Revista CREA Bahia Edição 42

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cr a Revista do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia

B A H I A

Nº 42 > jan.fev.mar > 2013

Um novo porto para Salvador Terminal marítimo abrigará centro comercial e área de entretenimento



fotos joão alvarez

sumário

Capa

A requalificação do Terminal Marítimo de Salvador, orçada em R$ 30 milhões, vai dotar a cidade com um dos melhores portos do País

Paulo Macedo

joão alvarez

Página 24

08 Órgãos públicos promovem fiscalização em casas de shows e eventos 12 Regras de educação e etiqueta valem também no universo virtual 20 Programa do Crea

oferece 300 atividades de ensino profissional

36 Engenheiro Antonio Carlos Ferreira Bastos analisa sistema energético brasileiro

16 Salvador é uma das cidades com maior número de áreas de risco de deslizamentos no País

veja edição online no site www.creaba.org.br

42 Curso de engenharia acústica revoluciona o mercado brasileiro


Paulo Macedo

>correio

Congratulações

Quero parabenizar o Crea-BA pela excelente qualidade da revista, tanto em conteúdo quanto em informação para os pesquisadores, como eu, e totalmente envolvida com a questão da educação, ciência e tecnologia na Bahia. Professora doutora Liliane de Queiroz, por e-mail. Qualidade

No dia 13/12/2013 tive a ventura de, casualmente, conhecer a edição 41 desta revista. Pela qualidade das matérias, não poderia me furtar ao dever de parabenizar o Crea-BA, em especial a Assessoria de Comunicação e a sua Editoria. As matérias desta publicação serão de grande valia para as atividades de pregação e o restabelecimento dos princípios éticos e morais que devem nortear as ações políticas deste País. Osmar Pereira Ferreira, advogado, por e-mail. Participação para os técnicos

É necessário que o presidente do Crea-BA olhe com mais atenção para os técnicos em edificações e que, de fato, conceda, periodicamente, cursos de capacitação para nossa categoria. Considero que somos os profissionais mais indicados para assessorar engenheiros civis e arquitetos. Um técnico em edificações tem mais pré-requisitos no seu histórico de aprendizado do que ser aproveitado apenas para digitalizar um projeto ou ser um apontador em uma obra. Será que a nossa participação só aparece no cadastro de adimplentes? Kleyton Mercês, técnico de edif icações, por e-mail. Resposta: Kleyton, foi pensando em reivindicações como a sua que o Crea-BA lançou o Programa de Educação Continuada (PEC), que prevê a realiza4

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Liliane de Queiroz Antonio, professora da Unijorge, e Dr. Jô Furlan

ção de 300 capacitações, entre cursos e palestras, na sede e no interior. Esta edição traz uma matéria sobre o assunto (página 20). Fique à vontade para sugerir, criticar e nos ajudar a otimizar as ações do Conselho para atender às demandas profissionais. Luciana Kroger, assessora de comunicação Engenharia de Petróleo

Gostaria de saber como anda o processo para a criação do Conselho de Engenharia de Petróleo e Gás? O que consta no registro emitido pelo Crea sobre o curso? Do estudante Hudson Sá, pelo facebook. Resposta: Hudson, até o momento não temos conhecimento sobre a existência de processo de criação do Conselho de Engenharia de Petróleo e Gás. O que temos é o cadastramento (Protocolo 2012042670) do curso de Engenharia de Petróleo e Gás, que já foi aprovado pela câmara especializada. Desde então, o Crea está emitindo normalmente os registros dos egressos do

referido curso. Existem duas vertentes na área de petróleo: uma voltada para a exploração (área de minas) e outra na área de processamento (química). Ambas devem se registrar no Crea. No caso particular da Unijorge, as atribuições estão relacionadas à exploração (perfuração e completação de poços) e o título é engenheiro de petróleo que também é registrado no Crea. Errata

Na foto 3, que ilustrou a matéria “Debates sobre ética e tecnologia celebram a profissão”, na edição 41, quem está ao lado do palestrante Jô Furlan é a professora doutora da Unijorge Liliane de Queiroz Antonio, e não Karen Daniela Melo Miranda, como publicado. Na matéria “Inovadores por Natureza”, na edição 41, publicamos erroneamente o nome do secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação. O nome correto é Paulo Câmera, e não Paulo Câmara, como foi divulgado.

Fale conosco Envie a sua mensagem, contendo nome completo, e-mail e telefone, para o endereço eletrônico: revista@creaba.org.br. Reservamo-nos o direito de, sem alterar o conteúdo, resumir e adaptar os textos publicados. Siga o Crea-BA nas redes sociais: www.facebook.com/CreaBa. @CreaBahia. twitter.com/CreaBahia. PARA ANUNCIAR: revista@creaba.org.br. Tel.: (71) 3453-8912/3453-8929. Edição online no site www.creaba.org.br


João Alvarez

>editorial

Presidente Marco Amigo Diretoria 2013 1º vice-presidente Leandro de Aragão Correia Fonsêca 2º vice-presidente José B. de Oliveira Júnior 1º diretor administrativo Joseval C. Carqueija 2ª diretor administrativo Antônio Arêas Sobrinho 1° diretor financeiro Jefté Nascimento da Silva 2ª diretora financeira Silvana Marília Ventura 3º diretor financeiro Otoniel Magalhães Morais COORDENADORES/CÂMARAS ESPECIALIZADAS Agronomia Lorena de Araújo Melo Engenharia Civil Gerinaldo Costa Alves Engenharia Elétrica Sérvulo de Oliveira Ramos Engenharia de Agrimensura Juci Conceição Pita Engenharia Mecânica Jair Carlos Bertoldi Engenharia Química Paulo Gilberto Silva Geologia e Eng. de Minas André Bolinches de Carvalho

De olho no futuro

cr a

Assessora de Comunicação e Marketing Luciana Kroger Editora/Jornalista responsável Kátia Borges (DRT 5276) Colaboradores Cíntia Ribeiro, Nadja Pacheco, Marcos Fonseca, Ronaldo Brito e Gentil Revisão Marcos Navarro Projeto gráfico e diagramação Ana Clélia Rebouças Fotos João Alvarez (DRT 1912) Impressão Gráfica Ediouro Tiragem 45 mil exemplares nosso endereço Rua Prof. Aloísio de Carvalho Filho, 402, Engenho Velho de Brotas CEP 40243-620 – Salvador-BA Fone: (71) 3453-8989 Telecrea: (71) 3453-8990 Fax: (71) 3453-8963 e-mail: revista@creaba.org.br www.creaba.org.br *As opiniões emitidas nas matérias e artigos veiculados nesta publicação são de total responsabilidade de seus autores

Operários Revista CREA-BA/Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia. - Nº 42 (janeiro/Fevereiro/Março 2013). Salvador: CREA-BA, 2006 - ISSN 16792866

estrutura do novo Terminal Marítimo da

Trimestral 1. Arquitetura. 2. Engenharia. I. Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia

trabalham na

CDU 72:63 (813.8) CDD 720

cidade

Previsto para ser entregue em agosto próximo, reestruturado e com padrão internacional, o Porto de Salvador, no Comércio, devolverá aos moradores da cidade a paisagem da Baía de Todos-os-Santos, obstruída pelos antigos armazéns da Codeba, desativados desde os anos 1970. Para além da visão lírica, no entanto, o grande ganho para o Estado será turístico. Afinal, o terminal marítimo é a porta de entrada para os cerca de 300 mil turistas que, vindos de várias partes do mundo, desembarcam anualmente em Salvador – só no Carnaval deste ano, foram mais de 26 mil. Orçado em R$ 30 milhões e financiado pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-Copa), o novo Porto de Salvador integra um projeto maior, que prevê a requalificação do Centro Histórico. Além de equipamentos sofisticados de check in e atracação, irá contar com um grande centro de entretenimento e alimentação, com lojas, bares e restaurantes. A reestruturação atende a uma reivindicação quase tão antiga quanto a devolução da paisagem. Há mais de duas décadas, o trade turístico baiano reclama um local à altura da crescente demanda de cruzeiros marítimos nacionais e internacionais que incluem a capital baiana em seus roteiros. As perspectivas para 2014 são bastante otimistas. A partir da entrega do terminal marítimo, que se tornará um dos mais bem equipados do País, espera-se que a revitalização física e cultural do Centro Histórico finalmente tenha início, com o incremento do comércio e da construção civil. Nesta edição, a Revista Crea Bahia revela tudo sobre os equipamentos ainda encobertos por tapumes e a maquete do novo Porto de Salvador. Boa leitura. Kátia Borges

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Oportunidades da engenharia

Paulo Macedo

>curtas

O presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo, apresentou palestra sobre oportunidades e desafios, formação e mundo de trabalho do engenheiro, no dia 1º de abril, para estudantes de engenharia da Unifacs, em Feira de Santana. O perfil do mercado local, atuação das entidades profissionais, ética e responsabilidades dos engenheiros e os programas mantidos pelo Conselho – PEC, Engenharia Pública, Crea Júnior e outros – foram destacados pelo gestor.

A Fundação Politécnica foi sede, no dia 27 de março, do lançamento da Revista Gestão e Tecnologias Ambientais (GESTA). Com o objetivo de promover o debate sobre temas relacionados à engenharia sanitária e ambiental, a publicação terá periodicidade semestral e ficará disponível no site da Ufba. O público-alvo inclui professores, pesquisadores, estudantes de graduação e de pósgraduação da área, no Brasil e no exterior.

Analista técnica examina itens de acessibilidade

Falhas no aeroporto Itens relacionados à acessibilidade foram vistoriados no dia 24 de janeiro, durante FPI realizada no Aeroporto Internacional de Salvador – Luís Eduardo Magalhães. A ação, solicitada pela Casa Civil da Presidência da República e coordenada pelo Ministério das Cidades, foi realizada pelo Crea e Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) também deu suporte à operação, que teve como objetivo garantir que os espaços aeroportuários sejam acessíveis a todos durante a Copa das Confederações/2013 e Copa do Mundo FIFA/2014. Paulo Macedo

Revista GESTA

Autoatendimento a energia solar Salvador possui o primeiro equipamento de autoatendimento movido a energia solar do País. Fruto de uma parceria entre o Banco do Brasil, a Escola Politécnica da Ufba e outras instituições, o projeto foi desenvolvido pelo engenheiro eletricista Marcio Queiroz. A expectativa é gerar anualmente 7.021 KW/h, enquanto o consumo está estimado em 6.935 KWh/ano. O excedente de energia gerada será repassado para a concessionária e, posteriormente, convertido em créditos para o banco.

Resíduos Sólidos

Leonelli apresenta aos técnicos o projeto da Arena

Arena Castro Alves O fórum “A cidade também é nossa” promoveu, no dia 27 de março, uma reunião entre o secretário estadual de turismo, Domingos Leonelli, técnicos de várias áreas e membros da sociedade civil, com o objetivo de debater o projeto da Arena Castro Alves. Entre as intervenções anunciadas estão a melhoria da infraestrutura subterrânea, acessibilidade, tratamento das encostas e adequação da iluminação, além da promoção do uso comercial dos espaços.

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O “I Seminário Resíduos Sólidos da Bahia – Reciclando Ideias”, realizado no dia 21 de março pelo Sindicato dos Engenheiros, em parceria com o CreaBA e Ibama, discutiu a legislação e a realidade atual da destinação do lixo na capital, no interior e em todo o País. A política para os resíduos sólidos, o desperdício em obras, a falta de um plano de descarte, a coleta seletiva e as ações do governo nortearam os debates. Além do presidente do Crea, representantes da Politécnica, Poder Legislativo, Ministério Público e Sedur estiveram presentes.


mateus pereira/govba

Governador Wagner, deputados Cacá Leão e João Leão e Marco Amigo, do Crea

GT de Meio Ambiente

Integração Oeste-Leste A comissão organizadora do seminário “Fiol: a Bahia quer, o Brasil precisa” vem realizando uma série de mobilizações em todo o Estado em favor da retomada das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste. No dia 8 de abril, o grupo convidou o governador Jaques Wagner (PT) a integrar o movimento de luta pela ferrovia – que parte do Estado de Tocantins e atravessa 47 municípios baianos até o Porto Sul, em Ilhéus. O petista confirmou presença no encontro, que será realizado em Barreiras, no dia 26 de abril. Para o presidente do Crea-BA, Marco Amigo, as obras são importantes para o Estado, dinamizando a economia e também do ponto de vista profissional, já que centenas de técnicos e engenheiros estão envolvidos com a construção do equipamento e também do Porto Sul. Para Amigo, a Fiol representa a descentralização da economia baiana, possibilitando um novo marco de desenvolvimento para o Estado. A ferrovia dinamizará o escoamento da produção da Bahia e servirá de ligação dessa região com outros polos do País, por intermédio de conexão com a Ferrovia Norte-Sul. Incluída entre as prioridades do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), terá 1.527 km de extensão e envolverá investimentos estimados em R$ 7,43 bilhões até 2014.

Projetos para a engenharia O vereador Léo Prates (DEM) apresentou, no dia 22 de fevereiro, projetos voltados à engenharia ao chefe de gabinete do Crea-BA, engenheiro químico Herbert Oliveira, e ao assessor parlamentar Genivaldo Barbosa. O parlamentar solicitou contribuições técnicas da entidade em relação à minuta, que visa especificar as normas a serem seguidas nas edificações da capital destinadas ao uso coletivo. Na ocasião, Oliveira convidou o vereador a integrar o Grupo de Trabalho de Acessibilidade do Crea e solicitou apoio para a continuidade da Fiscalização Preventiva Integrada Permanente para locais com grande aglomeração de pessoas.

