Revista Movimento Nº 28

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Mala Direta Postal

Básica 9912264507/2010-DR/PE CREMEPE

CORREIOS

Revista das entidades médicas de Pernambuco – Ano XII– Nº 28 – Jan/Fev/Mar 2015

Entrevista com a Conselheira Federal Adriana Scavuzzi É frevo todos os dias do ano no Bairro do Recife O primeiro pernambucano na Presidência do CFM

Fiscalização Para melhorar a Saúde


AGORA VOCÊ TEM INFORMAÇÃO EM SAÚDE, NOTÍCIAS E ENTRETENIMENTO

PR NTU RI MÉ IC Viu como é difícil entender uma informação quando ela está incompleta? O correto preenchimento do prontuário médico é muito importante para o médico e para o paciente. Nesse documento devem estar registrados todos os cuidados profissionais prestados ao paciente, de forma completa, clara e precisa. O prontuário médico corretamente preenchido é obrigação do médico e, eventualmente, pode ser a sua defesa.

NA DOSE CERTA. Está no ar a Rádio Cremepe. O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco criou este novo veículo de comunicação para se aproximar ainda mais dos médicos e de toda a sociedade. A Rádio Cremepe tem transmissão via internet e uma programação diversificada que vai de debates e notícias a informes culturais e musicais. Acesse www.radiocremepe.com.br e tenha informações em saúde, notícias e entretenimento, diariamente.

www.radiocremepe.com.br


Nº 28 • Ano 12 • Jan/Fev/Mar 2015

Editorial

A

hAns mAnteuffel

reportagem especial de capa desta edição da revista Movimento Médico destaca como uma das principais preocupações do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco a fiscalização em hospitais, postos de saúde e outras unidades do setor que prestam serviço ao povo. Nesta reportagem, fica claro que para o Cremepe, a fiscalização é um instrumento para melhorar as condições de trabalho dos médicos e do atendimento à população. Este trabalho tem sido uma marca das gestões do Conselho e tem sido intensificado a cada gestão. As ações fiscalizatórias do Cremepe são realizadas de forma integrada com parceiros comprometidos com a causa, a exemplo do Ministério Público, Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária e representantes de outras entidades médicas. O leitor de Movimento Médico vai ter também a oportunidade de ler nesta edição uma entrevista com a conselheira federal Adriana Scavuzzi, que representa Pernambuco no Conselho Federal de Medicina, sobre a situação das maternidades no estado. A revista traz também uma matéria sobre a “Caravana do Canavial”, um projeto do Cremepe e Simepe que busca diagnosticar a situação em que vive a população pobre de Pernambuco em todas as regiões do Estado. Vamos mostrar ainda como foi a posse do primeiro pernambucano na presidência do CFM, o médico Carlos Vital, que já foi vice-presidente e presidente do Cremepe. E, para tornar a leitura mais leve, o leitor vai poder fazer um passeio pelo Paço do Frevo (foto abaixo), um local criado para eternizar o ritmo pernambucano que já se tornou marca registrada da nossa cultura.

Capa: foto de Joelli Azevedo

EXPEDIENTE Cremepe presidente: Sílvio rodrigues Vice-presidente: André Dubeux Assessoria de Comunicação: mayra rossiter - DrT/pe 4081 e Joelli Azevedo – DrT/pe 5401 estagiária: priscilla Fernandes Simepe presidente: mário Jorge Lôbo Vice-presidente: Tadeu Calheiros Assessoria de imprensa: Chico Carlos - DrT/pe 1268 e Natália Gadelha – DrT/pe 4947 Ampe presidente: Helena Carneiro Leão Vice-presidente: Anacleto Carvalho Coordenação editorial: Nair Cristina Assessoria de imprensa: Antônio Gomes - DrT/pe 3689 FeCem presidente: Amaro Gusmão Guedes Coordenação editorial: Sirleide Lira Assessoria de imprensa: Antônio Gomes - DrT/pe 3689 Apmr presidente: Carlos Tadeu Leonídio Vice-presidente: João Carlos Leitão Albuquerque Coordenação: Carlos Tadeu Leonídio redação, publicidade, administração e correspondência: rua Conselheiro portela, 203, espinheiro, Cep 52.020-030 - recife, pe – Fone: 81 2123 5777 www.cremepe.org.br projeto Gráfico/Arte Final: Luiz Arrais - DrT/pe 3054 Tiragem: 15.000 exemplares impressão: CCS Gráfica e editora Coordenação editorial: Sílvio rodrigues Conselho editorial: Sílvio rodrigues, José Carlos Alencar e ricardo paiva. Todos os direitos reservados. Copyright © 2012 - Conselho regional de medicina Seção pernambuco

Todos os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não refletem necessariamente a opinião da revista.

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JArbAs ArAúJo

sumário

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Entrevista

mAyrA rossiter

A Conselheira federal Adriana scavuzzi fala sobre os problemas no setor maternoinfantil de de Pernambuco

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Capa

seções Editorial

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Opinião

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Entrevista

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Notícias do CFM

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hAns mAnteuffel

As fiscalizações em hospitais e Postos de saúde são prioridades do Conselho regional de medicina de Pernambuco

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Patrimônio no Paço do frevo, a preservação da cultura pernambucana

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Patrimônio

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Cremepe

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Simepe

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Cremepe

Ampe

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Fecem

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APMR

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Carlos Vital, o primeiro pernambucano na Presidência do Conselho federal de medicina

Academia

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diVulgAção

Capa

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fotos: divulgação

Opinião Sílvio Rodrigues*

Intensificação das fiscalizações

O

s conselhos têm um importante papel na luta pela inclusão social. Ações como as fiscalizações podem ser usadas para um melhor acesso da população ao SUS. A lei 3268 de 1957 que transformou o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina em autarquias atribuiu além da função de habilitação e da judicante da profissão médica, o papel de fiscalização do exercício profissional. Havia uma hegemonia histórica do papel disciplinador e cartorial em relação ao da avaliação das condições do trabalho médico. Os Conselhos eram conhecidos como tribunais de justiça relacionados ao erro médico. A evolução da sociedade, das tecnologias e a inclusão da Bioética determinaram também avanços no Código de Ética Médica em vigor desde 2010. Os artigos relacionados com o direito dos médicos, principalmente o de recusar o exercício da profissão onde as condições de trabalho não sejam dignas ou que possam prejudicar a própria saúde ou do paciente abalizou os conselhos de medicina para realização de fiscalizações seguido de medidas administrativas e éticas efetivas no combate as irregularidades, sempre na busca do exercício digno da medicina e principalmente na proteção de seu usuário. No âmbito da política nacional de saúde foi incontestável a participação da classe médica no movimento da reforma sanitária, que após a promulgação da constituição, instituiu o SUS como lei

joelli azevedo

Condições de trabalho devem ser dignas

e os Conselhos e as Conferências de Saúde como instituições criadas para formular, fiscalizar e deliberar sobre suas políticas e o cumprimento do seu financiamento, exercendo desta forma o controle social. É fundamental a participação da classe médica no controle, seja de forma direta na composição d o s c o n s e l h o s c o m o ta m b é m instrumentalizando a sociedade organizada e instituições de sua defesa com relatórios de fiscalizações nas unidades de saúde, formulando um diagnóstico e avaliando se o financiamento na saúde, regulamentado na emenda 29, está sendo cumprido por parte dos gestores. O ano de 2014 se constituiu em um marco na estratégia das fiscalizações pelos conselhos regionais. Com a publicação em diário oficial da resolução

2.056/13 do CFM as vistorias foram uniformizadas em todos os estados, estabelecendo uma estrutura mínima a ser exigida, para seu funcionamento. Este instrumento já esta sendo utilizado em Pernambuco na avaliação de toda a atenção básica. Em 2014, foram realizadas 213 fiscalizações, 75 % das unidades tiveram avaliação insatisfatória, reflexo da falta de investimentos em recursos por parte dos governo, e da redução de 14,7 mil leitos de internamento, criando uma insatisfação em 92 % da população. O Cremepe em 2015 intensificará as fiscalizações, buscando com isso a defesa do SUS e o respeito aos seus princípios: universalidade, equidade e integralidade. *Presidente do Conselho Regional de pernambuco (Cremepe).

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AdRIANA SCAVuzzI Coordenadora do Centro de atenção à mulher do imip e Conselheira do Cfm

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JArbAs ArAúJo

ENTREVISTA


“O médico precisa ouvir o paciente” A médica traça um panorama da área de atendimento obstétrico e destaca a necessidade de medidas para humanizar o atendimento | Entrevista a Mariana Oliveira*

A área obstétrica é seguramente um calo hoje no sistema de saúde. A que se deve essa situação? Há um descaso total. Faltam leitos, não apenas para as mães, mas também para os bebês, há déficit de médicos nas escalas e péssimas condições de trabalho. Isso sem falar que a rede básica, que deveria dar apoio aos hospitais que atendem casos mais complexos, não funciona, sobrecarregando serviços que deveriam estar focados em casos de maior gravidade. Nesse momento, aqui no Imip, nós temos uma paciente na triagem, a termo, mas que tem um feto com um grau de edema que configura uma gestação de alto rico. O menino pesa 6,9 kg. Ele não tem como nascer de parto normal, só pode ser cesariana. Nós poderíamos realizar esse procedimento, porém essa criança vai precisar de uma UTI neonatal e eu não tenho uma vaga para ela. Vamos avaliar novamente a mãe, que está com diversas dificuldades devido ao tamanho da criança, já não consegue respirar direito, e ver se há como esperar. Então vocês imaginem se acontece algo com essa gestante ou com seu filho. Isso tudo porque não temos vaga de UTI

neonatal nem aqui, nem em outro hospital da rede.

A senhora também citou o déficit de médicos. Por que faltam ginecologistas e obstetras? Eu acho que na realidade quando os estudantes de medicina vivenciam essa realidade da obstetrícia boa parte termina não tendo desejo de fazer parte dela. Temos agora uma faculdade aqui no Imip. Então quando os estudantes têm contato com essa vivência, como o caso que relatei, eles se afastam da possibilidade de querer seguir nessa especialidade. Eles vivenciam as dificuldades da especialidade e pensam “eu vou procurar outra”. A gente vem tendo uma diminuição da procura pela ginecologia/obstetrícia. Ela era muito procurada, mas hoje temos essa redução. Aqui no Imip, como centro de referência, nós nunca tivemos problemas de completar o quadro de residentes. Mas temos outras residências no Estado que não conseguem fechar as vagas. É uma situação desfavorável. Os médicos têm evitado a obstetrícia e a pediatria. Assim as escalas ficam incompletas e temos situações complicadas em emergências obstétricas, por exemplo, que são muito ricas nas mais variadas intercorrências, como dor, sangramento, perda de líquido... O furo nas escalas pode levar uma paciente com esse tipo de problema a aguardar mais de duas horas pelo atendimento. Ao mesmo tempo o médico que está no plantão, está dobrando, sobrecarregado... Então é uma situação difícil, como conseguir um atendimento humanizado nesse contexto. Os dois lados têm seus argumentos e queixas que precisam ser levadas em consideração. Tudo isso tem

levado os jovens médicos a procurarem especialidades que não precisam de emergência e urgência, e outras que não têm muito contato com o paciente, como a patologia ou radiologia. É triste dizer isso, mas é verdade. Tem acontecido de fato. É o médico se afastando do paciente.

E qual o papel das novas tecnologias nesse contexto. Elas ajudam ou atrapalham nessa proximidade? Eu acho que o advento de exames de diagnósticos muito precisos fez com que o exame clínico fosse deixado de lado, negligenciado. Aqui no Imip temos tentado fortalecer esse exame clínico que é de suma importância, valorizando o ouvir. A gente brinca dizendo que o paciente vai dizer o que tem, basta você dar tempo a ele. Muitas vezes é numa conversa que vem a tona um detalhe que destrincha, esclarece a questão. O médico precisa saber ouvir.

Outra questão polêmica nessa área é o número de cesarianas realizadas no Brasil. Como a senhora avalia essa questão? Aqui no Imip nossa mostra é a grande maioria de alto risco, então quase sempre temos que realizar uma cesariana. De modo geral, é a conveniência do agendamento e da programação desse tipo de parto que atrai. Mas isso também dá mais vulnerabilidade. Esse agendamento traz riscos, como o erro de data. Muitos nenéns são tirados pequenos, são limítrofes e podem sofrer muito por isso, chegando no berçário com problemas. Tem a falta de informação da paciente, que acha que a cesariana é mais segura. Eu acho que estamos agora num processo de retomada tanto do processo natural de nascimento quanto do de morte.

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diVulgAção

H

á treze anos atuando no Imip, a ginecologista e obstetra Adriana Scavuzzi coordena hoje o Centro de Atenção à Mulher da instituição, além de atuar como conselheira, desde outubro de 2014, do Conselho Federal de Medicina. Nesta entrevista à Movimento Médico, ela fala sobre as principais dificuldades na área obstétrica que é, já há algum tempo, um dos principais gargalos do Sistema Único de Saúde.


Aqui no Imip a gente trabalha muito essa questão da assistência ao parto. Nós temos um setor chamado PPP, um espaço aconchego para pacientes de baixo risco que ficam lá para serem estimuladas ao parto normal. Desde o pré-natal tiramos as dúvidas, mostramos os benefícios do parto normal, a recuperação mais rápida, entre outros fatores. As gestantes visitam esse espaço antes para se sentirem mais a vontade no momento do parto, afinal, diferentemente da rede privada, a paciente faz o pré-natal com um médico, passa na triagem e é atendida por um segundo e termina fazendo o parto com outro. Nós tentamos minimizar esse estranhamento. Tentamos dar prioridade as pacientes que fazem pré-natal aqui para terem seus filhos no Imip. Isso funcionaria de forma perfeita se a gente tivesse controle da nossa demanda. Eu brinco dizendo que é como se nos fossemos dar uma festa. Como você vai dar uma festa na sua casa, servir bem, ter um número de cadeiras certo, de comida, de garçom, se você não sabe quantos vem. Se você está programado para receber 20 e você recebe 50. Pode dar certo uma festa dessa? A gente tenta planejar, garantir, ou melhor, priorizar essa paciente, para que ela tenha seu filho num ambiente que já conhece. Só que muitas vezes elas chegam para ter bebê e eu não tenho vaga.

