Revista Comodidade 44

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ANO 12

Nº 43

R$ 12,00

32 RAÍZES DE COR

40 MULTIFUNCIONALIDADE

44 ACONCHEGO URBANO

78 MOSTRA DECORAÇÃO

CONCEITO

INSPIRADOR

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TUDO BEM, A GENTE DEIXA

EXAGERAR UM POUQUINHO NO TOM.

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/ carta ao leitor

ANO 12

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Nº 44

Dezembro de 2014

As faces da Ar te Capixaba Está é a última edição de 2014. O ano passou e com ele grandes conquistas e muitas novidades. Afinal o próximo ano será marcado pelo lançamento de mais uma obra da CPCOM Editora: O catálogo de ARTES! Intitulado: “As Faces da Arte Capixaba”. O foco será apresentar novos artistas anônimos e também os que já são consagrados, mostrando o talento do profissional capixaba. “Arte é tudo que nos cerca”. Assim descreve Dan Mendonça nessa edição da Revista Comodidade. O artista nos agraciou com a honra de publicarmos um pequeno esboço sobre sua vida e obra. Assim como a notória Dayse Resende com seu trabalho fascinante. A Revista Comodidade ainda se permitiu homenagear o ilustre arquiteto Sergio Rodrigues, que faleceu esse ano e deixou um legado de ideias ousadas. E também o famoso estilista Oscar de la Renta, responsável pela criação de uma coleção completa para a New York Botanical Garden. E é claro, não poderiamos deixar de prestigiar a maior mostra de decoração: “Casa Cor 2014”. Com concepções modernas e inovadoras.

Capa: Gledson Ribeiro Fotos: Acervo pessoal, Felipe Araújo

Ano 12 | N 44 - Publicação Quadrimestral Este veículo é dirigido a arquitetos, decoradores, engenheiros, construtores, condomínios comerciais e empresários.

Rua Getúlio Vargas, Nº 285, Centro Comercial 4 de Março, Sala 33 - Glória - Vila Velha (ES) (27) 3073 7311 cpcom.editora@gmail.com revistacomodidade@gmail.com www.revistacomodidade.com.br

Assim nos despedimos de 2014. Oferecendo aos leitores um universo único e encantador pelas páginas da Revista Comodidade.

Diretor Geral Célio Pires

Aproveite a leitura e até a próxima edição.

Apresentação Comercial Célio Pires

Diretora Administrativa Sissa Pires

Consultor Editorial Gregório Repsold Designer Gráfico e Editorial Gledson Ribeiro Atendimento ao Cliente Anna Paula Santana Jornalista Responsável Ana Luiza Calmon (MTB 3188-ES)

Célio Pires CPCOM Editora

Jornalista Colaboradora Prisciana Gonçalves Jornalista Colaboradora Lorena Meireles Impressão Gráfica e Editora GSA /revistacomodidadead

FA L E C ON O S CO

27 3073-7311 cpcom.editora@gmail.com revistacomodidade@gmail.com 10 revista comodidade

O conteúdo dos anúncios, no que diz respeito a fotos, imagens e informações, é de inteira responsabilidade dos seus anunciantes, não tendo a Revista Comodidade qualquer responsabilidade pelas propagandas por eles veiculados, atentando-se tão somente em não publicar expressões injuriosas, difamatórias ou caluniosas direcionadas. A Revista e a CPCOM Editora nos termos da lei nº 9.610/98, insere no contrato com clientes e anunciantes a responsabilidade de fornecer o arquivo a ser publicado finalizado, entretanto desconhece a originalidade dos conteúdos e titularidade dos mesmos.


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sumário elementos décor Meu jeito meu estilo 14 16 Oscar de La Renta 20 casa de ideias Teatro Glória

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24 ideias e arte Sonhos refletidos inspirações projetadas

34 especial casa Cabana no morro

40 especial apartamento Valorização dos espaços

espaço decór Varanda um cantinho especial 46 48

Natureza que inspira a arte

52 espaço sustentável Madeira uma opção sustentável

informe publicitário 66 68

Novidades para decoração residencial

70

Tecnologia em Fechaduras

72

Inovação no mercado

73

Charme elegância e sofisticação

Peças de requinte refletem a cultura contemporânea

espaço da arte Uma arte que vem de berço 74 76

78 espaço urbano Intervenções Urbanas

mostra decoração 58

Minimalista e atemporal

60

Moda, viagens e tendências

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Um toque inovador

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Contemporâneo e natural

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A arte vivida por Tônia Orbelaender

80 especial Sérgio Rodrigues

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/ elementos décor

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Meu jeito um estilo O individual é algo marcante e se reflete em tudo que nos rodeia. Como peças únicas e raras, assim devem ser as escolhas no momento de compor um ambiente. Personalidade e estilo. Ambas exigem atenção na escolha de cada detalhe. Na essência das cores. As quais vibram entre contrastes e resultam em um ambiente exclusivo e sofisticado.

Poltrona Trevo Inox Clássica Design - design by Pierre Paulin

Vasos vintage na cor ambar Faace Decor

Poltrona OPPA - Madalena Grafite

Luminária Plugged MUUTO - design by Broberg & Riderstrale

Almofada OPPA - design by Juliana Curi

Luminária Anglepoise GIANT 1227 - design by George Carwardine

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Mesa de Centro GUS Faace Decor - Acambamento em laca brilho e vidro 12mm


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/ elementos décor

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Oscar de la Renta Inspiração e versatilidade Aos 82 anos, vítima de câncer, falece um dos maiores estilistas da moda americana. O dominicano Oscar de la Renta era o preferido entre as celebridades. Dono de uma fonte infinita de criatividade e carisma, o estilista foi responsável por luxuosos vestidos e instigantes acessórios femininos. Além de peças exclusivas para decoração. Entre elas está uma coleção completa para a New York Botanical Garden. A linha foi inspirada e desenhada para homenagear umas das maiores paixões do estilista: o Jardim Botânico de Nova Iorque.

Saleiros de madeira tropical e base banhada em prata.

Uma mesa repleta de cores vibrantes, peônias vermelhas, melões e detalhes de tirar suspiros.

O designer escolheu a dedo todas as imagens que iriam levar sua assinatura estética nas peças.

Uma mesa que inspira primavera para todos os olhares.

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A linha apresenta talheres, copos, jogos de serviço, toalhas de mesa entre outras peças.


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/ casa de ideias

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TEATRO GLÓRIA RESSURGE COMO CENTRO CULTURAL Por: Lorena Meireles

Cinema, teatro, biblioteca, salas de aulas, ateliês, shows, espetáculos e exposições de artes habitam o recém inaugurado teatro. Nascia em 1932 no Centro da Capital, aquele que seria o prédio mais alto da época, o mar ainda chegava na fachada dos fundos, e a arquitetura neoclássica impressionava. O Teatro Glória era um marco da cultura e do entretenimento capixaba, no entanto, fechou as portas para uma reforma que durou sete anos. Mas ressurgiu no dia, 27 de setembro com charme e estrutura comparados aos melhores centros culturais do País. Administrado pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), o Centro Cultural Sesc Glória como se chama agora, vai receber espetáculos, mostras e oficinas das áreas de cinema, literatura, artes visuais, música e artes cênicas. O teatro renasce com o objetivo de estimular a produtividade e a criatividade, nas áreas de literatura, música, cinema, artes visuais, teatro e dança. “O Glória traz novas oportunidades para a cultura do Estado”, comentou o presidente da Fecomércio José Lino Sepulcri. O prédio ficou dividido em cinco pavimentos. No térreo o teatro principal, com capacidade para 690 pessoas e um bistrô. No primeiro andar um espaço expositivo, que vai receber exposições diversas, no segundo andar uma sala de dança com 100 metros quadrados, além do Cinema 1, com capacidade para 80 pessoas.

A fachada do Teatro Glória foi toda reformada, mas sem perder as características da década de 30.