Para colaborar com a fiscalização dos órgãos que atuam no combate aos impactos ambientais, foi instalado no dia 12 de março, no Crea-BA, o Grupo de Trabalho (GT) de Meio Ambiente, Agrotóxico e Segurança do Trabalho. A coordenadora, engenheira de produção Ineivea Farias, informou que uma das metas do grupo é elaborar um termo de cooperação. Além das contribuições técnicas aos projetos a serem implantados na Bahia, o GT promoverá palestras gratuitas e lançará o Prêmio Crea de Meio Ambiente. As reuniões ocorrerão às segundas terças-feiras do mês, às 14h.

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>fiscalização

Por uma balada mais segura

Órgãos públicos fiscalizam em conjunto casas de shows e eventos em Salvador Por Nadja Pacheco fotos Paulo Macedo

econhecida mundialmente por sua cultura, belezas naturais e opções de lazer e diversão, Salvador é um dos destinos mais procurados por turistas brasileiros e estrangeiros. Cidade de muitas festas e badalações, a capital baiana vive, no entanto, sob a sombra de uma ameaça: a falta de segurança. Casas de shows, boates, teatros, shoppings, restaurantes e até igrejas estão entre os espaços vistoriados pela Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) permanente para locais com grande concentração de pessoas, criada em janeiro deste ano, em consequência do incêndio ocorrido em 27 de janeiro na Boate Kiss, em Santa Maria (RS), que matou 241 pessoas. Sugerida pelo Crea-BA, que desenvolve há dez anos, juntamente com 16 órgãos, a FPI do São Francisco, a iniciativa tem o objetivo de detectar e coibir inconformidades relativas à segurança dos espaços utilizados para a realização de eventos. A fiscali-

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zação é coordenada pelo Ministério Público e Secretaria de Segurança Pública do Governo do Estado (coordenação adjunta), contando ainda com a secretaria executiva do Crea-BA. De acordo com o coordenador da FPI, promotor Roberto de Almeida Borges Gomes, a fiscalização terá um calendário anual de atividades, funcionando de forma permanente. “A ideia é agir de forma conjunta, com vários olhares, que vão permitir um diagnóstico mais completo dos problemas e, consequentemente, aumentará o grau de responsabilidade e comprometimento de cada instituição”. Fiscalizando a folia

Técnico do Crea afixa cartaz em camarote do Circuito Dodô: fiscalização será permanente

Instalada às vésperas da maior festa de rua do planeta, a FPI realizou um trabalho relevante nos maiores camarotes do Circuito Dodô (Barra-Ondina) no Carnaval de Salvador. Falta de alvará de funcionamento e de projeto, além da ausência de responsáveis técnicos e Plano de Segurança para Situações de Pânico (PSSP), figuram entre as irregularidades. Mesmo faltando poucos dias para o Carnaval, os empresários atenderam às recomendações da fiscalização e adequaram seus camarotes. “No próximo ano, planejaremos com antecedência as atividades

para checar todos os problemas e garantir maior segurança aos foliões”, explica Roberto Gomes. Além de cobrar mais segurança nos camarotes do Carnaval, o colegiado também solicitou do Consórcio Arena Fonte Nova esclarecimentos relacionados ao plano de segurança elaborado para a área antes da inauguração. O gerente de engenharia, Paulo Rossi, e o gerente de operações, Thiago Queiróz, mostraram todos os mecanismos criados para evitar acidentes, como iluminação de emergência, rotas de fuga, sistema de combate a incêndio e detectores de fumaça. De acordo com Thiago Queiróz, 500 orientadores, 150 seguranças e 227 câmeras, além da parceria com as polícias, Corpo de Bombeiros, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Salvar integram o plano de segurança da Arena Fonte Nova. O documento prevê ainda uma ambulância para cada 10 mil pessoas e quatro postos de atendimento médico. O estádio tem capacidade para 55 mil pessoas e custou R$ 591,7 milhões. O projeto, que começou a ser executado pelas construtoras Odebrecht e OAS em 2008, foi desenvolvido por meio de uma Parceria Público Privada (35 anos de concessão).

Trabalho em conjunto

O coordenador da FPI afirmou que o trabalho sincronizado dos órgãos pode resultar em recomendações formais, medidas judiciais e termos de ajustamento de conduta (TACS), bem como subsidiar relatórios e inquéritos policiais. “O esforço isolado não é tão eficaz. Juntar competências técnicas distintas em um único grupo ajudará a dar uma resposta mais rápida e concreta à sociedade”, reforça o promotor. Uma das preocupações dos representantes dos 17 órgãos que compõem a FPI é o alongamento do calendário festivo, que reunirá eventos como a Copa das Confederações (2013), Copa do Mundo (2014) e Olimpíadas (2016). Para o coordenador adjunto e representante da Secretaria de Segurança Pública da Bahia, major Luiz Henrique Alvarez, o grupo deve abraçar a luta em favor do Código de Incêndio e Pânico para o Estado, que vem sendo discutido desde a década de 90, e buscar um sustentáculo jurídico para as ações da FPI. “É necessário definir os papéis dos órgãos envolvidos a partir das respectivas competências e repercutir a fiscalização em âmbito legal”, destaca. Para o presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo, a FPI é um retorno V.4, n. 42, p. 9 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

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>fiscalização

Órgãos envolvidos >Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia – Crea-BA >Ministério Público da Bahia/ Ceacon – MPE >Secretaria de Segurança Pública da Bahia – SSP >Comando de Operações de Bombeiros Militares >Polícia Militar da Bahia >Delegacia do Consumidor – Decon

Marco Amigo, do Crea, e a equipe da FPI: "Fiscalizar é compromisso social"

que o serviço público oferece à sociedade. “É um compromisso social, uma união de esforços que vai garantir aos cidadãos condições mínimas de segurança”, salienta, destacando a importância que o modelo até então apenas utilizado pelo Sistema Confea/Crea ganhou no Estado e no Brasil. O gestor enalteceu ainda o papel da FPI do São Francisco, que se tornou referência nacional e conquistou o reconhecimento de órgãos como o Tribunal de Contas da União (TCU) e Companhia dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Planejamento

Um termo de Cooperação Técnica

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com validade de cinco anos foi assinado entre os 17 órgãos que integram a FPI. O documento define as atribuições de cada um. As próximas atividades do colegiado são as vistorias das boates e casas de eventos de Salvador. As ações de fiscalização acompanharão também o calendário da Polícia Militar e da Saltur (empresa de turismo da Prefeitura de Salvador). As reuniões ordinárias do grupo ocorrem nas primeiras terças-feiras de cada mês. A diretoria executiva da FPI tem mandato de um ano (a partir da data de assinatura do termo) e, neste primeiro momento, será composta pelo Crea, Ministério Público, Secretaria de Segurança Pública e Sucom.

>Departamento de Polícia Metropolitana – Depom >Instituto de Criminalísticas Afrânio Peixoto – Icap >Departamento de Polícia Técnica – DPT >Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte - Semut >Secretaria Municipal de Infraestrutura e Defesa Civil – Sindec >Superintendência de Proteção e Defesa do Consumidor - Procon >Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) >Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo de Salvador – Sucom >Secretaria Municipal de Ordem Pública >Universidade Federal da Bahia Ufba >Vigilância Sanitária Municipal

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PÓS-GRADUAÇÃO ÁREA1 MUITO MAIS ENGENHARIA COM EDUCAÇÃO DE QUALIDADE INTERNACIONAL Eficiência e qualidade são diferenciais que a Pós-Graduação da ÁREA1 oferece a seus alunos, realizando uma abordagem sistêmica e aplicação prática na relação ensino-aprendizagem. Professor José Jorge Sousa Carvalho

Engenharia de Segurança do Trabalho

Gestão Empresarial da Construção Civil

Engenharia de Petróleo

Segurança da Informação em Rede de Computadores

Engenharia Elétrica e Eletrotécnica

Segurança em Equipamentos e Instalações

Gestão Ambiental com Tecnologias Limpas

Segurança em Saúde Ocupacional

INSCRIÇÕES ABERTAS area1.edu.br/pos-graduacao e (71) 2106.3911

M U I T O M A I S E N G E N H A R I A C O M E D U C A Ç Ã O D E Q U A L I D A D E I N T E R N A C I O N V.3, A L n. 42, p. 11 - jan/fev/mar.2013 - Bahia crea

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>redes sociais

Etiqueta é fundamental No universo virtual, valem as regras de educação do mundo real e mais algumas, bem específicas Por Ronaldo Brito ilustrações gentil

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uas pessoas sentadas à mesa em um restaurante. Cada uma delas porta um telefone celular. Fazem o pedido ao garçom e, em seguida, sacam seus aparelhos e passam a teclar como se estivessem sozinhas num canto qualquer de suas casas. Quem nunca se deparou com uma cena dessas, desde que as redes sociais ganharam popularidade? Se você, caro leitor, é bom observador, logo dirá que já viu. Se for um protagonista de cenas como essa, cale-se para sempre se não quiser ser tachado de mal educado e trate logo de saber que, até na internet, as regras de comportamento devem ser respeitadas. E saiba mais. Se esse suposto encontro tiver no cardápio “business”, pode apostar que a comida será indigesta, porque você pode estar perdendo dinheiro. E mais. Enquanto sua conta corrente estiver sob essa ameaça, muita gente estará ganhando. São os consultores de estilo, que lançam livros sobre as regras sociais dirigidas especificamente à internet. A consultora de estilo Cláudia Matarazzo é um exemplo de pioneirismo na área. Ela começou a enveredar por essa seara lá pelo comecinho dos anos 1990. Primeiro, em palestras que costuma fazer para o mundo corporativo; depois, em livros dedicados ao tema como Contrasselasse – Um guia para ser virtualmente elegante. No livro, a consultora aborda diversos aspectos da rede mundial de computadores, focando nas boas maneiras para o seu uso. Como uma espécie de manual, a autora ensina como as pessoas devem se comportar diante do computador. E destaca que até mesmo a demora para responder a um simples

e-mail pode ser mal interpretado por quem o enviou. “Eles podem e devem ser respondidos, elegantes como uma carta escrita a mão”, exagera. Com as dicas da jornalista, até mesmo o internauta mais bronco pode parecer um gentleman no mundo virtual. A maior lição para o leitor é ficar informado de que o princípio do bom uso da comunicação eletrônica é saber em que situação ela pode ser utilizada. Netiqueta

Outra expert no assunto a ver sua conta bancária crescer é a também consultora de moda e estilo Glória Kalil. A ex-global está sempre recorrendo à temática. Seja nos seus livros da série Chic, seja no seu blog homônimo e mesmo nas palestras para executivos. Para ela, as mesmas regras de comportamento usadas no convívio devem ser transportadas para a rede. Foi a chiquérrima jornalista quem criou o termo “netiqueta”. “A primeira coisa a lembrar na questão da netiqueta é que qualquer post em uma rede social não é igual a uma conversa particular. Trata-se de um espaço público”. Portanto, é bom saber que quando você digita cada palavra, publica uma foto, sugere um link, você está traçando o seu perfil para que outras pessoas façam uma imagem de você. Perfil esse que pode cair nas mãos de um futuro contratante dos seus serviços, e você pode estar com seu futuro emprego ameaçado, como sugere o especialista em RH, Thales Aquino. “Cada vez mais, as empresas estão usando sites como facebook e Twitter para avaliar o perfil de seus candidatos. Portanto, esse perfil que você projetou, despretensiosamente, na rede, pode pesar na hora de uma seleção, ser um instrumento online de avaliaV.4, n. 42, p. 13 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

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>redes sociais

Regras do mundo virtual 3. Sinceridade pode atrapalhar Evite dizer nas redes sociais o que não ficaria legal de ser dito pessoalmente. 1. Tenha cautela Lide com a vida virtual da mesma forma que lida com a vida real. Muitos se sentem encorajados devido a uma suposta proteção do mundo virtual e tomam coragem de emitir opiniões, e até de postar imagens sobre fatos que muitos não falariam em público.

2. Cuidado com a overdose de Instagram As fotos até ficam mais bonitas com o aplicativo. Mas é importante tomar cuidado. A dica é evitar fotos que exponham demais as pessoas. Elas acabam sendo vistas por pessoas que convivem com você, no âmbito social e na área corporativa.

4. Para compartilhar, o interesse deve ser público Na hora de compartilhar, vale mais um pensamento ou uma opinião do que um prato de comida. “Muitos colocam fotos com pessoas em aeroportos. Isso não acrescenta nada; ao contrário, só passa uma imagem de exibicionismo”, diz Luciana Almeida.

ção”, adverte. Os especialista chamam a atenção especialmente àqueles que estão em busca do primeiro emprego. Não é nada prudente se jogar no espaço virtual como quem pratica body jump. A cautela inclui as redes sociais como Facebook e Twitter, que devem ser usadas com parcimônia. A dica é ir com calma, aprender a dominar as 14 crea V.3, n. 42, p. 14 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

5. Evite ser “o sábio” Emitir opinião em determinados assuntos não é indicado. Antes de falar sobre temas polêmicos, é importante se preocupar com quem está lendo o texto e, principalmente, ter conhecimento de causa. Alguns falam mal até da empresa em que trabalham.

