Tião Rocha . Jornal da Manhã . 09.04.2013

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B 4 JM NA EDUCAÇÃO

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> Terça-feira, 09

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de abril de 2013

PARTICIPAÇÃO >> CIDADES EDUCADORES E SUSTENTÁVEIS SÃO FOCO DE ONG

NAWEB Aulas de HistÛria na Internet O professor e coordenador do curso de licenciatura em História da Universidade Bandeirantes de São Paulo (Uninban), André Wagner Rodrigues, há mais de dois anos disponibiliza conteúdos sobre História, em forma de textos e vídeo-aulas, totalmente gratuitos, na Internet. Os materiais são destinados a alunos e professores de Ensino Fundamental e Médio e podem ser utilizados tanto nas práticas de sala de aula, como no estudo para as provas de vestibular. O conteúdo está disponível no blog História em Perspectiva (www.historiaemperspectiva.com) e no canal do professor no Youtube (http://www.youtube. com/andrewunesp).

Palestra. Professor aborda a Revolução Francesa e a queda do Absolutismo nas aulas do curso de História da Uniban | Foto: Divulgação.

Tião Rocha acredita na educação que acontece em comunidade Ao questionar-se sobre a possibilidade de fazer educação sem escola, educador mineiro criou o Centro Popular de Cultura e Desenvolvido e provou que comunidades carentes podem, sim, mudar a sua realidade

TALITA MORETTO

Trabalha mos com a ideia de pensar em lugares humanizados e viá veis para todos e para sempre”

vamosler@jmnews.com.br

“É

possível fazer educação embaixo de um pé de manga?”. Esta pergunta foi feita há mais de vinte anos pelo educador popular, antropólogo e folclorista, Tião Rocha, por acreditar que era possível criar um espaço onde as crianças pudessem, de fato, ser criança. E a resposta foi sim, motivando a fundação, em 1984, do Centro Popular de Cultura e Desenvolvido (CPCD). “A pergunta sempre foi se era possível fazer educação sem escola, sem prédio, sem estrutura física. E aprendemos que é possível sim, mas somente se tivermos bons educadores”, conta Tião, que ressalta ainda: “professor é aquele que ensina, quem repassa a informação; educador é aquele que aprende, que constrói junto.” O CPCD são conhecidos em todo o Brasil devido à metodologia, que valoriza as comunidades e os atores sociais como peças imprescindíveis no processo de ensino. Para Tião, “educação é algo que só ocorre no plural”, ou seja, é necessário existir mais de uma pessoa para que ela aconteça. “Você aprende na relação com o outro, que não é igual a você, é diferente; na aprendizagem, você troca o que tem pelo que não tem, senão não faz sentido”, afirma. O trabalho no CPCD valoriza a formação continuada, ou permanente, por ter a certeza de que somente a existência de educadores comprometidos e bem formados, ética e tecnica-

Tião Rocha > Educador popular, antropólogo e folclorista

Equipe. Tião e integrantes da comunidade da zona rural de Araçuaí-MG | Foto: Danilo Verpa/Folha Imagem

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O QUÊ

>> Centro Popular de Cultura e Desenvolvido O CPCD é uma organização não-governamental, sem fins lucrativos e de utilidade pública federal, fundada em 1984, pelo educador e antropólogo Tião Rocha, em Belo Horizonte-MG, para atuar nas áreas de Educação Popular de Qualidade e Desenvolvimento Comunitário Sustentável, tendo a Cultura como matéria prima e instrumento de trabalho pedagógico e institucional. A ONG dedica-se à implementação e realização de projetos inovadores, programas integrados e plataformas de transformação social e desenvolvimento sustentável, destinados, preferencialmente, às comunidades e cidades brasileiras com menos de 50 mil habitantes, onde vivem mais de 95% da população brasileira. Conheça mais sobre o trabalho em: www.cpcd.org.br.

mente, trará êxito aos projetos. Neste sentido, o Centro capacita pessoas da comunidade para que se tornem: provocadores de mudanças, criadores de oportu-

nidades e construtores de cidadania. “Nos perguntamos: aonde estão os bons educadores? Então percebemos que eles não estão sendo formados, nem em

quantidade nem qualidade, por quem deveria formá-los: a universidade. Como as crianças não esperam, elas crescem, fomos por outro caminho, ou seja, passamos a nós mesmos formar os profissionais que trabalham conosco da forma que achamos ideal”, conta. A participação dos membros da comunidade é essencial, não apenas como beneficiários, mas sujeitos e parceiros em todas as etapas dos projetos. É o que possibilita o enraizamento das propostas, a garantia de sustentabilidade ao longo do tempo, a apropriação de novos conhecimentos pelas comunidades-alvo, a geração de novas tecnologias e a formulação de indicadores de qualidade.

Desta forma, a “sustentabilidade” é trabalhada pelo CPCD com quatro dimensões: compromisso ambiental, valores humanos e ambientais, satisfação econômica e “empodemento comunitário” (uma tradução própria para “nós podemos”). Para isso, existem dois programas articuladores: “Meu lugar é aqui” e “Cuidando dos Tataranetos”. “Trabalhamos com a ideia de pensar em lugares humanizados e viáveis para todos e para sempre”, esclarece Tião. Além do trabalho com o CPCD, Tião é autor de obras de desenvolvimento cultural e comunitário e membro de várias organizações de fomento a iniciativas na área. Seu trabalho é baseado em questionamentos, os quais garantem o crescimento estrutural e educacional de todos os envolvidos nos projetos.


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