CARTA DE JOÃO PESSOA - MOVIMENTO DE FINANÇAS SOLIDÁRIAS

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CARTA DE JOÃO PESSOA Nós, membros de organizações sociais, militantes do movimento de economia solidária que atuamos com fundos rotativos solidários, bancos comunitários e cooperativas de crédito solidário, reunidos de 01 a 03 de fevereiro de 2017, no CEJUBE na cidade de João Pessoa Estado da Paraíba, durante o Seminário Regional de Finanças Solidárias, com intuito de debater os avanços, desafios e perspectivas para o Nordeste, escrevemos a presente carta apresentando as intenções do debate realizado. Hoje, existem aproximadamente 500 empreendimentos de finanças solidárias, entre fundos rotativos solidários, bancos comunitários e cooperativas de crédito espalhados pelo nordeste brasileiro. Tais experiências atendem número significativo de famílias em áreas rurais e urbanas. Atuando com os princípios da: Cooperação/Trabalho em equipe, Solidariedade, Comércio justo, Respeito ao próximo, Autogestão, Confiança, Flexibilidade, Comunicação, Honestidade, Empreendedorismo, Coerência entre teoria e prática, Respeito a natureza e seus limites, Atitude consciente, Desenvolvimento sustentável, Compartilhamento de saberes, Alternativa/Contraponto ao capital, Diálogo, Voluntariado, Relação de proximidade e Coerência entre teoria e prática. Orientados princípios da economia solidária, visando não perder sua essência onde se coloca como uma forma igualitária, fugindo dos princípios de acesso ao crédito de um banco convencional, pautada no: Trabalho em equipe, Solidariedade, Comércio justo, Respeito ao próximo, Autogestão, Confiança, Flexibilidade, Comunicação, Honestidade, Empreendedorismo, Coerência entre teoria e prática, Respeito a natureza e seus limites, Atitude consciente, Desenvolvimento

sustentável,

Aprendizado

de

saberes,

Alternativa/Contraponto ao capital, Diálogo, coletividade, justiça, relação de humanidade e relação de proximidade.


Discutimos e entendemos a relação entre a Valorização do ser humano e coerência entre teoria e prática, cuidado e respeito com o nosso próximo, respeito pela natureza e os seus limites, atitude consciente, sabendo que assim construiremos uma sociedade melhor. A partir de encontro discutimos que nosso ponto de partida é a união do movimento de finanças solidárias, não apenas no Estado da Paraíba, mas na região nordeste e no Brasil, visando oferecer à população que não tenha acesso a um crédito de um banco convencional, subsídios semelhantes ao cliente com a perspectiva das finanças solidárias, assegurando assim, o desenvolvimento econômico local de cada região, e a garantia de relações comerciais entre os empreendimentos de economia solidária, pois entendemos que é possível gerar o desenvolvimento territorial e humano, através do reconhecimento das finanças solidárias como agente efetivo para este por conta de seu papel na inclusão social e econômica. A efetivação das finanças solidárias como políticas públicas, irá gerar equidade e consciência no acesso ao direito ao crédito, mas para isso a construção de marco legal sobre finanças solidárias e a transformação das Finanças solidárias como política pública de Estado, ampliarão o acesso ao crédito e microcrédito para um maior número de pessoas. Foi neste sentido que construímos de forma coletiva ao final deste seminário regional esta carta sabendo que é extremamente necessário por parte do governo e da população um maior reconhecimento, e por isso, queremos difundir de uma forma dinâmica, as experiências de finanças solidárias, com o objetivo de embasar a população de como a economia solidária pode influenciar diretamente na visibilidade, valorização e no desenvolvimento econômico da sua região. Através de parcerias com o poder público nas suas três esferas (Municipal, Estadual e Nacional), através de capacitações e oficinas, fortalecendo assim, o movimento de economia solidária no Brasil. Construindo e utilizando ferramentas de comunicação popular para dar visibilidade às


iniciativas de finanças solidárias, construir espaços de convergências e encontros para o fortalecimento do movimento, militância. Compreendemos a importância das parcerias com as redes públicas e privadas, da manutenção da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), da sensibilização do estado para fomento de editais para finanças solidárias, da importância de visibilizar a finanças solidarias a partir de ferramentas de comunicação popular e comunitária, tais como as TVWEB, Rádios comunitárias, Jornal online entre outros, além de construir espaços de convergência e encontro das pratica finanças solidarias. O movimento de Economia Solidária precisa fortalecer as redes e conexões entre os empreendimentos de economia solidária, ampliando a comunicação das instituições que representam o movimento e estimulando a formação da identidade dos coletivos comunitários e das pessoas. Como já dizia o Professor Paul Singer “Ninguém supera a pobreza sozinho”, neste sentido tão pouco nós do movimento de ECOSOL e das Finanças Solidárias, superaremos este momento temeroso, por qual passa nosso país é por isso que acreditamos numa sociedade mais justa e igualitária a partir do diálogo e com participação popular de fato e de direito, aportando que assim construiremos uma sociedade melhor para nós e principalmente para as futuras gerações. Por nenhum direito a menos e por um Brasil mais justo e solidário, movimento de finanças solidárias presente hoje e sempre!

João Pessoa-PB 03/02/2017


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