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Amor MortĂfero
Cristiana Teodoro
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Agradecimentos Quero agradecer á minha família, principalmente ao meu pai, á minha mãe e aos meus avós, pois todos eles me ensinaram lições de vida importantes. O meu pai ensinou que nunca, mas nunca devemos deixar irmo-nos a baixo, pois isso só mostrará que estamos vulneráveis, A minha mãe ensinou-me que não devemos mentir às pessoas que amamos, mesmo que seja para protege-los, pois quando souberem a verdade a tristeza será muito maior. Os meus avós ensinaram-me que mesmo que estivamos tristes nunca devemos rebaixarmo-nos a ninguém, e se, às vezes, for preciso haver ao murro e á estalada, que haja. Depois quero agradecer aos meus amigos verdadeiros: Bárbara, Vanessa, Guida, e claro ao resto dos meus amigos das turmas do 9º, mas quero agradecer principalmente á maravilhosa turma do 9º A, pois são uma turma espectacular.
Dedicatória Quero dedicar este livro as raparigas e rapazes que na vida tiveram um trauma, que devido a isso se afastaram de tudo e todos, e que agora foram abandonados e estão sozinhos.
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O meu concelho é que tentem fazer novos amigos, e que convivam mais com as pessoas, em vez de se afastarem delas, isso poderá ajudar. Por isso aqueles que julgam que estarão sempre sozinhos devido á beleza ou a outra coisa qualquer, merecem saber que a vida danos sempre segundas oportunidades.
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Ă?ndice
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Capitulo 1 - O Rapaz Novo Acordei com a minha avó a chamar: Cristiana levantar! E eu a pensar para mim, mas porque raio é que têm de haver escola. Demorei cinco minutos para acordar bem, mas com vontade nenhuma de ir para a escola, mas se não acordasse depressinha e me despachasse tinha a minha avó a berrar comigo outra vez. Vesti-me, penteei-me, tomei o pequeno-almoço e lá fui eu para a porcaria da escola. Bem devem estar a pensar: Mas por raio é que ela vive com a avó, não tem mãe para tomar conta dela!? Bem eu ter mãe, até que tenho, ela é que está longe. É que há seis longos anos os meus pais divorciaram-se, porque a minha mãe foi engravidar de outro homem, que não era o meu pai. Disse a toda a gente que estava feliz por ir ter um bebé, que eu iria ter um irmãozinho ou uma irmãzinha. Eu fiquei felicíssima porque ia ter o irmão ou irmã que sempre pedira, a minha avó também ficou contente por ir ter outro neto uma vez eu já era muito grande, mas um pouco desconfiada, pois achava estranho é que a minha mãe tinha engravidado, da noite para o dia. E ela tinha razão, isso só se soube quando o meu maninho nasceu, foi o dia mais feliz da minha vida e da vida do meu pai. Um mês, depois o meu pai soube a verdade, que o pai do meu irmão não era ele. Ele ficou triste, e partido por dentro, pois
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mesmo não sendo pai dele, ele amava-o como um filho, e ainda hoje é assim. Quando vou ver a minha mãe e o Luís Miguel mais tratado por Miguel ou Miguelinho ou como eu gosto de chamar Mi, ele leva sempre uma prenda para ele, pois ele é como eu disse um filho, mas o meu irmão também gosta dele, às vezes até chego a pensar que o meu irmão gosta mais do meu pai do dele. Parecem os melhores amigos um do outro ou então como pai e filho. A minha mãe quando pediu o divorcio ao meu pai logo a seguir a ele saber tudo. Perguntou se eu queria ir com ela e se eu a perdoava pelo que ela me fez. E agora vocês vão me perguntar: Foste viver com ela? Perdoaste-a? Quanto há primeira pergunta eu respondi……não, sabem porquê. Porque se eu fosse com a minha mãe ela ficaria comigo e com o Miguel, já para não falar que deixaria para trás todos os meus amigos e a minha família avó, avô e principalmente o meu pai, que ficaria sozinho e sem ninguém. Quanto há segunda pergunta eu respondi…….sim, sim eu sei, como é eu pude perdoar uma coisa daquelas, mas é que se eu dissesse que não, eu nunca mais a iria ver, e nem ela me iria nunca mais, e também porque me ensinaram a perdoar as pessoas para que as pessoas mais tarde nos perdoem a nós. Com isto tudo nem sequer me lembrei que já estava a poucos centímetros da escola, que ficava a cinco minutos da casa da avó.
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E eu, tenho cabelos compridos negros, olhos castanhos, bem até é tudo “um mar de rosas” literalmente, mas o problema é que uso óculos, e isso estraga todo o meu “ mar de rosas”. Mas não faz mal, já me acostumei a isso, mas tirando os óculos, tenho um grande coração, sou uma pessoa simpática e que gosta de ajudar, pelo menos é o que me dizem. Bem, mas como toda a gente tenho defeitos, por exemplo: tenho a mania de gastar imenso dinheiro a comprar minerais na feira lá da escola, nunca ouso tudo o que me dizem (mesmos depois dizer que ouvi tudo) e andar sempre a ler livros de vampiros, etc. Chega de falar sobre mim, vamos voltar onde parámos, que foi…….hum…há sim, na seca da escola. Trim, trim, o toque para o inferno das aulas, lá nos separámos e fomos para as aulas, que era aula de «apresentações», que seca, todos os anos é a mesma coisa “ Olá, eu chamo-me Cristiana tenho 15 anos sou de Alpiarça.... blá, blá, blá” se é para andar sempre a repetir a mesma coisa. Vale mais comprar-mos uns gravadores! é menos complicado e cansativo. Bem eu esperava que este ano fosse acabar como todos os outros, que no fim das « apresentações » a Prof. nos manda-se ir fazer o que nós quisesse-mos, mas este ano foi diferente. Já sentira desde o inicio da aula que algo novo iria acontecer e tinha razão, tivemos um colega novo,
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mas este colega era um pouco estranho, como se acabasse de sair de um filme de terror. Tinha cabelos negros como os meus, mas às ondinhas que lhe dava pelos ombros, olhos cor de âmbar, era alto e magro, e com alguns músculos. Até aqui é um sonho, mas vestia-se de negro. Toda a turma ficou de boca aberta, Prof. apresentou-o, chamava-se Erik. Todas as raparigas da minha turma incluindo eu (claro, com um borracho daqueles qualquer rapariga quer). O mais interessante ainda foi ele ser meu companheiro de carteira! Eu fiquei assustada e feliz, ao mesmo tempo. Falávamos de vez em quando, mas sempre sobre os trabalhos, mas já era de esperar não é. Ele é o gajo bom e eu a simples rapariga sua companheira de carteira. Ás vezes quando ele não estava a ver, eu olhava para ele e pensava: só espero encontrar alguém como tu. Mas de vez em quando, a mim também me parecia que ele me olhava quando eu não estava a ver. Parecia. Mas era impossível, eu não passa de uma rapariga que se sentava a seu lado nas aulas. Até que ser dia, ele me perguntou uma coisa que eu, fiquei a olha-lhe nos seus olhos cor de âmbar, e perdi-me naquele olhar quente, carinhoso e sincero, no qual eu me imaginava a ver o pôr-do-sol nunca praia com areias brancas e o mar mais azul-claro que já alguma vez tinha visto. Foi mágico. Um sonho. Uma miragem. Mas com um único clique acabou-se, não tinha reparado que estávamos tão próximos um do outro,
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mais cinco centímetros e ………bam, era um beijo, mas a Prof. tinha que me chamar á atenção naquela hora, e estragou tudo, naquela hora a minha vontade era apertar a goelas ao raios parta da mulher. Fiquei fula da vida, mas em fim, já tinha tido muita fantasia por aquele dia.
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Capitulo 2 - O Melhor Amigo No dia seguinte tinha logo de manhã a aula de matemática, mas porque é que tinham de inventar a matemática, quem a inventou não devia estar bem da cabeça. Cheguei a tempo e a horas, como sempre, senteime e só depois é que ao tirar o caderno, reparei que me tinha esquecido dos livros de matemática. Mas assim do nada o meu colega de carteira apareceu, ele (não sei como) chega sempre encima do 2º toque. Ele deve ter reparado que eu não tinha livro, pelo que a seguir me disse: — Não tens livro? – Perguntou-me ele da forma mais calma, doce e sensual que eu alguma vez vira. — Não, esqueci-me dele encima da minha secretária quando ontem estive a fazer os T.P.C.’s. Mas porque é que, ele quer saber se eu tenho livro ou não. Aqui á qualquer coisa que não está a bater certo. Ele nunca falou comigo e agora, da noite para o dia começou a falar, eu tenho que lhe perguntar o que é que se está a passar. — Erik, posso saber porque começas-te a falar comigo? É que tu ontem não me ligavas nenhuma, e hoje estas a falar comigo. Passa-se alguma coisa? Desculpa, eu não me queria me ter na tua vida! Escondi a cara, entre as mãos para que ele não visse como eu estava. Eu tinha sido mal-educada, sempre me ensinaram a não me meter na vida dos outros se quero que eles também não se metam na
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minha. Senti-a me estúpida porque estava a esconder a cara, que é uma coisa, que ninguém naquela altura fazia; e sentia-me feliz porque tinha conseguido ser um pouco intrometida, que é uma coisa que eu normalmente não faço, a não ser entre amigos. — Não, de maneira nenhuma te meteste na minha vida. E sim, que é ...... tu não tens livro, e eu posso partilhar contigo o meu. Mas só se tirares as mãos da cara. Disse aquilo com tanta delicadeza que eu não resisti a rir e a tirar as mãos da cara ao mesmo tempo. Depois de eu me começar a rir, ele também começou, mas sem perceber qual era a piada. Parei de rir e respondi-lhe. — A sério que não me meti na tua vida? — Sim, a sério. Já agora do que te estavas a rir? — Da maneira, como me falaste, com delicadeza, calma e sinceridade. Normalmente a malta da escola fala-me aos berros, com brutalidade e ás vezes com ofensas, enfim. E aquilo de partilhar o livro era a sério ou era só para eu tirar as mãos da cara? — Era a sério. Tirou os seus livros e colocou-os a meio da mesa para que nós pudéssemos ver. A prof. começou a ver quem é que tinha feito os T.P.C.’s. Eu tinha feito já no caderno por isso não tive falta de t.p.c., mas tive falta de material. A meio da aula, enquanto fazíamos os exercícios, virei-me para Erik e disse. — Podia-mos ser amigos? Se quiseres, claro.
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— Claro que quero, afinal de contas é a única coisa que me falta, um amigo. — Então está bem, mas vais me contar algumas coisas sobre ti, certo? Comida favorita, livros, música, programas de TV, dia de aniversário, e se não fosse muito falar-me da tua família e a tua vida. — Está bem, mas só se tu fizeres o mesmo. — Ok. — Já acabaram o exercício? – Perguntou a prof. que só por acaso estava mesmo ao meu lado a verificar os exercícios. — Sim! – Respondemos nós os dois ao mesmo tempo. Começa-mos a mostrar os exercícios já todos feitos á prof., no fim de ver foi dar, outra vez, a volta há sala para ver se alguém precisava de ajuda. Depois de ela se ir embora, eu e Erik rimo-nos muito daquilo que acabara de acontecer. Essa tinha sido a parte melhor aula. Eu nem podia acreditar, eu e Erik éramos amigos. Melhor éramos best-friends. Quando tocou para nós sairmos eu e Erik saímos juntos como amigos que éramos, toda a gente ficou a olhar para nós espantados. Fomos para o campo, sentámo-nos nos degraus grandes, bem longe de toda a gente, e começamos a conversar. — Bem, queres começar tu ou começo eu? Perguntou-me ele com uma voz doce como o chocolate e querida como um ursinho de peluche. Olhou-me com aqueles olhos adoráveis como quem diz: Vá lá, começa tu! Por favor! Eu não resisti aquele olhar, tão fofini ( fofinho).
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— Vá, pronto. Eu começo, o que é que queres saber sobre mim. — Tudo. Quer dizer tudo o que tu me quiseres dizer. — Então não te preocupes, porque se depender de mim, tu irás saber tudo. — Ainda bem, porque é mal ser amigo de alguém que não se conhece muito bem. — Concordo contigo, mas olha que isso já me aconteceu. — A sério?! — Sim. — Uau! Quero saber tudo acerca disso e de tudo o resto. — Está bem, mas não te esqueças que depois és tu quem me vai contar tudo, mas mesmo tudo sobre ti. — Sim, já sei. Não te preocupes que eu conto, prometi que contava e irei contar. Mas terás de ter paciência e calma, porque eu nunca falei sobre mim a ninguém nem nunca tive amigos. — Eu tenho, juro. Mas olha que eu ás sou assim um pouco passada da cabeça, ok? — Ok, eu também ás vezes sou passado da cabeça. Olhamos um para o outro com os olhos arregalados de admiração e depois …… rimo-nos, de tanta gargalhada que demos, quase nos esquecíamos que estava a tocar para entrarmos, outra vez, para as aulas. Começámos a levar-nos, já íamos a chegar á porta quando……….. — Namorados, Simples e casados. Foram há igreja, beber uma cerveja!
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Era o Jorge, da minha antiga turma. Ainda gostava de saber como é que aquele merdas é da minha família, meu primo. Mas enfim é meu primo, é meu primo. E vocês perguntam mas ele é assim tão mau e horrível? Sim, ele é mau, é gordo como uma bola, só tem é negas e é um parvo. — E se tivéssemos ido, havia algum problema. – Respondeu logo Erik. — Erik, ele não vale a pena, anda para as aulas. – Foi só o que eu consegui dizer. — Vai, faz o que ela diz ó maricas! Isso foi a gota de água, nem tive tempo para o impedir, Erik foi directo ao Jorge e deu um murro, pela cara, tão grande que ele até caiu no chão. — Só te aviso, voltas a ofende-la e a seguir levas mais! Percebes-te ou queres que te faça um desenho? — Não é preciso, eu percebi, não sou idiota. — Acho bem.
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Capitulo 3 - A Minha História Deixou o Jorge e veio ter comigo, com uma calma, como se nada tivesse acontecido ali. Como se ele não tivesse andado há porrada com o Jorge. — Vamos para as aulas, porque já estamos atrasados. Olhei para ele, nos seus olhos parecia-me ter visto uma sombra negra, mas essa sombra desapareceu tão depressa como apareceu, depois de olhar para ele olhei para o Jorge que se levantava do chão. Erik deve ter reparado pelo que disse: — Não te preocupes, ele irá ficar bem. — Achas mesmo? — Sim. — Então, está bem. Fomos para a aula, quando chegamos a prof. perguntou-nos porque só tínhamos chegado agora, eu não sabia o que dizer, mas Erik inventou que nós tivemos a ajudar a carregar umas coisas e que só agora é que nos deixaram vir. Não sei como, mas a prof. acreditou em tudo, ficou tão emocionada que nos retirou as faltas de atraso, foi estranho, mas altamente. Acabou a aula e nós caminhamos para o campo novamente. Durante o resto do dia de aulas estive com Erik, ele mostrou-me um desenho que tinha feito há muito tempo, era um coração com assas. Um coração vermelho cor de sangue e umas assas brancas como a neve, parecia real, lindo e verdadeiro, disse-me
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também que apenas a especial iria receber aquele desenho. — Uau! É lindo, como o fizeste?! — Com um lápis e uma folha. — Ah! Ah! Ah! Até me esqueci de rir. — Então tu perguntas-te como, não perguntas-te para eu explicar o processo. — Pareces o meu pai: “ Sabe uma coisa?”, “Não, ainda não me disseste.”, “ Pronto, queres saber uma coisa?”. — Faz sentido o que o teu pai diz. — Tu, estas do lado dele!? — Sim. — Agora estou chateada contigo. — Tu não estás chateada comigo, coisíssima nenhuma. — Ai não? — Não, tu estás é amuada comigo, porque eu disse que estava do lado do teu pai e não do teu, não é isso? — Sim. — Mas pensa ele de certa forma até que tem razão. — Sim, de certa forma ele tem razão. Aliás ele tem sempre razão, por isso é que ele é o meu paizinho querido. — Tu gostas muito dele não gostas? — Sim, eu amo-o. — Que bonito, olha já não estás amuada comigo. — Nunca estive, foi só para ver se dizias que eu tinha razão. — Há! Isso é batotice. — Não, não. Isto foi uma batatise.
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— Uma batatise? Mas essa palavra existe no dicionário? — Quer dizer existir, existe, no dicionário é que não. — Ah! Bem, me parecia. E nós rimo-nos daquilo que tinhas-mos acabado de dizer. Se me tivessem perguntado há meia dúzia de horas se Erik iria ter amigos, eu diria que não, mas agora …… — Hei! Ainda não me contaste qual é a história da tua vida? Isto é se ainda quiseres contar. — O prometido é devido. Mas aviso-te já, a minha história não é daquelas felizes, e piegas. — Oh! Deixa-me adivinhar é daquelas tristes, e com algumas lágrimas. — Exactamente. Olhei para ele com cara de cachorrinho mal morto, ele percebeu que não era um assunto que eu gostasse de falar, mas que lho iria contar na mesma. — Bem, tudo começou no dia em que a minha mãe, me contou que eu iria ter um irmão. Fiquei feliz, quer dizer, o meu maior sonho iria se realizar. Mas … Continuei a contar o resto da história, até chegar ao fim. Só depois de chegar ao fim é que reparei que Erik tinha tomado atenção a tudo o que eu disse, como se eu tivesse dito a coisa mais interessante há face da Terra. Ficámos a olhar um para o outro o resto do intervalo, mas olhávamos olhos nos olhos, olhava para ele via a pessoa mais querida, bondosa, inteligente e bonita que eu alguma vez conhecera.
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Tocou e nós fomos para as aulas, em silêncio. Só quando chegámos á sala é que ele voltou a falar. — Olha se a tua mãe pedisse desculpas ao teu pai, e ele a desculpa-se e a deixa-se voltar a viver lá em casa, o que é que tu farias? — Não sei. — Pensa durante a aula e no final diz-me. Não tomei atenção nenhuma á matéria, porque estava sempre a pensar naquilo que Erik me havia dito. Se a minha mãe pedisse desculpas ao meu pai, isso era bom, e se o meu pai a perdoa-se era bom por um lado, mas também era mau por outro. Era bom porque significava que ainda se davam bem, mas era estranho. E agora devem estar a pensar assim: Estranho? Porque é que haveria de ser estranho? Era estranho porque á muito tempo que eu sou feliz com o meu pai, a avó e o avô. E se a mãe agora viesse viver com o pai, isso significava que ele tinha sido idiota o suficiente para perdoar a minha mãe de uma traição, de mentiras , etc. E agora a parte mais difícil, o que é que eu faria se isso acontece-se? Bem, o que qualquer filha faria, aceitava. Mas eu assim seria uma estúpida, por isso, o que eu faria era dizer o que sentia e pensava do assunto. E assim tenho a resposta certa á questão. O toque para sair, e ir para casa, tinha sido o suficiente para me tirar dos meus pensamentos. Erik já tinha arrumado as suas coisas na mala, pelo que me ajudou a arrumar as minhas coisas, para nos despacharmos mais depressa.
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Saímos da sala, e já nas escadas, Erik olhou para mim e perguntou-me: — Então o que é que farias? — Nada. — Nada?! A sério? — Não. — Ah! Também já achava estranho. — O que eu faria era, dizer ao meu pai que era estranho a mãe vir viver connosco. — Eu sabia! — O que é que tu sabias? — Que me darias uma resposta sincera e bem pensada. — Ah! Uau! Achas-te mesmo isso da minha resposta ou ………. só disseste isso para eu ficar feliz? — Achei mesmo isso. — Obrigada. — De nada. — Vemo-nos daqui a pouco, na aula de EV. — Ok. Espero por ti aqui ao portão! — Está bem, mas não é preciso. — Claro, que é preciso. Os amigos fazem isso uns aos outros. — Então ok, te logo. Sai pelo portão para ir almoçar a casa, como sempre faço, e pelo caminho ia a pensar que Erik era um bom amigo, não a por ter a defendido, nem pelo facto de ele ser inteligente. Mas sim porque ele tem um grande coração.
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Capitulo 4 - Adivinha Quem Sou Cheguei a casa num instante, entrei em casa e pus a mala no sofá velho que está cá fora, depois fui lá dentro de casa, ao meu quarto mais propriamente, buscar o telemóvel, para ligar ao meu pai. Fui aos contactos e liguei…………………………………….passado 2 minutos o meu pai desliga, para que seja depois ele a ligar. Ligou-me e eu atendi: — “ Toou, é a Cristiana….” — Não! É a Maria. — “ Ai, é! Eu julgava que era a Cristiana.” — Olha, sabes uma coisa? — “ Não, ainda não me disseste.” — Queres saber uma coisa? — “ Sim. Diz lá.” — Lembras-te de eu ter dito que tinha vindo um rapaz novo para a nossa turma? — “ Sim, lembro-me.” — Eu sou amiga dele. — “ Tem cuidado, Cristiana.” — Sim, pai eu tenho, não te preocupes. — “ E a escola?” — Foi boa, como sempre. — “ E trabalhos de casa?” — Não há. — “ Não há? Tenho que ir ralhar com esses professores, então.” — Não! Assim é que é bom.
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— “ Pois é. Só que tu descansas, e aqui o velhote tem que vir vergar a mola.” — Pois claro, tens que fazer alguma coisa, não pode ser só descanso. — “ Ai, é. Hummm. A desde cá vir pedir alguma coisa.” — Tá bem, eu vou. — “ Olha porta-te bem, e boa escola.” — Está bem. — “ Beijinhos!” — Beijinhos. E desligou. No fim de falar com o pai, fui para a cozinha, onde já a avó tinha servido o almoço. E como sempre eu tenho que saber o que é que é o almoço. — O que é que é o almoço? — Batatas de Azeite e Vinagre. – respondeu a avó. — Boa. Batatas de Azeite e Vinagre, é a comida que eu mais gosto. Sentei há mesa, e comecei a comer, no fim de comer, fui para o quarto fazer a mala da tarde: a capa de EV, lápis de cor, canetas de pintar, cola, tesoura, livro, e caderno. As coisas para EV estavam prontas agora faltavam as de Ciências Naturais: o manual, caderno de actividades, bolsa das canetas e caderno de ciências. Agora sim, estava tudo pronto, como não faltava muito, fui logo embora para a escola. — Até logo. — Vais-te já embora para escola?
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— Vou, avó. E assim segui o meu caminho directo para a escola, onde um amigo muito recente me esperava. Um amigo muito especial. Cheguei á escola, entrei pelo portão. Mas de repente, por detrás de mim, meteram umas mãos dos meus olhos, não via nada, mas sentia. E o que eu sentia era umas mãos macias como um bebé e carinhosas como uma flor. — Quem é? ― Deixa-me adivinhar…….Vanessa. ― Não. ― Espera ai, Erik. ― Sim. E depois ele tirou as suas mãos macias e carinhosas dos meus olhos. Virei para ele que já tinha nas mãos aquilo que a prof. havia pedido. Ainda tivemos tempo para conversar sobre o porquê, que a prof. nos fizera trazer aquele material. Tocou logo a nós acabarmos de falar. Subimos as escadas e entramos na sala, fiquei ao lado do Erik, como em todas as aulas. A prof. “Bebé”, a alcunha dela, entrou já atrasada para a aula. ― Trouxeram todos o material? ― Sim! – Respondemos todos num único. ― Bom, hoje vão desenhar o colega do lado. Eu olhei á minha volta, tinha Erik atrás de mim e a Raquel do meu lado esquerdo. Eu escolhi logo desenhar o Erik, seria difícil, mas eu iria conseguir. Erik também já me tinha escolhido para desenhar.
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― Eu faço-te a ti e tu fazes-me a mim, boa. - Disse eu. E a seguir pensei “ o desenho vai ficar horrível”. Mas já era tarde, já o tinha escolhido. A única coisa que posso pedir é para que não fique muito mau. Tirei uma folha do bloco, um lápis e borracha, olhei para ele com convicção, e disse para mim própria, “ eu consigo”. Olhava para ele e tentava desenhar, não ficou muito mau, ficou no meio. Ficou um pouco esquisito, mas, olha não ficou muito mal. Quando acabamos, mostramos os desenhos um ao outro, mostrei o meu e ele disse: ― Ficou melhor do que o desenho da última pessoa que me tentou desenhar. ― A sério?! Tu só podes estar a gozar! ― Não, estou. Acredita. ― Esta bem, eu acredito. — Agora, é a tua vez de mostrares o desenho. — Não sei, acho que podia ter feito melhor. — Eu é não sei, ainda não vi o desenho. — Tu estás ansiosa por vê-lo, não estás? — Mas é claro que estou, sou eu que estou aí, ou pelo menos é isso que eu acho. Assim que ele me mostrou o desenho, parecia que eu tinha começado a ver estrelas, a andar, á volta da minha cabeça. Eu, no desenho, tinha um aspecto de princesa, com cabelos negros sedosos, uma branca, límpida e macia, uns lábios perfeitos, olhos castanhos cor de chocolate, e sem óculos. Achei estranho. Porque haveria ele de me desenhar sem óculos?
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— Fizeste-me sem óculos, porquê? — Porque eu ouvi-te dizer que detestavas ter de usar óculos. — Ah! Ouvis-te. — Sim. Trimmmmm. Tocou para a saída. Arruma-mos as coisas e fomos embora. Já estávamos no portão, quando ele parou, e disse: — Posso acompanhar-te a casa? — Claro, Erik. Mas um aviso. — Qual? — Se o carro do meu pai lá estiver, tem cuidado. — Porque? — Porque ele, tem em casa dele 3 espadas de samurai em casa, e não lá estão só para enfeitar. — Oh! Já percebi, não te preocupes, eu tenho cuidado. — Então, vamos.
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Capitulo 5 - O Sonho Viemos todo o caminho a conversar sobre mim e ele. Descobri que era do Benfica, que tinha um irmão da idade dele, tinha 16 anos, que se chamava: Rodrigo Adrian. Que tinha cabelos cor de mel, e tinha os olhos verde-esmeralda, e que eles dois tinham a mesma altura (172 cm). Quando chega-mos a minha casa, eu comecei a despedirme. — Tchau. — Tchau. Depois deu-me um beijo na bochecha, senti um formigueiro na barriga, demorou uns segundos, mas os segundos suficientes para eu sentir que o beijo era quente, e carinhoso. Olhámo-nos nos olhos, ele colocou uma mão nas minhas costas, por eu estava quase a cambalear no chão, os seus braços eram fortes como aço e tão cheios de músculos como ……, não tinha explicação. Eu só pensava em olhar nos seus olhos cor de âmbar brilhante, que me faziam lembrar o Bambi, eram tão lindos, profundos e escaldantes como o fogo, e no meio disto tudo, eu vi desejo. Sim, parece estúpido, mas eu vi desejo, nos seus olhos. Queria ficar assim para sempre, abraçada ao amor da minha vida. De repente, tudo desapareceu, e voltamos ambos ao mundo real, porque aquilo (infelizmente) não era a realidade.
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— Bem, é melhor eu ir andando. — É, é melhor. Eu também tenho que ir lanchar. — Pois lanchar, uma coisa que também tenho que ir fazer. Até á manhã, então. — Sim, até á manhã. Ele virou-se, foi se embora. Eu fiquei a vê-lo ir, pensando no acabara de acontecer, como é que num minuto ele tinha desejo nos olhos e no outro já não tinha. Isso era estranho, até para mim que lia livros de coisas que nem existiram, existem ou iram existir. A minha avó é que me veio buscar, porque eu havia, ficado cá fora meia hora, depois de ter saído e chegado a casa. Eu não dei pelo tempo passar porque simplesmente, eu sentia que alguém ou alguma coisa me chamava. Entrei e contei á minha avó que o meu colega de carteira me tinha levado até casa, e que depois é que foi para a dele, a minha avó disse para eu ter cuidado, mas disse-lhe que ele era uma pessoa amiga, como a Vanessa e a Guida. A Guida? Mas quem é essa? Devem vocês estar a pensar, bem vou descreve-la. A Guida têm cabelos castanhos parecidos com o café, olhos verdes-amarelados, é alta e magra. É uma querida, não hesita em ajudar alguém com problemas, e tem um grande coração, ás vezes grande demais. Ela pareceu ficar mais calma, mas continuou a dizer para eu ter cuidado. Pedi á avó para não dizer nada ao pai, é que o meu é um pouco mandão, gosta da saber tudo (mas não
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sabe nada), gosta de dizer aquilo que devo ou não fazer, etc.….E a avó como minha amiga, que é, não lhe disse nada. Fui a casa com o pai, jantei, fiz a mala e por fim, fui ler um livro que tinha trazido da biblioteca, chamava -se :“ Nudez Mortal” de J.D. Robb. É um livro policial sobre três assassinatos que acontecem e que são feitos pela mesma pessoa, um homem. Esse homem percebe bem de segurança, armas antigas e de histórias do século XX. Eve é a tenente que está responsável pela investigação dos casos, as provas vão apontar para Roarke, um super empresário lindo, de cabelos pretos e olhos azuis, que se apaixona por Eve, esta envolve-se com ele, e daí………… Querem saber o resto, terão de ler o livro. Já são horas de ir dormir. Adormeci, e comecei a sonhar. Estava num castelo ou numa casa com esse formato, a casa era antiga feita em pedra, tinha algumas rosas a crescer e a desabrochar. Uma porta de madeira antiga, muito bem trabalhada, tinha flores nas laterais da porta, mas no centro da porta, havia sido desenhada a cabeça de um leão com a boca aberta, os olhos dele pareciam que me seguiam. As janelas já também velhas, tinham algumas flores, como se o castelo fosse medieval. Entrei, fiquei maravilhada com a sala. A sala estava pintada de vermelho-sangue, as paredes e o teto eram tom de ouro. Os sofás eram almofadados, os móveis tinham sido polidos, os tapetes eram fofinhos aos meus pés……
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Aos meus pés?! Olhei para baixo e vi que estava descalça e com um vestido cor de sangue que me dava pelos joelhos, era lindo, elegante e assentava-me muito bem. Era justinho ao meu corpo, e tinha um decote em “ V ”. Havia umas escadas no meio, de onde eu ouvi passos, com um pouco de medo tentei esconder-me, mas já era tarde. — Que fazes aqui? – Disse-me uma voz familiar. Olhei para trás, e lá nas escadas, estava Erik, com uma camisa da mesma cor que o meu vestido, e com umas calças pretas, estava uma brasa. — Tu não devias estar aqui. É muito perigoso. E estares aqui comigo ainda pior. — Porquê? Nós somos amigos, e tu não és perigoso de maneira nenhuma, és um rapaz simpático, inteligente, divertido, protector e um querido com as raparigas. — Sim, eu sei que sou isso tudo, mas no fundo de mim existe um monstro, uma besta. — Mentiroso. — Mentiroso?! Eu sou um monstro. Um monstro que tira o sangue ás pessoas, que vive para sempre, que está morto. Um vampiro, um nosferatu. — Eu não acredito. Se isso fosse verdade eu já teria sido mordida. E pelo que me parece eu não estou aqui a ver nada. – dizia eu, enquanto apontava para o meu pescoço descoberto.
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— Não estava á espera que tu não acreditasses. Tu lês tanto sobre vampiros, e sabes imenso sobre eles, agora não acreditas que eles existam. — Erik, eu sou tonta, mas não sou estúpida. Além disso, eu posso saber muito sobre vampiros, mas sei perfeitamente que eles não existem, não existiram, nem iram existir. Se isso é verdade mostra-me. Olhou-me nos olhos, e fez-me um movimento para que eu me aproxima-se. Eu dei um passo em direcção a ele, outro passo, outro e outro. Até que fiquei á sua frente, em cima das escadas, olhei para aqueles olhos já meus conhecidos e vi. Ele puxou a cabeça para trás, depois voltou a olhar-me. Os seus olhos escureceram, ficando negros e frios. Sorriu-me para que pudesse ver-lhe os caninos, grandes e pontiagudos, como os dentes de um tubarão. Ele olhou-me, por uns segundos, e depois puxou-me mais para si. Aproximou-me mais dele e beijou-me. Os seus lábios eram quentes, suaves e sedutores, beijou com uma força e uma vontade, que era difícil dizer “ chega”. Colocou uma nas minhas costas e a no meu pescoço. Começou beijar-me os ombros até que chegou ao pescoço. Aproximou-se os lábios, mas depois afastou-se. — Não, eu não posso. E soltou-me, fugiu escadas a cima e eu fui atrás dele. Cheguei a um salão de dança, com um chão tudo pintado e o teto com um desenho de um anjo e uma mulher abraçados. Havia um piano clássico,
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muito bonito. Um violino antigo, mas muito bem tratado. E também havia uma flauta transversal, cor de prata. — Vai-te embora, por favor. Eu não te quero magoar. — Se não me queres magoar, morde-me. Porque se não fizeres irei ficar chateada contigo. Morde-me, eu não me importo. — Mas importo-me eu, porque eu posso perder o controlo e matar-te. E eu não quero matar uma pessoa muito especial para mim. — De qualquer maneira eu teria de morrer, por isso não faz muita diferença. — Não me digas coisa dessas, que fico assustado. Voltei aproximar-me, já perto dele, peguei-lhe numa das mãos e coloquei nas minhas costas e a outra no meu pescoço, e depois coloquei a cabeça para trás, fechei os olhos e esperei. — Força. Passado uns segundos reparei que ele se aproximava, abriu a boca, e vi novamente os seus dentes brancos e lindos. Pôs a boca no meu pescoço, e …… — Cristiana levantar. Merda, estava eu a ter um sonho bom, e já ia na parte interessante, quando a minha avó tinha de me chamar para a escola. Bem, não me posso continuar a lamentar, talvez o sonho continue.
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Capitulo 6 - O Beijo Cheguei á escola, estive uma surpresa. Erik estava ao portão com uma mão atrás das costas e outra a acenar-me. O que estaria atrás dele? Eu não faço ideia mas vou ter de descobrir. Depois lembrei-me do sonho, “Um vampiro, um nosferatu.”. Podia ser possível, isso explicaria como é que ele convenceu a prof, assim do nada. E também explicaria de onde é que veio toda aquela força e poder. Tentei olhar para trás das suas costas, mas era impossível. Ele era muito grande, até demais, pelo menos agora. — Olá! O que tens atrás das costas? — Uma coisa. — Humm. Tanto mistério, o que é afinal. — Uma prenda. Devagar e elegantemente tirou o braço detrás dele, e mostrou-me na sua mão uma rosa. Uma rosa corde-sangue, ainda fechada, poderia ser uma simples rosa uma certas pessoas, para mim era especial. Brilhava como uma gota de sangue ao sol e era linda, uma rosa que para uma mulher significava muito. Pois era assim que em outras décadas se mostrava a uma mulher que a amava ou que a achava especial. Eu gostava de receber uma assim, um dia. São tão … românticas. — Uau! É lindíssima. — Toma, é para ti. – E entregou-me a rosa, aceiteia, mas estava um pouco desconfiada. Porque haveria ele de me dar uma rosa? Será que me a deu por eu ser sua amiga? Ou será algo mais? Não, era
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mais por nós sermos amigos do que outra coisa. Mas nós só éramos amigos á 4/5 dias. — Porque me ofereceste uma rosa? E como sabias que gostava deste tipo de rosas? — Por te acho uma boa amiga e uma boa pessoa, não que as outras sejam, mas tu és diferente. És uma rapariga que foi cuidada segundo os costumes no tempo da tua avó, e isso é uma coisa rara. E sabia que gostavas deste tipo de rosas porque já me tinhas dito, e também porque és doce e quente, tal como a rosa. Fiquei envergonhada e espantada ao mesmo tempo. Envergonhada, porque estava corada e porque ele fez-me sentir-me especial, algo que só sentia quando estava em casa. Espantada, porque maneira como disse, com carinho, paixão e sensualidade. Ele deve ter percebido como me sentia, pois se aproximou e me abraçou. Foi um abraço caloroso, amigável e reconfortante. — Obrigada. — Não tens de quê. Afastou-se devagar, muito devagar, como se não quisesse deixar o meu abraço. Convidou-me a entrar na escola, com um gesto tradicionalmente cavalheiresco. — Primeiro as senhoras. Entrei na escola, como ele tinha pedido, e isso tinha-o feito sorrir, mostrando uns dentes brancos como a neve, mas quentes como o sol e uns lábios vermelhos, macios, finos e sensuais. Tal como tudo em ele era, quente, macio e sensual, tudo gritava: “ Olhem para mim! Olhem para mim!”.
