisição. A energia solar fotovoltaica não é um negócio do futuro, é uma tecnologia que já está no presente e gera economia para muitas pessoas. Em tempos de crise hídrica, energética e constantes aumentos na tarifa de eletricidade a energia solar fotovoltaica destaca-se como uma ótima opção para solução desses problemas. Rodrigo Gaudencio Schena Engenheiro Mecatrônico e empresário do setor de energia solar fotovoltaica

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

11


MEIO AMBIENTE

O lixo nosso de cada dia Parte da solução para o problema do lixo está justamente nele, ou seja, em seu uso para geração de novos produtos

M

uitos pesquisadores vinculam a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no final do século 18, ao marco de profundas alterações sociais, comportamentais e ambientais ocorridas nos séculos seguintes. A utilização em larga escala do carvão e, posteriormente, do petróleo, fontes energéticas primárias altamente poluidoras, trouxe danos ambientais, que se fazem sentir nos dias atuais. A progressiva alteração do modo de produção artesanal para a maquinofatura, determinando produções em massa, teve que estar aliada a uma inédita distribuição e comercialização mundiais, alterando, assim, o comportamento dos consumidores e cristalizando o sistema capitalista. Surgia então, a economia de mercado, intensificada após a 2ª Guerra Mundial, quando os Estados Unidos se tornam hegemônicos devido à sua economia já dinamizada e acelerada no período da Guerra e no uso do dólar como padrão monetário internacional. Para dar continuidade ao capitalismo foi necessário educar os consumidores para outras razões de consumo, que não eram somente atender as suas necessi-

12

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

dades básicas e formais encontradas em cada produto. Era necessário ampliar o mercado consumidor para que constantemente a superprodução capitalista fosse adquirida. Então, a publicidade e a propaganda passam a ser essenciais na lógica da cultura de consumo: o consumidor deve ser seduzido a comprar não o artigo produzido, mas a ideia ou o modo de vida que acompanha o produto que ele adquire. No processo capitalista moderno, novos e mais sofisticados produtos são lançados no mercado a todo instante e eles devem ser consumidos prontamente. Está aberto o caminho para a descartabilidade, ou seja, todos os itens industrializados que não têm mais utilidade ou não proporcione mais o prazer inicial devem ser descartados, rejeitados e substituídos imediatamente, gerando uma quantidade imensa de resíduos industriais, cujos impactos no meio ambiente, na saúde humana, no solo e na água são amplamente conhecidos. Conseguir dar um destino ecologicamente adequado a esta geração de lixo é um desafio para o Poder Público de qualquer cidade do mundo.

www.copadesc.com.br


Foto: acervo Mauro Januário

O acúmulo de lixo a céu aberto (os lixões) ainda são uma triste realidade

O relatório do Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), divulgado em 2012, alerta para a ameaça de uma “crise global de resíduos”, pois, estima-se que as cidades geram 1,3 bilhão de toneladas de resíduos sólidos a cada ano, nem sempre com destinação correta. No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), dos 64 milhões de toneladas de resíduos produzidos pela população em 2012, quase 40% não tiveram destinos adequados, a mesma percentagem encontrada no estado do Paraná. Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2011, aponta que quase a metade das cidades brasileiras não possui sistema de coleta seletiva de lixo, por isso a Política Nacional de Resíduos Sólidos, sancionada em 2010,

www.copadesc.com.br

estipulou que até agosto de 2014 todos os municípios do Brasil deveriam ter coleta seletiva. Aumentado o drama deste cenário, a taxa de reciclagem média do lixo produzido pelos brasileiros é de apenas 3%. No entanto, o lixo é uma fonte de riquezas, pois, estudos apontam que 70% de todo o lixo produzido poderia ser reciclado, gerando empregos e renda, impactando menos o ambiente, aumentando o tempo de vida útil dos aterros sanitários, diminuindo o consumo de energia, racionalizando o uso de matérias primas e permitindo a sustentabilidade do planeta. Estamos diante de um quadro assustador no que se refere à problemática do lixo: o consumismo aumenta a sua produção, a gestão pública dos resíduos está longe de ser aceitável, os recursos hídricos e a saúde humana estão amea-

çados. Evidentemente é necessário que esta situação não se prolongue. O gestor público é o agente principal nesta mudança. A partir de uma política de priorização da superação dos problemas, a gestão do lixo deve estar no início da lista. No entanto, o cidadão também é responsável pelo problema e pela sua solução. Consumir de maneira consciente, evitando descarte em locais inadequados, reutilizar produtos, separar o material reciclável, diminuir o desperdício, exigir dos poderes públicos a destinação correta do lixo, são formas de praticar a cidadania. Para tanto, a Educação Ambiental nas escolas (de novo a presença do gestor público é imprescindível) tem um papel fundamental neste momento ao conscientizar e ensinar aos nossos jovens a visão de que os recursos que a Terra nos dá, que demoraram milhões de anos para se formar, não podem ser esgotados diante de uma exploração predatória, pois eles devem também ser destinados às futuras gerações. Mauro Januário Professor da Universidade Estadual do Norte do Paraná/Campus de Bandeirantes maurojanuario@uenp.edu.br

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

13


14

Espaรงo Cidadรฃo Dezembro de 2015

www.copadesc.com.br


O Pilates vai pra cama

MULHER

Mais um benefício do Pilates: A melhora no desempenho sexual

E

xercícios globais, especificamente da musculatura pélvica e a redução das dores ortopédicas, são essenciais para a melhora da qualidade da vida sexual. O estresse mental e físico, a falta de tempo e de iniciativa, e até mesmo a questão financeira são pretextos comuns para o sedentarismo. A vida passa, os anos terminam, e muitos estão acomodados e conformados com seu próprio corpo e suas dores, e dizem comumente “que a culpa é da idade”. Comprovadamente, os exercícios físicos, em geral, liberam hormônios como a epinefrina, norepinefrina, somatotofrina, a endorfina e cortisol, melhorando a depressão e o bem-estar (efeitos psicológicos e sociais), além da imunidade, a qualidade do sono, redução de doenças metabólicas, estímulo para a memória e o raciocínio, e a performance corporal, através dos alongamentos, força muscular, agilidade, coordenação, aumento da densidade óssea, emagrecimento e equilíbrio (efeitos físicos). O Pilates tem por princípio, o fortalecimento dos músculos da “Power House” ou centro de força do corpo, que são o assoalho pélvico ou mais

www.copadesc.com.br

conhecido como músculos do períneo, abdômen e glúteos. Com o aumento da força e o potencial do períneo, pode-se obter mais prazer (orgasmos), já que consequentemente, a contração vaginal é facilitada nas mulheres, assim como a irrigação sanguínea local e a sensibilidade. Nos homens, benefícios também podem ser observados, como a facilidade para a ereção devido ao aumento do condicionamento físico e a resposta pela descarga hormonal pós-treino. Podem ser considerados três outros fatores colaborativos para a melhora da performance sexual: o aumento da flexibilidade corporal, a melhora da força muscular global e a redução das dores corporais. Várias doenças podem ser melhoradas em sua fase crônica, através dos exercícios do Pilates, como artrose e a bursite trocantérica, hérnias de disco lombares, problemas de joelho, tendinites especialmente nos membros inferiores e pubalgias, são exemplos de doenças que podem atrapalhar e limitar a atividade sexual. A partir destes inúmeros benefícios, além da melhora da sexualidade do indivíduo, pode-se perceber a importância da atividade física e do Pilates em espe-

cífico, para o aumento da qualidade de vida das pessoas. Inclua bons hábitos em sua vida e você viverá mais feliz e intensamente, benefícios tanto para o corpo, quanto para a alma! Tamilym Mayumi Paiola Fisioterapeuta. CREFITO 8-131027-F

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

15


MULHER

Alterações hormonais e obesidade Compreender os fatores que influenciam o equilíbrio energético e a manutenção do peso corporal é essencial, pois cresce o número de pessoas com sobrepeso e obesidade

A

busca pela beleza e pela longevidade são objetivos almejados pela humanidade ao longo dos séculos. Assim, a partir do conceito de saúde como complemento do bem-estar físico, psíquico e social e não apenas da ausência de doença (que em parte é provocada pelo desequilíbrio físico, pisíquico, etc), é possível compreender que a patologia estética representa uma ameaça à integridade emocional do indivíduo e alteração de sua autoestima. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, enquanto nos últimos dez anos a população brasileira aumentou 10%, o número de cirurgiões plásticos aumentou 90%. Em 2014, foram feitas 1,49 milhões de procedimentos cirúrgicos estéticos. O ato cirúrgico constitui uma agressão tecidual que mesmo diferenciado, pode prejudicar a funcionalidade dos tecidos, onde a Fisioterapia Dermatofuncional torna-se indispensável para o sucesso da cirurgia. Para a Associação Norte Americana de Fisio-

16

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

terapia (ATA), a Fisioterapia Dermatofuncional é responsável pela manutenção da integridade do sistema tegumentar como um todo, incluindo alterações da superfície da pele. As principais alterações estéticas que tem mostrado prejudicar a autoestima da maioria dos indivíduos são: celulite, estrias, hipercromias faciais (manchas), gordura localizada, regionalizada e flacidez tissular (flacidez da pele e linhas de expressão). Alguns fatores desencadeantes dessas patologias são hábitos de vida como sedentarismo (falta de atividade física), alimentação, alterações hormonais (anticoncepcionais, patologias associadas a hormônios, etc.), hereditariedade (herança genética) e fatores externos como poluição e radiação ultravioleta (exposição aos raios do sol). Existem inúmeros tratamentos com finalidade de melhorar a autoestima e qualidade de vida que podem ser tratamentos invasivos (procedimentos médicos) ou não-invasivos (fisioterapeutas, esteticistas, biomédicos, enfermeiros, etc.).

