4 minute read

COMUNIDADE

Next Article
PORTUGAL

PORTUGAL

‘LABOUR DAY’

‘Labour Day Parade’ regressa a Toronto e completa 150 anos

Advertisement

Trabalhadores voltaram a marchar no centro da cidade esta segunda-feira

MÁRZIO LORENZO

Apesar de ser associado a atividades de lazer, o ‘Labour Day’ é na sua essência um feriado para homenagear os trabalhadores. E foi isso mesmo que aconteceu esta segunda-feira, dia 5 de setembro. Uma multidão de pessoas esteve no centro de Toronto para prestar tributo à força de trabalho canadiana, na 150.ª edição da ‘Labour Day Parade’.

O desfile, que já não acontecia há dois anos por causa da pandemia, contou com a presença de vários líderes sindicais, a par de figuras políticas. Destaque para a participação do luso-canadiano Jack Oliveira, ‘business manager’ da LiUNA Local 183, que sublinhou que a mensagem do ‘Labour Day’ deste ano “é muito importante”.

“Ao fim de dois anos a trabalhar em frente ao computador, é bom estarmos aqui outra vez, em carne e osso, para podermos falar, desfrutar. É um dia em que estamos aqui em solidariedade com os trabalhadores e a mostrarmos que os sindicatos existem. É um dia importante, que começou há 150 anos. Espero que daqui a 150 ainda cá esteja e em melhores condições”, realçou o líder sindical.

A marcha trabalhista nas ruas de Toronto é importante para os sindicatos e os trabalhadores. Depois de dois anos de Covid-19 – com um ano de Dia do Trabalho virtual e um segundo ano de Dia do Trabalho sobre rodas – as pessoas voltaram às ruas em grande número.

Também a Carpenters’ Union Local 27 esteve presente, lembrando a importância dos sindicatos e salientando o aumento do salário mínimo: “É sempre difícil conseguirmos aumentos salariais e nunca é suficiente”, começou por referir Mark Lewis, conselheiro geral da Local 27, ao Correio da Manhã Canadá.

“Mas, este ano, os membros dos Carpenter’s de toda a província uniram-se. Conseguimos bons aumentos, de dois dígitos. E não se trata de caridade. Os empregadores sabem que os

A marcha trabalhista nas ruas de Toronto é importante para os sindicatos e os trabalhadores. A LiUNA Local 183 não deixou de estar presente

Jack Oliveira e Carmen Principato juntos na parada. Presentes no desfile, também os membros da LiUNA Local 506 deram conta das conquistas relacionadas com o salário mínimo

nossos membros sabem produzir. Quando estão nos estaleiros de obra, são uma força de trabalho excelente. Qualquer pessoa, de qualquer contexto, se estiver à procura de uma carreira, não há que enganar: deve pertencer aos Carpenter’s”, sublinhou Lewis.

Presentes no desfile, também os membros da LiUNA Local 506 deram conta das conquistas relacionadas com o salário mínimo.

“A grande novidade deste ano foi o aumento do salário mínimo. Graças a Deus, daqui a três anos vai acontecer o mesmo. Mas nunca estamos satisfeitos, vamos sempre fazendo o melhor que podemos pelos nossos sócios”, disse ao Correio da Manhã Canadá Tony do Vale, tesoureiro da LiUNA Local 506.

De notar que, de acordo com as estatísticas mais recentes da Associação de Conselhos de Compensação dos Trabalhadores do Canadá, em 2019, 925 mortes no local de trabalho foram registadas no país. 882 eram trabalhadores do sexo masculino e 43 eram do sexo feminino.

O sindicato Local 30 afirma que apesar de alguns avanços há ainda muito trabalho a fazer: “Continuamos a precisar de mais segurança nos locais de trabalho e de um maior controlo das licenças”, referiu o ‘business manager’ da Local 30, Art White.

Também o presidente da Câmara de Toronto, John Tory, marcou presença na ‘Labour Day Parade’. Ao Correio da Manhã Canadá, sublinhou que “toda a gente tem de ser tratada com respeito”.

“E isso não significa apenas tratar as pessoas com respeito no dia a dia, mas sim compensá-las com subsídios, etc. Isto é uma parceria. Nenhuma empresa ou pessoa consegue trabalhar sozinha, incluindo o presidente da Câmara. Eu tenho de trabalhar todos os dias com pessoas sindicalizadas, que fazem e fizeram um ótimo trabalho por nós durante a pandemia, foram heróis”, concluiu o autarca. l

“Ao fim de dois anos a trabalhar em frente ao computador, é bom estarmos aqui outra vez, em carne e osso, para podermos falar, desfrutar. É um dia em que estamos aqui em solidariedade com os trabalhadores e a mostrarmos que os sindicatos existem. É um dia importante, que começou há 150 anos. Espero que daqui a 150 ainda cá esteja e em melhores condições”

Jack Oliveira, ‘business manager’ da LiUNA Local 183

Art White, gerente de negócios da Local 30

Mark Lewis, conselheiro geral da Local 27

This article is from: