crie e inspire.
EDIÇÃO UM
EDIÇÃO UM
SUMÁRIO 106
60
50
104 26
28
62
108 88
18
14 | LAÇOS 18 | COLOR DAZE 26 | NEW CREATIVE THINKERS
42
MOSTRA 28 | MANUELA DOS SANTOS 32 | LUIZA NORMEY 34 | GERT MEHLAN
14
38 | HELENI FLESSAS 42 | HELENA SBEGHEN 46 | JÉSSICA SCHNEIDER 50 | GIOVANNI GIRARDI 54 | SANY MATTOS
74
58 | ANA HENRIQUE 60 | O FRACIONAMENTO DA REALIDADE 62 | METRIC 74 | SPRAWA 88 | INDÚSTRIA DE MUITOS
92
92 | COLOR DIPPED 104 | ORIGINAL KIDS 106 | COLETIVO VOLVER 108 | MARIA TABAROA
EDITORA-CHEFE E FUNDADORA Andréia Takeuchi andreiatakeuchi@gmail.com
COLABORADORES Andréia Takeuchi Ana Henrique Manuela dos Santos Luiza Normey Glaucia Cechinel Renata Cechinel Heleni Flessas Helena Sbeghen Sany Mattos Giovanni Girardi Jean Michel Battirola Jéssica Schneider Paula Franchi Le Cechetto Guilherme Amaral Germana Lópes Nathalia Takeuchi Cláudia Bär Gert Mehlan
DIREÇÃO DE ARTE Andréia Takeuchi
AGRADECIMENTOS Luciano de Castro Editora e Agência Catarina Carolina Reich Corseuil Família Takeuchi FORD Models SC DN Models
CAPA
Fotografia: Andréia Takeuchi Assistente de fotografia: Nathalia Takeuchi Beleza: Jean Michel Battirola Modelo: Maria Eduarda Schlickmann @ FORD SC
MAKING OF
Assista ao fashion film do editorial Sprawa!
CONTRIBUIDORES
Ana Henrique
Manuela dos Santos
Luiza Normey
Glaucia Cechinel
Historiadora de nascença e
Aos 22 anos, Manuela (quase)
Designer e ilustradora, natural
Estilista por formação, atua
Antropóloga por opção.
formada em Design pela
de Florianópolis, formada em
como stylist e produtora de
Explora a transcendente relação
UFPE, brinca de pôr ordem
Design Gráfico pela UFSC.
moda freelancer fazendo uma
entre palavras e imagens e
no mundo com suas estampas
Interessada por psicologia
das coisas que mais gosta:
depois escreve a respeito. No
multicoloridas. Para não perder
das cores, ilustrações
construção de identidades
fundo, é uma bagunça romântica
a doçura com o dia-a-dia
em miniatura, aquarela e
visuais. Com uma queda
meio bossa nova e rock &
estressante, decidiu dedicar o
ilustração de livros infantis.
especial por pesquisa e
roll que vive lendo e relendo,
tempo livre a projetos pessoais
A partir desses gostos criou
observação, busca preencher
vendo e revendo, conhecendo
de ilustração e estamparia,
seu primeiro livro infantil,
seu cotidiano com refências
o novo e aprendendo com o
duas paixões antigas reavivadas
que está disponível para
e inspirações, colecionando e
velho. Acredita em criatividade,
durante uma temporada de
visualização online. Possui
construindo narrativas textuais
transformação e em
estudo na badalada Central St.
como hobby contar histórias
e visuais de campos que
Jane Austen.
Martins, em Londres.
bizarras da sua vida.
envolvem criação e expressão.
Renata Cechinel
Germana Lópes Souza
Helena Sbeghen
Sany Mattos
Renata Cechinel é fotógrafa,
Designer de moda formada
Helena Sbeghen é estudante
Nascida em uma cidade
stylist, pupila de Atena e
pela Universidade do Estado
de design gráfico e ilustradora.
pequena no extremo sul do
eterna historiadora. Em
de Santa Catarina, aprecia
Apaixonada pela arte e a
estado, a designer Sany Mattos
seu trabalho cria rede de
trabalhos manuais e encontra
natureza, combina em seus
de 23 anos possui um estilo
lembranças e atemporalidade,
em objetos descartados
trabalhos técnicas de aquarela
nada convencial para a arte. De
associando elementos das mais
inúmeras possibilidades de
e acrílica em traços delicados.
cunho fashionista e atemporal,
variadas culturas, períodos
transformações. Interessada
suas ilustrações são cheias
e movimentos artísticos.
em Artes Plásticas,
de personalidade com traços
Fomada em Fotografia pela
Arquitetura, Cinema e pela
inusitados e cores destemidas.
Universidade do Vale do Itajaí
intersecção dessas correntes
e graduanda em História pela
com a moda, que formam um
Universidade Federal de Santa
novo objeto de estudo.
Giovanni Girardi
Catarina, ela concilia sua
É co-fundadora do Coletivo
Giovanni trabalha com
paixão por Fotografia, História
Volver, estúdio criativo que
ilustração e motion design e
e Moda, produzindo imagens
desenvolve trabalhos a partir
está terminando sua graduação
que sempre expressam
desses estudos, onde faz o que
em design na Universidade
conteúdo em forma visual.
ama fazer: criar.
Federal de Santa Catarina.
Jean Michel Battirola
Jéssica Schneider
Gert Mehlan
L+G
Jean é Beauty Artist. Desde
Jéssica Schneider trabalha
Gert Friedrich Mehlan, um
A dupla Le Cechetto e Gui
criança interessado em moda,
como produtora de moda e
jovem de 22 anos. Apaixonado
Amaral têm formação em
glamour, excentricidades
stylist a mais de 3 anos no
por moda desde criança seguiu
Design Gráfico e iniciaram
e beleza, ao afirmar-se
mercado de moda de Santa
carreira na área, passando por
seus projetos em conjunto
como adulto descobriu sua
Catarina. Ainda na faculdade
muitas etapas até se encontrar
em 2013, atuando na área de
vocação: deixar gente linda
participou de um reality show
como Stylist. Nas horas vagas
fotografia de moda.
mais linda. E gente nem tão
de moda em São Paulo, onde
gosta de expor seu lado
A colaboração criativa sempre
bonita mais linda ainda. A
pôde expandir sua visão sobre
artista, colocando para fora o
foi mútua entre os dois. Desde
criatividade, autenticidade e
o mercado de trabalho e ter
dom do desenho através de
os tempos de faculdade já
autoria são essenciais em seu
experiências com profissionais
ilustrações de moda. Criativo
esboçavam projetos juntos. A
trabalho. Acha importante
da área. Desde então começou
desde pequeno, está sempre
produção dos trabalhos
num ambiente de trabalho
a desenvolver diversos
com a mente trabalhando.
atuais foi um processo
a parceria, o coletivismo
trabalhos na área da fotografia.
Muitas ideias, muitos planos,
espontâneo que surgiu de
e o respeito. Lixo no luxo,
Atualmente, tem uma empresa
muito tudo. Gosta do belo,
acordo com as oportunidades
bagaceiro no fino, punk no
especializada em produção
excêntrico, único... Enfim, um
que apareceram, formalizando
terninho, é isso que o inspira.
criativa, trabalhando na
típico leonino.
a assinatura LE+GUI.
concepção, produção, styling e cenografia dos projetos.
Heleni Flessas
Andréia Takeuchi
Nathalia Takeuchi
Paula Franchi
Nascida em Brasília e criada
Andréia é fotógrafa de moda
Nathalia tem 22 anos,
Arquiteta formada pela
em uma grande família grega,
e com a primeira edição
é fotógrafa e estudante
Universidade Federal de Santa
Heleni Flessas passou alguns
da Cora Mag termina sua
de Design Gráfico na
Catarina, é co-fundadora
anos viajando e morando
graduação em Design Gráfico
Universidade Federal de Santa
do Coletivo Volver, onde
fora. Em uma dessas ocasiões,
pela Universidade Federal de
Catarina. Sempre se interessou
desenvolve trabalhos de
apaixonou-se pela arte de
Santa Catarina. Acredita que o
por arte e encontrou na
design, direção de arte e moda.
fotografar e desde então
segredo da vida é ser positiva,
fotografia o melhor modo de
Também é colaboradora no
divide seu tempo livre entre
respeitar todos, trabalhar duro
se expressar e dar vida à sua
estúdio de arquitetura Nimbu.
sua câmera, filmes, livros e
em seus sonhos e nunca parar
imaginação. Adora assuntos
Além das atividades do Volver,
músicas – sempre buscando
de aprender.
místicos, astrologia (pisciana!)
trabalha como freelancer
novas inspirações para seu
Conhecer o trabalho de
e afins. Busca inspiração na
em conteúdo e nas horas
trabalho. Sonha em conhecer
pessoas criativas a motiva com
natureza, em memórias e nas
vagas passa seu tempo entre
o mundo inteiro e aprender
o seu próprio trabalho, por
pessoas à sua volta. No futuro
bordados, filmes, séries,
a dançar tango. É estudante
isso espera que a Cora Mag
quer viajar pelo mundo e ser
comidinhas, amigos, família e
de Jornalismo e Tradução, e
possa sempre inspirar outras
menos sedentária.
seu gato Walter.
fotógrafa nas horas vagas.
pessoas como a inspirou!