Quais políticas vocês usam na busca por um atendimento mais humano, nesse momento tão importante para a mulher? Temos estimulado e feito cursos para a inserção das doulas. Muitas vezes, eu acredito que por falta de informação, as pessoas acreditam que elas são parteiras que interferem no procedimento médico. Mas a gente explica que não é assim. No grego, doula é mulher que ajuda mulher. Aqui funciona através das voluntárias. Elas vêm para dar suporte às gestantes numa questão não médica e totalmente diferente da assistência de enfermagem. Vai passar óleo, fazer massagem, ajudar a paciente a tomar um banho, conversar, falar de suas experiências, já que a maioria delas passou por um parto e quer tranquilizar a mãe. As doulas não têm ingerências sobre a parte médica, elas não são parteiras. Muitas vezes a objeção a participação delas e por desconhecimento. Inclusive, o Ministé-

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fotos: reProdução

ENTREVISTA

Não existe parto sem risco, mas você precisa tentar reduzir ao máximo esses riscos. Por isso, nosso centro de parto normal é intra-hospitalar, nós temos todo o suporte tecnológico de uma emergência caso haja algum problema” rio da Saúde estimula a presença dessas mulheres no parto, como sendo um resgate da humanização. Imagina um médico que está cuidando de dez partos normais em andamento, ele vai fazer a parte técnica, mas dificilmente ele poderá parar para fazer uma massagem. Algumas doulas têm sido requisitadas inclusive na rede privada. Nós temos um pequeno panfleto explicando quem é a doula, seu papel. Existem estudos grandes, meta-análises, que mostram que a presença das doulas diminui sensivelmente o número de cesarianas. Então, é uma cosia comprovada como benéfica. Agora ela precisa ser orientada quanto ao seu limite de atuação. Isso faz parte desse resgate da humanização do parto. Não

existe parto sem risco, mas você precisa tentar reduzir ao máximo esses riscos. Por isso, nosso centro de parto normal é intra-hospitalar, nós temos todo o suporte tecnológico de uma emergência caso haja algum problema. Preferimos agora chamar gravidez de risco habitual e não de baixo risco.

E como a senhora vê essa “tendência” atual de um parto domiciliar? A gente não estimula esse tipo de procedimento. O Ministério da Saúde sugere a presença de partos intra-hospitalares e também de extra-hospitalares. O intra-hospitalar são leitos dentro do hospital, mais reservados e privativos onde você tem o estímulo ao parto normal. Eles facultam a existência de centros de parto normal extra-hospitalares, o que acontece em alguns lugares. Mas para isso existem critérios. Esse espaço, por exemplo, teria que estar a no máximo 200 metros de um hospital. Então, isso é muito diferente de você estimular um parto domiciliar. Não se pode confundir centro de parto extra-hospitalar, que tem uma série de requisitos, com normas, com um parto em qualquer lugar ou numa casa de parto. Em obstetrícia minutos são eternidades.

Que ações podem ser feitas, além da já citada pela senhora, para tornar o hospital um local menos inóspito? Aqui, para dar mais conforto a gestante, nós temos feito se cumprir integralmente a lei do acompanhante. Você imagina que as pacientes iam para o hospital ter neném, faziam o pré-natal com uma


pessoa, o parto com outra e ainda tinham que ficar sozinhas. Então, desde 2005, existe a lei que a paciente tem direito a um acompanhante de livre escolha para ficar com ela o tempo todo. Temos buscado cumprir essa lei. No início, isso gerou resistência da equipe, pois era mais gente num espaço já cheio. Mas o tempo mostrou que o acompanhante é um grande parceiro do médico, até para atestar a sua prestação de serviço de forma eficiente, isso para aquele médico que trabalha da maneira correta. É um grande auxílio. Tem alguém ali para confirmar que você fez o que pôde. No início, havia essa indisposição entre as partes, mas hoje temos uma convivência harmônica. Vivemos um processo de fortalecimento do vínculo familiar. O Ministério da Saúde tem alguns programas muito bons, como o que estabelece que o pai não é visita. Não precisa de hora para visitar. Mesmo que ele não seja o acompanhante, tem livre acesso. Temos garantido isso. O Ministério, é preciso que se diga, tem programas muito bons. A Rede Cegonha, por exemplo, da qual fazemos parte, visa melhorar a assistência evitando a mortalidade materna. Essa rede estimula o parto normal, o fortalecimento do aleitamento materno, a presença de acompanhante e da doula. Nossa maior problema e saber o tamanho da festa.

Já que estamos falando da demanda, como se dá a entrada de pacientes no Imip? Temos três portas de entrada. A primeira é porta aberta, a segunda encaminhada pela central de regulação de leito e a terceira é, eventualmente, transferências extra central, prática que não estimulamos, mas que acontece devido aos vários serviços que temos aqui. Na verdade, somos muito procurados para os leitos e partos de alto risco, pois somos referência, mas é preciso destacar que temos cinco leitos de PPP, no nosso Centro de Parto Normal, com rotatividade bem rápida. Podemos chegar a 70 partos normais por mês. No total, com os de alto risco, são cerca de 500 partos por mês.

O Hospital da Mulher que está em construção no Recife vai ajudar nesse fluxo? Vai ser importante? A proposta do hospital é ousada. Mas é importante que se diga que não adianta

A saúde da mulher precisa de muita estrutura. Eu sou uma pessoa por essência otimista. Eu acho que vai melhorar. Apesar dessa contingência política desfavorável, a gente tem que acreditar” ter estrutura bruta, é preciso mão de obra, não só médicos, mas toda a equipe multidisciplinar essencial para o atendimento obstétrico. Um serviço chamado de Hospital da Mulher precisa de muito investimento, porque é algo muito amplo e complexo. Você precisa ter atendimento nas diversas fases reprodutivas, desde a adolescência, entrada da vida sexual, uma fase muito importante, no período reprodutivo propriamente dito, e você ainda tem a fase seguinte, a menopausa, em que a paciente tem outras necessidades. Então, a saúde da mulher precisa de muita estrutura. Eu sou uma pessoa por essência otimista. Eu acho que vai melhorar. Apesar dessa contingência política desfavorável, a gente tem que acreditar.

Como a senhora avalia a situação das maternidades no interior? No interior os municípios não arcam com a responsabilidade de cuidar da sua fatia e terminam sobrecarregando alguns serviços. Nós recebemos muitas ambulâncias do interior com gestantes para procedimentos que não são dos mais complexos. Um serviço bem estruturado poderia fazer. Mas isso também se dá por uma má gestão profissional. Essa bandeira de uma boa gestão profissional é defendida pelo Cremepe e pelo Conselho Federal de Medicina. Faltam recursos, mas muitas vezes nós temos os mesmos disponíveis e o gestor não sabe como solicitá-lo corretamente. Faltam projetos, falta gente competente gerenciando o setor da saúde. Segundo o Conselho Federal, em 12 anos 131 bilhões não foram usados para a saúde e estavam disponíveis. Não é dinheiro que poderia ter sido liberado, já estava lá, mas não foi usado. Nós somos a favor do Saúde mais 10, que visa separar 10% da renda bruta da união para a saúde. Mas temos que exigir dos gestores projetos que possam trazer dinheiro. Já é pouco o recurso que temos e você não sabe buscar. Tem muito isso nos pequenos municípios. Falta de recurso, má gestão e o fato de não priorizarem a saúde. Basta olhar a quantidade de emendas para show.

Muito se fala que sobram vagas para médicos no interior. Por que isso ocorre? Há dificuldade de você conseguir médicos para áreas mais distantes. Mas isso não é por falta de boa vontade do médico, isso acontece, na maior parte das vezes,

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pela falta de estrutura mínima para se atuar nesses locais. Não só estruturais, mas também em termos de contratação. Muitos profissionais são privados dos direitos trabalhistas básicos. Por isso o Conselho Federal de Medicina sugere a criação de um plano estadual de carreira, como os promotores e juízes. Você iria para uma cidade do interior com um bom salário, segurança e sabendo que um dia voltaria para sua cidade natal. Não seria um contrato temporário que depende do gestor do executivo como funciona hoje, sem qualquer segurança.

Em meio a essa discussão sobre o parto normal e a cesariana têm surgido muitas posições radicais e também tem se falado muito sobre “violência obstétrica”. Como a senhora vê esse cenário? A falta de leitos - que também ocorre na rede privada, para as mães que não fazem uma cesariana agendada, e entram espontaneamente em trabalho de parto – leva as gestantes a viverem uma peregrinação. É uma verdadeira via crucis. Então, na realidade, o grande responsável pelo que se chama hoje de violência obstétrica é o próprio sistema. Não há violência maior que uma gestante, num momento sensível como esse, não conseguir encontrar um lugar seguro para ter seu filho. Para mim, isso é a grande violência obstétrica. Também não é correto esse radicalismo comum hoje de que a paciente que fez uma cesariana é menos mãe. Uma vez eu fui corrigida por um grupo de mulheres que são da corrente do parto natural. Eu falei parto cesariano, e elas me corrigiram dizendo que era operação cesariana. Não se pode chamar de parto, segundo elas. O que precisamos é dar autonomia à mulher, esse é o cerne da questão. Isso também em relação ao aleitamento. Sabemos de sua importância e que temos que estimulá-lo, também podem existir problemas. De todo modo esse processo de resgate do parto normal é muito positivo, salvo os radicalismos, tem sido muito.

Hoje as famílias estão organizando verdadeiras festas durante o parto. Alguns hospitais oferecem até salões específicos para isso. Como os médicos veem essa questão? Eu acho que a obstetrícia também passou a ser pouco procurada devido a essa ideia de festa associada ao parto. As pes-

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ENTREVISTA

Podemos chegar a 70 partos normais por mês, no Imip. No total, com os de alto risco, são mais de 500 partos por mês” soas não estão habituadas a um parto que dá errado. Elas têm que saber que todo parto tem risco e pode ter desfechos pouco felizes. Uma paciente não pode ter uma complicação no parto, porque já foram compradas várias garrafas de espumante... É uma festa. As pessoas precisam ter o entendimento de que é um procedimento médico, que sempre existiu e sempre vão existir riscos, independente da diligência do médico e da cooperação da gestante. Nos conselhos, temos percebido que a obstetrícia é uma das especialidades que mais necessitam de judicantes, ou seja, uma das áreas que recebe mais queixas. Quando atuei como conselheira em Pernambuco, a demanda era enorme. No Conselho Federal, onde entrei em outubro, já recebi três processos para julgar. As pessoas não estão acostumadas e não aceitam as intercorrências.

Como a senhora avalia as novas resoluções da ANS para reduzir o número de cesarianas?

Um das propostas é disponibilizar para os pacientes um percentual de cesariana por médico, contendo os números de partos normais e cesarianos dele. Esse boom de cesariana de fato é uma problema de saúde pública, mas essa medida não vai resolver. Você não pode achar que ela possa ter efeito real. Isso vai depender do perfil de atendimento de cada médico. Um profissional que atende mais gestantes de alto risco certamente terá mais cesarinas. Com essa contabilidade, você pode também virar o jogo. O médico pode deixar de fazer uma cesariana necessária para não perder “pontos”. A ANS quer sugerir ainda a utilização do partograma. A Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia sugere o uso desse gráfico, que é uma forma de você ver a curva de evolução do parto. Isso é bem importante numa troca de plantão. Essa visualização gráfica ajuda na assistência. Mas isso não significa que quando ele não existe, o parto foi mal assistido.

O que poderia ser feito para melhorar essa situação crítica do setor obstétrico hoje? Veja a primeira coisa é investimento, precisa de investimento financeiro. Uma ideia é você aportar os 10% dos recursos brutos da união na saúde. Essa conta não é aleatória. Foi feita uma estimativa do que se precisa e se chegou nesse número que seria razoável. Com esse dinheiro seria possível melhorar a estrutura, criar mais leitos. Apesar da construção de novos hospitais o número de leitos não aumenta, pois, ao mesmo tempo, que surgem novos dentro da rede, o SUS descredencia outros. O principal seria conseguir esses recursos. Em paralelo, tem toda essa questão da gestão profissional da saúde. Era muito bom que os gestores fossem realmente profissionais, tivessem visão de projetos, com entendimento do fluxo. Eu não acredito em mudança que não venha através de mais investimento, valorizando o médico, com um plano estadual de carreira. É preciso fazer com que a rede básica dê conta de sua demanda e cumpra sua função. Assim nós, no Imip, não precisaríamos atender em 168% da nossa capacidade. Eu não vejo solução se não passar por isso.


CFM Conselho Federal de Medicina

Notícias do CFM

Carlos Vital*, de Brasília

Canabidiol para tratamento de epilepsia

pré-hospitalares móveis de urgência e emergência, dentre eles os SAMU que atendem os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). A norma estabelece critérios que buscam trazer melhorias na assistência oferecida, beneficiando, sobretudo, os pacientes.

O uso compassivo do canabidiol (CBD), um dos 80 derivados canabinoides da cannabis sativa, foi autorizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para o tratamento de epilepsias em crianças e adolescentes que são refratárias aos tratamentos convencionais. A decisão faz parte da Resolução CFM nº 2.113/2014 que detalha os critérios para emprego da substância com fins terapêuticos no país e veda a prescrição da cannabis in natura para uso medicinal.

Transparência no SUS O quadro de sucateamento e abandono que atinge prontos-socorros e hospitais do país motivou os Conselhos Federal e Regionais de Medicina (CFM e CRMs) a cobrar do Ministério da Saúde e das Secretarias de Saúde transparência nas listas de espera para realização de consultas, exames, internações e, principalmente cirurgias ou serviços especializados de maior complexidade. Em nota divulgada à sociedade, os médicos exigiram das autoridades a divulgação desses dados e anunciam ainda que intensificarão as fiscalizações na rede hospitalar.

Prescrição do canabidiol é limitada

Fluxos e responsabilidades do SAMU Outra importante norma da autarquia publicada recentemente foi a Resolução CFM nº 2.110/2014, que normatiza fluxos e responsabilidades dos serviços

Despedida Adib Jatene reProdução

A Resolução do CFM ainda estabelece que apenas as especialidades de neurologia e suas áreas de atuação, de neurocirurgia e de psiquiatria estão aptas a fazer a prescrição do canabidiol, sendo que os médicos interessados em recomendá-lo devem estar previamente cadastrados em plataforma online desenvolvida pelos Conselhos de Medicina. Os pacientes que realizarem o tratamento compassivo com a substância também deverão ser inscritos no sistema. Esse cuidado permitirá o monitoramento do uso para avaliar a segurança e possíveis efeitos colaterais da medicação.

Médicos de todo o país manifestaram pesar e solidariedade à família, aos amigos e aos admiradores do médico e ex-ministro da saúde Adib Jatene, falecido em 14 de novembro. “O professor Adib Jatene foi um mestre para todos os médicos brasileiros. Seu compromisso com a Medicina e

a Saúde orientou toda sua trajetória, com uma militância ativa em favor da sociedade. Permanece minha gratidão pelo muito que fez. Espero que seu exemplo continue a orientar todos os médicos, pois, como dizia Euryclides de Jesus Zerbini: nada e ninguém resiste ao trabalho”, citou Carlos Vital, presidente do CFM.