www.copadesc.com.br


Sobrepeso, Obesidade e Gorduras Localizada

Devido ao padrão de beleza imposto atualmente, somado ao crescimento do número de pessoas obesas e com sobrepeso no Brasil, observa-se insatisfação com a imagem corporal e maior preocupação e desconforto com o corpo, aumentando a procura por tratamentos estéticos. As mulheres (84,3%) são as que mais procuram tais tratamentos, provavelmente porque as alterações hormonais e ponderais podem provocar aumento de peso, volume e alterações do contorno corporal (78,2% de pacientes obesas). A Compreensão dos fatores que influenciam o equilíbrio energético e a manutenção do peso corporal é de grande relevância nos dias atuais, uma vez que o número de pessoas com sobrepeso e obesidade tem aumentado de forma crescente no Brasil e em diversas partes do mundo. A obesidade é atualmente um problema de saúde pública que provoca sérias consequências sociais, físicas e psicológicas. As consequências físicas estão diretamente associadas a maiores riscos de morbidade e mortalidade, bem como doenças crônicas como hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2 e dislipidemias. Deve-se salientar que a etiologia da obesidade não é de fácil identificação, uma vez que a mesma é caracterizada como doença multifatorial de complexa interação entre fatores

www.copadesc.com.br

comportamentais, culturais, genéticos, fisiológicos e psicológicos.

Método de Emagrecimento Saudável – 5 S

Pensando em melhorar a estatística de saúde pública, qualidade de vida, saúde emocional e física dos indivíduos, foi estudado e desenvolvido um método de emagrecimento rápido, saudável e sustentável: o Método de Emagrecimento 5S, que consiste na associação de 5 técnicas que visam a reprogramação hipotalâmica, aliando acompanhamento nutricional diário, tratamento corporal e mudança comportamental. O método tem sido desenvolvido em todo Brasil, por equipe multidisciplinar, a qual tem obtido resultados incríveis em todos os pacientes, pois melhora a qualidade de vida, conseguindo resgatar a saúde geral do paciente. Só lembrando: Hipotálamo – órgão do sistema nervoso central que representa 1% da massa total do encéfalo, considerado uma das mais importantes estruturas do sistema nervoso central, que tem funções primordiais, tais como: regulação de temperatura corpórea, apetite, atividade gastrintestinal, regulação hídrica, atividade sexual e Emoções. Quando ingerimos alimentos com alto valor calórico (excesso de carboidratos e gorduras saturadas), causamos uma alteração no hipotálamo, refletindo em uma lesão na liberação de hormônios

responsáveis pela sensação de saciedade do apetite. E é o hipotálamo que controla dois hormônios importantes liberados no organismo, responsáveis pelo controle do metabolismo: a Grelina e a Leptina. O hormônio denominado LEPTINA foi descoberto no final de 1994 e rapidamente ganhou grande destaque na literatura científica internacional. A Leptina reduz o apetite através da inibição da liberação de neuropeptídeos relacionados ao apetite. A GRELINA é um hormônio relativamente novo que foi descoberto em 1999 por um grupo de pesquisadores japoneses. É um peptídeo composto por 28 aminoácidos. Secretada principalmente pelas células do estômago, a Grelina atua no sistema nervoso central sinalizando a necessidade de ingerir alimentos. Seu papel no controle do metabolismo tem sido recentemente estudado, e observou-se que a administração de grelina em ratos induz ao comportamento de ingestão alimentar, redução no gasto metabólico e obesidade (Arq Bras Endocrinol Metab 2007). O Método de Emagrecimento Saudável foi pesquisado e desenvolvido pensando em melhorar a saúde geral do paciente, e consequentemente melhorando sua estética e auto-estima. Dra. Milene de Souza Guerra - Fisioterapeuta Dermatofuncional (CREFITO 8185734-F), atende em Santo Antônio da Platina na Rua Rio Branco, 703 , sala 1.

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

17


MULHER

Limpo, saudável, iluminado Entenda o processo de Fotodepilação com Luz Pulsada

Q

uem nunca deixou de colocar uma roupa por estar sem depilar? Grande parte das mulheres já vivenciou esta péssima experiência. As vezes não consegue marcar horário em profissionais ou até mesmo não têm tempo devido a correria do dia a dia, tempo está sendo um recurso totalmente escasso. Mas não é só uma questão de tempo e praticidade, há questões de higiene, estética e saúde que também determinaram ao longo do tempo uma prática que a mulher conhece ainda na adolescência e cada vez mais vem sendo adotada pelos homens: a depilação. O hábito de depilar-se remonta a tempos antigos, seja para fins estéticos ou para higiene. Hoje no mercado há vários tipos de depilação para se livrar destes indesejáveis pelos, que incomodam tanto homens como mulheres.

A evolução do processo depilatório

Se entre os índios a depilação era feita com cinzas, e já entre os egípcios com cera quente ou fria, o processo depilatório evoluiu muito, diminuindo a dor, aumentando a eficácia e a durabilidade de seu resultado. Uma das soluções mais modernas é a

18

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

fotodepilação ou depilação com Luz Intensa Pulsada. Este método reúne três vantagens: preço acessível, conforto e durabilidade nos resultados. É um tratamento que elimina os pelos de forma duradoura e muito mais tranquila em termos de dor.

Fotodepilação X Laser

Muitos confundem a luz intensa pulsada com o laser, o resultado das duas técnicas e maneira de aplicação tem semelhanças. O que diferencia é a sensação de dor (sendo a luz intensa pulsada mais agradável), valores e quantidade de sessões, com a luz intensa pulsada geralmente são necessárias umas 2 ou 3 sessões a mais.

Como funciona a luz pulsada

A luz pulsada é o método mais inovador em termos de depilação, ela consiste na eliminação do pelo através de um feixe de luz que caminha pelo próprio pelo e atinge a raiz do mesmo, eliminando a nutrição que é feita por vasos sanguíneos. Para eliminar os pelos com luz pulsada é realizado um tratamento com algumas sessões devido ao ciclo do pelo que consiste em três fases: anágena, catágena

www.copadesc.com.br


Quando iniciar o tratamento por luz pulsada

Fases da Luz Pulsada: Anágena (1); Catágena (2); Telógena (3)

e telógena. A primeira fase que é a anágena é onde o tratamento é eficaz, que a luz percorre o pelo e elimina a alimentação dele. Como não se tem maneiras de determinar em que fase o pelo está no nosso organismo é realizada uma sessão mensal do procedimento. São realizadas algumas sessões para se conseguir um resultado satisfatório, lembrando que a cada sessão se consegue observar um resultado. Terminado o tratamento inicia-se manutenções, porque ao contrário do que falam algumas campanhas de marketing, não existe depilação definitiva, sempre haverá a necessidade de fazer uma manutenção, uma vez que os

www.copadesc.com.br

pelos consistem num anexo inerente e de proteção da pele, e a pele sempre terá a tendência de formar novos folículos. Importante frisar que a manutenção é espaçada a cada sessão realizada e com o tempo será feita anualmente. A vantagem deste tipo de depilação que como não terá o atrito com outro método há a tendência de clarear a área depilada e melhora consideravelmente a presença de pelos encravados e foliculite, sendo umas das melhores soluções para isto. Outra grande vantagem é não se preocupar com os pelos e nem precisar deixar eles crescerem para poder extrair, tendo conforto e liberdade durante todo o tratamento.

O ideal é iniciar o tratamento no inverno, mas tomando os devidos cuidados não tem problema começar em qualquer época do ano, e sempre acaba acontecendo isso, quando mais ficamos expostos é que nos lembramos da presença incomoda dos pelos. Algumas das contraindicações ao tratamento são: pessoas de pele negra, grávidas, pessoas que fizeram uso em até 6 meses de isotretinoína oral (Roacutan), epilepsia, realização de peelings químicos em dias anteriores, algumas doenças de pele como psoríase – vitiligo, entre outros. É importante realizar o tratamento em centros especializados onde os profissionais se mantêm atualizados e possuem conhecimento para a manipulação do equipamento, para não ocorrer efeitos indesejáveis. Ednéia S. S. Watanabe Tecnóloga em Estética e proprietária da DepilPlus

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

19


MULHER

Microfisioterapia: a cura vem de dentro Gestos manuais específicos permitem identificar a causa primária de doenças ou disfunção, promovendo o equilíbrio e manutenção da saúde

A

microfisioterapia é uma técnica de terapia manual desenvolvida para o tratamento de problemas de saúde, sejam eles agudos ou crônicos, utilizando apenas o toque suave das mãos. Desenvolvida na França há mais de 30 anos, pelos fisioterapeutas Patrice Bènine e Daniel Grosjean, a técnica só começou a ser praticada no Brasil em 2005. A microfisioterapia consiste em identificar a causa primária de uma doença ou sintoma e estimular a auto-cura do organismo. Tudo o que acontece com o indivíduo, seja no aspecto físico ou emocional, vai para o corpo, que registra essas memórias, e, quando não eliminadas, criam marcas que atrapalham o funcionamento da célula. Cabe ao profissional especializado nesta área, encontrar

20

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

essas marcas e desativá-las. Muitas dores ou doenças surgem devido a diversos fatores acumulados em nossa existência. Essas disfunções podem ter como causa uma frustração, perdas, sentimento de abandono, traumas que ocorreram na gestação, intoxicação e até mesmo as memórias hereditárias. A técnica é realizada através de palpações suaves (micropalpações) por todo o corpo, a fim de se encontrar regiões onde houve a perda do ritmo vital. Assim o fisioterapeuta reconhece que ali se encontra uma memória a ser tratada. A microfisioterapia não se opõe a medicina tradicional ou qualquer outro tratamento, podendo ser aplicada em todas as idades, de recém-nascidos a idosos, portadores ou não de deficiência, podendo ser preventiva ou curativa.