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No terceiro andar salas para aula de música, audioteca, ateliês de gravuras e artes visuais, Arena Acusmática, Cinema 2 para 80 pessoas, um estúdio de música e toda a parte administrativa do Centro Cultural. A biblioteca com sete mil títulos funciona no quarto andar, com espaço expositivo, duas salas de produção audiovisual, sala da palavra para cafés literários, lançamentos de livros e outros eventos relacionados à literatura, e o Banco de Textos de Artes Cênicas. No quinto andar fica o terraço panorâmico que dá visão para avenida Jerônimo Monteiro, a Praça Costa Pereira e o Teatro Carlos Gomes. Do lado oposto, a visão da Baía de Vitória encanta os frequentadores, está o teatro multiconfiguracional, com plateia de até 100 pessoas, configurada de acordo com a cena, possibilitando a interação do público com os artistas e o espetáculo. A primeira grande atração do Centro Cultural fica a cargo da exposição “O Mundo Mágico de Escher”, do artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher. A mostra conta com 90 obras em xilogravuras e litografias, além de obras interativas em estruturas que sugerem o tridimensionalismo, trazendo o expectador para dentro das obras. O Mundo Mágico de Escher, já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e foi eleita em 2011 a exposição mais visitada do mundo. Com obras que trazem experiências com efeitos óticos e de espelhamentos, a mostra permanece no Sesc Glória até o dia 30 de dezembro. O valor é de R$ 5 a entrada e R$ 2 reais para quem tiver carteirinha do Sesc. Idosos acima de 60 anos também pagará R$ 2 reais. Além de estudantes, professores e jornalistas mediante documento de identificação. Até o momento quase seis mil pessoas passaram pela exposição. O artista holandês ficou conhecido no mundo todo pela notável qualidade técnica e estética em suas obras com representações distorcidas e paradoxais, construções impossíveis, explorações do infinito e metamorfoses – padrões geométricos entrecruzados que se transformam gradualmente pelas formas completamente diferentes, além da capacidade de criar imagens únicas com efeitos de ilusões de ótica. As obras de Escher são referências artísticas para filmes como Donnie Darko e A Origem, e bandas musicais, como Daft Punk e Incubus. Episódios dos desenhos animados Os Simpsons, Padrinhos Mágicos, Family Guy e Futurama também recebem influência da maneira como Escher fazia arte. Seus trabalhos constantemente são usados em provas de vestibulares e concursos. Centro Cultural Sesc Glória Av. Jerônimo Monteiro, 428 Centro Vitória - ES 27 3223.0720

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/ ideias e arte

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SONHOS REFLETIDOS

inspirações projetadas Por: Prisciana Gonçalves

“A cabeça nas nuvens mais altas, depois além delas, abstrair-se totalmente. Divagar, devagar, então fixar bem a imagem sonhada, transportar-se bem lentamente desse patamar para a realidade dos pés no chão. Sem desviar da ideia básica do sonho. Sempre que possível, buscar realização, a materialidade do sonho, com intuição, técnicas, ferramentas e materiais...” Por Dan Mendonça – “Pés no chão, cabeças nas nuvens”

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Capixaba e natural de Vitória, Dan Ferreira de Mendonça é artista e médico otorrinolaringologista. Já realizou várias exposições individuais e coletivas entre 1974 e 1996. Ganhou prêmios na categoria pintura e desenho, em salões universitários da Universidade Federal do Espírito Santo. Em 2009, lançou o livro “Pés no chão, cabeça nas nuvens”, no qual conta a sua trajetória como artista plástico, construtor de instrumentos musicais (corda e percussão) e cirúrgicos para laringe. Hoje, mantém atividades de pintura e escultura, além de continuar desenvolvendo instrumentos cirúrgicos e musicais. Sua pintura teve início com a arte surrealista que seguia a progressão dos seus desenhos. Após produzir algumas telas, cansou do estilo e migrou para as colagens. Seu intuito era proporcionar mais relevo a suas peças e se afastar da pintura comercial. Pouco tempo depois teve contato com o aerógrafo. “Comecei usando ecoline e nanquin colorido, voltando ao desenho, depois expandindo o uso para a pintura. E assim diluindo todo tipo de pigmento em pasta ou líquido, usando bases acrílicas de pintura automotiva misturada a pigmentos metálicos”, conta o pintor. Dominando a técnica com o aerógrafo, o artista se dedicou a pintar tudo que pudesse aceitar tinta. Carros, motos, capacetes, vidros, paredes, tetos, lojas, pranchas de surfe, entre outros.

Escultura em aço inoxidável

Escultura em aço inoxidável, ferro e osso

“Tudo que eu vou tendo contato, eu vou aproveitando. Todas as coisas. Todo dia eu aprendo e passa a fazer parte da minha cultura. Passa a fazer parte do meu interesse. São meus. Eu os aprisionei. O conhecimento é isso. Ele permeia a sua vida e passa. Se você o aprisiona e usa bem, ótimo. Agora se você usar e puder passar para os outros, é uma coisa maravilhosa”, explica o artista. Para Dan, produzir é uma coisa sempre prazerosa. No caso de desenho e pintura, ele seguia um ritmo frenético. “Eu criava séries grandes, mas nunca entendia realmente o motivo que levavam as pessoas a adquirirem a ideia dos outros para colocar em paredes. Aquilo me parecia e ainda parece uma coisa muito pessoal para ser compartilhada e muito pouca gente ganha dinheiro com a venda das obras”, desabafa. O pintor então passou a produzir estritamente o que realmente gostava e afastou-se das galerias comerciais. Assim, começou a comercializar suas obras pessoalmente. Por volta de 1987 realizou novas experiências com o relevo, massas de cor definidas e tons saturados. “As cores pareciam brigar, em suas tensões e limites, com massas muito ou nada definidas. Pareciam, enfim, encaminhar-se para algo meio abstrato. Acho que fiquei meio perdido entre um minimalismo da forma, mas não da cor. E, finalmente, acho que nunca tendi para o abstracionismo”, conta em seu livro. Foi assim, buscando novas técnicas, que Dan acabou por se apaixonar pelo impressionismo. “Uma arte que me acolheu perfeitamente com todas as suas cores, gestualidade, massas de tinta e o figurativismo do qual não consigo me separar”, garante. revista comodidade 25


/ ideias e arte

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A arte em relevo e formas acabou por levar o artista ao trabalho tridimensional. O que deu início as esculturas, a projeção dos desenhos criados em sua mente e em seu coração. “Quanta ansiedade e disciplina para terminar. Quanta observação de vários ângulos para me satisfazer. Tenho peças inacabadas até hoje em busca de uma melhor solução. Certo touro, por exemplo, quase que foi parar, de madrugada, na maré”, descreve em seu livro. Como todo compulsivo por música, o artista maneja seus pincéis e suas ferramentas ao som de belas melodias. “A música tem me influenciado todo tempo. E isso me fez convergir para uma forma de arte que, a meu ver, possui inúmeras dimensões. Imaginar, escolher a madeira, a forma, o modelo, desenhar. Definir a escala, serrar, escavar, esculpir, dar acabamento, tingir, instalar acessórios e cordas. Regular, afinar e finalmente, escutar alguém com grande sensibilidade produzir música. Para mim, essa é a forma suprema da arte”, afirma mais uma vez o artista, por meio do seu livro “Pés no chão, cabeça nas nuvens”. Conta ainda que numa noite de verão, em 2004, chamou lhe a atenção uma série de fragmentos de sucata de aço inox triangulares. Que em sua bancada começaram a ganhar a forma do corpo de uma guitarra. “Hoje, a construção de instrumentos musicais é a forma de arte mais elaborada que realizo. Uso o desenho, a pintura, a escultura e o senso estético e funcional adquiridos nesses anos desenvolvendo a minha arte. Isso me dá a oportunidade de escolher a madeira, sua massa, textura, o sentido das fibras, flexibilidade, ressonância, cor, etc. Assim desenvolvo a ideia de um instrumento novo e único”, explica o artista.

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Pintura em acrílico sobre Eucatex


Contrabaixo upright

Para o pintor e escultor, arte é mais do que seguir tendências. É ousar. É investir no novo. “Tudo que você vê é arte. Tudo que existe que foi feito foi gerado em um cérebro. Vem de uma influência. O ser humano está sob influência. Você pode achar que não tem jeito. Mas não é que você não tenha jeito. É que você não se dedicou a isso”, afirma. Dan explica que o conhecimento é a única coisa que se pode desenvolver, reter, dar ou vender. E ainda assim, permanecer com ele de igual modo. “Fazer arte é isso. A arte é o que realmente impressiona a visão do outro”, garante. O artista ressalta a importância de tentar o novo. De se fazer escolhas e acreditar nelas. “Você pega a opção que o trabalho vai ter um fim. Você começa e vai em frente”, lembra. Apesar de muito admirado por aqueles que adquirem suas obras, Dan Mendonça não esconde o desejo de continuar sempre inovando. “Posso afirmar que sou um artista complexo. Ainda com muitas ideias para desenvolver, com imensa vontade de desenhar, fotografar, projetar coisas diversas, criar pratos, viajar, pescar e operar. Enfim, de aprender muita coisa ainda”, garante.