Prevenção ao suicídio Para trabalhar em estratégias para prevenir suicídios no país, o CFM promoveu o debate: Suicídio, é possível prevenir? Um olhar da sociedade. O filme Elena – da diretora brasileira Petra Costa – embasou a discussão. Cerca de 120 médicos, psicólogos, estudantes e interessados no assunto compareceram ao auditório do CFM, em Brasília. Com o avanço no debate, a Comissão de Ações Sociais da autarquia pretende trabalhar em campanhas sobre o tema, no próximo ano.

Prevenção ao desaparecimento de crianças Na área de ações sociais, o CFM também colabora para a elucidação de casos de desaparecimento de crianças. Para qualificar as estratégias, representantes da entidade se reuniram, em São Paulo, com a Associação Brasileira de Busca e Defesa à Criança Desaparecida (ABCD), mais conhecida como Mães da Sé. As duas entidades organizam ato público para a Semana Nacional de Mobilização de Busca e Defesa à Criança Desaparecida, de 25 a 31 de março. *Presidente do Cfm.

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CAPA

A força das fiscalizações 10 | MOVIMENTO MÉDICO


Joelli AzeVedo

Atuação do Cremepe em hospitais, postos de saúde, policlínicas e consultórios busca garantir condições para uma boa prática médica, o que beneficia profissionais da saúde e os usuários em geral | Mariana Oliveira*

E

strutura física ruim, espera de duas horas para os resultados de exames laboratoriais, sobrecarga do serviço devido à deficiência no atendimento básico, escala obstétrica incompleta, transporte em ambulância precária, lavanderia em péssimo estado, triagem sem classificação de risco, sala de pré-consulta feita na própria triagem, equipe médica contratada sem férias ou 13º salário, sala de parto sem material para reanimação de adulto. Esses foram alguns dos problemas apontados pelo médico fiscal Otávio Valença em sua visita ao Hospital Regional Júlio Alves de Lira, no município de Belo Jardim, Agreste do Estado. O relatório da visita, realizada em janeiro de 2014, concluía: “A falta de escala e de condições melhores de operação das normas assistenciais conferem à unidade um conceito final ‘D’”. Depois dessa primeira fiscalização, o hospital foi visitado mais duas vezes em 2014, nos meses de maio e outubro. A última terminou resultando na interdição do bloco cirúrgico da unidade, que hoje está passando por uma reforma. Em agosto, numa ação em parceria entre o Cremepe e o Ministério Público, a promotora Ana Clézia Nunes coordenou a assinatura de um TAC (Termos de Ajuste de Conduta), no qual a prefeitura se comprometia a rever os problemas apontados. No mês de dezembro, o Cremepe, representado pelo seu vice-presidente André Dubeux e pelo conselheiro e chefe da fiscalização Ricardo Paiva, e o Ministério Público, na pessoa da promotora Ana Clézia Nunes, juntamente com o representante da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), Jaime Brito, voltaram a se encontrar para discutir a situação da unidade que progrediu muito pouco desde a assinatura do TAC. Segundo o gerente-geral da Apevisa, apenas 18,3% das irregularidades apontadas no relatório de janeiro de 2014 foram corrigidas. O restante, pouco mais de 80%, continua sem solução um ano depois da fiscalização. No que diz respeito às recomendações feitas pela fiscalização da Apevisa, apenas 20% foram cumpridas e sete novas irregularidades foram constatadas. Foi essa situação crítica que levou o Cremepe a discutir, na sua primeira plenária deste ano, a interdição total do Hospital Regional Júlio Alves de Lira. A decisão foi tomada no dia 5 de janeiro, após a apresentação dos últimos dados e da comprovação de que quase nada mudou nos últimos meses. “O hospital não atende às condi-

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A médica fiscal Polyanna Neves diz que 70% das fiscalizações acontecem por pedidos de vários órgãos, e da própria sociedade PRisCilla feRnandes

ções mínimas previstas nos normativos do Cremepe e do Conselho Federal de Medicina”, afirmou o chefe do setor de fiscalização, Ricardo Paiva, que voltou a Belo Jardim, no dia 12 de janeiro, para realizar a interdição ética e sanitária do serviço. Tanto o Ministério Público quanto o conselho esperam que esse bloqueio por tempo indeterminado possa pressionar o poder municipal a tomar as devidas providências para restabelecer as mínimas condições de funcionamento da unidade. O caso do Hospital Regional Júlio Alves de Lima foi apenas um dos vários serviços fiscalizados pelo Cremepe ao longo de 2014 - no total foram 213 fiscalizações na Região Metropolitana do Recife e também no interior. “Este ano, fiscalizamos todas as maternidades públicas, UTIs e emergências. Fomos ainda aos hospitais regionais. Algumas fiscalizações foram, inclusive, indicativas de interdições parciais para solucionar graves problemas de irregularidades”, detalha Ricardo Paiva. A função primordial dos conselhos é a proteção da medicina na sua essência e a fiscalização tem um importante papel para garantir essa questão, que reverbera positivamente para os médicos e também para a população. “Na hora em que você assegura as condições de exercer uma boa prática médica, você está garantindo que a sociedade tenha um melhor atendimento, além de proteger o profissional”, explica o médico fiscal Sylvio Vasconcellos. De modo geral, o Setor de Fiscalização do Cremepe tem a responsabilidade de verificar, nos serviços públicos e privados, a qualidade do atendimento à população, o exercício ético da profissão e o cumprimento de normativos e resoluções do Conselho Regional e do Conselho Federal de Medicina, além das outras normas vigentes. As fiscalizações se baseiam nesses princípios e têm, primordialmente, um caráter educacional. Se todos seguissem e conhecessem as normas, cujo ideário é propiciar condições adequadas de trabalho para o profissional exercer a boa prática da medicina, a maior parte dos problemas não aconteceria. Por isso, esse processo é importante não apenas para o médico, mas para toda a população. Atualmente, o Cremepe conta com três médicos fiscais que atendem tanto

mayRa RossiteR

CAPA

A estrutura física das unidades é sempre observada nas fiscalizações


priscilla fernandes

“Nós trabalhamos com o objetivo de identificar os erros para que sejam corrigidos e, portanto, o risco de falhas seja minimizado ao máximo, o nosso desejo é encontrar tudo certo”, diz Sylvio Vasconcellos

Os médicos fiscais apresentam as normas aos gestores

Região Metropolitana do Recife, como as Unidades do interior do Estado. A médica fiscal Polyanna Neves conta que a demanda é grande e que cerca de 70% das fiscalizações são realizadas por solicitações de órgãos públicos, Ministério Público, judiciário, denúncias de médicos e da própria sociedade. O médico fiscal é, na verdade, o defensor das normas. “Nós trabalhamos com o objetivo de identificar os erros para que sejam corrigidos e, portanto, o risco de falhas seja minimizado ao máximo, o nosso desejo é encontrar tudo certo”, diz Sylvio Vasconcellos. “A fiscalização pode resultar na implantação de sindicâncias, processos éticos-profissionais e pode ter ainda um cunho educativo”, completa a médica fiscal Polyanna Neves. Esses profissionais avaliam o serviço em questão dentro de vários critérios e, a partir do resultado, as unidades são classificadas dentro dos conceitos A (ótima), B (boa), C (regular), D (ruim) e E (péssimo). Essa categorização facilita o trabalho e busca dar certa equivalência às fiscalizações. Em hospitais de grande complexidade, nem sempre é fácil definir um conceito. No Hospital da Res-

tauração, por exemplo, há serviços bem estruturados e outros com muitas falhas. Assim, segundo os médicos, muitas vezes o conceito final não pode ser aplicado a todas as áreas. Outro aspecto importante para ser destacado é que os critérios de avaliação utilizados dependem do tipo de unidade, já que as fiscalizações acontecem em qualquer ambiente onde haja um médico trabalhando, seja um PSF, um consultório, uma policlínica ou mesmo um hospital de grande porte. Segundo Sylvio Vasconcellos, muitas unidades não conseguem definir exatamente seu foco de atuação, a complexidade do seu serviço, e isso dificulta o processo. “Quando chegamos perguntamos: qual o seu objetivo neste serviço. Se ele afirmar que interna pacientes, teremos que verificar se há médico 24h, ainda que só haja um único enfermo. Então, é bem importante que o gestor compreenda seu papel e siga as regras para esse fim”, destaca. A avaliação dos fiscais passa por diversas esferas. Desde o ponto de vista estrutural, vendo a situação física da unidade até as condições de trabalho médico. De acordo com Sylvio Vascon-

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CAPA entrevista

sÍlViO rOdrigues jarbas araújo

presidente do cremepe

“O papel da fiscalização é o de garantir critérios mínimos para o funcionamento da unidade avaliada” Qual a importância das fiscalizações e em que medida elas afetam o dia a dia da população que está em busca de atendimento médico? A fiscalização é um importante instrumento para avaliar se o gestor esta cumprindo o seu papel no investimento em saúde. O relatório vai instrumentalizar as instituições que atuam no controle social, como os conselhos de saúde, o ministério público e a sociedade organizada em geral a exigir o compromisso no aumento e no uso correto dos recursos.

Como o Cremepe avalia, de modo geral, as fiscalizações realizadas ? De forma positiva. Fizemos 213 fiscalizações, distribuídas na região metropolitana e no interior do estado. Várias em parceria com a Vigilância Sanitária e com o Ministério Público Federal e Estadual. Criamos um score para avaliação da unidade fiscalizada. Os resultados insatisfatórios foram encaminhados ao MP e resultaram na convocação dos gestores e diretores técnicos para solução das irregularidades. Infelizmente em 2014, 75% das unidades tiveram avaliação insatisfatórias isso mostra que não houve empenho por parte dos gestores na oferta de uma saúde com dignidade.

Vocês conseguiram identificar melhorias em algum serviço após a atividade? O papel da fiscalização é o de garantir critérios mínimos para o funcionamento da unidade avaliada. A ação resulta, na maioria das vezes, em convocação dos gestores e diretores técnicos dos serviços caso a avaliação não seja satisfatória e o estabelecimento de prazos para adequação. Sempre na tentativa de evitar medidas mais enérgicas com restrição no atendimento ou até a interdição ética da unidade nos casos mais graves. Em 2014, podemos citar o SAMU de Caruaru e o HU de Petrolina como ações efetivas.

Qual seria a recomendação do Conselho para os gestores desses serviços? É papel dos gestores garantir o acesso universal às politicas públicas de saúde, oferecendo serviços com qualidade e equidade a sua população. Infelizmente não observamos esse compromisso nas unidades fiscalizadas pelo conselho, problemas como desabastecimento de insumos e déficit nas escalas são frequentes. Mesmo sabendo que existe um subfinanciamento na saúde publica no país, cabe a gestão garantir o uso consciente do montante destinado por lei, sempre com a participação do controle social, representado pelos conselhos de saúde nas suas decisões.

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cellos, o médico tem que receber de forma digna, ter as retaguardas trabalhistas, horas de trabalho justas e controle no número de pacientes atendidos. “Afinal, há um ditado que diz que um médico cansando não é o bom médico que ele poderia ser. Se um profissional está trabalhando além da capacidade dele, a chance de erro aumenta”, diz. “Acho importante destacar que numa fiscalização deve se observar tanto a presença das tecnologias duras num determinado serviço, como a existência de um termômetro ou de uma tomografia computadorizada, como o acolhimento do paciente, a humanização do atendimento, aspectos mais subjetivos, mas não menos importantes”, complementa o médico fiscal Otávio Valença. As fiscalizações acontecem nas unidades públicas, privadas e filantrópicas. Segundo Sylvio Vasconcellos, por serem os responsáveis pela criação das normas, as unidades públicas deveriam dar o exemplo, afinal se é esse o setor que estabelece as regras deveria ser o primeiro a cumpri-las. Segundo Polyanna Neves, as semelhanças entre as duas redes (pública e privada) ficam quase imperceptíveis quando se visita a rede privada no interior. Usualmente ela não consegue ter a mesma qualidade e infraestrutura do serviço oferecido na capital. Em relação ao interior, o médico fiscal Otávio Valença constata uma situação recorrente. Quanto mais perto da Região Metropolitana do Recife, pior a situação. “Geralmente a proximidade faz com que os municípios da Zona da Mata e do Agreste se acomodem, porque podem rapidamente enviar os pacientes para a capital. Já no Sertão, há uma preocupação maior, pois a distância obriga os gestores a atenderem determinados casos ali mesmo. Vemos esse reflexo nas fiscalizações”. Em muitos casos, os diretores das unidades desconhecem as normas e cabe aos médicos fiscais apresentá-las a eles. Destacando que na verdade elas são as condições mínimas necessárias para o funcionamento do serviço e o seu cumprimento é apenas obrigação. Segundo Sylvio Vasconcellos, alguns gestores argumentam que a ausência de uma determinada substância ou aparelho se dá por sua necessidade ser rara. Porém, para os médicos fiscais essa questão é irrelevante, se as normas apontam que um


joelli azevedo

As fiscalizações podem ajudar a melhorar a situação de médicos e pacientes

serviço desse porte deveria estar apto a prestar certo atendimento. “Um dos comentários que ouvimos sempre é ‘isso é tão raro, esse hospital tem trinta anos e nunca aconteceu’. Mas pode acontecer. E se acontecer, o hospital e os profissionais precisam estar prontos para utilizar. A gente não observa apenas se existe determinado material ou instrumento, mas procuramos saber quem sabe operá-lo, se há um profissional habilitado lá dentro”, detalha o médico, destacando que muitas vezes o serviço tem determinados materiais, mas os mantém trancados numa gaveta com chave, num local de difícil acesso, coisa que não pode acontecer. A existência da fiscalização, em casos como esses, pode levar a unidade a rever sua organização e, num processo que não passa necessariamente pelo gasto de mais verba, tornar seu atendimento mais eficaz. Outro ponto que chama atenção é a falta de organização da própria rede. Enquanto existem hospitais superlotados, sem leitos, com falta de médicos na escala, há outros com disponibilidade. “Em Taquaritinga do Norte, visitamos um hospital onde havia um médico de plantão e apenas um paciente internado, com 50 leitos disponíveis. Ou seja, existem unidades e médicos que não estão

sendo bem utilizados, enquanto outros atendem uma demanda maior do que podem”, comenta Sylvio Vasconcellos.