Não há nada como se permitir sonhar e arriscar. A revista Cora Mag nasceu da vontade de conhecer pessoas talentosas e apaixonadas pelo o que fazem. Não acredito ser a única curiosa, louca para saber mais sobre os artistas que admiro. A partir dessa vontade, percebi o potencial que tinha à minha volta. O interesse mútuo entre pessoas em busca de inspiração e pessoas trabalhando no que acreditam, ansiosas por mostrar aos outros o que sonham e fazem. Todo o conteúdo da Cora Mag é colaborativo, com obras de pessoas de vários cantos do Brasil. Inspirar é a palavra-chave. É com muita alegria que apresento a você a edição número um da Cora Mag. Espero que o deixe com gostinho de criar, conhecer e experimentar. Andréia Takeuchi | editora-chefe
Laços
LAÇOS por GLAUCIA CECHINEL
Estive refletindo sobre o poder que os significados possuem na criação de vínculos entre pessoas e objetos - imagens, sons... Não foi difícil concluir que é a história que nos toca o coração, que agrega sentimento, que transforma o supérfluo em essência. Quando isso acontece se estabalece uma conexão. As coisas já não nos afetam pelo que valem, mas pelo significado que carregam.
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Essa idéia fixa me levou à Sabrina Granucci – ou melhor dizendo – à inspiração da coleção primavera-verão 2013/2014 dessa talentosa estilista. Natural de Mogi- Mirim, São Paulo, Sabrina mudou-se para Santa Catarina e cursou Design de Moda pela faculdade Univali. Há três anos se apaixonou pelos ares de Santiago do Chile, onde reside atualmente e dedica boa parte do seu tempo entre desenhos, tecidos, aviamentos e modelagens.
Laços
“fiquei emocionada e impactada como o ser humano pode se conectar de maneira tão distinta com as emoções e vivências.”
A forma sensível e poética com que o documentário Nostalgia da Luz (2010), de Patricio Guzman, relaciona o humano com a ciência foi o ponto de partida que direcionou a construção estética da sua última coleção: “Assisti o documentário um pouco antes de visitar o deserto do Atacama pela segunda vez e fiquei emocionada e impactada como o ser humano pode se conectar de maneira tão distinta com as emoções e vivências. Considerado um dos melhores lugares para investigar o espaço, o deserto reúne astrônomos de todo o mundo. Ao mesmo tempo também um
grupo de familiares de presos políticos, da época de ditadura que ainda buscam restos humanos nas areias do deserto, que pelo solo árido se conservam intactos. Os extremos de observar céu e terra em um mesmo ponto geográfico e a semelhança que existe entre milhares de anos luz e o que aconteceu a somente 30 anos atrás. Com depoimentos de astrônomos e familiares dos presos desaparecidos, o documentario é sensível em detectar a essência árida e inóspita do deserto do Atacama e a humanidade em cada extremo”.
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Reflexo de sua alma de artista, as peças de Sabrina cativam porque escondem nos detalhes sentimentos de quem trata com carinho tudo o que faz: “Acredito que quando se trabalha com arte, o mais importante é acreditar ao máximo no trabalho que se faz e buscar fazer isso com o maior amor. Espero que a marca possa crescer e evoluir quanto a linhas a produtos, além das coleções que já se produzem, chegar a outros públicos, como o mascuino, infantil e até linha de produtos para a casa. Pessoalmente, gostaria de passar mais tempo no Brasil, talvez estar com parte do negócio aí para ver crescer minha sobrinha e afilhada, Esperanza”.
Laços
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Laços
“O mais importante é acreditar ao máximo no trabalho que se faz e buscar fazer isso com o maior amor.”
O final dessa narrativa pôde ser vista em forma de coleção no dia 2 de outubro, na passarela da terceira edição do “VisteStgo”, evento de moda que acontece duas vezes ao ano, apresentando em dois dias as propostas de várias marcas de moda chilenas. A quem possa interessar, há várias fotos do desfile no site oficial do evento.
CONTATO SABRINA GRANUCCI www.vistestgo.cl www.sabrinagranucci.com contacto@sabrinagranucci.com +56 965996393 instagram @sabrinagranucci
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COLOR FOTOGRAFIA: ANDRÉIA TAKEUCHI ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: NATHALIA TAKEUCHI BELEZA: JEAN MICHEL BATTIROLA MODELO: MARIA EDUARDA SCHLICKMANN @ FORD SC
DAZE
NEW CREATIVE THINKERS NEW CREATIVE THINKERS É UMA PESQUISA DE FONTE INSPIRACIONAL QUE APROXIMARÁ ARTISTAS New Creative Thinkers
ATRAVÉS DE SEUS PROCESSOS DE CRIAÇÃO.
O que nos leva a criar?
Através de um documentário e um livro, o processo criativo de artistas ao redor do mundo será retratado, para auxiliar e inspirar criadores, empreendedores e interessados a aguçar sua percepção criativa. Além do resultado final, o processo também será compartilhado, estimulando o desenvolvimento de uma rede entre artistas independentes. O projeto rastreará as informações dessas mentes e compartilhará o conhecimento, buscando a ruptura de paradigmas de comportamento socio-econômico. Sua rota é compartilhada e deve traçar diferentes países para participar de diversos encontros criativos. A ideia é unificar o diálogo entre o Brasil e outras culturas, aproximando artistas através de suas inspirações. O NCT quer encontrar nos caminhos, diferenças e semelhanças que convergem na mesma essência: a paixão por criar.
O projeto/pesquisa NCT se desdobrará em dois produtos: uma web série e um livro. Os dois juntos formam um guia inspiracional para quem busca referências criativas. De acesso livre, informação democrática, licença Creative Commons e legendada, a web série será composta por 10 capítulos, com artistas de diferentes locais do mundo, retratando a influência cultural em seus processos criativos. O livro narrará todas essas histórias reais que forem encontradas durante o caminho, ilustrado com fotos e perfil dessas pessoas de vanguarda. O livro contará ainda com fotos de obras inéditas dos artistas. Ao final dos capitulos, haverá um guia de como usufruir da inspiração de cada protagonista no dia a dia do leitor. Você, que é interessado em participar do projeto e já quer adquirir o livro e colaborar com o processo, apoie a ideia! Mais infos: research.nct@gmail.com Acesse e contribua: www.catarse.me/pt/nct
Assista ao vídeo pelo QR Code ou em www.vimeo.com/78910494
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New Creative Thinkers
New Creative Thinkers é uma pesquisa de fonte inspiracional que aproximará artistas de distintas localidades através de seus processos diferenciados de criação. Um projeto de força coletiva que visa, por meio de histórias reais, aproximar distâncias geográficas, sociais e culturais e então conectá-las.
Mostra
22, recife, PE, brasil
FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E SEU TRABALHO. Nasci e cresci em Recife e entrei na faculdade de Design em 2009. Desde o início era bem acostumada a fazer todo o meu trabalho com a ajuda de softwares mas depois de passar um ano estudando fora, perdi o medo de errar e tomei gosto por técnicas mais “analógicas”. COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR? Depois de um tempo na faculdade, desencanei do Design tradicional como ensinam lá e procurei caminhos
paralelos. Hoje uso ilustrações e tipografia feitas a mão, fotografias... tudo um jeito de tornar meu trabalho mais “real”, mesmo que no fim vire digital. O QUE TE INSPIRA? Plantas, pessoas na rua e as histórias que invento sobre elas e filmes. QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? Mary Blair, Charley Harper e Ernst Haeckel.
29
Mostra
MANUELA DOS SANTOS
Mostra COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Gostava muito de desenhar pessoas inventadas e também fazia roupas bem loucas pras minhas bonecas. Mas queria mesmo era ser professora ou arquiteta. ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Me imagino morando numa casa bem colorida e cheia de plantas, depois de ter viajado muito, e trabalhando (como designer ou não) como se não fosse uma obrigação. VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? Agora estou trabalhando no meu projeto de conclusão de curso. Ando pesquisando sobre felicidade mas ainda não tenho idéia do que vai sair disso.