6. Escrever ou não escrever? Escreva apenas algo que você mesmo se interessaria em ler. Em relação aos textos, é preciso ser claro e objetivo. Também é recomendado que acrescentem algo de valor aos outros usuários da rede. Além do cuidado com a correção ortográfica e gramatical.

ferramentas e saber usá-las a seu favor, considerando os recursos de privacidade. Se já estiver empregado, fique esperto. Seu chefe, que pediu que você o aceitasse como amigo virtual, certamente está de olho em você. Mas, afinal, já que estamos vivendo um momento pós-conclave, o que é e o que não é pecado na rede? Para fi-

7. Bloquear não é falta de educação Todas as redes sociais oferecem a opção de parar de seguir ou não receber atualizações de determinadas pessoas. Quando alguém o incomodar nas redes sociais, lance mão dessas opções sem culpa. 8. Rede social em tempo real não é legal Com poder suficiente para ficar em primeiro lugar na lista dos pecados online, a superexposição é um dos fatores que mais incomodam nas redes sociais. O que é de interesse pessoal, por exemplo, não deve ser compartilhado.

car esperto e aproveitar os benefícios que essas novas tecnologias podem nos trazer, fique de olho nas dicas de Cláudia Matarazzo antes de se jogar por aí. Assim, você estará trabalhando a seu favor e, certamente, jamais perderá um bom negócio quando sentar à mesa com um possível parceiro para almoçar de novo.


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>Infraestrutura

Vidas à beira do abismo Mesmo com um Plano Diretor de Encostas, Salvador é uma das cidades brasileiras com mais áreas de risco Por Nadja pacheco Fotos João Alvarez

apenas R$ 2,1 bilhões foram empregados. De acordo com a ONG Contas Abertas, o Rio foi o município contemplado com a maior fatia dos recursos (R$ 242,9 milhões), mas, com a instalação de 187 sirenes de alerta em cinco municípios, já diminuiu o impacto da tragédia deste ano em relação a 2011. Em Salvador, a situação não é diferente. A ocupação desordenada, aliada à falta de investimentos do poder público, leva a capital baiana a estar entre os municípios que mais sofrem com as altas densidades pluviométricas. De acordo com um estudo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), divulgado em julho de 2012, 138 municípios brasileiros possuem áreas de risco, o que corres-

16 crea V.3, n. 42, p. 16 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

ponde a 150 mil moradias ou cerca de 650 mil pessoas. No Nordeste, Fortaleza é a cidade que, segundo a pesquisa do CPRM, possui o maior número de construções em locais inadequados, sendo que Candeias, a 46 km de Salvador, ficou na quarta colocação do ranking, com 3.161 moradias

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asta começar o período chuvoso para um problema recorrente voltar aos noticiários: os deslizamentos nas áreas de encostas. No fim de março, o Brasil acompanhou o sofrimento de quem vive na região serrana do Rio de Janeiro, onde 33 pessoas morreram soterradas. Em 2011, o maior desastre climático do País resultou em 918 mortes, destruiu diversas casas, além de alterar a geografia e topografia de bairros em localidades urbanas e rurais fluminenses. De lá pra cá, pouca coisa mudou, apesar do anúncio de investimentos na ordem de R$ 5,7 bilhões para todo o País – que deveriam resultar na construção de casas em áreas seguras e obras de contenção e drenagem –,

R$ 12,48 bilhões estavam previstos em ações para enfrentar desastres naturais no Brasil. Foram empenhados R$ 10,82 bilhões e pagos R$ 7,7 bilhões. Fonte: Ministério da Integração Nacional

e 15.805 pessoas morando em regiões inseguras. Segundo o conselheiro do Crea-BA e diretor da escola Politécnica da Ufba, engenheiro civil Luís Edmundo Prado Campos, foi lançado pela Prefeitura de Salvador, em 2004, o Plano Diretor de Encostas (PDE). O instrumento, consolidado na gestão do ex-prefeito Antonio Imbassahy (PSDB), identificou, na época, 433 áreas de risco com quase mil pontos de deslizamento. “Acredito que tenhamos hoje quase mil áreas de risco, que estão espalhadas por quase toda a cidade, concentrando-se na parte central, entre a Paralela e a BR-324. Esta região não é área de risco pela formação geológica e geomorfológica, e sim pela forma de ocupação desordenada”.


Ocupação desordenada nas encostas cria situações de risco para moradores da periferia

O professor, que também ajudou no mapeamento das cidades da região serrana do Rio, castigadas pelas chuvas em 2011, lamenta a falta de atualização do plano soteropolitano, considerado ferramenta indispensável à cidade. A peça de planejamento urbano, uma das poucas que existem no País, foi criada com o objetivo de realizar intervenções até 2014, mas ficou apenas no papel. Segundo o relatório do PDE, o instrumento contempla uma gama de conhecimentos e estudos técnicos, econômicos e sociais, sistematizados e direcionados ao enfrentamento do risco geológico associado às encostas. De acordo com este documento, os resultados são apresentados na forma de relatórios, modelos cartoV.4, n. 42, p. 17 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

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>Infraestrutura

gráficos, anteprojetos e sistema computacional, constituindo uma ferramenta de planejamento e gestão. Para Campos, o PDE deve ter uma plataforma mais aberta sem que a operacionalização técnica fique restrita a apenas um órgão. Origem do problema

O engenheiro aponta ainda a falta de construções

populares e o êxodo rural como fatores que desencadearam a ocupação das áreas de risco. “A necessidade foi maior que a ação do poder público”. Campos lembrou ainda a Lei 12.340/2010, que visa à identificação e criação de um plano para remoção de quem mora em áreas de risco, frente a possibilidade de chuvas extremas. “Como

18 crea V.4, n. 42, p. 18 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

não há recursos para a construção das obras necessárias, as cidades devem fazer seu plano de remoção”, observa. Sem esclarecer os trabalhos realizados e quanto foi investido até hoje no PDE, o diretor geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal), Álvaro da Silveira Filho, explicou que a atual gestão municipal deverá atualizar

o PDE com novas análises das áreas de risco. “Foram realizadas obras e alguns locais que eram considerados de risco passaram a não oferecer mais perigo. Já outras áreas podem ter se transformado em ambientes com algum risco geológico”, avalia. Segundo Silveira Filho, está prevista uma revisão em todas as áreas, inician-


A prevenção, feita pela Codesal, passa pela conscientização das lideranças comunitárias

«

Nessa época, a codesal atua com rapidez nas respostas, principalmente por conta dos acidentes causados pelo alto índice pluviométrico que pode atingir a cidade. O objetivo da atual gestão é preservar a integridade física dos cidadãos” Álvaro da Silveira Filho, diretor geral da Defesa Civil de Salvador (Codesal)

do por aquelas com número maior de solicitações, porém ainda não se tem uma previsão exata para o início do trabalho. Ele explicou que, nos meses mais chuvosos, o órgão atua com rapidez nas respostas, principalmente por conta dos acidentes causados pelo alto índice pluviométrico que pode atingir a cidade. “O objetivo da atual gestão é preservar a integridade física dos cidadãos”. O diretor informou que entre os bairros mais afetados estão São Marcos, Pau da Lima, Sussuarana, Pernambués, Nova Brasília, Vila Canária, Valéria, Cajazeiras, Canabrava, Colina Azul, Sete de Abril, São Caetano, Capelinha de São Caetano e o Subúrbio Ferroviário, como Alto da Terezinha e Plataforma. Educação

Para minimizar os estragos na capital baiana, a Codesal vem desenvolvendo trabalhos com lideranças comunitárias nas comunidades e escolas, além de simulados para prevenção de risco, por meio de programas como Defesa Civil Itinerante (PDCI), Defesa Civil nas Escolas (PDCE) e do Núcleo

Comunitário em Defesa Civil (Nudec). “Não podemos falar em proteção civil sem o envolvimento da comunidade. É ela a mais atingida e, portanto, deve estar mais preparada e amparada em situações de desastres”. Vinculado à Secretaria Municipal de Infraestrutura e Defesa Civil de Salvador (Sindec), a Coordenação de Áreas de Risco e Prevenção aos Desastres monitora as áreas de risco da cidade, bem como a identificação de situações, locais e áreas que envolvam outros perigos para a população. De acordo com a coordenadora do órgão, engenheira civil Maria Auxiliadora Valasques, uma das conquistas foi a incorporação à Defesa Civil. “Os desafios consistem na montagem da logística necessária para atuação da Coordenação, mas as perspectivas são as melhores. Temos a Ufba como parceira e a ideia é estender a parceria a outras instituições na construção conjunta de mecanismos de gestão dos riscos”.

fique alerta Em caso de emergência, ligue para a Codesal: 199

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>pec

Novos rumos para o ensino e a aprendizagem Programa de Educação Continuada do Crea prevê a oferta de 300 atividades para cerca de 8 mil profissionais Por Nadja Pacheco > Fotos João alvarez

20 crea V.4, n. 42, p. 20 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

mercado de trabalho para engenheiros nunca esteve tão atrativo. Estima-se que a demanda por profissionais da área no Brasil seja de 80 mil. De acordo com informações da Associação Brasileira de Educação em Engenharia (Abenge), apenas 40 mil engenheiros são formados por ano, apesar de o País ter dado um salto na oferta de cursos de 454 (em 1995) para 3.045 (em 2012). Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), um milhão de profissionais trabalham no Brasil, o que representa uma média de seis para cada 100 pessoas, enquanto num país europeu ou asiático a média é de 25 para cada 60 habitantes.


Para criar o PEC, o Crea-BA conheceu experiências

tecnólogos até o ensino superior, usando mão de obra com experiência profissional diferenciada e adequada em cada área”.

semelhantes, feitas pelos

Modelos

conselhos do

Antes de lançar o programa, o Crea-BA conheceu experiências semelhantes dos conselhos de Estados como o Paraná e Santa Catarina. Segundo Oliveira, o primeiro gere as atividades e fornece kits e o segundo arca com a realização das capacitações, que custam em média R$ 2 milhões por ano. “Absorvemos um pouco de cada modelo e resolvemos desenvolver parcerias com expertise na área de capacitação profissional, como institutos de ensino, empresas etc”, revela. O chefe de gabinete explicou ainda que a principal exigência feita aos parceiros é a oferta descontos significativos aos profissionais registrados no Conselho, associados da Mútua e entidades de classe. Herbert Oliveira informou ainda que as atividades serão desenvolvidas na sede e no interior, sendo que, até dezembro deste ano, será realizado um curso em cada inspetoria (são 27, distribuídas por toda a Bahia). “As cidades-sede das seis regiões do Estado receberão uma maior quantidade de eventos. O Conselho entende a importância e a demanda da requalificação para os profissionais, procurando atender aos anseios das diversas categorias registradas, a partir de uma visão ampla e inclusiva”. Além da interiorização das ações do Crea, o PEC também foca a inclusão de entidades de forma plural, como a parceria com entidades de classe, escolas técnicas e universidades de toda a Bahia. Ainda são metas da iniciativa, a correlação do programa com um banco de empregos remodelado e a criação de uma página eletrônica específica sobre o PEC com todas as informações.

Paraná e de Santa Catarina, e absorveu um pouco de cada um desses modelos

O aquecimento do mercado também deve estar associado à oferta de atividades que proporcionem o aperfeiçoamento do profissional na área de sua especialidade. Para atender esta demanda, o Crea-BA lançou, em março deste ano, o Programa de Educação Continuada (PEC), que vai oferecer 300 atividades, entre cursos presenciais e a distância e palestras, para as profissões abrangidas pelo sistema Confea/Crea. A iniciativa prevê atualização anual de cerca de 8 mil profissionais registrados no Conselho e sócios da Caixa de Assistência de Profissionais do Crea (Mútua). De acordo com o idealizador do programa e chefe de gabinete do Crea-BA, engenheiro químico Herbert Oliveira, palestras, cursos e pós-graduação são algumas das atividades do PEC, que também promoverá eventos gratuitos para profissionais e estudantes. “A ideia é que o número de atividades aumente para 500 nos próximos anos. Nossa meta é revolucionar o processo de ensino e aprendizagem de todas as modalidades profissionais, desde técnicos e

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>pec

Engenheiro químico Herbert Oliveira, do CreaBA, idealizador do programa: a ideia é chegar a 500 atividades nos próximos anos

Mercado de trabalho para engenheiros Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), um milhão de profissionais atuam hoje no País >Engenharia de Produção foi a graduação que mais ganhou cursos novos nos últimos anos, saltando de 30 para 450

43% é a taxa de evasão dos cursos da área tecnológica

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>Foram ampliados em seis vezes, em 15 anos, a oferta de vagas nos cursos de engenharia >Dificuldades em matemática e física, além da defasagem da educação básica, são responsáveis pela evasão

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% é a média global de dificuldade para encontrar > profissionais no mundo. No Brasil, este patamar sobe para 71%

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bilhões são os investimentos previstos >US$ para as áreas de engenharia, mineração, indústria petroquímica, naval, automobilística e afins Fontes: Abenge/Consultoria Manpower Groupe/ Governo da Bahia

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Confira a tabela de cursos* 06 a 10/5 > Excel Avançado 6 a 8/5 e de 13 a 15/5 > Elaboração de planos de negócios 13 a 17/5 > Ms Projects 20 a 24/5 e 27 a 29/5 > Auditor Interno de Sistema de Gestão Integrado 31/5 e 1º e 2/6 > Curso Básico de Acessibilidade Aplicada 3 a 7/6 (Módulo 1) e 10 a 14/6 (Módulos 2 e 3) > Planejamento e Controle de Paradas de Manutenção 7/6 > Instrumentação Geral Aplicada à Indústria *Cursos agendados até o fechamento desta edição