ÁguA e sABÃO Entre os problemas que mais chamam atenção do médico, está a falta de estrutura para lavar as mão. Ele cita o caso de um PSF que funcionava dentro de um contêiner, em Paulista, sem qualquer condição. “Um espaço de atendimento médico no qual falta pia e sabão para lavar as mãos é algo inadmissível. Há anos se sabe que lavar as mãos evita várias doenças. Também já fui a consultórios onde não havia uma pia”, conta, frisando, ainda, a situação crítica das maternidades, opinião em consonância com o a do médico fiscal Otávio Valença: “Em 15 anos de fiscalização, o que mais me incomoda são os problemas nas maternidades que não são resolvidos”. Para ele, uma das áreas mais críticas atualmente é a saúde mental, já que um paciente com esse tipo de problema não tem muitas opções e sofre bastante para ser atendido num Caps ou mesmo na única emergência psiquiátrica do Recife, a Tamarineira. Já Polyanna Neves diz que o que mais lhe chama atenção nesse processo é voltar a um serviço algum tempo

depois e ver que nada mudou, que tudo permanece igual. A persistência dos problemas após diversas visitas termina dando uma sensação de impotência. Por isso, se faz necessário um empenho de todos para pressionar os responsáveis e garantir o cumprimento das normas. “Nosso objetivo é apontar os erros para que eles sejam resolvidos. No caso da interdição do IML, no Recife, acredito que a fiscalização tenha logrado um resultado palpável. Muitos dos problemas foram resolvidos para que o Instituto voltasse a funcionar”, salienta. Para o chefe da fiscalização e conselheiro do Cremepe, Ricardo Paiva, a situação da saúde no Brasil é muito ruim, não são raros municípios em situação calamitosa, falta verba, falta uma carreira única de profissionais de saúde, raramente as escalas estão completas e também não há lei de responsabilidade sanitária. “O modelo de gestão precisa ser rediscutido, precisamos implementar uma gestão mais eficiente. Chamo a atenção para a necessidade do acolhimento humano que é deficiente tanto no serviço público como no privado”, conclui, mostrando que o setor de fiscalização terá cada vez mais importância nessa busca por uma melhor prática da medicina.

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PATRIMÔNIO

Frevo o ano todo

desde fevereiro de 2014, os pernambucanos e todos que visitam o recife podem conhecer a fundo essa manifestação cultural típica do estado, mesmo fora do período carnavalesco Mariana Oliveira | Fotos: Hans Manteuffel 16 | MOVIMENTO MÉDICO


“N

ão se pode fazer ideia do que era o povo do Recife, solto nas ruas do Recife, após a declaração irreversível do carnaval”. Essa frase de Antonio Maria consegue refletir um pouco no que se transforma a capital pernambucana nos dias de momo. Há pouco mais de um ano, o turista que visitava Pernambuco fora do período de folia não tinha como conhecer esse clima tão fantástico, irreverente e único que é o nosso carnaval e seu ritmo, o frevo. A população da cidade e de todo Estado também não tinha ao seu dispor um espaço onde essa manifestação tão tradicional fosse celebrada, homenageada e pudesse, assim, manter-se muito viva além dos dias de folia. Porém, desde o dia 9 de fevereiro de 2014 (data em que se comemora o aniversário do frevo), foi instalado no Recife o Museu Paço do Frevo, um lugar no qual é possível conhecer a sua história, explorando seus mais diversos aspectos, do musical ao corporal. O Paço do Frevo está situado numa área que pulsa durante o carnaval, a Praça do Arsenal, num prédio tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1998, que abrigou até 1973 a Western Telegraph Company, empresa pioneira na implantação do telégrafo no Brasil. Assim como o Cais do Sertão, o equipamento cultural está vinculado à Prefeitura da Cidade do Recife, mas responsável por sua gestão é uma organização social sem fins lucrativos, o IDG. “Apesar de nós gerenciarmos todo o equipamento, fazendo sua programação, captando recursos, etc, atuamos em parceira com a prefeitura, que está sempre acompanhado o que acontece por aqui”, destaca Maria Garibaldi, gerente de desenvolvimento institucional. A ideia de criar um espaço dedicado ao frevo era antiga na gestão municipal, e foi reforçada pelo reconhecimento do frevo pelo IPHAN como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, em 2007, e da declaração de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, pela Unesco, em 2012. Para tirar o projeto do papel, a prefeitura cedeu o espaço físico e firmou uma parceria com a Fundação Roberto Marinho, que ficou responsável pela concepção e realização de todo o projeto, o qual contou com o patrocínio de diversas empresas. A diretora e cenógrafa teatral Bia Lessa, que tem no currículo a exposição Grande Sertão Veredas, vista na inauguração do Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo, em 2006, ficou encarregada da concepção do espaço, da sua museologia e de sua curadoria. “Nosso intuito na elaboração, foi criar um lugar onde ficasse explícita a participação do povo anônimo, que traz em sua alma as formas erudita e popular na constituição do frevo – frevo este que se desdobram tipos com características variadas, mantendo sempre alto grau de nuance e complexidade”, resumiu Bia Lessa, em sua apresentação. Para dar conta do trabalho, a paulista contou com o apoio de muitos assessores, pesquisadores e agremiações que juntos, em cerca de cinco anos de trabalho, entregaram à população esse centro difusor do ritmo e da cultura pernambucana. “A gente chama de museu, mas nosso entendimento vai além da compreensão tradicional. Nós temos um

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PATRIMÔNIO ambiente muito dinâmico, somos um centro de referência, pois temos a parte expositiva de curta e longa duração, temos as escolas de música e de dança e o centro de documentação”, detalha Maria Garibaldi, lembrando que o lugar conta com uma grade rica de programação semanal. Essa política visa uma maior integração com o espaço, em momentos de experimentação da música e também da dança, entendendo o frevo para além dos estereótipos do passista com uma sombrinha no carnaval – já houve apresentações de frevo rabecado e sanfonado, por exemplo. O Paço do Frevo conta com um estúdio, salas de ensaio estruturadas, e cursos regulares de música e de dança. Agora, no período que antecede o carnaval, serão promovidas diversas oficinas de customização de adereços, cursos pocket de frevo para quem quiser cair no passo, entre outras atrações. A semana do aniversário de um ano também terá atrações especiais, garante Maria Garibaldi. Segundo ela, de fevereiro a dezembro de 2014, o equipamento ultrapassou os 100 mil visitantes. “Tínhamos uma demanda reprimida. Desse total de visitantes, 70% são de pessoas da Região Metropolitana do Recife. Nós nos firmamos como esse espaço de interesse e agora estamos vendo, nas férias, uma forte movimentação de turistas. Vamos investir mais para atrair esse público. Já estamos fazendo um contato muito forte com o trade turístico”, diz. O equipamento cultural trabalha com três linhas gerais: a preservação (com a criação de um centro de documentação que registra toda a história do frevo), a difusão (com a criação de uma agenda de apresentações culturais e exposições que reflitam a relevância do frevo como manifestação cultural) e a formação (com a realização de cursos, seminários e debates). Outra preocupação muito ampla dos gestores e trabalhar pela internacionalização do frevo. Nesse processo, já foram realizados cursos que propunham discutir os diálogos do frevo com outros ritmos como o jazz e o fado. “Neste segundo ano, a gente quer fortalecer o Paço como centro de referência, e lutar pela internacionalização do frevo, dando mais destaque para o seu título de Patrimônio Imaterial pela Unesco. Conseguimos nos firmar como um espaço museal, agora queremos nos fir-

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mar como centro de referência”, destaca Maria Garibaldi. Ela ainda faz questão de lembrar a importante relação do Paço do Frevo com toda a cadeia produtiva dessa manifestação cultural – bandas, orquestras, agremiações... “Para um bloco sair na rua, existe uma grande produção por trás, mas quase ninguém conhece. Nós não existiríamos sem eles. Por isso, trouxemos a comunidade do frevo para dentro do Paço”, conta a gerente, destacando que muitos dos cursos e eventos são realizados com a participação dessas pessoas, valorizando o trabalho delas para além do carnaval.

A VISITA O primeiro impacto do visitante será o próprio hall de entrada. Suas grandes janelas estão sempre abertas, deixando a paisagem da rua entrar, mostrando, ao mesmo tempo, que o maior palco do frevo é a via, a praça, a cidade. Ao cruzar as portas, o espectador vai se sentir

“Queremos que o discurso do povo que faz o frevo, que vive a cidade, esteja presente e seja o fio condutor dos conteúdos que permeiam todo o espaço”, explicou Bia Lessa


Ao lado, o hall de entrada, o coração do frevo. Acima, o prédio que abriga o equipamento, tombado em 1998

envolvido da cabeça aos pés pela multidão de anônimos e de artistas dos mais diversos setores que mantêm o frevo vivo. Nas paredes pintadas de vermelho, numa tentativa de transformar o ambiente no coração do frevo, nomes de compositores, presidentes de agremiações, músicos, passistas e historiadores e pesquisadores, cujos depoimentos aparecem em vídeos em vários monitores espalhados pela sala. Os foliões espremidos no aperto característico do carnaval pernambucano se espalham pelo teto. “Queremos que o discurso do povo que faz o frevo, que vive a cidade, esteja presente e seja o fio condutor dos conteúdos que permeiam todo o espaço”, explicou Bia Lessa. A recepção de fato abraça o visitante, convida-o a entrar e ficar. Lá funciona o charmoso Evoé Frevo Café, onde é possível tomar um café (pernambucano de verdade, o Yaguara, produzido em Taquaritinga do Norte), comer um sanduíche ou um pedaço de bolo e colocar

o papo em dia, ao som do ritmo mais pernambucano de todos. Os pratos e lanches do cardápio dialogam com o frevo, sendo batizados com nomes dos seus principais passos. Comprando o ingresso (que custa R$ 6,00 inteira e R$ 3,00 meia), o visitante vai entrar num estreito corredor que simula o aperto de quem circula pelo carnaval de Pernambuco. De um lado fotos de antigos carnavais, muitas delas do fotógrafo francês Pierre Verger, ampliadas em grandes dimensões. No lado oposto, tem início a linha do tempo do frevo, cujo marco escolhido como início foi o ano de 1900. Pela parede seguem presos pequenos livros com o registro daquilo que aconteceu com essa manifestação cultural, sempre relacionando com os principais fatos sociais e políticos da época. Há aqueles anos em que quase nada aconteceu com o ritmo e outros, como 1907, data oficial da “criação” do frevo, com muitas informações.Essa linha do tempo sai do corredor e se es-

tende para duas salas situadas à esquerda trazendo o registro desses mais de 100 anos de história. As paredes foram pintadas com uma tinta especial, e os visitantes são convidados a pegar os pedaços de giz e adicionar novas informações a essa trajetória.“Aqui a gente trabalha com o conceito de experiência. Propomos vivências da música e da dança, e também contamos com a participação do público para enriquecer ainda mais a história do frevo, escrevendo fatos atuais, ou mesmo relembrando alguns episódios que não estão registrados em nossa linha do tempo”, diz Maria Garibaldi. Mas essa parte temporal, não se resume a isso. No centro de uma das salas, enquanto os anos se distribuem nas paredes, há um grande livro (um livro do tempo) que apresenta ao público toda a raiz cultural do frevo e suas manifestações anteriores a 1900. A cada página passada, além das informações, textuais e ilustrativas, o espectador será presenteado com os acordes de algum frevo.

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diVulgAção

PATRIMÔNIO

Ao lado, a linha do Tempo do Frevo, localizada no térreo. Acima, Maria garibaldi, gerente de desenvolvimento institucional

Essa mostra da linha do tempo, apesar de ser das mais importantes, por registrar o nascimento desse ritmo e mesmo suas primeiras influências, termina tornando-se cansativa para o público que precisa se debruçar sobre cada um dos anuários para encontrar os dados. Ainda no térreo, está situado o centro de documentação, um lugar que acomoda um vasto acervo sobre o frevo, de fundamental importância para qualquer pesquisador. São livros, partituras, objetos, trabalhos e pesquisas acadêmicas que estão a disposição de todos. Segundo Maria Garibaldi, o acervo está em constante formação, sempre recebendo novos materiais, tanto sobre o frevo como sobre outras manifestações populares. Já o segundo andar concentra a maior parte dos espaços formativos: salas de aula de dança e música, estúdio, e o ambiente destinado a rádio online, projeto que deve sair do papel este ano. “Para 2015, temos duas importantes ações. A primeira o lançamento de nossa rádio web, que vai tocar muito frevo e poderá ser sintonizada pela internet. A segunda é a digitalização e disponibilização de todo o nosso conteúdo online. Com essa novidade, um pesquisador que esteja

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em São Paulo, por exemplo, poderá ter acesso a todo o conteúdo informativo que guardamos aqui”, diz a gerente. Nesse mesmo pavimento, está situada a área de exposições temporárias. Atualmente, segue em cartaz a mostra São José – Territórios do Frevo, com curadoria de Hugo Menezes e Carmem Lélis, cuja ideia central é mostrar a relação forte entre esse bairro e o ritmo pernambucano. Na verdade, o que fica bastante claro nesta exposição, em cartaz desde a inauguração, é a forte relação do frevo com o Recife e seus bairros. Um mapa enorme da cidade é apresentado mostrando quais as vias são tomadas pela folia nos dias de momo. Há ainda uma reprodução fiel do Pátio de São Pedro, com um vídeo gravado com seus moradores e frequentadores. “Acredito que o Paço surpreende no todo, na parte estética, mas o principal é essa apresentação do frevo numa relação muio forte com a cidade do Recife. Entendemos o frevo como manifestação cultural, como uma manifestação desse povo, não apenas como um ritmo. A pessoa sai daqui se apropriando ainda mais do frevo, como algo seu. O frevo é Recife, é Pernambuco”, salienta Maria Garibaldi.

A apoteose da visita é, sem dúvida, o terceiro andar. Aqui, novamente a curadoria propõe uma relação muito próxima entre o exterior, a rua, e o espaço expositivo, fazendo mais uma vez essa ligação do frevo com a cidade. A vista é maravilhosa, é possível ver diversos pontos da cidade. Mas o interior também é surpreendente. No chão, num convite ao visitante se ajoelhar e reverenciar, estão os estandartes e flabelos de troças, blocos e clubes tradicionais da cidade. Estão lá o Acho é Pouco e o Bloco da Saudade, por exemplo. Nas paredes, no sentido horário, fotos que registram os primeiros momentos do carnaval no Galo da Madrugada, seus dias de apoteose, e seu encerramento na quarta-feira de cinzas. Não é difícil, e vale o desafio, a busca por um colega folião em alguma das imagens. Além disso, há um grande e divertido glossário, explicando o significado de alguns termos ligados ao frevo e duas salas de vídeos, na primeira uma discussão sobre o frevo enquanto ritmo musical e, na segunda, enquanto dança. Esse espaço convida o visitante a ficar, seja pela vista ou pela riqueza e sensação real de estar em pleno carnaval.


diVulgAção

CREMEPE Conselho Regional de Medicina/PE

Carlos Vital assume Presidência do CFM

Clínico geral é o primeiro pernambucano a exercer a função na autarquia federal

O

médico Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, 64 anos, tomou posse no cargo de presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), em cerimônia realizada em Brasília. Em seu primeiro discurso a frente da Autarquia, Vital relembrou sua trajetória nos últimos cinco anos enquanto 1º vice-presidente da entidade, função em que teve a “oportunidade de contribuir com a transposição de enormes obstáculos erguidos contra as prerrogativas institucionais”. Segundo ele, sua gestão será feita com portas abertas aos médicos e à sociedade, sem qualquer ceticismo ou desânimo. “Serão envidados todos os esforços no confronto de qualquer política ou governante que queira desqualificar os médicos ou agir em detrimento aos seus legítimos anseios e direitos”, asseverou. Clínico geral e pós-graduado em Medicina Ocupacional pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Carlos Vital presidiu o Cremepe de 2005 a 2008 e foi 1º vice-presidente do CFM entre 2009 e 2014, onde coordenou o Departamento de Comissões e Câmaras Técnicas. Neste último período, teve atuação destacada em áreas ligadas ao Direito Médico, Urgências e Emergência e Ensino Médico, entre outras.

