Geraldo Peçanha de Almeida
Ilustrações
Marcelo Alonso
Geraldo Peçanha de Almeida
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cria editora .com.br
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© Cria Mineira Empreendimentos Ltda. Todos os direitos reservados. Impresso no Brasil Rua Dirce Moura Leite,118 - Alfenas - MG - 37130-762 - Brasil contato@criaeditora.com.br ISBN 978-85-65377-27-0
_____________________________________________________________ A447a Almeida, Geraldo Peçanha de Romance nº2 - Opus 51 / Geraldo Peçanha de Almeida; organização Nádia Alonso; ilustração Marcelo Alonso. - 1. ed. - Alfenas, MG: Cria, 2018. 32 p. : il. ; ISBN 978-85-65377-27-0 1. Conto infantojuvenil brasileira. I. Almeida, Geraldo Peçanha de. II. Alonso, Marcelo. III. Título.
CDD: 028.5 CDU: 087.5 _____________________________________________________________ Ficha catalográfica gerada pela editora.
cria editora .com.br Direção Geral: Nádia Alonso Direção Editorial: Marcelo R. Alonso Revisão: Samuel Swerts Cria Mineira Empreendimentos Ltda. Rua Dirce Moura Leite,118 - Alfenas - MG +55 35 3292.4859 criaeditora.com.br
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A obra, que serve de linha condutora para este belo trabalho que você tem em mãos, é um exemplo perfeito do potencial da música. Em pouco menos de 10 minutos, do opus 50 é possível mergulhar numa profusão de sentimentos intensos pelo gênio criador de Beethoven e, sobretudo, pelo lirismo e técnica exigidos do violino. Me sinto feliz em ver essa iniciativa destinada a crianças, sempre aptas a captar as sutilezas e belezas da música erudita. A proposta se insere num contexto recente de valorização e inserção da música no ambiente escolar no Brasil, desde 2008 amparada por lei. Eu, particularmente, sonhei e me empenhei em diferentes momentos para que a prática orquestral fizesse parte da política pública de municípios do país, a fim de possibilitar o surgimento de jovens instrumentistas, consequentemente, transformando suas realidades. Os caminhos estão abertos e, naturalmente, ainda há muito a ser trilhado. Percebo que a atuação da Cria Editora, a partir de Alfenas (MG), terra em que passei importantes anos de minha vida, contribui, de forma lúdica e competente, para isso, produzindo um material sensível, convidativo e de notável apuro gráfico. Com um texto que propõe uma releitura poética para a obra de Beethoven composta há mais de 200 anos, vejo aí um estímulo para os pequenos e jovens ouvintes se envolverem com esse mundo de conhecimento, comunhão e prazer que é a música. Um abraço, parabéns e boa sorte à Meloteca!
Wagner Tiso
Pisava a menina os pĂŠs no jardim, E bem alto despontava ele ao sol. Mirava a menina as flores Enquanto ele tocava em bemol.
Por seus cabelos voam flores de sublime alegria, E bailavam de baixo pra cima Cifras e notas em pura harmonia.
Ele beijava-lhe a face E nas mãos sempre tinha uma flor, Às vezes um sussurro e um afago, Mas tudo como prova de amor.
E a doce menina e ele Viviam juntinhos a amar. Ele aquecendo sua pele dourada E dela o reflexo dele a brilhar
Não há dúvida de que o amor Ali entre eles já tinha nascido, Às vezes sentido de perto, Às vezes percebido no refletido.
Raios prateados em círculos Podiam ao longe se ver. Era o romance, era o carinho, Era o amor, que não temia em nascer.
E, nas manhãs em que a chuva chegava, A menina por ele aguardava. Ele às vezes não vinha, Mas recado pra ela mandava.
Dizia que sem ela Ele nunca mais podia viver E que a paixão por ele sentida Não acabaria nem ao morrer.
Geraldo Peçanha de Almeida nasceu no Vale do Paranapanema numa cidade chamada São João do Caiuá. Talvez por ter nascido em São João é que ele goste tanto de estrelas. Ele é psicanalista pela Sociedade Internacional de Psicanálise de São Paulo. É pedagogo e psicopedagogo pela UNESP-SP. Formando em Letras, mestre e doutor em Literatura pela Universidade Federal do Paraná e é autor de mais de 50 livros, entre infantis, livros para educadores e livros para pais. Tem trabalhos internacionais na Alemanha, Itália e Bolívia. Implantou na África, em Moçambique, um Programa de leitura e escrita. Tem 25 anos de experiência em educação de crianças e jovens em todos os Estados do Brasil.
