Alex Topi ni
Cinto muit o fotogr / 2010 montagem afia e digi 100x65cm tal
Capa
ARTE
CONTEMPORÂNEA elenco
alex topini / felipe barbosa / geraldo marcolini hugo houayek / leila danziger / leo ayres lin lima / louise d.d. / marta neves mônica rubinho / murilo maia / rafael alonso rodrigo oliveira / rosana ricalde sidney philocreon / wilton montenegro Diretores Artísticos Felipe Barbosa e Rosana Ricalde Diretor Executivo Álvaro Figueiredo Assistente Marcelo Oliveira Acervo e Transporte Teresa Gonçalves Assuntos Gráficos Lin Lima
De segunda a sexta, das 10 às 19 horas / Sábados, das 11 às 16 horas / Shopping Cidade Copacabana Rua Siqueira Campos, 143 / Slj. 32 (galeria) e Slj. 80 (acervo) / Copacabana - Rio de Janeiro +55 21 2236-4670 / cosmocopa@gmail.com / www.cosmocopa.com
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FEIRAS
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Um dos grandes desafios para o artista jovem de hoje é construir uma relação confortável com o mercado e a mídia. Constatado o fato de que não é possível escapar da realidade mercantil e midiática que normatiza a cultura global, cabe ao indivíduo descobrir o seu melhor modo de lidar com tal situação. Enquanto uns desejam compactuar cegamente com as pragmáticas regras do meio artístico pós-fordista, outros assumem que esta convivência não deve ser assim tão dócil nem inquestionável. Um olhar mais atento sobre o frenético trânsito de propostas artísticas e artistas contemporâneos mundo afora, faz notar que a relação do sistema da arte com a esfera econômica e midiática é indissociável, e responde, por tanto, a todo um pensamento econômico liberal que se entranhou nas sociedades ocidentais e ocidentalizadas, especialmente após os anos 1970. De modo geral, essa década marca o início de uma era de desnacionalização do capital, caracterizada pelo fluxo global de commodity e infinitas transações especulativas e de investimentos, apoiados em mídias tecnológicas, especialmente a partir dos anos 1990. Nesse quadro, que traz operações móveis e recombinantes em todos os níveis sócio-culturais, as artes se tornaram mercadoria, apesar de toda a poesia relutar em ser enquadrada como um produto. Por sua vez, este cenário que trouxe desconforto a muitos artistas e teóricos, também incentivou a que na década de 1990 surgissem trabalhos de cunho crítico direcionados ao próprio sistema liberal da arte e a relação deste com as mídias. Os exemplos são vários, e incluem tanto as articulações irônicas e lucrativas de Damien Hirst, quanto os perversos projetos de Santiago Sierra. A circulação mercantil da arte, em acordo com a ordem liberal, tem seu embrião na Holanda do século 17. Ali, surgem as figuras do colecionador burguês, o marchand e o artista como profissional autônomo que vendia suas obras em
a Deus Glória s / 2010 a r u t l a nas a e fotografi igital d montagem 6cm 100x5
casa, feiras livres ou através de representantes. Ao longo de quatro séculos, o braço mercantilista do sistema da arte foi se incrementando, até tornar-se o alicerce importante que é hoje. Por outro lado, tal sistema se complexou, sendo atualmente formado por diversas engrenagens que incluem as escolas, museus, curadores, editoras, críticos, teóricos, museólogos, galeristas e, claro, as feiras. As feiras de arte são um fenômeno da segunda metade do século XX, e sua dinâmica hiper-midiática é o reflexo do momento sócio-econômico contemporâneo. Com vistas a negócios de luxo em primeiro lugar, um olhar cético afirmará que estes eventos não tem nada a ver com iniciativas educativas ou de democratização do ensino (e mesmo da venda) da arte. Desde que a primeira feira de arte surgiu no mundo – a Art Cologne, Alemanha, 1967 - uma espécie de “feirização” do meio foi se dando, apoiada no entendimento de que estes são acontecimentos midiáticos transnacionais que colaboram para a inserção de cidades no círculo cultural da economia globalizada. Nesse sentido, não nota-se que a proliferação das feiras é um fenômeno tão vasto quanto o da multiplicação de Bienais Internacionais. Embora sejam de naturezas distintas – uma Bienal é essencialmente institucional, enquanto que a outra é francamente comercial - a relação entre ambas é clara: a primeira referenda a distinção artística do artista, e a segunda traduz a aclamação da crítica em valor de mercado. Bienais e feiras são hoje as coqueluches do circuito da arte internacional, pois envolvem a maior quantidade possível de atores e fatores existentes em um determinado sistema de arte local, aquecendo o mercado como um todo.