Dan Ferreira de Mendonça Nasceu em Vitória, ES, em 27 de fevereiro de 1957, formou-se em medicina pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) em 1981 e fez residência médica em Otorrinolaringologia pelo Instituto de Otorrinolaringologia de Minas Gerais.

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/ especial casa

Fotos: Bettina Fiuza

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A CABANA

NO MORRO Por: Ana Luiza Calmon

Prioridade na integração espacial e iluminação aconchegante O ponto de partida é o fogo. Seja na lareira ou no fogão a lenha, a chama é o centro das cabanas projetadas pelo arquiteto uruguaio Ernesto Tuneu, sob a função de manter os ambientes aquecidos e incentivar a reunião entre amigos e familiares. Construídas em madeira, tijolo e pedra, elas se encontram nas encostas das montanhas dos vales, no Altiplano do Baú, região de São Bento Sapucaí, divisa de São Paulo com Minas Gerais. “Ao exemplo dos pioneiros americanos e patagônicos, deparei-me com a tarefa de projetar cabanas nas montanhas, mesmo sem ter experiência anterior em construir em terrenos com altitudes próximas de 1700m: clima rigoroso, ventos fortes, temperaturas abaixo de zero no inverno”, comenta Tuneu. Uma claraboia central ilumina naturalmente os espaços, permitindo a claridade nos dias mais nublados, e a presença do sol no centro das cabanas, onde fica situada a lareira de cada uma. Todas são construídas a uma altura de 0,50 a 1,50m do solo, para permitir a livre passagem dos ventos e evitar a umidade do terreno. “Uma vez que não há movimentação de terra para a construção, evitamos as erosões e preservamos a paisagem original”, explica o arquiteto, que ainda observa sobre a cobertura feita com telhado de águas, em dupla camada, separadas por um espaço onde o ar permite proteger o micro clima.

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A cabana no morro tem uma área total de 400m², com quinze cômodos

Para o arquiteto Ernesto Tuneu, o fogo é o ponto de partida das cabanas, seja na lareira ou no fogão a lenha

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NORTE DO MORRO

As áreas externas da cabana privilegiaram a vista para o vale a a mata araucária, na região de São Bento Sapucaí, divisa de São Paulo com Minas Gerais

Entre o conjunto de cabanas, está a implantada na encosta da face norte do morro. Com área total de 400m², tem as características de um galpão, e foi planejada para um médico antroposófico e clínico pediátrico, que adora passar o tempo com a família. A exigência do morador foi uma cabana com espaços amplos, ensolarados e privilegiando as vistas do vale. Diferente das demais que possuem esquadrias de madeira, esta foi feita com as de PVC, com grandes aberturas que ocupam o pé direito duplo das áreas sociais vedando hermeticamente a passagem dos ventos. Distribuídos pelos dois andares, são ao todo quinze cômodos, sendo onze no piso térreo. Entre eles: hall de entrada; sala da lareira; dois decks, um de frente para o vale, outro para mata de araucárias; mezanino-estar de escritório e música; cozinha gourmet com fogão a lenha e copa; salão de jogos. Toda a área social da residência, na verdade, foi projetada para privilegiar a cozinha, criando um amplo espaço para o proprietário aproveitar, visto que aprecia a culinária. É sobretudo a beleza das paisagens que permeia o projeto, sendo prioridade em todos os ambientes. “As áreas de serviço estão voltadas para a encosta do terreno, en quanto que as áreas sociais e íntimas estão debruçadas para o vale, permitindo a observação da bela paisagem e a insolação que aquece todos os ambientes”, comenta Tuneu. No piso superior da cabana, encontra-se parte dos dois dormitórios, a suíte com closet e o banheiro dos hóspedes. Enquanto que na parte externa, estão as áreas de gramados, a sauna seca e uma casa de 20m² para o caseiro.

CORES QUENTES Muito além da quantidade de cômodos, a cabana encanta pela sua integração espacial dos ambientes do térreo, além da ligação com os espaços externos, a exemplo dos decks. Para a realização do projeto, as principais dificuldades, segundo Ernesto, ocorreram devido à localização escolhida: “Os desafios foram a implantação na encosta norte do morro e sua ligação com a mata de araucárias ao oeste. Além disso, houve a necessidade de privilegiar a vista para o vale e a ‘comunicação’ com as áreas externas” As cabanas são elaboradas e erguidas em respeito ao meio ambiente, contrapondo-se às antigas construções vernáculas mineiras. Para o arquiteto, o charme nesse modelo de residência está em suas cores quentes e na iluminação aconchegante. Ambas são, inevitavelmente, guiadas pelo fogo, a chama acesa do fogão a lenha ou da lareira. 36 revista comodidade


A predominância de cores quentes na iluminação, junto com a clarabóia central, propicia ambientes aconchegantes

Erguida na encosta do morro e a uma altura entre 0,50 a 1,50m do solo, a construção permite assim a livre passagem do vento e impede a umidade do terreno

ERNESTO TUNEU Nascido em 1938, em Montevideo, no Uruguai, sempre gostou de desenhar, e era quem ajudava o irmão com seus desenhos na Faculdade de Engenharia. Em 1952, em uma viagem à região dos Lagos Patagônicos, as cabanas locais em troncos de madeira chamaram sua atenção e marcou o destino de seus projetos futuros. Formou-se em 1966 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Uruguai, revalidando o diploma, em 1972, pela FAU-USP.11 www.tuneu.arq.br revista comodidade 37


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/ especial apartamento

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VALORIZAÇão

dos espaços

Por: Ana Luiza Calmon

Projeto privilegiou conforto e sofisticação dos ambientes

Fotos: Acervo do escritório

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A exuberância da natureza e a vista privilegiada são a prioridade deste apartamento. De frente para o Parque Burle Max, no Panamby, zona sul de São Paulo, a residência ganhou reformulações para atrair ainda mais os moradores, um casal de advogados com um filho jovem. O apartamento com 250m² de área total dispunha de revestimentos simples e pouco aproveitamento do amplo espaço. Necessário, portanto, realizar mudanças para melhor receber a família e atender às suas exigências de conforto. Sem alterações complexas na planta original, o projeto propôs alterar o pé-direito duplo da sala de jantar e integrá-la com o living. Utilizando-se desse espaço livre, foi construído um mezanino de estrutura metálica para abrigar o escritório do morador – um pedido seu. O acesso se dá por uma escada escultural, feita de metal revestido de madeira e lateral sem proteção. Apesar da proposta de ambientes integrados, o mezanino-escritório se separa por um parapeito de vidro, alimentando a ideia de divisão. Além do mezanino, o apartamento dispõe de outros oito ambientes. Para a varanda, privilegiou-se, acima de tudo, a bela paisagem do parque e os arredores do Panamby, com móveis que oferecem um clima relaxante e de convivência familiar. A cozinha e a lavanderia foram pensadas com a mesma linguagem: limpa e ampla. Por gostar de cozinhar rodeada de familiares e amigos, a moradora solicitou móveis que permitem a melhor circulação naquele ambiente.

A suíte do casal de advogados ganhou um clima aconchegante e íntimo, visando a privacidade dos moradores

A varanda foi pensada para os momentos de lazer em família e aproveitar a bela vista. Também é possível controlar a luminosidade ao ativar as telas solares instaladas

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/ especial apartamento

/

decoração Entre as exigências dos moradores, está uma decoração mais charmosa e serena dos ambientes. A proposta foi utilizar elementos mais naturais, como fibra, madeira e linho. Além disso, cores aconchegantes, a exemplo do azul e do turquesa, completaram a composição. Os demais cômodos, três quartos, foram divididos em suíte do casal, suíte do filho e quarto dos hóspedes. Para este último ambiente, utilizou-se a cor beterraba para decorá-lo. O motivo é a sua versatilidade, que agrada tanto visitantes femininos quanto masculinos. Complementando o espaço, gravuras da Monalisa estilizada deram um tom mais dinâmico e contemporâneo. Toda a área do apartamento dispõe de iluminação automatizada. No entanto, visando o conforto e a tranquilidade, valorizou-se também os elementos naturais, como ventilação, decoração e paisagens. O Parque Burle Max é o exemplo, apreciado diariamente pelos moradores.