Informações www.creaba.org.br pec@creaba.org.br 71 3453-8942


>nononono

-BA V.4, n. 42, p. 23 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

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Turismo

Turismo

Com vista para o mar por ronaldo brito Fotos JoĂŁo alvarez

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Novo Porto de Salvador descortina a paisagem da BaĂ­a de Todos-os-Santos com infraestrutura internacional


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turismo

novo Terminal Marítimo de Passageiros, no Comércio, previsto para ser entregue em maio próximo, a tempo de atender os turistas que desembarcarão dos navios de cruzeiro para assistir aos três jogos da Copa das Confederações, marcados para os dias 20, 22 e 30 de julho próximo, teve o cronograma de obras alterado. A Companhia de Docas da Bahia (Codeba) adiou a entrega para agosto deste ano, portanto após o evento que antecede o mundial de futebol, em 2014. A obra, orçada em R$ 30 milhões, é financiada pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-Copa) e prevê a reestruturação completa da área destinada ao embarque e desembarque de passageiros. De acordo com o presidente da Codeba, José Rebouças, a previsão é que o custo final chegue a R$ 36 milhões. Segundo afirma, o cronograma vem sendo cumprido conforme o previsto, e o atraso, diz, “é comum em qualquer construção de grande vulto”. No caso do terminal portuário, Rebouças garante, a mudança no cronograma deve-se à instalação de alguns equipamentos. “Falta fazer a parte da esplanada, a instalação das escadas rolantes, do sistema de ar-condicionado, enfim, coisas que envolvem entrega de fornecedores e equipe técnica”. O gestor assegura ainda que as obras do novo Porto de Salvador estão caminhando ao seu tempo, e a contento, e que mais de 50% já foi concluída. 26 crea V.4, n. 42, p. 26 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

Tão logo foi divulgada a alteração da data de entrega do novo terminal portuário, o Governo do Estado tratou de minimizar a questão, no contexto do PAC-Copa. O titular da Secretaria Especial da Copa (Secopa), Ney Campelo, foi o primeiro a se manifestar e garantiu que a mudança não prejudicará de forma incisiva o evento esportivo deste ano já que neste período, ainda considerado baixa temporada, os navios de cruzeiro pouco atracam no porto baiano. Estrutura

A realidade é que o Porto de Salvador há muito carecia de um terminal de passageiros compatível com o nível dos transatlânticos que vêm atracando na Baía de Todos-os-Santos nas últimas temporadas de verão. A nova estrutura, que terá uma área total de 3,4 mil m2, finalmente contará com um moderno centro de atendimento aos passageiros e uma área de entretenimento. “Quando desenvolvemos o projeto, em parceria com a Fundação Mário Leal Ferreira, a ideia era integrar o porto à cidade. Queríamos descortinar a baía para os baianos e visitantes e fazer esta integração transformando o empreendimento em equipamento turístico”. Aqueles velhos armazéns, que obstruíam a vista da Baía de Todos-os-Santos, foram ao chão. Em seu lugar estão sendo erguidas, de forma espaçada, construções modernas e que permitirão o descortinamento da


Valor inicial da obra

R$ 30 milhões Valor atual

R$ 36 milhões Previsão de inauguração

agosto de 2013

paisagem. Assim, com este desenho, mais aberto, o novo terminal poderá finalmente interagir com a cidade e deverá se tornar um importante equipamento turístico, contando com – além dos equipamentos portuários de fronteira, de saúde, de agropecuária e aduana – instalações mais sofisticadas e tecnológicas nas áreas de check-in e check-out, projetadas dentro dos padrões internacionais. Mas o que deve chamar mesmo a atenção dos turistas é o centro de entretenimento que, segundo Rebouças, deve atrair também os baianos para usufruir dos serviços e da bela

paisagem marítima, além de ajudar na revitalização da área do comércio. “Teremos um moderno centro gastronômico, que deverá envolver empresários do setor e, consequentemente, baianos e turistas, que terão o privilégio de comer e beber apreciando a bela vista da Baía de Todos-os-Santos”. O projeto prevê ainda a ocupação de outros 5,4 mil metros quadrados, onde serão implantados estacionamentos para ônibus, vans, automóveis particulares e táxis, além de uma esplanada, que permitirá aos visitantes passear próximo ao mar. A nova

Os velhos galpões, que obstruíam a visão do mar, serão substituídos por construções modernas e espaçadas, sem prejuízo da belíssima vista da Baía de Todos-os-Santos

V.4, n. 42, p. 27 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

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turismo O custo de atracação por dia é de

R$ 230 mil

O novo terminal marítimo de passageiros terá áreas de lazer e entretenimento, com lojas de artesanato, restaurantes e bares

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estação é um alento para o trade turístico e para os visitantes, que costumavam se “espremer” na velha e defasada estrutura com pouco mais de 300 metros quadrados. Quando for entregue, o novo porto de atracação se transformará, assim, em um terminal turístico de padrão internacional, um dos melhores do País. Na área de lazer e entretenimento do novo terminal marítimo está prevista a implantação de lojas de artesanato e moda, além de restaurantes, bares e de uma infinidade de atrações culturais, que deixarão o espaço com cara de centro turístico. Somente a área de lazer, segundo o presidente da

Codeba, terá 2,4 mil metros quadrados, distribuídos em dois pavimentos (térreo e superior), com grandes vidraças abertas que revelarão a vista ao mar, antes encoberta pelos enormes e centenários galpões. A ideia de inaugurar o terminal em maio, segundo revelou o secretário da Secopa, coincidia com o aniversário de 100 anos do porto baiano. Trade turístico

A reestruturação do Porto de Salvador atende a uma velha reivindicação do trade turístico local, que anseia por um equipamento capaz de atender à crescente demanda de cruzeiros ma-


rítimos, além de apoiar as ações da Copa do Mundo de 2014. Cidade com forte vocação turística, Salvador tem assistido ao crescimento do turismo marítimo nos últimos anos, como destaca Pedro Costa, presidente do Salvador Convention Bureau, membro do Conselho Nacional da Associação Brasileira dos Agentes de Viagem (Abav) e presidente do Conselho Municipal do Carnaval. Segundo ele, a despeito da vocação para o turismo, que é uma característica marcante da cidade, a sede do terminal tem localização extremamente privilegiada, a Baía de Todos-os-Santos, além de estar em pleno centro de Salvador, cercada por construções seculares e charmosas, como Mercado Modelo, Elevador Lacerda e próximo à Bahia Marina, na Avenida Contorno. “Isso se torna um importante diferencial com relação às outras cidades brasileira”, destaca. Para o representante do trade turístico local, praticamente todos os cruzeiros internacionais que fazem temporada no Brasil passam pelo Porto de Salvador, o que significa, na sua avaliação, um movimento extraordinário, especialmente para o Centro Histórico da capital baiana. O Porto de Salvador é, atualmente, responsável por uma expressiva movimentação de passageiros. Na última temporada, segundo Costa, nada menos que 300 mil passageiros de navios de cruzeiro desembarcaram em Salvador. Só no período do Carnaval de 2013, foram mais de 26 mil turistas. Nenhum outro porto brasileiro, segundo Costa, tem uma posição tão estratégica quanto o da capital baiana. Mas é preciso, em sua opinião, outras correções. “Os custos das operações portuárias na Bahia ainda são

«

A ideia era integrar o porto à cidade. Queríamos descortinar a baía para os baianos e visitantes e fazer esta integração transformando o empreendimento em equipamento turístico” José Rebouças, presidente da Codeba

muito altos. Este ano, cada navio de cruzeiro teve que pagar R$ 230 mil para atracar aqui. Isso encarece muito os custos dos pacotes turísticos e temos que ter cuidado para que não se torne um empecilho ao crescimento do turismo nesse segmento, que é tão importante”, adverte. De acordo com o governo da Bahia, o novo terminal marítimo de passageiros será administrado pela iniciativa privada. Mas a empresa que administrará o espaço ainda será escolhida, segundo ele, depois de um criterioso processo de licitação, a ser aberto após a conclusão das obras.

Embora com ritmo acelerado de construção, o Porto de Salvador só deve abrir suas portas para o público em agosto deste ano

300 mil

passageiros desembarcaram no porto de Salvador em 2012

Somente no Carnaval de 2013 foram 26 mil passageiros V.4, n. 42, p. 29 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

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>8º cep

Revisão legal para o sistema Congresso abre espaço para contribuições ao aperfeiçoamento do Confea/Crea Por Cíntia Ribeiro

arco Legal: Competência Profissional para o Desenvolvimento Nacional é o tema do 8º CEP – Congresso Estadual de Profissionais – que acontece entre os dias 11 e 12 de julho, em Salvador. O objetivo é dar voz às expectativas dos profissionais do segmento tecnológico quanto à definição de políticas, estratégias, programas e integração do Sistema Confea/Crea à sociedade. Após compilação e aprovação, as propostas serão discutidas na versão nacional do evento. Entre os propósitos do congresso estão a formulação de um projeto de desenvolvimento sustentável para o País e o aperfeiçoamento da visão de futuro do Confea/Crea, com projeções até 2022. A expectativa é mobilizar 1 milhão de profissionais e cerca de 50 mil lideranças em todo o Brasil. Para atender às demandas específicas e à abrangência das discussões, o 8º CEP será precedido por 27 eventos 30 crea V.4, n. 42, p. 30 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

microrregionais realizados entre os dias 6 de maio e 28 de junho, nas cidades-sede das inspetorias do Conselho. “É importante reiterar que o Sistema é feito por todos os profissionais. Esse é um momento em que todos – da capital e do interior – podem e devem participar de maneira igualitária e democrática com propostas que contribuam para o aprimoramento do seu conselho profissional”, disse o coordenador do CEP, engenheiro agrimensor Joseval Carqueija. VISÃO AMPLA

Ainda segundo Carqueija, a realização dos eventos microrregionais democratiza o acesso a todas as esferas de decisões políticas e tecnológicas. “Além de conhecer o verdadeiro papel da instituição, esse contato possibilita o debate em torno de novas ideias. Os profissionais que estão de fora têm uma visão mais ampla sobre o que realmente precisa ser modificado”, complementou.

A diretora geral da Mútua-BA, engenheira de produção Ineivea Farias, diz que é impossível construir um Sistema forte e unido sem o envolvimento de todos. “O profissional do interior precisa estar nas rodas de discussões de tudo o que envolve a sua profissão. Precisamos estar cada vez mais perto do interior, das demandas e das necessidades do nosso Estado, que tem dimensões continentais”, explicou Farias. O sentido de renovação é reiterado pelo conselheiro e professor do departamento de Engenharia de Minas da Ufba, José Baptista Oliveira. “Ao abrir espaço para a participação dos estudantes, o Congresso possibilita uma maior aproximação com os futuros profissionais. É também uma forma de buscar a renovação por meio do surgimento de novas lideranças”, explicou. De acordo com Oliveira, outro ponto positivo é o fato de que o contato antecipado com a rotina do Sistema


arquivo pessoal

Eixos temáticos do 8º CEP >Formação profissional >Exercício profissional >Organização do Sistema >Integração profissional e social >Inserção internacional

Quem pode participar? >Profissional do Sistema Confea/ Crea em dia com a anuidade e sem infrações éticas nos últimos cinco anos. >Estudantes dos cursos vinculados ao Sistema (sem direito a voto).

Sete passos para apresentar propostas 1 >Identifique local e data 2 >Situação existente (descrição da

Ineivea Farias: "Precisamos estar cada vez mais perto do interior"

Confea/Crea e Mútua abre um diálogo com o estudante sobre temas fundamentais, a exemplo da importância da atribuição profissional. “Essa troca permite que o Crea seja visto com outros olhos”. Revisão legal

Atenção: Os delegados precisam estar em dia com a anuidade do Crea, não podem ter infringido o Código de Ética nos últimos 5 anos e precisam ter apresentado propostas na etapa regional.