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Ele entrou logo a seguir a mim, trazia umas calças de ganga escuras, uma t-shirt branca, que lhe reflectia os músculos, e um casaco de cabedal preto, parecia uma estrela de cinema. — ¿ Quê vá tener ahora? – Perguntou ele em espanhol, mas num espanhol perfeito, maravilhoso. — Español. – Respondi-lhe logo, porque não queria parecer uma parva a olhar para o corpo bom dele. Mas acho que foi isso que acabou por acontecer, mas ele não se deve ter importado pois não disse nada. — Vamos, faltam … 5 minutos para entrarmos. — Ok. – Comecei a andar, pois não queria chegar atrasada. — Olha, queria fazer uma pergunta. Já estava quase a chegar ao bloco B, mas o “ Queria fazer uma pergunta. ”, fez-me parar. Que teria ele para me perguntar? Será que me vai pedir em namoro? Não. Ou será que queria dizer-me que já não queria ser meu amigo? Isso seria péssimo. Mas valia mais saber de uma vez o que era. Virei-me para traz e olhei-o. Olhei para aquele mar de mel, que ele tinha no olhar. Evitei olhar para o seu corpo, porque se olha-se ficaria corada e deixaria de respirar. E isso não podia acontecer. Não agora, talvez mais logo. — Sim, pergunta. Força. — Era mais um convite. Queria convidar-te para vires comigo, a minha casa para conheceres os meus pais e o meu irmão. Aceitas? — Humm. Sim, claro. Mas uma única condição. — Qual?
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— Tens de vir até casa da minha avó para a conheceres e a avisares que eu vou contigo a tua casa. — Está bem, feito. Tocou, e nós subimos, quando lá chegamos a prof. ainda não tina chegado. A mala estava pesadíssima por isso eu e Erik fomos lá mete-la dentro. Mas enquanto, nós colocávamos as malas, alguém, por brincadeira ou estupidez, fechou-nos aos dois dentro da sala. De certa forma não era muito mau, fiquei com Erik e não com outro tonto da minha turma. A turma até que é fixe e brincalhona, por isso, afinal poderia me ter calhado qualquer um da turma não importava quem, pois toda a gente naquela turma era boa pessoa, mesmo aqueles que são mauzinhos. Tenta-mos abri-la, mas nada. Como não podia-mos abri-la, fomos esperar sentados, para não nos passarmos da cabeça. Erik estava muito calmo, já eu não poderia dizer o mesmo. Estava fula, irritada, enervada, a minha vontade era abrir a estúpida daquela porta á mocada, ao murro e á estada. Depois comecei a ouvir vozes, gente a rir. E eu conhecia as vozes, eram as da nossa turma. Deviam estar a rir daquilo que nos fizeram, e isso irritou-me mais. — Eu juro que dou uma tareia a toda a gente, que está lá fora, a rir-se de nós. – Disse eu já passada com tudo aquilo. Levantei-me e comecei a andar de um lado para o outro, Erik olhava para mim sem dizer nada, mas
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podia dizer. Depois de uns minutos a andar assim, ele levanta-se e tenta acalmar-se. — Têm calma, ou te acalmas ou vais enlouquecer. Não podes sair daqui, por isso acalma-te. — Está bem. Podia ter dito, “Está bem”, mas não estava nada bem. Estava a enervar-me com ele ali a ver, ainda por cima. Raios. Tentei sentar-me, mas não era capaz, pois estava muito chateada. — Pára. Cristiana, chega. Acalma-te, e senta-te porque estar a ver-te de um lado para o outro está a dar comigo em louco, mais do que o normal. Levantou-se e veio ter comigo e abraçou, com aqueles braços fortes que ele tinha. Coloquei os meus braços á sua volta também e abracei-o, levantei a cara para olha-lo, e vi. Vi os seus olhos brilharem de alegria, pareciam estrelas brilhantes numa linda noite estrelada. Maravilhoso. Magnifico. Levou uma mão á minha cara e outra ao meu pescoço, eu coloquei uma mão em cada um dos seus ombros. Ele sorriu-me, não foi um sorriso qualquer, foi um sorriso de satisfação e felicidade, devolvi-lhe o sorriso. Então ele puxou mais para si, ficamos colados um ao outro. Aproximou mais a sua cara da minha, depois aproximou os seus lábios e beijou-me. Foi um beijo forte, apaixonado, ardente, carinhoso e sensual. Sentia-me nos 7 céus, como se aquele beijo me tivesse oferecido assas para eu voar. Era isso que eu sentia, como se estivesse a voar.
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Ele abriu os lábios e deixou passar a sua língua, por entre os meus lábios, acariciou-a. A acariciamo-nos mutuamente, e isso deu origem um beijo ainda mais forte e faminto que o anterior. Juntámo-nos mais, eu não queria ficar por ali, e ele também não. A mão dele tinha no meu pescoço desceu pelas minhas costas e só parou nas ancas, eu desci também uma das mãos até ao seu peito. Um peito forte e musculado, um peito de um campeão, de um lutador. Há medida que o beijo ficava mais intenso, eu ia me derretendo mais por aquele corpo bom. Puxei a cabeça para traz, com o prazer que estava a ter. Ele começa a beijar-me o pescoço, para cima e para baixo. Tal com a sua mão na minha anca, subia e descia. A minha mão que estava no seu peito, também subia e descia. Havia em mim uma parte que queria parar, pois não um sítio apropriado, mas a outra parte queria mais, mais e mais. Encostei-me á mesa e sentei-me, ele veio atrás, mas agora tinha as suas duas mãos, uma em cada anca. Então abri as pernas para o deixar aproximar-se mais, depois meti as minhas mãos nas suas costas e puxei-o mais para mim.
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Capitulo 7 - A Discussão — ¿ Pero qué sé está pasando aquí ? – perguntou a prof de espanhol, que estava espantada á porta da sala. — ¡ Nada! – Respondemos eu e Erik num único. — Então vamo-nos sentar, e para alguns desaproximarem-se primeiro, e depois vamos tomar atenção ao que vou falar convosco. Não tinha percebido que eu e Erik ainda estavamos juntos e abraçados um ao outro. Saímos dos braços um do outro e fomos nos sentar. O resto da aula não pensei noutra coisa, o beijo. A prof de espanhol, era de altura média, era rechonchuda, tinha cabelos castanhos aloirados, olhos castanhos e era a diversão total dentro de um pessoa. A prof começou a falar, mas eu não tomei atenção nenhuma, pensava o quanto o beijo tinha sido bom, apaixonante e espectacular. Estava feliz. Mas depois lembrei-me, “Nada”, ele teria dito aquilo para me encobrir ou teria dito porque aquilo não significou nada para ele. Olhei para ele, á primeira vista, vi um rapaz bom com quem tinha andado aos meles e que parecia estar a pensar em alguma coisa ou em alguém, mas depois olhando melhor, ele estava estranhamente sossegado, como se fosse de pedra. Olhei novamente para a prof, não iria estragar tudo, só por causa de um “nada”. Agora a questão mistério: Por que teria ele me beijado? Vamos às opções.
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Pânico. Calma. Amor. Amizade. Eu acho que a opção correcta é … d). Porque não podia ser outra opção? Perguntam vocês, e eu darei um resposta para cada uma. a. Ele era uma pessoa calma, nunca entrava em pânico, mesmo quando toda a gente já entrara em pânico. Por isso nunca podia ser esta. b. Para se acalmar, mas já era uma pessoa calma de nascença. Não, nunca poderia ser esta opção. c. Que ele era uma pessoa amorosa, mas nunca me beijaria por amor, seria loucura. Esta opção seria impossível. d. Ele era um excelente amigo, por isso era esta a poção mais conveniente. Um amigo que tinha ido ao ponto de beijar a melhor amiga, só para a acalmar. Por isso, é que a opção correcta era a d). Tenho pena, que não seja a opção c), essa era maravilhoso se fosse realidade. Quando voltei á realidade, é que percebi que tinha acabado de tocar para a saída. Arrumei as minhas coisas e preparei-me para sair. Levantei-me e fui para a porta, mas sem dizer uma palavra a Erik. Já estava perto da porta quando umas mãos quentes e macias me impediram. Por instinto olhei para traz, e as mãos quentes e macias que me agarravam eram as de Erik. Tinha no olhar preocupação e a. b. c. d.
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estava nervoso, algo que acontecia quando ele tinha que se desculpar de algo a alguém, mas não sabia como o fazer. — Espera, precisamos falar. – Disse-me ele com calma. — Falar sobre o quê. Não temos nada para falar. — Temos sim, não aqui, talvez na biblioteca. Anda. – E levou-me para a biblioteca, sem me dar tempo de protestar. Saímos do bloco B, atravessamos o espaço da escola e paramos no bloco D, para entrarmos na biblioteca. Na escola existem 4 blocos: A, B, C, e D. O bloco A é composto por: as salas de música, a sala de EVT, a sala de EV, os laboratórios, as salas de aula e duas casas de banho (raparigas \ rapazes). O bloco B tem a secretaria, a papelaria, a sala de reunião, as salas de professores, a sala da direcção, o concelho executivo, a sala de ET e as salas de aula. O bloco é a cantina, que quase ninguém lá vai, e o bar, que é onde a maioria vai almoçar e tomar o pequeno-almoço. O bloco D, que era onde eu estava, tinha o auditório, as salas de TC, as salas de laboratórios, a biblioteca e as salas de aula. A escola também tinha um ginásio, campos de futebol, mesas de pingue-pongue e as mesas de comer cá fora, e agora matraquilhos. Subimos as escadas, pois a biblioteca ficava no andar superior, fomos para o canto mais longínquo para ninguém poder ouvir ou nos vir incomodar.
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Sentámo-nos frente a frente, pois deve ser assim que as pessoas devem falar, não por detrás das costas. Por isso, quando tivermos um problema com alguém, não devemos pedir a outra pessoa para o dizer a essa pessoa, mas sim sermos nós próprios a dize-lo, cara a cara. Ele estava cauteloso e nervoso, e eu podia sentir isso, não sabia como começar. Se ele não sabia, eu ia dar-lhe uma ajuda. — Disseste que tinhas de falar comigo, força fala. – Comecei eu. Ele percebeu que eu estava ansiosa, ao que me agarrou as mãos e começou a brincar com os meus dedos, como sinal de: tem calma. E tive, acalmeime um pouco, mas ainda continuava ansiosa. Ele esperou mais, e olhou-me nos olhos. — Queria pedir-te desculpas. — Pelo quê? — Pelo beijo. É que eu nunca me comportei assim, juro pela minha vida. Foi uma situação inesperada. – Baixou a cabeça com vergonha e arrependimento, estampados na cara. Então ele nunca quis saber do beijo. Ele não estava feliz, nem contente com o beijo e tinha vergonha de o ter dado. Isso doeu-me muito, no fundo do meu coração. Achava que ele era sentimental, mas parece que me enganei. Estava tão triste, que só me apetecia era fugir dali, ir ter com alguém e desabafar. Lembrei-me logo da pessoa certa para isso. A Vanessa, a Nessie. — Estás perdoado. – Disse-lhe eu enquanto me levantava para me ir embora. Erik levantou logo a
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cabeça com alegria, beijou-me as mãos, como forma de expressar a sua alegria. — Obrigada, por me perdoares. — Não tens de quê. Agora adeus. Não lhe dei tempo de me perguntar onde eu ia, pois já sabia que acabaria por ficar ali, e eu não queria isso. Saí do bloco. Já cá fora, olhei para a janela do Bloco D e vi ele olhar-me. Estava sério e um pouco preocupado. Desviei o olhar, não era a ele quem eu precisava, eu precisava era da Vanessa. Pensei onde ela poderia estar. Deveria estar no campo. Atravessei a escola, e fui para o campo. Acenei-lhe, a pedir-lhe que viesse ter comigo, ela veio logo. A Vanessa é uma das melhores pessoas que até hoje conheci, têm cabelos loiros acastanhados, olhos castanhos e é um pouco rechonchuda. É a minha melhor amiga deste o 1º ano, é querida, tonta e divertida. Chegou ao pé de mim, e disse-me olá, mas eu estava tão mal, que assim que ela me perguntou o que aconteceu eu abracei e chorei. — Queres contar-me o que aconteceu? — Sim. – Disse-lhe ainda a chorar. — Então vamos sentamo-nos nos bancos, e depois tu dizes-me o que aconteceu, está bem? — Está bem. Já sentadas, ela olhou-me, e percebeu logo por causa de quem, é que eu estava assim. — Foi ele, não foi? — Ele, quem?
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— Tu sabes de quem é que eu estou a falar. Agora diz-me, foi ele? — Sim, foi ele. — Que te fez ele, para te deixar assim? — Eu conto, mas não podes contar nada a ninguém. Juras? — Juro. Comecei a contar-lhe que antes da aula ele me tinha dado uma rosa, inclusive me tinha dito que eu era como a rosa. Depois contei-lhe que nos tinham fechado dentro da sala, e que por causa disso eu e ele tinha-mos beijado. Ela achou interessante a parte do beijo, pelo que me perguntou como tinha sido. — O beijo foi tanto quente, apaixonado e faminto. — A mim parece até agora só coisas boas. Por isso, não percebo porque choras. — É que depois disso, ele pediu-me desculpas pelo beijo. E deu a entender que o beijo não significava nada, percebes? — Sim. Ah, então era por isso que tu estavas a chorar? — Sim, foi por causa disso que eu estava a chorar. — Acho é boa altura para mudar-mos de assunto. Fala-mos sobre como seria ir de férias de Natal, o que queríamos de prendas, o que levaríamos vestido, etc. Com isto tudo, esqueci-me completamente do assunto “Beijo”. Tocou para a entrada, perguntei para que bloco ela ia, ela respondeu-me que ia para o bloco B. Como eu ia também para lá, fomos as duas juntas para as aulas. Bati á porta para entrar, pedi desculpas á Prof. de
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Inglês pelo atraso, depois fui-me sentar. A Prof. de Inglês era uma pessoa altamente, têm cabelos castanhos arruivados, olhos verdes e usa óculos, é alta e magra, e também é bonita.
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Capitulo 8 - A Explicação Tirei as coisas de inglês, e enquanto as tirava olhava Erik. Ele olhava para mim, com um olhar de cachorrinho mal morto. Com aquele olhar ficava mais bonito e adorável do que o normal, só me apetecia era …beijá-lo. Então voltou-me á cabeça o assunto que eu tentara esquecer durante o intervalo. Voltei-me para a frente e tomei toda a minha atenção á aula. Falámos de comida saudável e exercício físico. Ouvimos algumas regras de alimentação e depois fizemos uma tabela, para mais tarde nos ajudar a aconselhar alguém do que deve ou não comer. Foi muito divertido. Tocou para a saída, mas como sempre eu sou a ultima a sair, Erik esperou por mim á porta. Não percebi do que é que ele estava á espera, mas se esperava que eu começasse a falar com ele, ele que esperasse sentado. Saí da sala, sem lhe dirigir a palavra, mas ele mesmo assim veio atrás de mim, como um guardacostas. Fui para o campo e sentei-me nos bancos grandes ao canto, ele fez o mesmo. Reparei que queria dizer-me algo, mas que estava há espera da hora certa ou das palavras certas para o dizer. — Muito bem, fala. Sei que queres dizer-me algo, por isso diz.
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Olhou para mim, abriu a boca mas depois voltou a fechá-la, como se voltasse a pensar nas palavras certas. Depois de pensar, falou: — Quero saber porque saístes da biblioteca triste, e depois na sala não me dirigiste a palavra? – Disse ele com um ar de sério. — Porque… - Olhei para ele e pensei: Ele precisa de saber. — Não sei te devo dizer a verdade ou mentir-te. O que tu preferes? — A verdade, sempre. — Bem, eu saí da biblioteca assim porque…fiquei triste de o beijo não ter significado nada para ti. Quando aquele beijo para mim, era ouro. Sabes porquê? – Olhei para ele nos olhos, bem nos olhos. — Porque até hoje nunca ninguém me tinha beijado, em que situação fosse. Foi por isso que eu saí da biblioteca assim. — Ok, percebido. E parece estranho que ainda, ninguém, te tivesse beijado até hoje. — Não gozes. Toda a gente me olha como se eu não valesse nada. — Eu não acho isso de ti, principalmente de ti. Acho que és uma pessoa muito corajosa, mas preferes não mostrar a tua coragem. — Tu podes achar isso, mas os outros não o acham. — E que importam os outros, esqueci-os, pois não precisas deles. Bem vamos falar de outro assunto. — O quê, por exemplo. — E que tal, falar sobre a tua ida a minha casa, conhecer a minha família. — Estou muito entusiasmada. — Então, já voltamos a ser amigos?
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— Claro. Erik posso pedir-te um favor? — Sim, claro. O que precisas? — Quero que me prometas, por tudo o que for mais sagrado para ti, que nunca haverá segredos entre nós. Independentemente do segredo, deves sempre contar-me tudo, e eu a mesma coisa. — Porque queres que eu prometa uma coisa dessas? Achas que eu tenho segredos para contigo? — Não. Mas é que, ao menos assim saberíamos mais um do outro. — Muito bem. Eu, Erik Adrian, juro nunca ter segredos para com a minha melhor amiga. Agora tu. — Eu, Cristiana Teodoro, juro nunca ter segredos para com o meu melhor amigo. — Diz-me uma coisa? Ainda estás chateada comigo? — Não. Mas gostava que tu percebesses que eu, às vezes, fico triste com coisas simples, como a nossa discussão. — Está bem, prometo não me esquecer disso. — Tenho a certeza que não te esquecerás, mas provavelmente do toque para entrada talvez. — Como assim? — Caso não tenhas reparado acabou de tocar para a entrada. — A sério? Não, não pode ser, eu teria dado por isso. — Pois, mas desta vez não deste, porque já são 12 horas. — Então corre para a aula. Vamos.
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— Vamos depressa, porque a seguir temos de ir a tua casa para avisar a tua avó de que vais para minha casa fazer trabalhos. Chegámos atrasados, como era de esperar, mas inventámos a desculpa de que tínhamos ido comer e que o bar estava cheio. Sentámo-nos e toma-mos atenção á aula. Começámos a dar o “ Tesouro” de Eça de Queirós. Demos o conto e depois tivemos de inventar uma notícia sobre o conto. Enquanto metade de mim tomava atenção á aula, a outra metade estava a pensar. Será que a avó deixava? Sim ou não? Se disse que sim, como seria a casa e a família dele? Seria uma casa grande ou pequena? Moderna ou antiga? A certa altura deixei de pensar nisso. Eu tinha de ser optimista e pensar que iria vê-la. — Vamos começar a escrever. Escreves tu ou escrevo eu? — Escrevo eu e tu ditas, boa? — Boa. Escrevemos, brincámos e rimos daquilo que escrevia-mos. Depois de escrita a notícia, eu fui ter com a Prof. para lhe mostrar se estava bom. Ela disse que, sim estava muito bom. Voltei a sentar-me e comecei a tagarelar com Erik. — Como são os teus pais? – Perguntei-lhe eu. — A minha mãe é uma querida e gosta de toda a gente. O meu pai também é um querido, mas também é um pouco vingativo. — Porque dizes que o teu pai é um pouco vingativo?
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— Porque se alguém tentar fazer mal á sua família, ele arranja logo maneira de se vingar dessa pessoa. — Já me descreves-te os teus pais, mas como é que o teu irmão? — Ele é um doido e um divertido, mas também é sério quando é necessário. Adora partir corações, tratar dos seus animais e ver os jogos do Benfica comigo. — Uau! Ainda bem que tu és do Benfica. — Porque dizes isso? — É que se fosses do Porto, o meu iria odiar-te o resto da vida, por seres tripeiro. — Reparei que tu falas da tua mãe como se ela tivesse sido a pior coisa que te aconteceu na vida. Mesmo de tantos anos ainda achas isso, porquê? — Porque eu nunca me conformei com aquilo que aconteceu, pois para mim aquilo não fazia, nem faz, sentido o que aconteceu. — Porque, para ti, isso não faz sentido? — 1º Porque nós sempre fomos uma família feliz, nunca ouve grandes discussões ou brigas, nunca; 2º Porque o meu pai nunca lhe fez mal, gritou com ela ou até mesmo lhe levantou a voz, as discussões eram sempre resolvidas pacificamente; e 3º O meu pai não merecia, sempre trabalhou para nos sustentar, nunca íamos de férias para podermos poupar algum dinheiro e muito raramente passeávamos para podermos passar mais tempo em família. E é por isso que, para mim, que o que aconteceu não faz sentido algum.
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— Bem, eu não conheço o teu pai, mas pela maneira como o descreves parece ser uma pessoa com bom coração. — Sim, ele tem um grande coração, mas prefere não o usar muitas vezes, pois tem medo de se enganar na escolha e ser traído novamente pela pessoa que ama. E além disso tem um humor fantástico. — Agora tenho vontade de conhecer o meu pai, para ver se o que dizes é verdade. – E piscou-me o olho, como forma de brincadeira.
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Capitulo 9 - A Casa Dele — O que vou ver quando for a tua casa? — Vais ver o salão de música, a biblioteca, a sala de estar, o jardim, a varanda do jardim, o meu quarto … — O teu quê? — O meu quarto. Onde julgavas tu, que nós iríamos trabalhar? — Na biblioteca. — Não. Além disso, da janela do meu quarto, podese ver o lago, com cisnes, peixinhos e rãs. — Ah, ah, ah! A sério, rãs? — Sim, rãs. — Cisnes, são animais lindíssimos, e além disso são animais que simbolizam o AMOR. Acho maravilhoso acordar, olhar a janela e ver cisnes logo de manhã. — Pois são. Já agora qual o teu animal preferido? — Tubarão branco. — O meu é o tigre branco ou o leopardo. — Oh! Que fofinho! Também gosto de tigres e leopardos, mas o meu preferido é mesmo o tubarão branco. — Normalmente as raparigas gostam é de focas, gatinhos, golfinhos, mas tu és diferente gostas de animais mortíferos. Fora esse, quais são os animais que gostas? — Lobos, cobras, aranhas, gatos cães, morcegos, e … não me lembro de mais nenhum.
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— Lobos? Cobras? Aranhas? Morcegos? A sério? — Sim, a sério. — Cães e gatos ainda se percebe. Mas lobos, aranhas, cobras e morcegos é … é… de doidos. — Eu sou doida. — Isso sei eu. — Muito obrigadinha. ― De nada. ― Não se afoga. ― Tens umas piadas muito giras. ― Herança do meu querido pai. Enquanto falávamos, toca para a hora do almoço. Tudo arruma e devolve as coisas emprestadas, o silêncio de antes transforma-se na feira. ― Lemos as notícias para a próxima aula. – Disse a prof. Saímos para sala e fomos logo para o portão. Pelo caminho a única coisa em que eu pensava era, a resposta da minha avó em relação á “ visita ” a casa dos pais do Erik Fomos a minha casa, passei pelo portão, deixei a mala em cima do sofá e depois fui lá dentro buscar o meu telemóvel para falar com o pai. Falei-lhe que ia a casa dos pais do Erik fazer uns trabalhos, ele a princípio não achou piada nenhuma, mas depois lá me deixou ir. Voltei á cozinha, ele veio atrás de mim. ― Avó este é o Erik, Erik esta é a minha avó. ― Muito prazer. – Começou ele. ― Avó, eu queria saber se podia ir para casa do Erik fazer os trabalhos? ― Falas-te com o teu pai?
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― Claro, ele a princípio não achou piada nenhuma sobre eu ir a para casa do Erik, mas depois lá acabou por deixar. ― Ah, obrigada pela parte que me toca. – disse ele. ― Desculpa. ― Não faz mal, estás desculpada. ― Obrigada. ― A que horas voltas? - perguntou a avó. ― Lá para as … - Olhei para ele. ― 6 horas. – Respondeu ele. ― 6 horas? – Olhei para ele e voltei a olhar a minha avó. ― Sim, avó lá para as 6 horas. ― Não chegues depois dessa hora. – Avisou a avó, como sempre. ― Está bem. Se quiseres o pai do Erik pode me trazer, queres? ― Claro, era bom, mas já perguntas-te ao pai dele? ― Ainda não, mas se não der para ser assim o pai pode ir lá buscar-me. ― Erik, achas que o teu me traria a casa da minha avó? – Perguntei-lhe eu, enquanto o olhava. ― Sim, ele traz-te, não te preocupes. – Respondeume logo ele. ― Ok. Avó, problema resolvido. É o pai do Erik que vêm aqui pôr. ― Vem comer. – Disse a avó. ― Nem precisas de dizer outra vez. Queres comer alguma coisa? ― Não, mas obrigada. ― Tu é que sabes. Comi descansada. Erik sentou-se numa das cadeiras perto do lume, que estalava de tão quente.
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Enquanto comia, comecei a pensar se seria mau começara namorar com um melhor amigo. Quer dizer, era bom e era mau. Era bom porque já nos conhecíamos, e assim não se perdia tempo a saber tudo um do outro. E era mau, porque a relação de amizade podia deixar de existir ou não, era estranho. Esta opinião depende da mente de cada pessoa, afinal todas as pessoas são diferentes. Namorar com Erik era fixe e um sonho, mas também era estúpido. Sim, estúpido. Afinal de contas ele era o gajo bom e eu era a rapariga vulgar, como antes havia referido. Mas depois, senti que algo mudaria a partir de hoje, o quê, não sei. Mas iria descobrir. Eram duas horas quando eu e Erik saímos da minha casa. Subimos a rua, passámos para lá do Cravo, e ainda andámos mais um bocadinho. Às ruas eram meio sombrias, mas as casas eram grandes e coloridas. Casas com jardins enormes, muitas flores e enfeitadas com os melhores e mais bonitos efeitos, por isso casas de gente rica. Mas todas as casas tinham, exactamente, o mesmo padrão de cores, o mesmo tamanho e a mesma forma, excepto uma. Era a última casa, era maior do que as outras, mais antiga, mas também era a mais bonita. Depois senti que já a tinha visto aquela casa, mas não me lembrava onde. Pensei, pensei e voltei a pensar. Depois fez-se luz na minha cabeça. Eu tinha sonhado com aquela casa. Era ela, a cabeça do leão na porta, as rosas
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por toda a parte e a semelhança com um castelo medieval, era igualzinha. Parei ao portão da casa, Erik fez o mesmo. Se ele me tivesse perguntado se já teria visto aquela casa, eu iria responder que não, afinal eu não queria parecer mais louca do que aquilo que já sou. ― Chegamos. – Disse ele, assim do nada. ― O quê? Quem? – Olhei para ele, sem perceber nada. ― Espera, tu acabas-te de dizer “ chegamos ”? ― Sim. Esta é a minha casa. – E apontou para a casa com que eu tinha sonhado. ― A sério? É que eu já a tinha visto. ― Onde é que tu a viste? ― Eu conto-te quando estivermos sozinhos lá dentro. ― Não, eu quero saber agora. — Mas … ― Não há mas, nem meio mas. É agora. — Eu sonhei com a tua casa e contigo. Mas tu estavas estranho, mas bonito. Posso contar-te resto mais tarde? É que isto parece-me de loucos. — Bem que é de loucos, lá isso é verdade. Mas de certa forma até que é normal. — O quê? Eu acabei de dizer-te que sonhei com a tua casa e contigo, e tu dizes-me que é normal?! — Sim é normal, pois tu não és a primeira rapariga a dizer isso. Só por curiosidade o que é que aconteceu? No sonho, claro. — Tenho me dizer? — Sim, antes que perguntes. Não, não há escapatória possível.
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— Bolas! Muito bem, que seja. Eu conto-te o que aconteceu, mas teremos de estar sozinhos e não podes contar a ninguém, nem á tua família. Entendido? — Sim, capitão. — Preparar, esquerda, direita, esquerda, direita. – E começamos a brincar aos soldados. — Excelente trabalho, soldado. — Obrigado, capitão. Ele abriu-me o pequeno portão de ferro, e depois desviou-se para que eu pudesse passar. Quanto entrei senti-me a voar, como se não ouve-se chão e eu estivesse a flutuar no ar. O jardim era lindo, cheio de flores de todos os tipos: dálias, malmequeres, lírios, cameleiras e principalmente rosas, de todas as cores e tamanhos. A relva tinha sido cortada, parecendo uma nuvem gigante, fofa verde no chão. As borboletas pousavam nas flores, os pássaros voavam e cantavam, as abelhas polinizavam. Existia uma mini escadaria que dava para a porta da casa, a escadaria era feita em pedra e á sua volta crescia heras. Em cada canto da escadaria, viam-se vasos com pequenos amores-perfeitos a desabrochar, lindos e de todas as cores (amarelos, violetas, brancos, pretos e vermelhos). Subi a escadaria, lentamente, para puder apreciar melhor a paisagem. Havia ao fundo um lago, onde nadavam cisnes, peixes e rãs. Era maravilhoso, pois podia-se ouvir as rãs coaxarem.
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A casa era feita também de pedra, mas muito mais antiga, tinha janelas com arcos ao estilo gótico, a porta tinha a tal cabeça de leão.
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Capitulo 10 - O Irmão e o Beijo A casa era lindíssima. Haviam sido colocados vasos de flores às janelas. Por cima da porta existiam dois dragões, cujas caudas se união e no centro havia um brasão. O brasão era um escudo no fundo, com uma águia a segurar a cada ponta uma espada, era magnífico. Erik bateu á porta, e esperou um pouco, logo a seguir alguém respondeu: — Já vai, só um momento. Ele olhou para mim e eu olhei para e depois desatamos a rir. Rimos tanto, mas tanto que tivemos de nos abraçar um ao outro para não cairmos no chão. Olhávamos um para o outro envergonhados. Eu baixei a cabeça, para que ele não visse a minha cara ficar rosada. Ele agarrou-me o queixo, e levantou-me a cabeça para me fazer olhá-lo nos olhos. — Não te escondas de mim. – Olhando-me nos olhos. — Porquê? – Perguntei eu a ele. — Porquê o quê? — Porque me tratas assim, com carinho e amor, nunca ninguém me tratou assim até hoje. Lá na escola, só me chamam é nomes, nem toda a gente o faz, mas uma grande parte sim. Porquê? — Porque para mim, todas as mulheres merecem ser tratadas com respeito, independentemente, da idade, beleza, ou qualquer outra razão.
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— Oh! Isso é por respeito. – Enquanto lhe ia dizendo isto, comecei a fazer cara de chateada. — Sim. – Depois levantou a sobrancelha, como se tivesse visto alguma coisa de estranho. — Tu estás bem? — Mas tu és parvo, estúpido ou idiota? É que só podes, para ainda não teres percebido. — Como? O que é que eu ainda não percebi? — Eu… eu … eu… — Tu… — Eu te amo. – Disse eu muito baixinho. — O quê? — Eu te amo! Pronto está dito. Ficou espantado, os seus olhos aumentaram e a sua boca abriu-se fazendo um O. Depois de um tempo assim, os olhos diminuíram e na sua boca formouse um sorriso caloroso e acolhedor. Estávamos tão bem assim, corpos juntos, cabeças próximas e braços na cintura. Era capaz de ficar assim da minha vida, mas… — Olá, interrompo alguma coisa? Olhei para trás de mim, e lá estava uma mulher lindíssima. Tinha cabelos cor da noite, e uns olhos brilhantes verdes esmeralda, era magra, alta e esbelta. Tinha um vestido lilás, o vestido dava-lhe pelos joelhos e tinha um decote em barco. Era um vestido muito bonito. — Não, mas é claro que não, mãe. – Respondeu ele, já eu demorara muito a responder. — Mãe? – Perguntei eu a ele espantada. — Sim, é a minha mãe.
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Olhei para a mãe dele ao mesmo tempo que saía dos braços quentes e reconfortantes de Erik. — Desculpe, é que aqui o tonto do seu filho não me soube apresentar ninguém, e é por isso que eu não sabia quem era a senhora. — Tens toda a razão, o meu filho é um tonto, mas é um adorável, não achas querida? — Sim, é um tonto, mas também é um adorável. Já agora chamo-me Cristiana, mas se quiser trate-me por Cris. — Eu chamo-me Rosemarie, mas a menina trateme por Rose. Querem entrar? — Sim, claro Rose. — Então entrem e vão para o quarto do Erik, que já vos vou lá levar um lancezinho. Entrarmos para dentro de casa. A casa era enorme. O hall de entrada estava pintado de verde mentol, com alguns quadros nas paredes. A sala, era toda mobilizada por móveis antigos e detalhados, os sofás vermelhos eram de veludo, a parede era creme e o tecto, bem o tecto… No tecto da sala estava pintado um anjo enorme, com uma espada numa mão e um escudo, no escudo estava representado uma águia, mais propriamente Fénix. Fiquei um bom bocado a olhar para o anjo, era espectacular. — Vais ficar aí o resto da tua vida? – Perguntou-me ele, para ver se eu acordava daquele transe. — Hum… - Respondi eu ainda meio parva. – Não, não vou ficar aqui o resto da vida. — Então anda.
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Segui-o pelo corredor, pintado com imagens de paisagens incríveis, praias, campos de flores, poresdo-sol, etc. Eram tão perfeitas, que até pareciam reais. Estava tão distraída com as pintoras, que nem reparei que já não vi-a o Erik em lado nenhum. Comecei a correr e ver nas infinitas portas, não o conseguia encontrar, sentei-me no chão de mármore branco. E se ele nunca mais me encontrasse ou pior. Então comecei a entrar em pânico e sentir medo. Sentiame como uma criança pequena tem medo do escuro. Não sabia o que fazer. Talvez eu devesse começar novamente a procurar o Erik. Não deixaria o medo apoderar-se de mim, afinal de contas eu era uma mulher ou era um rato. Era capaz de ser um rato, pequenino e cheio de medo, mas ainda assim tinha de ter coragem. Levantei-me, e comecei a fazer o mesmo percurso que tinha feito de volta, pelo caminho eu ia espreitando as diversas portas do corredor. Quarto, quarto, quarto, escritório, escritório, escritório … Era sempre o mesmo “quarto” e “escritório”, até chegar a uma porta que me até á biblioteca. Entrei na biblioteca, pintada de cor-de-laranja claro, tinha duas mesas tão grandes que em cada uma havia oito cadeiras. As prateleiras eram de madeira cara, e existiam dois pisos, as escadas eram ao meio, dando á biblioteca, no piso superior, a forma de U. Reparei que os livros estavam organizados por tipos de livros. Tirei a mala das costas, e pu-la no chão perto da porta. Comecei, a ver os livros, havia de todos os
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tipos, desde artes a musica, ciências a tecnologia e de matemáticas a literaturas. Fui directamente a literaturas, que ficava no piso de cima, subi as escadas devagar e a descansa, mas assim que cheguei ao último degrau vi alguma coisa a mexerse. Fui muito devagarinho, para perto do rapaz, pelo que eu era. Depois parou de se mexer, e aí aproveitei para ver quem era. Era alto como o Erik, mas este tinha cabelos loiros, estava sentado no chão á procura de um livro. Depois sem aviso levantou-se e olhou para mim. Tinha olhos verdes esmeralda, com um pouco de dourado misturado. E foi aí que me lembrei de que era o rapaz giro. — Deves ser o Rodrigo? – Perguntei sem ter a certeza. — Sim, sou. Porque queres saber? – Respondeu-me ele, num tom querido, mas ao mesmo tempo firme. — Bem, é que eu vi com o teu irmão, mas pelo caminho perdi-me. Depois dei com a biblioteca, e pensei em entrar, encontrar um bom livro e ler, até que me encontrassem. — Fizeste bem, a casa é muito grande, por isso, é muito fácil perderes-te. Disseste que vieste com o meu irmão, portanto tu deves ser a Cristiana, certo? — Certo. Como sabias o meu, nome? — E tu como sabias o meu? — Erik! – Dissemos nós ao mesmo tempo. Rimo-nos um pouco. Descobri que o riso de Rodrigo era exactamente igual á de Erik, feliz, amoroso e reconfortante. — Foi divertido. – Comentou ele.
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— Sim, pois foi. Que andas á procura? — Do meu romance preferido, “Drácula” Bram Stoker. — Gosta do Drácula?! — Sim, porquê tu não gostas? — Estás a gozar, é altamente. Já a ultima versão do filme do Drácula? — Bram Stoker's Drácula, 1992? Sim, estava muito bom. — Concordo plenamente. A propósito o livro está aqui. – Apontando com o dedo, para o livro que estava na prateleira á minha frente. — Obrigado, madame. — Não têm de quê, cavalheiro. E voltamos a rir. Ele tirou o livro da prateleira, e depois convidou-me para me juntar na mesa do fundo. Sentei de frente para ele, em cima da mesa ele tinha imensos papéis sobre vampiros, papéis como: NO MUNDO DOS VAMPIROS, O Mito do vampiro, Drácula. Mas o ele tinha mais sobre a mesa era romances vampíricos: O despertar do Vampiro, Paixão Eterna, Cárpatos, O Beijo Eterno, Por Toda a Eternidade, Academia de Vampiros e Sangue Fresco. — Uau! Para que é tudo isto? — É que eu estou a fazer um trabalho, para mim, sobre o vampirismo. E pretendo ler tudo isto novamente. — Fixe. Posso dizer uma coisa? — Sim, claro. O que é? — Todos os livros e documentos que tu aqui tens já eu os li.