Cozinha elaborada para ter espaços de circulação e acomodar familiares e amigos, enquanto a família prepara o cardápio

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O piso da maioria dos ambientes é de porcelanato fosco, com um toque aveludado. Esse material tem porosidade quase nula, oferece conforto termo-acústico, além de ótimo custo-benefício

Com a alteração do pé-direito duplo, foi construído um mezaninoescritório para o morador. O acesso se dá por uma escada escultural, com lateral sem proteção

Rocha Andrade Arquitetura & Design Escritório formado pela arquiteta Cristina Rocha Andrade e pela designer de interiores Patricia Rocha. Atuante há dez anos, já realizou mais 350 trabalhos, divididos entre projetos residenciais, comerciais e de incorporação (apartamentos decorados), nacionais e internacionais (Cidade do México e Estocolmo, Suécia). www.rochaandradearquitetura.com.br

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/ espaço décor

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Varanda um cantinho especial Por: Prisciana Gonçalves

Uma área externa que tem o poder de transmitir conforto, e ainda atua como espaço gourmet e extensão da sala de jantar. A varanda é um cômodo especial em todas as residências. Seja para relaxar ou receber os amigos, o espaço vem se tornando um ambiente de destaque e conexão com os demais cômodos da casa. Por isso a importância no momento de decorá-lo.

Para o projeto de uma varanda gourmet, realizado pela arquiteta e urbanista Mirian Miyamoto, foi utilizado uma bancada funcional, uma grande mesa e duas confortáveis poltronas. Isso porque os clientes solicitaram que fosse um espaço de entretenimento e ao mesmo tempo de descanso. Além de plantas e flores para complementar a decoração. “Acredito que as cores sempre são bem-vindas, pois transmitem sensações boas aos usuários dos espaços, principalmente quando são empregadas em adornos e revestimentos. Além disso, os objetos funcionais também podem virar decorativos, quando ousamos na cor e no formato”, conta.

“Os clientes relataram que apreciam muito o artista plástico Romero Britto, por isso projetei para esta varanda um mosaico de azulejos pintados à mão, representando uma de suas obras.”, ressalta a arquiteta.

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“Nesta varanda, por exemplo, escolhi um frigobar de modelo retrô na cor vermelha e pendentes na cor amarela, para combinar com o mosaico de azulejos coloridos e contrastar com a neutralidade do cantinho de leitura que possui cores neutras”, explica a arquiteta. A especialista conta que a dimensão da varanda foi adequada para a disposição de toda a mobília. E que em ambientes compactos a decoração deve ser mais sutil, pois grandes objetos podem ocupar o espaço e impactar na estética de forma negativa. Além da iluminação natural, é importante que cada espaço funcional receba uma iluminação apropriada. “Como no caso do armário superior, onde foi embutida uma fita de led, que ilumina o rodateto e a bancada. Acima da mesa de refeição, existem três pendentes para deixar o local mais aconchegante quando somente estes são acesos. Já as poltronas de descanso ganharam modernas arandelas brancas para transformar este canto em um ambiente de leitura”, ilustra.

Na mesa de refeições, foi projetado um rasgo no tampo de madeira para embutir um porta-garrafa feito com o mesmo material da bancada funcional e do pé da mesa, o Nanoglass branco.

mIRIAN MIYAMOTO É arquiteta e urbanista. Possui mestrado na mesma área de formação, atualmente leciona em cursos de graduação e administra o seu escritório de arquitetura e interiores em Vila Velha - ES.

mirian.tm@gmail.com

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/ espaço décor

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NATUREZA QUE INSPIRA A ARTE Por: Prisciana Gonçalves

O clima de aconchego e a sensação de bem-estar estão ligados diretamente ao paisagismo. Uma arte que pode ser usada em pequenos e grandes espaços. Humanizar ambientes. Esse é o talento e a missão da paisagista Sinthia Ferrari. Que usa toda sua habilidade para unir plantas, cores e estilos. Uma maneira de proporcionar mais vida aos espaços e acrescentar detalhes a decoração. Natural de Colatina, a paisagista se formou no Instituto de Arte Projeto de Belo Horizonte. Trabalhou em São Paulo, Belo Horizonte e retornou para Vitória em 2007. Dona de um olhar preciso, Sinthia consegue transmitir através da natureza toda sua paixão.

Jardim das Jabuticabeiras exposto na Casa Cor 2011

Os jardins verticais, em que são montados verdadeiros painéis vivos com um mix de plantas e ervas, são as grandes apostas para a decoração de pequenas varandas e cozinhas. Esses painéis são bastante usados em varandas.

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Para a especialista, ao iniciar um projeto, seja ele de uma área externa ou uma varanda, é preciso primeiro conhecer e entender as intenções do cliente. O segundo passo é saber qual a luminosidade do local. “A incidência de luz sobre as plantas são de extrema importância. Afinal é através da luz que a planta realiza a fotossíntese e sem esse processo ela não sobrevive. Outro ponto importante é a intensidade do vento e do calor. E se a varanda é aberta ou fechada”, afirma. A paisagista ainda explica que a escolha dos vasos também faz diferença no momento de compor a paisagem. “Existem vários tipos de vasos que são indicados especificamente para cada tipo de planta. Além da sua volumetria. Tudo isso depende do estilo do ambiente. Se é rústico ou mais contemporâneo”, garante. A manutenção de um jardim é outro item primordial. “A Irrigação, adubação, a poda e limpeza das plantas, são de extrema importância para manter as plantas saudáveis e bonitas”, adverte.

Um jardim para contemplação com deck de madeira próprio para ambiente externo. Uma passarela de vidro com espelho d’água embaixo. Plantas ornamentais como palmeiras e bromélias foram usadas nesse ambiente para dar um ar tropical ao espaço.

Sinthia Ferrari Paisagista natural de Colatina. Formou-se no Instituto de Arte Projeto de Belo Horizonte. Morou em São Paulo e Belo Horizonte, onde trabalhou com projetos residenciais. Retornou para Vitória em 2007, onde reside atualmente.

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/ espaço sustentável

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Fotos: Nelson Kon

Madeira Uma opção sustentável Por: Prisciana Gonçalves

Diversificar na utilização dos materiais permite uma menor exploração das fontes naturais Sustentabilidade. Uma questão que vem gerando intenso debate sobre o consumo consciente no planeta. A utilização da madeira e o aproveitamento de diferentes materiais na arquitetura também estão relacionados ao fortalecimento do pensamento ecológico. No Brasil, a questão está sendo levada para os projetos arquitetônicos de casas e prédios comerciais. Questão que é fortemente explorada pelo engenheiro civil Hélio Olga Jr. e foi fonte de inspiração para a construção de sua casa. Em 1990, o engenheiro Hélio Olga adquiriu e decidiu desafiar as estruturas naturais de um lote em especial. O terreno era pouco valorizado na região do bairro Jardim Vitória Régia, em São Paulo. Uma área equivalente a 900m². No entanto, sua declividade poderia causar sérios riscos de erosões e impossibilitava a implantação de um canteiro de obras tradicional. Tendo em vista as dificuldades que enfrentaria o engenheiro optou pelo pré-fabricado de madeira e se propôs a uma divisão simples. Sua casa deveria ser composta por sala, cozinha, serviço, três quartos, quarto de hóspedes, sala para crianças, abrigo para dois carros e piscina. E um total de 200 m² de área útil. Mesmo tendo vasta experiência, o engenheiro admitia não saber lidar com as possibilidade e limitações do terreno. E foi assim que surgiu a parceria com o notório arquiteto Marcos Acayaba. Que utilizou todo seu conhecimento em estruturas para conduzir o projeto. 52 revista comodidade


A madeira foi pensada para este projeto a partir do raciocínio de viabilização industrial, que afasta seu uso de um sentimento saudosista do “artesanato de luxo” praticado até então e o aproxima da racionalidade construtiva.