INDICAÇÕES:

• Distúrbios do sono e alimentares; • Dores de cabeça e enxaqueca; • Ansiedade; • Medos e fobias; • Depressão; • Alergias; • Alterações hormonais; • Dores musculares e articulares; • Fibromialgia; • Entre outras. Dra. Camila Singolani Didoné CREFITO 8/161288-F Fisioterapeuta, Graduada pela UENP, Formação em Osteopatia e Terapia manual, Formação em Microfisioterapia, Atende no Consultório de Osteopatia e Microfisioterapia em Jacarezinho e na Clínica de fisioterapia Orient em Santo Antonio da Platina.

www.copadesc.com.br


www.copadesc.com.br

Dezembro de 2015 Espaรงo Cidadรฃo

21


Economia

Crédito e foco em gestão são caminhos para sobreviver à crise

Para micro e pequenas empresas, sobrevivência pode estar fora das tradicionais instituições financeiras

D

ar crédito significa acreditar em alguém e para micro e pequenas empresas, muitas vezes, isso faz toda a diferença. Essa é a opinião de Rubens Woellner dos Santos, proprietário de uma microempresa em Curitiba (PR). Ele, assim como milhares de outros empresários brasileiros, está enfrentando o atual cenário econômico com pulso firme na gestão, contensão de custos e apoio das instituições financeiras. “Estamos cortando a gordura e reduzindo custos onde podemos. Temos mais de 50 anos de história no comércio e sei que essa é mais uma crise de muitas, mas não dá para ignorar a recessão que está bem diante dos nossos olhos”, comenta ele, que é o dono de uma tradicional loja de peças automotivas na cidade. A crise, que atingiu em cheio o comércio, já chega aos bancos, que começam a dar sinais de que a situação é mais grave e pode ser mais longa do que os otimistas previam. De acordo com o Banco Central (BC), ao contrário dos últimos anos, 2015 apresenta redução de crédito para pequenas empresas, pois o atraso no pagamento já afeta a operação dos bancos privados e começa a afetar também os estatais. A inadimplência atingiu o maior valor histórico no primeiro semestre de 2015, segundo o Relatório de Estabilidade Financeira do BC publicado em outubro. Para continuar sobrevivendo às intempéries, uma opção encontrada por

22

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

Rubens foi optar por uma cooperativa de crédito, em lugar aos tradicionais bancos. “Sou cooperado há mais de 10 anos e as vantagens que nós temos fazem a diferença em épocas de crise. Taxas de cobrança menores e facilidade de pagamento ajudam a fechar as contas no fim do mês”, analisa ele. “Além disso, eu sei que no momento em que eu precisar de crédito para garantir a saúde financeira da minha empresa, provavelmente vou ganhar um ‘não’ dos bancos, mas minha cooperativa não vai me deixar na mão. Isso é dar credito a alguém, em todos os sentidos, e quem está no comercio de sol a sol sabe a importância que isso tem”, pondera o microempresário. Gilson Nogueira Farias, gerente de Desenvolvimento de Crédito do Sicredi, confirma a opção de Rubens. A carteira de crédito para pessoas jurídicas tem crescido em 2015 e a tendência é só aumentar com as pendências de fim de ano chegando. No entanto, esse comportamento não é visto com maus olhos pela cooperativa. “Diferente de outras instituições financeiras, no Sicredi os associados também são donos do negócio e levam isso muito a sério. As linhas de crédito que oferecemos são apoios para as empresas manterem a casa em ordem ou darem um passo importante para o crescimento. Nós temos a consciência de que estamos ajudando a economia local”, afirma Gilson. Ajuda essa que será bastante neces-

sária. De acordo com a pesquisa “Rumos da Indústria” feita em outubro pela Federação das Indústrias Paulistas (Fiesp), o percentual de industrias que tomarão empréstimos para pagar o 13º salário de suas equipes chega a 35%, maior índice desde 2009. A enquete foi feita com 499 indústrias do Estado de São Paulo, sendo que 60,1% são pequenas (até 99 empregados); 32,7% são medias (de 100 a 499 empregados) e 7,2% são grandes (mais de 500 empregados). Destas, 8 entre 10 esperam vender menos e fechar 2015 com resultados 14% abaixo do que o ano passado. Os dados do Relatório do BC mostram que, diante do comportamento do mercado, o crédito disponível nos bancos estatais está indo principalmente para as grandes empresas, com aumento de 20% na carteira desses clientes no primeiro semestre de 2015. Dessa forma, a solução para os pequenos pode ser sair da corrente principal e buscar alternativas que tornem a competição viável em um cenário nada animador. Mais informações no site da Sicredi: sicredi.com.br.

www.copadesc.com.br


Poupar desde cedo

pode fazer a diferença no futuro Outubro, o mês da poupança, reforça hábito pouco adotado por brasileiros

C

om apenas 10 anos, Davi Higor Gomes Hoff serve de exemplo para mais da metade da população brasileira, que não investe na poupança. Seu primeiro investimento aconteceu no começo deste ano, quando abriu uma conta poupança. Foram cerca de 4 kg de moedas que ele guardou em cofrinhos, que recebeu da Caravana Poupedi, do Sicredi Vanguarda, em Santa Tereza do Oeste (PR). A apresentação da cooperativa foi o incentivo que Davi precisava para começar a investir no seu futuro. “Antes ele não se preocupava em guardar o dinheiro, mas desde que assistiu a palestra, ele faz questão de colocar no cofrinho todas as moedas que acha. Quando o primeiro cofre não suportava mais moedas, abri uma poupança para ele no Sicredi e depositamos lá o que ele guarda”, conta o pai, Alceu Hoff. Davi começou cedo o que os brasileiros deveriam fazer sempre, em tempos de crise ou não, afirmam especialistas do Sicredi. A poupança ainda é um dos investimentos mais tradicionais do País, com remuneração certeira e confiável. Para Ademir Rogério Henkes, gerente da unidade de atendimento em Santa Tereza do Oeste, “economizar garante a tranquilidade que precisamos ter no futuro e quanto mais cedo começarmos, melhor”, analisa. No entanto, a poupança ainda não faz parte da rotina da maioria dos brasileiros. De acordo com levantamento realizado pela Serasa Experian, 7 entre 10 pessoas não têm o hábito de guardar dinheiro para situações de emergência ou projetos pessoais, o que demonstra um cenário preocupante. “Ter uma reserva guardada para imprevistos é um dos hábitos financeiros mais saudáveis que www.copadesc.com.br

se pode cultivar e deve começar desde cedo”, explica o gerente de investimento da Central Sicredi PR/SP/RJ, Adilson Felix de Sá. O jovem Davi Higor está no caminho certo e deve servir de exemplo.

História da poupança

Começou em 1924, no dia 31 de outubro, a comemoração do Dia Mundial da Poupança. A data foi criada para reforçar não só a caderneta, mas também o ato de poupar, economizar e investir. A poupança é uma aplicação simples, com rendimento assegurado e várias vantagens para o usuário. Entre elas, a isenção de Imposto de Renda e IOF (para pessoa física) e a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) - para depósitos de até R$ 250 mil por CPF. A modalidade também permite aplicações de pequenas quantias e os depósitos e saques podem ser feitos em qualquer dia do mês. Nos saques, o sistema calcula o resgate da data em que há maior ganho para o poupador. Além disso, os recursos captados são reinvestidos nas comunidades nas quais o Sicredi está presente e fomentam o desenvolvimento da economia local.

Poupedis

viagem, educação, aposentadoria, entre outros. Os associados das cooperativas de crédito e investimento podem escolher a razão para poupar os seus recursos, tendo um objetivo definido. “Assim, a pessoa pode ter um foco específico, facilitando o alcance da meta”, finaliza Adilson.

Sobre o Sicredi

O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa com mais de 113 anos de história, 3 milhões de associados e 1.366 pontos de atendimento, em 11 Estados* do País. Organizado em um sistema com padrão operacional único conta com 95 cooperativas de crédito filiadas, distribuídas em quatro Centrais Regionais acionistas da Sicredi Participações S.A. - uma Confederação, uma Fundação e um Banco Cooperativo que controla uma Corretora de Seguros, uma Administradora de Cartões e uma Administradora de Consórcios. Mais informações no site sicredi. com.br.

* Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Goiás.

Para desenvolver e estimular o hábito de poupar desde cedo, o Sicredi criou os personagens Poupedis, mascotes da Poupança Sicredi. No portal poupedisicredi. com.br estão disponíveis informações sobre o produto, jogos educativos e um link para a página Poupar para Chegar Lá (www.pouparprachegarla.com.br). O simulador permite saber quanto é preciso poupar para realizar diferentes sonhos e projetos. Outra iniciativa do Sicredi é a distribuição de cofrinhos com temas como Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

23


memória

Tanko: A vitrine e registro do platinense

“C

O acervo fotográfico de José Tanko e a construção da memória social de Santo Antônio da Platina

om olhares fixos, surpresos, da mais pura atenção, misteriosos e até mesmo fantasiosos, as fotografias expostas na imensa vitrine eram mais que observadas... eram devoradas, desejadas de forma ímpar, tal qual sua imensa carga de pertencimento” (João Paulo da Silva) De nenhuma outra forma, olhar-se numa fotografia de uma vitrine onde aparecem juntas diversas outras, com pessoas, lugares, flores e cores de todas as espécies pode trazer maior sensação de pertencimento a um grupo ou no que se conhece cientificamente por coletividade. Esta sensação perdurou no íntimo dos cidadãos da cidade de Santo Antônio da Platina, Paraná, por cerca de sessenta anos ininterruptos. As várias faces e lugares capturados pelas lentes do Sr. José Tanko eram o centro das atenções da grande maioria dos transeuntes da rua Ruy Barbosa, no centro da cidade supracitada. A vitrine até parecia um ímã, visto o contingente de pessoas que ali paravam para observar as tantas fotografias e instrumentos de trabalho do fotógrafo.