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— Todos? A sério?
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Capitulo 11 - O namorado Secreto — Sim, é que eu amo ler. E quando é romances ainda gosto mais, se tiver vampiros ainda melhor. — Também gosto muito de ler, e se tiver amor e vampiros pelo meio ainda gosto mais. Que giro temos muito em comum, já vistes? — Sim. Olha passas-te a ser um dos meus três melhores amigos, isto se tudo quiseres ser meu amigo? — É claro que quero ser teu amigo, e já agora, tu passas-te a ser a minha única e melhor amiga. Só uma coisa, trata-me por Rodrick — Obrigada pelo privilégio. — Importas-te que eu trabalhe a quanto tu ficas a olhar para mim e a ajudar-me? — Mas é claro, que não me importo. Rodrigo começou a trabalhar no seu trabalho, enquanto eu olhava para ele, como ele me havia pedido. Ele tinha uma postura calma e descontraída, o contrário do Erik, estava muito concentrado. Escrevia devagar e com uma letra impecável. A certa altura deixei de olhar para a sua letra, comecei a olhar para a sua face. Era branca e suave, tinha uns lábios cheios e prefeitos, como se tivessem sido esculpidos por um artista. Acabei por me perder nos lábios e a imaginar como seria beijar aqueles lábios carnudos. Sem eu dar por isso, Rodrick deixou de escrever para me olhar. Olhou-me nos olhos, e eu vi-me num campo verde
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cheio de flores ao pôr-do-sol. Aproximou-se de mim, para depois me beijar. Os seus lábios eram tão suaves e ardentes. O beijo foi doce, carinhoso e romântico, como o beijo de dois apaixonados. Levantámo-nos ao mesmo tempo, para a seguir nos juntámos num forte abraço e nos beijarmos novamente. Mas desta vez o beijo, foi mais ardente como o fogo, mais possessivo e muito mais louco. Senti-o puxar-me mais para si, como forma de dizer que tão cedo eu não sairia dali. Depois ele parou de me beijar, para me poder olhar nos olhos. — Não te deixarei sair daqui tão facilmente. – Disse-me ele ofegante. — Mas quem te disse que eu quero sair daqui. – Respondi-lhe eu. — Ainda bem que não queres. Depois de dizer isto, voltou a beijar-me. Enquanto nos beijávamos, apercebi-me que ao mesmo tempo íamos caindo de joelhos no chão envernizado da biblioteca. No fim de estás de joelhos no chão, começamos a deitarmo-nos. Ele ficou por cima de mim, com as suas mãos nas minhas costas a abraçar-me, enquanto que eu abracei-o pelos ombros. Ele beijava maravilhosamente bem, e eu não queria que ele me deixasse de beijar assim. Puxei-o, pela camisa creme, mais para mim. Ficámos assim um bom bocado, até pararmos de nos beijar. Começamos a nos levantar. Ele conduziu-me até uma poltrona vermelha sangue, onde ele se sentou e eu sentei-me no seu colo. Encostei-me para trás e
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coloquei a cabeça sobre o seu peito forte, ele colocou os seus braços á minha volta. — És incrível, sabias? – Comentou ele. — Não, mas passo a saber. — Quero que saibas que aquele não é o meu comportamento normal. — Eu sei, aquele também não era o meu. — Mas não parecia. — Igualmente. — Afinal já não te quero como melhor amiga. — Não? Como assim, estás a acabar a nossa amizade? Fala, estás a dar cabo de mim! — Eu não estou a acabar a nossa amizade. — Então que estás a fazer? Explica. — Eu não te quero como amiga, mas sim como namorada, aceitas? — Eu …eu … eu … Não sei. Acabamos de nos conhecer, e eu não sei nada a teu respeito. — Se preferires o nosso namoro pode ser secreto e se queres saber tudo sobre mim, eu digo. Digo-te tudo. O que é que achas? — Assim é capaz de haver salvação. Estendi-me e dei-lhe um pequeno e rápido beijo nos lábios. Mas ele fez com que o beijo passasse a ser um beijo grande e demorado. — Aproveitador. – Acusei-o eu. — Quem? Eu? Não, não deve haver aí um pequeno erro. – Defendeu-se logo ele. — Estás a ser irónico, certo? — Não, errado. — Então se não és aproveitador, o que és afinal?
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— Eu sou um rapaz loucamente louco por beijar os lábios da sua nova namorada, que acabou de conhecer. — Hum. E talvez a nova namorada queira ser beijada. — E talvez ela seja mesmo beijada, e muito mais. — Atrevido! Me beija, agora. Se apodere de mim. — Nem precisas de dizer duas vezes. E apoderou-se dos meus lábios. Dei a volta no seu colo e sentei-me de frente para ele, ele aproveitou e desceu as mãos até às minhas ancas, eu pôs os meus braços á volta do seu pescoço. Uma das suas mãos moveu-se por dentro da minha camisola, e subiu até ao meu soutien. Os meus dedos enrolaram-se no seu cabelo loiro, puxando-o mais para mim, fazendo com que o meu peito choca-se com o peito dele. Por entre os beijos eu ouvi-o gemer, como se aquilo lhe um prazer incalculável. — Mais, querida. Eu quero mais. – Murmurou ele, pelo meio. Senti que ia explodir de fogo, vi que ele senti-a o mesmo. Antes que eu pudesse fazer alguma coisa, ele tirou a sua camisa creme, e foi aí que eu vi a coisa mais bonita que até á aquele dia tinha visto. Todo o seu peito era músculos, fortes, quentes, sensuais, e doces parecia que tinha sido esculpido, eu não conseguia explicar, mas posso tentar. Era tão musculado como um super herói, tão quente como o fogo, tão sensual como uma rosa e tão doce como o chocolate. — CRISTIANA! – Olhei para trás e lá estava ele, o Erik.
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— Erik, isto não o que parece. – Apresei-me a explicar. — Não, mas é claro que não é. Eu não estou a ver a minha melhor amiga enrolada aos beijos com o meu irmão. — Por que é que te estás a preocupar, eu já sou crescidinho. – Meteu Rodrick, para me defender. — Não, não és nada crescidinho. — Ah, não. Vamos descobrir. — Vocês os dois nem pensem em ir lutar, porque eu não o permitirei. — Não precisamos da tua permissão. – Respondeu logo Erik. — Escusas de ser arrogante. — Não te preocupes eu não irei lutar, se assim desejares. É isso que desejas? — Sim, não quero que se magoem, principalmente por uma pessoa insignificante como eu. — Tu não és insignificante para mim. – Disse Erik. — Nem para mim. – Retorquiu Rodrick. — Não para vocês, mas para mim própria. — Tu tens uma grande falta de auto estima. – Disseram os dois. — Eu sei. Erik peço-te desculpas pelo que aqui aconteceu. Desculpa. Levantei-me do colo do seu irmão, com a cabeça para não olha-lo nos olhos. Se o olha-se nos olhos agora, acho que não conseguiria evitar de chorar. Como é que eu pude fazer uma coisa destas, principalmente a ele? Como? Se eu fosse ele, nunca mais olharia para mim ou quereria ser meu amigo. Era o que eu merecia.
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— Estás desculpada. Já estava a descer as escadas, quando ele disse isso. Parei a meio das escadas, para depois olha-lo. Fiquei paralisada, estavam os dois lado a lado a olharem para mim, não sabia qual deles dois o melhor. Eram os dois bonitos, inteligentes, sensuais, doces, amorosos e queridos. Ambos quando os olhei sorriram, devo ter corado, porque eu senti-a as minhas bochechas a ferver. — Obrigada. – Respondi-lhe eu, como um tom calmo. Depois de lhe responder, virei-me e continuei a descer as escadas até chegar ao último. Reparei que Erik também virara, mas para o seu irmão. — Veste-te e depois vem ter connosco ao jardim. Vamos comer lá fora, porque está bom tempo. Despacha-te! — Sim, meu capitão.
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Capitulo 12 - O Jardim do Love Ri-me da situação. Já no piso de baixo, olhei para cima e vi Rodrick gozar com o irmão, enquanto este descia as escadas para vir ter comigo. O meu namorado secreto era um máximo. Sem o irmão ver, claro, mandou-me um beijo, e eu fingi que o apanhava. — O que é que estás a fazer? – Perguntou-me Erik. — Quem? Eu? Nada. — Então mete-te á minha frente, que é para eu ter a certeza que desta vez não te perdes. — Obrigada, pela ajuda. Peguei novamente na minha mala, e saí da biblioteca com Erik a trás de mim. Fomos calados um bom bocado do caminho. Saímos do corredor para o extenso jardim, por umas portas de vidro, que vinham do chão e iam até ao teto. Erik tinha razão, havia um sol maravilhoso cá fora, estava calor e passava uma aragem fresca, para refrescar. O jardim por detrás da casa era diferente do jardim da frente. Este jardim tinha uma pequena casa no meio do lago, onde se podiam ver pratos e talheres de prata que brilhavam, devido ao sol. — Porque me fizeste isto? – Começou ele. — O que é queres dizer com isso? — Primeiro dizes que me amas e depois vejo-te aos beijos com o meu irmão. Afinal que raio de amor é este?
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— Eu não te sei explicar. Eu amo-te de verdade, mas naquele momento, o teu irmão é que lá estava. Foi por isso que é que eu estava nos braços do teu irmão, eu estava assustada e a entrar em pânico, quando o teu irmão me ajudou. — Mas ajudou-te de uma maneira imprópria. Eu é que lá deveria estar, não ele. — Como assim, tu é que lá devias estar? — Por eu é que te vi primeiro, por isso, tu és minha. — Tua? Tua, nada. Eu sou, é do meu pai e da minha mãe. — Até aí já eu tinha chegado. Peço-te desculpas por ter sido arrogante contigo ainda á pouco. — Não faz mal, estás desculpado. A pequena casa era cor de areia, com uma mesa e 6 cadeiras brancas, muito bem trabalhadas. Nos pilares da pequena casa, elevavam-se roseiras, com grandes rosas brancas e vermelhas, muito bonitas. Fomos por um caminho de pedras quadradas, até ao meio do lago. Eu sentei-me numa das cadeiras, depois de colocar a minha mala no chão. Erik ficou de pé a olhar os cisnes que se enamoravam. Levantei-me e fui ter com ele, pois não suportava aquele silêncio. Ele parecia perdido nos pensamentos, olhava para o vazio e não se mexia. Tinha as mãos juntas fechadas num punho, em cima do balcão da pequena casa. Aproximei-me e coloquei as minhas mãos á volta das dele. Ele pareceu assustar-se, porque não esperava que eu fizesse aquilo.
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— Eu beijei o teu irmão, mas é a ti que eu amo. Percebido? – Disse-lhe eu. Não faço ideia porque disse aquilo, mas aquilo que eu sei é que ele pareceu ficar mais feliz com aquele revelação. Olhou-me com um brilho no olhar que dizia “ obrigada”. Fiquei feliz por ele estar feliz. De repente ele abraça-me, não o recusei, antes pelo contrário, abracei-o com toda a minha força. Antes que eu pudesse evitar comecei a chorar. Chorei tanto, mas tanto, que quando dei por isso, já a camisola dele estava molhada do meu choro. — Desculpa, pelo que te fiz sofrer. – Disse-lhe eu, ainda a chorar. — Não faz mal, tu não sabias. – Respondeu-me ele. — Mas podia ter tentado saber. Deixou de me abraçar um pouco, mas só o suficiente para me poder olhar. Os olhos dele eram como pedras preciosas, brilhavam tanto que até queimavam. — Eu amo-te. – Disse-me ele. — Tu o quê? – Perguntei-lhe eu, ainda meio parva com o que ele disse. — Amo-te. Amo-te. Amo-te. — Eu não acredito. Quando disse esta frase, tive a sensação de um déjà vu. Eu tinha dito esta, mesma frase, no meu sonho. — Mas é verdade. – Disse ele. — Prova-mo. – Desafiei-o eu. — Muito bem, queres provas. Aqui vão elas. Dizendo isto beijou-me. Beijou-me com tamanha força e paixão, que até me estava a custar estar em
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pé. O sabor dos seus lábios, era igual á cor que os seus olhos lembravam, sabia a mel. Mas aquele mel era muito doce, quente e sólido. A certa altura achei que me ia empurrar até ao pilar e prender no seu abraço caloroso, entre ele e o pilar da pequena casa. Estava felicíssima. Quando acabou o beijo, ele sorriu-me. O sorriso foi maravilhoso. Ficamos assim até ele me pegar pela mão e me levar para a parte mais longínqua do jardim. Corremos para baixo de uma amendoeira, era muito grande e bonita, porque estava em flor. As pequenas flores cor-de-rosas, faziam-me lembrar algodão doce, fofinho e delicioso de apreciar. Deitei-me na relva, de barriga para cima, ele deitou a cabeça em cima da minha barriga. Era bom estarmos assim depois de tudo o que tinha acontecido. Olhei para nos olhos e vi felicidade e muito amor, mas também dor e tristeza. Porque estaria ele triste? O que seria que lhe dói tanto? — O que aconteceu no teu sonho? – Perguntou-me ele. — Como? O quê? O jardim por detrás da casa era diferente do jardim da frente. Este jardim tinha uma pequena casa no meio do lago, onde se podiam ver pratos e talheres de prata que brilhavam, devido ao sol. A pequena casa era cor de areia, com uma mesa e 6 cadeiras brancas, muito bem trabalhadas. Nos pilares da pequena casa, elevavam-se roseiras, com grandes rosas brancas e vermelhas, muito bonitas.
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Fomos por um caminho de pedras quadradas, até ao meio do lago. Eu sentei-me numa das cadeiras, depois de colocar a minha mala no chão. Erik ficou de pé a olhar os cisnes que se enamoravam. — Eu perguntei-te o que é que aconteceu no teu sonho. — Ah! O meu sonho…pois…o que é que aconteceu… — Que se passa? Porque tens medo do mo contar? — É que o sonho é um pouco real e um pouco ficção. E também é de doidos. — Mas conta-mo na mesma. Quero ouvir, além já faz muito tempo que não ouço uma história. — Muito bem. Eu sonhei que estava na tua casa com um vestido cor de sangue e que tu estavas nas escadas com umas calças pretas e uma camisa cor de sangue. Disseste-me quer era perigoso eu estar ali e que eu devia sair dali. Perguntei-te porquê. E tu respondeste-me porque tu eras um…um…um… — Um quê? — Vampiro. Disse-te que não podia ser possível porque tu eras a mais querida que existe e depois tu mostraste-me os caninos, muito bonitos já agora. Beijaste-me e fugiste logo a seguir escadas a cima, eu teimosa seguinte até á sala de música ou se baile, ou uma coisa qualquer assim parecida. Dissete que não tinha medo de ti, e tu disseste-me que tinhas medo era: de ti próprio e de me matares. Teimosa disse que não me importava e tu acreditaste e aproximaste-te…. — E?
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— Acabou. Não sei o resto porque a minha avó acordou-me antes disso. Parecia tão real, mas eu sei perfeitamente que era impossível sê-lo. — E se fosse real? – Respondeu-me ele. — Como assim? — E se existissem vampiros na vida real, que farias? – Perguntou-me ele.
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Capitulo 13 - A Porta Demoníaca — Eu quereria ser um vampiro, para poder viver para sempre. Mas claro que só o faria se tivesse primeiro o amor da minha vida a meu lado. — Então já encontras-te o amor da tua vida? — Sim. — A sério? Quem é ele? — TU. – Respondi-lhe eu, enquanto sorria. Inclinei-me ligeiramente para a frente e dei-lhe um beijinho nos lábios. Depois voltei a sorri-lhe com o meu melhor sorriso e ele retribuiu o sorriso. Enquanto sorriamos um para o outro, começaram a cair pequenas flores de amendoeira. E assim ficámos até vermos a mãe de Erik a chamar-nos para o lanche, estava mesmo há nossa frente. — Erik Adrian que posturas são essas? – Perguntou a mãe dele. — Mãe, não te preocupes isto é normal para nós, desde á 30 minutos. — Como assim, meu querido? – Questionou novamente a mãe dele. — Nós agora somos namorados. – Disse ele olhando para mim. A mãe dele deu pulos de felicidade, abraçou-nos dois enquanto nos dava os parabéns por namorarmos. No fim de tudo isto foi andando, eu e ele ficamos para traz. Fomos devagarinho e de mão dada, como dois namorados completamente apaixonados.
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Ainda estávamos perto da amendoeira, quando eu vi, exactamente, nos nossos antigos lugares um lobo e uma coruja. Tanto o lobo como a coruja eram brancos, mas era um branco muito claro, como a neve. Os olhos do lobo eram de um castanho chocolate e os da coruja eram dourados como o caramelo. Era muito estranho, porque os dois animais habitam em climas frios, e aqui o clima era mais quente. Estava para perguntar a Erik o que se estava a passar ali, quando reparei que tanto ele como a coruja estavam a olhar-se olhos nos olhos. Parecia que estavam hipnotizados um pelo outro, eram completamente arrepiante. Deixei de olhar para ele, para depois olhar para o lobo branco. O olhar dele era fatal, era tão meigo e inocente, que me apetecia ir ter com ele. Nos seus olhos eu conseguia ver-me, como um se ouve-se um espelho no seu olhar, e também conseguia ver pequenas estrelas, como se tivesse ouro. Eu estava fascinada com tudo aquilo. - Erik? – Tentei eu, chamá-lo à razão. Tão depressa como apareceu. Desapareceu tudo, ele tinha voltado a ser o meu Erik, os olhos ficaram dourados e sorriso voltara a ser acolhedor, estava novamente calmo e com um ar apaixonado. Não sabia o que tinha acontecido ali, mas ele teria de me explicar. Como é que ele num momento parece um monstro e no seguinte parece um anjo? Porque teria acontecido aquilo a ele? Teria ele alguma coisa a ver com o acontecimento? Sim? Não? Talvez?
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- Erik?! – Chamei-o, novamente. Logo de imediato ele olhou para mim. – O que aconteceu aqui? E não tentes dizer-me que estive a imaginar, porque eu sei, muito bem, aquilo que vi. Quero uma explicação, agora! Ele olhou-me com um olhar preocupado e assustado. Reparei que ele queria explicar-me, mas tinha medo do que eu poderia achar. Eu estava mesmo a ver, que ele iria mentir-me, por isso ameacei-o com umas palavras. - Olha a promessa. Diz-me a verdade, e eu prometo não te censurar. – Declarei-lhe. – Se tentares mentir-me nunca mais te falo. - Eu quero explicar-te, mas tu podes não aguentar. – Explicou-se ele. - A verdade eu posso aguentar, a mentira já não posso dizer o mesmo. - Muito bem. Se quiseres saber a verdade vem comigo. – Respondeu ele. Fui atrás dele, dê-mos a volta pela casa e entramos pelas traseiras. As traseiras davam para a entrada na cozinha. A cozinha era muito grande e bonita, tinha uma mesa pequena circular e 6 cadeiras, no centro da mesa, havia uma saladeira de fruta com maçãs, peras, bananas, uvas, etc. Passamos pela cozinha e virámos á direita para uma porta, completamente assustadora, mas ainda assim linda. Era de madeira escura e ferro, por cima da porta encontrava-se uma cabeça de um verdadeiro monstro. Tinha dentes tão grandes como os de um tigre, uns cornos como os touros, tinha olhos negros e frios como os de um tubarão e ainda umas
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grandes garras parecidas com as dos leões. Aquela porta, estava-me a meter medo, porque parecia que os olhos do monstro me seguiam, para onde quer que fosse. Se dava um passo para traz, ele olhava para mim, se dava um passo para a frente, ele continuava olhar-me. Começava a achar que aquilo era má ideia, mas se eu queria a verdade tinha de ter um pouco de coragem. Ele abriu a porta e puxou-me para lá, mas eu recuei. Não era só os olhos que me assustavam, mas também as garras. Pareciam querer agarrar-me e nunca mais deixar-me sair. Ele olhou-me, e sussurrou-me que eu não precisava ter medo, porque ele ia-me proteger. Fiquei mais descansada e fui atrás dele. Ok, isto é uma loucura. Como é que eu vim parar aqui? E por que é que ele me está a levar para ali? O que estaria ele a pensar? Estaria louco? Depois de passar a porta, vi umas escadas velhas, mais velhas e degradadas do que tempo podia dizer, de pedra e cheias de musgo. Ouvia-se ratos a passar por todo o lado, e via-se, aqui e ali, teias de aranhas. Havia ar gélido que entrava pelos ossos, e que faria qualquer pessoa tremer, tanto de frio como de medo. De repente, enquanto eu começava a descer as escadas, a porta fechou-se furiosamente. O barulho foi tão grande, que fez eco, e me fez arrepiar de alto a baixo.
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Capitulo 14 - A Escuridão Erik dava-me a mão, tal como me prometa, e isso era a única coisa que me impedia de não correr escada a cima aos gritos e fugir daquela casa para sempre. Eu apertava-lhe cada vez mais, e não percebia como é que ele ainda não se tinha queixado. A única luz era a do candeeiro portátil que ele levava á minha frente, sem essa luz nós, mais propriamente eu, estaríamos perdidos e numa escuridão infinita, muda e tenebrosa. Há medida que ia descendo aquelas escadas, ia cada vez mais me sentindo sufocada de escuridão e tristeza. Era como se existisse alguma coisa sobrenatural ali, que me fazia sentir triste, desgostosa e amargurada. Eu sentia, principalmente, dor. Uma dor tão forte, que se pudesse, eu diria que ali tinha acontecido, noutros tempos, algo de terrível. Um suicido. Um assassinato. Esse crime, pareceu ter abalado, muito, alguém ou alguns. As escadas eram em espiral, por isso, demos voltas e voltas e mais voltas. E eu comecei a enjoar-me, felizmente, quando dei por mim estávamos já no último degrau das malditas escadas. Assim que chegamos, Erik largou-me a mão, e desapareceu na escuridão, levando com ele toda a luz que havia ali em baixo.
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Olhei á minha volta, não havia luz e estava escuro, muito escuro. Tudo estava em silêncio, não se ouvia um ruído, a não ser o som do meu coração. O coração batia, batia e batia muito ferozmente e aceleradamente, com o medo e o pânico que eu sentia. De repente ouvi outro ruído. Era pesado mas carinhoso, barulhento mas calmo. Eram passos de uma pessoa, que não estava nada longe, parecia-me a mim, que estava a uns 2 metros de mim. Não sei como consegui, mas comecei a andar para longe. Mas quanto mais eu andava, mais perto eu senti-a e ouvi-a os passos. Então, em vez de eu andar, eu iniciei uma corrida. Corri, corri e corri, não para onde, mas foi o suficiente para deixar de ouvir passos. Pus-me á escuta, não se ouvia passos. Ufa! Que alivio! Contei até dez, para ver se conseguia acalmar o meu coração e tudo o resto. Logo a seguir, senti uma mão por cima do meu ombro. A mão era grande e forte, de mais para ser a de Erik, e tinha um anel de ouro, com um pequeno brasão. Não consegui ver qual era o esboço do anel, pois estava demasiado ocupada a tentar pensar como iria eu sair dali. Isto não me está a acontecer! Isto não me está a acontecer! Isto não me está a acontecer! Oh, mas quem é que eu quero enganar. É claro que isto me está a acontecer. Que vou eu fazer? Será que irá ele me fazer? Matar-me? Não, não e não. Ou será que me levará para um lugar muito longe dali, para me
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prender numa cela para o resto da minha vida? Talvez ele seja boa pessoa. Talvez. Conta até três e depois logo veremos. Um…Um e meio…Dois…Dois e meio…Três. Ganhei coragem e olhei para trás de mim. Não era Erik, mas isso eu esperava, era um homem novo, com uns 26 ou 27 anos e tinha na outra mão um candelabro aceso, revelando como ele era. Era alto e magro, e tinha alguma fibra. A cara dele era, absolutamente, espantosa, quase não tinha palavras para o descrever. A cara era creme, de um creme caramelo, e levemente rosada nas bochechas. Tinha olhos dourados brilhantes como estrelas e cabelos loiros, como ouro, pelos ombros. Estava vestido como uma camisa branca, um casaco e calças cinzentas e um colete preto, estava maravilhoso. O homem apesar de ter, uma cara adorável e bonita, metia-me pavor. Então, comecei a recuar e para longe dele. O homem não fez nada, ficou ali a ver-me afastar, com o candelabro aceso na mão. Não sabia onde estava, mas a única coisa que sabia era que, por agora, estava em segurança. Eu sentia que estava em segurança e que estava protegida, mesmo estando no meio do nada e às escuras. Não explicar, mas posso tentar. Tinha a sensação de que tinha alguém, ou alguma coisa, que me estava a proteger com uma espécie de escudo invisível e inquebrável. Do nada, apareceram duas luzes, eram pequenas e brilhantes, assemelhavam-se aos olhos dos felinos de noite. Estava tão feliz por ver luzes, que nem
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sequer reparei que se estavam a aproximar. Depois ouvi, um rugido. O rugido era grotesco e horripilante. Lembrei-me que nenhuma luz, que eu conheça, podia fazer aquilo, mas talvez dois olhos pudessem. O que seria aquilo? Seria um animal? Ou seria algo nunca antes visto? O que iria eu fazer? Será que se eu correr, conseguirei escapar? Talvez sim? Talvez não? Estranhamente recordei-me de uma coisa que aconteceu, não á muito tempo. Os olhos do Erik tinham ficado brilhantes, quando a luz se apagou na sala de aula. Os olhos tinham uma tonalidade amarelada, com um toque de laranja, como se tivesse estrelas dentro dos olhos. Tinha sido bonito, mas arrepiante. Sem sequer ter tempo de evitar, gritei pelo seu nome, o mais alto que era possível. - Erik! Erik! Erik! – Eu gritava o seu nome, mas cada vez mais achava que estava enganada. – Erik? - Eu. – Respondeu-me ele, por detrás de mim. - Ah! Merda, Erik assustaste-me. Qualquer dia, tenho um ataque cardíaco e a culpa será tua. – Disse-lhe. – Espera ai! Se tu estás aqui o que é que está ali? Apontei eu, às escuras, para o lugar onde antes estavam os dois pequenos olhos, e que agora não lá estava nada. Nada. Vazio. Era como se tivesse evaporado no ar. Eu com certeza tinha imaginado, porque agora ali não estava nada. Também sem luz não se via nada. - Erik, podes acender uma luz, por favor?
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Ele como bom namorado acendeu, uma luz que a, princípio, fez-me impressão aos olhos, mas logo fiquei boa. Encontrava-me tão feliz por vê-lo que nem acreditava que era mesmo ele. Quando não acreditamos que alguma coisa não é real, o que é que fazemos? Não sabem. Eu sei. Resposta: apalpamos. Como não acreditava que era ele, comecei a apalpa-lo, nos braços, na cara, no peito, nas pernas e nas ancas. Só depois de toda esta inspecção é que acreditei, por isso, dei-lhe um beijo. Um beijo pequeno, mas o suficiente para me acalmar os nervos.
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Capitulo 15 - A Ponte Mortal - Para que foi tudo isto? – Perguntou-me ele. - Para que eu tivesse a certeza que eras tu e que não era imaginação. - E… ainda queres ter a certeza absoluta? – Interrogou-me ele, atrevido. – Eu não me importo de ajudar. - Atrevido. – Ralhei-lhe eu. – Mas eu gosto. - Pois ainda bem, porque senão havia problemas. - Que tipo de problemas? Valentão. – Armei-me eu para ele. - Muito grandes e perigosos. – Respondeu-me ele. – Agora anda. Logo fui atrás dele, para desta vez não me perder dele. Ainda não sabia onde estávamos, mas também não queria saber. Estava com Erik e isso era o que, para mim, importava. Reparei que estávamos num antigo e clássico corredor, de grandes pedras rectangulares, como as do Egipto, e com algumas Eras (flor) frescas e verdes a crescer nas paredes. O melhor do corredor era que, pelo caminho, existiam apoios nas paredes, com tochas a arder, segundo era mais antiga, para dar luz aquele lugar. O caminho era enorme, pelo que eu conseguia ver, e tinha encostado á parede, uma de cada lado, antigas armaduras de combate. Todas elas eram constituídas por uma espada, um escudo, um capacete, e todo o resto do equipamento, a que tem direito. Estavam bem
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estimadas, e isso via-se, porque estavam tão limpas, que davam para ver o nosso reflexo, e cintilantes. Para além do equipamento, todas elas tinham uma coisa em comum, o brasão. O brasão estava gravado em todos os escudos, pelo que calculei que noutros tempos a família de Erik tivesse sido da realeza, um lorde, por exemplo. - A tua família já foi da realeza, não já? – Perguntei-lhe curiosa. - Sim. O meu trisavô deixou-nos uma grande fortuna e uma casa, em Paris, antes de falecer. - Levas-me para lá? – Questionei-o. – Mas contigo claro. - Um dia destes. - Viva! – Gritei de alegria. Ele parou de andar, para depois olhar para mim. Tinha no olhar a expressão como dizem: “ ela não regula bem da cabeça ”. - Que foi? - Nada. – Respondeu-me ele, á beira do riso. Virou-se para a frente e riu-se um bocadinho, antes de voltar a andar silenciosamente. Tinha a sensação que algo de arrepiante, mas bom estava para chegar. Brevemente. Provavelmente ainda durante esta semana. E hoje era só quarta-feira. Continuamos a andar pelo corredor até que este deu lugar a um alçapão, que pelo que se via dava para fora! Subimos umas escadinhas, que davam para subir de dois em dois degraus, já gastas e escorregadias. Erik abriu o alçapão, e saiu comigo atrás de si, para uma…floresta. Uma floresta? A
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sério? Só podem estar a gozar? Não estão a gozar, pois não? Não, infelizmente, não. A floresta era, inesperadamente, sossegada. Não se ouvia pássaros a cantar ou uma coruja a fazer: “ U, U, U ”. Nem tão-pouco, se ouvia abelhas a zumbirem. Existia um caminho de terra batida, marcada com pedras de um lado e do outro, que passava por cima de uma ponte, e posteriormente continuava até uma capela, ou pelo menos o que sobrou dela. Finalmente, ouvi algo. Era a água a cair de uma cascata, acho eu, e a embater em pedregulhos por baixo da ponte. O som era vibrante, adoravelmente melodioso e apreciável ao ouvido. Os milhares de pingos de água, que caiam suavemente, sobre pedras pesadíssimas e fazendo um som do tipo: “ping, ping, ping ”. Era deslumbrante. Encantador. Esplêndido. Após ele fechar o alçapão, seguimos pelo caminho de terra de pedras perpendicular para a ponte. A ponte era de tábuas, e com algumas flores a crescer pelo meio. Flores que, com o tempo, foram enrolando-se a troncos, que estava a segurar a ponte. Cheguei á frente, para ver o que havia acolá em baixo. Era bocadinho alto, deveria ter a altura de um prédio de 4 andares. Quando me aproximei mais, pareceu-me ter sentido a minha alma a arrepiar-se. Era aterrador e sinistro, porque se formos a ver, a alma não se pode arrepiar, mas a pessoa pode. Se alguém cai-se aqui abaixo nem alma se aproveitava.
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Lá em baixo, permanecia árvores partidas, com longos bicos virados para cima, e pedras grandíssimas, capazes de rachar uma cabeça a meio. Entre os bicos das árvores podia-se ver… esqueletos. Sim, esqueletos de vários tamanhos e alguns já deformados pelo clima e pelo tempo. As cabeças dos esqueletos olhavam para mim, directamente para mim, como se eu pudesse fazer alguma coisa por eles. Eles estavam mortos! Mortos! Eu não podia fazer nada! NADA! Erik voltara para trás para me vir buscar, pois eu ficara a meio da ponte a olhar para baixo. Levoume pela mão. A minha mão encontrava-se gelada, devido aquilo que tinha visto á pouco, mas a mão dele estava muito quente, até parecia queimar a pele. Chegamos á ruínas da capela muito rápido. Numa das paredes, ainda, havia vidros coloridos, e neles estavam pintados vários anjos e anjinhos. Numa outra parede havia uma janela, já um pouco danificada, com formas e texturas deslumbrantes e tinha, pouco mas tinha, um cortinado branco com pequenas rosas e jóias bordadas. Tinha-se ainda a parede por altar, era cinzento claro, tão claro como a prata, e decorada com uma camada de ouro, atenção ouro verdadeiro. Mas é que manda pintar uma casa em ouro? Era bonito, mas esquisito. Em redor das ruínas, cresciam diversas flores, acácias, begónias, crisântemos, gladíolos, miosótis, túlipas e perpétuas. Cada flor era mais bonita que a outra, era uma explosão de cores, existiam flores vermelhas, amarelas, brancas, azuis, rosa, púrpura e
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laranja. Dava vontade de saltar lรก para dentro, e comeรงar a apanhar todas as flores, pelo menos a que conseguirmos. Logo a seguir, apareceram borboletas, de todas as formas, cores e tamanhos diferentes, e abelhas, que tinham vindo buscar o pรณlen das flores. Senti-a que era que aquele lugar, provavelmente, tinha mais alegria e cor, agora, do que alguma vez tivera.
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Capitulo 16 - O Segredo Revelado - Cris! – Chamou-me ele. Procurei-o. Estava debaixo de uma árvore de jasmim, o jasmim estava em flor. E por isso era magnífico, ver ele debaixo do jasmim á espera da sua amada. Ah! Que bonito e lamechas. - Espera por mim! - Sempre, minha amada. – Respondeu-me ele, para depois me sorrir. Corri para debaixo da árvore, e sentei-me num dos troncos que a árvore tinha lançado para fora. Erik estava mesmo ao meu lado, com os olhos fixos nos meus, e pronto a contar-me a verdade. - Antes de começar, quero pedir-te que não me interrompas, ou eu posso arrepender-me do que tinha dito até lá. E quero pedir-te que, acredites ou não, não contes nada disto a ninguém, será um segredo só nosso. – Respirou fundo e continuou. – Tudo o que te irei contar é verdade, a partir de agora. Ok? - Ok, eu prometo não contar nada a ninguém e não te interromper. – Prometi-lhe eu. - Lembras-te de no teu sonho eu dizer: “Eu sou um vampiro”? Com certeza que te lembras. A verdade é que, eu … eu… sou mesmo um… vampiro. – Disse-me ele. Eu queria dizer-lhe que isso era estúpido e impossível. Mas nesse mesmo instante, ele acabou comigo e com o meu coração, literalmente.
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Mostrou-me um sorriso tão aberto, que eu pode ver as presas. Presas brancas e pontiagudas, capazes de cortar qualquer coisa. Eu não queria acreditar, mas era impossível, as provas estavam todas ali: a beleza sobrenatural, a força, os olhos que eram avermelhados num segundo e depois eram amarelos âmbar, as presas. Tudo estava á minha frente eu nem sequer desconfiei de nada. Então isso significa que, toda a sua família é vampiros. A família vampe. Que merda de vida a minha! - Uau! Todo este tempo, eu julgava que os vampiros eram ficção, mas agora já não tenho tanta certeza. – Disse eu, olhando o céu. – Como conseguiste manter este segredo de mim? Como? Como! – Questionei-o. - E porquê? Eu sou tua namorada, e primeiro que isso tua amiga, porque não me contas-te. Porquê? - Porque eu tinha medo. - Medo? Medo?! Mas de quê? - Medo que tu não aceitasses a verdade e me deixasses. Medo que, de repente, tu te fosses embora e nunca mais voltasses para mim. – Respondeu-me, com uma lágrima a cair-lhe pela bochecha. - Eu nunca, mas nunca, me iria embora e te deixaria. Eu amo-te e, por isso, já mais te faria uma coisa dessas. – Disse-lhe, para depois o ajudar a limpar a lágrima. - Obrigada. Agarrou-me pelas mãos e puxou-me para si. De modo, que eu tive de sentar ao seu colo e abraçá-lo
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pelo pescoço. Ele deu-me, logo, um beijo meigo e amoroso. Logo me recordei de uma coisa muito importante. A idade verdadeira dele. Se ele era um vampiro, e controlado, é porque já foi á algum tempo. Mas á quanto tempo seria? Teria ele 80 anos? 90 anos? Talvez mais? Oh, meu Deus! E se ele tivesse mais de 100 anos? Não, não, não. Isso não pode acontecer. - Que idade tens, na verdade? – Perguntei-lhe medrosa. – Por favor diz-me que tens menos de 100 anos. Por favor! - Eu tenho menos de 100 anos. Eu tenho 77 anos. - 77 anos? A sério? – Perguntei-lhe eu. - Sim. A sério. - Ufa! Que alívio. Ainda bem, que não tens 100. - Porquê? – Perguntou ele. - Só para que saibas é a melhor idade na hierarquia vampírica. - O quê? Verdade? - Verdade. É quando começamos a ter mais tino, para a vida. Até lá, falta sempre um parafuso. - Ah! Ah! Ah! – Ri-me eu. – Então falta-te um parafuso. - Falta. - Pois, não te preocupes. A mim faltam-me muitos. – Proferi eu. - Eu sei, querida. - Obrigada, pela parte que me toca. – Gozei eu. – Vamos, agora a coisas mais sérias. Como foste transformado? Quando é que isso aconteceu? O que sentiste? - Calma. Só consigo responder, a uma pergunta de cada vez.