CONTATO manuelarsp@gmail.com www.cargocollective.com/mnla
30
31 Mostra
LUIZA NORMEY 23, florianópolis, SC, brasil
Mostra
FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E SEU TRABALHO. Sou formada em Design Gráfico pela UFSC e moro em Florianópolis. Trabalho com design e ilustração na empresa Kathavento onde crio produtos para presentes e decoração. Apesar de ter estudado design e estar trabalhando nessa área, sempre preferi as coisas mais artísticas e manuais. Desenho desde pequena e foi na faculdade que comecei a me interessar por aquarela e livros infantis. A partir disso arrisquei fazer meu primeiro livro para o projeto de TCC, criando a história, as ilustrações (em aquarela), a diagramação e o design. Paralelamente comecei um caderninho de aquarela onde pinto o que vejo, o que sinto, principalmente através das cores. São meus trabalhos preferidos, pois são pinturas bem pequenas (tamanho A6), simples e com cores significativas. COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR? Comecei a criar desde pequena, desenhava tudo que me vinha à cabeça e adorava copiar meus desenhos animados favoritos. Na faculdade passei por várias fases de criação, entre ilustração digital, caricatura, ilustração infantil, aquarela… atualmente estou definindo um estilo de ilustração, pintura e narrativa que misture tudo o que mais gosto para poder aplicar nos meus futuros projetos pessoais. O QUE TE INSPIRA? Boas histórias, escritas, contadas ou vividas; arte em geral, revistas, moda, fotografia, filmes e quadrinhos. Especificamente no visual me inspiram “coisas” muito
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coloridas, estampas/padrões, tirinhas e ilustrações de livros infantis. Atualmente uso muito o site pinterest para buscar inspirações. QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? Alphonse Mucha, André Neves, Quino, Renato Moriconi, Lucie Bryon e muitos outros. COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Quando criança eu parecia um menino, brincava de tudo e sempre na rua, mas também adorava brincar de barbie, inventar histórias e desenhar. Queria ser “desenhista”. ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Não ambiciono um lugar nem um emprego específico. Quero estar trabalhando com arte, ilustração, histórias, e tudo que eu gosto muito junto e misturado. E principalmente poder viajar o tempo todo! VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? Tenho muitas, muitas ideias (como todo mundo), mas uma delas que está para se concretizar é a criação de uma página e blog onde compartilharei minhas histórias ilustradas, tirinhas e continuidades do meu livro infantil sobre cores. CONTATO luizanormey@gmail.com www.issuu.com/luizanormey/docs/matiza
33 Mostra
Mostra
34
22, florianópolis, SC, brasil
FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E SEU TRABALHO. Chamo-me Gert Friedrich Mehlan, nome de origem alemã, graças a minha família por parte de pai. Nasci em 30 de julho de 1991 e sou natural de Porto União, interior do estado de Santa Catarina, mas moro em Florianópolis desde que me lembro. Sou apaixonado por moda desde pequeno, mas só me dei conta disso na fase da adolescência. Entrei na faculdade fantasiando aquele mundo de glamour e luxo que todo calouro acredita ser a moda. Acreditava que no final do curso estaria com minha marca criada e meu nome estabelecido. Mera ilusão. Antes da metade do curso vi que estilismo não era pra mim. Amo criar, amo desenhar, mas dentro do meu tempo. Depois de muitas etapas, quase no final do curso me encontrei como stylist, profissão que sigo até hoje.
Nunca deixei o desenho de lado, mas ao invés de ser o ponto principal acabou virando um hobby. Um hobby que vem crescendo cada dia mais se tornando quase que uma profissão secundária. A ilustração de moda é algo que me faz muito feliz. Conseguir reunir duas das coisas que eu mais amo fazer é realmente muito bom. Posso me perder por horas em um desenho, é quase uma terapia. Não sei o que o destino me reserva, quem sabe a ilustração não passa a ser meu segmento principal? COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR? Nunca tive um início, crio desde sempre. Mas tomei gosto pelo ato de “criar” quando descobri minha paixão por moda. Foi ali que me encontrei e foi onde tudo começou a fazer sentido.
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Mostra
GERT MEHLAN
O QUE TE INSPIRA? Creio que a inspiração é a sensibilidade de ver beleza nos elementos que ninguém (ou quase ninguém) consegue enxergar. Do lixo ao luxo, do simples ao complexo, tudo me fascina, tudo me inspira. QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? O ilustrador Arturo Elena, o maquiador Mathu Andersen, o fotografo Patrick Demarchelier e o estilista John Galliano são alguns dos meus artistas preferidos, sem dúvida.
Mostra
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COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Era a criança gordinha de poucos amigos que sofria bullying no colégio, assim como todo gordinho. Mas isso nunca me afetou de fato, apesar de tudo era feliz. Fui uma criança normal, brinquei bastante, aprontei muito e o aprendizado dessa fase guardo comigo até hoje. Sempre desejei ser muitas coisas. Arquiteto, presidente do país e médico foram algumas profissões da minha lista. Não segui nenhuma delas.
ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Não ambiciono um lugar nem um emprego específico. Quero estar trabalhando com arte, ilustração, histórias, e tudo que eu gosto muito junto e misturado. E principalmente poder viajar o tempo todo! CONTATO gfmehlan@gmail.com www.facebook.com/MehlanBattirola
Mostra
VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? Daqui a dez anos me vejo marido, pai, realizado profissionalmente e com muito mais planos pela frente. Não necessariamente nessa ordem.
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Mostra
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21, brasília, DF, brasil
FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E SEU TRABALHO. Meu nome é Heleni, sou de Brasília e tenho 21 anos. Sou estudante de Jornalismo e Tradução, e fotógrafa nas horas vagas. Meu trabalho é focado, principalmente, em retratos experimentais, mas também gosto de fotografar a serenidade e a sinceridade dos momentos espontâneos. As emoções e os sentimentos dão sentido ao que faço, e gosto de trabalhar tanto com câmeras digitais como com analógicas. COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR? Comecei a criar logo depois de fazer um curso de fotografia analógica, ainda no colégio. Não sabia absolutamente nada do assunto e com o tempo me vi mergulhando em horas de planejamento e revela-
ção de rolos de filme, e acabei amando aquilo tudo. Fiz outros cursos e workshops para aprimorar meu trabalho e entender melhor ferramentas como o Photoshop. Desde então nunca parei. O QUE TE INSPIRA? Filmes e músicas me inspiram. Gosto de pensar em como adaptaria uma música na forma de imagem, é muito desafiador! Também gosto de prestar atenção nos detalhes da direção de fotografia de filmes, o que as cores e a iluminação dizem sobre os personagens e sobre os conflitos. Meus colegas também me inspiram. É muito interessante ver o que cada um está fazendo e como. Essas ideias acabam gerando mais ideias e mais formas de abordar um determinado tema.
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Mostra
HELENI FLESSAS
Mostra
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COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Eu era uma criança muito tímida e com uma imaginação fértil. Como gostava muito desenhar (casas, em especial) jurava que ia virar arquiteta. Com o tempo esse gosto foi passando, mas sempre me senti confortável pelo lado das artes. Ao contrário do que geralmente acontece, acredito que essa timidez tenha me dado confiança para me expressar através de outros meios, como a fotografia. ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Ainda é cedo para dizer, mas gostaria muito de continuar trabalhando na área de fotografia. Como curso Jornalismo, sonho em poder escrever para uma revista e trabalhar com diversos temas. Se eu conseguir conciliar as duas paixões, melhor ainda! Também quero viajar o mundo, conhecer novas culturas, idiomas – coisas que são muito inspiradoras para quem gosta de fotografar. VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? No próximo ano, pretendo publicar um livro com todo meu trabalho até aqui, uma espécie de coffee table book. Fora isso, quero fazer mais cursos da área e continuar contribuindo para o mundo com um pouquinho de arte.
CONTATO heleniflessas@gmail.com www.heleniflessas.jimdo.com
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Mostra
QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? Gosto muito de Henri Cartier-Bresson, Richard Avedon, David Bailey, Linda McCartney e Annie Leibovitz. Recentemente tenho apreciado mais os trabalhos de Sally Mann, Sabine Weiss e James Marcus Haney. Suas obras são naturais e mostram espontaneidade.
Mostra
HELENA SBEGHEN 21, s達o paulo, SP, brasil
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Mostra FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E SEU TRABALHO. Nasci e vivi maior parte da minha vida em Chapecó – SC e há mais ou menos um ano, mudei-me para São Paulo para continuar meus estudos em design gráfico. Apesar de ter sido uma mudança contrastante, este momento está sendo essencial para o meu crescimento pessoal e profissional. Meu trabalho é a junção de todas as minhas experiências e também a válvula de escape dos meus momentos de ansiedade. Criar é uma terapia, é um momento só meu. Não gosto de ficar conversando durante o processo e nem de locais muito barulhentos. Muitas vezes gosto de desenhar sem pretensão nenhuma, apenas pôr no papel tudo que eu tenho vontade e esvaziar a minha mente. Sinto-me completamente agradecida por encontrar no meu trabalho uma das razões da minha felicidade e bem estar.
COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR? A arte e a criação sempre estiveram presentes em minha vida. Fui muito influenciada desde pequena pela minha família. Meus pais me davam materiais pra desenho, compravam livros para eu pintar, me matricularam na aula de pintura e me apoiam muito desde então. Quando tinha uns 12 ou 13 anos, já sabia que meu futuro profissional ia ser na área criativa. QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? Gosto muito da art nouveau, principalmente da arte de Alphonse Mucha e Gustav Klimt. Admiro também diversos ilustradores contemporâneos, como Conrad Roset, Yelena Bryksenkova, James Jean, Guim Tió e meu artista brasileiro favorito, Nestor Jr.
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Mostra
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O QUE TE INSPIRA? Sou inspirada por tudo que é simples e orgânico, como a natureza, os meus sonhos, os pores-do-sol e o corpo feminino.
ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Quero estar morando fora da cidade, longe de todo esse caos. Não desejo muitas coisas materiais, apenas uma casa aconchegante com um espaço para poder trabalhar e viver tranquilamente com a minha família. Não sei se em 10 anos já terei constituído uma família, mas seria perfeito se sim. VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? Estou numa fase de organizar as minhas ideias. Logo quero produzir alguns zines, começar a fazer alguns quadrinhos e tenho em mente uma série de ilustrações inspiradas no cinema.
CONTATO helenasbe@gmail.com www.cargocollective.com/helenasbe
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Mostra
COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Eu era uma criança muito ativa, extremamente desastrada e que nunca gostou do tédio. Vivia em um mundo à parte. Criava histórias, montava cenários, fingia que era uma super-heroína, me fantasiava e bagunçava a casa inteira... Acho que para meus pais devia ser um alívio quando eu parava pra desenhar ou ler um livro. Tinha o sonho de ser bióloga ou arqueóloga, era muito curiosa e meus pais adoravam me dar livros sobre ciência.
Mostra
JÉSSICA
SCHNEIDER
22, balneário camboriú, SC, brasil
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Mostra FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E SEU TRABALHO. Meu nome é Jéssica Schneider, tenho 22 anos, sou formada em Design de moda pela Univali e workaholic assumida. Atualmente trabalho com produção de moda, tanto na área de concepção e briefing, como no styling e produção cenográfica.
que me fascina. Tento trabalhar com isso até hoje, não vejo uma fotografia de moda como uma simples exposição de um produto a ser vendido, há um conceito por trás da imagem, algo que você quer passar, que aflora sentimentos e sensações para o espectador.
COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR? COMO SE INTERESSOU POR PRODUÇÃO DE MODA? Inerentemente todo ser humano é criativo e expressivo, mas isso de certa forma se aprimorou em mim. Quando criança eu escrevia e desenhava historias em quadrinho, e todos os personagens tinham um figurino especial, de alguma maneira não abandonei esse lado, do gosto pela criação e vestimentas. Além de criar como seriam as roupas, sempre gostei de imaginar um cenário e elementos com que cada personagem pudesse trabalhar. Poder transmitir, representar e contar algo através de uma imagem é o
O QUE TE INSPIRA? Para quem trabalha com a criatividade a todo instante, há a necessidade de ser um eterno observador de tudo o que passa ao seu redor. Minhas inspirações não são fixas e podem acontecer a qualquer momento. É a forma de como olhamos paras as coisas e não o que olhamos. Alguém que trabalha na área criativa pode transformar tudo. Encontrar uma boa ideia que é um ponto-chave. O que eu faço é tentar converter em imagens minhas observações, de uma forma mais lúdica.
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Mostra QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? Fotógrafos: Terry Richardson, Miguel Reveriego, Ben Hassett, Mario Testino, Zenna Holloway. Stylists: Emmanuelle Alt, Edward Enninful, Ludivine Poiblanc, Anna Dello Russo, Grace Coddington, Panos Yiapanis. Personal stylists: Johnny Wujek, Mel Ottenberg e Joseph Cassell. COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Sempre fui uma criança muito calma, não brincava na rua, então gostava muito de jogar vídeo games e ficar na internet. Adorava desenhar e usar fantasias de personagens que via na TV ou nos jogos. Nunca tive talento para exatas, mas me destacava dos demais alunos nas aulas artísticas. Já na minha adolescência, achava que trabalharia com medicina veterinária, me decidi sobre a moda somente quando estava no terceiro ano de ensino médio. Antes disso, achava que era apenas um desejo ou sonho de poder trabalhar com artes, não acreditava que fosse possível ter a moda como uma profissão, principalmente por morar em Santa Catarina. Mas foi conversando com meus pais e amigos mais velhos que percebi que não importa a profissão que você escolha, se você o fizer com paixão, vai ter sucesso ao realizá-lo.
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Fotografia: Tauana Sofia Modelos: Gabriela Spader e Yasmin Tokarski Beleza: Camila Baseggio Concepção, cenografia e Styling: Jéssica Schneider (Wild Fashion Produções) Assistente de Produção: Luís Eduardo Moser Making of: Matheus Henrique Camilo
ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Firmada e reconhecida no mercado de trabalho, pretendo ter meu próprio estúdio em Balneário Camboriú, com foco na área criativa e em produção de moda.
CONTATO jschneider.moda@hotmail.com www.facebook.com/WildFashionProducoes
Mostra
VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? Sim, atualmente estou com a Wild Fashion, que é uma empresa especializada em produção criativa, sendo responsável pela concepção, produção de moda, styling e cenografia na realização de catálogos de moda, editoriais, books, campanhas, fashion film, making of, still, lookbook e institucionais. Sempre buscando trazer às empresas um processo de criação com o diferencial da moda e o DNA da marca,
produzindo imagens de acordo com as reais necessidades e perfil de cada cliente. Possuímos um olhar focado e crítico sobre o trabalho que desenvolvemos, sempre primando a qualidade do serviço. Sendo assim, temos profissionais experientes e inovadores em cada área do mercado de moda, especializados em criar soluções rápidas e criativas, administrando o desejo das marcas de projetar uma imagem final que venda um estilo e cause um desejo de consumo.
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22, florianópolis, SC, brasil
FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E SEU TRABALHO. Meu nome é Giovanni, estou me graduando em design na UFSC e trabalho com animação, motion design e ilustração. COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR O PROJETO GrEEK? A ideia inicial do projeto era experimentar com o uso de poucas cores e estética de retículas, como se o objetivo fosse serigrafar o trabalho final. O tema foi uma mistura do passado com o presente: estátuas gregas com interferências gráficas sobre elas. O QUE TE INSPIRA? Acho que são coisas cotidianas, olhadas por um ponto de vista diferente. Uma conversa, uma cena incomum vista durante uma caminhada, uma cena de um filme, um trecho
de música… às vezes dos acontecimentos mais inesperados vem ótimas idéias. QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? Acho que meus artistas favoritos mudam muito de tempos em tempos. Já gostei muito de arte pop japonesa quando era mais novo, foi o que me motivou a começar a desenhar. Já passei por fases onde gostei de pintura digital, desenho cartoon, animação 2D, motion design, tipografia, design gráfico e por aí vai. Gosto dessa mistura de referências, prefiro estar sempre mudando e explorando novas técnicas e estilos, somando repertório visual. Com a internet consigo me manter atualizado com todos os artistas que acho interessantes e também conhecer novos a todo momento, gerando um feed de notícias quase infinito e variadíssimo.
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GIOVANNI GIRARDI
Mostra COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Apesar de sair na rua pra brincar com a gurizada da vizinhança, gostava mesmo era de video game e desenho animado. Bem pequeno eu já tinha projetos pessoais, desenhava HQ do Bomberman, montava todos os Pokémons com peças de Lego e criava personagens para o próximo Megaman X. Acho que já tinha escolhido o que queria fazer da vida sem saber disso. (Na verdade, o que eu queria mesmo na época era fazer uma série de TV concorrente do Dragonball Z haha)
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Mostra VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? O projeto que estou trabalhando no momento é meu PCC, que será um curta animado 2D, com um toque de educação ambiental. ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Me imagino com uma boa carreia nas costas, talvez como profissional autônomo, filtrando projetos em que eu me identifique. Também espero estar estudando e aprendendo muito ainda. CONTATO giovanniscoz@gmail.com www.ggirardi.com
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23, são josé, SC, brasil
FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E O SEU TRABALHO. Sou natural de Sombrio, mas moro em Florianópolis há mais de dez anos. Atualmente estou concluindo o curso de Design de Moda e já atuo no setor há aproximadamente dois anos. Comecei em uma agência de publicidade focada em moda, mas não consegui ficar muito tempo longe da criação. Saí após alguns meses e resolvi trabalhar em casa como freelancer. Hoje consigo conciliar perfeitamente meu tempo entre meu trabalho de criação de estampas e padronagens com a ilustração.
COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR? Meu contato inicial com a criação foi no jardim de infância, onde tive pela primeira vez acesso ao papel e ao lápis de cor. De lá pra cá sempre desenhei, vendia desenhos que fazia na sala de aula para os coleguinhas, isso na primeira ou segunda série. Sempre achei mais interessante ficar desenhando no caderno a ficar resolvendo aquelas contas de logaritmos nas aulas de matemática do colegial, o que me rendeu alguns problemas com os professores de exatas no colégio.
