Credit Performance - Março 2013

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Editorial

A Credit Performance é a primeira e única revista especializada na indústria brasileira de crédito e cobrança. A publicação é idealizada pela CMS Credit Management Solutions, a organização líder em interação e conteúdos da indústria latina de crédito com atuação em 14 países da América e Europa, e conta com o apoio do Instituto GEOC e Serasa Experian. Com periodicidade trimestral e tiragem de 5 mil exemplares, a revista oferece conteúdo especialmente desenvolvido para executivos líderes de grandes corporações e empresas da área. Distribuição exclusiva e gratuita. Conselho Editorial: Anna Zappa, Carlos Zanchi, Egberto Blanco, Elane Cortez, Eldi Willms, Jair Lantaller, Jefferson Frauches, Luis Barbuda, Luis Carlos Bento, Pablo Salamone. REDAÇÃO: Christiane Moraes Camila Balthazar Isabela Barros Editora e jornalista responsável: Elane Cortez MTB 0000687|MA

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IDEIAS E TENDENCIAS

NOVIDADES E AGENDA Confira as principais notícias rápidas da indústria de crédito e cobrança, além de se programar para os próximos eventos da CMS em todo o mundo.

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Credit Performance é uma publicação da CMS – Credit Management Solutions. Todos os direitos reservados, proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização.

CAPA

O CRÉDITO DO BEM

Linhas de financiamento se diversificam e passam a atender clientes e segmentos como os portadores de deficiência e os empreendedores dispostos a investir em inovação.

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ENTREVISTA

SOFISTICAÇÃO & LUXO

MAILSON DA NÓBREGA

Luxo e poder na hora de assinar grandes contratos.

Economista e ex-ministro da Fazenda fala com a Credit Performance sobre o que se pode esperar da economia brasileira em 2013.

MONT BLANC

P33

OPINIÃO

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EDUCAÇÃO FINANCEIRA

ACONTECEU NO MERCADO

Credit Performance, a revista da indústria de crédito e cobrança. www.creditperformance.com.br

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P26

E-mail da redação: elane.cortez@cmspeople.com

Comercial: Madleine Rose M. Sprocatti madi@cmspeople.com Tel. (11) 3868-2883/ 3865-7013

MARÇO 2013

por Franklin Thame

por Jefferson Frauches Viana

FOTOS: Paulo Bau Antonela Achilli

Sumário

Pressupostos para uma gestão sustentável de fornecedores.

REVISÃO E COLABORAÇÃO: Olivia Mussato

Diagramação: HE / www.hoffmannestudio.com

N 15 º

DESTAQUES

NORTE E NORDESTE O Brasil também cresce aqui. Fora do eixo Rio-São Paulo, há um grande Brasil ganhando espaço na economia e indústria brasileira.

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REGULAMENTAÇÃO DA INDÚSTRIA Prós e contras de legislações aplicadas com foco em crédito e cobrança.

P41

PONTO DE VISTA

BRASILÉIA III NO BRASIL

P22

PROGRESSO E DESENVOLVIMENTO

VEREJO 2013

Depois de uma grande onda de estímulo ao consumo, o segmento tira o pé do acelerador e faz previsões mais conservadoras para esse ano.

por Roberto Luis Troster

P30

SEGMENTO E GLOBALIZAÇÃO

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SEM FRONTEIRAS

INDICADORES

Os planos de crescimento da CMS superam as distâncias geográficas e atingem outras regiões do Brasil e mais países da América e Europa.

EMPRÉSTIMO DE NOME

Por mais que seja para um parente ou amigo, oferecer o nome como garantia para compras nunca é uma boa ideia.

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PELO MUNDO VARSÓVIA Polônia, primeiro país do leste europeu a receber um dos maiores eventos do setor.

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TENDENCIAS

CELULAR

Pagar contas com ele já é uma realidade.

Credit Performance

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Editorial POR MARES NUNCA ANTES NAVEGADOS Evolução é uma palavra essencial nos dias de hoje. Todos os que se estagnam e se acomodam acabam ficando para trás e sendo ultrapassados pela cada vez mais veloz “mudança dos tempos”. Por isso, cada ano, para nós, é um exercício de renovação, em busca de uma evolução constante. Procuramos fazer isso no nosso dia a dia, com nossa equipe, em nossos eventos – seja na forma de conteúdo e na expansão para novos mercados – e na própria Credit Performance. Quem acompanha a revista desde sua primeira edição com olhar mais crítico sabe que ela mudou, cresceu, evoluiu e continua se modificando de modo a se tornar mais atrativa e informativa para nossos leitores. Em 2012, passamos por uma reformulação de imagem e conteúdo, uma nova roupagem que agradou o público e nos motivou a seguir. Em 2013, entramos no nosso quarto ano com fome de mais. Por isso, temos a primeira edição do ano recheada de perspectivas e de cenários para vários setores, desde nossa entrevista principal, com o economista e ex-ministro Mailson Da Nóbrega, até matérias que pretendem dar um panorama da indústria em vários segmentos, como o varejo (veja na seção Progresso e Desenvolvimento), o de infraestrutura de regiões como o Norte e Nordeste (seção Destaque) e até em novas linhas de crédito que vêm surgindo para atender uma outra camada da população, o que exploramos na nossa matéria de capa. Na verdade, a revista é a ponta do iceberg. Ela reflete um conjunto de mudanças de posicionamento de marca e um complexo planejamento estratégico que ruma para avanços significativos no nosso próprio negócio, acompanhando o crescimento da indústria mundial de crédito. A cada ano, os eventos da CMS costumam reunir os principais executivos do nosso setor, promovendo uma oportunidade única de troca de experiências, conhecimentos, networking e geração de negócios. Agora, temos o prazer de anunciar que essa expertise adquirida durante os últimos 11 anos prepara-se para aterrissar em novos territórios. Presente em 19 países, a CMS leva sua usina de ideias para dois novos destinos no leste europeu, nos Estados Unidos e ainda expande suas fronteiras dentro do Brasil. Os planos de crescimento da empresa são inovadores e alcançam outros rincões brasileiros, com o projeto inédito de uma edição regional do Congresso de Crédito e Cobrança exclusiva para o Norte e Nordeste. Confira na matéria de Segmento e Globalização. A expansão da CMS também vem acompanhada de um novo conceito transmitido por meio da imagem da empresa, que foi redesenhada especialmente para este momento. A partir de agora, todas as frentes – eventos, trainings, workshops e outros produtos – estão concentradas sob a marca CMS People. Além da imagem, o formato de nossa comunicação ganha novas estratégias para alcançar um público que não ainda não nos conhece.

Pablo Salamone

Presidente CMS

2013 promete ser um dos melhores da história e isso certamente só será possível com o apoio mútuo de todos os players do setor. Para nós, será o primeiro de uma nova etapa mais inovadora e arrojada, mantendo a liderança desta indústria e ampliando nossas fronteiras geográficas. Queremos que você nos acompanhe nessa jornada.

Boa leitura e inovação sempre!

Credit Performance

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Entrevista

Mailson Da Nóbrega

Impacto de medidas governamentais na economia e no crédito para 2013 “O crédito deve continuar a expandir-se a um ritmo superior ao do PIB nos próximos anos, embora menos aceleradamente do que em período recente”.

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Credit Performance


Logo no início de 2013, a presidente Dilma Roussef declarou que o Governo Federal seguirá com as ações cujo objetivo é transformar o Brasil em um país de classe média. Nesse contexto, o crédito será um fator decisivo. Paralelamente a isso, o desemprego brasileiro apresentou o nível mais baixo nos últimos dez anos, fechando 2012 em 5,5%, fator que, contrariando uma possível lógica econômica, não contribuiu para a redução dos índices de inadimplência. Parte do endividamento da população é decorrência da falta de educação financeira aliada às políticas de incentivo ao consumo. Consequentemente, a taxa de poupança no Brasil fechou em menos de 15% no ano passado. Ao analisar esse cenário, o economista e ex-ministro da Fazenda, Mailson Da Nóbrega, afirma que a baixa taxa de poupança é efeito das medidas de estímulo ao consumo por parte das famílias, da menor lucratividade das empresas e do aumento de gastos de governo. Mailson fala com o setor de crédito e cobrança e avalia o cenário macroeconômico atual, mostrando o que se pode esperar em termos práticos para 2013. Segundo ele, o crédito irá desacelerar, porém mantendo um ritmo superior ao PIB, e o governo deve manter medidas pontuais e artificiais para segurar a inflação abaixo de 6,5%. Em relação aos principais assuntos econômicos discutidos pelo governo, por empresários e pela própria população, Mailson opina com conhecimento profundo sobre as políticas governamentais, mas mantém a imparcialidade de um analista que está fora do sistema público.

Ministro da Fazenda entre janeiro de 1988 e março de 1990 - um dos períodos mais difíceis da economia brasileira -, Mailson Da Nóbrega restabeleceu as relações com a comunidade financeira internacional – após a moratória da dívida externa de 1987 – e consolidou as reformas que modernizaram institucionalmente as finanças públicas. Antes de chegar ao cargo cujas atribuições iam da determinação do preço de milhares de produtos e serviços à orientação das políticas de crédito, o economista teve longa carreira no Banco do Brasil e no setor público, estando envolvido em ações governamentais desde os 20 anos de idade. Entre os principais cargos destacam-se: consultor técnico e chefe da Divisão de Análise de Projetos do Banco do Brasil, chefe da Coordenadoria de Assuntos Econômicos do Ministério da Indústria e Comércio e secretário-geral do Ministério da Fazenda. Nessa última função, coordenou a criação e o desenvolvimento do sistema brasileiro de contas públicas. Iniciou sua trajetória em uma pequena cidade de dois mil habitantes do interior da Paraíba. Aos 10 anos, trabalhava como descastanhador de caju e vendedor ambulante e, aos 20, foi aprovado em um concurso público do Banco do Brasil, atuando como escriturário. Desde que deixou o governo, dedica-se às atividades de consultor econômico e palestrante. É sócio da consultoria Tendências, colunista da Revista Veja e tem quatro livros publicados. O primeiro, sobre crédito rural, foi lançado em 1985. Na sequência veio “O Brasil em transformação”, coletânea de artigos de 2001, e “O futuro chegou”, que aborda o papel das instituições no desenvolvimento de uma nação. Em 2010, publicou sua autobiografia, “Além do feijão com arroz”. Em entrevista exclusiva à Credit Performance, o economista analisa as propensões políticas e econômicas que implicarão nos índices do crédito, inadimplência, desemprego, juros e poupança para 2013.

