‘Ovo Frito’ estelar vai virar uma supernova, afirma astrônomo

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‘Ovo Frito’ estelar vai virar uma supernova, afirma astrônomo Folha.com, 29 de setembro de 2011 Por Salvador Nogueira <http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/982767-ovo-frito-estelar-vai-virar-umasupernova-afirma-astronomo.shtml>

Supernova a caminho

Por Beatriz Ferreira e Maria Thereza Rodrigues

Foi descoberta recentemente pelo ESO (Observatório Europeu do Sul) que a estrela conhecida por ‘Ovo frito’, descoberta em 1983, vai virar uma supernova. A formação de estrelas, e consequentemente, sua morte podem ser determinadas por esse raro acontecimento, que também ajuda a compreender a origem do universo.

Primeiramente, é importante ressaltar que as estrelas têm como principal combustível o hidrogênio, formando por meio da fusão desses núcleos, hélio. A energia dessas fusões é o combustível para que a estrela se mantenha viva. Quando o hidrogênio presente na estrela se esgota, ela entra em seu estágio final; como última tentativa ela começa a consumir seu próprio hélio formando carbono por meio de fusão.


Somente as estrelas que apresentam massa equivalente a dez vezes a massa do Sol se transformam em supernovas. Como a massa delas é muito grande, os átomos de carbono formados se fundem no núcleo em átomos maiores, como enxofre e o ferro, alterando significativamente sua gravidade, de forma que a estrela entre em colapso. Assim a parte externa é expelida deixando suas partículas pela galáxia, resultando em uma grande onda de choque. A perturbação causada no espaço pela supernova, assim como as partículas por ela expulsas, pode acarretar o surgimento de novas estrelas. O núcleo resultante da supernova se torna muito denso e compacto em poucos minutos, podendo formar um “Estrela de Nêutrons”, onde os prótons e elétrons no interior do núcleo fundem-se em nêutrons. Se a massa da estrela for aproximadamente 30 vezes maior que o Sol pode ocasionar um Buraco Negro ao invés da “Estrela de Nêutrons”. Esse fenômeno é muito raro e só é possível determinar sua ocorrência através da lâmina de luz que se resulta da onda de choque quando ela passa pela Terra. Até hoje, os astrônomos só conseguiram descobrir três ocorrências de supernovas anteriores, nos anos de 1054, 1572 e 1604. Estima-se que esse grandioso fenômeno aconteça somente três vezes a cada milênio em qualquer parte da galáxia (que pode nem mesmo ser visível para nós).

Sobre sua descoberta, Eric Lagadec (astrônomo do ESO e líder da equipe) afirma: “O astro fica tão grande que se colocássemos o ‘ovo’ no lugar do Sol, sua superfície ficaria mais ou menos onde fica a órbita de Júpiter (e a Terra estaria dentro dele)”. Além disso, ele diz que essa explosão, provavelmente, não trará nenhum perigo para a Terra. Contudo, dada a magnitude dessa supernova, talvez seja possível visualizá-la no céu, até mesmo de dia, o que com certeza seria um grande espetáculo e revolucionaria para sempre os estudos já feitos sobre tal fenômeno, sendo que em supernovas


anteriores não havia tecnologia que possibilitasse qualquer tipo de registro ou entendimento. Porém, por enquanto, é impossível prever quando esse evento acontecerá. “É difícil dizer. Pode acontecer a qualquer momento, de hoje até as próximas centenas de milhares de anos”, diz Lagadec.

Referências Bibliográficas: Supernova, Wikipédia, Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Supernova> Acessado em 29 de set de 2011 Caroline Faria, Supernova, InfoEscola, Disponível em: <http://www.infoescola.com/estrelas/supernova/> Acessado em 29 de set. de 2011 Imagem – Supernova, Wikipédia, Disponível em: <http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/00/Crab_Nebula.jpg/220pxCrab_Nebula.jpg> Acessado em 29 de set de 2011 Imagem – “Ovo Frito”, Folha Online, Disponível em: <http://f.i.uol.com.br/folha/ciencia/images/11272134.jpeg> Acessado em 29 de set. de 2011


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