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SANY MATTOS
Mostra O QUE TE INSPIRA? Muitas coisas me inspiram, mas posso dizer com certeza que a música é o gerador que impulsiona a quase tudo na minha vida. Faço praticamente tudo ouvindo música. O que dizer da criação? Sem música não sai desenho, não sai nada. Todas as minhas ilustrações e outros trabalhos em geral foram desenvolvidas sob a influência de um bom som. Consigo me lembrar de algumas músicas que me guiaram no desenvolvimento de algumas ilustrações como a Twins, que foi desenhada ouvindo basicamente Johann Sebastian Bach, e a ilustração Eagle, ouvindo Indigo eyes do Peter Murphy.
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QUEM SÃO SEUS ARTISTAS FAVORITOS? Gosto de muitos nomes, estou sempre pesquisando artistas novos, buscando referências para as minhas criações. Sempre gostei muito de arte, nomes como Escher, Dalí e Modigliani estão entre meus favoritos. Gosto muito também de alguns ilustradores contemporâneos como Achraf Amiri e Cassandra Rhodi. Acredito que o que me fascina nesses nomes é a forte personalidade presente na obra de cada um deles.
VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? No momento, tenho focado muito no meu trabalho como designer de superfície, estou em desenvolvimento com duas grandes marcas o que toma bastante do meu tempo. Tenho planos de aperfeiçoar e me dedicar ainda mais a ilustração com grande desejo de levar meus trabalhos pra rua, ilustrar no meio urbano. É uma ideia que ainda pretendo pôr em prática.
ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI DEZ ANOS? Morando em algum lugar tranquilo, quem sabe na praia, com um cachorro e um gato e me dedicando muito mais a ilustração, não tenho grandes ambições. Desenhar é o que eu realmente gosto de fazer e se conseguisse viver disso seria perfeito!
CONTATO sanymatos@gmail.com
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COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? Fui o tipo de criança que pintava as paredes de casa, fazia cabanas no quintal e na sala de estar e sempre levava bungingangas pra dentro de casa. Vivia aprontando com meus amigos, deixava meus pais de cabelo em pé. Desde pequena sou apaixonada por animais e como a maioria das crianças queria ser veterinária, só para poder ficar o tempo inteiro rodeada por todo o tipo de bicho.
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ANA HENRIQUE 27, morro da fumaça, SC, brasil
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FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E SEU TRABALHO. Eu sou idealista de carteirinha e isso reflete tanto nos meus textos quando na fotografia. Morei em Londres durante dois anos e meio e estudei Antropologia lá, então o sentimento/sensação de ter existido e vivido em outra realidade, que em vários aspectos era tão diferente da que eu até então conhecia, influencia muito a minha percepção visual e simbólica do mundo. Ao observar uma imagem, crio simultaneamente um texto pra ela, uma tradução simbólica, uma associação entre palavras e estímulo visual (ou melhor, as sensações que ele produz). Sinto, por exemplo, ao observar minhas fotos, um tipo de distanciamento, um quê de melancolia alienígena, de não-pertencimento. Inconscientemente fabrico uma narrativa de abandono, da vastidão do espaço físico e de saudade. Essas duas formas de linguagem estão sempre intimamente conectadas em tudo o que eu penso e crio. COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR? Bom, eu sempre gostei de me expressar através da escrita. Desde criança lia muito; adorava poesia e a sonoridade das rimas, e, quando não entendia alguma palavra, ficava inventando significados pra ela. Já a fotografia veio depois, e ainda está em fase experimental. Comecei a fotografar com uma Nikon digital em 2009, e, quando já morava na Inglaterra, comprei uma Canon analógica. Foi lá, naquela atmosfera tão profundamente diversa, que eu senti a necessidade arrebatadora de materializar as minhas emoções através de imagens. Passei a criar, então, uma narrativa visual da minha, por vezes conturbada e angustiante por vezes serena e contemplativa, experiência do lugar.
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CONTATO anie.hs@gmail.com www.anahenrique.wordpress.com www.colorblockingworld.tumblr.com
QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? Chris Marker, Nan Goldin, Emmanuel Lubezki, Terrence Malick, Daniel Victor Snaith (Caribou), José Saramago são alguns dos artistas que mais admiro. COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Animada, impulsiva, teimosa, sentimental, sorridente. Eu quis ser professora durante muito tempo, depois isso mudou e passei a querer ser exploradora – de pirâmides,
da selva, de aventuras – e descobridora, do que exatamente eu não tinha uma idéia clara, mas lembro que costumava misturar desinfetante com café, detergente e qualquer outro líquido disponível no intuito de descobrir a cura para a cólera. ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Explorando, escrevendo e fotografando, trabalhando com algo que misture essas três coisas. Alguns livros publicados. Morando em uma cidade litorânea como Florianópolis. Com um ou dois filhos, quem sabe. VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? Sim, um livro. Na verdade um relato do meu tempo em Londres, da busca por uma identidade em um lugar tão distante da minha zona de conforto. O livro contará com parte da minha dissertação, uma análise de como o espaço físico da cidade - a arquitetura, os parques, as pontes - moldou ou foi moldado pela minha subjetividade. Será repleto de fotografias e de memórias reais ou inventadas. Mostra
O QUE TE INSPIRA? As reações físicas e emocionais das pessoas ao ambiente que as cerca, e como elas, consciente ou inconscientemente, acabam transformando este ambiente através de suas perspectivas. Quando penso em um personagem, tento imaginá-lo reagindo a uma situação-problema, e construo a partir daí. Estou mais interessada na jornada emocional, no autoconhecimento, na experimentação de teorias do que em conceitos prontos ou dogmas.
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O FRACIONAMENTO DA REALIDADE por ANA HENRIQUE
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“Esse fracionamento é o modo como nós muitas vezes dividimos nossos atos em pedacinhos desfocados, em possibilidades mudas, em palavras sem significado.”
Fiquei imaginando se o ato da leitura em um e-reader teria o mesmo efeito que aquela miríade de jogos no iPad; você está lendo um capítulo agora e, de repente, se sente tentado a mudar de autor ou de livro, ou a dar uma espiadela na notícia que acabou de ser publicada. Sei que há um debate constante em torno disso e que muita gente discorda, mas até hoje me pergunto se por ser tudo tão fácil e rápido, aquele comprometimento que vem de um contato físico, de uma escolha previamente pensada e planejada não acaba desaparecendo. A lógica seria pensar que a abundância de oferta leva a um sentimento de satisfação e até de confiança, mas, na prática, por transformar tudo em lugar comum, acaba cortando a corda mágica do interesse; afinal de contas de nada vale carregar quinhentos livros na bolsa se você não consegue se concentrar em nenhum. Hoje eu acredito que isso faça parte de um fenômeno de escala global que caminha e amadurece paralelamente à nossa geração. Eu penso nele como um fracionamento da nossa existência diária, um despedaçar das nossas palavras e atitudes, uma série de desdobramentos e curvas pelas quais passamos e nas quais é tão
fácil se perder. Esse fracionamento é o modo como nós muitas vezes dividimos nossos atos em pedacinhos desfocados, em possibilidades mudas, em palavras sem significado. É também a facilidade com que deixamos algo por terminar, e a relutância com que nos entregamos às nossas escolhas, ao sim ou ao não definitivo, preferindo flutuar no mar do talvez. É, acima de tudo, a dificuldade de achar um foco. Acredito que o compartilhamento descontrolado em redes sociais de todo e qualquer evento, imagem e pensamento também esteja ligado a esse fenômeno. Somos a platéia de um palco que exibe atrações tão transitórias que não se deixam ser absorvidas, quiçá admiradas ou refutadas, e sobre nós rege um impulso, uma vontade (que se acredita) despretensiosa de fazer parte ou de ser alguém diante da enxurrada de informações sonoras e visuais que nos é apresentada, mesmo que através dela naveguemos quase que cegamente. Fica difícil entender se esse fracionamento teve início com a ascensão da internet como principal meio de comunicação, ou, quem sabe, muito antes, durante o processo de transformação conhecido como Revolução Industrial, ao longo do qual indivíduos viraram operários e a manufatura deu lugar à produção em massa de bens para consumo. Na verdade, fica difícil e talvez seja irrelevante. É possível que esse padrão de comportamento seja uma reação natural à realidade que nos cerca e com a qual nós – mesmo que de forma relutante – nos cercamos, alimentando seu ritmo super acelerado na tentativa de evitar atropelamentos. O fato é que, nesse ritmo, se torna cada vez mais difícil absorver o que nos é oferecido de uma forma que leve a questionamentos mais profundos, e, como contraposto a essa dinâmica leviana, resta apenas a convicção de que encontrar um caminho sólido no meio de tantas sombras fugidias requer muita reflexão, esforço e perseverança.