>

Na avaliação do presidente do Crea, Marco Amigo, a atualidade do tema central do Congresso é de suma importância ao propor a adequação da legislação profissional às demandas do mundo atual. “A tecnologia evolui vertiginosamente. As necessidades profissionais, sociais e as relações tra-

balhistas se modificaram. A legislação deve traduzir o momento que vivemos”, disse, em referência ao fato de que a primeira legislação é da época do Império (1880). A segunda chegou anos depois, em 1933, e a terceira só ocorreu em 1966. “Passaram-se 47 anos desde a última reformulação legal relacionada à atuação dos profissionais ligados ao Sistema Confea/Crea e Mútua”, complementou. Segundo o presidente, além da Lei 5194/66, considerada um marco, outros dispositivos legais interferem direta ou indiretamente no trabalho dos profissionais do

situação que motivou a proposição, incluindo os aspectos legais) 3 >Proposição (síntese do que você propõe) 4 >Justificativa 5 >Fundamentação legal 6 >Mecanismos para implementação 7 >Proponente (nome do profissional, entidade de classe)

24

é o número de delegados que a Bahia elegerá, incluindo o(s) represenatante(s) do interior >Acesse www.cnp.org.br V.4, n. 42, p. 31 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

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João Alvarez

>8º cep Para Joseval Carqueija, coordenador do CEP, todos devem participar de modo democrático

Sistema, e precisam ser atualizados, a exemplo da Lei 6496/77, que instituiu a ART e a Mútua. Na série de textos referenciais do 8º CNP, o engenheiro eletricista Edison Flavio Macedo reitera que os congressos não devem ser considerados apenas “mais um evento”, mas, sim, um processo de discussão das extensas interfaces do sistema profissional com a sociedade e as entidades governamentais. O engenheiro destaca ainda que o debate referente aos marcos legais – terceiro setor, internet, acesso à informação, justiça ambiental, direitos humanos – está na ordem do dia no País. “O Sistema Confea/Crea e Mútua, em resposta às demandas políticas, sociais e econômicas, não poderia deixar de discutir os seus”, reconhece Macedo, referindo-se a temas importantes como a questão mineral, o novo código florestal, o código de ética e a inovação tecnológica, que, entre outros marcos, estão diretamente ligados às mais de 300 profissões (títulos profissionais) diferenciadas, reconhecidas por instrumentos administrativos próprios e abrangentes dos 11 níveis de formação técnica, tecnológica e superior vinculadas ao Sistema. 32 crea V.4, n. 42, p. 32 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

Congresso Estadual de Profissionais do Crea-BA Veja a data do evento em sua cidade e programe-se para participar >Maio

>Cidade

>Contato

06 07 08 09 13 14 15 16 17 21 22 23 24 27 28

Teixeira de Freitas Eunápolis Ilhéus Itabuna Luís Eduardo Magalhães Barreiras Seabra Itaberaba Feira de Santana Jequié Cruz das Almas Santo A. de Jesus Valença Irecê Jacobina

(73) 3291-3647 / 3291-7444 (73) 3281-2806 (73) 3634-1158 (73) 3211-9343 (77) 3628-6755 (77) 3611-2720 / 3612-3700 (75) 3331-1327 (75) 3251-3213 (75) 3623-1524 (73) 3525-1293 (75) 3621-3324 (75) 3631-4404 (75) 3641-3111 (74) 3641-3708 / 3641-1957 (74) 3621 5781

Santa Maria da Vitória Bom Jesus da Lapa Guanambi Brumado Vitória da Conquista Juazeiro Paulo Afonso Ribeira do Pombal Alagoinhas Camaçari Lauro de Freitas Salvador - entidades de classe

(77) 3483-1090 (77) 3481-0301 (77) 3451-1964 (77) 3441-3326 (77) 3422-1569 / 3427-8843 (74) 3611-3303 / 3611-8186 (75) 3281-4887 (75) 3276-3896 (75) 3421-5638 (71) 3621-1456 (71) 3378-7216 / 3288-2012 (71) 3453-8937

>Junho 03 04 05 06 07 17 18 19 20 25 26 27 e 28


>engenharia

O sucateamento de uma profissão Falta investimento dos gestores públicos em equipes técnicas para suprir as demandas das cidades

Por Cíntia Ribeiro

as 417 prefeituras do Estado, apenas 45 possuem quadros efetivos de engenharia. O número, divulgado pelo Sindicato dos Engenheiros (Senge-BA), revela o que os especialistas denominam de “sucateamento da engenharia” no setor público brasileiro. Na avaliação do presidente do Crea-BA, engenheiro mecânico Marco Amigo, trata-se de um processo histórico que remonta ao final dos anos 1970, no final do chamado “Milagre brasileiro”. Desse período para cá, cresceu a ilusão de que seria possível alcançar o desenvolvimento sem equipes competentes. “Foram criados municípios que sequer tinham orçamento. Sem recursos, a nação para, e, sem projetos de desenvolvimento, o Estado para junto. Um Estado que aplica parcos recursos em engenharia não pode esperar excelentes resultados em planejamento e infraestrutura, por exemplo. Para alcançar a excelência, é preciso esforço e conhecimento”, sinaliza Amigo. De acordo com o presidente do Sindicato dos Engenheiros, Ubiratã Felix, o sucateamento, evidente nos órgãos

estaduais e da prefeitura, ecoa nos demais municípios. No interior, com exceção de Feira Santana, não existem equipes técnicas permanentes e concursadas. “O que há são engenheiros contratados por tempo determinado e/ou ocupantes de cargos de confiança. A consequência é a inexistência de memória técnica. A cada gestão mudam os quadros e o trabalho é reiniciado”. Outro problema é o fato de que muitos municípios deixam de captar recursos devido à falta de projetos: não tem quem os faça ou são inadequados por terem sido feitos por pessoas não qualificadas. “O prejuízo é grande. A falta de profissionais eleva os custos, seja de previsão, construção e/ou manutenção. Infelizmente, vemos obras de baixa qualidade por conta de projetos mal elaborados,

280%

é a defasagem salarial acumulada por engenheiros e arquitetos em empregos municipais, segundo a Asmea

falta de planejamento, rapidez na conclusão e alto custo de manutenção”, aponta o diretor da Escola Politécnica da Ufba, Luiz Edmundo Prado Campos. Os equívocos não param por aí. A falta de projetos faz com que municípios deixem de investir o que estava inicialmente previsto em setores importantes. É notório também que os gestores públicos privilegiam cada vez mais as áreas econômica e jurídica em detrimento da engenharia. “O foco das administrações públicas têm sido o aumento de arrecadação, enquanto a engenharia está na outra ponta: é onde se gastam recursos visando atender a sociedade com obras de infraestrutura.” Desvalorização

A depreciação salarial também é apontada pelo diretor da Escola Politécnica como fator preponderante no processo de desvalorização profissional junto aos órgãos públicos, o que, consequentemente, torna o mercado privado mais atrativo para os profissionais do segmento tecnológico. Para Campos, “hoje, a estabilidade no emprego é o grande incentivo para a permanência do V.4, n. 42, p. 33 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

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profissional no setor público”. Segundo ele, são inúmeras as maneiras de driblar a remuneração justa, dentre elas a não contratação como engenheiro, os serviços prestados na forma de consultoria, cargo comissionado, redução de horas trabalhadas, pagamento de diárias. “Dessa maneira, fica difícil exigir o salário mínimo profissional. Ao meu ver, esse quadro só pode ser revertido por meio de um choque de gestão, com pagamento digno, plano de cargos e salários, capacitação e valorização”. O presidente do Crea concorda que a saída é investir no binômio formação/remuneração. “Só se obtém valor, valorizando. Bons profissionais, em sua maioria, buscarão sempre as melhores oportunidades”. De acordo com a Associação Municipal de Engenheiros e Arquitetos de Salvador (Asmea), a média salarial dos 175 engenheiros da Prefeitura é de apenas R$ 2.384,59. Segundo o vice-presidente da associação, engenheiro civil Luis Paulo Argollo, as duas categorias já acumulam uma defasagem salarial de 280%, contra 40% dos demais serventuários municipais. Os números foram fornecidos em março do ano passado pela Consultoria Pontus com base em pesquisa de mercado realizada em dez capitais brasileiras, nos setores públicos e privados. À época, a empresa foi contratada pela própria prefeitura para apresentar uma proposta de Plano de Cargo, Carreira e Vencimento – PCCV. “Na gestão passada, entre 2005 e 2012, os níveis fundamental e médio tiveram reajustes de 203%, enquanto o aumento para engenheiros e arquitetos foi de apenas 55%.Nossa expectativa é a de que a atual administração valorize os servidores técnicos de engenharia e arquitetura através da aprovação do PCCV”, cobrou Argolo. Outra proposta apresentada pela Asmea é a criação de um cargo único 34 crea V.4, n. 42, p. 34 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

Paulo Macedo

>engenharia

agregando engenheiros e arquitetos, o que garantiria maior eficiência e mobilidade para a gestão municipal. O Secretário Municipal de Gestão, Alexandre Pauperio, confirmou que recebeu das entidades representativas os estudos sobre a defasagem. “Vamos analisar a situação com profundidade, de forma a construirmos alternativas viáveis. O momento das finanças municipais é crítico e exige

Na opinião de Luiz Edmundo Prado Campos, da Escola Politécnica da Ufba, a falta de projetos faz com que os municípios deixem de investir em setores importantes


muito cuidado com o incremento de gastos. Só podemos assumir o que tiver viabilidade”, adiantou. Plano de cargos e salários

O secretário reconhece a importância do Plano de Cargos, Carreira e Vencimento para o desenvolvimento de carreiras dentro do setor público, mas não precisou quando este será implantado. “Esse PCCV foi desenvolvido no ano passado e ainda precisa ser analisado com cuidado, de forma que possa ser implantado, tendo em vista as reais condições do município. Será discutido com os servidores na mesa permanente de negociação”. A Resolução 397/85 do Confea determina a competência dos Creas na fiscalização do cumprimento à Lei 4950-A que estabelece o salário mínimo profissional – remuneração de 6 salários mínimos para 6h/dia e 8,5 para a jornada de 8 h/dia. Caso o empregador descumpra a legislação, caberá ao Conselho multá-lo. O assessor técnico, engenheiro agrônomo Eduardo Rode, explica que, no caso dos concursos públicos enquadrados no regime de contratação celetista, o Crea aciona o órgão realizador para correção do edital e em seguida comunica a irregularidade ao Ministério Público do Trabalho para que sejam tomadas as medidas legais cabíveis.

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Foram criados municípios que sequer tinham orçamento. Sem recursos, a Nação para, e sem projetos de desenvolvimento, o Estado para junto. Um Estado que aplica parcos recursos em engenharia não pode esperar excelentes resultados em planejamento e infraestrutura" Marco Amigo, presidente do Crea-BA

“No entanto, na maioria dos editais que temos visto, as contratações estão sendo feitas com base no Regime Jurídico Único ou pelo Reda. Nesses casos, não se configura a obrigatoriedade de observar a Lei 4950-A”, explica. Ainda segundo o assessor, as inconformidades detectadas em editais não se resumem à questão do SMP. “Por desconhecimento, muitos órgãos excluem determinada profissão que têm atribuições assemelhadas e, portanto, deveriam ser contempladas no processo seletivo. Desenvolvemos ações junto ao IFBA, em três editais, DNIT, Funceb e Petrobras”. Somados, todos esses fatores – desvalorização e baixa remuneração – contribuem ainda mais para aumentar a carência de mão de obra especia-

lizada. “Não temos engenheiros suficientes para atender à demanda de um País com potencial de crescimento. Não quero dizer que necessitamos importar um grande número de profissionais. Podemos simplesmente requalificar aqueles que migraram para outras atividades. Sem valorização, eles não terão interesse em retornar ”, analisou o diretor da Escola Politécnica, Luiz Edmundo Campos. A afirmativa do professor reforça o fato de que, mesmo com a economia brasileira passando por um ligeiro desaquecimento, o setor privado oferece melhores chances para os profissionais, não apenas do ponto de vista da remuneração, mas também da mobilidade e da oferta de vagas em áreas diversificadas.

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>entrevista Antônio Carlos Ferreira Bastos, engenheiro eletricista

“O desenvolvimento das engenharias é estratégico para

o progresso”

Especialista em energia, o engenheiro Antonio Carlos Ferreira Bastos analisa a situação energética brasileira Por Ronaldo Brito Fotos Paulo Macedo

urante 30 anos, o engenheiro Antônio Carlos Ferreira Bastos atuou como voluntário do IEEE – The Institute of Electrical Engineers Inc, a maior organização internacional de profissionais liberais do mundo. Em janeiro último, o profissional foi homenageado pelo mesmo instituto pelos serviços prestados, tendo inclusive chegado ao cargo de vice-presidente. Especialista em energia, Bastos não crê que o Brasil esteja passando por uma crise energética. Mas adverte que é preciso atenção para que no futuro isso não venha acontecer. Na entrevista a seguir, o engenheiro analisa a questão dos apagões, que têm causado prejuízos à população e à economia do País, e diz o governo tem, sim, um bom planejamento no setor elétrico, mas faltam investimentos pesados na área. Graduado em engenharia elétrica pela Ufba (1969) e em engenharia civil politécnica, também pela Ufba (1963), Bastos é mestre em Engenha-

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ria de Potência Elétrica – Rensselaer Polytechnic Institute (1979) e em Administração – Rensselaer Polytechnic Institute (1979). Atualmente é diretor da DSM - Consultoria Internacional de Engenharia Elétrica Ltda e voluntário do Instituto dos Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos. Como gestor, tem larga vivência na área de administração nos temas planejamento estratégico, coordenação e gestão de projetos.