Por Camila Balthazar

Credit Performance – No início do ano, a presidente Dilma Roussef afirmou que os planos do Governo Federal seguirão a mesma lógica para tornar o Brasil um país de classe média e que o crédito continuará sendo um fator decisivo para isso. Qual é a sua opinião sobre o atual cenário? Que medidas crê que podemos esperar para 2013 e no médio prazo quanto a esse tema? Mailson Da Nóbrega – A meu ver, o crédito deve continuar a expandir-se a um ritmo superior ao do PIB nos próximos anos, embora menos aceleradamente do que em período recente. Não vejo quais medidas possam ser adotadas para alterar esse cenário. O Banco Central deve, a exemplo do que foi feito nos últimos tempos, fazer ajustes para melhorar a supervisão do sistema financeiro, assegurar sua solidez e preservar níveis adequados de prudência na concessão do crédito. CP – O spread bancário brasileiro ainda é um dos mais altos do mundo. Paralelamente a esse fato, a

projeção da Selic para o fim de 2013, que era de manutenção dos atuais 7,25% até dezembro, já subiu para 8% ao ano. Na sua opinião, qual será o comportamento dos juros ao longo deste ano e quais serão os fatores decisivos para isso? Por quê? MN – Minha projeção é de estabilidade da taxa Selic até o final do ano. Embora existam sinais preocupantes no front inflacionário, incluindo forte dispersão dos aumentos de preços – que deveriam levar o BC a agir – a tendência parece ser a de inação, apesar das declarações recentes do presidente Tombini. A taxa de juros se tornou instrumento político e seu nível dificilmente será alterado sem autorização da presidente Dilma. Ela não esconde, em declarações quase diárias, que a queda da taxa de juros aconteceu por decisão do governo (isto é, sua). Além disso, Dilma tem sido elogiada por empresários, economistas alinhados com a visão intervencionista do governo e até por líderes da oposição, que gostam da medida. É generalizada, por outro lado, a percepção de que o BC perdeu sua autonomia para decidir sobre a matéria. Assim, é provável que o governo continue adotando medidas pontuais e artificiais para manter a inflação abaixo do limite superior da meta de inflação (6,5%) antes de recorrer à taxa de juros para enfrentar as pressões inflacionárias. A não ser que o quadro se deteriore. Credit Performance

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Entrevista rá 15% em 2013. Paralelamente a isso, os juros têm reduzido, aumentando a construção e a tomada de empréstimos. Há algum risco de que um crescimento acelerado possa estimular a criação de um mercado especulativo seguido de uma bolha imobiliária? MN – É natural que o crédito imobiliário cresça mais rapidamente do que outras modalidades. Ainda é relativamente baixo o nível de empréstimos imobiliários no Brasil (algo como 6% do PIB, cerca de um terço do que se observa no Chile e menos de um décimo nos Estados Unidos). Essa foi a consequência dos longos anos de alta inflação. Seu rápido crescimento em período recente não cria o risco de geração de uma bolha imobiliária. Isso porque o crédito imobiliário é adequadamente regulado, o que inibe o endividamento irresponsável e insustentável que se verificou em bolhas recentes em outras partes do mundo, particularmente em países desenvolvidos, onde era possível a um mesmo tomador obter vários empréstimos, a maioria de natureza especulativa.

Mailson da NóbregA. Economista e Ex-Ministro da Fazenda

CP –Em sua opinião, o crescimento de 2013 e de 2014 dependerá de uma relação de confiança entre o governo e o setor privado – superando a atual desconfiança que impera até os dias de hoje? O que impede uma relação mais amigável entre ambas as partes? Quais seriam as principais mudanças econômicas e os beneficiados no caso de haver um diálogo mais saudável? MN – O crescimento depende do investimento, da incorporação de mão-de-obra ao processo produtivo e dos ganhos de produtividade. Os contatos do governo com empresários são importantes e necessários, mas eles não têm, na situação atual do Brasil, o dom de mudar o quadro de incertezas que se abateu sobre amplos segmentos do setor privado. A queda de 4% na taxa de investimento em 2012 reflete uma piora do ambiente econômico, turvado por excessiva intervenção do governo e pelo microgerenciamento não raramente atabalhoado da conjuntura (com medidas tópicas e ausentes de uma estratégia coerente). As medidas desastradas no setor elétrico, o controle de preços da gasolina e seus efeitos sobre o etanol são os aspectos mais salientes dessa triste realidade. CP – O crédito imobiliário no Brasil ainda é baixo. A previsão da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) é de que a concessão de crédito imobiliário cresce8

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CP –A taxa média de desemprego brasileiro caiu para 5,5%, o nível mais baixo nos últimos dez anos. Em sua opinião, como se dá a continuação do incentivo à criação de novos postos de trabalho e como a geração de novos postos pode influenciar a redução dos índices de inadimplência, uma vez que isso não se observou em 2012? É possível incentivar o crescimento necessário, via crédito e consumo, sem gerar endividamento excessivo da população? MN - A taxa de desemprego deve continuar a cair em 2013, devendo situar-se em 5,2%. Isso é decorrência de um conjunto de fatores, incluindo o descompasso entre oferta e demanda de mão-de-obra (por razões demográficas), a demora de muitos jovens a entrarem no mercado (mais tempo na escola) e retenção de trabalhadores pela indústria – mesmo diante da queda da produção – na expectativa de recuperação da atividade e devido aos altos custos de demitir (para mais tarde readmitir caso a economia se recupere). Por seu turno, as medidas de estímulo ao consumo ampliaram o emprego, particularmente na área de serviços. Claro, essa situação não é sustentável, inclusive porque contribui, diante de reajustes salariais acima da produtividade, para reduzir a competitividade da indústria. Quanto ao crédito, como já comentei, sua expansão tende a ser menor do que a de anos anteriores. Não antevejo aumento da inadimplência. CP – A taxa de poupança interna do Brasil gira em torno de 19% do PIB. Há medidas sendo implementadas para incentivar o brasileiro a poupar? O aumento da taxa de poupança interna é a forma de garantir crescimento econômico sustentável a longo prazo? MN – Na verdade, a taxa de poupança do Brasil em 2012 foi de menos de 15%. Isso é efeito das medidas de estímulo ao consumo por parte das famílias, da menor lucratividade das empresas e do aumento de gastos de governo, que reduziram a capacidade de poupar desses três grupos. Não há como alterar essa situação a curto prazo. Nos próximos anos, o aumento da taxa de poupança dependerá mais da retenção de lucros das empresas e da eventual redução dos gastos públicos, que permita destinar mais recursos para investimentos. No caso das famílias, que costumam poupar para custear a educação, a saúde e a aposentadoria, é mais difícil esperar mudanças. No Brasil, essas três áreas são em grande parte cobertas pelo governo, desestimulando o hábito de poupar. •



DESTAQUE

Norte e Nordeste: o Brasil também cresce aqui Fora do eixo Rio-São Paulo, há um grande Brasil ganhando espaço na economia e indústria brasileira. Os holofotes voltam-se para as regiões Norte e Nordeste, que apresentam crescimento acima da média do país em diversos setores e também na indústria do crédito e cobrança. Por Camila Balthazar

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A grande extensão territorial brasileira permite contrastes regionais sociais e econômicos expressivos. Por esse motivo, uma ação nacional pode impactar diferentemente cada ponto do país. O aumento do salário mínimo em 14% em 2012 e os programas oficiais de transferência de renda, como o Bolsa Família, por exemplo, ecoam mais na população do Norte e Nordeste, uma vez que o aumento do poder aquisitivo em locais com renda per capta mais baixa é bastante significativo. A existência desse novo contexto, somada ao avanço econômico, da bancarização e da empregabilidade, têm por consequência o aumento do poder de consumo da população e a transformação constante da indústria de crédito e cobrança nas duas regiões. A premissa vale para todos: onde há consumo, há investimento. A mudança no perfil dos consumidores nortistas e nordestinos vem incentivando a migração das fábricas de grandes indústrias para fora de zonas

economicamente tradicionais como Rio-São Paulo. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apesar da queda na produção industrial de 2,7% em 2012, estados como a Bahia fugiram à regra, apresentando um crescimento de 4,2%. Empresas como Hypermarcas, JAC Motors e Alpargatas são exemplos de migração para cidades nordestinas menos industrializadas em busca de custos menores, incentivos fiscais e maior competitividade. A montadora chinesa JAC Motors, por exemplo, escolheu Camaçari, na Bahia, para instalar sua fábrica. A estratégia visa aproximar a empresa da região onde o mercado de automóveis mais cresce. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores), a participação do Nordeste no total de emplacamentos passou de 14,63%, no final de 2008, para 16,79%, no início de 2013.

Desafios X Potencial Historicamente, os indicadores econômicos no Norte e o Nordeste estão abaixo da média. Consideradas as áreas mais pobres do Brasil, esse cenário, entretanto, já deu algumas prévias de que pode mudar e ainda há bastante espaço para crescimento. Divulgada no final de 2012, uma pesquisa do IBGE, por exemplo, aponta que houve uma leve mudança regional na composição do PIB brasileiro. A participação do Norte e Nordeste na produção de riquezas do País cresceu 0,6% e 0,5%, entre 2002 e 2010, enquanto que as do Sul e Sudeste se retraíram.

oportunidades para o mercado de crédito”, analisa o economista da Fecomércio/CE, Alex Araújo, que acredita em um crescimento sustentável para a próxima década. A mudança no comportamento financeiro desta população fica ainda mais evidente no Indicador Serasa Experian da Demanda de Consumidor por Crédito, divulgado no início de 2013. A pesquisa mostra que a quantidade de pessoas que procurou

Em relação à bancarização, os números ainda mostram discrepâncias que acompanham a desigual distribuição de renda entre as zonas mais e menos desenvolvidas, mas que apontam um espaço para avançar. De acordo com o estudo “Bancos: exclusão e serviços”, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2011, em cinco anos, os bancos atingiam 17,1% dos sulistas e 14,8% dos nordestinos. Nesse período, 53% da população do Sul passou a ser bancarizada e apenas 32,6% dos moradores do Nordeste abriram suas contas. Atualmente, os bancos atingem atualmente cerca de 70% dos moradores da região Sul e menos de 50% dos nordestinos. “Apesar do avanço recente, a taxa de bancarização ainda é baixa, o processo de urbanização não foi completamente concluído e o movimento de ascensão social tem criado uma enorme demanda por bens de produtos duráveis, criando diversas

Luiz rabi Economista da Serasa Experian

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DESTAQUE crédito no ano passado recuou 3,1% em relação a 2011, no que foi o pior desempenho anual de toda a série histórica do indicador. No entanto, mesmo diante do contexto negativo, as regiões Norte e Nordeste apresentaram números positivos, ficando acima da média nacional. No Norte, houve expansão de 4,8% e no Nordeste a alta foi de 1,7%. Ao analisar a pesquisa por classe de renda pessoal mensal, um dado interessante: apenas os consumidores que ganham até R$ 500,00 por mês exibiram elevações de suas demandas por crédito em 2012. O ano de 2013 já apresenta resultados melhores. Recente, outra pesquisa da Serasa Experian aponta que a procura dos consumidores por crédito em fevereiro deste ano avançou 6,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Mais uma vez, as regiões Norte (+ 13,2%) e Nordeste (+ 11%) puxaram a alta e os melhores avanços concentraram-se entre as menores rendas. “Quando aumenta a renda, consequentemente também cresce a capacidade dessa pessoa tomar crédi-

to. Mesmo que o salário mínimo tenha subido em todo o Brasil, o ganho é mais significativo nas regiões de baixa renda, produzindo uma busca maior por crédito”, afirma Luiz Rabi, economista da empresa. A indústria de crédito tem percebido esse potencial, que se reflete não somente no aumento de renda, como também no padrão de consumo nessas regiões nos últimos 10 anos. Logo nos primeiros anos, as principais percepções foram o estímulo nos segmentos de alimentação, higiene pessoal e cuidados com o lar. Na sequência, ganhou destaque o setor de material de construção e móveis, sendo que mais recentemente entrou no radar dessa população os bens de consumo duráveis. “O resultado da expansão de crédito reflete a mudança nesse perfil de consumo e está intimamente relacionado com o aquecimento verificado nas vendas de eletroeletrônicos, veículos e motocicletas”, relata Araújo. Os serviços de saúde e educação privados também estão em ascensão.