Santo Antônio da Platina em síntese

Por volta da década de 1880 surgiram os “primeiros moradores”, procedentes do Estado de Minas Gerais, na região onde anos mais tarde teria ascensão o Município de Santo Antônio da Platina. Os mineiros povoaram primeiramente os sertões de São Paulo, próximos aos trilhos

24

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

da Rede Viação Sorocabana e posteriormente as primeiras levas de desbravadores começaram então a chegar à região conhecida como Norte do Paraná ou Norte Pioneiro e também Norte Velho. O município localiza-se na parte setentrional do Estado do Paraná, tendo suas fronteiras delimitadas pelos municípios de Barra do Jacaré, Jacarezinho, Joaquim Távora, Guapirama, Jundiaí do Sul, Abatiá e Bandeirantes. O nome da cidade de Santo Antônio da Platina encontra-se nos mapas desde a data de 1896, como por exemplo, no mapa organizado por ordem do Governador do Estado do Paraná no ano acima citado, José Pereira S. Andrade sendo este o mapa mais antigo que sem tem informação com a publicação do nome da cidade e muitas são as histórias acerca da denominação do local. Muito se perdeu no tempo acerca desta informação, ficando mesmo uma ideia muito vaga nesse sentido. Houve até mesmo nomes que foram refutados como Platinópolis. Segundo o escritor platinense, Sebastião Américo Calheiro, o mesmo sugere que os primeiros colonizadores eram de fato cristãos católicos e por este motivo teriam batizado o local escolhendo o nome de um santo, sendo adicionado posteriormente DA PLATINA pois acreditavam realmente que o tom claro de um morro da localidade, denominado Pedra Branca fosse originado do minério, o que fora mais tarde provado por geólogos que o tal minério não era mesmo platina. O que se

www.copadesc.com.br


tem é que o nome ficou e que mesmo na criação do povoado de Jacarezinho, da qual fora também povoado, datado de 1890, o nome já se encontrava lá. Algumas informações ainda são realmente uma incógnita, sendo necessário uma pesquisa ainda mais aprofundada do que a realizada por Calheiro. Importante ressaltar nesse momento dois bens tombados no município, pertencendo um deles à União. Segue: • Casa da Cultura Platinense: Antigo Cine Palace Platinense, localizada à Avenida Coronel Oliveira Motta, nº 815, objeto da matrícula 6352 junto ao cartório de registro de imóveis; • Estação Ferroviária Platina: Inscrição Tombo 130-II, Processo Número 01/97, de 10 de outubro de 2.000, localizada na Rua Topázio, s/n.º - Platina Tendo como proprietário particular a Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA). Ambos os imóveis possuem extrema representatividade dentro da sociedade platinense, sendo os mesmos avaliados para receber, dentre outras finalidades, exposições provenientes do trabalho realizado com o acervo fotográfico. Calheiro afirma ainda que o Sr. José Tanko é o símbolo dos fotógrafos platinenses. O mesmo permaneceu fiel à sua arte por cerca de sessenta anos, registrando, através de suas lentes, a história da cidade, do cotidiano dos cidadãos bem como de acontecimentos que extrapolavam a realidade local. Tanko nasceu na Romênia, descendente de alemães. Veio para São Paulo em início da década de 1940, onde trabalhou como office boy no jornal O Estado de São Paulo. Teve, em

www.copadesc.com.br

Tanko permaneceu fiel à sua arte por cerca de sessenta anos, registrando, através de suas lentes, a história da cidade, do cotidiano dos cidadãos, bem como de acontecimentos que extrapolavam a realidade local determinado momento, a possibilidade de substituir um dos fotógrafos e após isto, tomou gosto pela arte. Em 1942, o fotógrafo local de Santo Antônio da Platina faleceu e Tanko, sabendo deste fato pode adquirir suas instalações, pois nesta época desenvolvia seu oficio na cidade de Ourinhos. Permaneceu então nas instalações supracitadas por mais de meio século, transmitindo sua arte ao filho, Prof. Paulo Roberto Tanko e ao neto Guilherme. Para além da fotografia, teve relevância no âmago da sociedade platinense como cidadão, sendo um dos sócios fundadores do Lyons Clube do município e também membro em sua comunidade religiosa, conduzindo os cursilhos de cristandade. Fora homenageado com a construção do prédio que atualmente abriga o Sindicato do Comércio Varejista, onde também fora presidente e que se situa na área central da cidade, em frente ao imóvel que comportava seu estúdio fotográfico. José Tanko faleceu no ano de 1994, quando Santo Antônio da Platina comemorava

seus oitenta anos. O acervo, doado recentemente pela família do fotógrafo, conta com grande variedade de materiais que vão desde utensílios de trabalho fabricados pelo próprio fotógrafo, câmeras fotográficas de diversas marcas e épocas, álbuns de apresentação, chapas de filme em vidro, plástico e imensa quantidade de fotografias reveladas, coloridas e preto e branco. Todo este material está acondicionado no prédio da Biblioteca Cidadã Dorothea Guimarães, situada na Rua 13 de maio, nº 191, que atualmente comporta também o escritório do Departamento Municipal de Cultura de Santo Antônio da Platina. O referido material está em fase de identificação, estabilização e inventário. Após estas etapas, serão tomadas as devidas providências para acondicioná-lo de forma que possa haver um processo de continuidade e conservação. O Acervo José Tanko representa para os cidadãos de Santo Antônio da Platina, em análise e perspectiva histórica, a expressão de sua memória registrada em imagens, sejam estas cotidianas ou de eventos importantes para a história local e também regional. João Paulo da Silva Professor e Historiador graduado e pós-graduado em História pela UENP. (Ênfase em História Religiosa e Patrimônio Cultural). Coordenador do Acervo Fotográfico José Tanko.

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

25


Cidadania

Relações de poder: O perigo do abuso

T

Todos exercemos influência e poder sobre as pessoas ao nosso redor e em nosso dia a dia pois desde o nascimento até a nossa morte, queremos e precisamos de coisas dos outros.

homas Hobbes (matemático, teórico político, e filósofo inglês, 1588-1679) afirmava que estamos todos programados pelos nossos desejos e necessidades, e pela dependência dos outros para a satisfação desses desejos. Não é difícil perceber e compreender que isso é verdade: o bebê tem a necessidade de alimentação, e depende da mãe para supri-la. Quando esta demora, ele chora com intensidade até que seja alimentado. Portanto, devemos concluir que o bebê tem poder sobre a mãe que o alimenta. Nossos desejos podem ser tão poderosos que omitimos nossas obrigações com os outros (ex. deixo de devolver o dinheiro que emprestei), sou indecente (ex.: bebo excessivamente na festa e estrago a alegria de todos), deixo de ser caridoso, me porto como ser instintivo e não civilizado, etc. Desta maneira, exerço abuso de poder.

26

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

Queremos e precisamos de coisas dos outros desde o nosso nascimento até a nossa morte. Esta relação estabelece uma base de relações de poder entre as pessoas. Partindo dessa premissa, todos exercem influência e poder sobre as pessoas ao seu redor no seu dia a dia. Porém, sempre mais se fala e trata de abusos do poder. Em geral se relaciona o abuso de poder a instituições ou pessoas em posições de poder, como a polícia, o exército, o governo ou empresas e empregadores. Além destes, deve-se lembrar dos poderes institucionais da economia, da política, da religião, da imprensa, da mídia e da opinião pública (esta em geral manipulada pela mídia). Porém, se cada um exerce poder no seu dia a dia, o abuso de poder pode suceder também nas relações interpessoais. Por isso se fala de relações de poder em qualquer situação em que duas pessoas se relacionam com algum interesse: financeiro; afetivo; educacional; moral; laboral; etc. E a família, a escola, a igreja, o comércio, a propa-

www.copadesc.com.br


ganda, qualquer órgão social pode abusar do poder. A grande questão é: Como exercemos poder em nossos relacionamentos? Como sofremos o exercício do poder de outros sobre nós? De maneira geral, o poder é um exercício de influência sobre as opções e escolhas das pessoas através de diferentes meios que afetam a vontade. Kenneth Galbraith (1989) identifica três meios mais comuns do exercício do poder em relacionamentos, denominando-os de poder condigno, poder compensatório e poder condicionado. O poder condigno é o poder da punição, da ameaça. A legislação de trânsito se utiliza deste meio para organizar a interação de milhões de veículos nas estradas esburacadas e decaídas de nosso país. Os pais utilizam os recursos condignos com seus filhos quando estes não cumprem seus deveres de escola, restringindo-lhes a liberdade, retirando privilégios ou impondo sanções e disciplinas que, sendo desagradáveis, tem como pretensão a mudança da conduta da prole. A polícia impõe sua influência mediante fardas, distintivos, sirenes, armas, cachorros e comandos. É poder condigno. Os recursos do poder compensatório podem ser verificados nos salários que são pagos por quaisquer serviços, sejam agradáveis ou não, sejam pouco ou muito especializados. O empresário influencia seus empregados pagando-lhes salários,

www.copadesc.com.br

para que façam o que o empreendedor gostaria, isto é, facilitando-lhe o lucro. O ganho financeiro move a disposição das pessoas na produção de todas as coisas que o capitalismo e seu consequente consumismo demandam. Casais podem utilizar-se do poder compensatório quando prometem mais carinho em troca de atenção, mais exclusividade em troca de algum bem material. Qualquer coisa que possa ser comprada com dinheiro, pode ser um meio para influenciar o outro a fazer o que se quer. Quando os pais prometem um passeio no parque ao filho que tiver nota 10 em alguma prova escolar se utilizam de um recurso de poder compensatório. O poder condicionado já é um recurso que influencia o outro através da persuasão ou das crenças. O bom vendedor se utiliza do “bom papo” para conquistar os seus clientes. Os políticos persuadem através de promessas de campanha. Movimentos religiosos movem as ações das pessoas através de crenças, oriundas de doutrinas, dogmas e tradições. A lealdade familiar pode ser um meio para convencer um jovem a estudar a profissão que seus pais gostariam, sem que ele mesmo esteja disposto a tanto. Este exemplo implica em abuso de poder. Qualquer pessoa que é convencida por argumentos, foi influenciada por poder condicionado. Por outro lado, cada um dos meios de poder acima descritos pode fundamentar-se em algumas condições que aumentam

a força dos mesmos. Quando uma pessoa desenvolve uma personalidade forte, uma imagem pessoal de reconhecimento, uma formação acadêmica expressiva ou um espaço político expressivo, os poderes condigno, compensatório e condicionado aumentam a força de influência. Quando o pai em uma família se apresenta coerente, firme e amoroso, sua influência sobre os filhos será maior do que se ele for frouxo, inseguro e inconstante em sua disciplina. Além da personalidade, os três meios de poder são fortalecidos pela propriedade. Isto é, a pessoa que dispõe de recursos materiais, seja pecuniários ou ideológicos, exerce poder maior de influência, basta observar como as pessoas de modo geral veneram os ricos e as suas riquezas, sem considerar profundamente seu caráter e sua índole moral. Algo que certamente incomoda frequentemente a opinião pública é, quando o membro de uma igreja nada fiel é ovacionado por causa de suas ofertas e seus dízimos. Este membro exerce poder por intermédio de suas posses. Enfim, os poderes condigno, compensatório e/ou condicionado são fortalecidos por potencialidades e capacidades de organização. Pessoas que tenham talentos de liderança, acadêmicos que consigam organizar teorias complexas em versões compreensíveis e pais/mães que estabelecem regras claras e firmes em seus lares certamente alcançarão

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

27


Cidadania com mais certeza os seus objetivos. Seu poder é evidente. Por exemplo, Augusto Cury é um autor de livros muito lidos por apresentar seus pensamentos de modo que a grande massa consiga ler, entender e gostar. Isso é poder de organização. Mesmo que em nível inconsciente, todos se utilizam dos meios do poder citados. Além disso, pode-se aumentar a influência sobre as pessoas desenvolvendo uma ou mais fontes que aumentam a expressão do poder. A personalidade, a propriedade/posse e a organização podem ser desenvolvidas por leituras, por estudos de liderança e/ou por coaching. Desta maneira, historicamente houve os feudos que dominavam a plebe, há o capitalismo que subjuga os mais pobres, a economia empresarial que extinguiu o pequeno produtor, o Estado maior que se impôs às pequenas comunidades auto-gerenciadas e as instituições militares que governam povos sob a coação do fuzil. Em qualquer forma de poder pode haver abuso. O professor pode ir além de seus direitos de condicionamento, pois está em posição superior, possui formação intelectiva privilegiada, além de que o aluno depende das consecutivas promoções acadêmicas para a conquista do saber que lhe garante profissão e sobrevivência. Um conglomerado de capital (ex. Walmart; BIG; VW; etc.) pode fazer concorrência desleal a pequenos produtores e assim destruir microeconomias familiares (ex. mercearias; minimercados; etc.) que constituem a base de qualquer sociedade. Quando a parte subjugada está em desvantagem diante do poderoso, há abuso de poder. Em tese, as legislações (Constituição Brasileira) e os estatutos humanitários (da criança e do adolescente; do idoso; etc.) deveriam regular abusos de poder. Bem, todos sabem como isso sucede de

28

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

O professor pode ir além de seus direitos de condicionamento, pois está em posição superior, possui formação intelectiva privilegiada, além de que o aluno depende das consecutivas promoções acadêmicas para a conquista do saber que lhe garante profissão e sobrevivência fato, especialmente em nosso amado Brasil. Mas, pode-se repensar as relações de poder em sistemas sociais menores como a família, as comunidades eclesiásticas, as escolas e as cooperativas. Em instituições onde a voz dos participantes pode ser ouvida, não expressa apenas através de voto anônimo, a ideologia democrática e congregacional pode oportunizar a participação de todos na consecução dos objetivos. Mesmo em famílias as relações de poder podem ser harmonizadas. Parece evidente que, quanto menores os filhos, maiores as responsabilidades dos pais, portanto mais significativo também é o exercício do poder para educar e construir a família. Quando os filhos adolescem, as regras familiares precisam ser revistas e discutidas com frequência, ordenando as novas conquistas, sem esquecer os deveres que fazem parte de qualquer convivência social. Famílias em que os filhos assumem o poder, ditando regras e comandando a organização, ou a distribuição do dinheiro, certamente perderão a sua funcionalidade. Famílias sem relações de poder claras, transparen-

tes e efetivas perdem os seus membros mais jovens para as dependências químicas, o jogo, a indisciplina e/ou para a ociosidade, deixando de fazer diferença na sociedade em que vivem. Aprendemos da psicologia, da terapia familiar sistêmica e do livro sagrado da Bíblia que uma família tem mais chances de harmonizar as forças quando há uma hierarquia que, em famílias de pais e filhos, delegam o poder decisório final aos pais (ao casal de pais; deve haver acordo e sintonia). Em famílias onde o casal já não está mais junto, seja por qual motivo for, a pessoa principal responsável pelos filhos deve unir-se a alguém de significado para exercer o poder educacional com harmonia. Por exemplo, a mãe monoparental deve aproximar-se, talvez da avó, do avô ou de algum tio, para decidir questões de importância maior. Em famílias reconstituídas, o padrasto ou a madrasta não podem assumir responsabilidades de poder sobre seus enteados tão logo passam a morar juntos. Esta função deve permanecer com o pai ou com a mãe até que a nova família esteja ajustada afetivamente e os enteados tenham delegado autoridade aos seus padrastos/ às suas madrastas. Em geral esse processo leva de 2 a 4 anos em famílias reconstituídas com crianças pequenas, e de 5 a 7 anos em famílias com filhos adolescentes. Portanto, disciplina e poder no início é do sangue. Só mais tarde, disciplina e poder podem ser exercidos pelo afeto. Relacionamentos com poder, sim. Abuso de poder, jamais!!! Dr. Albert Friesen - Professor de psicologia, teologia e filosofia BIBLIOGRAFIA: HOBBES, Thomas. Leviathan. England: Penguin Books, 1968. GALBRAITH, J. Kenneth. Anatomia do poder. São Paulo: Editora Pioneira, 1989.

www.copadesc.com.br


Educação

Língua inglesa:

A importância do aprendizado

J

á não é nenhuma novidade que há muito tempo dominar um segundo idioma, ou uma segunda língua, se tornou importante. Na época do descobrimento das Américas, e em especial no Brasil, os maiores navegadores eram os que falavam a língua portuguesa ou espanhola, e dominar uma destes idiomas fazia muita diferença, principalmente no mundo dos negócios, e em especial para a colonização das terras por ainda serem descobertas e conquistadas. Atualmente a língua mais importante e necessária para se aprender, tanto para fazer negócios e mesmo para vida pessoal é a língua inglesa. Um grande percentual do Produto Interno Bruto do mundo encontra-se nestes países, Mas, por que realmente deve-se aprender a língua inglesa? Para ter-se noção, ela está presente em muitas situações na vida dos brasileiros, com palavras embutidas no cotidiano de todos, como por exemplo: smartphone (telefone esperto ou inteligente), shopping center, pet shop, lan house, pit stop, pen drive, notebook, laptop, palmtop, internet, web site, windows, word, download, big, delivery, baby, stress, look, fast food, fashion, e-mail, hot dog, milkshake, light, hamburger, drink, happy hour, diet, fitness, show, rock, design, etc. Todas elas fazem parte do mundo de quem conhece a língua inglesa ou não. O inglês é o idioma oficial de 55 países, entre eles Índia, Canadá, Austrália, Inglaterra e, claro, os Estados Unidos da América. Também há outros menos co-

