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A situação de seca severa e extrema que atinge o país tem obrigado os municípios a adotar medidas para minimizar a falta de água, que passam pela redução de regas de jardins, o uso de água reciclada nas lavagens, a redução de caudais e mesmo por ações e campanhas de sensibilização.

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Os municípios que integram a Grande Lisboa não tencionam cortar no abastecimento às populações, apostando em ações e iniciativas para sensibilizar a população para consumir menos água, procuram reutilizar a água em fontes, lavagens e regas e diminuíram a sua utilização em serviços camarários, destacando-se a rega de espaços verdes: realizadas em menos locais, mais intervaladas e com regas à noite (evitando a evaporação provocada pelo sol).

No concelho de Sintra cerca de 6% das águas residuais são reaproveitadas (a média nacional é 1%) e o objetivo é chegar “rapidamente” aos 15%, refere Basílio Horta, presidente da Câmara à agência Lusa, admitindo ainda que as “fontes ornamentais que não utilizam sistemas de recirculação de água podem vir a ser desligadas”.

Os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Sintra (SMAS de Sintra) têm vindo a dinamizar atividades ambientais através de jogos lúdico-pedagógicos e sensibilizar para temáticas como a recolha seletiva de resíduos alimentares e a poupança de água e integram a campanha “Vamos Fechar a Torneira à Seca”, promovida pelo Grupo Águas de Portugal e pela Agência Portuguesa do Ambiente, que visa sensibilizar para a importância de promover o uso eficiente da água.

Seca severa recomenda uso eficiente da água Caixa Geral de Depósitos

“Os SMAS de Sintra estão fortemente empenhados em contribuir para a pou- encerra agência pança e uso eficiente da água e, nos últimos anos, têm reduzido o volume de do Algueirãoágua não faturada, de 30,9% em 2014 para 18,3% em 2021, estabelecendo a meta dos 15% em 2025”, explicam os serviços municipalizados em nota enviada ao CORREIO DE SINTRA, assegurando que o municipio “está apostado ainda em se assumir como um concelho de referência ao nível do reaproveitamento das águas residuais tratadas, para utilizações como a rega de espaços verdes, lavagem e higienização de con- Encerrou a dependência da Caixa tentores e limpeza e desobstrução de Geral de Depósitos (CGD), na Estrada contentores”. do Algueirão, no Algueirão, uma decisão Recorde-se, os SMAS de Sintra já tomada pela administração do banco, que reaproveitam cerca de 6% da água resi- arrastou mais 23 agências em Portugal, dual tratada nas ETAR do concelho (que denunciou o Sindicato dos Trabalhadores recebem um total de 5 milhões de m3 das Empresas do Grupo da Caixa Geral de de águas residuais), quando a média Depósito (STEC). nacional de cifra em 2%. Uma decisão “inadmissível” concretiDesde outubro do ano passado choveu zado durante o mês de agosto, lamenta a praticamente metade do que seria um Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Marano hidrológico normal, segundo dados tins em comunicado, considerando que [9 de agosto] do Instituto Português do “depois do encerramento da agência da Mar e da Atmosfera (IPMA) o que significa Tapada das Mercês, São Carlos e Estação, que o país se encontra numa situação de a Caixa Geral de Depósitos volta a abanseca severa e extrema que atinge cerca donar a freguesia de Algueirão-Mem Marde 90% do território nacional. tins, deixando apenas uma agência aberta naquela que é uma das maiores freguesias do país, com cerca de 68 mil habitantes”. Segundo a autarquia, “em alternativa, foi-nos indicado que a agência de Mem Martins será reforçada com novos recursos humanos, o que no nosso entender é insuficiente”, pode ler-se no comunicado que considera “inadmissível, desajustada e pouco digna” a decisão de encerramento da agência da CGD no Algueirão. “Tendo em conta a população residente na freguesia, estamos convictos de que esta decisão penalizará de forma muito evidente quem cá reside”, refere a Junta de Freguesia de Algueirão-Mem Martins que se manifestou “veementemente contra esta decisão e continuará a lutar pela reversão desta medida”. O Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD (STEC), assinala que se “desconhecem os motivos” da decisão da administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que levou ao encerramento de mais 23 agências em Portugal continental”. A vontade em “reduzir despesas” carrega a “desvalorização da capacidade da CGD enquanto banco público”, refere o STEC, lembrando que "desde 2012, já houve o decréscimo de 3.300 trabalhadores e o encerramento de mais de 300 agências” da Caixa em Portugal. "Um número avassalador” e a “entrega de ‘bandeja’ de negócio rentável e lucrativo aos bancos privados, perdendo-se, com isto, centenas, ou mesmo milhares, de clientes particulares e empresariais”, pode ler-se.

DR

“Fontes ornamentais que não utilizam sistemas de recirculação de água podem vir a ser desligadas”

O ciclo “Jazz em Monserrate” é a nova proposta da Parques de Sintra, que marca o regresso dos eventos culturais. O evento realiza-se entre 15 e 18 de setembro, ao cair da noite, no relvado do Parque de Monserrate.

Ociclo “Jazz em Monserrate” é a nova proposta da Parques de Sintra, que marca o regresso dos eventos culturais. O evento realiza-se entre 15 e 18 de setembro, ao cair da noite, no relvado do Parque de Monserrate.

O “Ciclo de Jazz” estreia-se com um cartaz que conta não apenas com nomes consagrados, mas também com jovens artistas, que vão proporcionar ao público uma viagem pelas diversas correntes do jazz português contemporâneo, numa demonstração de originalidade e de efervescência criativa. “São concertos que constituem uma experiência cultural diferenciadora, tirando partido do diálogo entre música, património e natureza”, explica a Parques de Sintra, ao Jornal CORREIO DE SINTRA.

O ciclo abre a 15 de setembro com “O que já importa”, que tem na guitarra de Afonso Pais e um trio de vozes em coro (João Neves, Nazaré da Silva e Maria Luísa) e a secção rítmica com João Hasselberg, no baixo, e João Pereira, na bateria.

No dia seguinte, com Tomás Marques Quarteto, vencedor do Prémio Jovens Músicos em 2019, é o saxofone que está em evidência. Tomás Marques, apresenta-se com Samuel Gapp no piano, Rodrigo Correia no contrabaixo e Diogo Alexandre na bateria.

A 17 de setembro, a irreverência de “Dianho”, do guitarrista e compositor André Fernandes, andará à solta em Monserrate, acompanhado dos saxofonistas José Pedro Coelho e João

“Ciclo de Jazz” no relvado do Parque de Monserrate

Mortágua; do contrabaixista Francisco Brito; e do baterista João Pereira.

No dia 18 de setembro, ‘Mário Laginha Trio’ fecha com chave de ouro o ciclo “Jazz em Monserrate”. O pianista e compositor Mário Laginha conta com a cumplicidade de Bernardo Moreira, no contrabaixo, e de Alexandre Frazão, na bateria, também eles músicos consagrados.

Os bilhetes podem ser adquiridos em www.parquesdesintra.pt ao preço de 15 euros por concerto ou de 51 euros para o ciclo completo. Incluem a visita livre ao Parque e Palácio de Monserrate, que abre portas às 18h30, com início dos concertos às 19h30.

De Aldeia em Aldeia

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Entre dois grandes aglomerados populacionais, como é o caso da Rinchoa e de Mem Martins, encontra-se esta pequena pérola no coração do concelho de Sintra. O seu nome é Meleças, e parece derivar do latim vulgar "mellitia", que designava algo relativo ao mel.