Inadimplência: um inimigo regionalizado Com o mercado de crédito aquecido a fogo alto, problemas como a inadimplência também ganham uma dimensão mais grave. Em 12 anos do levantamento do Banco Central, consumidores do Nordeste e Norte apresentam, sistematicamente, índices maiores de atrasos nos pagamentos que o restante do País. Mas, em 2012, os nordestinos lideraram esse ranking. Desde agosto de 2008, antes da primeira onda da crise financeira internacional - quando o governo passou a incentivar o crédito para consumo - o total de dívidas entre os nordestinos saltou 153% e 131% entre os nortistas. No restante do Brasil, esses índices ficaram na média de 108%. Segundo os dados da Serasa Experian sobre a inadimplência decorrente de cheques devolvidos, Norte e Nordeste também lideram os índices. Em 2012, a região Norte foi responsável por 4,4% das devoluções, enquanto o Nordeste ficou com 3,8%. Centro-Oeste fechou em 2,9%, Sul em 2% e Sudeste com 1,6%. “Uma característica regional que pode ser destacada é o prazo relativamente curto das dívidas, já que o histórico de uso de crédito pode ser considerado relativamente recente no Norte e Nordeste”, diz Araújo. Segundo o economista da Fecomércio/CE, a inadimplência é um item a ser analisado com cuidado nessas regiões já que o movimento de ascensão social está longe de ser 12

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Alex Araújo Economista da Fecomércio/CE

concluído, uma vez que ele se retroalimenta, empurrando as camadas das classes mais altas. “Obviamente existem fatores de risco, que devem ser monitorados, sendo que o mais importante é o mercado de trabalho, pois, como grande parte das famílias das regiões Norte e Nordeste possui pequeno estoque de patrimônio, a situação de desemprego poderá levar à inadimplência dos compromissos de crédito assumidos”, conclui.


OpiniÃo

Educação Financeira Jefferson Frauches Viana Diretor Administrativo/Financeiro do Instituto GEOC e diretor da empresa Way Back

Crédito e endividamento são temas recorrentes no meio financeiro, amplamente explorados nos congressos relacionados ao segmento e nas mídias especializadas. A preocupação é pertinente, afinal é preciso manter equilibrada essa equação, sob a pena de que o descontrole do endividamento se transforme, num pior cenário, em insolvência financeira. Em uma das pontas desse processo encontra-se o consumidor que, por necessidade ou impulso, recorre a todas as formas de crédito para atender esses anseios e portanto está mais suscetível aos efeitos das condições de “pressão e temperatura” do mercado, sempre ávido no propósito de suprir às demandas por bens e serviços, cada vez mais crescentes. Na outra ponta, o governo, implementando políticas de promoção ao crescimento, incentivando o consumo de bens e serviços, através da ampliação da oferta de crédito, visando aumentar a produção. Foi nesse cenário que a população, diante de tantos apelos ao consumo, por conta do crédito facilitado e do aumento significativo da renda média – principalmente na classe C (2010 / 2011), que deu uma nova configuração na pirâmide social com o surgimento da nova classe média (55% da população total) – passou a ter acesso a bens e serviços aos quais o nível de renda anterior não lhes permitia ter. Estabilidade econômica, evolução positiva do mercado de trabalho, maior bancarização da população, crescimento da atividade econômica ou outras expressões e terminologias como, juros, prazos, spreads, inflação, crédito, etc. já fazem parte do cotidiano das pessoas. Num mundo globalizado, diante de tantas tecnologias e das comunicações que nos permitem saber em tempo real tudo o que acontece pelo mundo, os indivíduos acabaram por se adaptar e aprenderam a conviver com esses cenários. E o consumo faz parte desse contexto.

Mas o quanto essa população está preparada para o verdadeiro entendimento do contexto econômico para usufruir dele de forma responsável? E quanto às decisões de longo prazo como investimentos, poupança, seguros e previdência? Se as aquisições de curto prazo como móveis, eletrodomésticos e eletrônicos, segundo pesquisas, tem uma participação significativa na origem das atuais dívidas não pagas, ou seja, compromissos inadimplidos, como será o comportamento desses mesmos consumidores diante de decisões de fundamental interesse ao futuro de suas famílias? Este artigo pretende chamar a atenção sobre a importância da disseminação do assunto a todos os seus setores, para que se possam desenvolver ações no que diz respeito a programas de educação financeira, seja pelos órgãos governamentais, instituições financeiras e de ensino, associações e mídias. Se cada um fizer a sua parte, teremos em breve uma sociedade muito mais preparada e consciente para essa fase tão importante do crédito em que o país se encontra e para os desafios que surgirão.

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PatrocĂ­nios



CAPA

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O CRÉDITO

DO BEM Linhas de financiamento se diversificam e passam a atender clientes e segmentos nem sempre contemplados até o momento, como os portadores de deficiência e os empreendedores dispostos a investir em inovação Por Isabela Barros

Um movimento novo ganha força no setor de crédito no Brasil. Novo e bem-vindo, por meio do qual mais gente começa a ter suas necessidades de financiamento atendidas pelo sistema. Junto com a maior personalização dos serviços oferecidos, vem a cobertura de demandas até então pouco ou nada consideradas, mas capazes de fazer a diferença na vida de muitos cidadãos. Tratam-se de linhas creditícias para facilitar a compra de equipamentos médicos para pessoas com deficiência, de apoio à inovação tecnológica e até para o investimento em produção cultural. O importante é que as oportunidades nesse campo não param de se multiplicar. Segundo os especialistas, a tendência de particularização do crédito veio para ficar. Depois da expansão observada nos últimos anos, o setor vive um

processo de ajuste mais adequado entre oferta e demanda, com serviços melhor direcionados, o que ajuda o sistema todo a ser mais eficiente. “O crédito tende a se moldar a cada operação em especial. Ignorar isso é miopia financeira”, explica o professor do curso de Administração da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) em São Paulo (SP), Adriano Gomes. Gomes lembra que, segundo relatório emitido pelo Banco Central em dezembro de 2012, a expectativa é de que o crescimento de estoque de crédito no Brasil seja de 14% em 2013, diante de uma expansão de 16,2% observada em 2012. Quando o assunto são os bancos públicos, que respondem por 50% do volume total de crédito no País, a previsão é de

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CAPA que se amplie essa oferta em 18% esse ano, frente aos 26% de alta registrados no ano passado. Ao todo, o estoque total de crédito do sistema financeiro brasileiro alcançou R$ 2,3 bilhões em dezembro de 2012. Para se ter uma ideia da expansão observada no passado, o economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Nicola Tingas, lembra que, em 2003, a relação crédito x Produto Interno Bruto (PIB) era de 23%, percentual que, segundo informações do BC, foi de 53,5% em 2012. “Vivemos um processo de ajustes nesse campo. A oferta no Brasil cresceu muito nos últimos anos com o aumento da bancarização e da distribuição da renda”, diz. Diante disso, a saída é mesmo oferecer soluções diferenciadas. “Quanto mais se segmenta um mercado, mais detalhes se podem extrair dele”, explica Gomes. Nessa direção, lembra o professor da ESPM, é importante entender a dinâmica do processo para oferecer produtos bem direcionados. “Não se pode disponibilizar a mesma linha de crédito para financiar a aquisição de um veículo e de uma cadeira de rodas, por exemplo. São bens com finalidades distintas e garantias e riscos também diferenciados”, afirma.

Nicola Tingas Economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi)

Estímulo à produtividade humana Foi de olho nessa setorização, por exemplo, que o Banco do Brasil disponibilizou, em 2012, o BB Crédito Acessibilidade, uma linha para financiamento dos chamados equipamentos de tecnologia assistida para portadores de deficiência, como aparelhos auditivos, órteses, próteses e cadeiras de rodas, entre outras possibilidades. O serviço é isento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e tem taxas de juros que variam de 0,57% a o,64% ao mês, de acordo com os limites salariais. O teto para financiamento é de até R$ 30 mil por pessoa, com débito em conta corrente e o prazo para quitar a dívida vai de quatro a 60 meses, com a primeira parcela podendo ser paga em até 59 dias. Segundo informações do banco, o público-alvo são os correntistas com renda de até dez salários mínimos, que tanto podem comprar os bens para si como para ajudar outras pessoas. A iniciativa foi idealizada depois que o Governo Federal lançou o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – Viver Sem Limite, que prevê ações de apoio à acessibilidade.

Edely Coelho de Oliveira Moraes Usuária do BB Crédito Acessibilidade

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Credit Performance

Usuária do BB Crédito Acessibilidade, a aposentada e terapeuta holística Edely Coelho de Oliveira Moraes, de 49 anos, ficou sabendo do serviço


quitar o débito em até 12 meses e de 1,78% para o pagamento entre 13 e 48 meses. A linha financia até 70% do custo da obra ou do bem. Segundo Tingas, a particularização dos serviços na área acompanhou e vai seguir acompanhando o desenvolvimento econômico do País. Nesse campo, não falta para o mercado de crédito nacional. “O financiamento das compras de supermercado com cartão de crédito, por exemplo, é uma característica brasileira”, diz. “Podemos avançar muito na criação de serviços novos, pensados para novas necessidades”, afirma o economista-chefe da Acrefi.

BB Crédit Acessibil o idade.

Em nome da inovação

Central de Atendimen Ouvidoria to BB 40 04 0001 BB 0800 ou 0800 729 ou acesse 729 0001 bb.com.b 5678 – Pessoas – SA com Defi r/credito ciência Au C 0800 729 0722 acessibi lidade ditiva ou de Fala 08 00

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Publicidade do programa BB Crédito Acessibilidade do Banco do Brasil

quando foi comprar uma cadeira de rodas nova, em dezembro de 2012. Por ter esclerose múltipla, o que prejudica seu deslocamento, ela precisa do equipamento para sair na rua. Na própria loja, foi informada sobre o financiamento, que a permitiu levar para casa um produto de melhor qualidade. “Comprei uma cadeira de R$ 6 mil com tudo o que eu queria”, conta. “Devia haver uma oferta maior desse tipo de linha nos bancos. Tenho a minha limitação, mas continuo sendo útil para a sociedade”, diz Edely. Coordenador de Relações Institucionais da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Cid Torquato esteve no lançamento do serviço do BB em Brasília, no Distrito Federal. Defensor de iniciativas nesse sentido, Torquato diz que, no Brasil, a aquisição de equipamentos para portadores de deficiência não costuma ser custeada pela saúde pública ou pelos seguros privados, como acontece no exterior. “Como em todos os outros mercados, a oferta de crédito é benéfica tanto para o comprador como para o vendedor”, afirma. “No caso específico da tecnologia assistiva, os melhores equipamentos são caros, inacessíveis para muitas pessoas”. Além do BB, o Bradesco tem um produto do tipo: o CDC Acessibilidade, que prevê crédito para adaptar veículos, fazer reformas como rampas de acesso e comprar aparelhos auditivos, por exemplo. As taxas cobradas são de 1,68% ao mês para quem

Dentro desse movimento de modelos de financiamento menos clássicos e com mais espaço para outras modalidades de crédito, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem investido principalmente em ações com foco na inovação. De acordo com a gerente do Departamento de Avaliação, Inovação e Conhecimento do banco, Flávia Kickinger, a participação de instrumentos de apoio a iniciativas inovadoras vem crescendo ano a ano. Em 2010, foram desembolsados R$ 1,4 bilhão para projetos de inovação, cifra que foi de R$ 1,6 bilhão em 2011. Incluindo as operações com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o montante chegou a R$ 2,6 bilhões. Já em 2012, o valor foi de R$ 2,2 bilhões ou R$ 3,3 bilhões junto com a Finep. Em 2010 não foram feitas ações com a Financiadora. O BNDES tem 12 produtos de crédito para o investimento em inovação, divididos em linhas. “A principal delas é a Linha BNDES Inovação”, explica Flávia. Além disso, há diversos programas setoriais para apoio na área. O mais antigo deles é o BNDES Prosoft, criado em 1997 com foco na indústria de software e tecnologia da informação. As demais iniciativas são: BNDES P&G, para petróleo e gás, Profarma, para fármacos, Proplástico, para a cadeia produtiva de plásticos, Proaeronáutica, Proengenharia, para projetos em setores selecionados, ProTVD, para a cadeia ligada à TV digital e o PAISS, Plano de Apoio à Inovação Tecnológica Industrial dos Setores Sucroenergético e Sucroquímico. Para se ter uma ideia, o PAISS tem recursos da ordem de R$ 1 bilhão para o período 2011-2014 e visa fomentar atividades empreendedoras para o desenvolvimento, produção e comercialização de novas Credit Performance

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CAPA tecnologias industriais para o processamento da biomassa da cana de açúcar.

industrial. Sempre com recursos do BNDES, Finep e Escritório do Cientista-Chefe (OCS) de Israel.

