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EMPRESAS | APOIOS NA SEXTA-FEIRA

As medidas de apoio às empresas afetadas pela subida dos preços das matérias-primas só serão conhecidas na próxima sexta-feira, após a reunião do Conselho de Ministros da Energia da União Europeia, onde deverá ser aprovada a reforma do mercado da eletricidade.

MEDIDAS ANTI-INFLAÇÃO

Pacote de apoios dá 125 € poradulto

LIMITE r Apoio destina-se aos cidadãos que tenha rendimentos mensais inferiores a 2700 euros brutos FILHOS r Crianças e jovens dependentes até aos 24 anos são alvo de outra medida: vão receber uma verba de 50 euros

Opacote do Governo contra a inflação vai dar um apoio financeiro de 125 euros a todos os contribuintes e beneficiários de prestações sociais, como os desempregados, que tenham rendimentos inferiores a 2700 euros brutos por mês. O anúncio foi feito ontem pelo primeiro-ministro, António Costa, no final de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros, em que foi aprovado o conjunto de medidas de apoio às famílias para fazer face à subida do custo de vida.

Outra medida anunciada pelo chefe do Executivo abrange também os filhos dependentes: cada criança ou jovem até 24 anos receberá 50 euros. Assim, como exemplo, uma família com dois filhos em que cada um dos membros do casal ganha menos de 2700 euros brutos por mês –o dobro do rendimento médio mensal no nosso país – receberá um total de 350 euros. Os pensionistas são também contemplados com um bónus mensal (ver página 6).

O apoio financeiro será pago às famílias e aos pensionistas apenas uma vez e será executado, no próximo mês de outubro, através de transferência bancária.

No total, o valor das ajudas para mitigar os efeitos da inflação ascendem a 2,4 mil milhões de euros e abrangem mais de 9,2 milhões de pessoas, dos quais mais de 6,1 milhões dizem respeito a trabalhadores por conta de outrem e beneficiários de prestações sociais, como os desempregados inscritos na Segurança Social.

O pacote anti-inflação está

organizado em dois grandes grupos: famílias e pensionistas. Para cada um destes grupos, o Executivo definiu critérios diferentes para a atribuição da ajuda financeira contra os efeitos do aumento galopante do preço da generalidade dos produtos, como os bens alimentares e a energia.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou ainda ontem o diploma do Governo que estabelece as medidas excecionais de apoio às famílias para mitigar os efeitos

APOIO FINANCEIRO SERÁ PAGO ÀS FAMÍLIAS APENAS UMA VEZ EM OUTUBRO

ANTÓNIO COSTA

‘‘COM O AUMENTO DAS TAXAS DE JURO, ESTAS MEDIDAS SÃO TOMADAS NO MOMENTO CERTO, COM SEGURANÇA”

“ESTE PACOTE DE MEDIDAS NÃO CHEGA TARDE, CHEGA QUANDO EU DISSE QUE CHEGAVA”

“99,9% DOS PENSIONISTAS VÃO RECEBER MAIS MEIA PENSÃO NO PRÓXIMO MÊS DE OUTUBRO”

“O PREÇO DO MERCADO REGULADO SERÁ INFERIOR AO QUE É COBRADO NO MERCADO LIVRE” PRESIDENTE MARCELO JÁ PROMULGOU DIPLOMA COM MEDIDAS DE APOIO

da inflação .n *COM J.M. /T.R.

PSD: “Ilusão com os pensionistas”

u O PSD acusou o Governo de estar mais preocupado em arrecadar impostos do que com as famílias. O pacote “é uma ilusão, não é pôr as famílias em primeiro”, disse o vice-presidente do PSD, António Leitão Amaro. O Governo “esqueceu-se que devia ter defendido primeiro as famílias portuguesas. Os pensionistas ganham zero com esta proposta, face ao que estava na lei”, disse, fazendo notar que a resposta do Executivo foi tardia: “Temos um Governo que age tarde, que faz hoje o que podia ter feito há muitos meses e muito depois do que o PSD propôs desde maio.”n

RODRIGO SARAIVA | “PROPAGANDA”

Olíder parlamentar da Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva, considera que as medidas mostram que “a montanha pariu um rato” e acusou o executivo socialista de “propaganda” e incompetência. “Depois destes dois dias de pré-anúncios do que vinha aí, a montanha pariu um rato, é a conclusão que se tira”, diz. COSTA | ACELERAR ACORDO O PRIMEIRO-MINISTRO DIZ QUE QUER “ACELERAR” O PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO DO ACORDO PARA A COMPETITIVIDADE DOS RENDIMENTOS COM OS PARCEIROS SOCIAIS. ANDRÉ VENTURA | “UMA OFENSA”

Opresidente do Chega, André Ventura, considerou que o plano para mitigar os efeitos da inflação é “vazio e tardio” e que as medidas anunciadas pelo Governo constituem “migalhas” em comparação com o aumento do custo de vida. “Uma fraude e uma ofensa às famílias. Não tem nenhuma repercussão na vida real das pessoas”, diz.

Pacotedeapoiosdá125€ por adulto

António Costa anunciou que o pacote de apoio às famílias terá um custo de 2,4 mil milhões de euros

No setor da Habitação os inquilinos mostram-se satisfeitos, os proprietários nem tanto Subida da renda da casa em 2023 fica limitada a 2%

u As rendas de casa não poderão aumentar mais de 2% em 2023. Este foi o limite fixado pelo Governo, para ajudar as famílias a fazerem face ao crescimento galopante da taxa de inflação. Como contrapartida desta decisão política, o Executivo atribuirá aos senhorios uma compensação em sede de IRS e do IRC.

O travão aplicado à atualização das rendas de casa terá um forte efeito no orçamento das famílias, dado que as rendas são atualizadas de acordo com a taxa de inflação. Para o próximo

ano, o aumento da renda, de acordo com a lei, seria de 5,43%, um crescimento acima do limite fixado pelo Governo.

A decisão governamental vai ao encontro das solicitações das associações dos inquilinos e dos proprietários: os primeiros pediram que o aumento fosse limitado, devido ao agravamento que teria nas dificuldades das famílias em fazerem frente ao custo de vida; os segundos deixaram claro que esperavam não ser prejudicados pelo eventual congelamento ou limitação da subida das rendas.n

EXECUTIVO VAI ATRIBUIR COMPENSAÇÃO FISCAL A SENHORIOS NO IRS E IRC

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