Marcelo Alonso nasceu em Piracicaba – SP. É ilustrador e designer, formado pela Universidade Estadual Paulista - Bauru (Unesp). Seu envolvimento com a arte começou ainda na infância. Aos oito anos de idade, já pintava telas e fazia esculturas em giz. A volta para o universo dos desenhos aconteceu em 2010, quando recebeu o convite para ilustrar o livro infantojuvenil “Guerra e Paz”, inspirado na obra de Candido Portinari. Desde então, vem desenvolvendo novas técnicas de ilustração, dando cores e vida a histórias e personagens.
SOBRE O COMPOSITOR DA PEÇA Seu nome completo era Ludwig van Beethoven. Presume-se que tenha nascido em 16 de dezembro de 1770. Conviveu com a música clássica desde a infância, pois seu pai era professor de música e tenor na corte de Bonn. Beethoven viveu uma época de transição musical, entre a era clássica e a romântica. Aos 22 anos de idade, mudou-se para a cidade de Viena (Áustria), onde construiu sua carreira. É autor de sonatas, quartetos, sinfonias e da ópera Fidélio, uma de suas grandes criações. Em suas obras musicais, passava um profundo sentimento e incomparável expressão. Nos últimos anos de sua vida, sofreu de surdez. Mesmo com o problema de saúde, continuou criando lindas obras musicais. Faleceu em 26 de março de 1827, enquanto compunha sua 10ª sinfonia. Uma de suas obras mais conhecidas é a 9ª Sinfonia, que, até os dias de hoje, é tocada em várias situações. Ao lado de Bach e Mozart, Beethoven é considerado um dos grandes compositores de música clássica de todos os tempos.
SOBRE A PEÇA MUSICAL - Romance nº2 - Opus 50 A peça para violino de Beethoven é considerada uma das coisas mais incríveis que já foram compostas pelo gênio humano. Beethoven nos concede um nível de reflexão avassaladora e uma profunda crença na vida e no ser humano. A esperança que brota de suas notas musicais é entremeada por caminhadas reflexivas, que apontam para as possibilidades irregulares da vida, mas que, ao final, poderiam se revelar sublimes. No final, vence a fé, a esperança e a certeza de que, mesmo em face do duplo, é preciso escolher a vida. Normalmente uma peça como essa, chamada “adágio”, é a segunda parte de um concerto que costumeiramente possui três partes distintas que se entrecruzam e se relacionam: allegro, andante e rondó. Adágio (do italiano Adagio), é um andamento musical lento. Por consequência, composições musicais com esse tempo são conhecidas como adágios. O termo deriva de “ad ágio” (comodamente). Costuma situar-se entre 66 e 76 batidas por minuto em um metrônomo, sendo, portanto, mais rápido que o Lento e mais lento que o Adagietto e o Andante – caso de opus 50. São comumente adágios os segundos movimentos de um concerto sinfônico. Adágio, adagieto andante Beethoven nos apresenta apenas a segunda parte daquilo que poderia ter sido um concerto completo. Especula-se que esta parte, a segunda conforme dissemos, seria apenas uma das partes de uma obra maior que ele faria mais tarde e que não fez. O número – opus 50 –, refere-se à ordem de publicação do editor, que, neste caso, poderia publicar as obras conforme quisesse, não conforme elas teriam sido produzidas. A data da criação é provavelmente 1798 e a da publicação 1805, mas há discordâncias nessas datas por parte de alguns biógrafos e historiadores. O Romance nº 2 de Beethoven é uma peça em andamento lento, em fá maior, composta para violino e orquestra, de câmara. Por ser uma parte, não tem uma história específica. O que você lê aqui é uma criação de palavras para uma possível continuação da obra do mestre, por isso o autor usou o número 51 e não o número 50, já usado por Beethoven.
SOBRE O LIVRETO DA PEÇA Título alternativo Compositor: Beethoven, Ludwig van. Opus Catálogo/Número: Op.50. Chave: Fá Maior. Movimentos/Secções: 1. Ano/Data de Composição: 1798. Primeira Publicação: 1805. Duração média: 9 minutos. Estilo pedaço: Clássico. Instrumentação: Violino solo. Orquestra (flauta, 2 oboés, 2 fagotes, 2 trompas e cordas: primeiros e segundos violinos, violas, violoncelos e contrabaixos).
“Me sinto feliz em ver essa iniciativa destinada a crianças, sempre aptas a captar as sutilezas e belezas da música erudita. Com um texto que propõe uma releitura poética para a obra de Beethoven composta há mais de 200 anos, vejo aí um estímulo para os pequenos e jovens ouvintes se envolverem com esse mundo de conhecimento, comunhão e prazer que é a música. Um abraço, parabéns e boa sorte à Meloteca! ” Wagner Tiso