“O exercício da Medicina exige compromissos éticos em um único pressuposto, o da cidadania em tempo integral em sua total dimensão da qualidade e no mais elevado patamar da consciência. O CFM e os Conselhos Regionais, com o dever da promoção e a preservação da ética na pratica médica, estão situados no píncaro da devoção à causa pública”, disse. De acordo com o novo presidente, serão enfrentados com altivez e desprendimento todos os desafios aos princípios de esperança, responsabilidade e liberdade na medicina e na vida.

PRIORIdAdES Segundo Vital, no âmbito interno do CFM as decisões serão tomadas com absoluta atenção ao Plenário e à diretoria. Ele ressalta que terão privilégio a doutrina e a fiscalização, “com a intenção de que a disciplina prevista nas normas deontológicas e as reflexões bioéticas sejam cada vez mais consolidadas no ato médico em seu stricto senso, de modo propício ao seu maior enriquecimento com a perícia, a diligência, a humildade e a justiça”. Ao fim de seu discurso, Vital recorreu à citação do escritor Fernando Pessoa para resumir suas propostas de gestão: há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma

do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos. “Faremos a travessia das noites espessas de ciência médica e política conselhal em busca do amanhecer da saúde, da democracia e da meritocracia em nossa pátria”, concluiu. Vital assume o cargo ocupado, nos últimos cinco anos, por Roberto Luiz d’Ávila, que deixa o CFM após 15 anos de atividade conselhal. “Só tenho a agradecer aos conselheiros, funcionários e amigos que fiz nesta casa. Deixo na presidência o amigo mais próximo e querido, aquele que tenho certeza que levará o CFM mais a frente. As vitórias sempre foram compartilhadas, mas assumo as derrotas como sendo unicamente minhas. Alias, digo que são batalhas perdidas e não derrotas, porque derrotado é aquele que desiste. Nós, porém, não desistimos e não desistiremos”, declarou o ex-presidente durante seu discurso. Também foram homenageados durante o evento os conselheiros federais titulares e suplentes que deixaram suas cadeiras. Compuseram a tribuna de honra durante a cerimônia de transição os médicos Pietro Novellino, presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM); Sigisfredo Luis Brenelli, representando Jadete Barbosa Lampert, da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem); Florentino Cardoso, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB); Marcelo Barbisan de Souza, Presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes; Geraldo Ferreira Filho, presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam); Antônio Carneiro Arnaud, Federação Nacional das Academias de Medicina; João Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos de Portugal; e Juan José Rodriguez Sendín, presidente do Conselho Geral de Colégios Oficiais de Médicos da Espanha.

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koelli AzeVedo

CREMEPE Conselho Regional de Medicina/PE

Caravana avalia saúde do trabalhador rural em Pernambuco Ação tem como objetivo verificar as condições trabalhistas e avaliar a saúde dos canavieiros | Assessoria de Imprensa do Cremepe

A

s entidades médicas de Pernambuco — Cremepe e Simepe — concederam coletiva de imprensa, no dia 23 de setembro, para apresentar os dados finais e o relatório da Caravana do Canavial 2014. No ano passado, o projeto teve como objetivo verificar as condições trabalhistas e avaliar a saúde dos canavieiros nas regiões da Mata Norte e Sul. O encontro, realizado na sede do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), no Espinheiro. Além do Ministério Público de Pernambuco e as entidades médicas também participaram da Caravana a Federação de Trabalhadores da Agricultura de Pernambuco (FETAPE) e o Movimento Humanos Direitos (MHUD) representado pelo Pe. Ricardo Resende, um dos integrantes do movimento de combate ao trabalho escravo no Brasil. O projeto foi realizado de 15 a 19 de setembro nas usinas Santa Teresa (Goiana), Olho D’água (Camutanga), Ipojuca (Ipojuca), Trapiche (Serinhaém) e Cucaú (Rio Formoso). Teve como pontos de análises as condi-

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ções nutricionais do trabalhador através do cálculo de IMC, a temperatura ambiente, o fornecimento de água potável e recipientes, o alojamento e a área de vivência (estrutura geral composta por instalações sanitárias fixas ou móveis, locais para a refeição, entre outros), legislação trabalhista e o possível uso de fármacos para estimular a produção. De acordo com a procuradora do Ministério do Trabalho, Débora Tito, as condições de trabalho demostraram um grande progresso. “Vimos através da Caravana a evolução do setor açucareiro, desde a fiscalização de 2006 e o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) de 2009, que cobrou a obrigatoriedade das normas de segurança com Equipamentos de Proteção Individual (EPI), pelas 22 usinas que atuavam na zona Norte e Sul do estado”, explicou Débora. A procuradora informou que não foram encontrados vestígios de trabalho degradante e nem infantil, porém, destaca que ainda há muito para ser feito na melhoria de vida do trabalhador rural.


PetrolinA

diVulgAção

Entidades médicas reivindicam melhorias na saúde do município

A presidência do Cremepe acompanhou a situação do Hospital dom Malan (foto) e também a do Hospital universitário

mAyrA rossiter

A

s entidades médicas de Pernambuco – Conselho Regional de Medicina e Sindicato dos Médicos – estiveram em Petrolina para tratar de duas questões importantes na área da saúde do município: a situação do Hospital Dom Malan (HDM) IMIP e do Hospital Universitário Doutor Washington Antônio de Barros (HU), que passará a ser administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). O contrato entre a empresa e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) foi assinado durante uma reunião em Brasília. “Estamos preocupados em garantir a manutenção adequada do serviço à população nesse período de transição”, afirmou o presidente do Cremepe, Sílvio Rodrigues, durante reunião com o procurador da República do Ministério Público Federal de Pernambuco, Leonardo Cervino Martinelli. No encontro, também estavam presentes o diretor-médico do HU, Emanuel Álvaro Miranda, o vice-presidente do Simepe, Tadeu Claheiros, e o delegado do Cremepe em Petrolina, Joaquim

Bedor. “São 55 cidades que dependem do hospital e hoje contamos com apenas três cirurgiões”, relatou Bedor. A grave situação do HU foi constatada durante fiscalizações do Cremepe pela médica fiscal, Polyanna Neves. “Os problemas apontados anteriormente permanecem e em alguns pontos houve piora do serviço”, afirmou Neves. Em um dos relatórios, a médica destacou o déficit de profissionais, especialmente na anestesiologia, e a falta de insumos essenciais, como vários antibióticos para tratamento de pacientes da Unidade Intensiva de Tratamento (UTI). “Ficamos perplexos quando tomamos conhecimento que estão sendo

usados coletores de urina ao invés do material de Derivação Ventricular Externa (DVE) para procedimentos neurocirúrgicos da UTI, o que é um absurdo”, declarou Sílvio Rodrigues. O presidente do Cremepe também acompanhou de perto a situação dos médicos do Hospital Dom Malan IMIP (HDM), em Petrolina. O déficit nas escalas de plantão e a falta de condições de trabalho pela sobrecarga continuam sendo os principais problemas apontados pelos médicos. Eles reivindicam que seja contratado o quinto plantonista por turno o mais rápido possível. da Assessoria de Comunicação do Cremepe.

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CREMEPE Conselho Regional de Medicina/PE mAyrA rossiter

Mesa debatedora do evento constituída por profissionais de vários segmentos. Abaixo, detalhe do quadro de Manet, O suicídio

CFM debate com sociedade prevenção ao suicídio P

ara trabalhar em estratégias de prevenção ao suicídio, o Conselho Federal de Medicina (CFM) promoveu o debate: Suicídio, é possível prevenir? Um olhar da sociedade, na tarde desta quarta-feira (3), em Brasília. O filme Elena – da diretora brasileira Petra Costa – embasou a discussão, com participação da plateia, com perguntas, depoimentos e comentários. Cerca de 250 médicos, psicólogos, antropólogos, farmacêuticos, estudantes e interessados no assunto compareceram ao auditório do CFM, em Brasília.Com o avanço na discussão, a Comissão de Ações Sociais da autarquia pretende trabalhar em campanhas sobre o tema no próximo ano. Na abertura, o presidente do CFM, Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, alertou que o suicídio é um problema de saúde pública e que, com a participação de todos, pode ser reduzido em suas incidências. “Precisamos de uma sociedade engajada na defesa pela vida e gestores comprometidos com políticas públicas que realmente transformem esse cenário”, defendeu. Para ele, quebrar o preconceito salvará muitas vidas. “Aumentar a conscientização e quebrar o tabu é uma das chaves para alguns países progredirem na luta contra esse tipo de morte”.

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A mesa debatedora do evento foi constituída por profissionais de diferentes formações. O psiquiatra, diretor do CFM e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Emmanuel Fortes Cavalcanti, apontou que diversos fatores podem impedir a detecção precoce e consequentemente a prevenção do suicídio. Por outro lado, segundo o psiquiatra, ainda há um problema de subnotificação, que impede de ter dados e ações do Governo para prevenção. “São muitos casos que chegam às emergências como acidentes de carro, ingestão de remédios, tiros, que não são identificados como intenção de se matar”. Respondendo questionamentos da plateia, Emmanuel Fortes também esclareceu que a genética está na base da doença depressiva, contudo também são considerados o ambiente e o perfil da família para se embasar uma abordagem médica. “O risco de suicídio aumenta entre aqueles com histórico familiar. Mas estes não ocorrem apenas em famílias com históricos de tentativas e atos consumados”. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo. O Brasil é o oitavo país em

número de casos, com 11.821 mortes, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres. O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que a falta de abertura para o debate sobre o tema atrapalha o trabalho de prevenção de novos casos.

CRESCIMENTO ENTRE JOVENS Outro ponto abordado pelos debatedores foi o aumento do suicídio entre os jovens na última década. Hoje no Brasil o suicídio é a terceira principal causa de morte nessa faixa etária (14 a 25 anos). “Em um mundo onde as pessoas são estimuladas a serem competitivas com perfil de vencedoras, inclusive bem retratado nas mídias sociais, o individualismo e a solidão preponderam”, alertou o membro da Comissão de Ações Sociais do CFM e mediador do debate, Ricardo Paiva. Representando o Conselho Federal de Psicologia, (CFP), Marcelo Tavares, se manifestou na plateia sobre os jovens não terem a tendência a ouvirem os adultos. Segundo ele, a aproximação com essa faixa etária é muito complicada, pois “se a abordagem for de forma errada, às vezes, se pode colocar uma ideia que o adolescente não tinha pensado”. Já o debatedor Ricardo Rezende,


padre, antropólogo e professor de Direitos Humanos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontou o aumento também do número de casos nos povos indígenas. Ele relatou a situação da tribo Guarani-Kaiowá, do Mato Grosso do Sul, que teve 684 casos registrados entre os jovens nos últimos dez anos. “A ausência de perspectiva de futuro levaram esses jovens a tirarem a vida”, apontou. Rezende citou a frase: “Quanto mais profunda é a noite, mais cedo é a madrugada” e pediu para que a plateia interpretasse como “a dor tem um limite e não se pode perder a fé e a esperança na vida”.

ABORdAgEM De acordo com os debatedores, todo paciente que fala sobre suicídio tem risco em potencial e merece investigação e atenção especial. “Só o fato de estarmos conversando com alguém que já consegue se expressar já é ótimo. Quantas são as que precisam ser estingadas a abrir uma luz no fim do túnel”, apontou Robert Gellert Paris Júnior, membro do Conselho Diretor do Centro de Valorização à Vida (CVV) e diretor do Befrienders Worldwide, organização que congrega entidades de Prevenção do Suicídio em 34 países de todos os continentes. A cartilha Informando para prevenir, publicada recentemente pelo CFM em parceria com a ABP, coloca que a prevenção do suicídio não se limita à rede de saúde, mas deve ir além dela, sendo necessária a existência de medidas em diversos âmbitos na sociedade, que poderão colaborar para diminuição das taxas de suicídio. “A prevenção do suicídio deve ser também um movimento que leva em consideração o biológico, psicológico, político, social e cultural, no qual o indivíduo é considerado como um todo em sua complexidade”. A íntegra do vídeo Suicídio, é possível prevenir? Um olhar da sociedade estará disponível, na próxima semana, no canal do Youtube do CFM. Assessoria de imprensa do Cfm.