Acayaba teve total liberdade para desenvolver toda arquitetura da casa. Seu projeto trabalharia uma implantação perpendicular ao terreno. A ideia era aproveitar a insolação leste/oeste e evitar cortes no barranco. O programa foi organizado em duas partes. A primeira seria o patamar de entrada com garagem e piscina. Elas estariam alinhadas ao concreto armado e apoiado diretamente no terreno. E a segunda consistiria em uma torre de madeira, perpendicular às curvas de nível, apoiada em seis túbulos. A área social e o serviço foram organizados em um formato de “L” e voltados para o nordeste. Assim a casa protegeria a piscina do vento sul. O desenho da casa resultou da equação entre o conjunto do programa e a estrutura. São ao todo cinco módulos superiores para sala e serviço com 100 m². Três módulos abaixo para dormitórios com 60 m². E por fim os módulos restantes com 20 m² cada. Que seriam para o dormitório de hóspedes e sala das crianças. A estrutura é simétrica e equilibrada, sua geometria considera seu próprio sistema de montagem, sem escoramentos. O módulo estrutural permitiu a passagem das instalações (visitáveis) e de ventilação cruzada. Com isso o ar fresco fluiria pelos ambientes através de aberturas no piso. E com a correspondente exaustão do ar quente pelo teto. Todo conforto e salubridade encontrados nos ambientes podem ser observados graças à escolha da posição dos dormitórios. Ou seja, voltados para o norte. Enquanto os banheiros estão para o sul.

A opção pelo sistema construtivo em madeira préfabricada se deu logo no início do projeto, por ser um material que geraria pouco entulho e garantiria rapidez na construção.

A implantação decorreu também da busca rigorosa de compatibilização entre a necessidade de proteção contra o vento e exploração das melhores aberturas para vistas e iluminação. revista comodidade 53


A estrutura se baseia em um cubo de 3,3m x 3,3m x 3,3 m. São utilizados ao todo 20 módulos. Agrupados de dois em dois eles compõem uma pirâmide invertida. A escolha dessas dimensões foi em função das placas de vedação que são mais resistentes a quaisquer condições climáticas intensas e leves.

Foi por fazer uso intenso da pré-fabricação em madeira que a estrutura da casa é vista como uma das obras mais inovadoras no ramo. Até a construção da Casa Hélio Olga a madeira era utilizada no Brasil apenas para a confecção de peças de esquadrias, coberturas ou peças em madeira bruta que tentavam se aproximar da construção vernacular e nativista.

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A madeira não toca diretamente o solo. Ela é apoiada na fundação, constituída por seis pilares de concreto. Essa é uma forma de garantir a integridade estrutural por mais tempo, evitando a entrada de umidade na madeira.

Do pé direito estrutural foram tomados 65 cm por onde passam as instalações. Lá são encontradas aberturas que permitem o efeito chaminé, através do efeito de convecção do ar, forçado pela diferença de alturas das aberturas. Outro fator que contribui para a ventilação é são as aberturas em todas as fachadas.

O ideal de leveza, há anos perseguido por Acayaba em suas obras se realizou inusitadamente na casa Hélio Olga. E isso graças à volumetria escalonada que proporcionou grandes balanços e que permitiram ao arquiteto desafiar a gravidade com grande habilidade. De acordo com Paulo Guilherme Wisnik, crítico de arte e arquitetura, foi em 1990, após a aparição da casa Hélio Olga que o interesse pela madeira na construção reapareceu. E passou a ser empregada por diversos arquitetos paulistas em seus projetos. O projeto inaugurou a discussão internacional sobre a conscientização ecológica sobre os problemas de desmatamento e a necessidade de desenvolver novas técnicas de manejo das florestas.

marcos acayaba Nasceu em 1944, na cidade de São Paulo/SP. Arquiteto, urbanista e professor. Formou-se em 1969 pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Após a primeira fase de sua obra, inspirada pela forma livre de Oscar Niemeyer e pelo uso “brutalista” do concreto em São Paulo, decide utilizar sistemas construtivos variados. Optou entre eles pela alvenaria armada, a metálica e finalmente a estrutura de componentes de madeira industrializada. Esta é empregada pela primeira vez no projeto da Residência Olga, 1987, com base no sistema construtivo desenvolvido e fabricado pela Ita Construtora. www.marcosacayaba.arq.br revista comodidade 55


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/ mostra decoração casa cor ES 2014

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MINIMALISTA E ATEMPORAL Em 100% dos Projetos que atuo, a importância da praticidade e funcionalidade está sempre em destaque e é trabalhada com prioridade devido a necessidade do melhor aproveitamento do espaço. A partir daí, tudo o que é escolhido para fazer parte deste conceito se potencializa no design, estilo, perfil e necessidades do cliente e o uso. Foi exatamente isso que ponderei nesse Flat. A proposta do projeto foi criar um Flat Urbano Contemporâneo, com um conceito funcional em que todos os ambientes se integram mantendo a privacidade. O espaço possui 109m² e seguimos a tendência de linhas retas, e harmonia plena. O ambiente Flat Urbano contrasta com elementos nobres - madeira/vidro/espelho/ laca/rústico do Dekton da silestone e o piso da linha cimento da Eliane traz a praticidade.

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O mobiliário da Stampa, linha despojada, mas com forte conceito contemporâneo, a marcenaria Maderat de acabamento único, traduz na laca e a madeira um contraste aconchegante, e para integrar ainda mais a proposta dos eletrodomésticos estarem diretamente em sintonia. O vidro branco se repete em detalhes e também no mobiliário e marcenaria, dando leveza e valorizando cada canto do espaço. E assim saindo do tradicional e fazendo parte de um conceito mais inovador, permitindo que tudo se relacione de maneira sutil e sofisticada. Entre os diferenciais temos a iluminação no frame (sem borda, da Eurolight), o mobiliário design em destaque, a climatização com o ar cassete de uma via, super tendência; o ambiente sem parede em que o próprio mobiliário faz o papel de dar privacidade e ao mesmo tempo integrar todo o Flat; o piso que é lançamento da Eliane 90x90 linha cimento. Além da Matias Brotas (Obra de arte), Gorenje com eletrodomésticos diferenciados com poder de sofisticar o ambiente sem dar contraste e Dekton da Silestone e um produto altamente resistente ao calor com características rústicas e bastante modernas.

Fotos: Felipe Araújo

Letícia Finamore Arquiteta formada pela USU (Universidade Santa Ursula – RJ) e atua na área desde o ano 2000. Já executou inúmeros projetos, acumulando experiência nos segmentos residencial, comercial e corporativo, além do segmento imobiliário. Letícia segue a proposta de criar ambientes claros, leves e bem iluminados, priorizando o equilíbrio, a leveza e a sofisticação. 27 3345.0862 | 99985.9270 www.leticiafinamore.com.br leticia@leticiafinamore.com.br revista comodidade 59


/ mostra decoração casa cor ES 2014

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MODa,viagens

e tendências Por: Prisciana Gonçalves

O conceito utilizado para a Suíte da filha foi inspirado na blogueira capixaba Luisa Meirelles. O ambiente gerado a partir da ideia de uma menina moderna, ligada a moda, viagens e tendências. Por isso a escolha e a miscelânea dos materiais aconchegantes, muita utilização de madeira, iluminações indiretas permitidas pelas fitas de led inseridas na moldura de gesso e na cabeceira da cama, cores vibrantes nos tecidos, armários e paredes. As cores foram inspiradas em feiras de decoração européia, que além de coloridas e alegres, tornaram-se equilibradas no projeto com tons neutros permitidas pela própria madeira e pelo branco. Concedendo modernidade pelo uso das estruturas em aço inox. O projeto é constituído por funções bem mais interessantes que somente um quarto, mas sim, um espaço para produção. Foi destinado um local para maquiagens e objetos pessoais doados pela blogueira. E um espaço destinado a leitura com uma bancada de estudo.