Merecem destaque, ainda, iniciativas como o Inova Petro, com recursos da ordem de R$ 3 bilhões e voltado para o desenvolvimento tecnológico dos fornecedores da cadeia da indústria de petróleo e gás natural. Ou a Cooperação Tecnológica Brasil-Israel, que convida empresas brasileiras e israelenses dos setores de tecnologia da informação e comunicação, saúde e defesa a elaborarem propostas de cooperação em pesquisa e desenvolvimento de novos produtos, processos ou serviços de aplicação

Segundo Flávia, os setores que mais procuraram esses recursos foram os de fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, serviços de tecnologia da informação, fabricação de produtores derivados do petróleo e de biocombustíveis, de produtos químicos, farmoquímicos e farmacêuticos e pesquisa e desenvolvimento científico.

Apoio às empresas Fundo de capital do BNDES para apoiar negócios inovadores, o Criatec já investiu em 36 empresas no Brasil. “O patrimônio do Fundo Criatec I é de R$ 100 milhões”, afirma o gerente do Departamento de Investimentos em Fundos do banco, Márcio Spata. A novidade boa de ter mais essa modalidade de crédito do bem é que, segundo Spata, a diretoria da instituição já aprovou a estruturação do Fundo Criatec II e do Fundo Criatec III até 2014, com patrimônio de R$ 200 milhões no II e de, no mínimo, R$ 170 milhões no III. O aporte do BNDES, no primeiro caso, será de R$ 136 milhões e, no segundo, de no máximo esse valor. E quem pode sair ganhando com o lançamento de mais linhas de crédito inovadoras no futuro? “Há um verdadeiro oceano de oportunidades, mas operações estruturadas para pequenas e médias empresas, por exemplo, podem fazer muito sucesso”, afirma Gomes. De acordo com o professor, vale ainda pensar com carinho em possibilidades de financiamento com gestão integrada de empresas em recuperação judicial, emissão de dívidas de um consórcio de empresas ou negócio e financiamento, com gestão integrada, para empreendedores. Entre muitas outras demandas mais.

Márcio Spata. Gerente do Departamento de Investimentos em Fundos do Banco.

INCENTIVO À CULTURA SERGIPE Os produtores culturais sergipanos também saíram lucrando com a diversificação da oferta de crédito no Brasil. Lançado em dezembro de 2012, o Credi Cultural Banese, do Banco do Estado de Sergipe (Banese), já está disponível em todas as agências da rede e oferece empréstimos de até R$ 30 mil, de acordo com o perfil do cliente, se pessoas físicas ou pequenas empresas que trabalham com atividades culturais, por exemplo. A iniciativa foi fechada em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com o apoio

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ainda de instituições como o Sebrae local. Pelas regras estabelecidas pelo Credi Cultural, os empreendedores da arte podem obter financiamento para usar como acharem melhor, segundo as suas necessidades, como capital de giro, investimento fixo ou até mesmo investimento fixo com capital associado. Assim, podem ser colocadas em prática ações como ampliação das instalações de grupos e artistas, e a compra de máquinas, equipamentos e móveis, entre outras possibilidades. Os financiamentos devem ser quitados

num prazo de até 24 meses, sempre com débito em conta corrente. Com uma rede de 61 agências, o Banese é o maior em atendimento bancário do Estado. Além do Credi Cultural, o banco oferece apoio a outras iniciativas reconhecidas na área, como o Museu da Gente Sergipana, com foco na memória local e sempre aberto a exposições temporárias além do acervo permanente, com sede na capital, Aracaju, e a Orquestra Sinfônica de Sergipe, baseada na mesma cidade.


recuperação de ativos


Progresso e Desenvolvimento

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Credit Performance


Mercado varejista prevê crescimento de 9%

Depois de uma grande onda de estímulo ao consumo, motivada principalmente pelo governo pós-crise mundial, setor de varejo tira o pé do acelerador e faz previsões mais conservadoras para esse ano, mas ainda assim de crescimento superiores ao PIB. Por Cristiane Moraes

As previsões para 2012 eram animadoras e o crescimento mensal mantinha o otimismo dos varejistas, mas o Natal não rendeu os resultados esperados. A época foi a mais fraca desde 2008, ano da crise mundial, e alguns especialistas já previam esse cenário. O último ano teve grandes desafios e também oscilações dos níveis de inadimplência e maior oferta de crédito à classe C. Porém, a indústria também viu um esgotamento dos produtos de consumo, já que muitas famílias adquiram os eletrodomésticos da linha branca ainda em 2011. De acordo com o presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo), Cláudio Felisoni de Angelo, a pesquisa realizada anualmente pela entidade já apontava um Natal mais fraco do que 2011. “Mesmo assim, 2012 foi um ano positivo para o varejo e as medidas do governo na parte tributária tiveram grande contribuição para isso”, aponta. No entanto, o executivo acredita que essa política já está dando sinais de esgotamento e isso deve refletir no consumo e na incapacidade de pagamento das famílias. “O consumo depende do crescimento de renda e do crédito. Mesmo com taxas reduzidas, ainda é bastante oneroso para o consumidor se comparado à renda”, acrescenta Angelo, que diz que 2013 deve crescer menos do que o ano anterior principalmente por conta da pressão inflacionária. Já na área de supermercados, Flávio Tayra, economista da ABRAS (Associação Brasileira de Supermerca-

Claudio Felisoni de Angelo Presidente do Ibevar (Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo)

dos) revela que o faturamento em todo país cresceu 5,3% em 2012 e a expectativa para esse ano é de 3,5% de crescimento, uma redução considerável. “O setor sofre menos com inadimplência e taxa de juros, mas tem grande perda quando cai a renda do trabalhador”, explica. Outro ponto importante destacado por Tayra no segmento de varejo é o de alimentos e bebidas, que representa 80% do faturamento dos supermercados do país, portanto, as campanhas do governo voltadas para a linha branca não têm tanto reflexo nesse segmento.

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Progresso e Desenvolvimento

Shoppings continuam em expansão No segmento de shopping centers, a expectativa é mais otimista do que na área de supermercados, mas ainda inferior a 2011. “Dentro do levantamento feito em 2012, com 828 shoppings do Brasil e 113 mil lojistas, a expectativa é crescer 9% sobre 2012”, comenta Luis Augusto Ildefonso, diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop). Os investimentos na área continuam a todo vapor e, segundo a entidade, no final do último ano, 157 shoppings estavam em construção no Brasil. Destes, pelo menos 44 devem entrar em operação ainda em 2013. “Serão cerca de nove mil lojistas”, aponta o diretor entusiasmado. De acordo com especialistas, as grandes fusões acertadas em 2012 e esperadas para 2013, como na indústria farmacêutica e alimentícia, devem impulsionar o setor ao atrair novos investimentos para o país. “Nesse sentido, como já se observou no passado, a tendência é que o consumidor seja o grande beneficiado, com a melhoria na qualidade de serviços e produtos”, argumenta Cláudio Adilson Gonçalves, diretor-presidente da MCM Consultores Associados. Diante desse cenário, as expectativas para o varejo são positivas e podemos esperar crescimento em 2013, porém em passos não tão largos como nos dois últimos anos. “Nossa percepção está alinhada com as expectativas das entidades do setor de varejo. Vale destacar que uma expansão de 9% é bastante superior ao crescimento projetado para o PIB, entre 3% e 3,5%. Isso apenas confirma a importância do setor varejista para o atual processo de crescimento da economia brasileira”, afirma Gonçalves.

Taxa de desemprego x inflação Outro aspecto bastante importante para o mercado são as condições de emprego e renda. Mesmo assim, o consultor acredita que em função da manutenção das condições apertadas do mercado de trabalho (taxa de desemprego próxima dos menores valores da história), os salários continuarão crescendo em ritmo considerável, favorecendo o consumo das famílias e, consequentemente, esse segmento. Por outro lado, ele defende que a inadimplência deverá apresentar recuo gradual ao longo de 2013. “De um lado, os bancos estão bem mais seletivos nas novas concessões, o que resultou em melhora da saúde da carteira de crédito. Por outro, a queda da taxa de juro e o aumento do prazo das operações de empréstimo facilitarão a tarefa dos consumidores em honrar suas dívidas, também contribuindo com a queda da inadimplência”, esclarece.

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A maior preocupação ainda é a inflação e, na opinião dos articulistas, o último PIB brasileiro aponta para uma retração de investimentos que vai recair sobre o consumo brasileiro. “Se tivermos uma inflação mais alta isso corroí a renda e a capacidade de compra dos indivíduos”, explica o presidente do Ibevar. Gonçalves também compartilha dessa preocupação: “É importante destacar não haver espaço para novas quedas da taxa de juro. A inflação preocupa e, na melhor das hipóteses, o Banco Central conseguirá manter a Selic constante no patamar atual”, defende. Já quanto às desonerações, como as de redução de IPI para linha branca e veículos, o setor varejista será especialmente beneficiado no caso da cesta básica, em que o governo estuda eliminar os tributos federais para todos os itens pertencentes à cesta.