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O Fracionamento da Realidade
Certo dia, ao embarcar no metrô em direção ao aeroporto, reparei que o passageiro sentado ao meu lado carregava um iPad no colo, foi então que o brilho colorido da tela me ganhou e eu passei a observar o que ele estava fazendo. A princípio, fiquei impressionada com a quantidade de jogos disponíveis: jogos de carta, jogo da memória, de dominó, de palavras, de encaixar pecinhas, de explodir pecinhas, uma infinidade de opções, entretanto notei também que o dono do tablet nunca completava um jogo. Escolhia um por dois ou três minutos e depois simplesmente o deixava de lado pra começar outro. Aquela dinâmica de insatisfação me deixou confusa e – passados dez minutos – tive que fechar os olhos para ignorar o colorido e tentar pensar na vida.
METRIC FOTOGRAFIA: LE+GUI ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: GUILHERME GOES PRODUÇÃO: LE+GUI E MARCELO NOCETTI BELEZA: VANESSA NETO MODELO: SOFIA PISANI @ DN MODELS
Skate - Siebert Woodcraft Surfboards
Colar e Anel - Coletivo Volver Colar - ColetivoSurfboards Volver Skate - Siebert Woodcraft
Skate - Siebert Woodcraft Surfboards
Skate - Siebert Woodcraft Surfboards
Colar - Coletivo Volver
LE + GUI
Mostra
florianópolis, SC, brasil
FALE UM POUCO SOBRE VOCÊS E SEUS TRABALHOS. LE+GUI é a assinatura recente para nosso trabalho como Le Cechetto e Gui Amaral. Resolvemos nos apresentar como dupla, pois sempre planejamos e executamos nossos projetos em conjunto. A vontade de produzir fotografias relacionadas à moda existe desde os tempos de faculdade - mais ou menos 5 anos atrás - porém, durante esse período, não nos sentíamos seguros para colocar estas ideias em prática. Com estes anseios, buscamos aprimorar nossos conhecimentos através do estudo técnico da fotografia, e da pesquisa por referências, o que nos levou também ao envolvimento com profissionais da área, em projetos que nos deram uma base experimental.
QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? As inspirações são muitas, e estão em constante mudança. Talvez algumas das mais presentes no momento sejam Giorgos Lanthimos, Guy Aroch e Lykke Li.
COMO VOCÊS COMEÇARAM A CRIAR? A partir do momento em que sentimos uma segurança para iniciar nossa produção, começaram a aparecer oportunidades com parceiros (marca, agência, maquiadora) e assim surgiram os dois primeiros trabalhos em que acreditamos.
VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? Sim. Estamos trabalhando em uma série de editoriais com produção própria, para tentar publicar em veículos que nos inspiram e que acreditem no nosso trabalho - como a Cora :)
O QUE INSPIRA VOCÊS? Tudo que a gente vive/viveu nos inspira - comidas, filmes, pessoas, músicas, lugares, arquitetura, culturas...
COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Éramos crianças bem comuns, sem grandes ambições. Nossa única preocupação era brincar. ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Para o futuro, queremos estar nessa busca constante por conhecimento. Estamos começando algo que nos deixa feliz, mas temos muito o que aprender ainda.
CONTATO leandgui@gmail.com www.leandgui.com www.cargocollective.com/mnla
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SPRAWA
FOTOGRAFIA: NATHALIA TAKEUCHI PRODUÇÃO: PAULA FRANCHI E GERMANA LÓPES (COLETIVO VOLVER) BELEZA: JEANMICHEL BATTIROLA MODELO: DÉBORA ROSSETTO
Colar - Coletivo Volver
Colar - Coletivo Volver
Colar - Coletivo Volver
Colar - Coletivo Volver
Colar - Coletivo Volver
Colar - Coletivo Volver
Colar - Coletivo Volver
NATHALIA TAKEUCHI 22, florian贸polis, SC, brasil
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COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR? Eu comecei a me interessar por fotografia com uns 16 anos e quando ganhei minha primeira câmera fazia auto-retratos ou tirava fotos das minhas irmãs para aprender. Até eu ir para Londres estudar fotografia na London College of Comunication eu levava a fotografia como um hobby, mas hoje em dia não me vejo fazendo outra coisa e quero aprender mais e mais. O QUE TE INSPIRA? A natureza e as cores me inspiram muito. Eu também sou muito apegada à minha infância e tiro várias inspirações das minhas memórias. QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? Não tenho muitos artistas preferidos e não sou de gravar o nome dos artistas que eu gosto, mas eu amo as fotos em filme da Rinko Kawauchi e o estilo sonhador que ela transmite através de composições e uso de luz. Eu também adoro o trabalho do fotógrafo Erwin Blumenfeld, pelas experimentações que ele fazia e pelas suas fotos impactantes. COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Quando era bem pequena minha família fala que eu era toda serelepe e amava dançar, mas depois fui ficando mais quietinha. Eu sempre adorei ouvir música e tinha algumas específicas que sempre me faziam chorar, não sei por que! Nunca pensei muito no que eu queria ser, mas acho que se me perguntassem na época eu falaria que gostaria de ser cantora. ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Não sei aonde eu vou estar morando, mas eu me vejo feliz, trabalhando e viajando bastante com as pessoas que eu amo. VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? Agora eu estou fazendo meu projeto de conclusão de curso da universidade que vai ser uma revista feminina e vai sair na metade do ano que vem.
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Mostra
CONTATO nathaliatakeuchi@gmail.com www.nathaliatakeuchi.com www.facebook.com/nathaliatakeuchiphotography
FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E SEU TRABALHO. Meu nome é Nathalia Takeuchi, tenho 22 anos e sou de São Paulo mas moro em Florianópolis há 10 anos. Estou quase me formando em design gráfico mas nunca me vi trabalhando com design. Eu amo a fotografia pela liberdade que ela me dá para criar o que quiser e a sensação de ter a imagem final depois de todo o planejamento com a equipe é muito boa. Eu trabalho principalmente com fotografia de moda e com a minha irmã gêmea Andréia Takeuchi que também é fotógrafa.
Indústria de muitos
INDÚSTRIA DE MUITOS
OS NOVOS PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DIGITAL SOMADOS À FACILIDADE DE ACESSO À INFORMAÇÃO E À DEMOCRATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO SÃO
DE A NOVA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL. por CLÁUDIA BÄR
Indústria de muitos
INDÍCIOS DO QUE MUITOS TEÓRICOS CHAMAM
“Meu nome é Cláudia Bär, sou designer de produto e (em breve) especialista em inovação. Desde criança sempre tive contato com as artes. Minha mãe, desenhista nata e meu pai, pesquisador, sempre com a sua câmera em mãos. Não foi à toa que escolhi o design como porta-voz das minhas ideias, pois é o casamento perfeito entre o pensar e o fazer. Foi dessa combinação que, em meio à pesquisas, tive a ideia de trazer para Santa Catarina o primeiro Fab Lab profissional do Estado. No futuro eu espero que este laboratório seja um ponto de encontro para toda a comunidade e as empresas e que cada vez mais as pessoas possam criar com o coração.”
Indústria de muitos
Ultimamente, fala-se muito dos novos processos de fabricação digital e o quanto estas ferramentas, cada vez mais simples e baratas, fortalecem o Movimento Maker (criador) formado por aqueles que têm interesse em produzir as suas próprias coisas. Se voltarmos no tempo, perceberemos que algo muito similar aconteceu na década de 1970, quando entusiastas montavam seus próprios computadores e reuniam-se para trocar informações em feiras ou até mesmo na garagem de casa. Foi daí que surgiram grandes empresas como a Apple. Porém, o maior destaque deste período foi o barateamento dos componentes, o que resultou no surgimento dos primeiros computadores pessoais, algo impensável até então.
E se naquela época nunca ninguém imaginou que ter um computador em casa seria algo imprescindível, o mesmo pode valer para algumas tecnologias que hoje temos ao nosso alcance. Impressoras 3D, máquinas de corte a laser, fresadoras e uma série de outras ferramentas, somadas à facilidade de acesso à informação e à democratização do conhecimento, são apenas alguns dos indícios do que muitos teóricos chamam de A Nova Revolução Industrial. Com apenas um clique encontramos uma série de vídeos e tutoriais nos ensinando a reproduzir e criar praticamente todo tipo de coisa. Mais alguns cliques e podemos prototipar nossas ideias, e em meio a erros e acertos, produzirmos nossos próprios produtos.
DIVULGAÇÃO
Peças de alta costura criadas por Iris Van Herpen
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DIVULGAÇÃO
Casa Fab Lab em Barcelona
Depois, tudo o que você aprendeu deverá ser documentado e compartilhado com os outros labs. Você também pode acessar o que as pessoas estão fazendo no Fab Lab de Sevilha, por exemplo, e dar a sua contribuição. O compartilhamento do conhecimento e o design aberto são dois dos pilares que sustentam a rede, juntamente com os processos de fabricação digital, projetos de inclusão social e democratização do uso de tecnologias.
“Os Fab Labs* disponibilizam não apenas o maquinário e os eletrônicos, mas toda DIVULGAÇÃO
a estrutura necessária para tirar seus projetos da gaveta.”
Makers em ação no Fab Lab de Amsterdam
No Brasil temos dois Fab Labs em ação: O Fab Lab São Paulo, que faz parte da USP; e o Garagem Fab Lab, destinado a profissionais empreendedores, estudantes, amadores e empresas. Os Fab Labs brasileiros contam com o apoio da Associação Fab Lab Brasil, que quer divulgar a ideologia da rede e auxiliar as pessoas à criarem os seus laboratórios. Não por menos cidades como Curitiba, Recife, Porto
Alegre, Rio de Janeiro e Florianópolis estão desenhando os seus. Tanto para as empresas como para a comunidade, os Fab Labs podem ser vistos como um laboratório de criatividade, de aprendizado, de experimentação e de inovação, como também a oportunidade de tirar as ideias da gaveta e criar com o coração. O espírito entusiasta dos anos 70 está de volta!
* A rede Fab Lab foi criada por Neil Gershenfeld, diretor do Centre of Bits and Atoms do MIT.
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Indústria de muitos
E não pense que falta de espaço ou aptidão é um fator limitador! Makerspaces (espaços de criação) como a rede Fab Lab permitem que pessoas comuns, como eu e você, tenham acesso a todo tipo de ferramenta e coloque a mão na massa. Com mais de 200 laboratórios espalhados pelo mundo, os Fab Labs* disponibilizam não apenas o maquinário e os eletrônicos, mas toda a estrutura necessária para tirar seus projetos da gaveta. A ideia é que você participe ativamente de todo o processo e possa contar com a ajuda de gurus quando necessário.
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FOTOGRAFIA: ANDRÉIA TAKEUCHI ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: NATHALIA TAKEUCHI E ANDRÉ LUCAS PAES PRODUÇÃO: PAULA FRANCHI E GERMANA LÓPES (COLETIVO VOLVER) BELEZA: JEAN MICHEL BATTIROLA MODELO: JULIANA SCHMIDT @ DN MODELS
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Macacรฃo - Original Kids Sandรกlia - Arezzo
Blazer - Original Kids Sandรกlia - Arezzo
Vestido - Original Kids Colar - Volver
Macac達o - Original Kids
Camisa - Original Kids Sandรกlia - Arezzo
Camisa - Original Kids Shorts - Acervo Sandรกlia - Arezzo
Mostra
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ANDRÉIA TAKEUCHI FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E SEU TRABALHO. Meu nome é Andréia Takeuchi, sou fotógrafa e (quase) formada em Design Gráfico. Sou a criadora e editora da Revista Cora, meu projeto de conclusão de curso. Apesar de estar me formando em Design, trabalho com fotografia de moda em uma Agência e Editora chamada Catarina. COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR? Sempre gostei de desenhar e pintar. Na adolescência passava horas olhando fotografias na internet, encantada. Aos 18 comecei a bricar com a câmera semi-profissional da minha irmã para aprender como ela funcionava. Até então, tirava fotos minhas e de coisas ao meu redor. Eram fotos conceituais que eu imaginava e colocava em prática. A evoluação dos auto-retratos para fotos de moda aconteceu quando passei dez meses morando em Los Angeles para estudar na UCLA em 2011/2012. Eu estudava Design na universidade mas passava todo o meu tempo livre pensando e organizando ensaios com modelos, maquiadores e stylists. Isso me mostrou como o mercado funciona e abriu portas para que quando eu voltasse ao Brasil pudesse começar a carreira de fotógrafa. O QUE TE INSPIRA? Conhecer pessoas apaixonadas pelo o que fazem, mesmo que não seja na área artística, me fascina. Quando vejo os outros motivados me motivo muito. Adoro ver e conhecer o processo de criação de outros fotógrafos, me dá vontade de testar coisas novas no meu próprio trabalho. Viajar e ver lugares novos também me inspira muito.
QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? Não sou boa com nomes mas, de cabeça, adoro o trabalho do fotógrafo Charlie Engman que trabalha com experimentações, o trabalho da fotógrafa Elizaveta Porodina, que sempre me surpreende pela beleza e surrealismo. Também adoro as fotos da Camilla Akrans, seu estilo cromático e feminilidade nas imagens. COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Eu adorava brincar com a minha irmã no quintal com nossos mil bichos. Já tive cabritos, codornas, galinhas, cachorros, gata e coelho. Eu era muito sonhadora e imaginativa. Uma vez subi no pé de jabuticaba e juro que vi uma fada. Juro mesmo! Bem pequena eu queria ser dentista ou veterinária, mas quando fui crescendo queria ser arquiteta. ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Tanta coisa mudou nos últimos cinco anos que é difícil pensar onde me vejo daqui dez. Mas com certeza me vejo feliz, continuando a trabalhar com o que amo, crescendo e aprendendo profissionalmente e pessoalmente e viajando bastante. VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? Meu foco tem sido a criação da Cora mag. Depois da primeira edição, espero poder continuar com o projeto e fazer cada vez mais trabalhos autorais e colaborativos. É o que mais gosto! CONTATO andreiatakeuchi@gmail.com www.andreiatakeuchi.com www.facebook.com/andreiatakeuchi
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Mostra
22, florianópolis, SC, brasil
Original Kids
ORIGINAL KIDS NOVOS VALORES E SIGNIFICADOS PARA A MODA GERANDO IMPACTO SOCIAL POSITIVO NA VIDA DE CRIANÇAS.
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FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ. Meu nome é Carolina Reich Corseuil e eu sempre me interessei por diferentes áreas de criação e suas relações em diferentes contextos sociais e culturais. Estou terminando a faculdade de Arquitetura e Urbanismo na UFSC, mas tranquei o curso duas vezes para estudar outros assuntos que despertam minha curiosidade. Tive a oportunidade e ir para São Paulo estudar Direção de Arte para cinema, fiz um curso de moda e design na Central Saint Martins em Londres e um intercâmbio em Nova Iorque para estudar Arte Contemporânea e Estudos de Cinema na NYU. Ter uma visão geral de diferentes áreas foi um processo importante para a concepção e desenvolvimento da idéia. O QUE É O PROJETO ORIGINAL KIDS? DE ONDE SURGIU A IDEIA PARA O PROJETO? O Projeto Original Kids surgiu do desejo de buscar novas inspirações e significados para a moda. Do processo criativo até a venda das coleções criamos impacto positivo na vida de crianças através da arte. A idéia começou quando estava estudando obras de artistas como Basquiat, Paul Klee, David Shrigley, Picasso, Matisse, todas elas com uma estética que lembra muito a arte infantil. Certo dia em uma galeria ouvi um comentário sobre um quadro de Basquiat: “ Parece que foi pintado pela minha irmã de 3 anos!”. Aquilo me fez refletir ( e rir um pouco). Já foi mais que comprovado que a arte estimula a criatividade, melhora auto-estima, desenvolve o senso estético, a capacidade de refletir e é uma forma de manifestação e interação humana com o mundo. Apesar de tudo isso, é uma disciplina secundária ou até inexistente no sistema educacional, principalmente em instituições de crianças carentes. Como uma disciplina que abre caminhos para as diversas áreas de atuação profissional como a moda, o cinema, a fotografia, artes plásticas, design, entre outros, não é incentivada e levada a sério? Foi ligando estes pontos, problemas e oportunidades que o projeto realmente se estruturou. Acreditando no poder e na beleza da arte criada pelas crianças, encontrei a moda como um canal de grande acessibilidade para compartilhar este olhar, possibilitando não apenas subsídio financeiro para instituições investirem em educação, mas também uma forma de incentivar o envolvimento artístico de crianças carentes. Reuní um grupo de amigos e artistas e começamos a promover oficinas de artes no orfanato Lar Recanto do Carinho em Florianópolis. A vontade das crianças de participar foi incrível.