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Fotos: Felipe Araújo


Zilda Helal - Projetos & Design Desde 1980 elaborando projetos expressivos nas áreas de arquitetura e interiores. Seus projetos evidenciam um trabalho contemporâneo, atemporal, decorrente da criação de lugares práticos, funcionais e, contudo, aconchegantes e esteticamente equilibrados. 27 3227.8957 www.zildahelal.com.br contato@zildahelal.com.br

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/ mostra decoração casa cor ES 2014

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um toque INOVADOR Por: Prisciana Gonçalves

O ambiente foi criado para um casal de hóspedes, inspirado em hotéis boutiques, com projeto arquitetônico diferenciado e personalizado, com ênfase em elementos de arte e design. O ambiente é contemporâneo, com linhas limpas e retas. Possui ao todo 30 m². As paredes foram revestidas com placas cimentícias (Linha Corner – Fab.: Solarium Revestimentos) com elevações e espessuras diferentes que mudam o visual do revestimento apenas com a rotação das placas, criando inúmeras possibilidades de paginação. Para contrastar dando um equilíbrio ao ambiente, em alguns pontos foram aplicadas placas de vidro (Vítrica) com superfície com toque de seda. No piso do banheiro foi utilizado o Xisto Matrix Escovado e na bancada foi executada com a miscelânea de Escovado e Jateado (Revest Marmoraria). No piso do quarto foi assentado réguas de madeira maciça com sistemas de encaixe (Fab.: IndusParquet). O pergolado e as ripas atrás da cama são de madeira de reaproveitamento (eucalipto). Os mobiliários são revestidos em laca, compondo com os vidros e espelhos. Com predominância do bege a nuances de cinza, as cores neutras foram escolhidas para compor o ambiente com uma proposta clean. Foi reservada aos tecidos e adornos a exploração das cores. Para criar um ambiente aconchegante dando ao ambiente um toque intimista, foi trabalhada uma iluminação indireta, não incidindo diretamente sobre a superfície, mas se espalhando de maneira uniforme pelo espaço. A iluminação cênica também foi utilizada em alguns pontos para valorização e destaque de objetos de arte.

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Fotos: Sagrilo

Priscilla Magioni de Arruda Arquiteta (CAU A59746-5) www.pmagioni.com.br contato@pmagioni.com.br 27 98841-2250 Izabella Martinelli Bertolo Arquiteta (CAU A58472-7) www.izabellambertolo.com.br izabellambertolo@gmail.com 27 99851-7566 revista comodidade 63


/ mostra decoração casa cor ES 2014

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CONTEMPORÂNEO

E NATURAL

Por: Prisciana Gonçalves

Fotos: Felipe Araújo

Com um interior contemporâneo, o arquiteto Geraldo Lino projetou para a Casa Cor Espírito Santo 2014 uma suíte com aproximadamente 40m² super elegante, natural e aconchegante. Tudo foi pensado nos mínimos detalhes para refletir a personalidade do casal homenageado neste espaço. Piso mais escuro no quarto, piso claro no banheiro, mármore branco revestindo várias paredes do banheiro, metais red gold, uma banheira dupla e uma coleção de quadros de diferentes artistas numa composição harmoniosa são alguns detalhes do projeto. Com uma sutileza impecável, o arquiteto utilizou papel de parede em quase todo o quarto, mica no banheiro, espelhos bronze, colcha de seda, cortina de linho e um sofá super confortável. Para arrematar o projeto um belo jardim seco atrás da cama chama atenção do visitante e no banheiro, um jardim vertical traz o verde natural para compor a ambientação.

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Geraldo Lino Arquitetura e Interiores 27 3315-4763 | 99255-7473

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/ informe publicitário

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NOVIDADE PARA DECORAÇÃO RESIDENCIAL Com 24 anos de atuação no mercado capixaba, a Vital Móveis se tornou referência em móveis, acessórios para escritórios e empresas em geral. Buscando ampliar seus serviços a Vital Móveis inaugura, em novembro, a primeira loja voltada para o ramo residencial. O novo espaço contará com localização privilegiada no município de Vila Velha e uma linha completa para decoração de espaços residenciais. Papeis de parede, adornos, plantas, quadros e tapetes são apenas algumas opções do mix de produtos disponíveis ao cliente. Tudo com design exclusivo e inovador. O serviço prestado pela Vital Móveis cresceu juntamente com a sua estrutura. Hoje a recepção exclusiva não se restringe apenas aos clientes que frequentam a loja. O seu diferencial está no trabalho porta a porta.

“O nosso atendimento vai até a residência do cliente. Lá fazemos as medições e executamos todo o projeto de ambientação dos móveis em 3D. Tudo colorido para que possamos passar a ideia mais exata de como ficará o produto no local”, explica o diretor comercial João Paulo Tonon. A apresentação do projeto também pode ser realizada na loja ou casa do próprio cliente. “Quando o trabalho é executado através de um profissional de arquitetura ou design, nós recebemos a planta por email e a partir daí executamos o projeto sem que ele também tenha que se deslocar até uma das lojas. Procuramos o máximo dar conforto ao cliente”, garante João Paulo Tonon.

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Para a Vital Móveis é essencial desenvolver projetos que contribuam para a melhor utilização do espaço. Seriedade. Essa é a palavra que envolve todo trabalho desenvolvido pela empresa. E a procura por sempre oferecer o melhor atendimento e produtos com qualidade. CONTATO GERAL João Paulo | 99309.8443 Av. Jerônimo Monteiro 1408, Glória Vila Velha - ES 27 3329.0379 | 27 3062.7800 Av. Luciano das Neves, 1708, Itapoã Vila Velha - ES 27 3389.7178 Rod. Sol, 1100c, Aeroporto Guarapari - ES 27 3361.3654 | 27 3361.4683 Av. Fernando Ferrari, 3065, Goiabeiras Vitória - ES 27 3327.0228 | 27 3327.1088

www.vitalmoveis.com.br revista comodidade 67


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PEÇAS de REQUINTE REFLETEM A

CULTURA CONTEMPORÂNEA A ilha de Vitória agora conta com mais uma loja de renome. Foi em alto estilo que a anfitriã Luciene Bertolani inaugurou SAVA MÓVEIS. Especializada em estofados de alto padrão e marcenaria, com fabrica em Belo Horizonte, a SAVA possui 400m² e mais de 200 variedades em produtos. Peças com materiais atemporais como a madeira, a lona, fibras naturais e a sofisticação do couro, definem a marca. A empresa busca refletir a cultura contemporânea para sentir e antecipar as tendências, respondendo às mudanças nos gostos e nas formas de morar. As poltronas e sofás são destinados a um público extremamente exigente e particularmente atento às novidades de alto standard qualitativo. O mix de produtos segue às tendências do mercado mundial. São peças assinadas por designers renomados e reconhecidas no mercado de alta decoração. Outro diferencial são os tamanhos personalizados que acompanham cada tipo de projeto e o que torna a peça exclusiva. 27 3314.2044 atendimento@sava-es.com.br

Luciene Bertolani Proprietaria da Sava Móveis ES

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/ informe publicitário

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TECNOLOGIA EM FECHADURAS Fechaduras premiadas por design e inovação tecnologica. Desenvolvida com os recursos da tecnologia, mais modernos e confiáveis existentes hoje no mercado, para tornar o seu dia a dia mais seguro, confortável e prático. Funcionam através de: Leitura biométrica Controle remoto Senha Cartão Chave digital Chave mecânica Podem ser instaladas em portas de madeira metal ou vidro, com batente ou pivotante conforme o modelo.

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A Milre Advance atua no mercado brasileiro desde 2006. Segurança, conforto e simplicidade são os maiores benefícios dessa linha de fechaduras, que atendem aos setores residencial, comercial, corporativo e hoteleiro. Sicurezza Comercial Marlu, Av. Leitão da Silva, 1375, Lojas 05 e 06, Vitoria - ES 27 3227.6477

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/ informe publicitário

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INOVAÇão no

mercado Com 26 anos de história, a Eletrotintas procura o que há de melhor no segmento de tintas imobiliárias e industrial. A empresa, do Grupo Eletromil, se faz presente nos municípios de Vitória e Vila Velha, com lojas climatizadas e atendimento completo, a exemplo de uma consultoria com profissional de decoração e entregas em todo o estado. Justamente por buscar inovação, a Eletrotintas anuncia sua nova parceria com a GART, comercializando uma linha de produtos exclusiva: roda-tetos, roda-meio, rodapé, rosetas e molduras externas. As peças são de excelente acabamento e com extremidades perfeitas, permitem uma instalação ágil, simples e limpa. Além disso, são pré-pintadas em branco e aceitam qualquer tipo de tinta. Uma ótima alternativa para substituir materiais convencionais como gesso e madeira. É com o objetivo de atender às diferentes necessidades do atual mercado que a Eletrotintas firma esta parceria com a GART, com novos produtos e serviços pensados para seus clientes. Rua Henrique Moscoso, 1146, Centro Vila Velha - ES 27 3320.9000 | 27 3320.9016 Av. Leitão da Silva, 1461, Gurigica Vitória - ES 27 3335.3300 www.eletrotintas.com.br