2010 Sorry re vo sob i s e d a l l a i t n e vi de m placa x30cm 20
Obra de De us / 2010 fotografi montagem a e dig 100x60cm ital
Adorador e obra / 2 s da 010 fotog montagemrafia e dig 100x56cm ital
Considerando o quadro apresentado até aqui, retornamos, pois, ao artista jovem hoje. Alex Topini, o autor de FEIRAS, é um dos integrantes do articulado Coletivo Filé de Peixe, e mantém em seu trabalho individual o mesmo interesse do grupo, que age criticamente sobre processos de recepção e circulação da arte enquanto mercadoria. Este é ocaso, portanto, desta série de fotografias-intervenções que explora várias questões situadas na compreensão da arte como mercadoria. Com suas imagens quase singelas, o artista discute a incidência e importância destes eventos midiáticos e comerciais enquanto espaços de legitimação artística, e também reflete sobre o limite tênue entre objeto artístico e produto, a relação do colecionismo privado com a cultura do consumo e descarte, a divisão de renda desigual crônica entre os homens. Sua obra executa cortes críticos na economia política da arte, mas permite estender o pensamento para além do terreno das artes e sua História. Topini utiliza cartelas com nomes de grandes feiras internacionais, e as torna legendas de obras avistadas em feiras livres populares. Assim, sugere um paralelismo entre os papéis sociais desempenhados pelos dois tipos de evento, o de elite e o popular, lembrando que ambos provém da mesma antiga tradição de comércio varejista dos mercados urbanos. O gesto de legendar pinturas simples, algumas de gosto duvidoso e traço grosseiro, com nomenclaturas nobres, designa valor simbólico a certa produção, vasta e anônima, que se desenvolve no mundo todo, distante de galerias e especialistas em arte contemporânea.
Alex Topini tira proveito de seus momentos de inserção no circuito especializado da arte para objetar a relação, ora problemática ora paternal, dos artistas e suas obras com o capital e o meio que o impulsiona. Desse modo, vai traçando projetos que não se acabam no objeto artístico pronto, seguindo na direção de autores como Hirst, Sierra, Tania Bruguera, Hans Haacke e muitos outros que alcançaram reconhecimento e inserção com obras que criticam o próprio sistema que os acolhe e legitima, numa prolífica refutação amorosa. Diante de práticas como as de Topini, que parecem pagar com ingratidão o meio que as
promove, pode-se indagar por que o mercado simplesmente não bane tais artistas com suas obras insolentes. A resposta vem fácil. É por que a arte, em especial a contemporânea, coloca-se como espaço crítico e se constrói sobre a crise, seja do ser, das sociedades, da cultura, fazendo com que o conteúdo vire forma, e o pensamento virtude estética.
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Alex Topini / 1979
Vive e trabalha no Rio de Janeiro. - Participou, dentre outros, do 16º Salão UNAMA de Pequenos Formatos(PA), 14º Salão dos Novos de Joinville(SC) e 1º Salão Audiovisual do Recôncavo (premiado). Além de mostras coletivas no Museu de Arte Contemporânea de Niterói(MAC), Centro Cultural da Justiça Federal(CCJF), Centro Cultural Banco do Brasil(CCBB), Museu da Maré(RJ), Galeria Murilo Castro(BH) e Galeria A Gentil Carioca(RJ). No exterior, participou de coletivas na Suécia, Argentina, Espanha, e tem mostras programadas ao longo de 2012 para ocorrerem no Chile e no México. - Integra o Coletivo Filé de Peixe, que realiza ações de intervenção urbana e ocupações artísticas com base no audiovisual, e há dois anos desenvolve o projeto PIRATÃO, prática artística que investiga e simula a economia informal e pirata para a difusão de videoartes. Formação 2011 Programa de Aprofundamento em Artes Visuais, com Anna Bella Geiger, Fernando Cochiarale e João Modé, na EAV do Parque Lage; Arte: Atitudes e Reflexões, com Anna Bella Geiger e Fernando Cocchiarale, na EAV do Parque Lage; 2010 Videoarte: fundamentos e análise crítica, com Bill Lundberg, na EAV do Parque Lage; Teorias da Arte, com Fernando Cocchiarale, na EAV do Parque Lage; 2008 Trabalhos em Andamento I, com Marcos Bonisson, no Ateliê da Imagem; Fotografia e Artes Plásticas, com