COMO FUNCIONAM AS OFICINAS DE ARTE? A PARTIR DAS PINTURAS, COMO SE DÁ O PROCESSO CRIATIVO DE DESENVOLVIMENTO DAS PEÇAS? As oficinas foram organizadas inicialmente por um grupo de pessoas que trabalharam no desenvolvimento do projeto de inúmeras formas, desde a produção das oficinas até as fotografias, filmagem e o design da identidade visual. Rafaela Vieira, Paula Ma, Loic Wirth, Lucas Marcondes, Umbert Danka, Daniel Barcellos, Vinícius Martins, Marcelo de Castro, Diogo Pedro, Paula Franchi, Romullo Barato e o grupo da Aesthetic foram alguns nomes que incentivaram o projeto. Hoje as oficinas são organizadas também por grupos de voluntários. Dividimos os grupos de crianças pela faixa etária, levamos tintas, lápis de cor, papéis coloridos, revistas, telas de pintura e diversos materiais artísticos. Em cada oficina escolhemos uma cartela de cores, um tema e um tipo de material para desenvolver. Os trabalhos são fotografados e passados para o computador. A partir daí nos inspiramos nos desenhos e pinturas para criar diferentes padrões de estampas através da manipulação das imagens. Multiplicamos, alteramos dimensões e cores buscando uma linguagem artística inovadora e exclusiva. Nesta primeira coleção fiz uma parceria com a marca Aesthetic de Florianópolis. 50% da renda é investida em materiais artísticos e educativos e revertidos para as instituições em que atuamos. O processo de desenvolvimento das roupas acontece depois que as estampas estão prontas. Pesquiso formas, tecidos e cores que criam composições diferentes mas que possam ser utilizadas no dia-a-dia. VOCÊ PENSA EM EXPANDIR O PROJETO? O objetivo é expandir o projeto. Neste momento só a coleção de camisetas está a venda, as roupas femininas são peças únicas. Optei por analisar a aceitação do projeto antes de produzir em grandes quantidades. Já recebi inúmeras encomendas e perguntas de pessoas que querem comprar as peças. Por esta razão em 2014 a idéia é produzir novas peças, colocar em diferentes pontos de venda e criar uma loja virtual, assim como novas parcerias e coleções que estão por vir. ONDE PODEMOS ENCONTRAR OS PRODUTOS? Hoje é possível comprar camisetas masculinas e femininas nas duas lojas da Aesthetic em Florianópolis e na loja virtual da marca. Rua Alves de Brito, 141, Loja 04 - Centro www.aesthetic.art.br www.facebook.com/originalkidsok
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Original Kids
REALIZAMOS UMA ENTREVISTA COM A CRIADORA DO PROJETO ORIGINAL KIDS, MARCA DAS PEÇAS UTILIZADAS NO EDITORIAL COLOR DIPPED.
Coletivo Volver
COLETIVO VOLVER
A MULTIDISCIPLINARIDADE COMO FERRAMENTA NA HORA DE CRIAR COM AS PRÓPRIAS MÃOS.
Paula Franchi, 25 anos, arquiteta e Germana Lópes, 23, designer de moda, encontraram-se em 2010, em uma oficina de figurino. Logo perceberam muitos gostos e interesses em comum: cinema, arquitetura, design, artes plásticas, cores, texturas, tecidos, brechós e handmade. Deste encontro nasceu uma amizade e um coletivo, e a vontade de compartilhar tudo isso.
O Coletivo Volver surgiu em meados de 2012 a partir do desejo que ambas tinham de produzir, criar as próprias oportunidades e fazer com as próprias mãos. Uma, era então estudante de moda e a outra, de arquitetura. Dois olhares distintos com o mesmo interesse em experimentar, criar e manipular.
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Coletivo Volver Desde então o Coletivo vem desenvolvendo projetos em direção de arte, figurino, moda e design. Dentre muitas coisas o trabalho se inspira no conceito de ressignificação, partindo da reutilização de materiais. Descontextualizar e recontextualizar é um gesto que se manifesta nas diversas produções. Inicialmente o Coletivo pretendia atuar mais na área de produção de moda e direção de arte, trabalhando paralelamente com o design. Ainda hoje, elas desenvolvem figurinos, cenários e editorias, porém a resposta aos acessórios, desenvolvidos artesanalmente por Paula e Germana, foi tão positiva, que hoje em dia, é o que lidera as atividades do Coletivo. Tendo como matéria prima pedaços de madeira descartados nas marcenarias da cidade, criam-se peças artesanais, modeladas e pintadas uma a uma. Dando forma e cor a um material nobre - madeiras como canela, imbuia e cedro, que a princípio iriam parar no lixo -, desenvolvem peças únicas. Os acessórios são comercializados via internet, o que possibilitou que pessoas de diversos estados, como em Recife, Brasília, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, e Goiânia, tivessem acesso às peças. Presencialmente o Coletivo já esteve em bazares em São Paulo, e também no desfile da Casa de
Criadores, em parceria com a marca Gralias. Planejam ainda levar a marca para eventos no Rio de Janeiro e Curitiba, assim como estabelecer pontos de venda físicos em lojas que tenham uma identificação com o perfil e conceito da marca. Ambas veem a multidisciplinaridade como uma ferramenta eficaz na hora de projetar. Do mesmo modo, acreditam que a diversidade de pessoas e suas respectivas experiências agregam muito ao trabalho, por isso, buscam realizar produções colaborativas, em que a troca de experiências entre as pessoas seja fator determinante para dar vida a criações únicas de diversas naturezas. Para o futuro, o objetivo do Coletivo é expandir o conceito de ressignificação a partir do reuso de materiais para outras áreas, como design de objetos, móveis e roupas. Porém, o objetivo maior é continuar trabalhando num ritmo em que possam dedicar tempo e atenção especial a cada peça, mantendo assim, a essência que deu origem ao Coletivo Volver.
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MARIA TABAROA FOTOGRAFIA: RENATA CECHINEL
ASSISTENTE DE FOTOGRAFIA: MURILO PRÉVE MODELO: NICOLE TALAMINI
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Mostra
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RENATA CECHINEL FALE UM POUCO SOBRE VOCÊ E SEU TRABALHO. Costumo dizer: Eu sou uma jovem senhora ou uma pequena travesti! Sou o resultado de todas as minhas inspirações e reflexões pessoais. Minha fotografia é um conjunto de tudo o que gosto e acredito. Trabalhar com segmentos da arte propõe isso, exteriorizar o que é interno, talvez seja por isso que pratico o autorretrato constantemente como forma de expressão. “Jeanne: Diga Modigliani, como um homem cego pinta? Modigliani: Pinta aquilo que ninguém vê!”
Eugenio Recuenco, Guy Bourdin e clássicos como Helmut Newton e Richard Avedon. Na música costumo ser muito eclética, gosto de música popular e instrumental – da erudita ao jazz, samba, salsa e tango. Gosto do espírito teatral dos grandes musicais de cabaré, no Brasil encontro Dzi Croquettes como grande referência. Para finalizar, não posso esquecer da dupla Luiz Fernando Carvalho e Raimundo Rodriguez, diretores responsáveis por obras brasileiras como Hoje é dia de Maria, A Padra do Reino e Capitu, verdadeiras referências nacionais, enriquecem meu espírito.
COMO VOCÊ COMEÇOU A CRIAR? Desde pequena era fascinada por estudar cultura, arte e história, mas na fotografia, tudo começou quando eu tinha 14 anos e fui fotografada pela primeira vez. Gostei tanto que passei a chamar meu melhor amigo para fazermos “ensaios”, tudo muito amador, com lençol e cyber-shot. Nós sempre escolhíamos um tema, este podia ser um filme, uma música, uma década, enfim, sempre gostei de tematizar os ensaios.
COMO VOCÊ ERA QUANDO CRIANÇA? O QUE QUERIA SER? Uma verdadeira tagarela, queria ser um X-Men. Pouco tempo depois conheci os musicais e então sonhava em ser atriz e dançarina, como nos clássicos filmes americanos. Ainda hoje me pego em frente ao espelho imitando Ginger Rogers e Judy Garland.
O QUE TE INSPIRA? Em geral, expressões sinceras e originais, mas confesso que também tenho uma veia um pouco feminista, grandes mulheres e personagens me inspiram muito, como Coco Chanel, Frida Kahlo, Marlene Dietrich, Maria Bethânia, Scarlett O’hara de “E o Vento Levou”, entre muitas outras. QUEM SÃO SEUS ARTISTAS PREFERIDOS? Tenho uma lista grande. Sou diretamente inspirada por artistas que abordam temas clássicos e possuem espírito teatral e surreal. Adoro os pré-rafaelitas como John William Waterhouse e Alma Tadema. Os artistas Nouveau e Déco, como Klimt e Erté – respectivamente – me chamam muito a atenção pelo orientalismo. No cinema gosto de diretores como Luis Buñuel e Ingmar Bergman por abordarem questões sociais e psicológicas. Na fotografia, minha grande referência é Tim Walker, mas sou fascinada também por
ONDE VOCÊ SE VÊ DAQUI 10 ANOS? Difícil prever, onde não sei, mas só tenho uma certeza: serei mais inteligente que hoje, por uma questão de acúmulo de experiências. VOCÊ TEM PROJETOS EM ANDAMENTO? Sim. Além de projetos fotográficos, existe o Apagu Brechó, uma iniciativa de (e para) quem gosta de moda, comportamento, expressão e arte em geral. Apagu vem de “A Pagu”, ela, Patrícia Galvão, musa do Movimento Antropofágico, símbolo de força, luta cultural e criatividade. O Apagu Brechó tem como principais objetivos a moda sustentável, a valorização da criatividade e expressão através do que chamamos de Hi-lo e a fortificação de uma identidade com foco na História da Arte Brasileira. CONTATO contato@renatac.com www.facebook.com/renatacechinelfotografia
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Mostra
24, florianópolis, SC, brasil