Especialistas afirmam que um dos entraves no desenvolvimento do Brasil é a falta de engenheiros. O senhor concorda? Sim, completamente. O desenvolvimento das engenharias e seus profissionais, bem como a disponibilidade destes, em número compatível com as demandas do mercado, é estratégico para o progresso de qualquer país. Não resta a menor dúvida que o ritmo do desenvolvimento do setor empre-

sarial depende da disponibilidade de engenheiros qualificados. Sem eles, não é possível viabilizar qualquer projeto de desenvolvimento econômico. Em quais áreas esses profissionais estão mais escassos? No Brasil, há 600 mil engenheiros, o equivalente a seis profissionais para cada mil trabalhadores. Nos Estados Unidos e no Japão, a proporção é de 25 engenheiros por mil trabalhadores. Além disso, dos 40 mil engenheiros que se diplomam anualmente no Brasil, mais da metade opta pela engenharia civil. Assim, setores como os de petróleo, gás e biocombustível são os que mais sofrem com a escassez desses profissionais. Como é possível reverter a situação? A reversão desta tendência deve ser iniciada nos primeiros anos da educação formal primária e secundária dos seus cidadãos, como fazem os países desenvolvidos. No IEEE, por exemplo,


onde servi voluntariamente, durante 30 anos, temos programas dirigidos para atrair jovens estudantes para a carreira de engenharia. Nas universidades, devemos estabelecer bons programas de educação tecnológica e, em relação ao mercado, deve ser incentivada a abertura de vagas com boas oportunidades de crescimento e remuneração. O senhor tem vasta experiência na área de energia. Como analisa a crise energética que vivemos hoje? Ou não estamos em crise? A minha experiência profissional se situa na área de energia elétrica e administração de empresas, em função de 30 anos de serviços dedicados ao setor elétrico brasileiro, através da concessionária local. Fui admitido na empresa como engenheiro recém-formado e nela ascendi até os cargos do primeiro escalão, quando me aposentei. Creio que, na gestão operacional do sistema elétrico, con-

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>entrevista Antônio Carlos Ferreira Bastos, engenheiro eletricista

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“O desenvolvimento econômico não deve comprometer o meio ambiente. Os empreendimentos devem se submeter à legislação ambiental e esta deve estar estabelecida de modo a permitir, tanto quanto possível, o aproveitamento dos nossos recursos naturais”

vivemos com o desafio permanente de manter a qualidade do serviço, ou seja, serviço contínuo e com níveis de tensão adequados ao funcionamento dos equipamentos dos consumidores. Para isso, as concessionárias buscam adequar a oferta de energia, representada pelas suas instalações de geração, transmissão e distribuição, à demanda existente, representada pelas cargas dos consumidores. Estas, por sua vez, dependem da vitalidade da economia e do crescimento do PIB nacional. Uma crise no sistema elétrico é caracterizada pelo desequilíbrio entre oferta e demanda, em que a oferta de energia do sistema elétrico não é capaz de atender à demanda do mercado. Nessas circunstâncias, o setor elétrico usualmente utiliza medidas de exceção para manter a demanda em níveis suportáveis pelo sistema e/ou aumenta a oferta com adição de mais geração ao sistema elétrico. Tivemos duas experiências de racionamento de energia no Nordeste, uma em 1987 e outra em 2001 (esta nacional). A participação do consumidor com redução de seu consumo e do governo com a adição de usinas térmicas foi fundamental para ultrapassar o período da crise e restabelecer o equilíbrio. Assim, ainda não estamos vivendo uma crise energéti-

38 crea V.4, n. 42, p. 38 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

ca. No entanto, esta é uma questão dinâmica. Devemos ser capazes de prever e estar atentos para evitá-la. O que faltou o governo fazer? Planejamento? O planejamento do sistema elétrico brasileiro existe e é muito bom. O problema usual é pôr em prática aquilo que se planejou, o que depende de recursos para investimentos, normalmente pesados, e, em muitos casos, vontade política para priorizar os investimentos. O sistema elétrico brasileiro ainda é bastante dependente da hidroeletricidade, e a oferta de energia é função do regime de chuvas na cabeceira dos rios. Contudo, após recentes racionamentos, o perfil de geração tem evoluído para ampliar e diversificar a geração de energia, a partir de outras fontes, especialmente as usinas termoelétricas. Nos últimos anos, temos assistido a uma sucessão de apagões. Estamos à beira de colapso na área de energia? Os apagões podem ocorrer não somente devido à deficiência na oferta de energia elétrica, mas também pela ocorrência de falhas na operação dos sistemas de transmissão, por parte das concessionárias, e/ou causas naturais eventuais. Um sistema de

transmissão inadequado trabalhando em sobrecarga, falhas na atuação de equipamentos por deficiência na manutenção, ocorrência de raios são alguns exemplos de causas de interrupção do fornecimento, afetando vários estados e cidades. O sistema elétrico brasileiro é interligado, e uma falha em um ponto pode isolar toda uma região, o que temos visto em outros países e, com certa frequência, no Brasil. Esta é, de fato, uma crise de operação e manutenção a que estamos sujeitos eventualmente, não uma crise energética. A economia feita durante os horários de verão é real? Sim, é real. Como sabemos, o horário de verão tem como objetivo diminuir o risco de problemas de fornecimento de energia elétrica no período em que a demanda cresce, devido ao calor intenso e à produção industrial de fim de ano. Com luminosidade natural por mais tempo, a concentração do consumo se dilui das 18h às 22h, evitando a sobrecarga no sistema. Na última década, segundo o Ministério das Minas e Energia, o horário de verão possibilitou redução média de 4,6% na demanda por energia no horário de pico, das 18h às 21h. A estimativa do governo é que a edição deste ano tenha sido suficiente para uma economia de R$ 280 milhões e uma redução média de cerca de 5% na demanda por energia nessa faixa horária. Na edição anterior, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o País economizou R$ 160 milhões. Que outras soluções nós poderíamos adotar para economizar energia? A utilização de energias alternativas, tais como energia eólica, solar, pequenas centrais hidroelétricas, biomassa,


além da importante conscientização do usuário para consumir racionalmente a energia elétrica. Há quem afirme que o governo pensou no crescimento econômico, mas não avaliou questões fundamentais como a energia, por exemplo. Como o senhor avalia isso? Ao elaborar o planejamento econômico para o País, é indispensável considerar certos itens a ele diretamente vinculados, como a infraestrutura, aí incluída a ampliação do sistema elétrico para suportar o crescimento econômico pretendido. Há mesmo uma relação direta entre o crescimento do PIB e a oferta de energia elétrica, que deve ser capaz de garantir tal crescimento. Nos programas PAC do atual governo existem diversas obras de energia elétrica. O problema que às vezes ocorre é aquele que mencionamos acima, ou seja, “fazer acontecer”. Hoje se fala muito na energia renovável, como o senhor vê essas alternativas? Com muita simpatia e como uma solução sustentável para o nosso crescimento.

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“Dos 40 mil engenheiros que se diplomam anualmente no Brasil, mais da metade opta pela engenharia civil. Assim, setores como os de petróleo, gás e biocombustível são os que mais sofrem com a escassez desses profissionais”

E as polêmicas envolvendo as usinas nucleares? Elas são mesmo necessárias? O problema com a geração nuclear é o risco ambiental. Quando há acidentes, geralmente eles são danosos ao meio ambiente e à espécie humana, haja vista os casos já ocorridos em países desenvolvidos, como as usinas de Two Mile Island, nos EUA, e Schernobyl, na Rússia. Daí, a adoção da geração nuclear é feita com certa reserva. Contudo, há importantes vantagens técnicas e econômicas no uso deste tipo de geração.

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>entrevista Antônio Carlos Ferreira Bastos, engenheiro eletricista

O governo tem anunciado novas alternativas, e a iniciativa privada tem investido em termoelétricas. Essa seria uma solução? Durante os racionamentos de energia de 1987 e 2001, ficou ressaltada a grande dependência que o sistema elétrico tem da fonte hidroelétrica. Isto ocorre em função do grande potencial energético de que o País desfruta nesse tipo de fonte. Uma grande parcela desse potencial já foi aproveitada e ainda resta grande parte a ser igualmente explorada. A energia hidroelétrica responde hoje por mais de 75% das fontes de energia elétrica do País. Contudo, não se deve “por todos os ovos em um só cesto” e, também aqui, é necessário diversificar, especialmente pelo fato de que os rios que fornecem a água obedecem a um regime cíclico de chuvas, ou seja, há um período úmido e um período seco, que afetam a quantidade de energia gerada. Então, graças ao advento e à ampliação do parque gerador termoelétrico, especialmente a gás natural, não estamos hoje mergulhados em outro racionamento de energia. Em outras palavras, o governo aprendeu a lição dos racionamentos anteriores e diversificou razoavelmente o seu parque gerador. Projetos de usinas hidrelétricas, como Belo Monte, têm gerado muita polêmica, especialmente porque ativistas ambientais acreditam que a usina vai comprometer o Rio Xingu. Como investir no desenvolvimento sem prejuízo para a natureza? A palavra correta é negociação. O desenvolvimento econômico não deve comprometer o meio ambiente. Os empreendimentos devem se submeter à legislação ambiental e esta deve estar estabelecida de modo a permitir, tanto quanto possível, o aproveita-

40 crea V.4, n. 42, p. 40 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

mento dos nossos recursos naturais. Temos grande potencial hidroelétrico que, uma vez utilizado, representa grande economia de divisas para o País, que, de outra forma, teria que importar a energia de que tanto necessita. O senhor ganhou reconhecimento do IEEE Foundation por serviços prestados ao seu Board of Directors. O que representa essa certificação? O IEEE, sigla para Institute of Electrical Engineers Inc, é a maior organização internacional de profissionais liberais do mundo. O IEEE não tem fins lucrativos, tem sede nos Estados Unidos, 128 anos de fundado e conta com mais de 400 mil engenheiros das áreas de eletricidade, eletrônica e ramos afins, em cerca de 180 países. A sua missão é trabalhar pelo desenvolvimento

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“O planejamento do sistema elétrico brasileiro existe e é muito bom. O problema usual é pôr em prática aquilo que se planejou, o que depende de recursos para investimentos, normalmente pesados, e, em muitos casos, vontade política para priorizar os investimentos”

das engenharias e dos engenheiros dessas áreas do conhecimento, para o benefício da humanidade. O reconhecimento recebido representa o coroamento de 30 anos de serviços voluntários ao IEEE e IEEE Foundation, pelo exercício, em funções de liderança, dos mais altos cargos da organização, principalmente como membro do Board of Directors do IEEE e do IEEE Foundation, que juntos totalizaram dez anos. Com apoio da Coelba, fui honrado pelo voto direto dos colegas de 15 países da América Latina para o cargo de Diretor do IEEE representando a região. Em seguida, pela confiança dos colegas estrangeiros, fui eleito para cargos como secretário mundial, vice-presidente de atividades regionais, diretor e vice-presidente grants do IEEE Foundation. Nesse período, fui reconhecido com os dois maiores prêmios de serviço do IEEE, o William Middleton Distinguished Award e o Haraden Pratt Service Award, prêmios altamente cobiçados pelos demais colegas do IEEE. O que o senhor considera que tenha sido uma importante contribuição sua para a instituição? Poderia citar várias contribuições oferecidas ao Instituto nesses 30 anos, contudo acho que o meu exemplo pessoal ao emergir de uma cidade da América Latina, como simples engenheiro e associado na região Nordeste do País, para exercer importantes funções de direção em uma organização com tamanha reputação internacional, e ser reconhecido por sua atuação em prol da internacionalização do IEEE, prova que esta é uma instituição altamente democrática. Nesse sentido, o meu exemplo de dedicação ao instituto e perseguição desta meta foi uma importante contribuição.


>engenharia

V.4, V.4,n.n.41, 42,p.p.373 -- out/nov/dez.2012 jan/fev/mar.2013 - Bahia

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>meio ambiente

ensino de engenharia acústica renova mercado brasileiro Primeiro curso de engenharia acústica do Brasil, no Rio Grande do Sul, sinaliza a demanda por especialistas na área em todo o País Por Ronaldo Brito fotos joão alvarez

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V.4, n. 42, p. 42 - jan/fev/mar.2013 - Bahia


alvador é considerada a cidade mais barulhenta do Brasil. A constatação é da Organização Mundial de Saúde (OMS), que desde 2009 colocou a capital baiana no topo do ranking nacional. Essa situação crítica tem demandado cuidados especiais dos arquitetos e engenheiros, que não cansam de buscar soluções para garantir o isolamento acústico nas construções modernas. Até bem pouco tempo, essa área era dominada pelos profissionais de arquitetura, mas, aos poucos, vem ganhando terreno nos domínios da engenharia. Na Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, foi criado o primeiro curso de engenharia acústica do Brasil que, somente no ano que vem, vai colocar

no mercado brasileiro os primeiros 40 profissionais. Coincidência infeliz, no município gaúcho que abriga o curso, aconteceu recentemente uma das maiores tragédias do País, provocada pela instalação equivocada do sistema acústico da boate Kiss, que vitimou mais de duas centenas de jovens. O episódio, lamentavelmente, serve de exemplo para a necessidade de se olhar com mais seriedade para a questão que, até então, não parecia ser considerada prioridade. A missão destes novos engenheiros é encontrar soluções para garantir o conforto acústico e, sobretudo, garantir a segurança das pessoas nas estruturas prediais. PhD em engenharia acústica, o professor da instituição Andrey R. da Silva garante que a nova gradu-

ação vem atender a uma demanda do mercado. “Na verdade, há um equivoco ao afirmarmos que a preocupação com a acústica esteve historicamente atrelada à arquitetura. De fato, boa parte da pesquisa daquilo que chamamos de conforto acústico também tem sido desenvolvida dentro da arquitetura. Conforto acústico lida, principalmente, com a qualidade acústica no interior de ambientes como teatros, salas de aula e auditórios”, explica. engenharia

O que, a princípio, pode parecer novidade – o interesse da engenharia por esta especialidade – é um tema familiar aos profissionais da área. “Há muito, outras áreas da acústica que estão sendo inV.4, n. 42, p. 43 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

crea 43


>meio ambiente cas são fundamentais, como controle de ruído, conforto acústico, tecnologia de áudio, acústica estrutural, controle de vibrações estruturais em sistemas de engenharia e assim por diante. “Além disso, o engenheiro acústico deverá ser capaz de dialogar com outras áreas do conhecimento, nas quais a acústica tem papel preponderante, como a medicina, a fonoaudiologia, a oceanografia, entre outras”. Redução de riscos