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- Podes contar-me como tudo aconteceu? – Pedilhe, fazendo olhinhos. - Eu conto, chérie. - Falas francês? - Sim. - Isso, fica para mais logo. Agora vamos á história. - Tudo começou em 1913. Era sexta-feira de 1913. Como qualquer dia de Inverno, estava a cair neve branca, deixando Paris transformada num mundo branco, e fazia muito vento. Meu pai morava numa casa muito bonita, decorada em tons de creme, branco e cor de ouro, era bastante grande e tinha 6 quartos. Quatro dos quartos estavam virados para cada ponto cardeal. O quarto da minha tia Madeleine ficava virado para Este, o da minha tia Beatrice ficava virado para o lado oposto, dando uma paisagens para as ruas movimentadas de Paris, o dos meus avós estava para Norte. Logo, o do meu pai, encontrava-se virado para Sul. Sobram os 2 quartos que eram os quartos de hóspedes. Um deles situava-se entre os quartos dos avós e da tia Madeleine, o outro era entre os quartos dos avós e da tia Beatrice. Eram 23:30, quando tocaram á campainha. Todos dormiam, menos o meu pai, que ficava horas a olhar pela janela a ver os cabriolés passar, e á espera de ver o nascer do Sol. O nascer do sol, em França, é dourado e reluzente, como o próprio Sol. Não existe descrição possível. O meu pai estava louco de curiosidade, por isso, desceu velozmente as escadas, que dava para o hall
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da entrada, para ver quem seria. As escadas eram muitas, mediante isso, quando chegou lá a baixo, a porta já estava aberta. Ele nem acreditou. Há sua porta estava um anjo, dizia ele, com longos cabelos negros olhos verdes, alta e magra. Foi amor á primeira vista. Olharam-se nos olhos e perceberam, logo, que eram almas-gémeas. O meu teve que aproximar dela, pois não acreditava que uma beleza daquelas estivesse á porta da sua casa.
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Capitulo 17 - A História de Vida Dele - Quem sois milady? – Perguntou-lhe ele. - Eu sou D. Rosemarie Rashell de Le Marns. - Porque vendes aqui, milady? - Não tenho aposentos para ficar, milorde. - Então oferecer-vos-ei o nosso quarto de hóspedes, para que ficais aqui até arranjardes uma casa, ou algum outro sítio para ficar. - Muito obrigada, milorde. - Não tendes que me agradecer. Minha mãe entrou. Um pouco gelada e molhada, da chuva que caíra de manhã, por isso, meu pai pediu a uma das empregadas, da época, para preparar o quarto de hóspedes, para que minha mãe descansase, e um banho para ela se aquecer. - Oh! Que querido o teu pai foi para a tua mãe. – Comentei eu, não conseguindo aguentar mais. - Vais voltar a interromper-me, ou eu posso continuar? - Acho que podes continuar. - Bom… Aonde é que eu ia? – Tentou ele lembrarse. - A tua mãe entrou, e foi para o quarto, porque tinha uma cama e um banho á sua espera. - Obrigada. - De nada. - Eram 1:00 da manhã, quando o meu pai se deitou, mas não consegui-a dormir sossegado. Pensava na minha mãe, que tinha ido lá a casa procurar um
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quarto. O lhe teria acontecido? Era o que ele pensava. Depois começou a achar que a minha estava a ser perseguida. Ele não sabia as respostas, mas teria de lhe perguntar, logo que pudesse. Ele achou que se a minha mãe, tivesse um algum familiar ou amigo deveria dizer alguma coisa sobre o seu parentesco. Depois de pensar, o meu pai adormeceu, pelas 2:00 horas. Ele disse-me que teve um sonho, muito esquisito. Sonhou que estava numa casa espanhola, com a minha mãe, comigo e com o meu irmão. Disse eu lhe perguntei se ele me ajudava, o meu fez o mesmo e a minha mãe respondeu que ele ajudava os dois. Nesse preciso momento ele acordou sobressaltado. Imaginou-se a contar isto aos meus avós e a seguir ir para o manicómio. Para esquecer isso ele, foi tomar banho e voltou a pensar na minha mãe. Nos seus cabelos negros como a noite, os olhos verdes e brilhantes semelhantes às esmeraldas e o seu sorriso amável e carinhoso. E declarou, também, que a minha mãe era tão bonita que matava só de olha-la, e que ela era simpática, doutrinada, tímida e muito mais. A partir desse dia, ele decidiu que iria conquistar a minha mãe. A minha mãe estava triste nesse dia. Os seus pais tinham morrido, lorde David e ladie Ruth, e ela estava sozinha. Mas, logo, se lembrou que estaria em segurança, pelo menos naquele dia, meu pai, tinha sido muito cavalheiresco e generoso com ela. Minha mãe achava o meu pai um guerreiro, pois tinha e tem os cabelos e os olhos dourados. Depois olhou para o relógio e começou a despachar-se,
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porque o pequeno-almoço estaria quase a ser servido e ela estava cheia de fome. Imaginou ovos, fruta, café, e pão quente. Depois de se despachar ela desceu as escadas e encontrou Lucy, que a esperava para a acompanhar até á sala de almoçar. Atravessaram um corredor, pintado de dourado, com algumas molduras. Assim que chegaram a uma porta branca que dava para uma sala creme, com uma mesa enorme e 6 cadeiras. Estavam todas ocupadas, menos a que ficava ao lado do meu pai. Meu pai fez-lhe um sinal para que ela se senta-se, foi o que ela fez, para não parecer descortês. Toda a família do meu pai olhou para a minha mãe, um pouco, desconfiados, mas compreensivos. O meu pai, em primeiro lugar, apresentou a minha avó Katherine, que tinha na altura cabelos ruivos e olhos prateados, e o meu avô Dimitri, que era de cabelos castanhos e olhos dourados. Depois as minhas tias, Biatrice, que tinha longos cabelos castanhos e olhos prateados, e Madeleine, com os olhos castanhos e os cabelos arruivados. Minha mãe já conhecia o nome de todos, menos o do meu pai, por isso perguntou-lhe. Ele respondeu que se chamava Marcus Adrian. O meu pai pediu para a minha mãe para o tratar por, apenas Marcus e se podia trata-la por Rose, minha mãe não se importou. O meu avô perguntou, a seguir, por que motivo ela ali estava. Minha mãe respondeu que tinha notícias de que seus pais estavam mortos. O meu avô ofereceu-lhe o quarto de hóspedes para que ela ficasse lá em casa, o resto da semana.
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Nesse mesmo dia, eles conversaram e conheceramse melhor. Viram o pôr-do-sol, e depois foram jantar. O jantar decorreu com alguns conflitos, meu pai queria que as minhas tias o acompanhassem, no dia seguinte, ao mercado, pois minha mãe precisava de roupas. A minha mãe teve de intervir, pois o meu pai estava descontrolar-se. No fim acabou por ficar tudo bem, combinaram que iria apenas a minha mãe e o meu pai ao mercado. Então ele percebeu que estava a agir mal para com as suas irmãs, por isso, os ombros descaíram e a cara pareceu envelhecer. As mãos caíram e ficaram em cima do seu colo, deixou de olhar para as minhas tias e passou a olhar para as mãos. Pediu desculpas pela forma como agira. As minhas tias aceitaram as suas desculpas e explicaram-lhe que não podiam ir porque tinham que ir a Le Marns. - Espera aí! Não era de lá que a tua mãe vinha? – Interrompendo-o. - Sim, era. - Então porque é que não voltou ela para casa, nesse dia? Ela tinha, ainda, casa lá, certo? - Pensei um pouco e voltei a falar. – É verdade que os pais dela morreram lá, mas … talvez ela devesse ocupar a casa. - Ela tinha casa lá e não se importava que os pais tivessem morrido naquele lugar, mas o que ela lhe metia medo era que os assassinos estivessem à sua espera. - Compreendo. – Justifiquei-me. – Já imaginas-te se me acontecesse o mesmo? - Não. Nem quero pensar nisso.
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- Esta bem, então não penses. Mas ajudavas-me se acontecesse? - Sempre. E abraçou-me, logo de seguida, com tanta força, como se transmitir-se a verdade. Retribui o abraço, para dizer que me alegrava disso. - Podes continuar? - Sim. – E continuou. – Meu pai, disse que mandaria alguém para revistar o perímetro e para ele ter a consciência tranquila. A mãe não se opôs, porque no fundo ela estava mais descontraída com aquilo que ele pensava.
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Capitulo 18 - A Idade Verdadeira - Depois do jantar eles, todos, encaminharam-se para a sala. A sala era rectangular e em cada parede, haviam pendurado quadros, com o retrato de cada um da família. As paredes eram amarelas claras, e tinam três janelas quadradas, enormes, que estavam viradas para Oeste. A Leste, existia uma lareira de pedra, esculpida com rosas e folhas, e á sua volta havia uma pequena mesa de carvalho e com grandes poltronas. Do lado oposto, ficavam umas portas que davam para uma biblioteca, que era grande e com duas mesas, com 4 cadeiras. E as prateleiras da biblioteca, estavam sempre cheias de livros, até chegavam ao teto. Ao das portas, estava um piano preto, muito brilhante. Em cima do banco, que pertencia ao piano, estavam várias folhas, com letras de músicas. As teclas estavam, com algum pó, porque não havia inspiração. Depois de todos entrarem, foram-se a sentar. A mãe, perguntou quem tocava o maravilhoso piano. A tia Biatrice respondeu que era o pai e o avô. A mãe interrogou o pai, porque é que ele não lhe tinha falado daquilo. O pai, como modo de conquistar a mãe, levantou-se e foi tocar piano. Começou a tocar uma música harmoniosa, suave e docemente romântica. O
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coração da mãe pareceu despedaçar-se perante tanto romantismo. Foi a partir desse dia, que os meus pais, passaram a estar mais tempo juntos, como nós, dois loucos apaixonados. O resto da semana, foi passada muito rapidamente. O pai levou a mãe às compras e ao jardim. Tomaram chá na sala de música e leram, um para o outro, histórias de amor e fantasia. No final da semana, o pai foi ter com a mãe e pediu-a em casamento. Ela ficou estado de choque, mas completamente feliz. Depois deram um beijo e logo anunciaram o casamento a toda a gente. Nessa noite, eles encontraram-se na velha cabana do meu pai, secretamente, e tiveram uma noite de entrega e amor. Na semana seguinte, estava tudo pronto. Os pais do pai estavam na primeira fila da igreja. A igreja estava decorada com rosas vermelhas, em arranjos nas filas. Os padrinhos e as madrinhas estavam nos seus lugares, ao lado de padre Innocent. A música começou a tocar, e os convidados levantaram-se. A mãe estava muito nervosa, por dois motivos. Um deles era o casamento. O outro era porque estava grávida. - Grávida? - Sim, grávida de mim e do meu irmão. Mas isso foi o menor de todos os problemas. - Como assim? - O casamento não aconteceu como o esperado. - Porquê? - Porque o meu pai ainda não tinha chegado, nem chegou, quando a minha mãe entrou na igreja.
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Nesse preciso momento, a mãe desmaiou porque julgava que o pai a tinha abandonado. - Coitada da tua mãe. Mas o teu a pai apareceu? - Sim, mas dois anos mais tarde. A mãe já morava na sua casa de Le Marns, comigo e com o meu irmão. - Le Marns, mas a tua mãe não … - Não, ela já não tinha medo. A casa estava, sempre, cheia de guardas. E ela queria estar longe da família do meu pai, porque continuava a achar que ele a tinha abandonado e não queria sofrer. - Mas não foi isso que aconteceu. Algo se passou, não foi? – Interroguei-o. - Sim. - O quê? – Perguntei. - Em casa, no dia do casamento, enquanto o meu pai se preparava, entrou um homem desconhecido. O homem era muito alto e magro, tinha cabelos cor de caramelo e olhos violetas escuro. Ele era assustadoramente bonito. - Mas quem era esse homem e o que queria? - Este homem chamava-se Valentin Belickov, e era o vampiro que levara, transformara e educara o meu pai para ser um, bom, vampiro. O pai viveu com ele até, ter a certeza, que estava preparado para vir ter com a mãe e lhe contar a verdade. - Ela compreendeu? - Sim. Ela disse-lhe que tinha tido dois rapazes dele, e cada um tinha uma característica dele. O pai quis logo conhecer-nos, mas a mãe não deixou. Não por maldade, mas porque estava receosa. Ela
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não sabia o que é que poderia acontecer, por isso, não deixou. - Compreensível. - O meu pai perguntou-lhe: “Não acreditas que sou eu?”. A mãe não lhe respondeu. Então ele contoulhe “coisas”, que eu não sei, que apenas eles sabiam e mais ninguém. - Eu não quereria, saber essas “coisas”. - Nem eu. – Concordou ele. - Mas tu continuas ou não? - Oh! Quer dizer ela é que me interrompe e eu é que tenho que continuar. Mas onde é que isto já se viu? - Aqui. Agora continua! - A mãe acreditou e deixou o pai conhecer-nos. Ele ficou tão feliz que decidiu que ficaria perto de nós, custasse o que custasse. A mãe disse que para isso ele tinha de ficar no quarto de hóspedes. Três dias depois, ele decidiu que seria boa ideia transformar, a mãe, eu e Rodrigo em vampiros. A mãe não achou nada boa ideia, e exclamou que talvez fosse melhor eles mantivessem uma distância, mesmo que se amassem. - Tenho muita pena. – Disse-lhe. – Mas ficaram juntos? - Sim. Uma semana, a seguir, eles votaram e encontrar-se e acabaram, desta vez, por se casar. A mãe pronunciou que apenas aos 20 anos é que eu e Rodrigo seríamos transformados. O pai concordou, pois não queria que acontecesse algo, a mima ou a Rodrigo.
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- Aos 20 anos? Tu foste transformado á 77 anos, juntando os 20, são… - 97 anos. - Meu Deus. Tu queres que eu tenha um ataque de coração?! - Não. Mas é claro que não. - Então não me assustes desta maneira. - Acho que deveríamos voltar? - Disse ele. - Concordo contigo. - Olha, um dia destes, podemos acampar aqui? Interroguei-o. - Claro que sim. Levantei do seu colo, e pus-me de pé. Ele levantouse muito mais rapidamente, pois era um vampiro. Fizemos o mesmo caminho de regresso, passa-mos a ponte, entramos e atravessamos o corredor e, finalmente, chegamos á porta assustadora. Depois de sair e voltar a ver a casa do Erik, tive a sensação de que tudo tinha mudado, mas não tinha. Era como ver o mundo pela primeira vez, como se eu sentisse, ouvir-se e visse tudo pela primeira vez. Os pássaros cantavam alegremente, o sol brilhava incandescente e no ar vinha o perfume de várias flores.
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Capitulo 19 - A Ameaça Que iria eu agora fazer? Os meus dois namorados são vampiros. Não sei qual deles gosto mais. Tenho que acabar com um deles. Mas qual? Fui com ele para o jardim, como se nada se tivesse passado. Atravessa-mos o perímetro e chegamos á pequena casa num instante. Quando lá chegamos, reparei que estava lá sentado o homem que eu tinha visto, no corredor, quando me perdi. Mas quem era ele? De repente, lembrei. O homem que eu tinha encontrado era, o pai do Erik e do Rodrigo, Marcus. A mãe deles, Rose, estava a seu lado, de mãos dadas. Rodrigo estava de costas para mim e assim não pode ver, eu entrar com Erik a segurar-me pela cintura. Eu precisava fazer alguma coisa. - Rodrigo… - Quando eu falei até deu um salto. – Posso falar contigo? A sós. Por favor. Ele virou-se para mim, com uma cara que dizia: “ Eu já sei tudo”. Pareceu não saber o que fazer nem o que dizer. Depois de um minuto, respondeu-me: - Sim, claro. - Então, vamos. Deixei as mãos de Erik e fui com o seu irmão. Fomos para, o canto mais longínquo, do lago. Certifiquei-me de que ninguém ouviria a nossa conversa. Eu estava de costas para ele, desta vez, porque não era capaz de olha-lo nos olhos. Depois tive um impulso e virei-me.
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Ele tinha no olhar sofrimento, mágoa e dor. Os olhos verdes alegres, que tinha visto antes, agora estavam de um verde-escuro, sombrio e frio. Era arrepiante. Tinha os punhos serrados, com tanta força que a mão até estava vermelha. Nas suas feições via-se o sofrimento que estava a passar, e também se via parte sombria dele. Podia-se, com mais atenção, ler no seu olhar o perigo e o desespero. Os cabelos louros pareceram escurecer, e tornarem-se castanhos avermelhados, como fogo. - Porquê? – Exclamou ele. – Porquê? Porquê?! - Eu não sei. Eu não sei. – Retorqui eu. - Isso não é resposta. - Ok. Eu gosto muito de ti, mas amo o teu irmão. – Expliquei. – Não me perguntes porquê, pois eu não sei a resposta. - Tu gostas de mim? Boa. – Falou ele, para si. – Mas como amigo ou algo mais? - Como amigo. - Então porque me beijaste daquela maneira? Disse ele, enquanto se aproximava de mim. Quando dei por ele, já ele estava á minha, com os nossos corpos juntos. Ele segurava-me pela cintura e tinha a cabeça rente ao meu pescoço. Depois aproximou os seus lábios do meu ouvido e segredou-me: - Porque escolhes ele, quando eu posso dar-te tudo? Mais do que ele te irá dar, algum dia. – Articulou ele, de modo a seduzir. - Eu amo-o, e por isso escolho a ele. Empurrei-o, e depois dei-lhe uma estalada na cara. Ele pareceu ficar surpreendido, porque, a seguir,
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olhou-me com os olhos muito abertos. E devo terlhe batido com força, porque ele foi com a mão á cara, como se doesse. — Nunca mais me voltes a falar, odeio-te. – Disselhe. - Podes odiar-me, mas também me amas. - Eu o quê? - Tu amas-me. Porque o ódio é parte do amor. - Não mereces resposta. Virei-lhe as costas e comecei, a preparar-me para, me ir embora. Mas ele agarrou-me o braço, com força, e puxou-me de volta para ele. Os olhos dele estavam negros naquele momento, um negro puro como a noite. Estava furioso, eu sentia isso através da força que ele estava a fazer para me manter ali. Comecei a entrar no estado de pânico horroroso, e a estremecer de medo. - Larga-me! - Não! – Objetou ele. – Tu nunca serás dele, e se fores, não terão um final feliz. - Monstro! - Eu sei, por isso, porque não mostra-lo. – Disse ele, rindo-se. – Ouve-me com atenção. Não te atrevas a falar da nossa “conversinha” com ele, ou então alguma coisa poderá acontecer-lhe. - Não te atreverias. - Experimenta e verás. A conversa acabou por ali. Ele largou-me o braço e foi se embora. Pelo caminho ia rindo, um riso atroz. Fiquei ali mais um pouco, pois tinha de acalmar e parecer que não se tinha passado nada. Que vou fazer? Se lhe contar, pode acontecer-lhe alguma
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coisa. Rodrigo deixou bem claro, que não teria piedade do irmão, nem de mim. Mas se não lhe contar, Rodrigo pode começar a utilizar a chantagem, como modo de me fazer agir por coisas que nunca faria. Eu tinha de fazer alguma coisa! Mas o quê? Não sei, mas tinha de pensar e falar com alguém para me ajudar. Logo que puder tratarei disso. Pus-me a caminho, para não dar nas vistas e, para ver se este dia acabava mais depressa. O caminho parecia mais malévolo e assustador, do que alguma me pareceu. Quanto mais me aproximava da pequena casa, mais sentia o olhar bélico de Rodrigo e o olhar caloroso de Erik em mim. Arrepiei-me. Subi as escadas normalmente, como se nada tivesse acontecido, e sentei-me ao lado de Erik e em frente de Rodrigo. Mas que pouca sorte. Tentei, não olhar para a frente, mas não conseguia. Estava quase a olhar para Rodrigo nos olhos quando Erik me distraiu, com a revelação. - A Cris já sabe. - Disse ele. Tudo parou. Os pais dele pararam de comer bolachas para olharem para mim, exclusivamente para mim. Era desconfortável, sentia que a anormal ali era eu. O olhar era carinhoso, mas também piedade. Eu não queria que tivessem pena de mim, pois isso fazia-me sentir fraca e inferior aos outros. E eu detestava sentir-me assim. De repente, apareceu um rapaz. Era igualmente bonito e alto. Tinha cabelos castanhos caramelo e olhos castanhos esverdeados. Fazia lembrar os olhos de um gatinho. Podia ser primo deles. Só
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podia ser isso, porque Erik disse-me tinha apenas um irmão, Rodrigo. Sentou ao lado de Rodrigo, fazendo-me olhar para ele. Rodrigo olhou-me, e estranhamente, com um olhar triste, preocupado e compreensivo. - Este é o nosso primo Aaron. Ele é filho da tia Madeleine e do tio Daniem, que se encontram fora. Foram fazer umas férias á Rússia. - explicou-me, idiota, do Rodrigo. - Muito prazer. - disse-lhe eu. - Igualmente. - respondeu-me, para depois virar-se para Erik. - É esta a tua espantosa melhor amiga? Fiquei boquiaberta. Ele já tinha falado dela aos primos. O modo como ele perguntou, fez-me perceber que era uma pessoa de confiança, e não um fingido. Erik ficou, um pouco, corado. Tão corado como um morango, mas continuava adorável. Ficou assim algum tempo, por isso, pensei em responder. - Sim, eu sou a sua espantosa melhor amiga, e recentemente namorada. - Avançado! - Disse Aaron. - Então, tu já sabes o que nós somos? - Sim. - Esclareci. - Erik contou-me á pouco tempo. - Ufa! É que estou farto de fingir. E bem-vinda á familia maluca vampe. - Obrigada. - Agradeci. - Adoro o teu nome, Aaron. - Também eu. - Comentou ele. - Já agora, tens alguma amiga que queira namorar um vampiro? - Aaron! - Repreendeu Rose.
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- Não faz mal. E por acaso até tenho. - Que bom. Como se chama? - Vanessa. E atenção, ela é a minha melhor amiga, por isso, trata-a bem senão teremos problemas. - Não se preocupe. Tratarei bem sua melhor amiga. - Disse ele. - E ainda bem que sabes a verdade. - É, ainda bem que sabes. - Comentou Rodrigo. - E que não escondes nada, certo? - Sim, porque eu ao contrário, de certas pessoas, sou honesta. - Respondi-lhe para o abafar e fazendo um olhar indicador para ele, quando dizia "certas pessoas". - Não te importas com o que nós somos, querida? Perguntou Rose. - Não. - Respondi eu e expliquei logo a seguir. Porque ... sempre fui fascinada pelo sobrenatural. Eu li-a, e leio, livros de ficção, vi-a filmes e séries sobre isso; e ouvi-a sempre os relatos de coisas anormais que aconteciam por aí. E agora ... bem ... tenho uma das criaturas sobrenaturais, para mim, mais espectaculares do mundo. - Respirei fundo e continuei. - Não digo isto só porque, o meu namorado é um vampiro, os meus novos amigos também ou porque a sua familia é vampe, também. - Virei-me para Rose e declarei aquilo que me ia no coração. - Eu amo esta familia! - Oh! - Disse Rose. - Nós também te adoramos como familia. - Obrigada. - Não tens de agradecer. - Disse Erik.
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Capitulo 20 - Esfomeada Pouco depois, apareceu uma empregada. Era jovem, alta e magra, tinha cabelos castanhos e pequenos olhos azuis penetrantes. Muito bonita, mesmo com o uniforme escuro e o avental branco . Trazia num pequeno tabuleiro um prato com bolachas de chocolate e um bule de chá de camomila. As bolachas cheiram muito bem, como se tivessem sido feitas mesmo agora, e o chá estava quentinho e cheirava deliciosamente bem. Estava já a ficar com água na boca. Hum! - Rapariga tem calma! Isso tem de chegar para todos. - Retorquiu Erik. - Ham! Onde? - Perguntei eu. - O que é que disseste? - Eu disse que isso tem de chegar para todos e para tu teres calma. - Porque me dizes isso? - Porque tu tens cara de quem se pudesse, se atirava para o prato das bolachas e nunca mais o largava. - Isso nota-se assim tanto?! - Sim, querida. - Ok. - Disse. - Quando é que começamos a comer? - Mas que rapariga esfomeada tu arranjas-te! Comentou Aaron. - É, diz que sim.
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Enquanto eles conversavam, a Rose serviu-me. Como eles ainda, conversavam pedi a Rose se servi-a Erik. Ele não se calava, por isso, bati-lhe, com toda a força, na cabeça. Um espécie de estalada, mas na cabeça. - Ai! - Disse ele, levando a mão á cabeça. - Mãe, já viste o que ela me fez? - É bem feito, merecias. - Para que raio foi isso? - Para te calares e começares a comer. - Respondilhe. - Nunca te ensinaram que á mesa não se fala, come-se. - És mesmo chata. - Sim, sou o que tu quiseres. - A sério? - Come e cala-te. Virou-se para a frente, a resmungar, e começou a comer. Tinha uma cara de chateado e piedoso. Tive pena dele, por isso, dei-lhe um beijo na bochecha. - Ainda estás chateado? - Não. Levantou a cabeça e virou-se para mim. Olhou-me nos olhos, com um olhar escaldante e confortável. Pôs a sua mão na minha, que estava em cima da mesa. Sorriu-me e deu-me, depois, um beijo. Carinhoso e ardente. - A coisa está quente! - Disse Aaron, logo que o beijo terminou. Eu e Erik, recuperamos, ou tentámos, o fôlego. Ouvi-a os nossos corações a baterem harmoniosamente, e a respiração em sintonia, uma com a outra. Era fascinante. O nosso sangue
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passava pelas artérias, capilares, veias; ao mesmo tempo, como se estivessem juntos num só. - Uau! - Disse eu. Seria que se ele podia ouvir os meus pensamentos? Não. Porque ele teria de beber, um pouco, do meu sangue para podermos estar ligados, tanto fisicamente com espiritualmente. Sem isso ele não conseguia. Como seria estar ligado por espírito com um vampiro? Com certeza, seria maravilhoso. Sentir o que ele sente. Ouvir o que ele ouve. Ver o que ele vê. Parece um poema que eu li, um dia destes. Como é que ele era ... hum ... há sim. Era assim: O amor é: Sonhar, intuindo sensações e emoções... Brilho nos olhos e intensa alegria na alma... Sentir o palpitar acelerado do coração só de pensar... Desejar estar junto, sem reservas, disfarces, cúmplice. Tocar e ser tocada de tantas formas... Com palavras, com silencio, com olhares, dar e sentir prazer. Não precisar perguntar, nem responder, apenas compreender. Falar sobre tudo ou não precisar dizer nada. Aceitar os defeitos e reconhecer as qualidades Compartilhar tempo e espaço. Recordar o passado, viver o presente e não pensar no futuro.
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É lindo! Quando o li pela primeira vez, não acreditei que o que o poema dizia fosse verdade. Mas a vida deu uma reviravolta, e então acreditei. Hoje, mesmo depois do que se passou á 6 anos, eu sou feliz. Tenho amigos com quem me divirto, familia com quem falar e, claro, eu própria. Eu própria em quem posso sempre confiar, desabafar, divertir, e amar. Porque antes de amares alguém, deves ter sempre a certeza, de que amas primeiro tu próprio, e só depois os outros. Pois, se amares os outros em primeiro lugar, vais sofrer mais, caso sejas rejeitado, abandonado, ou outra qualquer situação. Por isso, dou-te o concelho de que nunca te esqueças que existe sempre com quem falar, ou que te ajude. E, ás vezes, tornas-te amigo, ou namorado ( dependendo da situação) das pessoas que menos pensarias. Comecei a comer, mas havia um assunto que me assombrava o pensamento. Se Erik tinha 97 anos, quantos teria Aaron. Deviam ter a mesma idade. Talvez sim? Talvez não? Virei-me para Aaron, e perguntei-lhe: - Que idade tens, Aaron? De verdade. - Tenho 4 anos a mais que Erik. - O quê? - Disse eu. - Tu tens 100 anos. - Sim, porquê? - Porque, Erik me disse, que um vampiro quando atinge os 100 anos, começa a regular bem da cabeça. - A sério? - Disse Aaron. - Sim. Mas, tu ainda não regulas bem da cabeça.
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Todos se riram, incluindo Aaron. Estavam a rirmonos dele, mas ele não se importava. O que era bom. Porquê? Porque uma pessoa que se ri dela própria, quer dizer, que tem uma grande auto estima, e não se afecta fácil. - Ma chérie, o Aaron é um caso à parte. Ele sempre foi mais velho que eu, mas... no entanto... Nunca teve juízo algum. - E tu sempre o tiveste muito juízo?! - Disse Aaron. - Eu sempre. – Disse Erik. - Mentiroso! – Exclamou Aaron. Ri-me. Aaron era muito divertido e honesto. Talvez, a pessoa certa para a minha Vanessa. E, talvez, a pessoa acertada para me ajudar com a chantagem de Rodrigo. Mas, primeiro queria saber uma coisa a cerca do meu namorado. - Aaron, queria fazer uma pergunta. – Disse, muito séria. – Queria saber uma coisa sobre as namoradas. - O que é que vem daí!? - Não é sobre ti, calma. – Disse-lhe. – É sobre, uma certa pessoa. - Oh! - Quantas namoradas teve o Erik, antes de mim?
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Capitulo 21 - O Número de Namoradas - Digo-te isso e muito mais. Queres saber? - Claro. - Mas porque é que tu queres saber quantas namoradas eu tive, antes de ti? – Retorquiu Erik. - Para estar preparada. - Mas preparada para o quê? – Perguntou Erik. - Para que, quando aparecer alguma, se algum dia aparecer, eu ter um coisa á mão para lhe acertar. - Mas para quê? – Comentou ele. - Cala-te, quero ouvir a resposta do Aaron. - Nem sei como é que me apaixonei, por alguém que me trata tão mal. Que miséria! - Quando souber a resposta, depois dou-te um abraço, muito apertado, ou então uma estalada. Depende da resposta. - Não lhe digas a verdade! – Gritou baixinho Erik a Aaron. Fiquei boquiaberta. Ele não queria que eu fica-se a saber quantas namoradas ele teve. Mas isso não me interessava. Eu iria saber quantas, nem que tivesse de obrigá-lo a dizer. - Quantas? - perguntei eu a Aaron. Ele estava confuso, não sabia se devia responder ou não. Se responde-se Erik zangar-se-ia com ele, mas ele queria responder-me. Por isso, decidi tirar-lhe aquela pressão de cima, para a pôr no meu namorado. - Aaron, se preferires não respondas. - Disse-lhe.
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- Obrigada. É que não quero perder a amizade dele. - Retorquiu ele. - Mas, também não quero perder a tua. - Já tens a minha amizade. - Obrigada. Outra vez. - De nada. - Virei-me para Erik e disse: - Quantas tiveste? - Mas ... tu ... - Eu acabei de dispensar o Aaron da responsabilidade de responder, á pergunta. E fiz, isso porque a responsabilidade é tua e não dele. Expliquei-lhe. - Queres mesmo saber? - Sim. - De certeza? - Sim. - Absoluta? - Sim. Analítica e sintética. - Eu ... tive ... 12 namoradas. Quando ouvi quantas eram, pareceu que me ia dar um ataque cardíaco. 12? A sério? Então, comigo faz 13. Nesse momento, só me apeteceu gritar-lhe e bater-lhe. - Estás bem? - Perguntou Erik. - Claro. - Disse-lhe quase calmamente. - Só estou a tentar assimilar que tu tiveste 13 namoradas, contando comigo! - Tu querias uma resposta, eu deita. - Parvo. - Parva. - Idiota. - Idiota.
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- Estúpido. - Mas tu gostas. - Mas eu gosto. - Ah! Apanhei-te. - Bolas para isto. Baixei a cara. Ele, voltou, a colocar a sua mão na minha e olhou-me nos olhos, com sinceridade e amor. - Já tive muitas namoradas, mas nenhuma delas foi tão importante, como tu. - Declarou-me ele. Perante, aquela declaração tão apaixonada, eu fiquei sem palavras e caíram-me algumas lágrimas. Lágrimas de felicidade e não de tristeza. - Não chores. - Disse Erik, antes de agarrar num guardanapo e limpar-me as lágrimas. - Eu chorava de felicidade e não de tristeza. - Então estás feliz? – Perguntou-me ele, com os olhos dourados líquidos, como ouro derretido. - Sempre. Se estiveres a meu lado. - Sempre. – Falou-me ele, dando-me um beijo na testa e na mão - Nunca te esqueças, independentemente, do que aconteça. Abraçou-me. Ao braço quase me distraiu. Quase. Independentemente do que aconteça. Aquelas palavras, não me saíram da mente, pois não era bem, como ele dizia. Porque quando ele descobrisse que eu andava com o irmão e com ele, ele iria passar-se. E provavelmente nem se importaria se eu tivesse sido obrigada se não. Dei uma olhadela a Rodrigo. Tinha o olhar fixo em mim. Quando os nossos olhos se encontraram, pareceu-me ter visto piedade e compreensão. Mas,
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de repente, o seu olhar ficou bélico e brutal. Ele sorriu-me, mas o sorriso era tenebroso e terrível, e fez-me arrepiar. - Tens frio? – Perguntou-me Erik. - Não. - Se tiveres diz-me, ok? - Ok. - Agora, vamos comer. Porque depois eu quero contar-te umas coisas, e tu de certeza que tens pergunta para me fazeres. - É verdade. Acabamos de comer, e fomos todos para dentro de casa. Entramos, pelas portas enormes envidraçadas, e fomos nos sentar nos cadeirões que estavam na sala. Novamente olhei o teto era magnifico. - É magnifico. - Pois é. – disse o pai do Erik. Assustei-me, mas também fiquei maravilhada. Marcus, tinha uma voz melodiosa, suave e leve, como uma pena. Estava sentado, meio, juntamente com Rose, pois era ele o mais velho. Marcus e Rose estavam a Norte, eu e Erik a Oeste, e Aaron e Rodrigo a Este. A Sul existia uma lareira de mármore preto, muito bonita, que estava acesa. Dava, um pouco de calor á sala e , dificilmente, ao resto da casa. No meio da sala, havia uma mesinha de madeira, com uma jarra de rosas vermelhas. A mesma cor de rosas que Erik me tinha dado esta manhã. - Foi daqui que tu tiraste uma rosa, para me ofereceres esta manhã, não foi?
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- Como é tu descobriste?! – Perguntou-me ele surpreso. - Porque é óbvio. - Está bem, foi daqui que tirei a rosa que te ofereci esta manhã. Satisfeita? - Muito. – Depois de lhe responder, virei-me para Marcus. – Sr. Adrian, eu … - Marcus. – Corrigiu-me ele. - Marcus, eu queria saber, porque escolheu Portugal para viver? Melhor. Porquê Alpiarça? - Porque o meu filho, Erik, sentiu , ao fim de tanto tempo, a sua alma-gémea. E eu decidi, que seria melhor que ele a encontra-se, o mais rápido possível. Ou então … Eu nem quero pensar nisso. - O que é que te poderia acontecer? - Diz-se que quando um vampiro, sente a sua alma-gémea ele deve encontra-la e protege-la, até ela ser transformada numa vampira. - Continua. - E, se esse vampiro, não a encontrar ou não conseguir proteger, ele pode ficar doente. E em poucas horas, morrer. - E se, quando o vampiro estiver quase a morrer, e ela aparecer. Ela pode salvá-lo da morte? - Pode. – Respondeu-me Marcus. - Não me disseste isso, na primeira vez, que te perguntei, pai. – Disse Erik. - Não. Porque para, aquilo que a Cris perguntou acontecer, é necessário existir uma coisa. E se isso não existir, ele morre na mesma. - O que é? – Perguntou, estranhamente, Rodrigo. - É necessário haver … - Começou Marcus.