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/ informe publicitário

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Charme, elegância e

sofisticação Oferecer produtos com qualidade, design diferenciado e zelar continuamente pela satisfação dos clientes. Esses são os objetivos da Rua Váci, que está no mercado desde 2011. A empresa nasceu com a proposta de oferecer charme e elegância na decoração de ambientes. Hoje, situada no Shopping Rio Branco, a Rua Váci possui uma loja maior e mais bem localizada, para oferecer mais comodidade e melhores condições de atendimento. Lá é possível encontrar móveis no estilo rústico, clássico, retrô e contemporâneo. Além disso, a Rua Váci também disponibiliza uma enorme variedade de produtos, tais como tapetes sob encomenda, espelhos, quadros, abajures, lustres, almofadas e objetos de decoração, como vasos, flores, bandejas, licoreiras, taças, castiçais, velas, porta retratos, sousplats, dentre outros. Procurando diferenciar-se no atendimento, conta com profissionais capacitados para auxiliar na decoração, preparar arranjos personalizados e orientar sobre a composição das peças, sempre levando em conta a preferência do cliente. Possui várias peças exclusivas e que são selecionadas com alto critério de qualidade e beleza. Av. Rio Branco, 274, Shopping Rio Branco, Loja 50, 2º Piso, Santa Lúcia Vitória - ES 27 3024.2214 www.ruavaci.com.br

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/ espaço da arte

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Uma arte que vem de berço Um trabalho que envolve produção artística e uma visão mais apurada. A arte é um processo cognitivo, um processo de descobertas e realizações. Por: Prisciana Gonçalves

Filha da artista plástica Sandra Resende, Dayse Egg de Resende cresceu em um ambiente criativo e sob forte influência da arte. Logo cedo, acabou despertando o interesse pelo fazer artístico. Sua trajetória é marcada pela força de vontade e pela luta para realizar seus sonhos. Natural de Barbacena, em Minas Gerais, Dayse Resende, atualmente reside em Vitória (ES). Formada em Direito pela Universidade de Vila Velha e, em Artes Plásticas, pela Universidade Federal do Espírito Santo, atua no cenário capixaba como consultora de arte, galerista e artista plástica. Seu currículo é marcado por diversos cursos e exposições no Brasil e exterior. A artista possui, também, obras em acervos públicos e em coleções particulares. Coordenou projetos culturais e de leis de incentivo à cultura. Dayse tem um escritório de arte. O espaço reúne trabalhos de 14 artistas, em diversos suportes, como pinturas, gravuras, objetos, fotografias, esculturas e desenhos. A galeria dispõe de uma produção variada, com obras dos mais diferentes perfis, são apenas algumas opções que podem ser encontradas no acervo do Escritório. Ao todo, são cinco anos no mercado, prestando consultoria e gerenciamento de carreira, oferecendo curadoria independente e assessoria.

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Fotos: Monica Zorzanelli e Patrícia Borges

O livro “Engenho de Dentro: Gilbert Chaudanne”. Espera-se contribuir especificamente para a preservação da memória das artes no Estado do Espírito Santo, abordando a trajetória do artista plástico Gilbert Chaudanne, que apesar de sua origem francesa, elegeu este Estado como o lugar de seu coração e aqui vive há mais de 30 anos.

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Seja na consultoria de arte, avaliação de acervo ou instalação de obras em espaços residenciais ou comerciais, uma galeria de arte trabalha juntamente com arquitetos, decoradores e clientes em geral. Isso faz o Escritório de Arte Dayse Resende realize consultoria exclusivas, atuando na composição do ambiente para mostras e residências com as obras escolhidas para cada perfil. Em janeiro de 2014, a artista lançou o blog www.dayseresende.com. Lá, encontramos textos que falam sobre arte, cultura, design e decoração. Ainda esse ano, Dayse lançará o livro “Engenho de Dentro: Gilbert Chaudanne”, de sua autoria. A obra traz a trajetória deste artista, que reside no Espírito Santo, e seu processo criativo. Mostra os dois lados do artista: o criador; e sua capacidade de vender sua própria obra, capacidade de gerar a circulação do objeto artístico.

1 Série Geografia Afetiva, ast, 2014. Dimensão: 30x180cm

2 Série Geografia Afetiva, ast, 2014. Dimensão: 50x200cm

3 Série Geografia Afetiva, ast, 2014. Dimensão: 44x130cm

4 Obras de Sandra Resende, série Howort.

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Dimensão: 200x150cm Obra Fragmenta de Sergio Helle, 2013. Dimensão: 150x120cm Escultura de José Ricardo Fonseca, 2014. Ferro 5 Ambiente projetado pela Arq. Madalena Mello. Série “Fios Nous” de Dayse Resende. Seres de Lidia Miquelão. Móveis Composé Decor.

Dayse resende Artista plástica, Consultora de Arte e Galerista. O Escritório de Arte Dayse Resende fica localizado no Bairro Jardim Camburi, em Vitória (ES). A galeria atende com hora marcada, necessário apenas entrar em contato pelo telefone (27) 99962-2130 ou através do e-mail escritoriodearte.dayseresende@gmail.com www.dayseresende.com

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/ espaço da arte

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A arte vivida por

TÔNIA ORBELAENDER Uma vida dedicada à pintura que a partir dos 55 anos começou a trabalhar profissionalmente. Passados quase trinta anos, Tônia Oberlaender pode ser considerada uma artista completa. Sua carreira começou após a aposentadoria. Completamente dedicada à criação e ao diálogo com variação poética.

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Muitos foram os caminhos percorridos por esta mulher que já conta com mais de cinquenta exposições já realizadas, no Brasil e no exterior. Em sua trajetória, a artista integrou o “Grupo dos 7” e o “Todos de Bem”, além de ganhar alguns prêmios. Tônia teve influência de grandes mestres que atuam em Brasília, como Wagner Barja, Glênio Bianchetti e vários outros. Para Tônia, pintar é uma grande realização profissional. “Hoje atua no cenário das artes plásticas no Espírito Santo. Uma terra que escolhi para viver, e que adotei como minha, desde 2008”, conta a artista. 2

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6 Hoje, aos 82 anos, Tônia registra suas impressões em quadros e desenhos. Sua obra é contextualizada por momentos pessoais e fomenta um processo de autoconhecimento e autonomia. É a arte dando um novo significado para o processo de envelhecimento que, nesse caso, vincula-se à vida e a um reencantamento pelo mundo na maturidade. 4

A artista expõe com energia e dinamismo a mistura de cores em suas obras onde expressa sem medo seus sentimentos.

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1 Série Duendes - Vigília Dimensão: 63x63cm

2 Recordações Dimensão: 70x90cm

3 Luxúria Lirica Dimensão: 66x67cm

4 Série Duendes - O Curupira II Dimensão: 70x90cm

5 Metamorfose II Dimensão: 60x80cm

6 Simbiose III Dimensão: 70x90cm Obras disponíveis para aquisição no endereço da artista.

Antônia Peixoto Oberlaender Nasceu em Caravelas/Bahia. Morou em Brasília e atualmente reside em VitóriaES. É pedagoga, orientadora educacional, jornalista e ainda co-fundadora da Pinacoteca da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos, em Portugal. Possui obras na Casa-Museu Maria da Fontinha, em Castro Daire/Portugal. Além de pertencer a Academia de Letras e Artes Paranapuã (ALAP-RJ) e ao Quadro de Membros Correspondentes de Artes, patronímica de Antonio Parreiras. 27 3324-8200 | 99605-5200 revista comodidade 77


/ espaço urbano

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INTERVENÇÕES

URBANAS Intervenções começaram em São Paulo, foram parar em outras capitais e chegou em Vitória. Por: Lorena Meireles Ele se intitula jornalista e vândalo amador, Dafne Sampaio, 40, é o nome por trás de projetos de pichações nas ruas nacionalmente conhecidos: “Você praça acho graça, você prédio acho tédio” e “Rei o Pixo”. Dafne gosta de enveredar por ruas da capital paulista onde empunha stencil, spray e canetinhas de retroprojetor, para criar suas intervenções. O artista trabalha pela manhã e já levou amigos para pichar por aí com ele, e garante que para acompanhá-lo é só chamar. Criou o projeto “Você Praça”, após assistir ao documentário “Exit through the gift shop”, (Banksy, 2010), “Me bateu uma vontade danada de fazer algo na rua, de falar algo pra cidade e para as pessoas. Mas como não desenho um boneco palito sequer, o lance tinha que ser em texto mesmo”, contou Dafne. Depois se aventurou pelas letras de Roberto Carlos, com o projeto “Rei o Pixo”. “Numa caminhada perto de casa pensei em Roberto Carlos, na sua importância, no quanto gosto dele, e no quanto ele é um dos caras que melhor escreveu sobre o coração e a cabeça popular brasileira”, explicou o jornalista.

