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RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Vistorias Programadas sobre a aplicação da RESOLUÇÃO CFM N° 1.802/2006, que dispõe sobre a prática do ato anestésico. IDENTIFICAÇÃO Nome do estabelecimento: Hospital Regional do Agreste Endereço: BR 232 - Km 130, s/nº - Indianópolis Município: Caruaru Diretor geral: José Alves Bezerra Neto Nº CRM: Sem diretor técnico no momento Coordenador da anestesiologia: Ronaldo Souto Nº CRM: É um hospital de trauma Por determinação deste Conselho, fomos ao estabelecimento acima identificado verificar suas condições de funcionamento. Trata-se de um serviço de saúde Público Estadual, que se referencia com Hospital da Restauração e recebe casos IV Geres. Oferece os seguintes tipos de atendimento: •
Emergências - Oferece
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Parto normal - Não oferece
• Cirurgias eletivas - Oferece • Procedimentos com sedação - Oferece Em relação às suas Comissões Efetivas em funcionamento: •
Conta Comissão de Ética Médica - CEM
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Conta Comissão de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH
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Não conta Comissão de Revisão de Prontuários - CREV
ROTINAS ANESTÉSICAS •
Para os procedimentos eletivos:
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A avaliação pré-anestésica não tem rotinas de funcionamento;
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A avaliação e solicitações não são anotados em ficha própria;
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A avaliação pré-anestésica não descreve a condição clínica do paciente e procedimento proposto;
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Não são solicitados exames complementares e/ou avaliação por outros especialistas;
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Em anestesias gerais ou regionais, há registro da vigilância permanente do paciente;
A documentação mínima dos procedimentos anestésicos realizados no serviço inclui: •
Não há Ficha de avaliação e prescrição pré-anestésicas preenchidas rotineiramente;
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Não há Prescrição pré-anestésica;
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Não há Consentimento informado específico para a anestesia;
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Há Ficha de anestesia, tratamento intra-anestésico preenchida rotineiramente;
Campos incluídos na ficha: a. Identificação do(s) anestesiologista(s) responsável(is) e, se for o caso, registro do momento de transferência de responsabilidade durante o procedimento b. Identificação do paciente c. Início e término do procedimento d. Técnica de anestesia empregada e. Recursos de monitoração adotados f. Registro da oxigenação, gás carbônico expirado final, pressão arterial e freqüência cardíaca a intervalos não superiores a dez minutos g. Soluções e fármacos administrados (momento de administração, via e dose) h. Intercorrências e eventos adversos associados ou não à anestesia
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Há Ficha de recuperação pós-anestésica preenchida rotineiramente.
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Campos incluídos na ficha: a. Identificação do(s) anestesiologista(s) responsável(is) e, se for o caso, registro do momento de transferência de responsabilidade durante o internamento na sala de recuperação pós-anestésica : não b. Identificação do paciente: sim c. Momentos da admissão e da alta: não d. Recursos de monitoração adotados: sim e. Registro da consciência, pressão arterial, freqüência cardíaca, oxigenação, atividade motora e intensidade da dor a intervalos não superiores a 15 minutos: sim f. Soluções e fármacos administrados (momento de administração, via e dose): não g. Intercorrências e eventos adversos associados ou não à anestesia: não
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Raramente ocorre realização simultânea de anestesias em pacientes distintos, pelo mesmo profissional. Isso ocorre quando um preceptor auxilia dois residentes em salas diferentes.
BLOCO CIRÚRGICO Foram constatadas as seguintes condições mínimas no bloco: •
Há condições de monitoração da circulação, incluindo a determinação da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, determinação contínua do ritmo cardíaco e 8 cardioscópios;
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Há condições de monitoração contínua da oxigenação do sangue arterial, incluindo 8 oxímetros de pulso;
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Há condições de monitoração contínua da ventilação, com os teores de gás carbônico exalados (anestesia sob via aérea artificial, tipo intubação traqueal, brônquica ou máscara
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laríngea, e/ou ventilação artificial e/ou exposição a agentes capazes de desencadear hipertermia maligna), incluindo 5 capinógrafos; •
Equipamentos básicos para a administração da anestesia e suporte cardiorrespiratório: o Nº salas onde se administra anestesia: 8 o Nº secções de fluxo contínuo de gases: 8 o Nº sistema respiratório e ventilatório completo: 8 o Nº sistema de aspiração: 8 o Desfibriladores: 3 o Marca-passos transcutâneos (com gerador e 0 cabo):
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Não há rotinas para aquecimento de pacientes em anestesia pediátrica, geriátrica, e procedimentos com duração superior a 2 horas. Equipamentos disponíveis são 0 mantas, 0 colchões térmicos; no entanto o hospital disponibiliza aquecedores portáteis (02).