Ideias e Tendências

Pressupostos para uma gestão sustentável de fornecedores Franklin Thame Gerente de Solução de Riscos Socioambientais da Serasa Experian

A área de compras ocupa uma posição estratégica nas empresas e a sua atuação deve se basear em políticas alinhadas com os valores da empresa. Em muitas atividades, a relação com os fornecedores é uma parceria de longo prazo e guarda uma interdependência muito grande com o negócio, o que implica consciência da necessidade de se aplicar os conceitos de sustentabilidade, para a defesa da boa reputação empresarial. O objetivo da gestão sustentável de fornecedores é gerar valor compartilhado para a empresa, como agente transformador e indutor; para os fornecedores, que devem se sentir corresponsáveis por determinada cadeia produtiva; e para a sociedade, face ao atendimento às demandas atuais de responsabilidade ambiental e social, além da econômica. A análise de fornecedores faz parte da gestão integrada de riscos, na análise da previsibilidade dos riscos. Importa avaliar a probabilidade de riscos, tais como o de não cumprimento das cláusulas contratuais pelo fornecedor por problemas relacionados à inadimplência financeira (intrinsic risk); riscos operacionais, legais e de fraudes; riscos de reputação; ambientais e sociais; da cadeia produtiva em que os fornecedores estão inseridos; e, também, riscos com as terceirizações. Para uma gestão sustentável de fornecedores, faz-se necessária a pré-qualificação dos fornecedores efetivos e potenciais, o acompanhamento do desempenho dos fornecedores contratados durante o período de vigência dos contratos e a incorporação dos conceitos da sustentabilidade à gestão de fornecedores. Com isso, será atendido o pressuposto da sustentabilidade: prevenção e precaução de riscos nas três dimensões, econômica, ambiental e social. A metodologia para a análise de fornecedores visa antever situações desfavoráveis, antecipar riscos e garantir que as expectativas com as entregas sejam realizadas. Com base em informações de crédito, anotações de inadimplência, dados cadastrais e comportamentais, de responsabilidade socioambiental e conformidade quanto às legislações, pode-se fazer análise apurada dos fornecedores, qualificando-

-os nos critérios e padrões estabelecidos pela empresa, que na sua essência focam o gerenciamento de riscos. A metodologia adotada para a gestão sustentável de fornecedores deve prever o acompanhamento constante dos fornecedores e também dispor de documentação que permita futuras análises pelas áreas de auditoria, compliance e jurídica, entre outras. Deve permitir mapear e categorizar os produtos, insumos e serviços em estratégicos, críticos ou importantes, bem como identificar e classificar internamente os fornecedores em potenciais e efetivos, distribuídos por categoria de produtos, serviços e insumos. Também precisa possibilitar a identificação das vulnerabilidades da empresa frente a determinados fornecedores. A partir disso, será possível construir a matriz da segmentação/riscos, com a atribuição de pontos de cortes. A definição e o estabelecimento de uma política para a gestão sustentável de fornecedores deixou de ser um diferencial e se torna cada vez mais relevante para as empresas porque pode prevenir graves impactos em seus resultados e em sua reputação.

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Novidades

Nova diretoria do Instituto GEOC toma posse

DIRETORIA 2013/14: Diretor Presidente: Dr. Egberto Hernandes Blanco Diretor 1º. Vice Presidente: Carlos Irajá Zanchi Diretor 2º. Vice Presidente: Jair Lantaller Diretor Administrativo/Financeiro: Jefferson Frauches Viana Diretor de Relações com o Mercado: Luis Carlos Bento Superintendente: Anna Zappa

O Instituto GEOC acaba de dar possa à nova diretoria biênio 2013/14. Egberto Hernandes Blanco assumiu a presidência no lugar de Jair Lantaller, que permanece na diretoria. Blanco é sócio-diretor do Grupo Renac, atua no mercado de cobrança há 25 anos e participou da fundação do Instituto GEOC em julho de 2006. “A satisfação é enorme. O IGEOC hoje comporta algumas das maiores e melhores empresas de cobrança do país e ser escolhido para presidi-lo é motivo de orgulho”, afirma. Para o executivo, o trabalho realizado pelos três presidentes anteriores (Jair Lantaller 2011/12, Adilson Melhado 2009/10 e João Leme 2007/08) aumenta sua responsabilidade. “Todos tiveram mandatos

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de destaque, se dedicaram aos projetos e deixaram um legado muito grande. O objetivo do Instituto é fortalecer as empresas do segmento e tem sido assim ao longo das gestões anteriores. Vamos buscar cada vez mais esse fortalecimento e trazer novos associados, além de ampliar o trabalho de educação financeira”, reforça o presidente. “A recuperação de crédito passou por várias mudanças nos últimos 15 anos, com uma grande evolução em TI e mão de obra cada vez mais qualificada. Mas ainda há muito por fazer. Serão dois anos de muito trabalho”, completa Egberto Hernandes Blanco, enfatizando que o investimento em tecnologia nas empresas de cobranças será ainda mais forte este ano, aliado à eficiência e à redução drásticas de custos. Segundo levantamento do Instituto GEOC, as empresas de cobrança associadas cresceram 12,9% em 2012. O novo presidente prevê que essa expansão deva continuar em 2013.


Serasa Experian em campanha de recuperação de crédito para o Dia das Mães No dia 1o de março, a Serasa Experian lançou a edição 2013 de sua Oferta de Recuperação de Crédito – Dia das Mães. O objetivo da iniciativa, que está em seu terceiro ano consecutivo, é auxiliar as empresas a fazerem melhores negócios para o Dia das Mães e tirarem o máximo proveito da segunda melhor data para o comércio varejista, que fica atrás apenas do Natal. A ação acontece até o dia 31 de maio. As empresas poderão adquirir, com condições especiais, diferentes soluções de recuperação da Serasa Experian. As ferramentas permitem às

empresas elevarem os níveis de recuperação, pela possibilidade de ofertas de renegociação mais adequadas ao perfil de cada consumidor. O portfólio de produtos abrange ferramentas para a ação de cobrança, para a qualificação dos devedores, para a sua adequada segmentação e, finalmente, também estudos para a análise e mensuração dos resultados obtidos no processo de recuperação. “Aproveitamos uma época de aquecimento de vendas do mercado para auxiliar tanto empresas quanto consumidores a buscar uma retomada do relacionamento. A campanha promo-

ve benefícios diretos, ao permitir um aumento dos níveis de recuperação e, portanto, de melhores resultados para as empresas. Além disto, tem auxiliado as empresas a tratarem a recuperação de forma mais estratégica, abordando clientes em situações diferentes com as propostas adequadas. Também beneficia o consumidor, maior interessado em colocar em dia as suas contas em atraso, e que encontra uma oportunidade mais favorável. Portanto, ganham empresas e consumidores”, afirma André Queiroz Rocha, gerente de Produtos de Gestão e Recuperação.

Próximos Eventos 2013 Brasil Brasil

Chile

1° Congreso Regional Norte Nordeste 05/06/2013 | Brasil | Fortaleza

9° Congreso Nacional de Crédito & Cobranzas 22/10/2013 | Brasil | San Pablo

11° Congreso Latinoamericano y 8° Congreso Nacional de Crédito & Cobranzas. 10/09/2013 | Chile | Santiago

Portugal

4° Congreso Nacional de Crédito & Recuperaciones

USA

Credit & Collections Tour 2013

22/05/2013 | Portugal | Lisboa

14/08 a 16/08/2013 | USA | Atlanta

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Modernidade, qualidade e elegância na mão Montblanc continua como referência no segmento de canetas e aposta cada vez mais no público feminino. A marca alemã, presente no Brasil há 30 anos, assumiu a operação brasileira no ano passado e está focada no maior desenvolvimento de um mercado de luxo jovem e dinâmico Por Cristiane Moraes

Conhecida mundialmente por suas canetas, a Montblanc tem incrementado o portfólio de produtos com relógios, joias e artigos de couro ao longo dos anos. Em 2012, a marca completou 100 anos e mostrou que é possível manter a inovação e liderança em um segmento de luxo por tantos anos. A chancela alemã, controlada pelo grupo de luxo Richemont, que detém também marcas como Chloé e Cartier, celebrou o centenário de forma inovadora, criando uma lapidação de diamante da famosa estrela branca de seis pontas, resultado de oito anos de estudos e desenvolvimento. Desde outubro de 2012, a Montblanc mundial comprou o controle da marca no Brasil, justamente pelo interesse crescente no mercado brasileiro. “A estratégia e DNA já eram seguidos pela distribuição

anterior, mas essa iniciativa agrega muito para a empresa, já que agora teremos uma comunicação mais direta e gaps menores para os lançamentos globais”, explica Juliana Pereira, diretora de marketing da Montblanc no Brasil. De acordo com Juliana, estão programadas muitas novidades para 2013-2014, entre elas a inauguração de cerca de quatro novas lojas, ainda não relevadas. Atualmente são nove lojas próprias no país. Já na área de marketing, as ações serão voltadas para a linha tradicional de escrita com a iniciativa Montblanc – UNICEF Signature for Good, que vai arrecadar fundos para a alfabetização infantil. Além disso, o público também vai conferir novidades em linhas de relógios para homens e mulheres, com novos materiais e designs.

De olho nas executivas Desde 2006, a Montblanc tem voltado os olhos para o público feminino, criando espaço especial nas boutiques para elas. Hoje, esse segmento está em terceiro lugar de relevância para a marca, ficando atrás apenas da linha de canetas, ainda o carro chefe da empresa, e dos relógios. “Lançamos no centenário uma coleção voltada para a mulher, com materiais inovadores, incluindo aço e banho de ouro rose. Essa mistura de materiais e texturas dá um estilo contemporâneo”, aponta a diretora de marketing. Outra ação voltada para a ala feminina foi a linha inspirada na atriz norte-americana Grace Kelly, também lançada no último ano, junto com o diamante de lapidação única que fez grande sucesso com as mulheres. Credit Performance

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Segmento e Globalização

2013 SEM FRONTEIRAS

Os planos de crescimento alcançam o Brasil, com o projeto inovador de uma edição regional do Congresso de Crédito e Cobrança para as regiões Norte e Nordeste. Em 2013, a empresa também expande sua atuação na América e Leste Europeu e ainda renova a forma de se comunicar com seu público. Por Camila Balthazar

No século XVI, o poeta português Luís Vaz de Camões eternizava o heroísmo de Vasco da Gama na descoberta de uma nova rota para a Índia. Entre as estrofes renascentistas da epopeia “Os Lusíadas”, o verso “por mares nunca antes navegados” é considerado até hoje uma fonte de inspiração de empreendedorismo e pioneirismo. Quase 500 anos depois, é com esse mote que a CMS expande suas fronteiras dentro do Brasil e no leste europeu. As grandes dimensões territoriais brasileiras geram realidades econômicas e sociais muito distintas entre as regiões, apresentando diferentes indicadores. É um país a ser descoberto dentro de outro país. Ciente desse contexto e após diversos estudos locais, a CMS lança mais um projeto inovador para 2013: realizar o primeiro congresso de Crédito e Cobrança das regiões Norte e Nordeste. 30

Credit Performance

O evento acontecerá no dia 5 de junho, no Hotel Marina Park, em Fortaleza – CE. “Nosso objetivo é poder levar cada vez mais aos públicos regionais a discussão e o conhecimento sobre o seu contexto local da indústria de crédito e cobrança e, ao mesmo tempo, proporcionar a interação desses atores locais com as maiores empresas, profissionais e líderes do setor em todo o mundo. O Brasil é um de nossos principais mercados e queremos crescer ainda mais no futuro”, explica Pablo Salamone, presidente da CMS, que complementa dizendo que o Congresso de Fortaleza apenas inaugura uma nova fase de expansão da CMS no País, de forma a ampliar sua atuação e manter sua posição de líder no segmento nacional.


As regiões Norte e Nordeste do Brasil e os países europeus Polônia e Rússia serão sede de grandes eventos promovidos pela CMS, reunindo os principais líderes da Indústria de Crédito e Cobrança em 2013.