Das construções civis aos aparelhos de uso doméstico, o controle do ruído é fundamental

vestigadas dentro das engenharias. Um exemplo é o que chamamos de acústica estrutural, que lida com a transmissão e o isolamento de ruído em estruturas prediais. Outra área importante da acústica, que vem sendo desenvolvida dentro da engenharia mecânica, é a que se conhece por controle de ruídos e vibrações, que lida, sobretudo, com a geração de som em motores, automóveis, turbinas e equipamentos em geral”. Há ainda, segundo ele, outras áreas importantes da acústica sendo investigadas por outros ramos das engenharias “como eletroacústica e sistemas de áudio, na engenharia elétrica, por exemplo”. Foi exatamente esse caráter amplamente indisciplinar que levou a universidade a criar a graduação. “O objetivo é sintetizar em um 44 crea V.4, n. 42, p. 44 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

único núcleo todos os tópicos. Desta forma, esperamos que o engenheiro acústico esteja capacitado a lidar com todo tipo de problemas”. A demanda por esses profissionais, na opinião do professor, abrirá novos mercados. Afinal, eles estarão capacitados a administrar problemas em múltiplas áreas onde questões acústi-

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Por orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS), as políticas públicas para evitar a exposição do ser humano ao ruído têm se tornado cada vez mais severas em muitos países do mundo, sobretudo em países emergentes como o Brasil. Inclusive, muitas condições alfandegárias que regulamentam a entrada de produtos brasileiros em mercados internacionais exigem que os produtos nacionais tenham emissões de ruído abaixo dos níveis preestabelecidos por normas internacionais. “Internamente, o enrijecimento dessas políticas públicas em relação ao ruído pode ser percebido nas especificações e selos que, atualmente, acompanham eletrodomésticos, automóveis e equipamentos eletromecânicos em geral. Nesse panorama, a atuação do engenheiro acústico torna-se essencial tanto na criação de políticas públicas em relação ao ruído

"O engenheiro acústico deverá ser capaz de dialogar com outras áreas do conhecimento, nas quais a acústica tem papel preponderante, como a medicina, a fonoaudiologia, a oceanografia, entre outras” Andrey R.da Silva, Ph.D em acústica e professor da Universidade Federal de Santa Maria


quanto no desenvolvimento de tecnologias para a criação de produtos mais silenciosos”, explica Silva. A entrada desses novos profissionais na área não deve estremecer as relações entre as categorias de engenheiros e arquitetos. Pelo menos é o que pensa o arquiteto Nelson Damasceno, da Ufba. Lotado no departamento de obras da instituição, o baiano sempre se ateve à preocupação com a acústica. Mesmo assim, quando esteve à frente do projeto do atual Teatro Santo Antônio, da Escola de Teatro da Ufba, contou com a parceria de um engenheiro especializado em acústica. Segundo ele, as duas áreas, trabalhando juntas, só irão somar para a obtenção de um resultado eficaz. “Do

ponto de vista da construção civil, há hoje no mercado uma série de produtos de alta performance no controle de transmissão e absorção sonora que, pelo que tudo indica, tendem a se tornar cada vez mais acessíveis. A única preocupação é que o arquiteto ocupa-se também com a questão estética”. EDUCAÇÃO

Já o problema do ruído nas cidades, na avaliação do arquiteto, não depende apenas dos adventos tecnológicos. “Para que as cidades tornem-se mais silenciosas, é necessário, sobretudo, um processo de educação em diversos níveis sociais, que exponha à sociedade quais são os inúmeros riscos relacionados ao ruído. Neste sentido, os agentes governamentais, em conjunto

com as universidades, têm um papel fundamental”, defende Damasceno. A preocupação do arquiteto faz sentido. A política pública no Brasil em relação ao ruído tem andado a passos tímidos em relação àquilo que se observa nos países da América do Norte e Europa. “Apesar disso, os avanços observados na última década no Brasil são inegáveis. Existem hoje normas muito mais rígidas e precisas que regulamentam a exposição humana ao ruído em diversas esferas, como a NBR 10152, que atua sobre as exigências do conforto acústico. A atual demanda da indústria da construção civil por uma adequação dos seus produtos em relação ao que rege a norma NBR 10152 já é algo bem evidente”, acredita.

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>tecnologia

Em conexão direta com o futuro Fiscalização do Crea-BA é incrementada com veículo móvel equipado com câmeras e GPS Por Marcos Fonseca e Nadja Pacheco Fotos João alvarez

a era dos smartphones, aplicativos e redes sociais, considerados protagonistas da revolução tecnológica, inúmeros projetos ganharam um toque de modernidade para alcançar a assertividade nas ações. O Crea, autarquia federal que fiscaliza as profissões da área tecnológica, não poderia ficar de fora da seara cibernética e, entre muitas ações, incrementou a fiscalização com um veículo equipado com câmeras e GPS. Qualificado pelo uso do GPS TrackMaker e MapSource como softwares de gerenciamento de rotas em conjunto com o Google Earth, o projeto possibilita a realização de diligências processuais, a entrega de correspondências e todas as atividades geolocalizadas feitas pela instituição. Todo o material (visualização de fotos, mapas e coordenadas) é encaminhado aos fiscais do Crea por meio de smartphones. A característica invasiva da estação móvel, ao identificar, captar imagens e vídeos geográficos de várias áreas de Salvador, justifica o apelido dado à iniciativa. “Ele chega sem ser convidado e fica observando tudo nas 46 crea V.4, n. 42, p. 46 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

ruas, registrando o que ocorre”, completa o coordenador da Fiscalização do Crea-BA, engenheiro agrônomo João Falcão, que batizou o projeto como “Abelhudo”. Projeto-piloto

De acordo com o coordenador, o equipamento também será responsável por coletar as informações sobre variados tipos de empreendimentos fiscalizáveis e que tenham a intervenção de profissionais da engenharia. “O projeto-piloto teve início em Salvador, com atuação nos bairros da Pituba, Amaralina e Rio Vermelho, locais onde podem ser encontradas mais obras a fiscalizar. Depois de aprovado, o uso e a aplicação do dispositivo serão implementado nas Inspetorias Regionais do Conselho”. Segundo Falcão, o projeto foi contratado inicialmente por um período de três meses. Em maio, será realizada uma força-tarefa, levando em consideração os dados coletados pelo identificador. Na ocasião, serão analisados os efeitos do “Abelhudo” para a fiscalização e o seu custo-benefício. “O Crea-BA foi pioneiro no Brasil na implantação de softwares de geren-

ciamento de rotas e, com certeza, não deverá ser o único, pois o Distrito Federal já manifestou interesse em conhecer a tecnologia”. O mapeamento das informações não é feito apenas pela estação móvel, o projeto conta também com uma base fixa, chamada de Centro de Gerenciamento de Informações (CGI), que encaminha, em tempo real, todos os dados que são coletados pelo identificador nas ruas da cidade. A administração das informações é uma das atribuições da Supervisão de Planejamento e Controle (Supla), inserida na Coordenação de Fiscalização do Crea, que também é responsável pelo armazenamento, tratamento e distribuição dos dados gerados pelo identificador. Antes do projeto “Abelhudo”, a instituição trabalhava com o Sistema de Informação Geográfica (SIG), mas em pequena escala, sem envolvimento mais aprofundado dos agentes de fiscalização. Segundo o supervisor da Supla, Fábio Ricardo Oliveira, o equipamento colabora com a eficácia da fiscalização. “O fiscal não precisa mais buscar o local a ser inspecionado, o identificador realiza esse trabalho por ele, ga-


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rantindo agilidade ao serviço”, acrescenta, defendendo que o “Abelhudo” é a melhor forma para exercer a atividade de fiscalizar utilizando as novas tecnologias.

33 fiscais

no interior e 17 na capital realizam o trabalho de fiscalização do Crea

9.150 obras

Resultados

Entre as vantagens da implementação do sensoriamento remoto terrestre para o Crea-BA, Oliveira destaca o alto nível de acerto nas diligências, a redução de custos e a eficiência, além da eficácia no planejamento e gerenciamento das atividades e do acesso facilitado às informações necessárias para o planejamento e execução de cada ação de fiscalização. Até o fechamento desta edição, 1.484 empreendimentos já haviam sido catalogados e 547,14 km percorridos pelo “Abelhudo”, alcançando um total de 301 ruas/logradouros. O resultado foi de 1.262 ocorrências (empreendimentos potencialmente fiscalizáveis). A ação de acompanhar e supervisionar o exercício profissional nas áreas de engenheira, agronomia, geologia, geografia, meteorologia, tanto no nível superior, quanto tecnólogo e técnico de nível médio, tem acontecido de modo contínuo, a fim de assegurar a participação efetiva de profissionais habilitados nos serviços prestados, prezando pela salvaguarda da sociedade.

foram inspecionadas no interior e 2.207 em Salvador em 2012 Além da sede, em Salvador, o Crea possui inspetorias regionais em

27 cidades do interior da Bahia

O "Abelhudo" do Crea já percorreu mais de 500 quilômetros na cidade, fiscalizando um total de 301 ruas

V.4, n. 42, p. 47 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

crea 47


>Artigo Liliane de Queiroz Antonio

Engenheiro empreendedor Ao ouvir a palavra empreender, muitos acreditam que estamos nos referindo a um termo atual, surgido na era da informação e/ou do conhecimento. Enganam-se. Empreender, em sentido lato, deriva de prehendere, do latim, que significa prender, agarrar. Ao empreendedor, antes de mais nada, faz-se necessário criar, desenvolver, realizar aquilo que se pensa e que se tem como visão. Ser empreendedor não é simplesmente abrir um negócio e, sim, tornar-se competitivo. Independentemente da área, o maior desafio do empreendedor é trabalhar com foco único, processos claros e bem mapeados, e mapeados, obviamente, com base na realidade, mantendo a equipe motivada em seus diversos níveis e proativa em seus resultados. Sonho? Lógico que não, apenas resultados construídos a partir da gestão estratégica de pessoas e de processos. A união entre engenheiro e empreendedor, sem dúvida, resulta em ótima combinação. Somamos as características da profissão e a formação sólida em processos aos mais profundos desafios de empreender no século 21, que são a coragem de correr riscos, a persistência e a capacidade de pensar junto com o cliente

e de identificar nichos até então desconhecidos ou pouco valorizados. Ao digitar em sites de buscas as palavras engenheiro + empreendedor, obtemos 780 mil citações em apenas dez segundos, o que nos leva a questionar a riqueza do universo que hoje associa esse dois termos. Se nos aprofundarmos nos links, veremos títulos que chamam especialmente a atenção e que versam sobre a necessidade de capacitar os futuros engenheiros a serem empreendedores. É fato que muitas instituições de ensino já buscam impregnar esse espírito em seus discentes por meio de incubadoras ou empresas juniores. Mas, ao mesmo tempo, muitas fazem o mea culpa por haver em suas grades curriculares poucas disciplinas voltadas ao empreendedorismo. Observamos, entre engenheiros e especialistas, que o perfil desses estudantes tem exigido que essas instituições se adaptem às características empreendedoras dos futuros engenheiros. Sim, pois hoje, eles já chegam à faculdade desejosos de resolverem problemas e, em algumas situações, organizam-se em grupos para empreender, independentemente do apoio institucional, o que demonstra certo

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"A união entre engenheiro e empreendedor resulta, sem dúvida, em ótima combinação. Somamos as características da profissão aos desafios de empreender no século 21"

despreparo das faculdades e centros universitários, no que tange a este importante e necessário tema. O perfil desses engenheiros-empreendedores revela-se, normalmente, no início do curso. São alunos que gostam de trabalhar coletivamente, que correm atrás de oportunidades de aprendizagem e que, a partir de uma ideia, pensam imediatamente em um produto ou na melhoria de um processo já existente. Infelizmente, ao longo do curso, a quantidade excessiva de conteúdo teórico e a pouca prática, associada ao despreparo dos docentes, acabam por desestimulá-los. Deste modo, cada vez mais, precisamos dar apoio institucional, logístico e humano ao discente que ora finaliza a sua graduação, estimulando-o a pensar em educação continuada, em aprendizado contínuo, seja por meio de uma pós-graduação lato sensu ou stricto

sensu, de estágio no exterior, de um projeto de pesquisa ou de uma parceria com setores diversos, que os atualize em áreas como economia ou administração, entre outras. É importante salientar que não adianta o engenheiro deter conhecimento e informação quanto aos processos e produtos. Acima de tudo, ele precisa saber administrar o próprio negócio, bem como verificar a viabilidade técnica e financeira de cada produto, processo ou nicho de mercado. Tão importante quanto a formação em engenharia é o comportamento empreendedor e a ação empreendedora no dia a dia. No contexto contemporâneo, várias são as ações voltadas à formação do engenheiro-empreendedor, seja por parte dos sindicatos ou pelos meios midiáticos, que oferecem, via educação a distância, capacitações e cursos sobre temas que


complementam a formação em engenharia. E surge então a questão: o fato de se ter como formação a engenharia já não traria determinada vantagem em relação ao “ser empreendedor” quanto a outras profissões? Podemos ensaiar uma resposta, com base em leituras diárias, como a revista Forbes, que este mês nos informa sobre uma pesquisa realizada pelas universidades de Harvard e Duke, com mais de 500 empresas norte-americanas de tecnologia, que sinalizou que apenas 37% dos seus líderes têm formação científica em engenharia ou computação. Mas há ainda outra questão, esta bastante polêmica entre estudiosos: será que a pessoa nasce empreendedora? A verdade é que o empreendedor adquire seu capital social ao longo da vida, mas alguns traços de personalidade são característicos. Os contextos variam, mas evidenciam-se peculiaridades facilmente identificáveis, como a capacidade de realizar tarefas, assumir riscos, enfrentar desafios, experimentar limites e transformar ideias em realizações. Diante do contexto da mundialização, as empresas estão se tornando mais flexíveis e inovadoras, e buscam profissionais com um

perfil adequado a esta realidade. Há evidências de que a engenharia seja a área que abriga as maiores expectativas de mudança, pois nela encontram-se profissionais que atuam diretamente no planejamento e desenvolvimento – nos níveis estratégico, tático e operacional – dos empreendimentos. Os impactos de tais ações abrangem saneamento básico, biomedicina e tecnologia da informação. Nesse aspecto, há um livro bem interessante, de Krishna Uppuluri, “Engenheiro empreendedor: o primeiro voo”. Neste trabalho, o autor nos apresenta alguns dos principais desafios, que podem ser resumidos em dicas como: antes de se lançar em ideias ditas “cool” e novas tecnologias, invista na análise da viabilidade comercial, busque a avaliação de terceiros, cheque pesquisas de mercado, obtenha feed back real a partir de protótipos e ouça as preocupações de executivos sobre a área. Outra questão diz respeito a trabalhar com equipes diversificadas, e não só engenheiros (diga-se de passagem, engenheiros amam trabalhar com engenheiros). Negócios prósperos envolvem equipes diversificadas. O fato de construir algo não garante a venda. A