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- Amor Verdadeiro. – Respondi eu.
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Capitulo 22 - Almas-gémeas - Exactamente. – Disse Marcus. – Se existir amor verdadeiro, entra o humano e o vampiro, o sangue do humano irá produzir um líquido, chamado Hidromel. Pode curar tudo no vampiro, caso ele o beba. - Tenho outra pergunta. - Pergunta. – Disse Marcus. - É possível a mesma alma-gémea, para dois vampiros? - Como assim? – Perguntou-me Erik. - Por exemplo: A alma-gémea do Aaron ser a mesma que a do Rodrigo. Entendes? - Sim. Pai, é possível? - Sim. – Afirmou Marcus. – Mas, novamente, tem de existir amor verdadeiro entre os três, ou os três podem morrer. Se haver ódio de um parceiro pelo outro da alma-gémea, a alma-gémea pode começara ficar fraca e enlouquecer, ou suicidar-se. - É verdade, que o Erik pode ler-me a mente, se beber de mim? - É verdade. - E, caso beba de ti, posso ler-te a mente, sentir as tuas emoções e encontrar-te onde quer que estejas. - Altamente. - E, se tu beberes de mim, podias ficar mais forte, ter mais velocidade, ouvir, sentir e ver melhor. - E quanto ao controlo pelo sangue. Como te alimentas? - Perguntei a Erik.
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- Animais. Coelhos, galinhas, frangos, etc. Não é o mesmo que o sangue humano, mas aguenta-se. - Diz-se que vocês só morrem com prata, é verdade? - Depende. - Respondeu-me Rose. - É verdade que a prata nos mata. Mas para isso acontecer é necessário que a pessoa que nos mata seja a nossa alma-gémea. E tem de ser apunhalado no coração. - Serem imortais, também é verdade? - Sim. Mas, conforme vamos envelhecendo, começamos a perder a possibilidade de ter filhos com humanos. E, atenção, que nós vivemos milhares de anos. - Disse-me Aaron. - Dhampiros. - disse-lhe. - O quê? - Perguntou-me Erik. - Nos livros que li, e foram muitos livros, dhampiros era o nome dado aos filhos dos vampiros com humanos, pois eram meio humanos e meio vampiros. - Nós chamamos Híbridos. - Então se podem ter filhos com humanos, também podem ter entre dois vampiros? - Só a partir de uma certa idade. - Disse-me , tranquilamente Rodrigo. - Como assim? - Só a partir, dos 100 anos, é que um vampiro pode começar a procriar com a sua parceira, antes é improvável, mas não impossível. - disse Marcus. - É verdade, que quanto mais velho é o vampiro, mais precioso é o seu sangue e mais poderoso é o vampiro? - Certo. - Disse-me Rose.
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- Erik, eu preciso de saber uma coisa. - O que é? - Perguntou-me ele. - Quando nós vínhamos a caminho para lanchar, e depois apareceram uma coruja e um lobo. Quando olhei para ti, os tu pareces-te mudar. O que é se passou? - Cada pessoa tem uma personalidade que a liga a um animal. Por exemplo: o meu animal é a coruja , porque sou protector e ameaçador. O animal do Rodrigo é o corvo, associado á mensagem da morte e á vigilância silenciosa. Aaron é o morcego , porque ele é um vampiro de felicidade e de longevidade. A minha mãe é o tigre símbolo de beleza e inteligência, o pai é o tubarão, pois é corajoso e astuto. Qual era o animal que estava com o meu, ainda á pouco? - Pelo que me lembro, era um lobo. E o lobo é símbolo de sabedoria e cura, e também é muito ligado á familia. Principalmente, ao amor verdadeiro. - Nós quando precisamos ajuda, chama-mos os nossos animais. E, como tudo não sabes, eu vou ensinar-te. - Disse-me Aaron. - Obrigada, Aaron. - Disse-lhe. - Pode ser agora? É que estou cheia de vontade de aprender. - Ok. Vamos lá para fora. Seguimos todos, novamente, lá para fora. E fomos para perto da amendoeira. Estranhamente, quando chegamos já lá se encontravam, quase, todos os animais. Aaron foi para trás de mim. - Fantástico, já cá estão. - Comentou Aaron.
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Olhei o lobo branco, estava inquieto e tímido como eu. Andava de um lado para o outro, com eu estava a fazer. De repente, vi-lhe no olhar o que eu sentia por aquela familia: amor pelo Erik, esperança de Rodrigo mudar, a amizade pelo Aaron e adoração pela Rose e pelo Marcus. Era como se fosse eu, mas em forma animal. - É como ver-me a mim, mas em forma animal. Disse. - Queres que o teu animal te obedeça? - Perguntoume Aaron. - Sim, mas também lhe quero dar liberdade. - Sensato. E queres onde está e o que faz? Exclamou Erik. - Sim, mas quero apenas saber onde está. O que faz, não é da minha conta. - Muito bem, queremos mais duas respostas. E terão de ser respondidas com sinceridade. Comentou Rodrigo, á minha esquerda. - Com certeza. - Respondi. - Queres ficar vinculada ao teu animal? Perguntou-me Aaron. - Sim. - Tens a certeza? Depois, não á volta a dar. - Disse Erik. - Sim, quero ser como ele. - E queres aprender a chamá-lo e a entendê-lo? Perguntou Rodrigo. - Sim.
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Capitulo 23 - Ligação Animal - Para começar, vais concentrar-te apenas, e apenas, no teu animal. Pensas nele e em mais nada. Quando sentires um toque na tua mente, diz-me. Disse-me Aaron. Abria a minha mente e concentrei-me no meu animal. O lobo era lindo. Fechei os olhos e pensei nele. Depois senti o toque na minha mente, era suave, caloroso e muito confortável. Abri os olhos. E quando era para responder a Aaron, senti uma dor muito forte na mente. Levei a mão à cabeça, para ver se passava com uma massagem, mas não passou. - É normal, eu sentir um dor muito forte depois do toque, na minha mente? - Não. - Disse Erik. - Então que se passa comigo? - Não nada contigo, apenas tem a forma de ligar com o teu animal diferente do nosso. - Respondeume Rodrigo. - Mas vou ficar ligada ao meu animal, certo? - Sim. Mas o processo que será iniciado para isso, será mais complicado. - Disse Erik. - O que tenho de fazer? - Tens de cortar, um pouco, o teu pulso e dar o teu sangue a beber ao teu animal. Enquanto dizes um poema, o teu animal decide. Se ele aceitar, ficaram ligados, se não aceitar, esquece. Disse-me Aaron. Estás disposta a isso?
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- Sim. - Então vamos começar. Aaron veio ter comigo, com uma faca na mão. A faca era muito grande, parecida com as dos mestres de cozinha. Agarrou-me o pulso, com suavidade, e passou a lâmina. Abriu-se uma linha vermelha, por onde caíram algumas gotas de sangue. As gotas de sangue eram tão escuras, mas ao sol eram um cor de rosa velho. Depois Aaron falou: - Agora avança. Depois, diz o poema que estás escrito , neste caderno. E enquanto lhe dás o teu sangue. - Esse caderno será para escreveres, todas as aventuras que tiveste com o teu animal. - Explicoume Rodrigo. - ok. Aaron vem ter comigo e, entrega-me um caderno de veludo branco como a pele do lobo com letras castanhas, onde se podia ler: O meu Diário Animal. Abri-o, e avancei. Estendi o meu pulso ao lobo e comecei a dizer o poema: Animal meu Vem a mim. Segue a minha voz Pois estou aqui. Depois senti uma pequena mordida. Olhei o lobo, tinha o focinho vermelho, o que significava que tinha aceitado. E a minha ferida no pulso estava sarada. Agora, só estava uma linha rosa clara. Tirei
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um papel do bolso e molhei-o com um pouco da água do lago, e limpei o focinho do meu animal. Pareci-a que todo o mundo, tinha desaparecido, era apenas eu e o meu animal. Sentei-me na relva, e o lobo veio ter comigo. Deitou-se a meu lado, com a cabeça no meu colo, e eu comecei a fazer lhe festinhas. De repente, senti as emoções do meu animal, ele estava feliz e descontraído. A seguir ele falou comigo por pensamento e eu ouvi. Tem cuidado com o Erik, porque ele não é quem parece ser. - Como assim? Ele tem um lado maléfico. - Achas? Tenho a certeza. Mas não te preocupes, irei ajudarte. - Obrigada. Aquele que te ama de verdade é o Rodrigo. - Não é nada. Em breve, perceberás o que digo. - Em breve. Queres brincar? - Claro. Fiz-lhe umas sossegas. Ele pareceu rir-se, tal como eu. Quando se libertou, lambeu-me a cara, deixando-me toda cheia de baba. Pude descontrair, um bocadinho, antes de voltar à realidade, pura e dura. Eu sei que a realidade, agora, é dura, mas vai passar. Abracei o lobo. O seu pêlo era muito fofinho, e estava quase a fazer com que adormece-se. Era
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como um casaco de peles, fofinho, quente e aconchegado. - Não me deixes. – Disse-lhe. Não te deixarei. Olhei para, Erik que tinha no ombro a coruja, Aaron o morcego e Rodrigo o corvo. Cada um de nós estava no seu mundo. - Obrigada pela ajuda, Aaron. - De nada. - Não queria ser desmancha-prazeres, mas… o teu pai não deveria levar-me para casa. – Comentei eu. - Tens razão. - Disse Erik. - Pai, podes levar-nos a casa da avó dela? - Claro, vamos. - Respondeu Marcus. - Podem esperar, queria despedir-me do Brancura. - Pedi. - Quem? - Perguntou Erik. - Brancura, foi o nome que dei ao meu animal. - Nunca pensei em dar nome ao meu animal. E tu? - Comentou ele com Aaron. - Não. E tu? - Perguntou Aaron a Rodrigo. - Nunca. Adeus. Boas noites e Sonhos bons. - Igualmente. Tenho de ir, importas-te? - Não, vais á tua vida. Adeus. Adeus e Beijinhos. Baixei-me, um pouco, e abracei o Brancura. Depois ele foi-se embora, para trás da amendoeira. Já longe, enviou-me um último pensamento desse dia. Adoro-te muito.
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Quase voltei a chorara, mas não o fiz. Não era fraca, nem queria parecê-lo. - Também te adoro. Chama-me sempre que puderes, ou precisares de mim. - Assim o farei.
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Capitulo 24 - A Autorização do Pai Fui a casa buscar a minha mala, para apanhar a boleia do pai do Erik. O carro era um lindo, Mercedes-Benz branco deste ano. Por dentro, era de pele preta e macia. Estava muito brilhante, como se fosse acabado de comprar. Erik sentou-se, nos bancos de trás, comigo. Metemos o cinto, e o pai do Erik arrancou. Como é que seria viver assim? Provavelmente, era muito bom. - Erik, tu podes entrar em casa da avó sem seres descoberto? - Sim. - Disse-me ele, antes de deixar chocada. Até posso entrar no teu quarto, quando menos esperares. - Experimente, entrar sem aviso, que vais o que te acontece. - Ameacei-o. - O que é que me acontece? - Agarro-te, se conseguir, e amarro-te a uma cadeira, se encontrar corda. - E depois? - Ficas assim o resto da tarde. - E? - Quieto. - Disse-lhe. - Não mexe, não fala, não respira. - Sim, meu capitão. - Agora, retomando o tema de conversa. A sério que podes entrar? - Claro, mas porque perguntas? - Por nada. Curiosidade.
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- A curiosidade matou o gato. - Isso aconteceu, porque o gato não teve cuidado. Quando dei por mim, já estava a chegar a casa. Enquanto eu tirava o meu cinto, já Erik tinha tirado o cinto dele e estava a abrir-me a porta. Pediu-me a mão, e eu não recusei, dei-lhe a minha mão. Parecia que tínhamos recuado no tempo. No tempo em que, os cavalheiros, de fatos e laços ao pescoço, ajudavam as damas, com os vestidos compridos e lindamente decorados, a descer das carruagens, muito altas e grandes. Eram tempos, muito maravilhosos, onde as mulheres podiam gastar dinheiro no guarda-roupa e os homens podiam andar, até manhã, nos cabarés e ir á casa aos Sábados. Depois de sair, ele fechou-me a porta suavemente e pediu ao pai, mais 5 minutos comigo. O pai ficou no carro á espera. Encontrava-nos á porta da casa a conversar. - Erik, eu aquela pergunta, á pouco, porque queria que viesses ter comigo. Podes? - Claro, seria um prazer. - Ficarei á espera. - Disse-lhe, enquanto o abraçava. - Quem é este rapaz? - Perguntou o pai, de repente. Entrei em pânico. Deixei de abraçar o Erik, para o meu pai não pensar coisas. Como vou dizer lhe que tenho um namorado? E que fui a sua casa? Como? Acalmei-me e deixei fluir tudo. - Pai, este é o Erik. Erik, este é o pai. - Este rapaz é teu namorado? - Perguntou-me ele. - Pai. Paizinho. Querido ...
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- Vem aí coisa. - Exclamou o pai. - Queres que eu diga? - Interrogou-me Erik, com calma. - Importavas-te? - Nada. - Disse-me ele. - Senhor, eu sou o namorado da sua filha. Espero que não se importe, porque eu irei cuidar muito bem da sua menina. - E pedis-te autorização a quem? - Interrogou-o o pai. - Eu pedi a ela, mas se tiver de pedir a si, tudo bem. - Exclamou Erik. - Posso namorar a sua filha? - Talvez. - O que tenho de fazer para poder namora-la? - Quero a tua palavra. - Disse o pai, muito sério. Se tomares bem conta dela podes namora-la. - Cuidarei bem dela. Só por curiosidade, o que me acontece se a tratar mal? - Vou a tua casa, com uma catana, e corto-te aquilo que tu tens entre as pernas. Entendido? - Sim. - Respondeu Erik, muito branco. Parecia um fantasma. Depois o meu pai fez mais umas perguntas rápida ao Erik. Ele respondeu a todas, com a verdade e amor nas palavras e estampadas na cara. Fiquei ali a observar, o pai queria saber tudo sobre Erik e Erik queria agradar o pai. Depois de acabarem as perguntas, o pai mandou-me para dentro porque eram horas de jantar. - Está bem. Vou só despedir-me dele? - Despacha-te. E olha que eu estou aqui. Abracei Erik muito depressa. Estávamos perfeitos. Abracei-o pelos ombros e ele pela minha cintura.
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Depois colocamos a cabeça de cada um no ombro de outro. - Já tenho saudades tuas. - Disse-me ele. - Eu também. - logo, ouvi o meu estômago com fome. - Tenho fome, por isso, vamos apresar. - OK. - Toma bem, conta do Brancura. - Tomarei. - Porta-te bem. - Está bem. - Beijinhos. - Beijinhos. Deu-me um beijo, muito suave e caloroso, na bochecha e foi-se embora, no carro do pai. Aceneilhe e ele fez-me o mesmo. Dei a volta, e fui a para dentro para ir comer. Cheguei para a cozinha e sentei-me. - Boa noite. - Disse a todos. - Como foi? - Perguntou a avó. - Bom. Conheci os pais dele, o irmão e o primo. - São boas pessoas? - Sim, tem uma casa enorme, um lago, etc. - Devíamos preocupar com esse rapaz? Perguntou o tio Rui, que lá estava coma a tia. - Talvez. - Porquê? - Perguntou a tia. - Porque talvez, ele seja meu namorado. - E se não a tratar bem, sabe o que lhe acontece. Comentou o pai.
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Capitulo 25 - O Sonho do Passado Depois de jantar, fui para dentro de casa. Porque a cozinha fica numa outra casinha afastada de casa. Vi TV, até normalmente ás 11 horas, e depois fui preparar a cama para me ir deitar. Erik ainda não tinha aparecido, pelo que pude vestir á vontade. Depois de vestida, lavei os dentes e fui me sentar na cama a ler o "Drácula", não li muito se querem saber. Estava a aborrecer-me com o livro. De repente, ouvi um ruído, era arrepiante e fantasmagórico. Vinha, detrás, da minha porta, por isso, levantei-me e fui ver o que era. Fui passinho a passinho, muito devagarinho, até chegar á porta, comecei a abri-la, até ... ver que não lá estava nada nem ninguém. Contei até 10 e voltei a fechar a porta descontraidamente. Assim, que me virei para a cama, Erik apareceu. Do nada, como se tivesse aparecido com o vento. Apanhei um susto, que na escala de 1 a 10, eu daria 9. - Merda Erik! - Respondi-lhe surpresa, e com o coração quase a sair do peito. - Nunca mais me faças isso. Oh, e descalça-te, ainda sujas os lençóis. - É para já. - Como é que achas que as pessoas vão reagir amanhã? - Em relação a quê?
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- A nós. Quer dizer, nós hoje de manhã éramos apenas amigos, agora somos ... - Somos namorados, Cris. Namorados! - Pois isso. Ele levantou-se da cama e foi descalçar-se. E enquanto ele fazia isso, eu já estava sentada na cama, encolhidinha, como um cachorro, nas minhas mantas. Ele ficou sentado na cama também, mas por cima dos lençóis, eu não queria ali misturas. Depois, chegou-me o sono. Deitei e tapei-me com as mantas, Erik também se deitou com a cabeça na minha outra almofada e depois pôs o braço á minha volta, como uma forma de protecção. Adorei. Logo adormeci. Voltei a sonhar, e desta vez o sonho era uma merda, no início, porque eu não o entendia. Mas pelo meio, acho, que o comecei a entender. Desta vez, eu estava de fora a assistir, como se estivesse a ver uma visão ou uma recordação. Parecia bastante real, mas era impossível. Estava numa sala simples, mas de gente com posses e dinheiro, as paredes eram cremes, com pedaços de prata nos retoques, dando muito brilho á sala, na luz do Sol. Olhei um jornal que estava em cima de uma mesa, na sala, estávamos em 1939. Mais precisamente, 23 de Novembro de 1939. Depois, entraram na sala, Rodrigo, Erik e uma rapariga. Ela era bonita, longos cabelos pretos e grandes olhos azuis marinhos penetrantes, e era
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alta e esbelta. Todos se sentaram, nos sofás que estavam ali, e depois a rapariga falou: - Rodrigo, eu não te amo mais, por isso, acabou. Lamento. - Porquê? Fiz-te algo de mal? - Não, mas eu encontrei outro. - E, só por curiosidade, o que é que o meu irmão faz aqui? - A pessoa que eu encontrei, é o teu irmão. - O quê?! - Virou-se para Erik. - Como podes-te? Somos irmãos, sangue do mesmo sangue. - Temos personalidades diferentes. - Respondeulhe Erik. Fiquei chocada e, pelo que me pareceu, Rodrigo também. Agora, eu percebia porque é que o Brancura me tinha avisado. Erik era um canalha, que não se importava de ver o irmão sofrer. Então o irmão endiabrado era o Erik, e o santo era o Rodrigo. Como é que eu pude ser tão parva? Como? Era óbvio, com 13 namoradas, ou ele era muito bom ou não prestava para nada. Neste momento, acho que é mais a segunda opção. Que estúpida, mas agora não importa, tenho de voltar á visão ou recordação, ou lá o que isto seja. Rodrigo não aguentando mais, levantou-se e saiu da sala, triste e com o coração desfeito em mil pedaços, batendo com a porta ruidosamente. Na sala ficaram Erik e a rapariga, sozinhos. Erik tinha um sorriso, não bondoso e alegre, mas maldoso e arruaceiro. A rapariga, estava muito quieta e, pouco, assustada, mas tentava não mostrá-lo.
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- Já agora acabou-se. - Declarou Erik. - Mas ... - Mas o quê? Se julgavas que ficaria contigo se acabasses com o idiota do meu irmão, estás muito enganada. Mas, muito enganada mesmo. - Parvalhão! Idiota! Estúpido! Monstro! - Pois, pois. Agora, se não te importas, sai. Depois esta situação aconteceu outra vez, outra vez, outra vez e outra vez. Até que, finalmente, chegou á 12º namorada. A rapariga era magra e de altura média, tinha cabelos castanhos e olhos, estranhamente violetas, como uma bruxa. Porque dizia-se que as raparigas que nasciam com olhos violetas eram bruxas. Entram todos, sentaram-se, ela acaba com Rodrigo, o Rodrigo sai triste, ficam eles sozinhos e ... - Está tudo acabado. - Disse, novamente, Erik. - Aí é que te enganas. - Declarou ela. - Eu amaldiçoou-te Erik Anthony Rashell Adrian. - O quê? - Quando sentires a tua alma-gémea e te apaixonares por ela, irás perdê-la para o teu irmão. Ele irá amá-la de verdade e dar-lhe-á muitas alegrias, enquanto tu ficarás sozinho, a assistir. - Bruxa! - A única maneira de impedires que aconteça é, depois de a perderes e teres o teu coração partido, voltares a amar outra mulher e desta vez, verdadeiramente, de alma e coração. - Como assim?
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- Depois de a tua alma-gémea estar com o teu irmão, irá aparecer uma outra pessoa já tua conhecida, pela qual tu te irás apaixonar perdidamente. - Sai. Não quero ouvir mais nada. - Com todo o prazer. Depois de ela sair, Erik levantou-se inquieto e começou a andar de um lado para o outro. Agarrou numa jarra de flores, que estava na mesa, e atirou-a violentamente contra a parede, fazendo com que ela se partir-se em milhares de pedaços no chão. A seguir, saiu da sala furioso e com os punhos fechados, e quando ele saiu o sonho transformou-se De repente, estava, agora, num pequeno jardim de flores com várias borboletas e abelhas a voar por ali, e apareceu o Brancura. O Brancura, assim que me viu, começou a mudar. Sim, a mudar! Começou a mudar de lobo para uma pessoa, como se fosse um Metamorfo (Um Metamorfo é aquele que se pode transformar em qualquer animal, só olhando para ele). Transformou-se na rapariga do sonho anterior, e tinha um vestido branco.
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Capitulo 26 - O Recontro de Amor - Sei que é complicado de veres isto, mas explicarte-ei tudo. - Devias explicar. - Eu sou a rapariga que amaldiçoou o Erik. O meu nome não posso ainda revelar, mas posso dizer-te que em breve tu irás ajudar-me a encontrar a minha alma-gémea. - Ok. Mas porque o que fizeste? - Ele precisava de uma lição. A maldição está quase a concretizar-se, ele está a apaixonar-se por ti e está a perder-te para o Rodrigo. - O Rodrigo é maluco e maléfico. - Não. O Rodrigo não é maluco, nem maléfico. Ele está a comportar-se assim porque te ama, e quer a tua atenção. - Se quer a minha atenção, está a consegui-la. - E tu ama-lo? - Não, nunca. Mentes. E ele reage friamente, porque já sofreu muito e não quer sofrer outra vez. - Compreendo. - Então fala com ele, de preferência a sós. Diz-lhe que sabes que ele sofreu muito. Diz-lhe? - Porque é que haveria de fazer isso? - Porque ele é que é a tua verdadeira alma-gémea. E tu sabes o que acontecerá, caso ele não esteja contigo, certo? - Certo.
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- O Erik pode parecer santo, mas não é. Ele é capaz de tudo para conseguir o que deseja, e passar por cima de quem for para o ter. E ele mente-te. - No que é que ele me mente? - Ele consegue ler-te a mente, mesmo sem ter bebido o teu sangue. E Rodrigo também consegue, mas não o faz porque prefere não violar a tua privacidade. - Então ele tem lido sempre a minha mente?! - Sim. - Porquê? - Porque ele quer ter a certeza que tu não sabes da maldição. Nem que tu saibas que ele não a tua verdadeira alma-gémea, mas sim o Rodrigo. - Idiota! - Fala com o Rodrigo ele é muito amigável e, dos dois, o mais romântico que existe. E ele quando ama alguém é capaz de tudo para ter a sua atenção, a sua protecção e amor. - Assim o farei. - Queres falar com ele agora? - Isso é possível?! Depois, a Brancura desapareceu, e apareceu Rodrigo no seu lugar. Este estava vestido com umas calças de ganga, uma t-shirt ( que dizia: Kiss me). Estava com o cabelo solto, como uma cortina dourada, e os olhos verdes muito abertos de surpresa, e estranhamente de prazer. Olhei para mim mesma, para ver o que é eu tinha vestido. Tinha um lindo vestido preto, sem alças, acima dos joelhos. A parte de cima colava-se muito
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bem a mim, a parte de baixo fazia uma pequena roda. Tinha um generoso decote em V, magnifico. O meu cabelo estava solto e com um laço prateado, do lado direito, a prender-me o cabelo. Os sapatos eram igualmente pretos e muito bonitos, com uns lacinhos na ponta e de saltos altos. - Como é que eu vi aqui parar? - Perguntou ele. - Não te posso responder, porque também eu não sei. - Respondi. - Mas sei que tenho de falar contigo. - O que é que queres? - Respondeu-me ele secamente. - Eu sei o que se passou contigo e com as namoradas que tiveste. - Ele pareceu-me surpreso. - Eu sei que, sempre que tu tentavas arranjar uma namorada, ela acabava contigo para ficar com o teu irmão. E compreendo o teu sofrimento. - Como é que sabes? - A tua última namorada, era uma bruxa e metamorfa e amaldiçoou o teu irmão, contou-me. - Amaldiçoou-o? - Sim. Ela disse-lhe que quando ele encontra-se a sua alma-gémea e se apaixona-se por ela, a iria perder para ti. - A sério? - Sério. E, também, sei que podes ler-me os pensamentos, mas que não o fazes para não violar a minha privacidade. Não acredito que vou dizer isto, mas ... mas ... - Mas...
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- Acho que estou apaixonada por ti. Desde que nos beijamos, que não penso noutra pessoa, senão em ti. - Também sinto o mesmo. Depois aproximámo-nos, até ficar-mos nos braços um do outro, e beijámo-nos. Novamente, senti borboletas na barriga. O beijo foi cheio de emoções: amor, dor, esperança, medo, etc. De repente, acordei do sonho.
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Capitulo 27 - O Namorado e o Amante Quando acordei, antes da minha avó me chamar, Erik já não estava. Tinha ido, talvez, para casa trocar de roupa. Ou para fingir que tinha dormido em casa. Não importava, eu tinha muito em que pensar, antes de ir para a escola e encontrá-lo. Levantei-me, fui á casa de banho, penteei-me e vesti-me. Enquanto me vestia ia pensando no sonho. Como teria Rodrigo acordado, depois do sonho? E beijo como teria sido para ele? Será que se lembrava do que eu tinha dito no sonho? Talvez. Depois vi, em cima, do móvel da roupa dois cartões. Um era cor de vinho tinto, o outro era branco. O vermelho era de Rodrigo e o branco era de Erik, pelo que diziam os cartões. Abri o de Rodrigo primeiro e dizia: Foi estranho, mas bom o sonho. E o beijo maravilhoso. Fico á tua espera na escola, porque fiquei na mesma turma que tu. Beijinhos do que te ama muito. Era lindo e romântico, mas era também muito preocupante. Como é que eu me iria esquecer do beijo do sonho, com Rodrigo por perto? Como? Eu depois tratava disso, pelo caminho para a escola. De seguida abri o de Erik que tinha escrito o seguinte: Gostei muito da nossa noite ontem. Tive de me ir embora, porque precisava de trocar de roupa. Vemo-nos na escola, com o meu irmão, porque ele também quis começar a ter aulas. Beijos e até logo. Descontraí, um pouco, porque ele
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ainda não sabia de mim e de Rodrigo. Estaria com ele e com o irmão como se fossemos todos amigos, e não dois rapazes a namorar a mesma rapariga. Depois de comer, agarrei na mala e pus-me a caminho da escola. No caminho, pensava como é que esconderia os meus pensamentos, sobre Rodrigo, de Erik. Podia pensar noutras coisas? Ou podia criar um muro mental, se isso fosse possível. Podia não pensar em nada? Impossível. Não faria nada, teria fé em Deus para me ajudar a esconder os meus pensamentos dele. Cheguei á escola num instante, e reconheci-os imediatamente. Erik trazia umas calças pretas, uma camisola branca e uma camisa desabotoada cinzenta. Rodrigo vinha com umas calças de ganga, uma camisa creme e um chapéu cinzento. - Olá rapazes! - Olá rapariga. - Responderam os dois. - Qual é a minha primeira aula? - perguntou Rodrigo. - História. - Respondi-lhe. - Vai ser ... hilariante. Principalmente, quando todas as raparigas das turmas andarem atrás de ti. Entramos todos para dentro e seguimos para a porta da aula. Rodrigo ia-me fazendo perguntas sobre as aulas, a escola, os colegas de turma, as outras turmas. Mas Erik estava, misteriosamente, calado. De cada vez que o olhava, tinha o olhar baço e perdido nos pensamentos. - Turma, quero apresentar o Rodrigo. - Disse o prof. apontando para ele. - E ele é o irmão do Sr. Adrian.
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De repente, lembrei-me que faltava pouco para o aniversário da minha bestfriend de sempre, a Vanessa ou a Nessa. Eu ainda não tinha presente para ela, tinha de me apressar. Que haveria eu de lhe oferecer? Já sei, vou apresentá-la ao Aaron, davam um belo par de tontos. A turma, principalmente as raparigas, deram as boas-vindas ao Rodrigo. Para mim, ele parecia bastante feliz e desejoso de se integrar na turma. O que, para ser sincera, é bastante fácil e divertido nesta turma. Nas outras turmas também é fácil, mas a turma do 9ºA é mais loucamente divertida. A aula de história, passou rapidamente, para dar lugar ao intervalo. Saí-mos os três e fomos dar a volta á escola, para mostrar ao Rodrigo como era. Ele pareceu bastante interessado, e Erik pareceume bastante distraído. De repente, a Nessa apareceu e veio ter comigo. Tinha cara de felicidade e de dúvida, por isso, era uma pergunta sobre uma pessoa que nós conhecíamos ( só para o caso de se terem esquecido, a pessoa é o Erik). Agarrou-me na mão e puxou-me para a ponta mais distante deles. - Já resolveram? - perguntou-me ela. - Mais ou menos. A propósito, arranjei-te um namorado. - Quê? Quem? Quando? - É o primo deles, é lindo e chama-se Aaron. - Parece ... Como é que se diz ? ... Há sim! Air? - Sim, parece air, que quer dizer ar. Porque não vens ter comigo amanhã, e vamos as duas a casa
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deles? E tu conheces o Aaron. - disse a ela. - Pode ser? - Ok. Amanhã, ás 3. - Ás 3, mas se chegares atrasada, deixo-te para trás. - Como é que ele é? - Olhos verdes, cabelo castanho. Brincalhão, ideias loucas e ideal para ti. - É perfeito para mim.
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Capitulo 28 - O Beijo entre Amantes Depois da conversa, um pouco demorada, com a Nessa o dia passou a correr. As aulas começavam, e de repente, já estavam a acabar. As aulas da manhã, finalmente, acabaram. Desta vez, eu é que fiquei á espera. Mas que inferno! Eu estava esfomeada e eles não se despachavam. Rodrigo acabou primeiro do que Erik. Estranho, porque Erik era sempre o primeiro. Tive de falar, senão nunca mais iria comer. - Erik, não quero ser má, mas... Despacha-te! Estou a morrer de fome. - Mano, concordo com ela. - Disse Rodrigo. - Vão andando, que eu já vos apanho. - Disse o Erik. - Tens a certeza? - Perguntámos eu e Rodrigo. - Absoluta. Eu e Rodrigo fomos andando para fora da escola. Pelo caminho, ás escondidas, eu e ele fomos de mãos dadas. Era fenomenal, nada comparado quando eu e Erik andávamos de mãos dadas. Andar com Rodrigo, mesmo ás escondidas, era mais apaixonante, querido e completamente diferente. Tinha a sensação de estar a ser observada, não por Rodrigo, mas por outra pessoa. Olhei para trás discretamente, e não vi ninguém, por isso, cheguei á conclusão de que estava a imaginar.
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Mesmo antes de chegarmos a minha casa, ele fezme dar meia volta para ele. Abraçou-me e olhou para mim olhos nos olhos. Tinha os olhos brilhantes, como estrelas. - Amo-te. - disse-me ele, de repente. - Eu sei. Eu também te amo. Pôs a mão na minha bochecha, e a outra na cintura, e deu-me um beijo. O beijo foi muito apaixonado, mas de pouca duração. Ainda no beijo, senti as presas dele crescerem, por isso, parei o beijo. Ele sorriu-me, mostrando as, bonitas e afiadas, presas. - Encolhe-as! - Disse-lhe alarmada. - O quê? - As presas cresceram. - Ah! Ok, espera um pouco. Ele abriu os olhos, e como se tivesse lido os meus pensamentos, respondeu ás perguntas que eu estivera a pensar. E, se calhar, leu mesmo os meus pensamentos. - Não voltará a acontecer, ninguém vai descobrir e tu não farias nada. - Tu lês-te os meus pensamentos? - Talvez. Deu-me mais um beijo e foi-se embora. Abri a porta e fui almoçar rapidinho, porque tinha a aula de EV. Logo. depois do almoço, fui fazer a mala para a aula. Era necessário tanta coisa, que eu perdi a conta. Enquanto fazia a mala, pensava no caminho para casa com Rodrigo. Tinha sido tão bom, eu sentiame com em paz de alma. Ficava mais descontraída e parecia que todo o mundo desaparecia. Éramos
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apenas eu e ele, e tínhamos tudo o que desejaremos. Saí de casa. novamente, para a escola. A meio do caminho, encontrei Erik e Rodrigo, que vinham a sair do Mercedes branco do pai. Corri até eles, e cumprimentei o pai deles, que ficou muito feliz por me ver. Depois fizemos o resto do caminho para a escola. Tocou logo quando nós entramos na escola. Fomos directos para a sala, e enquanto esperávamos conversamos sobre os testes. A prof. Bebé apareceu, pouco depois. A prof. falou que esperava melhores notas e que para a próxima faríamos melhor. A Patrícia, delegada de turma da nossa turma, foi entregando os testes, com a ajuda da Vânia, a Ana e o Vasco. Tive boa nota, por isso, fui ver o teste, até chegar a uma pergunta que perguntava quais as cores primárias que juntas faziam verde. Virei-me para trás e perguntei aos rapazes se eles também tinha a pergunta mal, como eu. A seguir, ele fechou os olhos, como se ele estivesse a concentrar-se. Tão depressa como apareceram, as presas desapareceram. Aos poucos as presas foram encolhendo até desaparecerem. Isso fez-me descontrair. Já não havia o problema de alguém vêlas. Pelos agora. E se voltar a acontecer? E se descobrissem? O que é que eu faria? - Não, eu tenho a pergunta bem. - Disse-me o Erik. - Eu também tenho a minha certa. - Concordou Rodrigo.
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De repente, a prof. perguntou-me se eu tinha a pergunta 9 ( era a pergunta que eu tinha mal e que eles não tinham) tinha escrito azul e amarelo. Eu estupidamente respondi: - Não, tenho amarelo e azul. Depois percebi que não tinha muita diferente, e que todos se riram, até a prof. achou piada. O resto da aula foi assim, divertida, mas quando cheguei a casa a piada foi outra. Quando cheguei a casa, descobri que estava ninguém e a porta de casa estava fechada. Procurei a chave na mala, na esperança que ela lá estivesse, mas não havia chave nenhuma. Lembrei-me que a tinha deixado no quarto, logo, não tinha como entrar em casa. O que podia eu fazer? Chamar a vizinha? Ficar em casa de alguém? Talvez. Mas em casa de quem? Os rapazes! Porque não me lembrei deles?! Pus-me a caminho, pois a casa deles ainda ficava, ligeiramente, longe. Começara a escurecer, enquanto eu caminhava para casa deles. Quando lá cheguei já era noite. A lua era cheia, no profundo e bonito céu estrelado, e estava muito brilhante, como um grande diamante divino. Ouvi uma coruja. O som que fazia parecia maquiavélico e frio, em vez de inofensivo. O vento levantou-se fazendo assobios quando rosava nas janelas e ramos das árvores, e os cães começaram a uivar. Não havia carro ou pessoa a passar por ali, era como se tivessem sumido para outro planeta. No apareceu um relâmpago enorme que chegou ao chão, ou pareceu chegar ao chão.