www.copadesc.com.br

nhecidos que tem a língua inglesa como língua oficial de seus países como Belize (na América Central), Camarões (África), Malta (Europa). O Brasil faz fronteira com um país que usa a língua inglesa como idioma oficial que é a Guiana. Além dos 55 países, o inglês também é falado como segunda língua em muitos outros países. Há outros aspectos importantes para se aprender a língua inglesa. A pessoa tem como objetivo querer aprender para fazer viagens de lazer, visto que em qualquer parte do mundo, uma pessoa que fala a língua inglesa é entendida e não passará por dificuldades. Outro motivo para se aprender o inglês, por exemplo, são os estudantes que pleiteiam uma vaga no Programa Federal Ciência sem Fronteira. Estes estudantes devem obter um bom nível de proficiência na língua inglesa, ou pode ocorrer como em 2014, onde 110 alunos foram excluídos do programa por não obterem a devida proficiência, ou seja, adiaram uma boa oportunidade em suas vidas pelo fato de não alcançarem o padrão ideal de nota. Outro motivo está no mundo laboral, onde os bons salários oferecidos pelas empresas (principalmente multinacionais) são para pessoas que se capacitam em aprender e dominar uma segunda língua, principalmente o inglês. Por vezes, a pessoa selecionada, além de ganhar um bom salário por ser fluente na língua inglesa também passa a viajar para vários lugares do mundo, por conta da empresa,

com tudo pago para realizar seu trabalho. Em diversa situações, onde para buscar-se um emprego ou a empresa preencher uma vaga, o conhecimento na língua é mais importante do que o conhecimento “técnico”, ou seja, a empresa prefere contratar uma pessoa que já seja fluente na língua inglesa e posteriormente passa a lhe ensinar a parte “técnica. É muito mais rápido ensinar o trabalho “técnico” do que ensinar outro idioma. Desta forma o know how perde para o saber a língua inglesa. Talvez muitos cursos de capacitação tenham valores menores do que a capacidade em falar o inglês. Segundo uma pesquisa da British Council, apenas 5% da população brasileira sabe falar a língua inglesa (Fonte: O Globo – Setembro/2012). Ou seja, se você já começou a estudar ou já está estudando a língua inglesa, você já começa a se destacar no mercado de trabalho. Seu futuro poderá ser diferente e melhor. Seja para a vida de trabalho, na educação ou diversão, estudar e aprender é sempre importante para a vida toda, não importando o assunto. Nada mais gratificante poder estudar um segundo idioma, e em especial o inglês e depois ir ao cinema e poder assistir aquele filme que você tanto queria ver e ouvir a fala dos atores no áudio original, e que poder muito melhor, porque muitas vezes a dublagem não é lá aquelas coisas. Alexandre Fontes Professor de inglês

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

29


Política

“Ah, porque todo político é picareta! A importância da superação do preconceito contra a política

H

annah Arendt, filósofa política, em seu texto, “O preconceito Contra a Política”, alerta para o preconceito de quem encara a política ignorando que o futuro da humanidade depende da vivência política em uma dada sociedade. Valendo-nos da concepção dos filósofos gregos, perceberemos a conotação de discriminação social que o termo política sugeria, uma vez que nem todos eram considerados cidadãos, os nascidos fora da cidade eram tidos como estrangeiros. Os cidadãos participavam ativamente da vida pública, debatendo em praça pública os problemas da cidade, como um exercício democrático constante. Entre os gregos fixaram-se dois princípios fundamentais para o cidadão: a isegoria - igualdade de todos de falar em praça pública, e a isonomia - igualdade de todos perante a lei. Quando se pensa em democracia na atualidade, é importante levar em conta a indagação a respeito do tipo de rua, de cidade, de país que pretendemos construir nos próximos anos. Tais mudanças transitam inevitavelmente pela vida política. A política designa as relações de poder na sociedade e se, preconceituosamente, nos distanciamos da política, teremos que aceitar o que acontecer, porque re-

30

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

legamos o papel do protagonismo para atuar como meros espectadores diante das situações sociais. No texto: “A invenção da política”, Francis Wolff, filósofo contemporâneo, destaca que devemos romper com imagens particulares da política se queremos ter uma visão mais ampla dessa mesma política. Wolff nos instiga a pensar o que seria uma sociedade sem a política. Aristóteles, o grande filósofo, apresentava o homem como “zoon politicon”, o homem, um animal político. A perspectiva de Aristóteles evidencia que necessitamos da vida social para sobreviver. Por que então, muitas vezes temos receio da política? Um dos motivos é o excesso de corrupção a que assistimos diariamente e que nos leva a desacreditar da possibilidade de uma sociedade justa. Quando verificamos a etimologia da palavra “política”, encontramos referência ao mundo grego, derivando o termo da expressão “polis” - cidade, o “campo que se refere à cidade, ao Estado, à administração pública e ao conjunto dos cidadãos”. Na obra Política, de Aristóteles, encontramos uma primeira reflexão sistematizada sobre a arte da política. Nessa obra, Aristóteles investigou as instituições públicas e formas de governo “capazes de propiciar uma

maneira de viver melhor em sociedade”. Em outras palavras, para os gregos, política relaciona-se com o bem comum e a vivência em felicidade segundo a pólis grega. Felicidade é entendida como eudaimonia, que significa realização, felicidade. Há um deslocamento desse sentido quando vemos Noberto Bobbio (1909-2004), para quem o conceito de política está mais relacionado com o poder. Impõe aqui um esclarecimento: existem diversas formas de poder, entre elas, o poder econômico, o poder ideológico e o poder político. Desses três poderes, segundo Bobbio, o político é o mais eficaz, na medida em que tem força para fazer as pessoas realizarem aquilo a que são coagidas, mesmo utilizando a força. É claro que não podemos menosprezar o poder econômico e ideológico, que possuem significativa influência sobre a vida das pessoas. Vivemos em uma sociedade neoliberal que defende o Estado mínimo, o mínimo de intervenção na economia e o máximo de liberdade para o mercado atuar livremente. No entanto, em tempos de crise, vemos instituições financeiras valerem-se do poder estatal para sanar ou atenuar as dificuldades financeiras, e, se não atendidas, desencadear demissões

www.copadesc.com.br


em massa. E nessas horas vemos que a instituição estatal é de grande importância, não apenas para manter o equilíbrio econômico como social. Enfim, considerando a compreensão do termo política como um bem comum, e entendendo a importância da política como fenômeno humano, impõe-se que superemos o preconceito contra a política, aceitando-a como desafio a ser efetivado na busca do bem comum. Pensando em política, somos convidados a pensar na importância de cada cidadão participar ativamente dos debates políticos nas comunidades em que estão inseridos. Participar das reuniões de câmaras municipais pode ser um primeiro passo para uma participação política mais efetiva. Além disso, cada cidadão é convidado a ser protagonista de uma sociedade menos corrupta e mais ética. Não podemos desanimar diante dos maus exemplos, que são, sim, muitos, mas também são muitos os exemplos de pessoas íntegras que, mesmo não dispondo, às vezes, de função político-partidária, promovem transformações

www.copadesc.com.br

sociais relevantes e benéficas para a sua comunidade. Temos duas opções: conformarmo-nos e aceitarmos passivamente a situação crítica em que se encontra a política atualmente no Brasil, imersa no descrédito das instituições políticas, ou lutarmos para a construção de uma nova sociedade, com novos políticos que lutem efetivamente pelo bem comum. Isso pode parecer utopia, mas todo sonho, realmente, atua como um dínamo, um grande motor que promove grandes transformações. É o momento de gritarmos que não aceitamos o poder corrompido, movido apenas por interesses particulares. Lutemos todos por uma nova forma de poder, com novos atores, defendendo uma política que proporcione o verdadeiro bem comum. Fábio Antonio Gabriel Professor de filosofia do Colégio Rio Branco- Santo Antônio da Platina, mestre em educação pela UEPG

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

31


Trabalho

Educação profissionalizante:

Direito do cidadão e obrigação de toda a sociedade A Educação Profissionalizante exerce importância fundamental no processo de formação e capacitação das pessoas para um mercado cada vêz mais exigente

D Ilustração: Alessandro Dutra

iante de um mundo em constante transformação, com novas tecnologias acelerando o desenvolvimento político, econômico-social do país, a Educação Profissionalizante passa a exercer fundamental importância no processo de formação, capacitação e socialização de indivíduos. É fundamental o entendimento de que qualquer pessoa que deseja se firmar no mercado de trabalho precisa estabelecer metas educacionais para sua vida. A perspectiva de crescimento pessoal passa por uma condição real de aprendizado e projetos, os quais estabelecem as bases para uma carreira que possa atender as demandas do mercado, bem como gerir as condições de sustento e ampliação da renda per capita do indivíduo. O fenômeno da educação profissional acompanha as práticas humanas desde os períodos mais remotos da história, quando os humanos, segundo Manfredi (2002), transferiam seus saberes profissionais e cotidianos por meio de uma