Não sabemos se, em tempos, por aqui houve produção de mel, mas esta aldeia parece ter uma certa tendência gastronómica. Note-se que existe a menção nos antigos dicionários de Língua Portuguesa, ao "Pão de Meleças", uma qualidade de pão muito fofo e fino fabricado nos arredores de Lisboa, provavelmente aqui, embora hoje já pouco ou nada reste dessa tradição e desse sabor. Sabemos, contudo, que pelo menos desde o século XVIII esta era uma terra de semeadura de trigo, cevada e de algum milho.

A história de Meleças é, contudo, mais antiga do que a nacionalidade portuguesa. Achados arqueológicos sustentam que este local terá sido uma villa romana, um conjunto de estruturas de exploração agrícola, base do mundo rural romano. Os mesmos vestígios arqueológicos sustentam uma continuidade de ocupação islâmica e após a reconquista cristã. Sabemos pela documentação patente do Arquivo Nacional Torre do Tombo que, em 1158, D. Afonso Henriques doou uma herdade em Meleças ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, a mais importante casa monástica de Portugal à época. Esta quinta foi-se tornando um local de vilegiatura para os Priores-Mores deste mosteiro que, quando vinham a Lisboa aproveitavam para pernoitar neste local. A quinta era, por isso, arrendada ao longo dos anos, a vários foreiros nas proximidades que pagavam por ela em géneros como pão, aves, carneiros, porcos ou palha. Para além desta quinta, o mosteiro possuía ainda oito azenhas na ribeira de Meleças, também elas arrendadas.

Segundo a Corografia Portugueza, de António Carvalho da Costa, sabemos que Meleças, durante o século XVII, já ficava na Estrada de Sintra e Colares, e possuía duas quintas. Durante o terramoto de 1755, a zona de Meleças não sofreu grandes efeitos nefastos. Através do relato do Prior de Belas, João Crisóstomo, datado de 1758, sabemos que no século XVIII existia aqui uma feira franca no 3º e 4º domingo de outubro. De notar que, nesta época, este território pertencia à freguesia de Belas e à comarca de Torres Vedras. A partir de 1835, Meleças seria integrada no concelho de Belas. Nesta época, esta aldeia era constituída por 4 casas. Contudo, cerca de 20 anos depois, em 1855, o concelho de Belas seria extinto, passando esta aldeia para a jurisdição do município de Sintra.

Desde 1887, aquando da inauguração da Linha dos Caminhos de Ferro do Oeste, que os comboios passam por esta aldeia. Contudo, só em 2004, precisamente 117 anos depois, é que os comboios passaram a parar na estação de Mira-Sintra/Meleças, servindo esta população. De facto, em Meleças já não existem apenas 4 casas, como em 1839, sendo atualmente um aglomerado habitacional com várias dezenas de habitações. Hoje, Meleças é um polo de educação no concelho de Sintra e, do ponto de vista turístico, possui uma oferta de alojamento local de elevada qualidade.

Veja Mais sobre as Aldeias de Sintra em www.hortaejardim.blogs.sapo.pt. 

Meleças: a romana

Roteiro bio-cultural em São João das Lampas

Realiza-se no dia 24 de setembro, pelas 09h15, mais um Roteiro Bio-Cultural: “São João das Lampas- História de uma ruralidade”. A iniciativa promovida pela Câmara de Sintra, é composta por um percurso pedestre realçando as formas encontradas pela população ao longo dos tempos, para aproveitar da melhor forma o recurso da água, numa localidade rural.

O roteiro bio-cultural contará também com participação dos SMAS de Sintra, com a realização de workshops e jogos de cariz ambiental que terão lugar no Parque Central de São João das Lampas, entre as 10h00 e as 16h30. Estas atividades de participação gratuita destinam-se ao público em geral e famílias e têm por objetivo “dar a conhecer a biodiversidade da região sintrense”.

A rota terá um percurso de seis quilómetros e conta com o acompanhamento de técnicos da autarquia e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas-Parque Natural Sintra Cascais (ICNF-Parque Natural Sintra Cascais). O ponto de encontro será no Parque Central de São João das Lampas, às 09h15. 

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