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Abri o portão, que estava destrancado, e corri para a porta. Toquei na campainha e durante 10 minutos ninguém me respondeu. Logo, sentei-me no chão e enrolei-me, como uma bolinha. Estava assustada, e começava a achar que havia ninguém em casa e que aquilo tinha sido má ideia. Eu podia ter esperado, mas não.... Eu tinha de me lembrar de vir para aqui! Talvez, devesse voltar para casa, afinal, não estava muito escuro. Eu a acabar de dizer isto, e uma nuvem, vinda não sei de onde, se meteu em frente á lua. Que nervos! Raios parta, mais á nuvem! Depois a Rose, apareceu á porta. - Boa noite! Em que ... - Começou ela, até me ver. - Oh, querida. Queres entrar? - Por favor. - disse-lhe, um pouco com medo. Quer dizer. Posso entrar? - Claro. Estávamos a começar a jantar. - Oh! Não queria interromper. - Não interrompes. Até fazes companhia a nós e jantas. Pode ser? - Eu vim para aqui, porque a porta da minha casa está fechada e eu não tenho chave para entrar. Expliquei a Rose, enquanto caminhávamos pela sala para chegarmos á cozinha. - Mas, se a Rose, insistir eu fico. - Eu insisto. Mas vamos primeiro, avisar alguém que está aqui. - Tem toda a razão. Tem um telefone? - Sim, na cozinha. Depois, em vez de virarmos á esquerda para a sala de jantar, fomos para a porta da direita para a
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cozinha. O telefone estava na parede ao lado da porta, liguei para o pai. Ele atendeu logo. - " Quem fala? " - Sou eu, pai. - " Onde estás? " - Em casa do Erik. A porta estava fechada e eu não tinha chave, por isso, vim para casa dele, enquanto esperava que me viessem buscar. - " Podias ter ficado com a vizinha Gabriela. " - Não me lembrei, desculpa. - " Agora, vem para casa. " - Mas os pais do Erik queriam que eu janta-se com eles. - " Isso é pedir muito. " - Não. A Sr. Rose diz que não. - " Deixa-me falar a Sr. Rose. " - Está bem. A Rose estava ao meu lado, por isso, foi muito rápido. Estiveram a falar um bocado, mas não me importei, porque a Rose tinha-me dito que faria de tudo para eu ali jantar. Era bom os pais darem-se bem, significava que nos deixavam namorar. Mas, provadamente, que eu e Erik iríamos acabar, porque o meu verdadeiro amor era Rodrigo. O rebeldemente amoroso Rodrigo. O telefonema acabou e eu olhei para Rose. Tinha os ombros descaídos, os olhos tristes, os lábios sérios e a cara abatida. Percebi logo, eu não iria ficar para jantar em casa. Que treta! Bolas para isto! De repente, a Rose começou a rir, um riso cheio de animação. Olhou para mim e disse:
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- Parece que alguĂŠm vai ficar para jantar, e para dormir aqui. Abracei-a e respondi-lhe cheia de felicidade: - A Rose ĂŠ a maior.
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Capitulo 29 - Dormir Em Casa Saímos da cozinha e virámos para a sala de jantar. Antes de eu entrar, a Rose disse que eu devia fazer uma entrada surpresa. Esperei que ela entrasse e dissesse: "Tenho uma surpresa." Abri a porta e entrei. Ficaram todos muito surpreendidos, Erik parou de beber o sumo ( ou pelo menos parecia sumo), Rodrigo engasgou-se e Aaron ficou de boca aberta. O pai de Rodrigo e Erik foi o único que se levantou e me cumprimentou. Estalei os dedos e eles pareceram voltar ao normal, um normal muito abananado. Sentei ao lado do Erik, mas de frente para Rodrigo. - Que fazes aqui? - Perguntou-me o Erik, assim que me sentei. - Olha, fui a casa, mas a porta estava trancada. Não tinha chave, por isso, vim para aqui para ligar ao meu pai para me vir buscar. Ok? - Ok. E vais ficar para jantar? - Talvez. - Respondi-lhe com um misterioso. - Que rapariga misteriosa! - Comentou o Aaron. A tua amiga também é assim? - Não, é pior. Nós somos a Atinadinha e a Rebelde. Eu sou a Atinadinha ela é a Rebelde. - E dão se bem? - Sim. Do tipo: Ela chama-me estúpida, eu chamolhe parva. Eu bato-lhe e ela bate-me. Eu digo um palavrão, ela faz o mesmo. A nossa relação
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funciona assim desde os 7 anos, e nunca mudou, e nunca vai mudar. - Então são best-friends? - Perguntou Rodrigo amorosamente. - Sim. As nossas zangas nunca duram mais que 20 minutos. - A sério? - Perguntou-me Aaron surpreendido. - Sim. Uma vez estávamos no 4º ano, e eu entalei na porta da casa de banho das raparigas a prima dela. Por coincidência, temos o mesmo nome, e não gostamos uma da outra. Mas fiquei feliz, pelo que lhe fiz. Que foi ?! - Exclamei, porque Erik, Rodrigo e Aaron olhavam para mim com cara de espanto e como se olhos lhes fossem sair das orbitas. - É verdade. A Nessa ficou chateada comigo, durante uns...10 ou 15 minutos. Enquanto ela estava chateada comigo, fui brincar para um ferro que havia na escola, onde andávamos á roda e ficávamos de cabeça para baixo. Ela, mais calma, pediu-me desculpa e eu também pedi a ela, depois disso ficamos novamente best-friends. - Nessa? - Perguntou o Aaron. - O quê? - O nome dela é Nessa? - Ah! - Exclamei ao perceber. - Não. O nome dela é Vanessa, mas eu trato-a por Nessa. É mais adorável. - Concordo. Quando é me apresentas a ela? Interrogou-me Aaron, com um sorriso malandro. - Calma Garanhão! - Disse-lhe. - Irás conhecê-la amanhã! Ok?!
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- Queres que te sirva o jantar? - Perguntou-me Rose, a rir. - Por favor. - Então ficas para jantar! - Declarou Erik. - E, talvez, para passar aqui a noite. Porque a tua mãe foi maravilhosa a dar a volta ao meu pai, o que é raro. - A quem o dizes. - Estás a lembrar-te do que ele te disse. - Sim. O teu pai é muito protector. E pelo que me mostrou é muito protector, em relação á sua menina. - Disse Erik, olhando directamente para mim. - Todos os pais adoram proteger as suas meninas dos rapazes, independentemente que ele seja bom ou mau rapaz. - Verdade. Eu próprio se tivesse uma menina seria assim com ela. - Disse Marcus. - Mas, a minha amada, só me deu rapazes. Devo contentar-me com o que tenho... - Se quiser, pode adoptar-me como filha emprestada. - Considera-te parte da familia. - Disse Rose. - Obrigada. Deixei a conversa e comecei a comer. Era carde de porco á Alentejana, e estava delicioso, a sobremesa era mouse de chocolate. - Que achas-te do jantar? - Perguntou-me Rodrigo. - Estava muito bom. - Comes-te pouco, não tens mais fome? Exclamou Rose. - Não, Rose, estou cheia.
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Seguimos para a sala, enquanto esperávamos que a Rose viesse da cozinha, e fomos jogar ás cartas. Ou melhor dizendo, eles jogavam e eu observava. Reparei que a lua estava muito brilhante, o vento acalmara e o frio da noite dera lugar a um calor invulgar de finais de Setembro. A lua estava tão brilhante que iluminava todo o jardim como uma lâmpada gigante. Apetecia-me ir passear pelo jardim, por isso, perguntei se podia dar um passeio pelo jardim. Eles responderam que sim, e eu fui lá para fora. Abri a janela e fui para o jardim passear. Aqui estou eu, no meio do jardim, a passear á noite. Descalcei os ténis, e fui passeando á volta da casa, mas sempre por perto. Estava tudo muito calmo, calmo demais para o meu gosto. Algo iria acontecer, daqui a pouco, acontece sempre alguma coisa. Sentei-me na relva, que estava macia e bem cortada, virada de frente para o lago. O lago estava muito bonito com o reflexo da lua na água. Dava um ar mágico ao lago e a tudo no jardim. As rosas estavam fechadas, os grilos cantavam e pirilampos voavam ali perto. Os pirilampos, a certa altura, juntaram-se e fizeram uma roda de luzes á minha volta. Magnifico. De repente, atrás de mim, ouvi um rosnado leve. Estava tão perto que, quando me virei para trás, me assustei com a Brancura. Encontrava-mos tão perto, que os nossos narizes se tocaram suavemente. Rime e ela fez o mesmo. Precisamos falar. - Então vamos falar.
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Não pode ser aqui. Vamos para debaixo da amendoeira. - Ok. Levantei-me e segui-a até á amendoeira. Quando lá chegamos voltei a sentar-me e Brancura veio colocar a sua cabecinha de lobo nas minhas pernas. Apercebi-me que estávamos meio escondidas, logo o assunto era sério. - Que se passa? O Erik sabe que falas-te com Rodrigo nos sonhos e que tu descobris-te que ele não era a tua almagémea. - Então era, por isso que ele estava chateado esta manhã!? Sim. Ele vai tentar dizer coisas horríveis sobre o irmão para tu o deixares, mas não podes deixar que te afecte. Eu sou a sua alma-gémea, por isso, acaba tudo com ele o mais depressa possível. Ok? - Ok. Mas como é que podes ser a sua alma-gémea se és um lobo? Eu sou um metamorfo, mudo de forma quando me apetecer. Podia ser humana, mas assim estou mais perto dele, sem desconfiarem. Não contes a ninguém, nem a ele. Pelo menos ainda não contes, mais brevemente. - Não contarei. Se podes ser humana, como te chamas? Juliette Sophie Maslin Bates. - Nome bonito. Obrigada. Quando chegar a altura para contar, dizer-te-ei. Está bem? - Sim.
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Se calhar, vou me embora. Agora de preferência! - Porquê? Por que a tua alma-gémea vem ali, e eu não quero ficar a fazer de vela. Adeus e muito amor e beijos. - Igualmente. Passados uns segundos, Rodrigo viu-me e veio ter comigo. Enquanto ele chegava, o vento levantou-se e fez-me arrepiar. Ele sentou-se e pôs a cabeça onde a Brancura tinha posto a cabeça á pouco tempo. Depois o vento parou. - Que fazes aqui - Perguntou-me ele. - Estava a falar com a Brancura, meu amor. Disse-lhe, enquanto fazia festas no cabelo dele. - Vais mesmo ficar aqui a dormir? - Sim. No quarto ao lado teu. - Disse. - Diz-me uma coisa. - O quê? - Tu podes controlar os ventos? - Sim. - Uau! Fazes-me lembrar o Drácula, tirando o facto de seres mais giro, menos maléfico e seres inofensivo. - Obrigada, por me comparares a um dos mais malvados e poderosos vampiros de toda a história. Disse-me ele ironicamente. - Não fiques assim zangado, não disse aquilo por mal. - Está bem. - O Erik sabe que tu e eu falamos nos sonhos. - A sério? - Sim. - Mas como?
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- Não sei, meu amor. - Adoro quando me chamas "meu amor". Faz-me sentir dono do teu coração e um sortudo. - Tu tens o meu coração. Que horas são? - São 22 horas. - Disse-me ele, enquanto olhava para a lua. - Como é que sabes? E deveríamos ir dormir. - A lua disse-me e tens razão. Devíamos ir dormir. - A lua disse-te?!
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Capitulo 30 - A Noite Amorosa - Sim. Nós vampiros sabemos sempre as horas, olhando para o sol ou a lua. Rodrigo ajudou - me a levantar do chão e acompanhou - me até casa. Mesmo antes de entrarmos, ele pegou - me nas mãos, olhou - me nos olhos e declarou: - Mon Soleil scintillant Et ma Lune brillant Appoter je lunière en amour Et ilumination en ma existence. - Foi lindo em francês, mas eu não percebi nada. Volta a dizer isso, mas em português. - Eu disse: Meu Sol cintilante. E minha Lua brilhante. Trouxeste - me luz no amor. E na minha existência. - Oh! Que romântico. Inclinou - se e deu - me um beijo, suave e doce como o vento com o cheirinho a chocolate. Mas, infelizmente, era tarde e tivemos de entrar em casa para irmos dormir. Rodrigo mostrou o meu quarto, como se fosse o rei da casa. O quarto era maravilhoso. As paredes eram vermelhas sangue com rosas brancas e folhas pretas. A cama tinha cortinas penduradas, parecendo uma cama de princesa. Tinha uma secretária e uma porta para uma casa de banho privada. A janela que havia do lado direito,
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mostrava o lago do jardim com o luar reflectido. A luz do quarto era uns candeeiros antigos que estavam na parede, um de cada lado da cama, parecia que estávamos iluminados pela luz das velas. De repente, soltei um bocejo de sono. Estava cheia de sono, mas tinha medo de ficar a dormir sozinha, por isso, não me fui deitar. - Está na hora de ires dormir. - Comentou Rodrigo. - Mas não quero dormir sozinha. - E se dormi - se aqui contigo? - Farias isso por mim? - Claro. Veste - te, enquanto vou buscar dois copos de leite morno para te ajudar a adormecer. - Não demores. - Está bem. Volto já. - Ok. Quando ele saiu, fui directamente á cama, pois estava lá um pijama. Era creme com umas rosas roxas nos cantos da camisola e dos calções. Abri a cama e fuiá casa de banho pentear o cabelo e apanha - lo num rabo - de - cavalo. Voltei para o quarto e fui á mala buscar um dos livros que tenho andado a ler. Neste caso era: O retrato de Dorian Gray, e posso dizer que o filme que fizeram não tem nada a haver com o livro, os conselhos alguns são bons e maus e o livro é um pouco complicado de entender. Um dos bons conselhos é este: "Escolho os meus amigos pela sua boa aparência, meus meros conhecidos pelo seu bom carácter e os meus inimigos pela sua inteligência."
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Li umas 2 ou 3 páginas antes de ele voltar, com as canecas de leite. Entrou e fechou a porta atrás dele, enquanto vinha sentasse comigo. Deu - me as duas canecas, e meteu - se dentro das cobertas com o pijama que trazia vestido. Passei - lhe uma das canecas e comecei a beber um pouco o meu leite. Hum! Estava quentinho e muito bom. - Como te sentes? - Perguntou - me ele. - Bem. O quarto é maravilhoso, adoro as cores e as rosas pintadas na parede. - Concordo. Fui que escolhi as cores e os desenhos do quarto. - A sério?! - Vamos dormir, pode ser?! - Pediu ele, a bocejar. - Está bem, Dorminhoco. Ele deitou - se na cama, logo depois de pôr as canecas em cima das mesas - de - cabeceira, e puxou - me para perto dele. Também me deitei, ele pôs a cabeça na almofada e eu a cabeça no peito suave e caloroso dele. Como estávamos calados, eu consegui ouvir o som do coração dele a bater e o meu coração a acompanhar. Ele abraçou - me, como maneira de não me deixar escapar. Deu - me um beijo na testa e disse - me: - Boa noite, chérie. - Boa noite, mon amour. Não ficamos totalmente ás escuras, pois as cortinas da janela estavam abertas, e entrava o luar branco e mágico. Era bonito, mas também assustador, porque é noite de lua cheia. É nessas noites alguma coisa mágica acontecia. Devo ter adormecido, porque não me lembro de mais nada. Voltei a
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sonhar, e o sonho foi abominável, mas vou contar lo. Estava á porta de uma catedral e a porta estava entreaberta, por isso, abri - a e entrei. Ouvi um som que vinha de uma sala á minha esquerda e fui ver o que estava a acontecer. Quando entrei, vi estendido no chão Rodrigo que sangrava. Corri para junto dele, e nesse momento, que avistei uma sombra escura na entrada. A sombra tinha grandes olhos grandes e uma comprida capa preta. Olhei para Rodrigo, que estava a morrer, e eu não podia fazer nada. - Ele vai morrer e tu não podes fazer nada. - Disse - me a "sombra". - Não!!!!!! - Gritei - lhe, fazendo - me acordar do sonho. Acho que quando acordei do pesadelo, devo ter acordado Rodrigo também, porque ele estava com os olhos muito abertos de surpresa e preocupação. Abraçou - me com muita força, e cantou - me "Everything i do" para me tentar acalmar. Acalmei um bocado, mas não completamente, pois continuava a pensar no pesadelo. Aproveitei a situação para verificar se ele estava bem. Não estava magoado ou sangrava. Que maravilha! Huf! - Que aconteceu? Estás bem? Porque te assustas te tanto? - Tive um pesadelo, mas agora estou bem. - E esse pesadelo assustou - te muito? - Sim.
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- Queres contar - mo? - Estava na sala de uma catedral e tu estavas nos chão a morrer. E havia uma sombra que me disse que tu ias morrer e eu não podia fazer nada. Tive tanto medo de te perder.... - Não te preocupes. Eu não morro com facilidade. - Estou mais descansada. - E podemos voltar a dormir!? São 4 da manhã e eu ainda quero dormir. - Então, vamos dormir. Voltei a dormir, mas sem sonhos. Dormi profundamente e em paz. Estava a dormir tão bem, que quando a Rose nos disse para levantar, não me apeteceu e a ele também não. Como se ele tivesse lido os meus pensamentos, puxou as cobertas para cima e tapou - nos por completo. Ficámos assim durante 15 minutos, depois percebemos que nos tínhamos de levantar para ir para a escola. Como desejava que fosse fim - de - semana! Levantámos - nos e fomos vestir - nos. Ele saiu para me poder vestir á vontade e para ele se ir vestir ao seu quarto. Misteriosamente, tinha uma roupa para mim, diferente da minha, em cima da cama. Era uma saia preta lisa, uma camisa branca aos folhos e um colete preto bordado, e ainda umas botas pretas. Depois de me vestir, fui á casa de banho pentear me. Nesse momento, entrou Rodrigo. Foi sentar se na cama, á minha espera. Quando sai, fui ter com ele, ele abraçou - me pela cintura e deu - me um beijo demorado. - Gostei da noite passada. E tu? - Disse ele.
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- Também gostei. - Vai buscar a tua mala e vamos para a escola. - Espera por mim.... - Ok. Enquanto eu fui buscar a mala, ouvi Erik a entrar, estrondosamente, pela porta. Estava furioso, quase parecia criar remoinhos á sua volta. Tinha os punhos fechados, o olhar cheio de loucura e malícia e a cara extremamente vermelha, lembrava um pimento.
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Capitulo 31 - Acabou-se Tudo - Erik.... Calma.... - Calma? Tu queres que eu tenha calma!? - Disse me Erik, friamente. - Ah! Ah! Ah! Ah! - Não sejas assim com ela! - Respondeu Rodrigo. - Porque? Que me fazes? - Dou - te uma sova que nunca recuperarás. - Força! Mostra - me o que vales! Vá! Antes que eu pudesse agarra - lo, Rodrigo fechou o punho e deu um murro na cara do Erik, o murro foi tão forte que ele cambaleou para trás e caiu no chão. A cara dele avermelhou muito, e ele levou uma mão á cara, mas Erik levantou - se na mesma. Eu apostava 500 euros em como lhe doeu. Aproximei - me de Rodrigo, que me agarrou, porque tinha medo de Erik naquele estado de humor demoníaco. Erik olhou para mim, directamente nos olhos, e eu vi chamas nos seus olhos, semelhante ás chamas do Inferno. Chamas puras e perigosas, até parecia que tinham vida. De repente saiu, mas antes disse: - Isto ainda não acabou! Assim que ele saiu, agarrei - me com toda a força a Rodrigo e chorei no seu ombro com medo, desespero e tristeza. As palavras, "Isto ainda não acabou!", não me saíam da cabeça. Tinha medo do que podia acontecer. Medo do que Erik podia fazer. Medo que alguma coisa acontecesse a Rodrigo. Tinha medo por Rodrigo e, um pouco, por mim.
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Deixei de chorar, pois não ajudava a melhorar a situação, mas fiquei abraçada a Rodrigo. Ele percebeu que eu não estava bem, por isso ficou abraçado a mim mais uns minutos e tentou animar me. - Vê o lado positivo. - Qual é o lado positivo? Diz - me, porque eu não estou a ver o lado positivo. - Tu não namoras com o meu irmão, logo eu posso namorar contigo. - Tens razão. Obrigada por me animares. - De nada. Sou tua alma - gémea, que esperavas!? - Podemos afastar-nos dele na escola. - Com certeza. Se te faz sentir melhor, está bem... - Sim, faz - me sentir melhor. - Então agora, vamos descer, comer o pequeno almoço e ir para a escola como se nada se tivesse passado. Ok? - Ok. Descemos até á sala para o pequeno - almoço, mas desta vez o lugares foram diferentes. Eu, Rodrigo e o Aaron ficamos de um lado, enquanto que o Erik e os pais deles do outro lado. O pior disto era que eu estava de frente para Erik, e isso era arrepiante. Principalmente, depois do que se passara no quarto á pouco tempo. Não tive coragem de pedir a Rodrigo para trocar comigo de lugar, pois não queria parecer estúpida e medrosa. Comemos todos em silêncio, o que foi bom, e isso ajudou - nos a acalmar os nervos. Aaron tinha os olhos brilhantes de ansiedade. Erik estava chateado e Rodrigo feliz, mas ligeiramente preocupado. Sabia
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o motivo de cada um, para estar daquela maneira, mas preferi não dizer nada. Não queria que houvesse uma discussão, especialmente á hora do pequeno - almoço. Terminamos o pequeno - almoço rapidamente, para chegarmos á escola a horas. Mas antes de irmos embora, a Rose deu - nos um beijo na testa e desejou - nos boas aulas. Para ser franca, senti - me como uma filha dela. Senti - me bem. Senti - me em paz, pelo menos naquele momento. Chegámos á escola muito depressa, despedimo-nos do pai deles, e fomos para a escola. Erik afastou - se de mim e de Rodrigo, logo que o pai se foi embora, e deixou - nos sozinhos o resto do dia. Aaron era um sortudo, não vinha á escola e estava de férias. No intervalo, encontrei a Vanessa para combinarmos a sua ida á casa dos pais de Rodrigo. A Nessa achou estranho não ver Erik, por isso, perguntou. - O Erik? Não anda convosco? - Desapareceu. - Desapareceu? - Exclamou ela espantada. - O que é que ele te fez? - Descobri que ele me mentia e que ele não era a pessoa certa para mim. - Então....Acabaram? - Sim. Mas, descobri a pessoa certa para mim. - Quem é? - Disse ela, antes de perceber. - Já sei quem é! - A sério? Ah! - Disse - lhe no gozo. - Sim. Se não for, não sei quem será. Olhámos as duas para Rodrigo, que ficou muito corado. Achei garça, e por isso, cheguei - me a ele e
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abracei - o. Ele aproveitou e puxou - me para me dar um beijo. O beijo demorou tanto, que a Nessa, farta de segurar a vela, disse: - Arranjem um quarto! Quando o beijo acabou, comecei a corar. Devia parecer que tinha andado a beber uma garrafa de vinho tinto, por isso, assim que pude, mudei de assunto. - Sempre vais a casa dele para conheceres o Aaron? - Claro. Quero conhecer o giraço. Despedi - me dela e fui com Rodrigo para o bloco B. Durante o dia muita gente, perguntou - nos por Erik, ao que eu respondi: Nós acabamos, porque ele não era a pessoa certa para mim. A pessoa certa para mim era Rodrigo, e ele está chateado connosco. Repeti isto, umas 50 vezes, mas não me importei. Algumas pessoas perguntaram por preocupação, outros perguntaram por curiosidade. Rodrigo levou - me a casa, mas desta vez, entrou em casa. Apressei - me a apresentá-lo á avó, a avó perguntou - me por Erik e eu respondi que ele estava mal disposto e não pode trazer - me a casa. Era mentira, mas o que é eu podia fazer?! Sim, eu sei, não devia ter mentido. Mas isto era uma situação diferente. Não lhe podia dizer que eu e o Erik tínhamos acabado porque eu amarava o irmão e que ele agora queria vingança. Não podia! Daqui a um mês, talvez diga alguma coisa. Talvez! Esperei pela Nessa, que apareceu ás 14:20. Pudemos ir para casa de Rodrigo mais cedo, Rodrigo já não tinha fome, porque tinha comido comigo em casa.
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Fiquei entre eles, para não haver briga e ir de mão dada aos dois. Quando chegamos, reparei que havia um carro a mais na entrada da casa. Era um lindo, jaguar preto, com bancos de pele branca. Mas de quem seria? Estava para perguntar a Rodrigo, mas ele parecia ter entrado em estado de choque. Não dizia nada ou mexia alguma coisa. A Nessa também reparou, e tentou ajudar - me. Pensei, mas me ocorria - a nada, mas de repente a Nessa deu - me uma ideia. - Beija - o. - Disse - me ela. - O quê? - Beija - o. Nos filmes resulta sempre. - Achas? - Experimenta. Inclinei - me para a frente e dei - lhe um beijo. Ele ficou surpreendido, mas acordou para corresponder ao meu beijo. Depois de acabar, olhei para a Nessa e para ele. - E ainda dizem que não resulta. - Concordo. - Disse a Nessa. - O que é que resulta? - Perguntou ele. - Nada! - Respondemos eu e a Nessa. - Ok.
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Capitulo 32 - O LOVE Está no Ar Entramos em casa, e logo ouvimos gargalhadas vindas da sala. Depois de Rodrigo ir pôr a mala dele ao seu quarto, fomos para a sala. Quando chegamos, Rose, Marcus, Erik e outra rapariga olharam para nós. Reparei que Aaron não estava lá, não sei porque seria, mas era bom que aparece - se, senão tínhamos chatices. Fomos os três sentar no sofá grande disponível, que era mesmo á frente de Erik e a rapariga bonita. Olhei para ela, era muito bonita. Tinha cabelos cor de ouro e olhos verdes azulados, trazia vestido uma camisola azul, calças pretas e botas castanhas até aos joelhos. Ela percebeu que eu estava a olhar para ela, por isso, olhou para mim e apresentou - se. - Olá, sou a Aurora. - Olá, eu sou a Cristiana. - Prazer em conhecer - te. Ouvi dizer que tu e o Erik acabaram, é verdade? - Perguntou - me ela. - Sim. - Vi Erik entristecer. - Lamento Erik, mas eu não sou a tua alma - gémea, e por isso, não podia ficar contigo. - Como podes ter a certeza? Eu senti a minha alma - gémea aqui! Como podes não ser ela!? - Porque a tua alma - gémea é uma pessoa que eu conheço e ela própria me disse que era a tua alma gémea. - Quem é ela? - Perguntou - me ele. - Não te posso dizer. Pelo menos por agora.
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- Quando? - Em breve. - Porquê!? - Exclamou ele, com uma voz chorosa. Erik levantou as mãos e tapou a cara, principalmente os olhos. Conhecendo como eu o conheço, ele iria chorar, que é raro ele chorar. Levantei - me do sofá, sem pensar duas vezes, e ajoelhei - me á frente de Erik. Estava a chorar, quando cheguei junto a ele. Levei as minhas mãos ás dele, e tirei - as da cara dele para poder olhar para ele. Tinha lágrimas nos olhos, lágrimas enormes mergulhadas na tristeza. Tirei uma mão minha e limpei - lhe as lágrimas suavemente, e ele quase pareceu ficar alegre. - Não fiques triste. Eu gosto de ti, mas não como namorado. Como amigo. Se quiseres, podemos ser........ - Não! Ele respondeu - me tão bruscamente, que eu cai para trás, esbatendo no chão. Apanhei um susto enorme. Quando voltei a olhar para ele, tinhas olheiras vermelhas á volta dos olhos e o dourado do seu olhar era cor de ferrugem. Olhava - me fixamente nos olhos, e eu pude ver muita raiva, desespero e, principalmente, uma escuridão de morte. Arrepiei - me, mas tentei levantar - me e dizer - lhe que lamentava e que ainda queria ser sua amiga. Mas ele levantou - se, olhou - me cheio de ódio e desapareceu. Desconfio que ele desapareceu no ar, ele mostrar - mo uma vez na sala de aula. Dividia - se em milhares de pedaços e desaparecia no ar. Fiquei confusa, porque não entendi aquela
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reacção. Eu contei - lhe, expliquei - lhe e tentei ajudá - lo, mas ele não quis saber. Parvo! - Que disse eu de mal!? - Nada, querida. - Disse a Rose, a tentar ajudar me. - Obrigada por me dizer. A minha vida é uma treta1 - Concordo. - Então! Isso diz - se? - Claro. - Concordou Rodrigo. - Mas está tudo contra mim. - Exclamei contrariada. - Agora vou ter com a Aurora, se ela não se importar. Importas - te? - Não. - Obrigada. Sentei - me ao lado dela, e nesse momento, percebi uma coisa. A Aurora não parava de olhar para Rodrigo, e vice - versa. Que raio era aquilo? Estaria ela a atirar - se ao meu namorado? Que merda era aquela? Ele tem dona, e ela não está a achar piada á situação. Ou ela para de olhar para ele, e vice versa. Ou eu ia - lhe ás gadelhas! Ele deve ter lido os meus pensamentos, ou viu o olhar assassino que dirigia a ela, porque ele desviou o olhar dela para mim. Ele não olhava para mim, mas para as minhas pernas. Não me teria importado se não estivéssemos á frente de tanta gente, com as pernas um pouco abertas e a saia quase nas ancas. Tinha colans, mas não queria ali excitações a mais. Fechei as pernas, puxei a saia para baixo e encerrei a diversão dele. Ele ficou aborrecido, mas não me importava nada disso. Que esperava ele? Que tira -
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se a saia e a camisa para ele? Ele que vá sonhando, mas bem a dormir. Nesse instante, apareceu Aaron. Vinha todo vestido com roupa nova e, se não me enganava, ele trazia perfume. Dava parecenças a um príncipe encantado. Se não tivesse o meu príncipe encantado, atirava - me ao Aaron. - Se não tivesse o meu príncipe encantado, atirava - me a ti. - Disse ao Aaron. - Então! Tens namorado, lembras - te? - Exclamou Rodrigo, na defensiva. - Sim, por isso é que disse que já tinha príncipe encantado. - Quem é? - Perguntou - me ele. - Tu. - É este o giraço? - Perguntou - me a Nessa. - Sim. - É esta a tua bestfriend? - Perguntou - me o Aaron. - Sim. - Eu gosto. - Disseram os dois ao mesmo tempo. Aaron foi sentar - se ao lado da Nessa, e Rodrigo ficou a uma ponta do sofá a fazer e a segurar a vela. Aaron muito atiradiço e romântico, agarrou a mão da Nessa e beijou - a. Ela corou e sorriu, mas virou - se para mim, para Aaron não ver a sua reacção. Aaron tinha os olhos muito brilhantes e Nessa tinha o olhar perdido no dele. Iam dar um belo par de namorados! Era como juntar o Doce á Sobremesa, ou a Loucura com a Diversão. Rodrigo estava a ficar aborrecido, por isso, saiu e veio ter comigo. Tentei conter o riso, mas foi impossível. Ri - me com tanta alegria, que Rodrigo
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pareceu começar a rir - se também. A Nessa e o Aaron eram almas - gémeas. Bastava olhar para a cara de um e a cara do outro, dava quase para ver os anjinhos e os corações a voar por cima deles. - São almas - gémeas. - Como sabes? - Perguntou - me Rodrigo. - Não acreditas? - Talvez, se tiver provas. - Queres provas?! Eu mostro - te as provas! - Força, chérie. - Aaron que sentes agora? - Sinto - me nos sete céus, com assas e a voar pelas nuvens. - Resposta estranha, mas aceitável. Nessa, que sentes tu? - Sinto - me completa e em paz de alma e corpo. - Esquisita resposta, mas verdadeira. - Virei - me para Rodrigo. - Sinto o mesmo quando estou contigo. - Tens razão, eu também sinto. Porque será? - Porque somos almas - gémeas. - Concordo. Ele inclinou - se para a frente e deu - me um grande beijo. Foi um beijo muito apaixonado, quase dava para ver as faíscas de paixão. Quando acabou, os nossos narizes tocaram - se e as nossas testas juntaram - se. Éramos um casal de namorados, e almas - gémeas, muito romântico. - Adoro - te. - Disse - me ele. - Amo - te.
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Capitulo 33 - Lugares Inapropriados Olhei para a Nessa, que tinha cara de quem precisava de ajuda, e ela olhava para mim com os olhos muito abertos. Apressei - me a pensar em algo para a ajudar. A Nessa ainda corada, tirou as mãos dele. - Nessa, qual será o teu animal? - Perguntei - lhe depressa. - O meu quê? - O teu animal. Cada personalidade é parecida com a de um animal, o nos liga a esse animal, caso descubras qual é o animal. Qual é o teu? - Disse o Aaron. - Não sei. - Então, vamos descobrir. Aaron agarrou, outra vez, na mão da Nessa e levou - a pelas enormes portas, que davam para o jardim. Eu e Rodrigo fomos de mão dada, atrás deles. Marcus e a Rose imitaram - nos. A Aurora foi a única que não quis vir connosco, preferiu ir ver como estava o Erik. Que relação teriam eles? Amorosa? Amizade? Não sei, mas não era da minha conta. Logo, não me ia meter. Aaron e a Nessa ficaram na linha da frente, saiu me um pouco futebolístico. Nós ficamos atrás a observar, a Nessa estava meio assustada e Aaron a tentar concentrar - se para a ajudar. Aaron pediu á Nessa para se concentrar, … blá... blá... blá... blá; entregou - lhe um caderno e fez ela lê - lo.
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Esperamos, esperamos, esperamos e esperamos. E nada aparecia. Estávamos quase a irmos embora, quando um barulhinho nos chamou á atenção, e acabamos por ficar para ver o que iria sair dos arbustos. Saiu dos arbustos, nada mais ou nada menos, um gatinho. Era uma gatinho branco, com um olho azul claro e o outro olho dourado, e era adorável. Assim que viu a Nessa, correu e saltou para o colo dela. Não sei como, mas ela agarrou o gato no momento certo. Fez - lhe umas festas e o gato começou a ronronar. - Vou chamar - te…hum...Aaronessa. Gostas? O gatinho abanou a cauda, em sinal de concordância. Aaron aproximou - se da Nessa, e segredou - lhe ao ouvido qualquer coisa que eu não ouvi. Ela olhou para ele e abanou a cabeça a concordar. Ela posou o gatinho no chão e deixou que Aaron a leva - se. Tinha um pressentimento que ele lhe ia contar dos vampiros. Estava certa, porque quando olhei para Rodrigo ela confirmou - me. Ela iria precisar de mim, depois da revelação. Ou talvez não. Afinal, tínhamos visto muitos filmes de vampiros e ela aguentou. Apesar de ás vezes se agarrar com muita força, ás minhas almofadas nas partes assustadoras. Fomos para dentro, e eu sentei - me com Rodrigo á espera deles. Mas a espera, fazia com que eu começa - se a pensar demais na situação. Que estaria ele a dizer - lhe? Porque se demoravam tanto? Estaria a correr tudo bem? Ela teria aceitado? Sim? Não?