CMS chega ao leste europeu Em 2012, os eventos da CMS reuniram em média 5.500 executivos. Deste universo, cerca de 50% do público assistente foi composto por altas hierarquias corporativas, como presidentes, CEOs, VPs, CIOs, CFOs, diretores, supervisores e gerentes de grandes empresas. Para 2013, o objetivo é aumentar ainda mais o encontro de líderes, alcançando 6.300 pessoas. Salamone comenta que os congressos trazem uma enorme oportunidade para os participantes trocarem experiências, conhecimentos, além de gerarem importantes redes de networking e negócios. Ou seja, a empresa é a uma usina de ideias nos 19 países em que atua. Estudos de mercado são realizados periodicamente com o objetivo de encontrar possibilidade de crescimento para a CMS. “Em 2012, realizamos pesquisas para projetar nossa visão para os

próximos cinco anos. Além disso, nosso crescimento se dá naturalmente pelos pedidos das empresas parceiras e membros da nossa comunidade que já participam dos eventos e requerem a ampliação do nosso raio de atuação”, afirma Federico Falcón, CEO da CMS. Diante desse cenário, a empresa detectou um potencial de abertura e interesse de países emergentes expressivos, como Polônia e Rússia, que apresentam crescimento do PIB e uma indústria de crédito consolidada. Já mostrando fortes sinais de recuperação pós-crise de 2009, o PIB da Polônia fechou 2011 com crescimento de 4,4%, enquanto o da Rússia alcançou alta de 4,3% - frente ao percentual negativo de 7,9% em 2009. Os estu Credit Performance

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Segmento e Globalização

dos teóricos partiram para a prática e 2013 entra para a história da CMS como o ano que marcará o início de grandes expansões no mundo. Ainda nesse ano, a capital da Polônia receberá o primeiro congresso focado exclusivamente na indústria do crédito e cobrança e a Rússia acolherá a CMS no dia 20 de novembro, com apoio da Associação Russa de Empresas de Cobrança (NAPCA) e outros players da região. Os dois novos países do leste europeu representam crescimento de aproximadamente 39% do bloco deste continente, ampliando a participação da empresa na Europa, que já conta com Espanha e Portugal em seu portfólio. “Ambos são mercados totalmente desafiantes para tentar compreender como transmitir nosso DNA. A receptividade da proposta tem sido absorvida de modo excelente e a equipe da Europa, liderada pelo nosso diretor Ignacio Vilarroig, está trabalhando forte em assegurar o sucesso dos eventos”, enfatiza o CEO da CMS. Além do lançamento destes dois novos países, a empresa dá sinais de que mais novidades devem acontecer no futuro próximo. Durante o CMS World Fórum, realizado em outubro de 2012, em Madri, na Espanha, líderes de diversas nações europeias manifestaram o interesse em levar o encontro a seus países. “Um grande diferencial que a CMS tem é sua capacidade de foco: só fazemos eventos em crédito e cobrança. Dessa forma, conseguimos compreender e antecipar as tendências e conectar os principais players da indústria. Não seguimos fórmulas. Levamos ao público o que cada mercado necessita discutir, pois a indústria tem realidades diferentes em cada país, e às vezes, em cada região”, detalha Falcón.

Equipe da Sede CMS

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Credit Performance

Madleine Rose Sprocatti Representante Comercial CMS Brasil

Além da chegada da CMS aos dois países do leste europeu e do lançamento do primeiro evento regional brasileiro, o ano de 2013 conta com a inauguração de um novo modelo de evento nos Estados Unidos, que será um “Corporative Tour” pelas grandes empresas do país em segmentos como analitycs, tecnologia, operação de cobrança e compra de carteiras. O evento acontece ainda no primeiro semestre, projetado para maio, com visitas a corporações de Atlanta. “O ano de 2013 é muito importante para nós. O primeiro de uma nova etapa da CMS, muito mais inovadora e arrojada, que fortalecerá nossa liderança nesta indústria e ampliará nossas fronteiras geográficas”, expões Salamone.


A CMS se comunica com o mundo Para marcar a expansão da CMS e os novos projetos que chegam em 2013, a empresa apresenta um novo conceito por meio de sua imagem, que foi redesenhada para este momento. “A logomarca mantém o mesmo conceito, porém transmitindo mais modernidade, dinamismo e flexibilidade. As cores mudaram e o logotipo passou por uma transformação”, afirma Celeste Berettera, gerente de Marketing da CMS. Essas mudanças marcam o novo posicionamento da CMS, que passa a concentrar todas as frentes – sejam eventos, trainings, workshops e outros produtos – sob a marca CMS. Os desafios da comunicação para 2013 vão além da imagem. “A inovação atinge também o formato, que visa ampliar a base de

Equipe de Marketing da CMS

Acompanhe na rede Site oficial: cmspeople.com Portal de notícias e revista: Credit Performance Em português: creditperformance.com.br Em espanhol: creditperformancenews.com Facebook: Em português: facebook.com/pages/CMS-Forum-Brasil/360728782608?fref=ts Em espanhol: facebook.com/cmspeople Twitter: Em português: twitter.com/CMSForumBrasil Em espanhol: twitter.com/CMS_Forum

contatos e alcançar um público que ainda não nos conhece”, expõe a gerente de Marketing. Para isso, os esforços vão agregar outras ferramentas, como campanhas nos meios de comunicação e anúncios na internet e nas redes sociais, ao tradicional e-mail marketing com a newsletter, que conta com as bases de contato já estabelecidas. Em 2012, a empresa testou a funcionalidade de gerar um grupo de discussão no LinkedIn e obteve bons resultados, o Executivos de Crédito, ampliando a rede de networking da empresa. Para este ano, a expansão contemplará os demais canais, utilizando também a ferramenta de anúncios do Facebook e do Google. Nas redes sociais, a CMS também marca presença no Facebook (CMS Brasil) e no Twitter (CMS Fórum Brasil). Além dos eventos, newsletters, redes sociais e do site oficial, a CMS ainda fomenta o diálogo e informa seu público por meio de outros dois canais comunicacionais: a revista Credit Performance – primeira e líder em seu segmento, que já está no quarto ano no Brasil, com tiragem de 5.500 unidades - e o portal de notícias Credit Performance, também nas versões em espanhol e português. “Agora que estamos expandindo para Rússia e Polônia, vamos pensar em estratégias para esse mercado, que é bastante particular. Esse será mais um dos desafios para 2013. Temos que ampliar o horizonte e aprender a comunicar de diferentes maneiras”, conclui Celeste.

Grupos LinkedIn: Em português: Executivos de Crédito linkedin.com/groups/EXECUTIVOS-CR%C3%89DITO-3606571?trk=myg_ugrp_ ovr Em espanhol (América Latina): CMS Credit Community linkedin.com/groups/CMS-Credit-Community-95101?trk=myg_ugrp_ovr Em espanhol (Espanha): Directivos de Crédito y Recobro linkedin.com/groups?gid=3233079&trk=myg_ ugrp_ovr

Credit Performance

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tendências

Forma de pagamento? Celular.

Parece mais uma previsão apocalíptica, mas não é. Dinheiro vivo e cheque são praticamente coisas do passado. Vivemos hoje a era de pagamento eletrônico e a tendência é, em breve, abandonar o plástico em casa e ir às compras apenas o celular. Por Cristiane Moraes

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O Brasil saiu na frente em segurança bancária com a adoção do chip no cartão e agora também mostra o quão inovador pode ser quando se trata de desenvolvimento de tecnologia nos meios de pagamentos. As empresas de cartão de crédito, operadoras de telefonia móvel e bancos estão atentos ao potencial do nosso País e, por conta disso, têm investido e feito parcerias desde 2008, visando o aprimoramento de mecanismos para utilizar o celular como meio de pagamento.

Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços), Raul Moreira, diz que o celular vem como uma facilidade para melhorar o atendimento. “Será um canal de solução substituindo o “plástico”, e não as funções do cartão de crédito e débito, que vão continuar existindo para o mecanismo funcionar”.

Para se ter uma ideia do tamanho desse mercado, atualmente são cinco bilhões de celulares no mundo e mais de 260 milhões no Brasil. A expectativa é de que, num futuro próximo, tudo convergirá no aparelho móvel e, portanto, as empresas precisam estar preparadas com a melhor tecnologia disponível. Mobyle payment, NFC (Near Field Communication), contactless, aplicativos e SMS são algumas das alternativas. Algumas já foram colocadas em prática, outras estão em estudo, mas o certo é que essa onda tem tudo para pegar no gosto dos brasileiros pela facilidade, agilidade e segurança. A novidade causa certo frisson e muitas dúvidas. Será que os cartões vão acabar? O que acontece se meu celular for roubado? O presidente da

Na visão de Rogério Signorini, diretor de Inovação e Produtos Emergentes da Cielo, o Brasil tem tudo para aderir à tecnologia. “Os hábitos de consumo com celulares e internet da população brasileira são surpreendentes. O brasileiro se engaja muito facilmente nas novas tecnologias e acaba abraçando as novidades que lhe tragam algum diferencial”, diz. Segundo ele, o pagamento móvel já é uma realidade no mercado e eles vêm investindo fortemente nessa modalidade.

Segurança garantida Sobre segurança, a resposta dos especialistas é unânime: o Brasil aprendeu muito nos últimos anos e está preparado. As novas tecnologias móveis são extremamente seguras. “Nenhuma das tecnologias vai gravar informações no aparelho. Os dados são criptografados, transitam de forma segura, já que as operações baseadas em senha como chip e evitam clonagem”, esclarece Moreira. Outra vantagem é que a pessoa percebe muito mais rápido que perdeu o celular do que o cartão. Portanto, pode ser mais rapidamente cancelado. “Mesmo que outra pessoa encontre o aparelho, não terá como utilizá-lo sem senha”, acrescenta Daniel Andrade, gerente de Produtos Mobile da Visa do Brasil.

muns. Para esse público, a ideia é um criar um cartão pré-pago no celular como se fosse um moedeiro financeiro, que o consumidor já está habituado a usar nos serviços de alimentação e transporte.

Entre as novidades nesse mercado está o aplicativo, lançado em 2010 pela Cielo, que transforma smartphones e tablets em uma máquina capaz de realizar vendas com cartões. “A grande vantagem é que, com essa solução, que tem foco nos profissionais liberais e autônomos, temos conseguido fazer nossa rede chegar a importantes segmentos da economia onde antes o pagamento eletrônico não era comum”, aponta Signorini, que informa que desde o lançamento, há dois anos, já tiveram mais de 100 mil downloads da solução. No Brasil, 600 mil estabelecimentos estão com máquinas preparadas para tecnologia NFC, que permite a transmissão de dados criptografados apenas pela aproximação de curta distância entre dispositivos NFC compatíveis (uma máquina leitora e um smartphones, por exemplo) e existe um processo gradativo de substituição de equipamentos. O desafio maior será atender a demanda de consumidores com celulares co-

Daniel Andrade. Gerente de Produtos Mobile da Visa do Brasil.