Marcos Bonisson, no Ateliê da Imagem; História Cultural da Fotografia: A Criação de Imagens na Era das Máquinas, com Simone Rodrigues (Grupo de Estudos); Processos Poéticos-Performativos, com Daniela Mattos e Cecília Cotrim, Realejo ArtesAndando / SESC Tijuca; Arte Pública: Ações em Rede, com Alexandre Vogler/Luis Andrade, Realejo ArtesAndando/ SESC Tijuca; 2007 A Foto-Matriz: Panorama da Imagem Técnica, com Simone Rodrigues, na EAV do Parque Lage Afinidades Eletivas: Cinema e Pintura, Caixa Cultural do Rio de Janeiro; Métodos Alternativos de Impressão, Grupo de Estudos - Desde; O Espaço Urbano na Arte e a Arte no Espaço Urbano, com Felipe Barbosa/Daniela Labra, Realejo ArtesAndando / SESC Tijuca. Exposições Individuais A VENDA - Galeria Cosmocopa / Rio de Janeiro (RJ) – 2012 Exposições Coletivas 2012 IN-POSSÍVEIS | Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage / Rio de Janeiro (RJ); Reverberações | Galeria Cosmocopa / Rio de Janeiro (RJ); ALAF – Projeto Coletivo em Vídeo | Ateliê da Imagem / Rio de Janeiro (RJ); 2011 Performance Arte Brasil | Museu de Arte Moderna (MAM) / Rio de Janeiro (RJ); EDNO – Projeto Coletivo em Vídeo | Ateliê da Imagem / Rio de Janeiro (RJ); Festival Panorama, CorpoCópia | Armazéns Cais do Porto / Rio de Janeiro (RJ); É Crédito ou Débito? | Circuito SESC de Artes / São Paulo (SP);
VII Salão de Artes Plásticas de Suzano | Centro Cultural Francisco Moriconi / Suzano (SP); 2010 16º Salão UNAMA de Pequenos Formatos | Galeria Graça Landeira (PA); USVtv Videoicomiso | Museo de la Ciudad de Querétaro, México; 14º Salão dos Novos de Joinville (SC) - (Premiado); 1º Salão Audiovisual do Recôncavo | Cachoeira (BA) - (Premiado); Abotoados pela Manga | São Paulo (SP); PIRATÃO: Vide Convergências | Rede Funarte Artes Visuais / Belém (PA); Jogos de Guerra | Memorial da América Latina / São Paulo (SP); Abre Alas | Galeria A Gentil Carioca / Rio de Janeiro (RJ); OPMET – Projeto Coletivo em Vídeo | Ateliê da Imagem / Rio de Janeiro (RJ); SIMULTÂNEO – Foto Projeção | 2º Viradão Carioca / Rio de Janeiro (RJ); Mostra do Filme Livre | Centro Cultural Banco do Brasil / Rio de Janeiro (RJ); Repente Fotográfico | Espaço Figura / Rio de Janeiro (RJ); Arte 24Horas | Sesc Noites Cariocas / Rio de Janeiro (RJ); 2009 1ª Bienal de Fotocópias de Mendoza (Argentina); Festival Visual Brasil (Barcelona); SPA das Artes | Recife (PE); Parágrafo Zero | Museu da Maré / Rio de Janeiro (RJ); Piscinão | Galeria Murilo Castro / Belo Horizonte (MG); Parede: Festival Internacional de Pôsters | Centro Cultural da Justiça Federal(RJ); NanoExposição | Studio 44 em Estocolmo / Suécia; Galeria do Poste Ano XII | Galeria do Poste / Niterói(RJ); O Tema é Releitura | Sesc-Teresópolis (RJ); 2008 MaC-Filé | Museu de Arte Contemporânea (MAC) / Niterói (RJ); Formato Polaroid | Galeria Meninos de Luz / Rio de Janeiro (RJ); Premiados XV Universidarte | Parque das Ruínas / Rio de Janeiro (RJ); ZUL: Projeto Coletivo em Vídeo | Ateliê da Imagem / Rio de Janeiro (RJ); 2º Arraial Fotográfico | Arraial da Ajuda (BA); 5º Salão de Artes Unimed | Ponta Grossa (PR); Arraial In Rio | Ateliê da Imagem / Rio de Janeiro (RJ); 2007 Prêmio Chave Mestra | Casarão da UNEI / Rio de Janeiro (RJ); Associados | Espaço Orlândia / Rio de Janeiro (RJ); IV Semana Santa Cultural de Santa Teresa | Parque das Ruínas (RJ); VI Simpósio Internacional de Contadores de Histórias | Sesc-Copacabana (RJ); Centro de Experimentação Poética (CEP20.000) | Sérgio Porto (RJ); Integral[ação + espaço + linguagem] | Castelinho 38 / Rio de Janeiro (RJ); XV Universidarte | Universidade Estácio de Sá / Rio de Janeiro (RJ); 1º Arraial Fotográfico | Arraial da Ajuda (BA); 2006 Prêmiados XIV Universidarte | Casa França-Brasil / Rio de Janeiro (RJ); R-e-d-e-o-c-u-p-a-ç-ã-o | Casarão da UNEI / Rio de Janeiro (RJ); V Mercadão Cultural | Teatro Carlos Gomes / Rio de Janeiro (RJ); 2ª Mostra Livre de Artes | Circo Voador / Rio de Janeiro (RJ); 2005 1ª Mostra Livre de Artes | Circo Voador / Rio de Janeiro (RJ). Coleções Delcir da Costa Ronan Horta Sabina Bochner Murilo Castro
MÁ SÃ / 2009 Fotografia e Montagem Digita l 50x50cm
ARTE
CONTEMPORÂNEA