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- Isto está a dar comigo em doida. - Disse em voz alta. - O que é que te está a deixar doida? - Perguntou me Rodrigo. - A curiosidade. Então pensei em ir pôr - me a espreitar por uma janela, mas não sabia qual era janela. Que vou fazer? Não posso começar a ver todas as janelas da casa! São muitas! Já sei, o que vou fazer! É uma ideia muito pouco desconhecida, mas eficaz. Agarrei no telemóvel, e escrevi um SMS a perguntar á Nessa a que janela é que ela estava mais próxima. Ela perguntou - me para que queria eu saber isso. Para disfarçar, disse que era para não me aproximar dessa janela e não ver alguma coisa que não devia. Ela deu - me a descrição, e eu descobri que a janela era da cozinha. Levantei - me e tentei pôr - me a caminho. - Vais onde? - Perguntou - me Rodrigo. - Vou á cozinha fazer uma coisa que não devia. - O que é? - Espiar a melhor amiga. - Posso ir contigo? - Com certeza. Agarrei na mão dele e fomos para a cozinha. Não era difícil dar com a janela, porque era a única janela. Tinha uma cortina creme, o que nos ajudava a esconder deles. Fiquei eu a uma ponta e Rodrigo a outra ponta da cortina. O visionamento e a audição para a cena era perfeito, por isso, ficamos calados e á espera que a conversa começa - se. Aaron tinha relva no cabelo, não sei porquê, mas
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também me iria meter. A Nessa tinha uma rosa vermelha nas mãos, que provavelmente teria sido Aaron a oferecer - lhe. De repente a conversa começou. - " Um vampiro?! A sério? " - " Sim, mas amo - te." - " Eu também te amo." - " E porque continuas a me dizer que não consegues estar comigo? " - " Tu vais viver para sempre, eu não. " - " A mortalidade é o problema? " - " Sim. " - " Eu prometo - te transformar - te quando quiseres. " - " Quero que o faças aos meus 19 anos. Ok? " - " Ok. " Aaron deu - lhe um beijo. E foi bastante quente, porque a Nessa ficou corada depois do beijo, e agarrou na mão dele para se irem embora, como se quisesse fugir. Eu e Rodrigo, ficamos na cozinha. De repente, o meu estômago fez barulho a dizer que tinha fome. Rodrigo de certeza, tinha ouvido, porque começou a tirar bolachas, pão, doses, fruta, etc. Tinha um verdadeiro banquete, e não sabia por onde começar a comer. Rodrigo agarrou numa bolacha e fez - me mordê la, para depois ele comer a outra metade da bolacha. Foi tão romântico que decidi apanhar um morango e fiz com que ele morde - se para eu comer a outra metade. Ele adorou e, por esse motivo, partiu um pedaço de bolo e começamos a comê - lo juntos até faltar um pedaço. Ele ficou
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com o pedaço, mas levou - me o pedaço quase á boca. Quase. No momento, em que estava para o comer, ele tirou - me o pedaço da frente e deu - me um beijo. Foi um beijo muito doce e agradável. Amei o beijo! - Mas isto é sítio para estas poucas - vergonhas?! Disse a Nessa, no gozo e sem avisar. - Tens algum problema!? - Respondi - lhe na brincadeira. - Sim. Não existe outro sítio para estes namoricos? - Disse Aaron. - Sim, chama - se quarto! - Não nos apeteceu ir para lá. - Reclamou Rodrigo. - Preciso de ralhar com alguém? - Perguntou a Rose. - Talvez. - Respondeu Marcus. - A culpa é dele. - Disse, apontado para Rodrigo. Ele é demasiado adorável e eu não lhe consigo resistir. E existe uma frase que diz: "A única maneira de livrar - se da tentação é ceder a ela." - Faz sentido. - Concordaram todos. Depois apareceu uma onda de amor, vinha não sei de onde, que fez os casais que ali estavam começarem a dar um beijo. Os primeiros foram eu e Rodrigo, seguiu - se a Rose e Marcus e por fim, a Nessa e o Aaron. Tinha sido uma cena muito amorosa. - Tenho uma cena para te contar! - Disse a Nessa, para me fazer curiosidade. - O que é?! - Perguntei - lhe. - Eu e o Aaron namoramos. - Eu sei, ele sabe e nós sabemos. - Respondi. - Sabem?! - Exclamaram a Nessa e o Aaron.
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- Sim, vimos o beijo ali fora. - Não sabes, que a curiosidade matou o gato. Disse - me ela. - Isso aconteceu, porque o gato não teve cuidado e gastou as 7 vidas. - Tu és uma cusca. - Quem? Eu? Não sei do que estás a falar, cusca! Disse - lhe. - Eu não sou cusca. - Respondeu irónica. - Eu também não! Depois abraçámos - nos. Mas o abraço não demorou muito, porque era horas de lanchar e estava tudo com fome.
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Capitulo 34 - O Quarto O lanche foi muito divertido, e cheio de gargalhadas e sorrisos. A Rose fez - me o favor da contar uma divertida e louca aventura de Rodrigo e de Aaron. A aventura de Rodrigo era que, quando ele era pequeno e a Rose lavava a roupa num tanque, ele meteu a boca no buraco e foi bebendo a água com sabão até ficar meio bêbado e ir aos tombos. O Aaron tinha ido apanhar pinhas e levou com uma pinha fechada no meio da cabeça. - É por isso que não bates bem da...pinha! Comentei eu. - E tu andas sempre meio bêbado. - Ah! Ah! Ah! Ah! Mas que engraçadinha! Respondeu o Aaron. - Digo o mesmo. - Concordou Rodrigo. - Eu sei, querido e meu amor. - Sussurrei - lhes. - É querido, mas não é para ti. - Reclamou a Nessa. - Assanhada! - Eu não estou assanhada. - Claro! Tu não estás assanhada e eu sou o Pai Natal. - Talvez esteja um bocadinho assanhada. Concordou ela. - Ainda bem que percebes - te, Palitótó. - Palitótó?! - Exclamaram Aaron e Rodrigo. - É uma pessoa que levou os palitos, logo é uma palitótó. - Expliquei eu e a Nessa. - Ok, nós entendemos.
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Nesse momento, apareceram Erik e a Aurora. Vinham de mãos entrelaçadas, e foi aí que reparei no sinal da mão dela, em forma de coração como a Brancura tinha. Olhei para ela nos olhos, e vi a cor dos olhos mudarem de castanho para verde e vice versa. Era misterioso. Desviei o olhar para Erik que olhava para mim e para o irmão. Via - se a confusão e o medo no eu olhar. Ele queria perdoar - me e ao irmão, mas tinha medo que nós o pudéssemos magoar, novamente. No entanto, ele sabia que se não nos perdoa - se podia ficar sem bestfriend e um irmão. Não o iria preciosas, ele com o tempo decidirá. Eu sei, que tu sabes. Não é altura para falarmos, falaremos mais tarde. - Está bem. - Com quem falas? - Perguntou - me Rodrigo, ao ver que eu falava sozinha. - Eu falava com a Brancura. - Porque não lhe respondes - te por pensamento? - Posso fazer isso?! - Claro. A tua ligação com ela é mais poderosa que a minha, e eu consigo falar com o meu animal. Por isso, podes falar com ela por pensamento. - Tens razão. - Eu sei que tenho. Tenho sempre razão. - Convencido! - Achas? - Não, meu amor. - Ainda bem, chérie. - Ok, fofoinho (Quer dizer:"fofinho", mas mais adorável.)
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Respondi á Brancura por pensamento e depois não voltamos a falar, por isso, não sou mais nenhuma explicação para aquela situação. Por muito que me custa - se a admitir, Erik e Aurora faziam um bonito par de namorados. A Nessa e o Aaron também eram lindo casal. Marcus e Rose igualmente bonitos. Eu e Rodrigo éramos também um lindo casal de almas - gémeas. Depois do lanche, Erik levou a Aurora a casa. Aaron foi com a Nessa para verem o resto da casa e os pais de Rodrigo foram para a sala. Ficamos eu e Rodrigo na cozinha, sozinhos. - Queres ver o meu quarto? - Perguntou - me Rodrigo. - Prometo que é só ver! - Vamos. Para não passarmos pela sala, fomos pela sala de jantar que tinha uma porta para o corredor que dava para os quartos. Pelo caminho ele pôs o braço nos meus ombros. Chegámos á porta muito depressa, e ele ficou tenso e nervoso. Olhou para mim e para a porta, com o pânico na cara. Não fiz ou disse alguma coisa, para não o enervar mais. Agarrou me na mão e pôs - se a brincar com os dedos, eu farta disse alguma coisa. - Se não quiseres mostrar - me o quarto, deixar estar. Eu não me importo. - Não. Eu quero mostrar - te, mas não sei como vais reagir. - A reacção é minha, por isso, não te preocupes. Vais mostrar - me o quarto, ou não? - Ok. Vamos entrar?! - Vamos. - Disse - lhe, enquanto entrava no quarto.
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O quarto era muito bonito. Na parede da frente, por baixo da janela, havia uma cama muito grande, com lençóis pretos (com as dobras em branco), almofadas castanhas escuras e pretas. Sobre a cama, pendurados nos cantos de ferros que se estendiam para cima, caia uma cortina comprida cinzenta que tapava a cama. Do lado esquerdo da cama, existia um roupeiro preto com gravuras em prata, uma secretária branca com os livros e o computador, e na parede havia duas prateleiras. Uma das prateleiras tinha uma aquário, a outra tinha fotografias de familia. Do lado oposto da cama, estavam mais duas prateleiras, uma com pistolas e a outra com carros. Entre as prateleiras, havia um sofá de dois lugares castanho, com uma enorme tapete cinzento com o desenho de um morcego e uma lua quarto crescente. Cada parede estava pintada de uma cor diferente, uma era branca, outra era castanha, a seguinte era preta e a ultima era cinzenta. O aquário estava na parede pintada de castanho, e estava a meter - me curiosidade, por isso, fui espreitar. No entanto, não havia nada lá dentro, estava vazia. - Meu amor, que bicho é que, supostamente, devia estar aqui?! - Perguntei - lhe. - Como supostamente? Não está aí a Noite? - Não. E quem é a Noite?! - Agora não te posso responder. Tenho de encontrá - la. E pôs - se á procura do bicho que devia chamar - se Noite e que deveria estar dentro do aquário na
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prateleira. Não liguei muito ao assunto, até que senti alguma coisa a subir - me pelas pernas, a atravessar as minhas costas e a enrolar - se á minha cintura. A pele da coisa era escamosa, mas fofinha. Senti a respiração da coisa da minha cara e decidi virar - me, mesmo não sabendo o que era o bicho. Apanhei um susto tão grande, que achei que ia desmaiar e que o meu coração iria parar de bater naquele instante. Ao meu lado estava a cabeça de uma cobra, que a certa achei que ia fazer de mim o seu lanche. Mas isso não aconteceu, porque quando olhei a cobra nos olhos, vi que se pareciam com os de Rodrigo e que ela era minha amiga. Era magnífica, deveria ter quase 2 metros e era preta com um padrão branco e castanho. Cuidadosamente, levantei a mão e fiz uma festinha á cobra, mesmo por baixo do pescoço, e ela pareceu gostar, porque depois encostou a cabeça dela á minha bochecha e fez - me ela uma festinha. Ri - me do acontecimento e memorizei na cabeça que nunca esqueceria este dia, era engraçado como uma cobra de 2 metros podia ser nossa amiga. A cobra posou a cabeça no meu ombro, eu virei - me e fiz - lhe outra festinha na cabeça. - Rodrigo, a Noite é uma cobra? - Perguntei - lhe, enquanto fazia festinha a uma cobra como se fazia a um gato. - Sim. - Virou - se para mim. - Como é que sabes?! Assim que fez a pergunta, teve logo a resposta visual. Quando viu a cobra ao meu lado, ele ficou mais branco que a cal e os olhos pareceram quase
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que iam saltar. Até correu para mim, só para me tirar a cobra e a pôr dentro do aquário. Depois de me tirar a cobra, deu um beijo e tirou o telemóvel dele para meter música. Meteu um slowly, curiosamente. Agarrou - me e começou a dançar comigo. Nós dançamos, dançamos e dançamos, até os nossos pés não aguentarem mais. Depois da dança, finalmente, acabar, fomos sentar nos no sofá. Era confortável e dava vontade de dormir uma soneca nele. - Porque tens uma cobra no quarto? - Porque estou ligado a ela. - Mas isso é possível? Ter ligação com dois animais diferentes? - Sim, deste que tenham algo em comum. Mas á sempre o animal principal, que no teu caso é o lobo e no meu é o morcego. Estávamos tão cansados, que quando ele se deitou no sofá, eu caí em cima dele. Pus a cabeça no peito dele e adormeci, com ele. Acordamos com a Nessa a abanar-me e o Aaron á estalada ao Rodrigo. Levantámo-nos depressa, pois não queríamos acabar nos cuidados intensivos do hospital, e porque eram horas de ir embora para casa. Aaron fez-nos companhia, porque queria levar a Nessa a casa e dar-lhe um beijo antes de ir para a casa dele. Comigo foi o mesmo, mas Rodrigo iria ter comigo e o Aaron não podia ir ter com a Nessa. - Hoje posso vir ter contigo? - Claro. - A que horas? - Ás 10 horas.
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- Adeus. E ele foi-se embora, para mais tarde, regressar para os meus braços e eu para os braços dele. Só tinha de esperar até á 10 horas. Não era muito..
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Capítulo 35 - Um novo vampiro na escola Ele veio-o ter comigo como prometera e passara a noite. Dormi sem perturbações nos braços dele. Ao olhar para ele, pareceu-me pensativo e preocupado. Perguntei-lhe o que se passava, mas ele não me respondeu, preferiu ficar com o assunto dó para ele. No entanto, ás vezes, ria-se e sorria para não se mostrar desinteressado. De manhã, quando acordei, tinha no lugar onde ele estivera uma caixa. A caixa era de veludo azul escuro, achei suspeito, mas abri-a porque tinha o meu nome. Mandei um grito de alegria, quando vi um colar simples de prata com um pequeno diamante no centro. O pequeno diamante era rosa trabalhada, do tamanho de uma bola de golfe. Era lindíssimo. Levantei-me e vesti-me, mas antes de ir para a escola, guardei a caixa numa gaveta e fechei-a á chave. Levei a chave comigo, para não haver o caso de alguém ver o colar. Ao sair do portão de casa, encontrei Rodrigo á minha espera. Fomos até á escola de mãos dadas, e quando lá chegamos demos um beijo. Não foi para mostrar superioridade, mas porque faltava o beijo da manhã para que o dia corresse bem. O beijo demorou tanto que a Nessa teve tempo de aparecer e nos separar e nos ver nos meles. Fomos para as aulas, mas combinamos encontramo-nos no campo, nos intervalos. A aula
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de história passou mais depressa que o normal, pelo a mim pareceu-me acabar mais depressa que o normal. Rodrigo esperou por mim, quando tocou. No entanto, Erik pôs-se a milhas. A Nessa, só por acaso, estava já no campo á nossa espera e abraçada a um rapaz. O rapaz estava de costas para nós, mas parecia-me familiar. Tentei lembrar-me, mas não me aparecia ninguém na mente. Para minha surpresa, quando chegamos, o rapaz virou e eu via que era o Aaron. Que estava ele aqui a fazer? A resposta era simples, era para ver a Nessa. A questão era: Como é que o deixaram entrar? - Que fazes aqui? - Perguntei a Aaron, enquanto me sentava, com Rodrigo. - Sou o novo aluno. - Como?! - Se ela está aqui, eu estou aqui. Mexi uns cordelinhos, e entrei na escola como aluno. - Que lindo e pindérico. - Olha quem fala! - Respondeu-me a Nessa. - Não era eu que estava na porta da escola, nos meles com o meu namorado. - Nós não estávamos nos meles. - Disse-lhe. - Ah, pois não. - Concordou Aaron com a Nessa. Quem não te conhece que te compre. - Ela está comprada. - Reclamou Rodrigo com Aaron. - Hum!!!!!! - Disseram a Nessa e Aaron em coro. - Parem. - Ordenei-lhes. - Que pouca vergonha. Andar por aí nos meles.
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- Cala-te. - Assanhada! - Igualmente. De repente, tocou para o regresso ás aulas. Aaron despediu-se da Nessa com um beijo muito apaixonado e vei-o connosco para as aulas, porque a sala dele ficava ao lado da nossa. Ele parecia muito feliz e isso via-se no olhar e na cara. Quando chegamos, despedimo-nos do Aaron, e entrarmos para nos sentar-mos. Erik apareceu pouco depois de nós, e foi para a mesa do fundo, onde ficava muito longe de nós. Era assim desde que eu e ele acabamos, apesar de já não haver ódio, existia uma mágoa muito profunda que se via nos seus olhos dourados. Tinha pena que não tivesse resultado, mas não podia continuar a mentir-lhe. Não conseguiria andar com ele e estar aos beijos com Rodrigo. O destino ditara que eu e Rodrigo éramos almasgémeas e nada havia a fazer contra isso. Tentei que voltasse-mos a ser amigos, mas ele não quisera. Tinha, e tenho ainda, esperança que ele volte a ser o que era. O responsável, alegre e protector Erik. O Erik que em tempos fora meu amigo e namorado. Custa-me imenso vê-lo daquela maneira, mas que podia eu fazer!? Desejava tanto ter uma poção mágica para poder apagar tudo o que se passara ou pelo menos apagar toda a dor que ele sentia. Enquanto eu ia pensando, a aula de Geografia passou a voar, como o vento. Olhei para Rodrigo, que me estava a ajudar a arrumar as coisas da aula. Tinha a sexto sentido que me dizia que Rodrigo
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percebera que alguma coisa me perturbava, no entanto, não me perguntou o que se passava comigo. Aaron esperava impaciente por nós. E discretamente, olhei para o lugar onde Erik normalmente está, e ele não lá estava. Devia ter saído logo que tocou. Saímos da sala, e fomos para o campo, ter com a Nessa. Ela logo que viu o Aaron, correu para os seus braços e deu-lhe um grande beijo. - E nós é que andamos na pouca vergonha. Comentei eu. - Concordo. - Disse Rodrigo. Acabaram o beijo e olharam para nós com cara de poucos amigos. Nós retribuí-mos o olhar, para depois nos rir-mos e irmos comer. Estava com tanta fome que consegui comer o meu pedaço de pão com fiambre e ainda, provar o croissant de chocolate. Estava tão bom que ficou um bocadinho nos lábios e Rodrigo me deu um beijo para limpar o chocolate. Os restantes dias foram assim, divertidos e românticos. Dias de amor e semanas de beijos. Nós éramos os melhores amigos uns dos outros e os irmãos e irmãs de todos. Tudo foi desta maneira, até á véspera dos aniversários do Erik e de Rodrigo.
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Capitulo 36 - As Prendas de Aniversário Que haveria eu de lhes oferecer? A Rodrigo já sabia, porque tinha juntado dinheiro para comprar dois anéis, um para cada um. Eram anéis simples de ouro com "Love" gravado. Ele iria adorar. Mas a prenda para Erik, eu não sabia o que fazer. Talvez um álbum de fotos ou uma grande moldura com os melhores momentos dele em fotos. Sim, seria a moldura o presente ideal. Fui para a escola com Rodrigo e tudo correu bem. Curiosamente, Erik não aparecera na véspera do seu aniversário. Disse a Rodrigo que precisava ir á ourivesaria, e ele disse - me que queria levar - me até lá e fazer - me companhia. O pai dele é que nos deu boleia até á ourivesaria e esperou por nós. Quando chegamos á loja, mandei Rodrigo para o canto da loja para não ver o presente. Ele ficou amuado, mas depressa lhe passou, porque sabia que aquilo não o ajudaria em nada. Pedi á senhora da loja para me trazer o que lhe tinha encomendado e para não falar do presente porque estava ali o aniversariante. Paguei depressa e discretamente, para que ele não visse, e fomos embora. - Já podes vir. - Finalmente. Que compras - te? - A tua prenda de aniversário. - O que é? - Digo - te quando fizeres anos. - Mas é amanhã!
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- Eu sei. E será amanhã é que te irei dizer. Entramos no carro do pai dele e arrancámos. Pedi para irmos a casa dele, para procurarmos algumas fotografias e para mostrar a Rose o presente dele. E enquanto eu ia dizendo isto, nós chegamos a casa dele. Fui procurar Rose e Rodrigo veio comigo. Estava no jardim a tratar das rosas e cantar uma bonita, e familiar canção. Não reparou que tínhamos chegado, por isso, disse - lhe olá. - Olá, não vos ouvi chegar. Que fazem aqui? - Eu vi aqui, porque quero mostrar - lhe o presentes de anos de Rodrigo. E procurar umas fotos para a prenda de anos do Erik. - A sério? Vais fazer um presente para a besta do meu irmão?! - Sim, vou fazer um presente e não digas isso do teu irmão. - Porquê?! - Porque são irmãos e sangue do mesmo sangue. - Ok. Eu não aquilo novamente, mas não quer dizer que não pense assim. - Está bem, mas tenta não ser dessa maneira. - Posso tentar, no entanto, não te prometo nada. - Como queiras. - Voltei - me para Rose. - Acha que dá para lhe mostrar agora a prenda dele e para a Rose me dar a sua opinião? - Eu digo - te a minha opinião. Mas primeiro vamos para dentro de casa. Depois vais buscar a prenda, se a tiveres contigo melhor. E por fim, vens ter comigo á cozinha sozinha. - Rose olhou
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directamente para Rodrigo, quando murmurou " sozinha". Assim fizemos. Pedi a Rodrigo que espera - se por mim na sala, enquanto eu ia á cozinha. Passei a caixa com os anéis a Rose, e ela disse que os adorava e que Rodrigo também iria adorar. Ela deu - me a caixa e eu guardei - a dentro do bolso do casaco. Fiquei muito feliz, com a opinião positiva, e lembrei da bonita musica que Rose estava a cantar. - Que música era aquela que estava a cantar? - Beauthy and the Beathe. - Eu sabia que conhecia a música, mas me lembrava. - É uma música bonita. - Concordo. Sabe onde posso encontrar, nesta casa enorme, os álbuns de fotos? - Sim. No escritório. - Onde é que fica? - Primeira porta do corredor, ao sair da sala, á esquerda. - Obrigada. - De nada. Fui á sala, agarrei em Rodrigo e fomos para o escritório. Era espaçoso, pintado de verde - claro e branco á volta da porta e da janela. Tinha duas estantes, uma ao lado da outra, uma secretária branca e um grande sofá creme, que parecia ter sido feito de propósito para se deitar nele. A luz do Sol era radiante e calorosa para um dia de Inverno. - Que precisas? - Perguntou - me Rodrigo. - De todos os álbuns de fotos, que existirem.
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- Ok, mas tens a certeza que queres todos? - Sim. Porque perguntas? - Por nada. - Disse - me ele, meio a rir - se. E comeรงamos a procurar os รกlbuns, para eu puder escolher as melhores fotos.
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Capitulo 37 - O Escritório Escaldante A princípio não percebi, porque é que ele me perguntara se eu tinha a certeza, mas agora... Depois de estar 2 horas a ver fotos e só ir a meio dos álbuns. Tínhamos visto, pelo menos, 6 álbuns e ainda faltavam outros 6 álbuns para ver. Decidimos que ficaríamos por ali, porque já tinha a fotos que necessitava, mas reparei que faltavam fotos em todos os álbuns. - Ro, porque faltam fotos nos álbuns? - Porque o Erik levou - as para o seu próprio álbum de fotos. O que é que me chamas - te? - Ro. O diminutivo do teu nome. Gostas? - Sim. Estávamos sentados no sofá, a ver as fotos, quando ele aproveitou para me dar um longo beijo. Com o beijo, acabou a concentração. Ele deitou - me e depois deitou - se ele por cima de mim, para continuar a beijar - me. Segurava - o pelo ombros e ele segurava - me pela cintura. Os beijos foram aumentando de temperatura, tão quentes que nós quase nem conseguíamos recuperar o fôlego. De repente, ele deixou de me beijar nos lábios e começou a beijar - me no pescoço. Era muito bom, posso vos dizer. Ele beijava - me de cima para baixo, e vice - versa, e passava as persas na pele, como se fizesse um linha invisível. Os olhos dele escureceram, a respiração era rouca e o calor do corpo aumentava.
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Continuava a beijar - me no pescoço, mas não me queixava, pois era maravilhoso. Parecia uma massagem, suave e com precisão. Depois parou, como se tivesse encontrado o que procurava. Levantou a cara, olhou - me nos olhos, e sorriu me. Um sorriso provocador, para regressar aos beijos no pescoço, mas antes lamber os lábios com a fome a passar - lhe pela cara. No entanto, ainda exclamou: - Deixa - me provar - te. - Com a voz rouca. - Sim. - Poderá doer, mas depois passa a dor. Logo que acabou de me dizer isto, lambeu - me o pescoço. E tenho a certeza, que apareceu lá uma veia minha. Ouvi a sua respiração ficar mais rápida e estrondosa. O coração dele batia irregularmente. E a temperatura corporal dele aumentou ardentemente. O ar ficara mais húmido e o sol escondera - se nas nuvens. Deixando - nos ás escuras e com ele pronto, quando...... - Está tudo bem? - Perguntou a Rose, de repente. Rodrigo assustou - se tanto, que saiu de cima de mim e caiu no chão. Caiu com tanta força, que se ouviu estalo das costas a bater no chão de madeira. Mandei um grito de susto, mas quando vi ele no chão, fiquei ralada com ele. - Estás bem? Ro? Meu amor? Responde - me, merda! Levantei - me depressa e fui ajudá - lo a levantar se do chão. Sentei - o no sofá e ajoelhei - me á sua frente para verificar se ele estava bem. Abracei - o
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para ver se ficava melhor, e depois lembrei - me que um copo de água faria lhe bem. - Vou buscar - te um copo de água. Ficas bem? - Sim. Saí do escritório, deixando Rodrigo sozinho, e fui á cozinha. Rose não estava lá, mas tinha deixado um bilhete: Fui ás compras com o pai. Bjs. Então tinha de encontrar os copos sozinha. Bonito serviço! Demorei 10 minutos para achar os copos. Agarrei na garrafa da água, enchi o copo e pus - me a caminho. O caminho foi rápido, por isso, cheguei a tempo de ouvir a conversa de Rodrigo com Erik. Falavam sobre mim e outra rapariga, pelo que eu percebi. - Tentas - te prova-la? - Sim, mas não consegui. - Ela deixou? - Sim. E estive muito perto. Bolas! - O que esperavas?! Que depois de a provares, ela te dissesse para continuares? - Olhar dizia - me que sim. - Não quererás dizer, que era a alma dela que dizia que sim. - Que queres dizer com isso? - Oh! Não me digas, que não percebes - te que a alma dela é a de Claire. A Claire que tu amas - te e que te abandonou sem qualquer explicação. A bela Claire, de cabelos castanhos e olhos cinzentos como prata. - Eu sei que a alma dela é a Claire. - Resumidamente, estás com ela porque ela tem a alma da tua antiga amada Claire. Não é verdade?
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Ele não respondeu, logo era verdade. O meu coração parou, o sangue gelou - me e um buraco pareceu abriu - se. O copo caiu - me das mãos e partiu - se em mil pedaços no meu do chão do corredor. Rodrigo e Erik vieram a correr para a porta para ver o que se passava, mas não lhes liguei. Estava demasiado magoada, para me importar. Afastei - me da porta e fui para a cozinha, novamente. Não pensei duas vezes, abri a porta com o demónio e entrei. Desci as escadas apressadamente e corri, não sei para onde, para encontrar o corredor. Acabei por encontra - lo, atravessei - o sem tomar atenção a nada, e cheguei ao alçapão. Não me interessei se tinha fechado o alçapão ou não, passei pela ponte e só parei debaixo da árvore de jasmim. Encostei - me á árvore, meti a cabeça nos joelhos e chorei, como nunca tinha chorado.
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Capitulo 38 - A Porta Secreta Fiquei a chorar durante algum tempo, não sei dizer quanto tempo, porque não contei. Basta dizer que chorei até já não ter lágrimas e não ter assunto para chorar. O coração voltara a bater como é normal, o sangue estava já quente, mas o buraco ainda cá estava. Um buraco muito grande e profundo, mais profundo que m poço. Ele estava comigo, porque eu tinha a alma de uma antiga rapariga que ele amara e que o abandonou. Que haveria eu de fazer? E se fosse verdade? Não o podia abandonar, pois não queria parecer a outra e não conseguia viver sem ele. Talvez seja mentira. Seria muito bom, pois já não tinha que me zangar ou separar dele. Teria de se explicar. É que ele nem respondeu, "Sim" ou "Não". - Queres um explicação. E tens todo o direito em pedir uma explicação - Afirmou Rodrigo, de repente. Olhei para o lado, e lá estava ele. Com um ombro encostado na árvore, os braços cruzados e cara sobre o ombro, que estava encostado na árvore. No olhar lia - se a culpa de não me ter contado e a mágoa que ele sentia, por si mesmo e por me ter magoado. Não lhe disse nada, mas ele percebeu que naquele momento eu não queria dizer nada, especialmente a ele. Sentou - se a meu lado, agarrou - me na mão e entrelaçou os nossos dedos, uns nos outros. Olhou -
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me nos olhos e deu - me um beijo leve e que dizia:"Desculpa". - Vou contar - te a verdade. - Disse - me ele. - Há uns anos, apaixonei - me por uma rapariga chamada Claire. Era bonita e sobrinha de Lady Leonor, uma das mulheres mais ricas da cidade, naquela altura. Conheci - a numa das suas visitas á nossa casa, foi amor á primeira vista. Fomos amigos e, mais tarde, namorados. Tinhamos feito 3 meses de namoro, quando ela veio ter comigo e disse - me que já não me amava e nunca mais me queria ver. Nesse mesmo dia, ela desapareceu. - Ele fez aqui uma pausa, respirou fundo e continuou. Um ano depois, encontraram - na a 10 km de casa. Nunca se conseguiu descobrir o que se passara, mas dizia - se que ela tinha sido atacada por um vampiro, devido ás marcas das persas e porque não tinha sangue nenhum. - Ela morreu lá? Se não quiseres, não respondas. - Não. Disseram no jornal, que ele tinha morrido noutro lugar e que tinha sido ali colocada. Mas, logo a seguir a ser encontrada, ela voltou a desaparecer. E desta vez, para sempre. - Lamento. Espera. Vocês eram a única familia de vampiros, em Paris na altura? - Não. Havia mais um casal, que tinha uma adorável menina. Mas porque perguntas? - Eles estavam em Paris quando ela desapareceu? - Não. A primeira vez que ela desapareceu eles tinham ido visitar a familia ao México, e na segunda vez, estavam de férias na Inglaterra. - Hum. Então não podiam ser eles!
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- Tens razão. Os meus pais não podiam, Erik é mau, mas não tão mau assim. Além disso, o Erik tinha ido fazer uma viagem até Berlim. - Como eu tenho a alma dela, achas que eu poderia lembrar - me de alguma coisa? - Talvez. - E como é que eu saberia? - Provavelmente, sentias - te mal disposta, magoada, medo, etc. - Acho que sei onde é esse lugar. - A sério? - Tão sério como eu ser tua alma - gémea. Agora vem comigo. - Mas para onde? - Já vais ver. Como estará ela nesta altura? - Feita em trapos e ossos. - Dispensava a informação. - Tu é que pedis - te… Pusemos - nos de pé e seguimos o mesmo caminho para o corredor. Estávamos a meio do corredor, quando senti uma pontinha da dor, mas fui andando. A dor ficou maior, e a ela foi juntar - se a má disposição, parecia agora que me estavam a torturar. Depois apareceu a tristeza, tão profunda como o universo. Quanto mais andávamos, mais me parecia que estava a ficar sem ar. As pernas começaram a ficar bambas, estava a ficar muito cansada, o sangue corria com dificuldade, os batimentos cardíacos eram mais lentos e tinha uma enorme dor de cabeça. Tive de parar, porque senão caía para no
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chão. Rodrigo apercebeu - se e parou para me vir ajudar. Sentei - me no chão, pois já me aguentava em pé. Ele fez o mesmo e eu olhei para a armadura á nossa frente para distrair - me. No entanto, verifiquei que esta armadura era diferente das outras, a mão que segurava a espada, estava virada para cima ao contrário das outras. Havia uma amolgadela no lado esquerdo e os pés estavam juntos, enquanto que os outros estavam com os pés afastados. E existia um círculo por baixo da armadura, como se houvesse uma porta por detrás dela. Era misterioso, mas não impossível. Como se tivesse a certeza, fui directa á mão que tinha a espada, e puxei - a para cima. Depois tentei rodar a armadura, conforme mostrava o circulo, mas não consegui - a. Ele mesmo sem perceber, ajudou - me a rodar a armadura. Juntos conseguimos rodá - la, e descobrimos uma porta. Entramos lá dentro, e quando nós entramos senti um arrepio a percorrer me o corpo. Isso confirmou que o meu instinto estava certo. Ali tinha acontecido alguma coisa. Existiam teias de aranhas que chegavam a parecer cortinas, e ratos que pareciam gatos bebés, morcegos enormes e pequenos pendurados no tecto, aos milhares. E corvos que nos olhavam friamente, mas um deles veio até mim, e ficou em cima do meu ombro, por uns tempos. Não me assustavam ou me incomodavam.
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Capitulo 39 - Os Enigmas e As Frases Há nossa frente, depois de atravessar - mos um corredor pequeno, havia 3 portas, cada uma de um metal diferente e virada para Norte, para Oeste e para Este. A porta do Norte era de prata, a porta de Oeste era de Ouro, e a porta de Este era de bronze. Tinhamos luz, felizmente, devido a uns candeeiros que ali estavam. Tinha na parede ao lado da porta de prata, umas palavras gravadas. Tirei o pó que havia e comecei a ler em voz alta: O metal que o vampiro não conseguir tocar. Será o caminho que deverão passar. Conclusão, Rodrigo teria de tocar em todas as portas, para ver qual não conseguia. Começou pela porta de ouro, que era a primeira de todas. Ele aproximou - se devagar, tocou - lhe suavemente e esperamos, para ver o que acontecia. Esperamos e… nada. Foi para a porta de prata, aproximou - se e tocou - lhe. Mas assim que ele lhe tocou, a porta deu - lhe um choque, como uma cabo eléctrico. Recuperou do choque e seguiu para a porta de bronze, mas não aconteceu nada. Decidimos que era a porta de prata. Abri eu a porta, para que ele não apanha - se outro choque, e entramos. Vimos um porta, antes de umas escadas, mas escolhemos não entrar. Descemos as escadas, que eram 8, e mais tarde, voltamos a descer mais 8 escadas. Depois o resto do caminho
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foi sempre direito, tirando o enorme tanque de água no meio do caminho. Mais tarde, fizemos uma curva e descemos 10 escadas, antes de encontramos um enigma numa parede e uma porta que só abri se resolvesse - mos o enigma, e que nos impedia de continuarmos. Era um enigma que ficava no pensamento, mas era um pouco misterioso. O enigma era assim: Ela sabe o segredo Ele descobriu Ela não acreditou. Ele desmentiu Ela desapareceu Ele a matou. Por um motivo ele o fez Qual? Descobre tu Três tentativas tens. Se acertares poderás entrar Se errares aqui ficarás. Tinha de acertar no motivo, no entanto tinha apenas três tentativas. Ou ficaríamos aqui. Qual seria o motivo, do nosso assassino? Teria de ser um motivo muito forte e humilhante, para ele ter tido tanto sangue frio e a matar. Normalmente, as pessoas matam por ciúmes, dinheiro ou amor. Dinheiro não me parecia credível. Amor talvez. Ciúmes, era quase de certeza. Se calhar, ele gostava dela e disse - lhe, mas ela não gostava dele e estava com outro, e ele
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furioso mata - a. Logo, ele tinha - a matado por amor, ciúme ou ódio ao outro. Teria de arriscar, mas não queria falhar. Rodrigo deu - me a mão, como apoio, e olhou - me nos olhos. Via - se confiança, força e fé em mim. Tanto eu como ele, Tinhamos chegado á mesma conclusão, em relação aos motivos. - Ele matou por ódio, porque ela não acreditou nele. Não aconteceu nada. Entendi que estava errada, e que Tinhamos apenas mais duas tentativas. Pensei em continuar, mas entrei em pânico, Estava com medo que não volta - se a resultar e, por isso, calei me. Foi Rodrigo que teve a determinação, para prosseguir com as opções. - Talvez ciúme, pois ela gostava de outro e não dele. - Disse ele, com bravura. Ficamos no mesmo. Nada aconteceu. Só faltava uma tentativa. Rodrigo e eu decidimos que, devíamos dizer os dois em conjunto. Contamos até três e dissemos: - Achamos que foi por amor, porque ele a amava muito. Ouviu - se o som da porta a abrir - se. O chão pareceu começar a estremecer e teias de aranha caiam - nos em cima. Era terrivelmente horrível e assustador. Era como se o chão se estivesse a partir e a quer engolir - nos ou que as paredes queriam apertar - nos. Eu e Rodrigo abraçamo - nos com força. Ao menos, se nos acontece - se alguma coisa, estaríamos juntos.
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De repente, tudo parou. O chão deixou de estremecer, teias pararam de cair, e a porta estava aberta para nós entrarmos. Eu e Rodrigo levantamos a cabeça, olhamos um para o outro, olhamos para a porta e encolhemos os ombros. Tinhamos cara de quem pergunta:" Vamos entrar?". Entramos, mas receosos. Era uma sala rectangular, pintada de azul - escuro. Havia um pequeno armário com vários frascos e uma cama encostada á parede. Ao lado da cama, quase no meio da sala, existia uma caixa (muito parecida com um caixão). Era de pedra e tinha pequenas borboletas e malmequeres esculpidos, e ainda umas frases: Pelo beijo da mentira e ódio foi fechada Pelo olhar da verdade e amor será aberta. A verdade é difícil de encontrar Mas poderá ser descoberta. Não disse a Rodrigo, pelo menos não diria agora. Existia uma mesa em frente da caixa, dois armários com livros, dois sofás (um de cada lado da mesa) e uma arca. Os livros sobressaiam - se, porque eram feitos de pele e muito antigos. Rodrigo foi sentar - se num dos sofás a olhar - me. Eu fui aos armários ver um dos livros, pois estava morta de curiosidade. O título do livro que tirara, chamava - se: " A secreta vida de um vampiro".