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tendências

Acessível a todos A Visa está atenta a essa fatia de negócios e assinou, em 2011, um contrato com a Fundamo, uma plataforma de serviços financeiros móveis para ofertar para consumidores de todos os perfis, regiões e ambientes móveis, serviços básicos em aparelhos simples até avançados para portadores de smartphones. Para Andrade da Visa, a base de celulares pré-pagos no Brasil é de 82%, e neste caso, a tecnologia mais adequada é o SMS, em que o usuário digita o número do celular e uma senha no terminal ou no próprio aparelho, sem necessidade de conexão com a internet. “Essa tecnologia já é bastante utilizada na África e estamos ajustando para o Brasil”, conta. Para o diretor da Cielo, este é um mercado de duas pontas e a massificação dos pagamentos móveis vai depender da densidade de uso. “O pagamento via NFC, por exemplo, já funciona em nossas máquinas. Vencemos a barreira da aceitação, mas ainda existem poucos celulares no Brasil equipados com essa tecnologia”, comenta. Ainda assim, ele acredita que a disseminação dos pagamentos móveis no Brasil acontecerá ao longo da próxima década. O presidente da Abecs diz que a grande preocupação do mercado é que essas novas tecnologias também sejam disponibilizadas para a grande massa, inclusive a não bancarizada, que hoje ainda representa uma fatia de 40% dos brasileiros economicamente ativos. “A Abecs e Febraban

Rogério Signorini Diretor de Inovação e Produtos Emergentes da Cielo

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raul moreira. Presidente da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços)

estão juntas no compromisso de garantir que existe um modelo capaz de atender todo o público e que não seja de exclusividade de determinado banco ou operadora”, cita. O Brasil está em fase de implantação de modelo ideal e vai depender de um processo cultural do público. Para ele, nada vai acontecer de uma hora para outra. Mesmo assim, o executivo considera que 2013 será um marco importante nessa linha pela própria intensidade que o mercado tem se estruturado e que as alianças estão acontecendo. Os especialistas concordam que o mercado brasileiro está bastante aquecido para a implantação do celular como meio de pagamento, mas ainda é cedo para mensurar números desse novo segmento. Porém, a Visa aponta que se compararmos à Europa, o Brasil está bastante evoluído. “Os pontos de aceitação aqui já são próximos de todos os pontos da Europa”, revela Andrade. Agora é esperar para em breve, a tecnologia esteja acessível para todos e facilite cada vez mais a vida dos consumidores. •



Aconteceu no Mercado

Regulamentação da indústria gera discussão sobre seus benefícios

Reflexos das leis na indústria mostram a importância de que legisladores tenham conhecimento de causa em relação ao mercado de crédito e cobrança para promover crescimento e melhora e não retratação, como no caso do Chile, em que uma regulamentação excessiva no último ano pode ameaçar a indústria do nosso país vizinho. Por Cristiane Moraes

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Depois de conquistar a estabilidade da moeda, foi o momento do Brasil melhorar a regulamentação da indústria para promover o crescimento do país por meio do crédito. O maior impulso nesse sentido aconteceu em 2004, com a Lei 10.931 – antes uma medida provisória –, que positivou a cédula de crédito bancário, facilitando assim que mais brasileiros pudessem tomar empréstimos. Na esteira, tivemos crescimento do segmento imobiliário e a recente aprovação do Cadastro Positivo, uma grande conquista para o setor. Na opinião do Dr. Ernesto Antunes de Carvalho, diretor gerente da Diretoria de Cobrança Judicial Empresas Itaú-Uniban-

Aqui incentivo e lá retração Se por um lado o Brasil vê com bons olhos a regulamentação da indústria, o Chile, que foi o primeiro país da América Latina a viver a estabilidade econômica e ter taxas de juros com apenas um dígito, está torcendo o nariz para o excesso de regulamentação que começou no último ano. Segundo informações da RECSA Chile, existem projetos que estão tramitando no Congresso, como a lei chamada “proteção de crédito para devedores em dinheiro”, que busca reduzir os empréstimos de taxa máxima convencional com valores abaixo de US$ 10 mil, que podem ser negativos para setor. O projeto ainda não está em vigor, porém empresas do sistema financeiro e de varejo acreditam que a medida pode limitar o crédito para setores de renda média e baixa, trazendo mais risco e retração para a indústria. O exemplo Chile mostra novamente a importância de que os legisladores tenham conhecimento do funcionamento do setor para criação de leis. No caso do Brasil, o mercado vem crescendo com as recentes mudanças, como a trava bancária que criou a sessão fiduciária de recebíveis. Essa ini-

co, a regulamentação brasileira de 2004 foi extremamente positiva para o mercado. “Os principais reflexos foram no crédito imobiliário, que enriqueceu o patrimônio de afetação e a autorização da alienação fiduciária, que era exclusiva para imóvel, para empréstimo comercial e para veículos”, explica. Além disso, a mesma lei também garantiu o benefício do tempo em casos de busca e apreensão de veículos, por exemplo. “Antes, a sentença podia levar três anos e quando o carro podia ser vendido já tinha se tornado uma sucata. Hoje, depois de 45 dias, o veículo já pode ser vendido e, quanto mais rápido isso acontece, maior o valor do abatimento do crédito”, acrescenta.

ciativa gerou uma garantia para a concessão de dinheiro, permitindo que os bancos passassem a oferecer mais crédito e com melhores e menores taxas. “Hoje não se utiliza mais hipoteca no Brasil. O banco passou a ser proprietário do crédito e isso traz uma velocidade muito maior”, defende Dr. Carvalho. Mas, como nem tudo não são flores, a mesma regulamentação trouxe, na opinião do advogado, um entrave, que foi a Lei de Falências, negativa para a indústria porque está sendo utilizada de forma ortodoxa.

Um passo de cada vez Já em Santiago, a Câmara de Comércio enxerga efeitos negativos bastante expressivos na nova regulamentação do país. Entre os apontados pela entidade estão a restrição de oferta, causando um enfraquecimento da concorrência devido à redução de fornecedores de crédito e disponibilidade de reduzida do microcrédito; e a perda de acesso ao financiamento, principalmente nas classes de baixa renda e ainda o aumento do empréstimo informal. Na opinião da RECSA, o que poderia reverter essa situação seria uma diminuição gradual da redução da taxa máxima de juros. “Isso permitiria que a indústria tivesse tempo de

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Aconteceu no Mercado

perceber os efeitos e, assim, promover medidas para uma reestruturação do mercado”, defende a empresa. As mudanças exigem adaptações, mas o Brasil tem feito o dever de casa no que se refere às leis. Muitos especialistas, players e entidades estão otimistas com a aprovação da lei do “Cadastro Positivo”, sancionada em outubro de 2012. A nova regulamentação promete direcionar melhor a análise e concessão do crédito. Para Vander Nagata, superintendente de informações sobre Consumidores da Serasa Experian, mais do que contribuir para o crescimento, o Cadastro Positivo é uma infraestrutura necessária para sua sustentabilidade. “Ele permitirá que os credores tenham clara visibilidade do histórico e do nível de endividamento dos consumidores, possibilitando conceder crédito com maior precisão, seja no montante aprovado, seja no estabelecimento de prazos ou taxas de juros, resultando em uma carteira mais saudável e com menores perdas líquidas”, defende.

Mudanças exigem inovação da indústria Enquanto o Brasil comemora o céu de brigadeiro, o Chile tem sido bombardeado por novas leis e emendas desde o ano passado. Além de mudanças na Lei dos Direitos do Consumidor, também entrou em vigor a lei que regula o tratamento de dados pessoais, restringindo o acesso dos bancos a dados públicos. Alguns executivos da indústria expressaram preocupação de que o excesso de regulamentação no mercado e, em especial, o projeto que reduz a taxa de juros máxima, possam causar uma ligeira contração do crédito. Porém, isso não aconteceu por bons indicadores macroeconômicos do país. Os números de 2012 apontaram um crescimento de 11,55%, seguido por empréstimos de consumo, que cresceram 14,53% no mesmo período. Na visão da RECSA Chile, as mudanças no sistema financeiro chileno, devido à maior regulamentação e a fiscalização mais profunda pela autoridade e um mercado consumidor mais competente e cada vez mais consciente dos seus direitos, faz com que os players sejam cada vez mais especializados, os procedimentos certifiquem-se em normas internacionais, competitivos, inovadores e transparentes. A questão não é diferente no Brasil e os caminhos dessa indústria estão cada vez mais focados na busca de

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dr. ernesto antunes de carvalho Diretor Gerente da Diretoria de Cobrança Judicial Empresas Itaú-Unibanco

profissionalização e qualidade de informação para fortalecimento e crescimento do segmento, e por enquanto, no Brasil, as leis têm contribuído para essa evolução saudável.

Mais um exemplo positivo da legislação que ajuda: uma mudança nas leis de concessão de crédito tem ajudado a reduzir o desmatamento no Bioma Amazônia. Introduzida no Brasil em 2008 pelo Banco Central, a Resolução 3.545 condicionou a concessão de crédito rural, importante fonte de financiamento para produtores rurais, à comprovação de cumprimento com a legislação ambiental. Um estudo divulgado pelo Climate Policy Initiative (CPI) estima que aproximadamente R$ 2,9 bilhões deixaram de ser contraídos entre 2008 e 2011, devido às restrições impostas pela medida. Por outro lado, essa redução no crédito evitou o desmatamento de aproximadamente 2.700 km2 de área florestal, o que representa uma redução de 15% de desmatamento no período.


Brasiléia III no Brasil

PONTO DE VISTA

Roberto Luis Troster Da Troster e Associados, é doutor em Economia pela USP e foi economista chefe da Febraban, da ABBC e do Banco Itamarati e professor da USP e PUC-SP; correio eletrônico: robertotroster@uol.com.br

O acordo de Basiléia foi resultado de ações conjuntas dos presidentes dos bancos centrais das dez maiores economias do mundo. Foram cerca de dez anos de pesquisas e debates até chegar ao texto final, em 1988, objetivando uma convergência regulatória melhorando a solidez, a estabilidade e a eficiência da intermediação. O documento final era de apenas 30 páginas, e virou lei em mais de cem países, com efeitos secundários positivos como uma maior padronização nos indicadores bancários, a redução de distorções regulatórias na concorrência, o estímulo a copiar as melhores práticas, benchmarking entre os sistemas e melhorias na supervisão local e global. No Brasil, o acordo foi regulamentado em 1994, com a Resolução 2.099, chamada de “Brasiléia”, em razão de distorções que a norma internacional não previa: capital – elevação do mínimo absoluto, liquidez – enxugamento com acréscimos nos compulsórios, crédito travado – com restrições de expansão e regulamentação demasiada – a Basiléia foi complementar ao gigantesco volume de regras existentes. “Brasiléia” foi um desastre. Em poucos meses, mais de uma dezena de instituições tiveram sua continuidade interrompida e a norma contribuiu para catalisar a maior crise bancária da história no país. É fato que na correção dos problemas, o governo atuou acertadamente com o Proer, o Proes, o FGC, a abertura aos bancos internacionais e novas regras de intervenção. O sucesso mundial do acordo original estimulou a formulação de Basiléia II, uma proposta mais abrangente e detalhada. Contou com contribuições de centenas de instituições do mundo inteiro, inclusive do Brasil. O documento final, publicado em 2004, tinha 347 páginas, era onze vezes maior que a versão anterior. Ganhou-se em precisão mas perdeu-se eficiência, os custos de observância (compliance) da norma aumentaram consideravelmente, proporcionalmente mais para as instituições menores gerando economias de escala regulatórias. A crise de 2008 mostrou que Basiléia II foi incapaz de evitar os problemas. A solução foi partir para Basiléia III, com 616 páginas, vinte vezes mais que o acordo original. Uma tentativa de cobrir toda e qualquer contingência, mas com um preço salgado, mais perda de eficiência em razão dos altos custos de observância.