32

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

educação baseada na observação, na prática e na repetição. No Brasil o investimento na educação sob uma perspectiva profissionalizante acontece, desde o início de nossa história, através das Corporações de Ofício, com a criação do Colégio dos Orfãos de São Pedro em 1837 e mais tarde com o Presidente Nilo Peçanha, com as Escolas de Aprendizes Artífices, destinadas aos “pobres e humildes”. Este período é marcado por uma perspectiva educacional meramente capitalista e assistencialista, porém, sem uma visão de socialização. Seguindo a trajetória educacional, agora com a industrialização que avançava no país entre as décadas de 30, 40 e 50, principalmente no governo de Juscelino Kubitschek, vemos a educação profissionalizante tomando outros rumos. A institucionalização de escolas superiores e a criação do Sistema S (Senai e Senac), são ações que serviram e servem até os nossos dias, para a formação de recursos humanos necessários ao processo social e pro-

www.copadesc.com.br


dutivo do pais. Essa expansão produtiva é propagada pelos governos seguintes através de programas educacionais, que ainda estão vigentes e necessários para o crescimento do país. Os mesmos funcionam como integradores entre trabalho e socialização do indivíduo, visto que todos alimentam o sonho de um futuro melhor. A educação profissionalizante, está dividida em três níveis a saber: O Básico: Uma educação não-formal que atende por meio de programas de qualificação, certificação, e requalificação, o Técnico: que é formal e caminha paralelo ao ensino médio e o Tecnológico: que se constitui o nível superior, isso segundo Depresbiteris (2001). O ensino profissional se constitui como uma alavanca na carreira profissional, e tem tido o apoio de outros setores da sociedade, tal como o Terceiro Setor, que é a inserção das organizações sem fins lucrativos, de diversas natureza, desde as tradicionais religiosas e filantrópicas (ONGs) até as mais recentes de origem empresarial, que possuem como parte de seus programas, cursos profissionalizantes. Como diz Barros (1997,p.28), “a formação do conhecimento contemporâneo se dá para além da educação formal, numa dinâmica de múltiplas mediações sociais”, pautado numa educação informal, descomprometida com a estrutura, onde “o agente é o outro, aquele com quem se interage” (Gohn, 2006), a saber, o lar, a igreja, a empresa, centros comunitários, etc. Nesse pensamento a sociedade civil vem se organizando ao longo dos tempos e oferecendo, junto ao Estado, meios para sua auto-formação através desses modelos e espaços infor-

www.copadesc.com.br

As ONGs ou organizações filantrópicas precisam atuar diante da disposição do desenvolvimento social e no combate à pobreza em ações de sustentabilidade e geração de renda mais de educação. Posta-se a questão, pois esses espaços são favoráveis para uma ampliação da prática do conhecimento, e precisam cumprir seu papel não de meros defensores de suas ideologias, mas de ampliadores do sistema sócio-político e educacional. As ONGs ou organizações filantrópicas precisam atuar diante da disposição do desenvolvimento social e no combate à pobreza em ações de sustentabilidade e geração de renda. A igreja precisa cumprir seu papel de auxiliadora da sociedade, pois é o rosto visível de uma fé invisível que presa pelo bem estar humano. Sua nomenclatura deve ser algo inerente à própria essência da igreja, visto que o conceito da palavra “igreja” vem do grego “Ekklesia” que significa literalmente “chamados para fora”. No mesmo viés estão às empresas, as quais precisam buscar formas de capacitação de pessoas, não de meros funcionários com metas e responsabilidades, mas agindo no conteúdo formativo socializador e capacitador da vida. É preciso compreender o individuo como pessoa, que tem sua família, com uma cultura local, uma estrutura formal de convívio, e que precisam ser vistas dentro de um

novo horizonte, onde se amplia não somente a visão financeira, mas também a cultural e a de bem-estar, propondo uma projeção de um futuro promissor para as gerações em formação. Todo caminho percorrido pela Educação Profissional sempre perpassa por alguma forma de preconceito e essencialmente é destinada aos mais pobres, “desvalidos da sorte, fortuna” e por que não dizer, órfãos de investimento e oportunidades. Dentro deste contexto, a educação é vista como o elemento de redenção da sociedade, com o propósito de formar o novo homem proposto pelo tão almejado progresso republicano. Nesse sentido, imbuídos de um mesmo objetivo, todos buscam formar e capacitar trabalhadores capazes de suprir as carências de um mercado de trabalho em plena expansão e desenvolvimento, e assim manter cada cidadão ativo e produtivo, e mais que isso, inserido socialmente em mundo globalizado. Referências: DEPRESBITERIS, Lea. Concepções atuais de educação profissional. 3ª ed. Brasília: SENAI/DN, 2001. MANFREDI, Silvia Maria. Educação profissional no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002. BARROS, Laan Mendes de. Comunicação e educação numa perspectiva plural e dialética. anexos – Revista de Estudos de Educação e Comunicação. São Paulo: Univ. Anhembi-Morumbi, p.19-38, 2o. sem. 1997. GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval.pol.públ.Educ. [online]. 2006, vol.14, n.50, pp. 27-38. ISSN 0104-4036. Alberto Inácio de Oliveira Pastor coadjutor da Igreja Metodista Central em Santo Antonio da Platina, Bacharel em Teologia pela Universidade Metodista de São Paulo. Pós graduação em Gestão e liderança Corporativa pela Faculdade Batista do Paraná.

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

33


REFLEXÃO

A apatia gritante no silêncio das palavras e atitudes

O

momento traz à tona diversos sentimentos, entre eles, de apatia e fatalismo. O termo apatia é derivado do Grego “pathos” que significa paixão, o “a” no grego como prefixo indica negação ou supressão. A palavra apatia portanto etmologicamente indica falta de paixão. O fenômeno da apatia é caracterizado pela falta de metas claras ou de atividades para a sua consecução, bem como pela falta de motivação, de interesse. Também se observa falta de produtividade, esforço e iniciativa, diminuição das socializações, aumento dos comportamentos de submissão ou dependência aliados ao descompromisso pessoal e comunitário. Além disso, nota-se a indiferença emocional diante de surpresas positivas ou negativas. Não há desejo, não há prazer buscado! Mas como isso acontece? Há uma grande indiferença e inércia do ser humano frente ao mundo e aos problemas que o afetam! Esta apatia que até há pouco demonstrava uma revolta consciente e politizada “contra tudo que está aí” hoje já não soa mais desta forma, antes, compreende-se como verdadeiro comprometimento com o mal institucionalizado, pois quem cala consente! Dados provocativos ou alarmantes saltam aos nossos olhos, não enquanto dados, porque fazem parte de fatos que diariamente quebram nossas janelas,

34

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

invadem e levam nosso sossego, roubam nossa paz, matam nossos filhos e bons costumes, etc... e só dizemos: ‘é assim mesmo, fazer o que?’ ou ‘o Brasil é assim!’, ‘o mundo inteiro passa por isso’. Tantos outros dados destacam-se, aqui alguns apenas em caráter ilustrativo: • A fome assola uma em cada oito pessoas no mundo atualmente (um total de 842 milhões de pessoas) sendo que 1,3 bilhões de toneladas de alimentos são desperdiçados anualmente ao custo de 750 bilhões de dólares. Surpreendente é saber que ¼ apenas deste desperdício bastaria para sanar a fome dos 842 milhões de condenados a morrer de fome. • Mais de 960 milhões de adultos no mundo são analfabetos. No Brasil, 75% das pessoas de 15 a 64 anos não sabem ler ou escrever ou calcular satisfatoriamente. • O abuso de medicamentos de prescrição e de novas substâncias psicoativas está crescendo assustadoramente, a estimativa é de que 14 milhões de pessoas entre as idades de 15 e 64 anos usem drogas injetáveis; o uso de estimulantes do tipo anfetamínico (ATS, na sigla em inglês), excluindo o ecstasy, continua a ser generalizado e está se generalizando. • A quantidade de cocaína fabricada passa de 1000 toneladas anuais. Mais de 200 milhões de pessoas, ou 4,1% da população, entre 15 e 64 anos, usam a maconha! • Os gastos mundiais com armamen-

tos ultrapassam US$ 1,3 trilhão anuais (mais de impensáveis R$ 4 trilhões). • Dez espécies de animais e plantas diariamente, ou seja, 3.650 espécies a menos anualmente em nossa fauna e flora deixam de existir. Neste mesmo período, dez milhões de hectares de florestas no mundo desaparecem, ou seja, cerca de 5 bilhões de árvores são derrubadas. • No período de um ano, nos oceanos são lançados ‘casualmente’ cerca de dez milhões de toneladas de óleo bruto – uma tonelada de óleo equivale a 1000 litros. • Nosso Brasil produz cerca de 40 bilhões de garrafas PET que demora pelo menos 500 anos para se decompor, e até agora, apenas 2 bilhões desta são recicladas. • Além da destruição no meio ambiente – biosfera – hoje há mais de 100.000 objetos com tamanho superior a 10 cm, circulando ao redor da Terra, formando como um grande lixão espacial. Enfim, São centenas de dados extremamente alarmantes, que estão aí, aos nossos olhos, basta deixar a letargia mórbida que nos cerra, abrir as janelas e viver a realidade que estamos inseridos. Não foram imediatas as causas do surgimento da apatia mental, social ou qualquer que seja a esta derrocada que vivemos. Ao longo de anos, séculos, as instituições foram perdendo sua credibilidade à medida que iam perdendo seu foco e seu elã, certamente não sem

www.copadesc.com.br


influência de fatores mais externos que internos a si mesmas. Frente à apatia social que envolve nossa época, coloca-se em diversas esferas riscos e perigos o exercício de conquistas que longas e árduas lutas de nossos antepassados tal como a democracia, a liberdade religiosa, o direito de ir e vir física e intelectualmente – direito de pensar, a liberdade de expressão, etc... Mas estes são valores que nunca estiveram tão em alta como nos dias de hoje, poderiam indagar alguns! Nota-se que o rio corre pelos caminhos mais cômodos para se chegar ao oceano, assim, o ser humano apático – passivo, conformista, incrédulo, incomovível, e absorto – faz opção pelo caminho mais cômodo para si, aquieta-se e ainda que em meio a grilhões torturantes permanece evadindo-se do mundo que o cerca, numa ilha de felicidades artificiais, num país das maravilhas. Não reflete e nem desenvolve critérios avaliativos ou éticos. A psicologia tende a justificar este fenômeno como proveniente da evolução da sociedade, pelo excesso de informação na qual o homem massificado está mergulhado. Há uma sobrecarga de informações lançadas constantemente por todos os meios que não há tempo hábil para que estas sejam ‘processadas’ e digeridas. Claro que esta avalanche de informações é premeditada frente a uma apatia social instaurada, segundo os interesses das elites que detém o poder, que se esforçam por manter este ‘status quo’ na mente coletiva da sociedade. Apesar de nada ficar às ocultas, as massas apáticas permanecem inertes, sem reação alguma. Só reverterá esta situação à medida que com a história, for redescoberta a participação social, a empatia, a simpatia, o altruísmo, o envolvimento, enfim!