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Capitulo 40 - O Que Aconteceu a Claire Abri o livro e folhei umas páginas. Era velho e algumas palavras não se conseguiam ler, mas com um pouco de paciência éramos capazes ler o que lá estava escrito. Exclusivamente, as páginas finais falavam de Claire. Comecei a ler uma das páginas, que dizia: "Ela irá ser minha. Farei o que tiver de fazer, para a conseguir para mim." Ele fez o que tinha de fazer para a conseguir, incluindo matá-la. O modo como escreveu, mostra que ela estava com outro e que ele a amava muito. No entanto, o amor que ele tinha era doentio, por isso, quando percebeu o mal que fizera, o amor dele transformou-se em ódio. Um ódio muito grande, que fez com que ele não se apercebe-se do que fazia. Mais á frente, escreveu palavras mais fortes e exigentes, loucas: "Ele não faz nada, e ela sabe o segredo. Se ele não fizer, eu farei alguma coisa." No livro, avancei dois meses, e nas frases que ele voltara a escrever eram chocantes. E descreveu como faria as coisas para não desconfiarem. Antes de chegar a umas frases, ele disse que a iria
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congelar depois de morta, para a puder ver para sempre. Mas o interessante foi: "Ela está grávida. A bebé é minha, ou pelo menos penso que é minha. Mas não vou poder ficar com ela, pois iriam desconfiar. Por isso, ficará com uma pessoa de confiança." Ele sabia que ela estava grávida, e que a bebé era dele, ou pensava ele que era. Mas foi matá-la na mesma. Porque o fez? Ao menos não matou a bebé, deixou-a a alguém de confiança. Mas quem seria? Alguém que lhe deu educação. No entanto, teria sido boa ideia deixa-la? Não me parece. Ele tinha linhagem, independentemente, do que acontece-se a ela. Continua faltar o porquê nesta história. Se ele a amava, porque a matou. Porquê? Ela podia não ama-lo, mas teria sido por isso que a matou? Sim ou não? Segui umas páginas para a frente, e 6 meses se passaram. E foi nestas páginas que tive a resposta ao porquê. Ele escrevera o que se passara: "A bebé está bem e a mãe também. Mas ela disseme que não suportaria viver como vampira e pediu-me que a mata-se. Não o fiz. E ela ordenou-me a mata-se por amor. Disse que se eu a amava que a mata-se. Foi o que fiz,
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e irei arrepender-me para o resto da vida de o ter feito. Matei-a. Matei-a por ama-la." Coitado. Ele matou-a, mas foi por ama-la. Não entendi-a. Como é que isso fez ele ou ela mais felizes? Ele amava-a tanto, que a matou, porque ela lhe pediu. Por um lado compreendo, mas por outro lado não compreendo. Não era certo, mas também não era errado, pelo menos não era completamente errado. Ela era o amor dele, por isso, ele fez tudo o que ela queria. Só para a ter para ele, nem que fosse nos últimos minutos da vida dela. No entanto, deveria ter dito que não, mas para ele era impossível recusar-lhe alguma coisa. Nem que fosse, o mais insignificante desejo ou pedido. O amor é mágico e, por vezes, trágico. Neste caso amoroso, o amor foi uma tragédia mortal. Voltei a pôr o livro onde estava, e fui para a enorme caixa. Era realmente bonita, e tinha uma placa com um nome. Retirei o pó e li : Claire. Acho que tive um ataque, quando vi o nome dela ali escrito. Recomecei a ler as frases, e desta vez, chamei Rodrigo para junto de mim. Lê-mos os dois e sentarmo-nos a pensar. Vi que ele queria abrir a caixa. ou será caixão? É o mesmo! Agarrei nele e puxei-o para me ajudar a abrir a caixa, ou caixão. Ele pareceu ficar confuso, mas animado. - Sei que queres abrir isto, por isso, vamos abri-la.
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Eu fiquei a uma ponta e ele na outra ponta. Contei até três e fizemos força. A principio, quase não se mexeu. Mas com a força de Rodrigo, começou a mexer-se um bocado. Continuamos a fazer força, até não aguentar-mos mais. Ele acabou primeiro, por isso, veio ajudar-me. Quando acabamos de abrir a caixa, olhamos para dentro dela, e ... Nada. Tinha um pequeno cartão, e mais nada. Estava fazia, mas eu sabia que ela estava perto. Ele amava-a demais, para a deixar num sitio tão visível, onde todos a podiam ver. Ela estava num sitio perto, mas escondida. Talvez por detrás de uma parede ou armário, num santuário secreto para ela. Devíamos procurar uma pedra saída, uma alavanca ou outra coisa parecida. Antes disso, estiquei-me e agarrei o cartão. Abri-o e li-o em voz alta: "O vampiro tem a Rosa. A Rosa tem o mundo. O mundo esconde um segredo. Para a encontrares, procura o mundo. E a Rosa encontrarás. Dentro dela o vampiro." - Temos de procurar o mundo e uma rosa. Mas onde? - perguntou-me ele. - Talvez, á volta da caixa. Foi onde o cartão estava. - Boa ideia, querida. - Obrigada. Rodrigo viu a tampa da caixa, enquanto que eu vi-a á volta. De repente, vi um circulo no meio da caixa.
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Tirei o p贸 com a m茫o, e encontrei o mundo e, por cima, a rosa. Empurrei-a e, logo se ouvir uma porta a abrir-se.
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Capitulo 41 - O Assassino Uma parte da parede estava a abrir-se como uma porta. Mostrava uma pequena sala, dentro de uma velha gruta. A sala era feita de grandes pedras, e no meio existia um caixão de vidro, com Claire lá dentro. Estava frio lá dentro, parecia uma arca congeladora, até as pedras ali espalhadas estavam congeladas e parecidas com cristal. No caixão viase uma bela e magra rapariga congelada e morta. Tinha o cabelo castanho solto, e tão grande que lhe dava pela cintura. Tinha na cabeça uma lindíssima coroa de rubis e diamantes. O vestido era vermelho e prateado, e tinha a pele muito branca, lembrava um fantasma congelado. As mãos dela estavam juntas e com uma rosa vermelha sangue nas mãos. Uma rosa sangue? Onde é que eu vira uma igual? Já me lembro! Foi o Erik que me deu uma rosa sangue. O Erik, ele podia ter dito que ia viajar, mas ficara lá para tratar dela. Ele mentira a toda a gente. Pensando bem no assunto, a letra dos livros era parecida com a dele, a rosa igualmente parecida com a que ele me dera e o modo como descreveram o que se passara era igual á dele. Foi o Erik, que a amara, tivera a filha e matara-a. - Oh, meu Deus! - Gritei. - Foi ele que matara Claire.
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- Quem?! - perguntou-me Rodrigo. - Diz-me. Por favor ... Ele aproximou-se dela e olhou para ela com a cara muito triste. Lágrimas começaram a cair dos seus belos olhos esmeralda, e as lágrimas pareciam cristal. A sua mão posou no vidro, mesmo por cima do coração. Aquela cena estava a matar-me por dentro. Revivê-la daquela maneira, devia ser muito triste. Principalmente, não sabendo que tinha sido o irmão a matar a sua amada. Eu queria conta-lhe, mas tinha medo que ele não aguenta-se a verdade. Ele desviou o olhar dela e olhou-me directamente nos olhos. Era como se olhar me entra-se pela alma e a tristeza passa-se para mim pelo vento. A cara dele estava cheia de dor e desespero de não saber a verdade. - Por favor diz-me quem foi que lhe fez isto. Por favor ... - Pediu-me ele, novamente. - Foi ... foi ... foi ... - Tentei dizer-lhe, mas engasgava-me sempre que ia dizer o nome dele. - Foi? - Foi o Erik. - Disse baixinho. - Quem? Não ouvi nada. - Foi o Erik! Ele matou-a, porque ela lhe pediu. - O quê? - Exclamou ele chocado. - Não. Isso é mentira. - É verdade. Ela sabia que eras um vampiro e acabou contigo, por causa disso. Ela não queria viver como vampira, por isso, pediu ao Erik que a mata-se por amor. Ele amava-a, e cego de amores por ela, fez o que ela lhe pediu. - Ele não tinha o direito! Não tinha!
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Nesse momento, parecia que tinha adivinhado, apareceu Erik na gruta. Fiquei entre eles para evitar que Rodrigo tenta-se matar Erik. Erik tinha cara de confusão e de quem não sabia que fazer ou dizer. Rodrigo era o oposto, estava furioso e louco de raiva. Rodrigo já tinha dado um murro ao irmão, se eu não estivesse no caminho dele. Podia sentir e ver a fúria de Rodrigo e a confusão do Erik. Talvez, devesse tentar acalmar a situação. Mas era tarde demais, Rodrigo já estava a acusar Erik. - Não tinhas o direito! - Ela sabia e eu amava-a. Não me podes bater por ama-la. - Tens razão. Mas posso bater-te por a teres morto. - Ela pediu-me e eu recusei-lhe a principio. Mas aconteceu e ela implorou-me. - O que é que aconteceu? - Nada que tenhas de saber. - No entanto, eu quero saber. Agora, ou troço-te o pescoço. - Rodrigo! - Gritei-lhe. - Desculpa. Ainda quero saber o que aconteceu. - Nós ... tivemos uma relação. - Uma relação?! - Que numa noite acabou na cama e ela ficou grávida. - Tiveste um bebé dela?! - Não. Tive uma bebé. Uma rapariga e não um rapaz. - Eu mato-te hoje!
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Tinha já os punhos fechados e estava a preparar-se para se atirar a Erik. No entanto, eu consegui impedi-lo a tempo. Ele tentou acalmar-se e esperou pela continuação da história, enquanto eu lhe segurava as mãos, para acontecer um interdito. - Continua. - Disse Rodrigo. - Acho que a bebé não era minha, porque nasceu com cabelos loiros e olhos prateados. Era muito bonita, e tinha um sinal de nascença estranho. - Estranho como ? - Era uma estrela na cintura. Por isso, achas que não era minha. - Espera. Uma estrela na cintura? - Sim. Foi o que disse. - Continuando. Tiveste uma filha e ... - E não fiquei com ela. Deixei-a a uma pessoa de confiança. - Quem? - Há bruxa Julie. Ela prometeu-me cria-la e não revelar-lhe nada dos pais, se eu promete-se proteger-lhe a familia. - Ela não era tua filha. Era minha filha! - Disse Rodrigo sério. - Como? - Nenhum dos dois tem uma estrela na cintura, mas eu tenho. E nem tu ou ela, são loiros, mas eu sou. Logo a bebé era minha. - Faz sentido. - Que nome lhe deste? - Helena. - Bonito nome. O que lhe aconteceu?
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Capitulo 42 - Sonho ou Pesadelo - A bruxa Julie, disse-lhe que o pai era um vampiro e que morreu ao salvar-lhe a mãe. A mãe não aguentou sem viver sem o pai dela e suicidou-se. A Helena cresceu, a acreditar nesta história, e casouse com um lorde Nicolas. Pelo que me contaram, eles tiveram uma rapariga, chamada Juliette, e entregaram-na á bruxa Julie. Mas nunca ninguém a viu. - Juliette? A rapariga chamava-se Juliette? - Sim. Porque perguntas? - Por nada. - Resumidamente, matas-te a mulher que amávamos por amor, viste a minha filha nascer e mandaste-a para casa da bruxa Julie. E escondes-te tudo isto, porque?! - Disse Rodrigo. - Porque tinha medo que alguém descobrisse. - Hum ... Ok. - OK? Mais nada? - Queres que descarregue em ti a fúria que tenho agora? - Não. - Então, acabou-se a conversa. Eu prometo não contar a ninguém sobre a Claire, com uma condição. Não conto nem aos pais o que aconteceu. - Qual é a condição? - Quero puder ver Claire quando eu quiser. - Ok. Prometes não contar mesmo a ninguém? - Sim.
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- Jura por ela. - Disse Erik, apontando para mim. - Eu juro. - Vamos embora. - Pedi eu. - Vamos. Rodrigo pôs o braço á minha volta e levou de volta para o corredor. Percebi que ele falava a sério quando disse que não contaria a ninguém. Eles conversaram o resto do caminho, como se nada se tivesse passado. Quando regressamos lá a cima, pedi a Erik algumas fotos suas para fazer a prenda de aniversário dele, deu-me algumas mas desconfiado. Lanchei em casa deles e depois o pai deles levou-me a casa. Dei-lhe um beijo e disse-lhe para voltar á noite. Depois de ele se ir embora, fui para o quarto fazer os presentes de aniversário deles. Escondi-os bem, não fosse Rodrigo encontrá-los. Assim que acabei dos esconder, tomei banho e jantei, para ir para a cama esperar por Rodrigo. Fui ler para entreter-me, enquanto esperava. Ele apareceu ás 22 horas, já eu estava quase a adormecer. Estranhamente, trazia o pijama dele vestido e era engraçado. Era azul escuro com uns morcegos pretos. Ele meteu-se dentro da minha cama, tirou-me o livro e disse-me: - Horas de ir dormir. Ele deitou-se e puxou-me para si. Deitei a cabeça no peito dele e ele abraçou-me. Pouco depois, estávamos os dois a dormir. Tive um pequeno sonho, antes de adormecer na calma. O sonho, ou será pesadelo, foi assim:
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- Erik! - Gritou Aurora. Estávamos na festa de anos deles e Erik estava na mesa da comida. Tivemos uma conversa amigável e divertida, mas Aurora gritara por Erik de repente, sem explicação. Ele virou-se para ela e viu-a a chorar. Tinha lágrimas de raiva ou de arrependimento. Ele foi ter com ela, e ela disselhe: - Acabou. Não te amo mais. Erik ficara mais branco que cal, e entrou em estado de choque. - Porquê? - Simplesmente, não sou a pessoa ideal para ti. - Mas ... - Não á mas. Acabou. Fim. Nunca mais me fales. - Se é isso que queres ... - É isso que quero. - Muito bem, considera-o feito. - Obrigada. Depois da conversa ela saiu da festa e nunca mais a vimos. Erik sofreu, novamente, um desgosto de amor. Que o fez voltar a zangar-se comigo e com Rodrigo, pois achava que Tinhamos sido nós a manipular a Aurora para acabar a relação com ele. O sonho acabou e não voltei a relembra-lo. Passei o resto da noite num sono tranquilo como uma pena e profundo como um poço. Foi muito bom, depois de noites intermináveis com sonhos ou pesadelos idiotas e que se concretizam sempre.
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Só acordei, porque senti Rodrigo mexer-se. Ele estava a tentar sair sem me acordar, mas não ia com seguir. Tenho um sexto sentido. Agarrei-o e levantei a cabeça meio ensonada para vê-lo. Tinha o cabelo loiro despenteado e os olhos verdes cansados. Olhei para o relógio, e mostravam 4:30 da manhã. - Ias-te embora? - Sim. Não fosse a tua avó encontrar-me. - Fica. Não pensas-te que eu não notava?! Pensaste? - Talvez. Como soubeste? - Tenho um sexto sentido. - Sempre, pensei que só os vampiros é que tinham um sexto sentido. - Sou alma-gémea de um vampiro, também conta para a lista. - Tens razão. Vamos voltar a dormir? Prometo não fugir. - Vamos dormir. E voltamos a adormecer. Apesar de o tempo para voltar a dormir seja pouco, foi maravilhoso e quentinho. Especialmente, porque tinha Rodrigo comigo e a abraçar-me. Os seus abraços eram sempre muito quentes, reconfortantes e muito, muito apaixonados.
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Capitulo 43 - O Homem Mistério Quando voltei a acordar, já Rodrigo se tinha ido embora e a avó estava a abanar-me para eu acordar. A avó abanou-me com tanta força que caí da cama abaixo, e doeu-me muito, mas tive de levantar na mesma. Preparei-me para a escola, meio acordada e meio a dormir. Parecia um zombei! Que horror! Fui para a escola, meio a dormir. Quase caí no chão, quando fui contra uma pedra, mas Rodrigo agarrou-me na altura certa. Ele deu-me um beijo e, por isso, acordei bem disposta. Seguimos o caminho normal para as aulas, no entanto, quando chegamos a turma deu os parabéns aos aniversariantes. A festa de aniversário seria no sábado, ás 20 horas, em casa deles. Eles ofereciam uma visita guiada pela casa, mas só para quem estava convidado a ir á festa. Todos queriam ir, mas apenas alguns foram convidados. O dia passou depressa, como sempre passava quando estava com Rodrigo. Era como se ele fizesse com que o tempo passa-se mais depressa. Seria isso possível? Tenho de lhe perguntar um dia. A noite chegou e com ela veio Rodrigo. Ficou abraçado a mim, até eu ter sono e ir dormir. A certa altura ela perguntou-me, melindrosamente: - Não tens um presente para mim? - Não. Achas que mereces?
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- Claro que mereço. - Hum...Ok, mas se abrires agora, não tens para abrir no sábado. Como preferes? - És má. Podia dar-me uma agora e outra no sábado. - Deves pensar que sou a Santa Casa da Misericórdia. - Mas, podes ser a Santa Casa dos Presentes. - Isso é no pólo Norte, que é onde fica a fábrica do Pai Natal. Logo, se queres presentes pede a ele. - Má. Não gostas de mim, por isso, não me dás duas prendas. - Ah, eu não gosto de ti?! Vai ver se está a chover e depois vem cá dizer-me. - Não sejas assim! - Estás a dizer mentiras. Que queres que faça? - Que não leves o que digo por mal. Abraçou com mais força e beijou-me no topo da cabeça. Agarrou-me a cara e fez-me olha-lo. Os seus olhos lembravam esmeraldas. Deu-me outro beijo nos lábios e disse-me: - Não disse aquilo por mal. Nunca te diria algo assim. Foi só na brincadeira. - Compreendo. - Prefiro abrir a minha prenda no sábado. Faz-te mais feliz? - Sim. Podemos ir dormir? É que foi um dia cansativo e tu és um ano mais velho. - Nem me lembres disso. Quem me dera poder voltar atrás no tempo. - Concordo.
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Fomos dormir, e logo acabou a conversa. Ele trouxe o pijama dele, como sempre trazia, para poder dormir comigo. Adormecer-mos abraçados, e é quando normalmente sonho com coisas estranhas e que se concretizam. Desta vez, estávamos em Paris. Estava eu, a Nessa, o Aaron, Erik, Rodrigo, os pais deles e mais umas pessoas que não conhecia. Estávamos todos a preparar umas malas e a dizer que Tinhamos de nos despachar. O sonho andou para a frente. Depois estávamos na Rússia, mais precisamente num palácio. Era grande e bonito, mas não consegui ver muito dele, porque fomos levados para uma sala enorme. Havia um homem á nossa espera. Não vi a sua cara, pois tinha um grande manto vermelho escuro a tapar-lha. Sabia apenas que era alto e forte. Eu e Nessa fomos apresentadas ao tal homem, e ele disse qualquer coisa numa língua que não entendi. Percebi que era uma língua antiga e que quase ninguém tinha conhecimento dela. O homem falava com Marcus nessa língua, mas a certa altura, começou a falar uma português para eu e a Nessa perceber-mos. - Devem ficar duas semanas aqui. - Disse o homem. - Como lhe apuser, mestre. Depois saímos da sala e fomos dar uma volta. Eu e Rodrigo encontramos um jardim de rosas na parte de trás do palácio, e fomos para lá. Vimos o pôr do
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sol abraçados, mas adormecemos no meio das rosas. Quando acordei no sonho, descobri que não estava no jardim de rosas, mas num quarto ou sala que tinha uma grande cortina numa das paredes. Aparece o homem da sala e fez um sinal para mandarem subir a cortina Olhei para ela, e vi o meu namorado do outro lado. Estava preso com umas correntes á parede, e as correntes eram muito grandes e pesadas. Perdiamno pelos pulsos e deixando marcas. A única coisa que nos separava era um vidro e as idiotas das correntes. Ele debatia-se, mas logo que me viu, ele parou. - Rodrigo! - Cris! Espera por mim! - Esperarei sempre por ti! - Voltei-me para o homem e disse-lhe: - Solte-o ou mato-o! - Não tentes ameaçar-me! - Senão o que me faz?! Prende-me? Força! Não tenho medo! - Respondi-lhe. - Mas se lhe acontecer alguma coisa acabo consigo. - Disse, enquanto apontava para Rodrigo. - Não teria coragem, humana. - Posso ser humana e não ter muita coragem, mas se fizerem alguma coisa ás pessoas que amo, não se metam comigo. - Afinal, és corajosa. Mas serás suficientemente corajosa? - Por quem amo, serei sempre corajosa. - Só te quero fazer duas perguntas, por isso, tenta acalmar-te.
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- Se responder ĂĄs duas perguntas, vocĂŞ solta-o. Entendido? - Com certeza. Prometo solta-o. - As perguntas. - Ama-lo muito? - Sim. - E estarias capaz de morrer por ele? - Sim. - Nesse caso ... Desculpa. Nesse momento o sonho acabou. Felizmente, acabou.
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Capitulo 44 - Um Piquenique e O Pôr-do-sol Assustei-me bastante com este sonho, ou pesadelo. O coração batia descontroladamente e tremia por todo o lado. Por regra, quando sonho com alguma coisa estranha, essa coisa acontece. Mas este sonho, eu não podia deixar acontecer. Levantei e despachei-me para a escola, pois queria contar isto a Rodrigo. Era sexta-feira, logo amanha era a festa de anos deles. Ele tinha-me dito que me ofereceria uma prenda inesquecível e que não poderia devolver. Estava cheia de curiosidade! Como sempre, Rodrigo esperava por mim e Erik fazia-lhe companhia. Aparentavam conversar sobre a festa. Erik mostrava as suas ideias e Rodrigo dava a sua opinião. Era bom eles conversarem, depois de tudo que se passara. Aproximei-me devagar, e apanhei o final da conversa: - Precisamos de um doce fresco. Mas qual? - Disse Erik. - O Doce Mortal. - Ok. Tudo decidido. Tchau. - Tchau. Depois de Erik se ir embora, apareci e fui ter com Rodrigo. Ele ficou desconfiado, mas não perguntou como tinha aparecido tão depressa. Entramos na escola, e tivemos a turma sempre irrequieta até á última aula. A prof. já não consegui-a aturar-nos, por isso, mandou-nos para casa. Logo, fui almoçar mais
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cedo a casa, e Rodrigo fez-me companhia. Comemos todos juntos, e á tarde eu e Rodrigo fomos dar um passeio e fazer um piquenique na barragem. Levamos um cesto e uma toalha para meter no chão. Aproveitamos as tarde para estarmos os dois sozinhos. Comemos e arrumamos o resto do lanche. Tinhamos comido sandes com marmelada e sumo de laranja. Depois de tudo arrumado, deitamo-nos na toalha a ver as nuvens. Divertimo-nos muito a tentar encontrar formas nas nuvens, mas foi difícil, pois as nuvens estavam sempre a mudar de forma, havia nuvens em forma de coisas e animais, e de outras formas estranhas. Ficamos na barragem, a ver o pôr do sol. O sol a pôr-se é magnifico, havia cores muito vivas, como amarelo, laranja, rosa e roxo. A lua pareceu do lado oposto, com uma cor dourada e brilhante. Tinha sido mágico. - Qualquer dia, a lua e o sol encontram-se. - Disse eu, enquanto olhava para os dois. - Isso é impossível. - Não é impossível. É muito provável. - Como? - Tu és a lua, porque és uma criatura da noite. Eu sou o sol, pois vivo durante o dia. No entanto, apesar de tu seres a lua e eu o sol, nós estamos juntos como almas-gémeas. Por isso, porque não poderá resultar com os astros?! - Boa teoria. Eu sempre ouvi dizer que, os opostos atraem-se.
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- O sol e a lua são opostos, logo atraem-se. - Os opostos atraem-se e tornam-se amores inquebráveis. - Verdade. O nosso amor é assim. Ele aproximou-se e deu-me um beijo doce e meigo. Doce, porque ainda sabia a marmelada. Puxei-o e deu-lhe um beijo, que pareceu aquecer-me a alma. Beijámo-nos outra, outra e outra vez. Foi até eu perder a conta e dizer que devíamos ir para casa. - Tens razão. Vamos para casa, antes que ... - Disse ele afogando. - Antes que… - Repeti cansada. - Nada. - Exclamou ele, a mudar de assunto. Não voltamos a tocar no assunto. Fomos para casa da minha avó, onde ele me deixou e se foi embora. A familia achou-me muito feliz e perguntou-me o que acontecera. Ao que respondi: - Ele é maravilhoso. Vimos o pôr do sol. Estive nos sete céus até á noite, que foi quando ele voltou. Também ele estava feliz, tão feliz que quando chegou disse-me que queria dançar. Achei estúpido, mas fiz-lhe a vontade. Dançamos um bocado e depois fomos dormir. Estávamos tão cansados, que nem sequer falamos antes de ir dormir ou eu tive tempo de ler o meu livro. Com o cansaço todo, acho que afastou os sonhos e pesadelos esta noite. Dormi como uma pedra, não ouvi nada. Só acordei de manhã, ás 10 horas, e me lembrei que era o dia da festa de anos do Erik e do Rodrigo. Levantei-me da cama e fui tomar banho, para ficar bonita para o meu aniversariante. Vesti uma
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camisola e umas calรงas simples, para poder andar por casa e nรฃo sujar a roupa que levaria รก festa de anos.
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Capitulo 45 - A Festa de Aniversário Como era a semana da mãe trabalhar até noite, fui lanchar ao trabalho dela para vê-la. Tive com o Miguel (o meu irmão) e depois ás 6 horas da tarde, vi embora para casa. Fomos a casa da avó e eu fui trocar de roupa. Vesti um vestido preto, com um decote em V á frente e atrás. Tinha uns brilhantes quadrados que estavam pregados ao vestido, mais precisamente, no decote da frente. Levei uns sapatos de salto alto e o cabelo solto. Meti o colar que Rodrigo me oferecera e um par de brincos, em forma de asas. Por fim, coloquei o meu perfume preferido e pedi ao pai para me levar até á festa. Quando cheguei, tinha Rodrigo á minha espera. Tinha umas calças pretas, que lhe realçavam as pernas grossas e bonitas; e tinha uma camisa branca com umas ondas pretas bordadas. O cabelo estava despenteado e tinha posto perfume. Era o perfume que eu mais gostava! Assim que me viu, ficou muito alegre e sorriu-me. O meu pai avisou-o do que lhe aconteceria, se algo me acontece-se. Ele ficou preocupado, mas quando o meu pai se foi embora, ele descontraiu. Disse-lhe para não se preocupar e foi o que ele fez. Tudo correu bem, a malta adorou a festa e a visita guiada pela casa. Mas quando chegou as 22 horas, as horas em que eles nasceram, ocorreu uma
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mudança. Ficou mais quente e a lua pareceu ficar laranja, como se também festeja-se os anos deles. No entanto, essa não foi a única mudança. Tal como no sonho, Erik foi á mesa da comida e Aurora gritou por ele. Depois aconteceu tudo, como eu tinha sonhado. Ele acabou com ele, ele ficou triste, mas entendeu. Ele foi-se embora e Erik voltara a odiar-nos por achar que a culpa era nossa, por a Aurora ter acabado com ele. Depois de passar as 22 horas, voltou tudo a ficar como estava, excepto Erik e Aurora. Erik saiu da festa e não voltou a aparecer. Apesar de eu e Rodrigo não termos culpa, eu senti-a que podia ter dito a Erik que isto iria acontecer. A Nessa também tinha ido, e viu como eu estava e disse: - Vocês não tem culpa. Ninguém previa isto acontecer. - Não é verdade. Eu sabia. - Disse-lhe. - Como? - Perguntou-me Rodrigo, e respondendo logo a seguir. - Os sonho. Sonhas-te que isto ia acontecer. Foi isso? - Sim. Eu podia ter-lhe dito. - Mas o mal já está feito, por isso, não te lamentes mais com o assunto. - Disse Aaron, que estava ao lado da Nessa. - Tens razão. Vou tentar não pensar no assunto. - Assim é que se fala. - Disse a Nessa. Depois da festa acabar e de todos se terem ido embora. Eu e Rodrigo fomos passear pelo jardim, até cerejeira. Ficamos lá a conversar e a namorar, enquanto o meu pai não aparecia para me vir
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buscar. Sentados na relva, voltei a pensar no assunto de Erik e Aurora. - Não penses nisso. - É difícil não pensar, quando sabes que podias ter evitado. - Não sabes se podia ter resultado ou não, por isso, não podes pensar se podias ter feito alguma coisa ou não. Ok? - Não sei se sou capaz. - Claro que és capaz. Basta pensares noutra coisa e já esqueces-te o assunto. - Talvez resulte. - Pensei noutra coisa e aquilo que me veio ao pensamento, foi o dia em que conheci-o e nós nos beijamos no sofá. - Oh! Resulta! - Que pensas-te? - Não te posso dizer. - Disse-lhe no gozo. - Porquê? - Porque se te disser, ficas todo exaltado. - A sério? - Sim. De repente, ele beijou-me. Foi um beijo tão apaixonado que não soube o que fazia. Quando, voltei a ganhar controle sobre mim, já estava sentada ao colo dele e de frente para ele. Acho que ele também ficou surpreendido, mas não se queixou. O vestido tinha subido dos joelhos, até quase ás ancas. Ele meteu uma mão nas minhas costas e a outra na minha perna esquerda. Agarrei-o e beijeio. Ele correspondeu com beijos mais fortes e esfomeados.
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A mão que estava na perna, subia e descia, conforme os beijos. Ele desceu os beijos, e começou a beijar-me o pescoço e os ombros. Era bom e de perder o controle. Eram beijos muito quentes, pois quando ele me beijava, eu sentia-me em chamas. Mas ... - Cris! - Gritou o meu pai. - Merda! Saltei do colo dele e tentei arranjar-me, de maneira a não se perceber o que estávamos a fazer. O meu pai apareceu. Fingimos que Rodrigo me ajudava com o cabelo, e correu bem. Fui embora e nunca esqueci o resto da noite o que aconteceu, entre mim e Rodrigo. A partir desse dia tivemos mais cuidado com os beijos apaixonados, principalmente os beijos de grande intensidade. No resto do mês passou e chegaram as férias de Natal. Rodrigo oferecera-me uma rosa de cristal, muito bonita e que estava a familia á vários anos. As férias foram muito curtas, por isso, depressa voltamos para a escola. Os meses sucederam-se muito rapidamente, e num instante estávamos em Junho com um calor de morrer e com roupas de Verão. Fiquei preocupada com Rodrigo por causa do sol, mas ele disse-me que o sol não os afretava. Os filmes é que gostavam de inventar. Finalmente, chegaram as férias de Verão, as férias em que vou com a familia de Rodrigo a Paris e vou conhecer mais gente da familia. Tinha sido difícil convencer o meu pai, mas conseguimos com a
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ajuda da Rose. Por isso, Paris que se prepare, porque e eu estou a chegar.
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Capitulo 46 - Dormir em Casa da Avó Estamos no ultimo dia de aulas, e muita malta já começa a ter ideias para ocupar as suas férias. Uns vão ao Algarve, outros á piscina municipal. E existe que vá para fora passar férias, que é o meu caso. Vou a Paris, como tinha dito. Muitas raparigas disseram-me que era uma sortuda, mas eu não acredito. Acho que sou um pouco sortuda, mas a maior sorte que tive foi encontrar o amor da minha vida. Ele é que foi uma grande sorte. Acreditem ou não, o amor á a maior sorte que existe. Tal como sempre, Rodrigo veio ter comigo á noite e passar a noite comigo. Nesta semana, ele tem está eufórico, por causa das férias que faria com ele. Tem sido difícil acalma-lo, mas eu consegui. Disselhe que se ele não se acalma-se, não iria com ele de férias. E resultou. No entanto, ele está eufórico e eu estou muito preocupada. Tenho medo que o resto da familia dele não goste de mim e que o sonho, com o homem de manto se concretize. tenho tentado não mostrar isso á frente dele, mas acho que ele já percebeu. Neste ultimo dia de aulas, Rodrigo pediu, á minha avó e ao meu pai, se podia ficar a dormir lá em casa. O pai não achou graça nenhuma, mas com um acordo deixou. O acordo dizia que Rodrigo, se quisesse ficar, tinha de dormir no beliche da sala.
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Ele queria muito ficar, por isso, concordou com o acordo. Ele foi buscar as suas coisas e veio antes do lanche. Lanchamos e fomos deixar as suas coisas, no meu quarto que estava recentemente mudado. Tinha duas paredes brancas e outras duas paredes lilases. Depois, tivemos o resto da tarde a ver TV, até á hora de jantar. O jantar foi arroz, carne guisada e alface. Estava muito bom, mas a avó meteu sal a mais na carne, por isso, ficou salvado. Logo que acabamos de jantar, fomos preparar o beliche para Rodrigo ir dormir. O pai e o avô foram ao café, e eu e Rodrigo fomos meter os lençóis para ele não passar frio. Os vampiros não tem frio, mas metemos os lençóis para fingir. - Vocês, vampiros, não tem frio, pois não? - Não, mas calor sentimos. - Isso já eu sabia. Pelos beijos que me dás. - Não tenho culpa. E tens muito sorte por eu me controlar. - Tu? Tens controlo?! - Sim. Se não me controla-se, já não tinhas sobrevivido até agora. - Porque dizes isso? - Porque eu tenho o enorme desejo de te provar e, ás vezes, é muito difícil. É verdade que não me consigo controlar muitas vezes, mas nunca me viste perder realmente o controlo. - O que aconteceria? Quando disse isto, ele chegou-se a mim e puxoume para o meu quarto. Sentou-se na cama e fez-me sentar ao seu colo, de frente para ele. Agarrou-me
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pelas ancas e olhou-me nos olhos. Os seus olhos estavam verdes-azulados e as suas mãos muito quentes. - Se eu perde-se o controlo completo, tu agora estarias deitada na cama sem uma pinga de sangue. Estarias morta, numa cama desfeita por mim, entendes? - Disse ele, muito sério. - Sim. - Óptimo. Abracei-o, sem perceber porquê. Foi uma abraço confortável e querido. Quando o abraço acabou os dedos subiram até ás minhas costas e voltaram a descer, fazendo com o top fosse para cima. As mãos dele deslizaram, por dentro o top e sobre a minha pele. Ele beijou-me por detrás das orelhas, e desceu até ao pescoço. Depois os lábios dele mexeram-se do pescoço para as bochechas, até encontrar os meus lábios. Beijou-me com tanta intensidade, que o meu sangue ferveu mais quente do nas outras vezes. Beijamo-nos outra e outra vez. - Devimos parar ... agora ... - Tentei dizer-lhe. - Tens ... razão ... mas ... é ... tão ... difícil... - Eu ... sei ... De repente, ganhei força e empurrei-o para longe. Saí do colo dele e sentei-me na cadeira que tinha na secretária. Respirava com irregularidade e sentiame a ferver. Queria voltar, mas não podia, pois podíamos não parar. Ele estava igual e pensava igual a mim. - Isto chama-se controlo. - Declarei-lhe.
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- Verdade. Se não tivesse parado, eu não conseguiria parar. - Disse-me ele. - Eu percebi. Devia ir preparar-me para ir dormir. Disse, olhando para o relógio que marcava 23:30. - Vou fazer o mesmo. Até daqui a pouco. Respondeu-me ele, saindo do quarto. - Até daqui a pouco. - Disse-lhe, enquanto fechava a porta, para me vestir. Vesti-me mais depressa que pensava, por isso, quando saí para ir para a sala encontrei-o com apenas as calças do pijama. Escondi-me atrás do sofá, para que ele não me visse, e espreitei. Era maravilhoso. Os músculos dele eram fortes, bronzeados e nítidos. Quando a camisola dele deslizou pela pele dos músculos, um calor percorreu-me. Era uma calor mais quente que o fogo e mais quente que o próprio sol. Eu queria tanto puder passear mão pelos músculos e senti-los queimar-me. Queria tanto. Era um desejo mais necessário que a água. Abanei a cabeça e tentei esquecer o que vira. Voltei para o quarto sem que ele me visse e fingi que só saia de lá naquele momento. Ele acreditou, ou pareceu acreditar, pois ele olhou-me como se soubesse que era mentira, mas passou-lhe depressa o olhar. Despedi-me dele e fui dormir a primeira noite sem ele a abraçar-me. Dormi bem, pois tenho a certeza que ele me veio ver, enquanto dormia. Não sonhei ou acordei a meio da noite. O que foi bom. De manhã tomamos o pequeno-almoço juntos e depois do almoço ele ajudou a escolher a roupa
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para levar para a viagem. Há noite, ele voltou para sua casa e não pode vir ter comigo, pois tinha de fazer ele a mala para a viagem, pois na segunda feira partiríamos para Paris. Domingo fui e vim da minha mãe, e logo que cheguei fui dormir, pois tinha de estar acordada muito cedo para amanhã.
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