Conselho regionAl de mediCinA do estAdo de PernAmbuCo (CremePe) – PubliCAção de PenAs PúbliCAs Ref. Processo Ético Profissional n.º 53/10 editAl de APliCAção de PenAlidAde de CensurA PúbliCA em PubliCAção ofiCiAl PenA disCiPlinAr APliCAdA Ao mÉdiCo dr. eliAs ArAúJo filho – CremePe 2838 Conselho regionAl de mediCinA do estAdo de PernAmbuCo - CremePe, no uso de suas atribuições que lhe confere a lei n.º 3.268/57, regulamentada pelo decreto n.º 44.045/58, e em conformidade com o acórdão proferido na sessão de julgamento do processo ético-profissional n.º 53/10 realizada no Conselho federAl de mediCinA, em 05/12/2013, vem aplicar ao médico dr. eliAs ArAúJo filho – CremePe 2838, a pena de CensurA PúbliCA em PubliCAção ofiCiAl, prevista na letra “c”, do art. 22, da lei 3.268/57, por ter cometido infração aos arts. 29, 30 e 33 do Código de Ética médica (resolução Cfm n.º 1.246/1988), cujos fatos também estão previstos nos arts. 1º, 2º e 5º do Código de Ética médica (resolução Cfm n.º 1.931/2009). recife, 18 de junho de 2014. Conselheiro silvio sandro Alves rodrigues Presidente do CremePe Ref. Processo Ético Profissional n.º 42/2010 editAl de APliCAção de PenAlidAde de susPensão do eXerCÍCio ProfissionAl Por 30 (trintA) diAs PenA disCiPlinAr APliCAdA Ao mÉdiCo dr. homero rodrigues silVA neto – CremePe 13.526 Conselho regionAl de mediCinA do estAdo de PernAmbuCo - CremePe, no uso de suas atribuições que lhe confere a lei n.º 3.268/57, regulamentada pelo decreto n.º 44.045/58, e em conformidade com o acórdão proferido na sessão de julgamento de recurso em processo éticoprofissional n.º 42/10 realizada no Conselho federAl de mediCinA, em 04/06/2014, vem aplicar ao médico dr. homero rodrigues silVA neto – CremePe 13.526, a pena de susPensão do eXerCÍCio ProfissionAl Por 30 (trintA) diAs, prevista na letra “d”, do art. 22, da lei 3.268/57, por ter cometido infração ao artigo 37 do Código de Ética médica (resolução Cfm n.º 1.246/1988), cujos fatos também estão previstos no artigo 9º do Código de Ética médica (resolução Cfm n.º 1.931/2009). Conselheiro silvio sandro Alves rodrigues Presidente do CremePe Ref. Processo Ético Profissional n.º 61/12 editAl de APliCAção de PenAlidAde de CensurA PúbliCA em PubliCAção ofiCiAl PenA disCiPlinAr APliCAdA Ao mÉdiCo dr. JosÉ guilherme de oliVeirA CAVAlCAnti – CremePe 9.492 Conselho regionAl de mediCinA do estAdo de PernAmbuCo - CremePe, no uso de suas atribuições que lhe confere a lei n.º 3.268/57, regulamentada pelo decreto n.º 44.045/58, e em

conformidade com o acórdão proferido na sessão de julgamento do processo ético-profissional n.º 61/12 realizada no Conselho regionAl de mediCinA do estAdo de PernAmbuCo, em 12/02/2014, vem aplicar ao médico dr. JosÉ guilherme de oliVeirA CAVAlCAnti – CremePe 9.492, a pena de CensurA PúbliCA em PubliCAção ofiCiAl, prevista na letra “c”, do art. 22, da lei 3.268/57, por ter cometido infração ao art. 9º do Código de Ética médica (resolução Cfm n.º 1.931/2009). recife, 30 de julho de 2014. Conselheiro silvio sandro Alves rodrigues Presidente do CremePe Ref. Processo Ético Profissional n.º 19/08 editAl de APliCAção de PenAlidAde de CensurA PúbliCA em PubliCAção ofiCiAl PenA disCiPlinAr APliCAdA Ao mÉdiCo dr. noberto sCoPel filho – CremePe 11.836 Conselho regionAl de mediCinA do estAdo de PernAmbuCo - CremePe, no uso de suas atribuições que lhe confere a lei n.º 3.268/57, regulamentada pelo decreto n.º 44.045/58, e em conformidade com o acórdão proferido na sessão de julgamento do processo ético-profissional n.º 19/08 realizada no Conselho federAl de mediCinA, em 19/02/2014, vem aplicar ao médico dr. noberto sCoPel filho – CremePe 11.836, a pena de CensurA PúbliCA em PubliCAção ofiCiAl, prevista na alínea “c”, do art. 22, da lei 3.268/57, por ter cometido infração aos arts. 29, 38 e 57 do Código de Ética médica (resolução Cfm n.º 1.246/1988), cujos fatos também estão previstos nos arts. 1º, 10 e 32 do Código de Ética médica (resolução Cfm n.º 1.931/2009). recife, 20 de agosto de 2014. Conselheiro silvio sandro Alves rodrigues Presidente do CremePe Ref. Processo Ético Profissional n.º 19/10 editAl de APliCAção de PenAlidAde de CensurA PúbliCA em PubliCAção ofiCiAl PenA disCiPlinAr APliCAdA Ao mÉdiCo dr. edil diAs – CremePe 6.597 Conselho regionAl de mediCinA do estAdo de PernAmbuCo - CremePe, no uso de suas atribuições que lhe confere a lei n.º 3.268/57, regulamentada pelo decreto n.º 44.045/58, e em conformidade com o acórdão proferido na sessão de julgamento do processo ético-profissional n.º 19/10 realizada no Conselho federAl de mediCinA, em 28/05/2014, vem aplicar ao médico dr. edil diAs – CremePe 6.597, a pena de CensurA PúbliCA em PubliCAção ofiCiAl, prevista na letra “c”, do art. 22, da lei 3.268/57, por ter cometido infração ao art. 45 do Código de Ética médica (resolução Cfm n.º 1.246/1988), cujos fatos também estão previstos no art. 17 do Código de Ética médica (resolução Cfm n.º 1.931/2009). recife, 08 de outubro de 2014. Conselheiro silvio sandro Alves rodrigues Presidente do CremePe

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CREMEPE Conselho Regional de Medicina/PE fotos: diVulgAção

Assessoria de Comunicação do Cremepe

Joelli AzeVedo

técnicas deixem de ser intuitivas para ser propositiva” explicou o vicepresidente do Cremepe.

PrisCillA fernAndes

ESEM realiza I Simpósio Pernambucano de comunicação em medicina

O DESAFIO DOS CUIDADOS PALIATIVOS Os serviços de cuidados paliativos do Hospital Oswaldo Cruz (HUOC), IMIP e Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP) realizaram a I Jornada sobre Cuidados Paliativos, na sede do Cremepe, no Espinheiro. O vice-presidente do Cremepe, André Dubeux, abriu o encontro. “O Cremepe se sente honrado com esse evento de um assunto com tanta sensibilidade que são os cuidados paliativos, nós pretendemos interagir mais com a sociedade civil e temos a pretensão de formar uma câmara temática sobre o assunto”, indicou Dubeux. A ideia da câmara é permitir a participação de outros profissionais da área de saúde como fisioterapeutas, fonoaudiólogos, estudantes de medicina, teólogos e outros para que juntos fomentem mais ideias para minimizar o sofrimento dos pacientes que não tem os cuidados paliativos adequados. Após a abertura, a presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), Goretti Maciel, falou sobre as perspectivas dos Cuidados Paliativos na próxima década. Na oportunidade, o acadêmico de medicina do 4º período do IMIP, Alberto Caiabe, trouxe uma pesquisa que visa avaliar as concepções de espiritualidade que o profissional de saúde faz intrinsicamente e como ele pode munido disso atuar na área clinica dele. “A tendência é falar de dor espiritual, de conforto e assistência espiritual e a gente avaliando isso podemos ter ferramentas e instrumentos para chegar nas instituições, de como a gente deve trabalhar isso desde a graduação” explicou o acadêmico.

Cremepe dá posse a membros da câmara técnica de cirurgia torácica Membros da Câmara Técnica de cirurgia torácica tomaram posse na sede do Conselho localizada no Espinheiro. O presidente, vicepresidente e secretário geral do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Sílvio Rodrigues, André Dubeux e José

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Carlos Alencar, respectivamente, deram as honras da casa. Pernambuco é pioneiro na criação da câmara técnica da especialidade. Os cirurgiões que assumiram foram: Mário Gesteira, Bernardo Nicola e Guilherme Vieira. O objetivo das câmaras técnicas é auxiliar o grupo de conselheiros em casos que chegam para a entidade e são específicos de cada especialidade. “Nós esperamos que as câmaras

A Escola Superior de Ética Médica do Cremepe (ESEM) promoveu o I Simpósio Pernambucano de Comunicação em Medicina sobre o valor da comunicação na relação médico/paciente, no Mar Hotel, em Boa Viagem. As discussões estiveram voltadas para a melhor forma de comunicação entre o médico e os pacientes nos momentos difíceis, o valor da comunicação segura e como mediar conflitos. O Simpósio antecedeu o IV Congresso Brasileiro de Humanidades Médicas do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Evento do CFM debate a interface entre arte e ciência em Pernambuco O Conselho Federal de Medicina (CFM) promoveu de 5 a 7 de novembro, em Recife, o IV Congresso Brasileiro de Humanidades Médicas, que teve como tema central “Ciência e Arte”. O objetivo do evento foi fomentar aproximação e maior interface entre a prática médica e os diferentes campos de conhecimento, em especial os que pertencem ao campo das ciências humanas. Durante o encontro, também foram


entregues as Comendas do CFM a personalidades que se destacam no campo das artes, da saúde pública, da responsabilidade social e do ensino médico.

Joelli AzeVedo

Escalas de plantão devem ser completas

Escala de plantão das policlínicas do Recife. Esta foi a pauta da reunião na sede do Cremepe, no Espinheiro. Os diretores técnicos e alguns representantes do corpo clínico da policlínica Amaury Coutinho, Barros Lima e do Ibura se reuniram com a diretoria do Cremepe e representantes da secretaria municipal de saúde. As reuniões periódicas vêm acontecendo há um ano e meio e tem o objetivo de traçar estratégias para a recomposição das escalas. Na oportunidade, as representantes da secretaria Eliane Germano e Cláudia Miranda indicaram a abertura de um concurso público para anestesiologista plantonista, cirurgião geral plantonista, clínico geral plantonista, gineco-obstetra plantonista, neuropediatria, patologista, pediatria plantonista, proctologista, psiquiatria e médico do trabalho. A secretaria informou, através de ofício, que também pretende abrir o concurso para neonatologistas.

Cremepe sedia o I Seminário sobre Saúde da População Carcerária O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) sediou o I Seminário sobre a população carcerária, no Espinheiro. Na abertura do evento, o presidente Sílvio Rodrigues ressaltou o papel do Conselho. “Nessa gestão o principal foco é a fiscalização. O papel do Conselho é promover discussões sobre situações importantes na área

COMISSÃO DO CFM SE REÚNE COM ONG MÃES DA SÉ PARA TRATAR DE PREVENÇÃO AO PROBLEMA O Conselho Federal de Medicina (CFM) colabora para a elucidação de casos de desaparecimento de crianças. Para qualificar as estratégias, a Comissão de Ações Sociais do CFM se reuniu em 21 de novembro, em São Paulo, com a Associação Brasileira de Busca e Defesa à Criança Desaparecida (ABCD), mais conhecida como Mães da Sé. As duas entidades organizam ato público para a Semana Nacional de Mobilização de Busca e Defesa à Criança Desaparecida, de 25 a 31 de março. O descaso das autoridades sobre o desaparecimento de crianças foi o tema abordado durante o encontro. Para o integrante da Comissão do CFM e conselheiro do Cremepe, Ricardo Paiva, todos podem colaborar tanto na recuperação dessas crianças quanto também na prevenção dos sumiços. “Não podemos esperar que aconteça com nossas famílias para tomarmos atitude. E nós, médicos, podemos colaborar bastante, pois em algum momento elas podem passar em consultórios para tratamentos de saúde”.

da saúde, como por exemplo, o caso da tuberculose nos presídios, agravado pelo acúmulo de pessoas”, afirmou. E completou: “Estamos de portas abertas para receber qualquer demanda, de qualquer cidadão. Sejam oriundas de ONGs ou de entidades prisionais, o Cremepe irá fiscalizar para combater qualquer tipo de irregularidade”.

Entidades médicas se reúnem em Ouricuri O presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), Sílvio Rodrigues, se reuniu com os médicos do Araripe, na sede da ONG Caatinga, em Ouricuri. O objetivo do encontro foi discutir as estratégias de ação para 2015. Médicos de Araripina e Ouricuri, além das representações

locais do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) estiveram presentes no encontro. “Temos a ideia de capacitar os representantes das entidades médicas da região através de atividades científicas e fiscalizações, além de fazer treinamentos da parte judicante. O entendimento da gente é deixar mais próxima à sede das suas regionais”, indicou o presidente. Assim, ficou acordado que em 2015 serão agendados atividades científicas relacionadas a conduta médica e o cronograma de fiscalizações da região. Outra sugestão, foi trazer uma representação da Associação Médica de Pernambuco (Ampe). O diretor do Simepe, Adalto Rodrigues, sinalizou a marcação de uma Assembleia dos médicos para negociação salarial.

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fotos: AssessoriA simePe

SIMEPE Sindicato dos Médicos de Pernambuco

Reunião discute melhorias para o Hospital Geral de Areias diversos problemas foram discutidos, entre eles, ameaça física aos médicos | Natália gadelha

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vice-presidente e a secretária geral do Simepe, Tadeu Calheiros e Claudia Beatriz, respectivamente, estiveram reunidos com os gestores do Hospital Geral de Areias para discutir sobre o setor de pediatria da unidade de saúde. Entre os problemas apontados estão: déficit da pediatria em atender a demanda excessiva de pacientes; a ausência de classificação de riscos, longo tempo de espera para atendimento, exposição dos profissionais que constantemente são agredidos e ameaçados no setor de emergência, a porta de entrada ser única para clinica médica

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A gestão sinalizou que já está em diálogo com a Secretaria de Saúde para recomposição dos plantões e pediatria, além da falta de medicamentos e insumos. Durante os problemas apresentados a gestão respondeu que já está no

diálogo com a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) para recomposição das escalas de plantão. O Simepe solicitará oficialmente o número de atendimentos e internamentos do serviço dos últimos três meses, para conferir se respeita a resolução do Cremepe e solicitará a presença de feristas para evitar desfalques nas escalas de plantão. A gestão informou que está normalizando o abastecimento de assistência farmacêutica e que ocorreram alguns problemas que já foram solucionados. Além de garantir que nos próximos 60 dias estará implantado a recepção climatizada, acomodações dos pacientes em espera, além de reordenação do fluxo.


Encontro de integração com formandos de medicina

Almoços realizados pelo simepe visam à integração das turmas e debates sobre a profissão | luciane Rodrigues

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ormandos do curso de medicina da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e Universidade de Pernambuco (UPE) participaram de um almoço realizado pelo Sindicato dos Médicos(Simepe). O objetivo foi promover a integração das turmas e debater sobre os desafios da profissão. Os novos médicos foram recebidos pelo vice-presidente do Simepe, Tadeu Calheiros, e a secretária geral, Claudia Beatriz. Na ocasião, os representantes do Sindicato abordaram assuntos de interesse da categoria, ideologias, a importância da união da classe e fizeram menção ao desgaste da imagem e da valorização da profissão provocado pelo Governo Federal nos últimos anos. Representando os concluintes, Bruno Dias (UPE) e Renata Oliveira (UFPE), entregaram uma placa ao vice-presidente, em homenagem e

Representando os concluintes, Bruno Dias (UPE) e Renata Oliveira (UFPE), entregaram uma placa ao vicepresidente do Simepe agradecimento ao Simepe por todo apoio recebido. “O Sindicato nos estendeu a mão em um momento difícil e mostrou muita força de vontade em querer fazer algo por nós. Essa confraternização é prova disso”, finalizou Bruno Dias.

ESTudANTES dA FPS Formandos do curso de medicina da Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS) participaram de uma feijoada realizada pelo Sindicato dos Médicos (Simepe). O objetivo foi discutir o futuro da profissão médica e confraternizar aproveitando a conclusão do curso. Na ocasião, o vice-presidente do Sindicato, Tadeu Calheiros, abordou assuntos de interesse da categoria, ideologias, a importância da união da classe e da valorização da profissão. A formanda Marília Neves agradeceu pelo momento de aproximação. “Quero agradecer ao Simepe por esse momento de aproximação com os novos médicos de Pernambuco. O Sindicato que é uma referência muito importante na vida profissional da gente”, enfatizou.