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Há 20 bombas de infusão e seringa, utilizadas como sistemas automáticos de infusão para administração contínua de fármacos vasoativos e anestesia intravenosa contínua
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Instrumental e materiais descartáveis completos. Incluindo: não sabe informar sobre a existência de dispositivo para cricostomia Máscaras faciais Laringoscópio (cabos e lâminas) Cânulas oronasofaríngeas Guia para tubo traqueal e Máscaras laríngeas pinça condutora Tubos traqueais e conectores Seringas, agulhas e cateteres Seringas, agulhas e cateteres descartáveis específicos para os venosos descartáveis diversos bloqueios anestésicos neuroaxiais e periféricos
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Agentes usados em anestesia estão completos. Incluindo: •
anestésicos locais
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antieméticos
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hipnoindutores
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analgésicos não-opióides
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bloqueadores neuromusculares e seus antagonistas
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corticosteróides
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inibidores H2
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efedrina/etil-efrina
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broncodilatadores
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gluconato/cloreto de cálcio
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anestésicos inalatórios
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dantrolene sódico
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opióides e seus antagonistas
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• Medicamentos destinados à reanimação cardiopulmonar estão completos. Incluindo: adrenalina dopamina soluções para hidratação atropina dobutamina expansores amiodarona noradrenalina plasmáticos. sulfato de bicarbonato de magnésio sódio PÓS-BLOCO Após a anestesia, o paciente: É removido para a sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) É removido para unidade de terapia intensiva (UTI), casos em que o paciente está grave ou em cirurgias de maior porte. Não permanece no local onde foi realizado o procedimento anestésico, sob a atenção do médico anestesiologista Não é removido para espaço improvisado, sem supervisão de anestesista Não é levado para a enfermaria/ apartamento antes de total recuperação pós-anestésicas O médico anestesiologista que realizou o procedimento anestésico acompanha o transporte do paciente para a SRPA e/ou UTI; SRPA – Sala de recuperação Pós-Anestésica. Na SRPA, desde a admissão até o momento da alta, pode-se afirmar que: •
A alta da SRPA é de responsabilidade de médico anestesiologista;
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Há condições de monitoração da circulação, incluindo a determinação da pressão arterial e dos batimentos cardíacos, e determinação contínua do ritmo cardíaco, incluindo 12 cardioscópios;
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Há condições monitoração contínua da respiração, incluindo determinação contínua da oxigenação do sangue arterial, incluindo 12 oxímetros de pulso;
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Há monitoração do estado de consciência; utiliza-se a escala de coma de Glasgow
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Há monitoração do estado da intensidade da dor; mas não se baseia em escala de dor.
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Há listas de equipamentos, instrumental, materiais e fármacos disponíveis no ambiente onde se realiza anestesia
OBSERVAÇÕES FINAIS: •
SRPA conta com 12 leitos, mas há situações em que chega a contar com um total de 16 leitos.
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No dia da vistoria não havia médico exclusivo na SRPA e o anestesiologista do plantão estava dando suporte.
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Foi informada que há uma escala de anestesiologistas exclusiva da SRPA, mas que nem sempre o profissional está presente.
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Há 02 carrinhos de parada equidpados na SRPA e 03 no bloco cirúrgico.
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Conta com uma farmácia satélite no bloco cirúrgico.
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Há um enfermeiro exclusivo para o bloco e outro para SRPA.
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Marisa Laurentina (enfermeira diarista do bloco cirúrgico) foi a principal informante.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: •
Lista de médicos e escala de trabalho da SRPA, com respectivos registros no Cremepe.
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Em anexo ficha de intra e pós anestesia.
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Conceito da unidade: “E”
De acordo com as condições da unidade a é classificada em: • • • • •
A-ótima B-Boa C-Regular D-Ruim E- Péssima
Caruaru, 03 de abril de 2014 Polyanna Neves - Médica Fiscal