Liliane de Queiroz Antonio é pedagoga, mestre e doutora em educação, ciência e tecnologia e professora da Unijorge

comercialização será sempre necessária, exigindo do empreendedor foco nos clientes. Trabalhar com a imprevisibilidade é condição básica para empreender e qualquer negócio, para ser bom, precisa dar retorno. Há muitos exemplos de grandes empresas lideradas por engenheiros, incluindo a Microsoft, de Bill Gates, Larry Ellison, da Oracle, o Google de Larry Page. Estes exemplos evidenciam a potencialidade desses profissionais como empreendedores. Cada engenheiro que cria uma nova tecnologia acredita que esta é a parte mais difícil do processo. Trata-se de um passo importante, mas este torna-se pequeno, quando comparado à necessidade de levar sua criação ao mercado. A internet aparece hoje em cena como o grande equalizador, que permite desenvolver amplas e profundas habilidades, além de adquirir conhecimentos rapidamente. Fica aqui, então, o desafio do século 21: “engenheirar empreendedoristicamente”, com planejamento, mas, acima de tudo, com flexibilidade e tenacidade, recordando que os grandes mestres que marcaram a vida de cada um de nós foram empreendedores naquilo que produziram. V.4, n. 42, p. 47 - jan/fev/mar.2013 - Bahia

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>multimídia

livro • cinema • internet • agenda fotos divulgação

>livros Cidadania Dez autores abordam diversos assuntos importantes para a compreensão da evolução da cidadania no Brasil. A questão indígena, o racismo, a desigualdade social, a diversidade sexual e a violência. A introdução, de André Botelho e Lilia Moritz Schwarcz, organizadores do volume, resgata a noção de cidadania desde a sua criação na Antiguidade, mostrando como ela foi se moldando a cada período histórico.

>documentário

Clima Urbano Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro Editora Contexto 192 páginas / R$ 35

Cidadania, um Projeto em Construção Vários autores Companhia das Letras 152 páginas / R$ 29,50

Manual prático O uso do Sistema de Processamento de Informações Geográficas (Spring) para cálculo de parâmetros hidrológicos essenciais à gestão de recursos hídricos é apenas uma das propostas do livro Geoprocessamento e recursos hídricos: aplicações práticas, do engenheiro cartógrafo Cláudio Bielenki Júnior e do engenheiro civil Ademir Paceli Barbassa. Para saber mais, acesse o site da editora Ufscar: http://www.editora. ufscar.br/

cidade e clima Referência para o estudo do ambiente atmosférico urbano, a obra é tese de livre docência do professor Carlos Augusto de Figueiredo Monteiro, da USP. Clima Urbano apresenta uma metodologia genuinamente brasileira que considera aspectos específicos do País para repensar os problemas que atingem a população das grandes cidades.

Geoprocessamento e recursos hídricos Cláudio Bielenki Júnior e Ademir Paceli Barbassa Editora Edufscar 257 páginas / R$ 79

>datas comemorativas Abril 10 > Dia do Engº Militar

29 > Dia do Geógrafo 30 > Dia do Geólogo

Maio 06 > Dia do Engº Cartográfico

Junho 04 > Dia do Engº Agrimensor

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Gigante da Engenharia – Plataforma de Petróleo O documentário de 47 minutos e 12 segundos divulgado pelo National Geographic Channel revela os saltos tecnológicos que levaram à construção do maior petrolífero do mundo: Perdido Spar, no Golfo do México. O filme, produzido por Bollore Group, é muito interessante e traz informações importantes sobre a área de petróleo e gás, além de toda a tecnologia utilizada para a perfuração nos oceanos. O vídeo pode ser acessado também pelo youtube (http://www.youtube. com/watch?v=ierscRhp9j8). thestartupkids.com/ screenings/ é possível inscrever seu endereço de e-mail para receber o aviso do dia do anúncio online, além de conferir países e datas de exibição.

>internet

Livros em games Os livros Memórias de um Sargento de Milícias (1852), de Manuel Antônio de Almeida; O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo; e Dom Casmurro (1899), de Machado de Assis, foram transformados em jogos on-line pelo projeto Livro e Game. A iniciativa, financiada pela Fundação Telefônica, foi criada pelo gestor cultural Celso Santiago e tem o objetivo de aproximar cada vez mais as crianças dos livros. Em todos os jogos há trechos das histórias e até comentários sobre a vida dos autores. Os jogos podem ser acessados pelo site www.livroegame.com.br.

Startup Kids Idealizado por duas islandesas (Vala Halldorsdottir e Sesselja Vilhjalmsdottir), este filme, lançado na internet em março, conta a história de empresas bemsucedidas na área de tecnologia criadas por jovens empreendedores nos Estados Unidos e na Europa, como a Vimeo, Soudcloud e Dropbox. O começo, bem como os desafios e sucesso das startups, está inserido no longa, que conta com a participação de jornalistas da área tecnológica e investidores que apostam no talento dos jovens empreendedores. No site http://

Engenhariacivil. com Um site moderno e com vários artigos de especialistas das mais diversas áreas, como estruturas, hidráulica, construções, urbanismo e geotecnia e fundações. O portal é atualizado e dispõe de vídeos, oferta de empregos, links para revistas do ramo, fóruns de discussões, informações sobre feiras e congressos etc. Confira em http://www. engenhariacivil.com/


Inspetorias Alagoinhas Inspetor chefe: Eng. agrônomo Luiz Cláudio Ramos Cardoso Rua Dantas Bião, s/n, sala 52, Laguna Shopping, Centro. CEP: 48.030-030 Telefax: (75) 3421-5638 creaba.alag@redecreaba.org.br Barreiras Inspetor chefe: Eng. agrônomo Nailton Sousa Almeida Travessa 15 de Novembro, 21, Sandra Regina. CEP: 47.803-130 Tel: (77) 3612-3700 Telefax: (77) 3611-2720 creaba.barreiras@redecreaba.org.br Bom Jesus da Lapa Inspetor chefe: Eng. civil Fábio Lúcio Lustosa de Almeida Av. Duque de Caxias, Ed. Professor Antonio Ferreira Barbosa,493, Centro. CEP: 47.600-000 Tel: (77) 3481-0301 creaba.bjlapa@redecreaba.org.br Brumado Inspetor chefe: Eng. civil André Luís Dias Cardoso Av. Otávio Mangabeira, 210, Centro CEP: 46.100-000 Tel: (77) 3441-3326 creaba.brumado@redecreaba. org.br Camaçari Inspetor chefe: Téc. de Segurança do Trabalho e eletromecânico Fabiano Ribeiro Lopes Avenida Radial A, nº 67, Centro, Edifício Empresarial Pacific Center, salas Q e R, 1º andar. CEP: 42.807-000 Tel:(71) 3621 1456 creaba.camacari@redecreaba. org.br Cruz das Almas Inspetor chefe: Eng. civil Luís Carlos Mendes Santos Rua Januário Velame, 41, Assembleia. CEP: 44.380-970 Tel: (75) 3621-3324 creaba.cruz@redecreaba.org.br Eunápolis Inspetor chefe: Eng. civil Ezequiel

Eliahu Mizrahi Rua Castro Alves, 374, Salas 02 e 03, Centro. CEP: 45.820-350 Tel: (73) 3281-2806 creaba.eunapolis@redecreaba. org.br Feira de Santana Inspetor chefe: Eng. civil Diógenes Oliveira Senna Rua Prof. Geminiano Costa, 198, Centro. CEP: 44.001-120 Tel: (75) 3623-1524 creaba.fsa@redecreaba.org.br Guanambi Inspetor chefe: Eng. agrimensor Wellington Donato de Carvalho Rua Maria Quitéria, 35, Centro. CEP: 46.430-000 Tel: (77) 3451-1964 creaba.guanambi@redecreaba. org.br Ilhéus Inspetor chefe : Eng. civil Gilvam Coelho Porto Júnior Rua Conselheiro Dantas, 81, Centro. CEP: 45.653-360 Tel: (73) 3634-1158 creaba.ilheus@redecreaba.org.br Irecê Inspetor chefe: Eng. agrônomo Marcelo Dourado Loula Rua Antonio Carlos Magalhães, 59, Centro. CEP: 44.900-000 Tel: (74) 3641-3708 Telefax (74) 3641 - 1957 creaba.irece@redecreaba.org.br Itaberaba Inspetor chefe: Eng. agrônomo Valmir Macedo de Souza Praça Flávio Silvany, 130, sala 15, Edf. Empresarial João Almeida Mascarenhas, Centro. CEP: 46.880 - 000 Tel: (75) 3251-3213 creaba.itaberaba@redecreaba. org.br Itabuna Inspetor chefe: Eng. civil Dermivan Barbosa dos Santos Rua Nações Unidas,625, Térreo, Centro. CEP: 45.600-673 Tel: (73) 3211-9343

Fax: (73) 3211-9273 creaba.itabuna@redecreaba.org.br Jacobina Inspetor chefe: Eng. agrônomo Ernani Macedo Pedreira Rua Duque de Caxias, 400A – Estação CEP: 44.700-000 Tel: (74) 3621-5781 creaba.jacobina@redecreaba. org.br Jequié Inspetor chefe: Eng. civil Deusdete Souza Brito Rua Jornalista Fernando Barreto, 133, Centro. CEP: 45.200-000 Tel: (73) 3525-1293 creaba.jequie@redecreaba.org.br Juazeiro Inspetor chefe: Eng. agrônomo Luciano César Dias Miranda Rua XV de Novembro, 56, Centro CEP:48.905-090 Tel:(74) 3611-8186 Telefax: (74)3611-3303 creaba.juazeiro@redecreaba.org.br Lauro de Freitas Estrada do Coco, Shopping Ponto Verde, s/nº, loja 17 CEP: 42.700-000 Tel: (71) 3378-7216 Telefax: (71)3288-2012 creaba.lf@redecreaba.org.br Luís Eduardo Magalhães Inspetor chefe: Eng. agrônomo Paulo Roberto Gouveia Av. JK, Qd. 91, Lote 1, Salas 1 e 3, Centro. CEP: 47.850-000 Tel:(77) 3628-6755 creaba.lem@redecreaba.org.br Paulo Afonso Inspetor chefe: Técnico agropecuário Marcos de Souza Dantas Rua Carlos Berenhauser, 322, térreo, General Dutra. CEP: 48.607-130 Tel:(75) 3281-4887 creaba.pafonso@redecreaba.org.br Ribeira do Pombal Inspetor chefe: Eng. civil Jone Souza Santos

Av. Dep. Antônio Brito, 132, Centro. CEP: 48.400-000 Tel: (75) 3276-3896 creaba.rpombal@redecreaba.org.br Santa Maria da Vitória Inspetor chefe: Eng. civil José Oliveira Silveira Rua Ruy Barbosa, s/nº, Centro. CEP: 47.640-000 Tel: (77) 3483-1090 Telefax: (77) 3483-1110 creaba.smv@redecreaba.org.br Santo Antônio de Jesus Inspetor chefe: Eng. eletricista Leonel Pereira dos Reis Neto Av. Roberto Santos, 88, Ed.Cruzeiro do Sul, salas 103 e 104, Centro. CEP: 44.570-000 Tel: (75) 3631-4404 creaba.saj@redecreaba.org.br Seabra Inspetor chefe: Eng. civil Juracy de Souza Wanderley Rua Jacob Guanaes, 565. CEP: 46.900-000 Tel:(75) 3331-1327 creaba.seabra@redecreaba.org.br Teixeira de Freitas Inspetor chefe: Eng. civil Carlos Luís Rocha Júnior Av. Presidente Getúlio Vargas, 3421, Centro, Ed. Esmeralda - salas 203 a 205, Centro. CEP: 45.995-006 Tel: (73) 3291-3647 Telefax: (73) 3291-7444 creaba.tfreitas@redecreaba.org.br Valença Inspetora chefe: Engª. sanitarista e ambiental Márcia Cristina Alves do Lago Rua Dr. Heitor Guedes de Melo,111, Ed. Argeu Farias Passos, Centro CEP: 45.400-000 Tel: (75) 3641-3111 creaba.valenca@redecreaba.org.br Vitória da Conquista Inspetor chefe: Eng. civil Marcos Santana Leite Avenida Otávio Santos, 722,Recreio. CEP: 45.020-750 Tel: (77) 3422-1569 Telefax: (77) 3427-8843 creaba.conquista@redecreaba. org.br

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