Relatório de Fiscalização Hospital da Restauração – HR: Emergência e escalas de plantão Avenida Agamenon Magalhães, s/ nº – Derby Fone: 3421-5444 Fax: 3421-5927 52010-040
Por determinação deste Conselho fomos ao estabelecimento acima identificado verificar as condições de funcionamento neste dia, em duas ocasiões distintas: a primeira vez no final da manhã, onde coletamos relatos e informações verbais, e à tarde onde fomos coletar imagens para complementariedade do relatório em tela.
Trata-se de unidade de referência estadual no atendimento à vítima do trauma, além de oferecer atendimento de alta complexidade em Neurologia, Neurocirurgia, Clínica Médica, Pediatria, Traumatologia, Cirurgia Geral, Cirurgia Vascular, Buco-Maxilo-Facial, e aos grandes queimados.
Na primeira ocasião, próximo ao final da manhã, mantivemos contato com a Coordenação da Emergência, Dr. Rogério de Assunção Ehrhardt – CRM 15012. À tarde, voltamos ao HR para coleta de imagens com o Dr. Roberto Tenório, Conselheiro Corregedor Adjunto do CREMEPE. Mantivemos contato então com a direção administrativa, que solicitou a presença do apoio jurídico da SES, aguardada por cerca de 01 hora.
Foram identificadas as seguintes condições de atendimento: •
Hoje eram 219 os pacientes admitidos na emergência do HR para 90 leitos formais;
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Muitos pacientes em macas inclusive de chão, sem lençóis, em todos os corredores, sendo que muitos estavam cm drenos torácicos;
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Há uma fila externa, só avaliada pelo ortopedista ou cirurgião geral, quando disponível, para pacientes que não entram direto para a unidade de trauma, com evidente gravidade;
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Não há qualquer protocolo de triagem e a classificação de risco foi desarticulada pela SES, incluindo a desmobilização da equipe técnica;
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Escala de traumatologia previa 02 plantonistas hoje: LUIZ EDUARDO DUQUE PORTELA – CRM 14776 e LUIZ EDUARDO – CRM não informado. O primeiro está em processo de exoneração por excesso de faltas e o segundo se encontra de férias. Foi convocado um outro ortopedista da equipe (Fábio Brandão – CRM 1 de 9
14026) que estava em cirurgia por ocasião da vistoria; •
No sábado noturno só há previsão de um ortopedista na escala (Ângelo Cortes de Oliveira – CRM 11929);
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Escala vem sendo esvaziada sem reposições;
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Gestor da emergência solicitou em janeiro deste ano (há 11 meses) a reposição de 32 ortopedistas na escala, mas só encaminharam 09, dos quais apenas 05 se apresentaram e já nem se encontram mais entre as equipes;
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Há problemas semelhantes com reposição de equipes de outras especialidades, como cirurgia geral, cujos contratos acabam dia 27 de Dezembro próximo;
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Domingo próximo só haverá 01 cirurgião geral de plantão no HR, apoiado por 03 residentes, sendo que no plantão noturno não haverá traumatologistas, como vem acontecendo há cerca de 02 meses;
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O plantão de amanhã também só contará com um cirurgião, no domingo (diurno) NÃO conta com neurologista clínico;
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Quem estagiou no HR ou trabalhou lá nos últimos 20 anos não viu pacientes se acumularem nos corredores de acesso aos elevadores e à emergência pediátrica. A utilização recente destes espaços que acumulam pacientes cirúrgicos, principalmente traumatológicos foi alvo de protesto e o corredor foi nomeado “Corredor Eduardo Campos” numa crítica direta ao governador (dossiê de imagens);
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Este corredor principal que liga as duas emergências – pediátrica e adulta - recebe forte incidência solar por volta das 14 horas, o que faz com que as macas sejam removidas para a sombra, até que as horas “empurrem” o sol para fora daquela incidência e as macas retornam;
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Na Unidade de Trauma, hoje havia 02 cirurgiões plantonistas, mais um outro que entrou no bloco com o único traumatologista;
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Espaço de questionável capacidade técnico-resolutiva, a tradicionalmente intitulada UCI é uma espécie de enfermaria, com acesso pelo corredor ao fundo dos boxes, com pacientes graves, em respirador, que não conta com equipe médica própria. Só é intitulada UCI por ter estrutura de respiradores;
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Próximo deste local, há uma enfermaria improvisada para traumatologia e cirurgia, onde muitos doentes recebem alta direto da emergência;
Às 14:30 h retornamos, mas após uma reunião com a diretoria administrativa e com a assessoria jurídica, que desaconselhou a nossa coleta de imagens. Dr Roberto Tenório argumentou que esse é um exercício legítimo institucional, que não aceitaria ser obstaculizado na função precípua do Conselho, cobrando ao administrador um 2 de 9
posicionamento. Em contato telefônico com a diretoria geral da unidade, o diretor administrativo pediu um adiamento na coleta complementar, o que não foi atendido pelo Conselheiro, pelo argumentado e pela tradicional prática e cordialidade necessária entre as instituições públicas; A seguir apresentam-se as imagens coletadas por ocasião desta vistoria, e em anexo há um censo de pacientes aguardando cirurgia em traumatologia com 33 pacientes e uma cópia das escalas médicas de dezembro;
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Recife, 16 de Dezembro de 2009.
Otávio Valença – médico fiscal
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