Basiléia III começa a ser implantada este ano no Brasil. Em 1º de março deste ano o Banco Central estabeleceu as recomendações para implantar Basiléia III aqui. Houve alguns ajustes na proposta original, todos positivos, mas algumas das distorções que ocorreram com “Brasiléia” ainda estão presentes. A norma do capital ainda é muito severa, num país em que os bancos estão pouco alavancados e emprestando pouco em relação a seu capital. Basiléia III também prevê restrições de liquidez maiores que as atuais. É um problema grave no Brasil, por um lado o papel de emprestador de última instância do Banco Central é praticamente inoperante – o volume utilizado no redesconto é insignificante; por outro, os depósitos compulsórios drenam recursos equivalentes a três quartos do patrimônio líquido dos bancos no país. A equação é simples: mais caixa é igual a menos crédito. A regulamentação bancária brasileira é extensa, detalhista e desnecessariamente complexa. As regras de Basiléia III podem ser consideradas como adicionais às já existentes, e dessa forma, agravarão o crescimento malemolente do crédito, a queda de rentabilidade e o pior, a contribuição anêmica ao desenvolvimento do país. Basiléia III também pode ser uma oportunidade para debater e redesenhar o quadro institucional do setor; há ganhos polpudos a serem auferidos. Coincidentemente, no ano do acordo, 1988, foi promulgada a Constituição do Brasil que exigia uma nova lei para a intermediação financeira. Se o tema era importante então, é mais ainda agora. Credit Performance

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Indicadores

Laços solidários impulsionam empréstimo de nome

Educação é a chave para mudar a cultura do brasileiro de ceder o nome para empréstimos e financiamentos de terceiros. Prática é responsável por 10,5% dos casos de inadimplência. Por Camila Balthazar

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A última pesquisa Voz do Consumidor - realizada pelo IBOPE e encomendada pelo Instituto GEOC e pela Serasa Experian – foi divulgada no 8o Congresso Nacional de Crédito e Cobrança, em outubro de 2012. Entre os dados sobre o perfil dos pagadores de dívidas, o estudo constatou que 12% dos entrevistados que emprestaram seu nome para terceiros estão inadimplentes. Em relação aos financiamentos, também em nome de outra pessoa, o número cai um pouco, alcançando 9%. Segundo Jair Lantaller, diretor do Instituto GEOC, esse número apresenta uma estabilidade quando comparado aos anos anteriores. “Essa prática é comum no mercado há anos. O brasileiro tem o costume de fazer um ‘favorzinho’ para o parente ou amigo”, afirma. De acordo com Cássia D’Aquino Filocre, especialista em Educação Financeira e Corresponding Member da IACSEE-International – Association for Citizenship, Social and Economics Education, esse cenário é decorrência das relações entre a população de baixa renda serem estabelecidas por meio de laços solidários intensos. “Essas pessoas precisam socorrer umas às outras com uma frequência maior do que nas classes com poder aquisitivo mais alto. Se você tem cheque e eu preciso comprar em uma loja que exige isso, por que você não me emprestaria? A pressão é muito intensa e é difícil romper a tradição solidária, o que pode até mesmo gerar uma exclusão do grupo”, explica Cássia, acrescentando que, embora a bancarização e o acesso ao cartão de crédito tenham crescido, o percentual ainda é menor do que o potencial da população brasileira. O consultor financeiro da Libratta Finanças Pessoais, Rogério Olegário, conta que já atendeu em seu escritório muitos casos de clientes endividados, cujos problemas começaram ou agravaram-se devido a empréstimo de nome (CPF ou cheque) para terceiros. “Isso acontece em decorrência de uma forte relação de dependência emocional e medo, por parte de quem empresta o nome, de não se sentir mais aceito, amado e respeitado. Há uma grande dificuldade de impor limites e dizer “não”, afirma Olegário. De acordo com o

especialista, a prática ocorre com mais frequência no círculo familiar entre cônjuge, filhos, irmãos, primos e, em menor escola, entre amigos e colegas de trabalho. O empréstimo ou financiamento em nome de terceiro é uma realidade, porém, em muitos casos, falta a informação de que, caso a dívida não seja paga, a responsabilidade é daquele que cedeu o cartão de crédito, o cheque ou o próprio nome. “Trabalho bastante com população de baixa renda e ouço com frequência que a pessoa recebeu a cobrança do cartão, mas não vai pagar porque quem fez a dívida foi o primo, por exemplo. As pessoas acham que a administradora do cartão cometeu um erro e a responsabilidade é do terceiro”, conta Cássia. Em resumo, muitos brasileiros assumem um risco pelos parentes e amigos que a própria instituição financeira não pode assumir, pelas restrições creditícias desse indivíduo.

rogério olegário

Consultor Financeiro da Libratta Finanças Pessoais

O impacto dessa ação é um ciclo vicioso de inadimplências. A psicóloga e co-autora do livro Família, Afeto e Finanças, Angélica Rodrigues, ressalta que o devedor que emprestou o nome para um terceiro pode

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Indicadores

se rebelar e não assumir a dívida ou, para assumi-la, deixará de honrar com outros compromissos financeiros. “É necessário conscientizar as pessoas da importância de ter o nome limpo. Além disso, estimular a população a separar o afeto do dinheiro, melhorando a comunicação com os que estão à sua volta. Pode-se negar a emprestar um cheque ou o CPF, porém oferecer ajuda de outras formas”, descreve. À primeira vista, pode parecer simples entender que esse consentimento do nome gere consequências na vida financeira, as quais, muitas vezes, serão solucionadas apenas no longo prazo, porém a falta de informação e entendimento desses prejuízos pode ser compreendida por meio de uma pesquisa divulgada em 2012 pelo Instituto Paulo Montenegro e ONG Ação Educativa, parceiros na criação e implementação do Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf). De acordo com os dados, de toda a população entre 15 e 64 anos, apenas um em cada quatro brasileiros domina plenamente as habilidades de leitura, escrita e matemática. E o pior: mesmo entre pessoas teoricamente capacitadas, como os universitários, 38% são analfabetos funcionais, ou seja, são capazes de ler e escrever, mas não conseguem interpretar e associar informações. “Por esse motivo, além do potencial de venda, as instituições financeiras devem considerar a realidade cognitiva e educacional do Brasil ao criar seus produtos e suas formas de comunicação”, enfatiza Cássia.

Solução: educação e comunicação eficaz O consultor do Programa Vida Investe da Fundação CESP, Wilson Muller, ratifica o problema do empréstimo de nome e levanta uma abordagem contratual. “O grande risco é o fato de que, salvo raras exceções, não há um compromisso formal entre as partes. De outro lado, certamente há um compromisso entre a pessoa que emprestou o nome a instituição em que ele tomou o empréstimo para repassar ao amigo, colega ou parente. Assim, se o devedor não pagar à pessoa que lhe emprestou o nome, a cobrança fica muito prejudicada, tornando-se meramente informal”, diz. Além disso, quem cede o nome não possui condições técnicas de avaliar a situação creditícia do terceiro. Para evitar que essa prática continue engordando as estatísticas do que hoje representa 10,5% dos casos de inadimplência, especialistas recomendam que as instituições financeiras considerem o desenvolvimento de materiais informativos com linguagem adequada e mais atrativas à população de menor renda. Além disso, a sugestão é de que a entrega do cartão de crédito ou do cheque seja acompanhada de um comunicado com letras grandes esclarecendo que de maneira nenhuma esse meio de pagamento pode ser emprestado. A abertura da conta também 44

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wilson muller.

Consultor do Programa Vida Investe da Fundação Cesp.

deveria ser seguida de uma conversa longa e clara. Segundo Lantaller, o processo de educação para gerar uma mudança de comportamento é lento. No entanto, as instituições financeiras estão olhando com mais cuidado a situação do nível de comprometimento de renda dos brasileiros. “Como decorrência da elevação dos níveis de inadimplência em 2011 e 2012, as instituições começaram a ser mais seletivas. Empresas que antes trabalhavam com 30% de comprometimento hoje baixaram para até 20%. Assim o crédito é mais saudável”, garante Lantaller, enfatizando que não há mecanismos de a instituição financeira proibir a compra de um produto para um terceiro. Por outro lado, o caráter educacional também não é ignorado pelo diretor do IGEOC. “Muitas empresas já estão divulgando a questão da responsabilidade pessoal do crédito por meio de informações elucidativas. Esta questão está cada vez mais presente, alertando os clientes de que ao emprestar para um terceiro fatalmente o risco será da pessoa que cedeu o nome. O brasileiro precisa aprender a falar não”, completa. •


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Pelo Mundo

1o Congresso Internacional de Crédito e Cobrança Data: 18 e 19 de setembro de 2013 Local: Varsóvia, Polônia Informações: www.cmspeople.com

Por Camila Balthazar

A VARSÓVIA DE CHOPIN

A CMS comemora a chegada do Congresso Nacional de Crédito e Cobrança à Varsóvia, Polônia, primeiro país do leste europeu a receber um dos maiores eventos do setor O pianista polonês do século XIX, Frederic Chopin, transformou Varsóvia em uma das cidades mais românticas da Europa. A capital polonesa é hoje o eixo cultural do país onde se ouvem as notas do músico em cada canto da cidade – especialmente nos grandes parques. Os turistas que visitam a cidade entre os meses de julho e setembro podem conferir concertos gratuitos com peças de Chopin pelas ruas da cidade e em alguns parques, como o Lazieki, que possui mais de 75 hectares de inspiração romântica, com muitas árvores, lagos e barcos para transportar turistas. Além destes eventos, anualmente Varsóvia recebe o “Festival Chopin e Sua Europa”, que em 2013 acontecerá entre os dias 15 e 31 de agosto, reunindo músicos de todo o mundo. É neste cenário de encantos que a CMS anuncia o 1o Congresso Nacional de Crédito e Cobrança da Polônia, reunindo os principais líderes do setor no leste europeu entre os dias 11 de junho. Além das conferências e mesas redondas, alguns passeios merecem integrar o roteiro durante a estada nessa cidade, 46

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que teve 85% de seus edifícios destruídos durante a Segunda Guerra Mundial e experienciou o comunismo soviético até 1989. Grande parte de Varsóvia já foi reconstruída e atualmente o centro histórico é tombado pela Unesco. Turistas de várias nacionalidades encontram-se todos os dias às 12h, embaixo da Coluna Sigismundo, para o free walking tour (freewalkingtour.com/art/pokaz/188), prática comum em diversas metrópoles. Em Varsóvia, os guias especializados fazem um passeio a pé explicando a história da região e dando boas dicas do que fazer na cidade. A caminhada de duas horas vai desde o Castelo Real, que foi totalmente reedificado em 1976, até o muro do gueto judeu durante a ocupação nazista. Os tours são gratuitos, mas os guias vivem das gorjetas no estilo “pague o que quiser”. Além do lado histórico, Varsóvia respira cultura desde a queda do comunismo. Clubes, teatros, centros culturais e restaurantes abriram as portas nos últimos anos e deixaram a cidade ainda mais interessante. Alguns dizem que a capital será a próxima Berlim, mas esse processo ainda deve levar alguns anos. Por en-

quanto, artistas em ascensão ocupam espaços em prédios antigos. Mesmo com muitos arranha-céus, essa cidade cosmopolita deixa seu passado presente em cada esquina.

Turismo de negócios A maior parte dos hotéis de Varsóvia é voltada ao turismo de negócios. Por esse motivo, muitos deles ficam próximos à Estação Central e ao aeroporto. Essa localização é interessante para quem viaja a trabalho, no entanto é um pouco distante da parte turística, como a Cidade Antiga e o Caminho Real – principais pontos da cidade. Mas essa questão é facilmente contornada com o transporte público bem orquestrado entre ônibus e trens. Para quem preferir, os táxis também são uma boa (e econômica) opção.

Informações importantes Idioma oficial: polaco Moeda: zloty Visto: brasileiros são isentos de visto a turismo e negócios para permanência de até 90 dias.


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