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thAÍs ArrudA/diVulgAção

SIMEPE Sindicato dos Médicos de Pernambuco

Entusiasmo e rock contagiaram a Festa do Médico evento comemorou 83 anos de fundação do sindicato | Chico Carlos

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ais uma vez os médicos de Pernambuco comemoram em grande estilo o Dia do Médico. A festa realizada pelo Simepe, reuniu os profissionais no Chevrolet Hall. As bandas U2 One Love, Allegro Coral e Orquestra, Move Over e Rock Boxx se encarregaram de garantir a animação da noite, com muita energia. A banda Move Over, conhecida por participar recentemente do programa “Super Star”, da TV Globo, abriu a festa ao som de rocks internacionais e nacionais. Fundada em 2003, a Move Over é considerada uma das principais bandas em atividade do estado de São Paulo,

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formada por Leandrinho (bateria), Arley Wood (baixo), na guitarra Gabriel Benjamim e Adriane Santana (voz) esbanjou carisma e voz poderosa que contagiaram a plateia.

MúSICA dE AlTA QuAlIdAdE Em seguida, o momento mais esperado da festa, a apresentação U2 One Love e Orquestra & Coral Allegro, que impressionou a todos com a excelente performance, entusiasmo e interpretações de alta qualidade. Homenageando a banda irlandesa U2, considerada por milhões de pessoas em todo o mundo como a maior banda de rock de todos os tem-

pos, surgiu o espetáculo que já circula em todo o País. Uma apresentação consistente que enfileirou os grandes sucessos da banda internacional, mesclando sonoridade, ritmo e harmonia, através de músicos paulistanos: Bono – Sérgio Gonçalves (Vocal, Violão e Gaita); Adam Clayton – Leonardo Ciotti (Baixo e Vocal);Larry Mullen – Fabio Meneghin (Bateria e vocal) The Edge – Leandro Bortoletto (Guitarra, Piano e Voz), além de Renato Misiuk, regente da Orquestra & Coral Allegro. O presidente do Simepe, Mário Jorge Lôbo, saudou aos médicos e comentou que a festa era mais um momento de


Simepe denuncia entidades hospitalares ao MTE e MPT

AssessoriA simePe

segundo a entidade, empresas desrespeitam jornada de trabalho dos médicos | Natália gadelha

confraternização, alegria e descontração pelo dia do Médico (18 de outubro), como também pelo aniversário da entidade sindical que completou 83 anos de fundação no último dia 14. “A festa é para os colegas desfrutarem uma noite especial, alegre, divertida, onde as vertentes do rock se fazem presentes. O fato da festa ter sido comemorada com bandas de rock é, na verdade para homenagear às raízes desse gênero que não pode ser definido em única palavra. Apesar de ser a música por excelência da juventude, não é exclusiva dela, porque muitos dos seus intérpretes ultrapassam os 40 anos e fazem a diferença quando estão no palco”, enfatizou. Por fim, foi a vez da Rock Boxx fazer o Chevrolet Hall vibrar ainda mais. O resultado foi uma apresentação agradável com ótima sinergia entre os músicos e o público presente. A banda apresentou influências musicais baseadas nas mais variadas vertentes do rock internacional, deste os anos de 1960 até a atualidade, garantindo-lhe uma boa bagagem musical.

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Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) através da Defensoria Médica, protocolou denúncia no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e Ministério Público do Trabalho (MPT), contra a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH),IMIP Hospitalar, Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (IPAS), Fundação Manoel da Silva Almeida, Santa Casa de Misericórdia, Hospital Tricentenário, Fundação Altino Ventura, Sociedade Pernambucana de Combate ao Câncer e Associação de Proteção a Maternidade e Infância de Surubim. De acordo com o Simepe, essas entidades desrespeitam flagrantemente a jornada de trabalho dos médicos. A entidade assinalou que os médicos têm direito a uma jornada de trabalho especifica, bem como a intervalos de descanso e refeição. No entanto, os profissionais médicos lotados nas UPAS, UPAEs e Hospitais, geridos por essas entidades/funda-

Além dessas denúncias, o Simepe vai propor uma Ação Civil Coletiva, através da Defensoria Médica, cobrando todos os direitos dos médicos ções, não têm sequer o intervalo para refeição, em alguns casos nem há um intervalo entre as jornadas. Além da não concessão dos intervalos, essas entidades também não estão pagando horas extras, o que configura-se num total desrespeito para com os direitos básicos trabalhistas. Além dessas denúncias, o Simepe vai propor uma Ação Civil Coletiva, através da Defensoria Médica, cobrando todos os direitos dos médicos (as) trabalhadores (as).

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fotos: AssessoriA simePe

SIMEPE Sindicato dos Médicos de Pernambuco

Concurso Público: Recife contratará mais 152 médicos medida faz parte das reivindicações da categoria, defendida pelo sindicato | Natália gadelha*

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Simepe considera positiva a realização do concurso público um avanço dentro do cenário da saúde pública municipal. A medida faz parte das reivindicações da categoria, defendida pelo Sindicato durante as negociações com a gestão. Estão abertas as inscrições para a contratação de 152 médicos (com 10% destinado a pessoas com deficiência) da Secretaria Municipal de Saúde do Recife. As vagas são para profissionais de 16 especialidades, entre elas clínico geral, ginecologia obstetrícia, psiquiatra, pediatra e cirurgião geral. Os profissionais aprovados no certame vão trabalhar nas redes de atenção básica, de especialidades, de urgência e emergência, e materno-infantil. “A contratação de mais médicos é necessária porque estamos em uma fase de ampliação da rede de atenção básica à saúde, com a criação das Upinhas Dia e Upinhas 24 horas. Também

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vamos reforçar as escalas de plantão e colocar mais médicos especialistas”, afirma o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia. O concurso será realizado em duas etapas: prova escrita e de títulos. O exame acontecerá no dia 1º de março deste ano. A remuneração varia. Os médicos que vão trabalhar 20 horas semanais ganharão R$ 4.657,75 (vencimento base), mais adicional por desempenho de equipe (variável). Para os médicos

A prova será realizada no dia 1º de março deste ano e dividido em duas etapas: prova escrita e de títulos

plantonistas (24 horas), além do vencimento base e adicional de desempenho, acrescenta-se a gratificação de plantão no valor de R$ 2.454,10. Já os profissionais que vão atuar no Programa de Saúde da Família (PSF), com 40 horas semanais, receberão o vencimento base de R$ 9.315,50, mais adicional por desempenho de equipe (variável) e gratificação no valor de R$ 1.674,35.

INTERNET O resultado final do concurso será divulgado no dia 20 de março. O edital foi publicado no Diário Oficial do Município, no último dia 13 de dezembro. Atualmente, a rede pública de saúde do Recife conta com 1.195 médicos. De 2013 até agora, 1.130 trabalhadores da área foram nomeados, entre médicos, agentes comunitários de saúde e agentes de saúde ambiental e de controle de endemias. *Com informações adicionais do JC.


Médicos e HAM buscam soluções de problemas da maternidade

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epresentantes do Simepe e da diretoria do Hospital Agamenon Magalhães (HAM) estiveram reunidos para falar sobre as denúncias do corpo médico da maternidade do HAM em relação a superlotação da sala de parto que vem trabalhando com o triplo da sua capacidade, devido ao fe-

chamento de enfermarias de gestação patológica e do alojamento conjunto, em consequência do déficit de recursos humanos. A direção do HAM respondeu que, a partir de novembro, o problema seria amenizado com o retorno de profissionais à escala de plantão,

além da nomeação de novos profissionais para a obstetrícia e neonatologia. De acordo com a direção do hospital, a superlotação resultou da restrição dos serviços de alto risco no último mês, provocando uma maior demanda de pacientes que o normal.

Médicos da UPA 24h de Caruaru seguem exemplo M

édicos vinculados à UPA 24h de Caruaru, sob a coordenação da Diretoria Regional do Simepe, estiveram reunidos no auditório da Sociedade de Medicina onde discutiram sobre contratos de trabalho, perdas salariais e reduções de gratificações, além da superlotação da unidade que tem portas abertas e poucas salas para o atendimento da demanda, com uso de classificação de risco inadequada. Aprovada por unanimidade a proposta de denúncia ao Ministério Público de Pernambu-

co (MPPE) e o ajuizamento de ação no Ministério Público do Trabalho (MPT). Serão juntadas à ação as cópias de contratos, contracheques e fichas financeiras dos médicos lotados na unidade. Uma nova Assembleia Geral será marcada nos próximos dias. Os profissionais discutiram ainda as Resoluções recentes do Conselho Federal de Medicina (CFM) de números 2077 e 2079 de agosto de 2014 e 2110 de setembro de 2014 todas referentes ao atendimento

médico. A condução dos pacientes de UPA, e hospitais de urgência e o transporte da rede que passa a ser de responsabilidade exclusiva das unidades e não do Samu. De acordo com às Resoluções, a responsabilidade ficará por conta dos diretores de fluxo, diretores técnicos e diretores administrativos pela sua execução, para que o médico possa exercer a medicina no plantão e não questões administrativas (burocráticas). Uma nova Assembleia Geral será marcada pelo Simepe.


AMPE Associação Médica de Pernambuco

AssessoriA AmPe

Helena Carneiro Leão é a nova presidente da AMPE

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o dia 4 de novembro do ano passado, tomou posse a nova diretoria da Associação Médica de Pernambuco para o período de 2014/2017, tendo como presidente a Dra. Helena Maria Carneiro Leão, em solenidade prestigiada pelas entidades médicas locais e nacionais. Compuseram a mesa a Dra. Silvia da Costa Carvalho, então presidente da instituição, Dra. Helena Maria Carneiro Leão, presidente eleita, Dr. Carlos Vital, presidente do CFM, Dra. Jane Lemos AMB, representando o Dr. Florentino Cardoso Filho, Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Dr. Silvio Rodrigues, presidente do Cremepe, Dra. Maria de Lourdes David representando o Simepe, Dra. Ana Albuquerque, Secretária de Saúde de Pernambuco, e Dr. Jailson Correia, Secretário de Saúde da PCR, representando o Prefeito Geraldo Júlio, da cidade do Recife. Dando continuidade aos trabalhos da Assembleia que se iniciou no dia 30/10, ficando em caráter permanente até a posse da nova Diretoria eleita, também compuseram a mesa o Dr. Gentil Porto e a Dra. Norma Maranhão,

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poema, “O que dizem as estrelas”, de autoria de Dom Helder Câmara. O presidente do CFM, Dr. Carlos Vital ressaltou a determinação da nova presidente para com a AMPE, rememorando sua dedicação à frente das lutas pela classe médica enquanto presidente do Cremepe. “Tenho certeza que ela continuará a construir pontes”, finalizou Vital, ressaltando as qualidades da nova gestora. Conheça um pouco das perspectivas da nova presidente da AMPE, Dra. Helena Carneiro Leão. sendo eles responsáveis por dar posse aos 43 integrantes da nova diretoria. Em discurso de despedida, a Dra. Silvia da Costa Carvalho, presidente no período 2011/2014, falou sobre os problemas enfrentados pela classe médica, e ressaltou a importância da Associação em seu papel social e histórico para com a saúde. Ainda lembrou dos ex-presidentes, e reforçou a ideia de continuidade do projeto a ser seguido na instituição. “Manteremos a determinação de lutar pelos nossos objetivos”, reforçou Silvia ao falar dos desafios da classe médica. A Dra. Helena Carneiro Leão em seu primeiro discurso como presidente da AMPE abordou a importância da união entre as entidades médicas do Estado, e falou sobre sua primeira participação na Associação em 2002. Ao buscar as palavras de Maciel Monteiro, primeiro presidente e fundador da AMPE, reforçou seu compromisso com os objetivos da entidade, e da constante capacitação do profissional de saúde e participação dos mesmos, seja na cultura, política ou ciência. “Lembrar o passado, viver o presente e buscar o futuro”, reforçou. Helena encerrou seu discurso com o

AMPE “Ao assumir a Presidência da Associação Médica de Pernambuco, logo após processo eleitoral, ressaltamos a importância de cada vez mais, divulgarmos a visão dos médicos, das suas representações, para que tenhamos nas diretrizes, a manutenção em defesa de uma assistência a saúde digna e justa para todos os Pernambucanos, no novo tempo que se anuncia, e como dito em nosso discurso em momento da posse, sem jamais desistirmos dos nossos princípios, da nossa esperança, buscaremos o engrandecimento desta Associação que será, de todos os médicos e da sociedade pernambucana, para que seja o ancoradouro e guarda das manifestações culturais, científicas e políticas do médico, na manifestação de sua inteligência e cultura, possibilitando a divulgação de seus pensamentos e ideias.” Dra. Helena Carneiro Leão


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fotos: diVulgAção

AMPE Associação Médica de Pernambuco

“A violência contra a mulher decorre das desigualdades de poder” Por Antonio gomes Entrevistada: Jane lemos* “A não violência e a covardia não combinam. Posso imaginar um homem armado até os dentes que no fundo é um covarde. A posse de armas insinua um elemento de medo, senão mesmo de covardia.” (Gandhi).

Como podemos conceituar a Violência? A violência é um fenômeno sócio-histórico, que acompanha a humanidade, tendo como exemplo o mito-biblico Caim x Abel – disputa fratricida. Pode ser conceituada como: “fenômeno complexo, representado por ações e omissões humanas realizadas por indivíduos, grupos, classes, nações, numa dinâmica de relações, ocasionando danos físicos, emocionais, morais e espirituais a outrem. Possui ra-

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ízes profundas, estruturais e diversas formas de expressão: agressões físicas, sexuais, psicológicas, institucionais, atingindo todos os grupos populacionais” (Minayo e Souza).

Quais os tipos de violência podem ser enumerados e entre eles aqueles que às vezes não são identificados como violência? Podemos agrupá-los como: VIOLÊNCIA CONTRA SI (suicídio, auto-inflação); VIOLÊNCIA INTERPESSOAL: INTRAFAMILIAR E COMUNITÁRIA: Violência Doméstica que ocorre entre os membros da família; trabalho/escravo/crianças; violência urbana (transito, assaltos, transito...), VIOLÊNCIA COLETIVA: ataque terrorista, guerra etc. VIOLÊNCIA ESTRUTURAL: trata-se

de violência sistêmica fruto, não de ato violento isolado, mas, de um sistema social que não propicia oportunidades iguais aos seus membros com consequências como pobreza, miséria, abandono etc. Entre situações não são identificadas habitualmente como violência cita-se entre as violências psicológicas: as atitudes de discriminação e segregação entre irmãos (“o patinho feio”) e de rejeição em relação a determinado filho. E ainda a Síndrome do Bebê Sacudido: onde o estado mórbido é caracterizado por conjunto de sinais associados à condição clinica susceptível de despertar reações de tremor e insegurança. Isto ocorre, quando a criança, um lactante, é severa ou violentamente sacudido, na maioria das vezes pelos pais, causando lesões com sequelas são detectadas ao longo da


vida, por distúrbios de aprendizagem ou no comportamento.