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COMODIDADE: Quem ou o quê te inspira artisticamente?

COMODIDADE: Que tipo de artista você é?

DAFNE: Essa é fácil, tudo, mas sendo mais específico: a cidade, as pessoas, música, quadrinhos, amor, amizades, cinema, essas coisas da vida.

DAFNE: Sou artista do tipo jornalista. Faço umas coisas, mas acho um pouco demais chamar de ‘arte’, principalmente porque faço por diversão, pra me expressar. Amadoristicamente mesmo e não como ocupação.

COMODIDADE: Quanto custa fazer essas intervenções? DAFNE: Comecei o “Rei o Pixo” usando apenas uma pilot preta e uma vermelha, aquelas canetinhas de retroprojetor mesmo, R$5 reais, algo assim. Depois comprei um canetão, uns 25 reais. Cartolina pra alguns stencils ou impressão, barato também, e sprays. Tudo acessível, prático e simples.

COMODIDADE: Pichação é arte ou é crime?

COMODIDADE: Qual o critério para pichar as letras de Roberto Carlos?

DAFNE: Olha, quando se começa a fazer coisas na rua não se quer parar. E politicamente, acho que a rua tem que ser ocupada mesmo. Então quero continuar fazendo coisas, criando e finalizando projetos, brincadeiras, ajudando amigos e amigas a irem pra rua também. Onde? Provavelmente em São Paulo, que é minha casa, minha vida. Mas é muito legal fazer em outras cidades, sempre buscarei isso.

DAFNE: Fui escolhendo as músicas aos poucos. Algumas bem clássicas eu sabia que tinham que rolar, mas procurei mostrar fases variadas e pegar frases que sobrevivessem sem o resto da música. COMODIDADE: Quantas intervenções urbanas você já fez? E onde elas foram feitas? DAFNE: Do “Você Praça” foram 189 e já vou parar no número 200. E 100 “Rei o Pixo”. A grande maioria aqui em São Paulo, mas fiz um pouco em Fortaleza. Mas fizeram “Você Praça” em Belém, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Vitória, que eu sei. Faço em tapumes, muros de terrenos baldios, lugares públicos, mas tentando vandalizar de uma forma elegante. [risos].

DAFNE: São ambos. Mas é acima de tudo um grito de existência. São pessoas mais ou menos anônimas dizendo por aí que existem. COMODIDADE: O futuro artístico de Dafne Sampaio como será e onde será?

COMODIDADE: Onde o artista Dafne Sampaio quer chegar com suas intervenções urbanas? DAFNE: Só quero me divertir mandando esses recadinhos visuais. E divertir outras pessoas, quando possível.

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/ especial

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sErgio rodrigues pai do design brasileiro Por: Lorena Meireles

Arquiteto morreu aos 87 anos, e deixou um legado de criações ousadas e impressionantes Ousadia para criar, humildade para reconhecer o próprio talento, assim era Sergio Rodrigues arquiteto e designer renomado que faleceu no dia 1 de setembro desse ano, aos 87 anos. Sua obra o fez ser considerado um dos mais admiráveis designers em nosso país, e projetou seu nome em nível internacional com criações marcantes e originais.

Criada por Sergio Rodrigues em 1958, a poltrona Gio foi selecionada no ano seguinte por Giò Ponti para publicação na revista Domus, na Itália. Foto: Fernando Mendes

A segunda esposa de Sergio Rodrigues, uma paixão de adolescência, Vera inspirou a criação de um móvel com o seu apelido: a poltrona Kilin.

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Foto: Paulo Aff

Foto: Paulo Aff

Poltrona Diz criada em 2002, tem a proposta de ser tão confortável quanto a Mole. A peça ganhou o prêmio do Museu da Casa Brasileira.

Nasceu em 1927, no Rio de Janeiro. Ingressou aos 20 anos na Faculdade Nacional de Arquitetura da Universidade do Brasil (FNA), no Rio de Janeiro, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Dois anos depois o talento de Sergio o leva a ser monitor do professor David Xavier Azambuja, que também o convida para elaboração do projeto do Centro Cívico de Curitiba, cidade onde cria a Móveis Artesanal Paranaense, em sociedade com os irmãos Hauner. Que em 1954 o contratam para comandar o setor de criação de arquitetura de interiores de sua nova empresa, a Forma S.A., em São Paulo. Nesse período, entra em contato com a produção de diversos designers europeus, conhece Gregori Warchavchik, e Lina Bo Bardi. Herdou do pai o gosto pelos desenhos. Filho de Roberto Rodrigues, pintor reconhecido que foi assassinado ainda muito jovem, aos 23 anos. Neto de Mario Rodrigues dono de jornais, e sobrinho do brilhante escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues. Sergio sonhava em ser projetista de aviação, mas como não era bom em matemática, ouviu de algumas pessoas que estaria livre dessa matéria se cursasse arquitetura, mas já no primeiro ano do curso ficou reprovado, confirmando que a história da matemática era brincadeira.


Foto: Paulo Aff

A vida fez de Sergio Rodrigues um artista da madeira dentro do modernismo concreto da arquitetura. Suas criações estão presentes em espaços culturais, lojas especializadas, residências e prédios públicos. Seus móveis são considerados verdadeiros objetos de arte, sinônimos dos anos 50 e 60. Rodrigues ultrapassou a designação de arquiteto e designer, era um verdadeiro artista. Trabalhou com renomados arquitetos como Oscar Niemeyer, Darcy Ribeiro e Israel Pinheiro e foi fundamental na composição dos interiores de Brasília. Peças robustas em madeira, agregando materiais como palha e couro, desenho alinhado, conforto e a constante presença do círculo são marcas do designer que, além de revigorar a linguagem do móvel, imprimiu neles uma identidade brasileira. Inclusive resgatando aspectos indígenas nas suas criações. Amante das referências de nosso país, ele batizou de Oca o negócio aberto em 1955, em Ipanema, um misto de loja e laboratório de móveis. Na vitrine da Oca por mais de um ano, ficou encalhada sem um único comprador, aquela que seria sua mais importante criação, a poltrona Mole, hoje objeto de desejo que não custa menos de R$ 13 mil. Mole é hoje reconhecida internacionalmente assim como vários móveis do designer, no entanto, a poltrona é a obra mais famosa. A obra prima. A união perfeita entre beleza e função, estrutura e forma, o conforto e a matéria prima.

Poltrona Mole feita de couro com pernas de madeira de jacarandá é a criação mais premiada do Sergio Rodrigues.

A poltrona Tetê é filha dos designers Sergio Rodrigues e Fernando Mendes, criada em 1996, é uma homenagem à irmã de Sergio.

Criada em 1957, a poltrona é considerada um símbolo do design nacional, tamanha impressão de brasilidade em suas formas. Essa referência, aliás, seria comprovada mais tarde, em 1961, em Cantù, na Itália, com o 1º prêmio dado à peça pelos critérios de modernidade e expressão de regionalidade. O desejo de conceber um móvel que expressasse a identidade nacional foi uma confissão feita pelo próprio autor e mais tarde ressaltada por vários especialistas e estudiosos, que associam a poltrona a um modo brasileiro de sentar, a ideias como preguiça e relaxamento. Os móveis de Rodrigues refletem a descontração, informalidade e contestação de um novo estilo de vida da juventude dos anos 1960. Naquela época o móvel contrastava com os padrões da época, dos delgados pés palitos, trazendo a grossura e a robustez da estrutura de madeira torneada, incrementada com o couro que formam uma cesta para receber os almofadões, também de couro, o que possibilita ao usuário moldar o corpo anatomicamente ao sentar-se. A poltrona, que integra o acervo do Museum of Modern Art - MoMA de Nova York é até hoje um sucesso de vendas.

SERGIO RODRIGUES Nascido em 1927, o carioca Sergio Rodrigues tornou se uma referência no que diz respeito ao design de móveis. Arquiteto por formação e um amante dos desenhos, transformou o móveis em verdadeiras obras de arte. Morreu aos 87 anos, em setembro deste ano (2014).

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