www.copadesc.com.br

Há uma sobrecarga de informações lançadas constantemente por todos os meios que não há tempo hábil para que estas sejam ‘processadas’ e digeridas Reverterá à medida que redescobrir que a participação sempre foi o motor impulsionador das mudanças políticas, sociais, econômicas e culturais incluindo aqui as religiosas. Permitir que outros decidam por nós é sintoma de apatia social profunda! Ninguém estará tão preocupado com a sua necessidade quanto você e os pares que vivem as mesmas necessidades. A união faz a força e promove mudanças à medida que gera iniciativas, congregando pensamentos e expurgando alienações. Urge deixar de lado a apatia, a inércia! Basta de hipocritamente ou covardemente lavar as mãos! Uma cultura de libertação, de autonomia, é mister através da informação e educação, da participação e do envolvimento lutar pela mudança desta fatídica situação em que mergulhamos, para não assinarmos com o silêncio nossa cumplicidade com este definhamento da humanidade, como disse o célebre Albert Einstein em determinada ocasião: “O mundo não será destruído pelos que fazem o mal, mas sim por aqueles que olham e nada fazem”. Faz-se preciso reagir enquanto é possível! A abordagem leviana dos fatos se tornou tão comum e aceitável que um assunto sério e ou polêmico que surge na mídia, é esquecido com a mesma rapidez com que se ‘viraliza’ e se torna alvo de ‘juízos de valor’ – vazios, reducionistas e ignorantes – que são apresentados exaus-

tivamente por quem nunca viu, ouviu ou refletiu até então sobre o mesmo! A apatia da humanidade gerou uma crise na alteridade e na autoestima. Não se preocupa com o outro, ou o problema do outro não me assusta, e se me assusta não me move ao seu encontro! As pessoas parecem caminhar em piloto automático! Fato ainda mais grave, nota-se quando a pessoa não apenas se acomoda e deixa de sonhar, não agindo para mudar a situação que o indignou, ou terceiriza sua responsabilidade esperando dos outros, ou passa a contribuir diretamente para difundir um clima negativo e conformista por onde passa, contagiando outras pessoas com a ideia deturpada de que é impossível mudar as coisas para melhor ou num pessimismo exacerbado apregoa que não há mais solução! Aos que a cada dia desacreditam mais em si mesmo e na força de sua participação cabe bem o conselho de Agnes Gonxha Nojaxhiu, a santa de Calcutá (Nobel da Paz, 1979): “Por vezes, sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”. Ela foi capaz de sair de si, não permaneceu em inércia e desde que fundou sua Ordem – Missionárias da Caridade (1948) – trabalhando com crianças abandonadas ou doentes de lepra, viveu não para si, mas fez de sua vida um dom total. Urgentemente quebremos o culto ao silêncio das palavras e das atitudes, falem nossas iniciativas! Padre Rosinei Toniette é Bacharel em Teologia pelo convênio PUC-Campinas e Faculdade Dehoniana, licenciado em História pela Universidade Estadual do Norte Pioneiro e especialista em História, Cultura e sociedade pela mesma Universidade. Desde 01 de fevereiro de 2012 atua como pároco na cidade de Santo Antonio da Platina-PR.

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

35


EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO

De olho no sinal

Como a sinalização de trânsito influencia na segurança viária

É

através da sinalização do trânsito que se orienta, adverte, informa, regula e controla a adequada circulação de pedestres e veículos pelas vias terrestres. O Código de Trânsito (ou em legislação complementar) determina que sempre que se fizer necessário, serão colocadas nas vias sinais de trânsito. A sinalização de trânsito tem por objetivo organizar a circulação de veículos e pessoas nas vias públicas através de informações relevantes para disciplina na movimentação do tráfego visando a segurança e fluidez dos usuários. No seu aspecto mais geral a sinalização de trânsito compreende placas, marcas, luzes, gestos, sons, marcos e barreiras. É importante para: • Regulamentar as obrigações, limitações, proi-

C

CIRCULAÇÃO

e ens

n

lati

P afé

bições ou restrições que governam o uso da via; • Advertir os condutores sobre os perigos existentes na via, alertando também sobre as proximidades de escolas, passagens de pedestres, etc; • Indicar o posicionamento dos veículos na via e as direções para atingir locais de interesse, de forma a ajudar os condutores nos seus movimentos e deslocamentos. Os sinais de trânsito são classificados em verticais (placas de sinalização), horizontais (como faixa de pedestre, por exemplo), luminosos (semáforo), sonoros (silvos de apito, que variam de acordo com a duração e a quantidade), gestos do condutor e do agente de trânsito (sinais realizaDUPLO dos com os braços) e dispositivos de sinalização SENTIDO DE auxiliar (cones, cavaletes).

DÊ A PREFERÊNCIA A prioridade é do motorista que cruza essa via.

Ilustração: Alessandro Dutra

PROIBIDO ESTACIONAR

ESTACIONAMENTO REGULAMENTADO

36

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

TRÂNSITO DE PEDESTRES

www.copadesc.com.br


PROIBIDO VIRAR À DIREITA SENTIDO PROIBIDO

SIGA EM FRENTE

VELOCIDADE MÁXIMA PERMITIDA

PROIBIDO ULTRAPASSAR

PARADA OBRIGATÓRIA

PROIBIDO RETORNAR À DIREITA

www.copadesc.com.br

PROIBIDO PARAR E ESTACIONAR

Dezembro de 2015 Espaço Cidadão

37


E

dina Bordignon de Oliveira é sócia-diretora na Construcasa Bordignon, em Santo Antônio da Platina. Formada pela faculdade de Administração e Ciências Contábeis, com pós e MBA na FGV. Ajudou, ainda durante esse período de estudos, a expandir a rede de uma para 7 lojas. Hoje, também, é parceira da Telhanorte no Paraná.

Revista Nosso país passa por um período de turbulência na área econômica e maior na área política. Diante de um quadro onde fala-se de que uma parcela da classe considerada C está regredindo para classes D e E. Como a Sra. analisa este quadro para dar continuidade aos negócios das empresas e crescer? Edina As classes D e E são as mais afe-

tadas com a perda do poder de compra, pois o impacto dos aumentos nas tarifas de energia elétrica, transporte e na cesta básica afetam diretamente o bolso, para 2016 existirá uma adequação e esse poder de compra deve voltar a crescer. Nós estamos trabalhando o mix de produtos de nossas lojas para adequar a essa nova realidade de compra e hoje temos o “programa ponto-a-ponto” que ajuda gerar um benefício extra para o cliente que compra com frequência.

Revista Mesmo os consumidores das classes C/D/E buscam produtos e serviços com qualidade similares aos dos produtos premium. De que forma um empresário deve atuar para satisfazer esta exigência? Edina Esta necessidade já é percebida

pela indústria e são lançados produtos que atendem diretamente essa demanda. O que o empresário varejista precisa ter é a visão de identificar as oportunidades que atendam às necessidades de seus clientes, conforme o perfil de cada região e mix de seu varejo. 38

Espaço Cidadão Dezembro de 2015

Entrevista com Edina Bordignon Revista Uma empresa é composta por diversos ativos, sendo um deles o cliente do qual não se pode abrir mão de fazer um bom atendimento. Quais as estratégias que a Sra. usa para satisfazê-lo, visto que sem o cliente não é possível manter um negócio? Edina As estratégias são

baseadas dentro de competências claras: a indústria vende produtos e o varejista vende serviços, atender bem não é fazer o que o cliente quer, do jeito que ele quer, mas sim entender a necessidade e propor soluções. Nossos clientes estão expostos a muita informação, fazendo necessário entender e atender com precisão suas necessidades, por isso investimos em treinamento e capacitação constantemente, além de transferir nossos conhecimentos para os profissionais através da escola Antonio Bordignon. Revista Continuando com os valores corporativos, onde outro ativo é o próprio colaborador da empresa. Diante do quadro econômico atual como sua empresa lida para conseguir alcançar as metas de venda? Edina Estratégia aliada à competência

e principalmente comprometimento deste principal ativo que são nossos colaboradores. Como falei antes, nossos produtos são serviços e serviços são feito de pessoas. E pessoas comprometidas batem metas.

Revista Todas as empresas, independentemente de sua forma, estrutura ou tamanho, têm sua participação na comunidade

Foto: Acervo pessoal

G ENTE

e buscam expandir esta participação no mercado. Em tempos de crise, onde os recursos das famílias diminuíram, como uma empresa deve reagir diante desta situação? Edina Oferecer soluções econômicas e

mais vantajosas às necessidades de nossos clientes. Muitas empresas se reinventam em momentos difíceis. A dificuldade já faz parte de nosso cotidiano e soluções fazem parte da nossa obrigação.

Revista Quanto ao cenário em que o Brasil passa no momento, o que a Sra. Tem a dizer? Edina As dificuldades que estamos pas-

sando nesse cenário atual são muito mais políticas do que econômicas. Pessoas não vão deixar de viver, comer, beber, vestir, estudar e principalmente sonhar. A Construcasa Bordignon sempre estará presente para ajudá-las a realizar seus sonhos. O mundo não para de girar! Vamos continuar trabalhando e vencer os desafios. www.copadesc.com.br




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.