A forma como abordamos tão “naturalmente” as formas de violência têm cooperado para a banalização e consequentemente uma não culpa em praticá-la? A violência tem constituído temas de constantes debates, pesquisas e no cotidiano há uma profusão de noticias invadindo nossas vidas, com grande intensidade, de forma cruel, sendo muitas vezes cultuada pelos meios de comunicação. Por outro lado temos que considerar como de extrema importância o aspecto educativo tanto no campo familiar como nos órgãos educativos. È fundamental que seja bem delimitados os limites de ações de cada um, tanto pelos pais como pelos órgãos educativos e todos os níveis.

A mudança na geografia das cidades beneficiou o aumento dos crimes, visto que as pessoas acabaram por se isolar em suas casas e perder o contato com o próximo?

O aumento generalizado da violência acarretou uma mudança na geografia e arquitetura das cidades, tendo as pessoas procurado se isolarem em espaços fechados (Condomínios), gradeados, com serviços de segurança e controle de circulação das pessoas, proporcionando um distanciamento nas relações interpessoais. Fomenta-se a difusão do que pode ser chamada Geografia do medo e da insegurança. No entanto, estudos demonstram que a violência não tem declinado em seus índices, mas, que havido um processo de desconcentração territorial tanto na mesma cidade como em deslocamentos para outras Cidades e Estados. Ou seja, capitais brasileiras que tinham alta incidência de crimes, tiveram sua situação modificada com deslocamento dos altos índices para outra capital com deslocamento na posição.

Como o constante estado de alerta decorrente de situações de violência podem acarretar problemas de saúde, como por exemplo, Transtornos Mentais? O indivíduo que é submetido a um trauma intenso e muitas vezes prolongado pode desenvolver sintomas diversos na área emocional, dependendo de vários fatores inclusive individuais. Citamos como exemplo o Transtorno de Estresse Pós Traumático (TEPT) decorrente de experiência traumática, ameaçadora ou catastrófica (sequestro, estupro, acidentes graves, catástrofes naturais, campo de combate etc.). Os sintomas são: Recordação Aflitiva do Trauma (lembranças intrusivas e recorrentes); Comportamento de Evitação/ Distanciamento do trauma (evitar estímulos que possa desencadear o ciclo de revivescência), e Hiperestimulação Autonômica (excita-

ção do SNA, irritabilidade, acessos de raiva, explosividade, insônia, estado de alerta, hipervigilância etc.) Requer tratamento com Psiquiatra.

Como a violência contra a mulher se insere neste contexto onde a violência parece ser rotineira? Antes de tudo, assinalamos que a Violência Doméstica é um problema que atinge indiscriminadamente mulheres, crianças, adolescentes e idosas em todo o mundo. Decorre, em sua maioria da desigualdade nas relações de poder. Quanto a Violência contra a mulher, a OMS destaca com um problema global de proporções epidêmicas, apontando que 35 % de todas a mulheres sofrem de atos de violência seja do parceiro ou fora da relação. As consequências da agressão podem ser tanto transtornos físicos como mentais, podendo citar-se: Morte e lesões físicas, Depressão, Problemas de uso de álcool, infecções de transmissão sexual, gravidez não desejada, abortos etc.

No campo da saúde, que papel os profissionais podem contribuir no caso de violência contra a mulher? Os profissionais de saúde tem um papel crucial no sentido de identificar as consequências de transtornos físicos e/ou mentais, por ocasião do atendimento as vitimas da violência contra a mulher. Destacando que existe com frequência dificuldade de vítima de relacionar com a agressão sofrida, apesar dos dispositivos e serviços específicos sobre a questão. A organização Pan-americana de Saúde (OPAS) estabelece planos e diretrizes nacionais de prevenção e controle da violência contra as mulheres, O Ministério da Saúde conta com o SINAM – Sistema de Informação de Agravos de Notificação, sendo de notificação obrigatória todos os casos de suspeita ou confirmação de violência contra criança e adolescentes (ECA) e violência contra a mulher também obrigada por legislação especifica. *Jane maria Cordeiro lemos. médica Psiquiatra – especialista pela Associação brasileira de Psiquiatria. diretora de Comunicação da Amb – secretária geral da AmPe e Conselheira do CremePe.

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FECEM Federação das Cooperativas/PE

Cooperativas A Federação das Cooperativas de Especialidades Médicas de Pernambuco – FECEM, fundada em 01 de junho de 1996, promove a integração e o fomento do Cooperativismo Médico entre os mais de 1000 profissionais congregados em suas cinco cooperativas, Copepe, Copego, Coopecir, Coopeclin e Coopecárdio. Contato: email: fecem.pe@ig.com.br, fone: (81) 2125-7461. Diretoria Executiva FECEM: Presidente: Dr. Amaro Gusmão Guedes Diretora Administrativa: Dra. Analíria Moraes Pimentel Diretor Financeiro: Dr. Mauro Pedro Chaves Sefer A Cooperativa de Serviços Médicos Pediátrico de Pernambuco, COPEPE, foi fundada em 1995, e atualmente conta com 108 cooperados atendendo a mais de 25 convênios, e abrange as seguintes especialidades: Adolescente (Hebiatria), Alergologia e Imunologia, Cardiologia, Clínica, Endocrinologia, Infectologia, Neonatologia, Neuropediatria, Pediatria Clínica. Contato: email: copepe@uol.com.br, Fone: (81) 2125-7466. Diretoria COPEPE: Diretor Presidente: Dra. Analíria Moraes Pimentel Diretor Administrativo: Dr. Walmir Leonardo Pinheiro da Silva Diretor Financeiro: Dr. Armando José Franco Teixeira Fundada em dezembro de 1993, a Cooperativa dos Médicos Cirurgiões de Pernambuco, COOPECIR, conta hoje com mais de 600 médicos cooperados, todos altamente especializados para que garantam a qualidade do serviço prestado pela cooperativa a usuários de mais de 20 convênios. Os profissionais antes de se associarem, são rigorosamente avaliados, e durante sua permanência na entidade são permanentemente acompanhados para que a excelência no serviço seja mantida. Contato: Email:

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coopecir@coopecir.com.br, Fone: (81)3034-4074. Diretoria COOPECIR: Presidente: Dr. Antônio Marco de Albuquerque Tesoureiro: Dr. Antônio Barreto de Miranda Administrativo: Dr. Alberico Dornelas Câmara Junior Cooperativa dos Médicos Ginecologistas e Obstetras de Pernambuco (COOPEGO) foi criada em 1993 e tem como objetivo incentivar a Ginecologia e Obstetrícia em Pernambuco. Seus mais de 200 cooperados prestam serviço a 34 convênios com qualidade garantida pela cooperativa que só aceita novos associados após criteriosa avaliação. Contato: email: copego@ copego.com.br, Fone: (81) 2125-7481. Novo Convênio - Petrobras - Petróleo Diretoria COPEGO: Presidente: Dr. Paulo Roberto de Andrade Secretário: Dr. Vamberto de Oliveira Maia Tesoureira: Dra. Aspásia Pires A COOPECLIN, Cooperativa de Trabalho dos Médicos de Especialidades Clínicas de Pernambuco fundada em 1996 tem atualmente mais de 250 cooperados que atendem a 31 convênios abrangendo 17 especialidades distribuídas em sete áreas de atuação. Contato: email: coopeclimail@

bol.com.br, Fone: (081) 2125.7420, 2125.7421 e 2125.7422. Informamos que fechamos contrato com a APOSCHESF (Associação dos Aposentados, Pensionistas e Empregados da CHESF e da FACHESF). No dia 08/01/2015 Dra. Sirleide Lira participou da reunião da Comissão de cooperativismo Médico do CFM. Diretoria COOPECLIN: Presidente: Dra. Sirleide de Oliveira Costa Lira Diretor Secretário: Dr. Amaro Gusmão Guedes Diretor Tesoureiro: Dr. Alexandre Jorge de Queiroz e Silva COOPECÁRDIO- Cooperativa de Trabalho dos Médicos cardiologistas de Pernambuco fundada em 1995, tem hoje 227 cooperados entre médicos da especialidade de cardiologia, cirurgia cardiovascular e torácica atendendo a 27 convênios. Contato: email: coopecardio@coopecardio.com.br, Fone: (81) 3034-6085. Desde o dia 16/12/2014, a cooperativa passou a atender aos usuários da Sul América Saúde, em todas as suas especialidades. Diretoria COOPECÁRDIO: Presidente: Dr. Carlos Japhet da Matta Albuquerque Diretora Financeira: Dra. Maria de Lourdes Carneiro David de Souza Diretora Administrativa: Dra. Maria de Fátima Monteiro Lobo de Araújo


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APMR Assoc. Pernamb. de Médicos Residentes

Desafios para o médico jovem

Por Carlos Tadeu*

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assado o furacão das eleições, o ano de 2015 apresenta-se com mais desafios para a categoria médica e suas representações do que o ano de 2014. O programa de “Mais Especialidades”, programas de residência piloto com um ano de “estágio” na atenção básica, expansão desenfreada das vagas de residência médica e ainda mais das faculdades de medicina, principalmente privadas, a criação de novas unidades de saúde (as UPA’s e UPINHAS) que provavelmente serão entregues a OSCIPS. Enfim, por uma lado o governo finge responsabilizar-se por expansão dos serviços de saúde e na outra ponta desresponsabiliza-se de vez, com a formação de profissionais e o gerenciamento de estabelecimentos de saúde. E em Pernambuco, essa realidade não é tão diferente assim. Se observarmos com cuidado, perceberemos como grande parte desses programas e ações influenciam diretamente o co-

tidiano do “médico(a)-jovem”, aquele médico recém formado que levará de 7 a 10 anos para consolidar sua trajetória em algum campo da medicina. Mas como esses acontecimentos refletirão na prática médica cotidiana? Como será o profissional médico formado neste turbilhão social que está sendo criado: os sofrimentos e angústias que permearão a vida do profissional, influenciando na relação médico-paciente? Sua capacidade técnica? Suas habilidades e competências para organizar uma linha de cuidado para o paciente de forma humana e ética? Preocupados com isso, o CFM vem construindo desde o fim de 2014 a Comissão de Integração com Médico Jovem e incentivando que os conselhos regionais criem suas próprias. Um espaço institucionalizado para discutir a realidade do “médico-jovem”, seus percalços e o seus reflexos na assistência à população. E já foram obtidos alguns frutos, como: a redução da primeira taxa dos conselhos regionais para os récem-formados no seu pri-

meiro ano em 50% a partir de 2015; o 1º Fórum do Médico Jovem em Porto Velho - RO, em novembro de 2014 (confira o link: http://www.eventos.cfm.org. br/index.php?option=com_content&v iew=article&id=21056&ltemid=546) e o 2º Fórum do médico Jovem programado para o Recife em abril. Pretendemos, debater a realidade em Pernambuco e no Nordeste, com a presença de representantes de conselhos regionais, sindicatos, residentes, e principalmente, profissionais da rede de saúde, e quem sabe tirar o embrião a Comissão de Integração com o Médico Jovem para o Cremepe. E neste contexto, uma questão faz-se premente, a eleição de uma gestão para a Associação de Médicos Residentes de Pernambuco (APMR), que com certeza é um caminho para mobilização e participação dos médico(a)s-residentes do estado. *Carlos tadeu é conselheiro do Cremepe e ex-presidente da APmr na gestão 2012 – 2013.

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APM Academia Pernambucana de Medicina

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Edmundo Ferraz recebe o título de Professor Emérito da UFPE

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Universidade Federal de Pernambuco concedeu no dia 19 de dezembro, o título de professor Emérito ao presidente da Academia Pernambucana de Medicina, Edmundo Ferraz, em solenidade no auditório do Hospital das Clínicas. A solenidade contou familiares, amigos e autoridades universitárias. A homenagem é um reconhecimento ao trabalho desenvolvido por ele e reconhecido no meio científico nacional e internacional, bem como aos serviços prestados a essa instituição. Edmundo Ferraz possui graduação em Medicina (1963), doutorado em Medicina (1971) e livre docência na área de Cirurgia Gastroenterologia (1971), todos pela UFPE. O professor também possui pós-doutorado no Departamento de Cirurgia pelo Guy’s Hospital da Universidade de Londres e foi diretor do Hospital das Clínicas da UFPE (1982). O professor foi fundador e coordenador do curso de doutorado em Medicina da UFPE (1989), formando massa crítica de 33 doutores e desmembrando o curso em quatro programas (doutorado em Cirurgia, em Medicina Interna, em Pediatria e em Doenças Infecciosas). Foi consultor da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde em Controle de Infecção, indicado pela Universidade de Harvard para o programa Cirurgia Segura.

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Edmundo Ferraz se destaca pela produção cientifica, com 17 livros, 143 capítulos de livros e 176 artigos em periódicos indexados. Fez 651 palestras em congressos e encontros nacionais e internacionais e orientou 20 teses de doutorados na UFPE. Atualmente é membro do corpo editorial da Revista da Associação Médica Brasileira e do Journal of Surgical and Clinical Research. O homenageado foi o primeiro presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva fora de São Paulo (1993); primeiro presidente do Congresso do Colégio Brasileiro de Cirurgiões em Recife fora do eixo Rio – São Paulo (1997); presidente eleito por voto direto do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (2008); membro titular honorário, ex-presidente e professor emérito do Colégio Brasileiro de Cirurgiões; fundador, primeiro presidente e membro titular honorário da Surgical Infection Society Latin America – Asociación Latinoamericana de Infeccion Quirurgica (SIS-LA); membro titular e fundador da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica; membro titular e consultor da Federación Latinoamericana de Cirurgía (Felac); membro titular (fellow) do American College of Surgeons (Facs) e membro titular da Surgical Infection Society North America.


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PR NTU RI MÉ IC Viu como é difícil entender uma informação quando ela está incompleta? O correto preenchimento do prontuário médico é muito importante para o médico e para o paciente. Nesse documento devem estar registrados todos os cuidados profissionais prestados ao paciente, de forma completa, clara e precisa. O prontuário médico corretamente preenchido é obrigação do médico e, eventualmente, pode ser a sua defesa.

NA DOSE CERTA. Está no ar a Rádio Cremepe. O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco criou este novo veículo de comunicação para se aproximar ainda mais dos médicos e de toda a sociedade. A Rádio Cremepe tem transmissão via internet e uma programação diversificada que vai de debates e notícias a informes culturais e musicais. Acesse www.radiocremepe.com.br e tenha informações em saúde, notícias e entretenimento, diariamente.

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Revista das entidades médicas de Pernambuco – Ano XII– Nº 28 – Jan/Fev/Mar 2015

Entrevista com a Conselheira Federal Adriana Scavuzzi É frevo todos os dias do ano no Bairro do Recife O primeiro pernambucano na Presidência do CFM

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